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DHEG: Hipertensão na Gestação

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MÓDULO SAÚDE DA MULHER E GÊNERO
RESUMO DE AULA SOBRE DHEG 
Jaqueline Isis Caún – Turma 59 (2000)
A DHEG pode ser definida como uma manifestação clínica e laboratorial resultante do aumento dos níveis pressóricos de uma gestante, previamente normotensa, a partir da 20ª semana de gestação, desaparecendo até seis semanas após o parto. 
Pode ser subdivida em:
Pré-eclâmpsia: é uma condição específica da gestação que envolve a falência de diversos órgãos e está associada à hipertensão e proteinúria. Pode ser leve e grave.
Eclâmpsia: é a manifestação convulsiva ou comatosa da pré-eclâmpsia, quer de forma isolada ou associada à hipertensão arterial materna preexistente. 
Síndrome HELLP (haemolysis, elevated liver enzyme activity, low platelets): é a sigla usada para descrever a condição de paciente com pré-eclâmpsia grave que apresenta hemólise (H), níveis elevados de enzimas hepáticas (EL) e contagem baixa de plaquetas (LP). Compreende a complicação grave da pré-eclâmpsia que determina aumento de morbidade e mortalidade maternas e perinatais.
As complicações da DHEG afetam muitos sistemas orgânicos, como os sistemas cardiovascular (aumenta débito cardíaco), renal (diminuição a TFG, aumento de ácido úrico), hematológico (maior risco para hemorragia), neurológico (cefaleia severa), hepático e uteroplacentário (diminuição da oferta de O2); tais como: descolamento da placenta, prematuridade, retardo do crescimento intra-uterino, morte materno-fetal, oligúria, crise hipertensiva, edema pulmonar, edema cerebral, trombocitopenia, hemorragia, acidente vascular cerebral, cegueira,intolerância fetal ao trabalho de parto e a Síndrome de HELLP.
Fatores que fazem com que uma gestante tenha mais riscos que outras de desenvolver DHEG: 
Primeira gestação;
Gestante com menos de 16 anos (adolescente); 
Gestante com mais de 30 anos; obesidade; raça negra; doenças prévias à gestação (HAS, diabetes, doenças renais ou lúpus); 
História de familiares com pré-eclâmpsia ou eclâmpsia;
Ter apresentado pré-eclâmpsia na gestação anterior;
Gestação gemelar; 
Gestação com parceiros diferentes; 
Gestante com aumento da massa trofoblástica; 
Má adaptação circulatória.
A etiologia da DHEG permanece desconhecida, porém alguns fatores foram propostos, tais como aspectos imunológicos, predisposição genética, falha na placentação, anormalidades na coagulação, má adaptação circulatória, aumentando a vasoconstrição, a agregação plaquetária, a atividade uterina e a redução do fluxo sanguíneo uteroplacentário. 
FISIOPATOLOGIA 
A fisiopatologia da DHEG consiste em disfunção do endotélio vascular, acentuada vasoconstrição arteriolar, retração do volume plasmático e hemoconcentração, o que favorece a ativação das plaquetas e a coagulação sangüínea, resultando em um estado de hipercoagulabilidade ainda mais acentuado do que na gravidez normal.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é clínico e laboratorial. Deve-se avaliar a pressão arterial, presença de edema generalizado (parede abdominal, pernas, face, região lombossacra e mãos), aumento de peso acima de 1000g por semana, proteinúria com valores iguais ou maiores a 300mg de proteína na urina coletada durante 24h.
De acordo com o Consenso Brasileiro de Cardiopatia e Gravidez (2004), caracteriza-se HAS na gravidez quando a pressão arterial estiver maior do que 140 x 90mmHg, em duas tomadas com intervalo de 4h, em repouso, ou quando houver aumento maior que 30mmHg na PAS e/ou aumento maior que 15mmHg na PAD, em relação a conhecidos níveis prévios à gestação.
Exames: USG com Doppler, hemograma completo, contagem de plaquetas, ácido úrico, teste de função renal: ureia e creatinina, teste de função hepática: TGO e DHL, urina I, proteinúria de 24h.
TRATAMENTO
Qualquer forma clínica de DHEG, com o feto maduro > ou = a 37 semanas, obriga a interrupção da gravidez, pois a DHEG só se cura com o parto. Na pré-eclâmpsia grave, e na eclâmpsia, antes de interromper a gestação, o quadro clínico deve ser estabilizado, demorando em torno de 4 às 6h.
A pré-eclâmpsia grave, eclâmpsia e estado de sofrimento fetal, indicam que a gestação deve ser interrompida, independente da idade gestacional.
No tratamento deve-se levar em consideração a idade gestacional e a gravidade da DHEG, para que se escolha a conduta mais adequada. O tratamento definitivo é a interrupção da gestação, entretanto algumas vezes é possível aguardar o amadurecimento fetal para realizar o parto.
REFERENCIAS
- http://www.coren-df.org.br/portal/index.php/noticias/1578-a-importancia-do-controle-da-dheg-doenca-hipertensiva-especifica-da-gestacao 
- http://www.sbac.org.br/pt/pdfs/rbac/rbac_39_04/rbac_39_04_01.pdf
- http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1676-24442001000400008&script=sci_arttext

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