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DOENÇAS INFECTO- CONTAGIOSAS NA GESTAÇÃO Profª. Mariana Faria ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL � O pré-natal deve se iniciar o mais rápido possível, a fim de detectar e tratar precocemente as doenças, minimizando os riscos e conseqüências para a mãe e para o feto. � Principais infecções na gestação: � - Infecção urinária � - DST� - DST � - HIV � - Hepatites � - Rubéola � - Infecção por citomegalovírus � - Varicela � - Tuberculose � - Malária � - Estreptococo do grupo B � *Entre essas, as que devem ser prioritariamente rastreadas, em todas as mulheres grávidas, por apresentarem possibilidade de intervenção positiva em relação à gestante e ao recém- nascido são: � - Infecção urinária � - Sífilis� - Sífilis � - HIV � - Hepatite B � - Toxoplasmose � - Estreptococos do grupo B EXAMES DE ROTINA DO PRÉ-NATAL � - Tipagem sanguínea e fator Rh � - Hemograma � - Glicemia � - Urina 1 e urocultura � - Sorologia para HIV (com aconselhamento pré e pós teste) � - Sorologia para toxoplamose (anticorpos IgM)� - Sorologia para toxoplamose (anticorpos IgM) � - Sorologia para hepatite B (HBsAg) � - Sorologia para sífilis (VDRL) � - Cultura de Estreptococo do Grupo B � Ps: Só são obrigatórios, segundo o MS, exames cuja doença possa sofrer intervenções e seu prognóstico alterado. Desta forma, sorologia para rubéola, hepatite C, herpes, citomegalovírus não devem ser solicitados rotineiramente. DETECÇÃO E PREVENÇÃO DE DST NA GESTAÇÃO � Anamnese: � - História prévia de DST ou DIP � - História prévia de abortos � - História prévia de morte neonatal, RN com RCIU, pré- termo, ou malformado � - Número de parceiros sexuais � - Padrão de atividade sexual durante a gestação� - Padrão de atividade sexual durante a gestação � - Uso de drogas ilícitas ou álcool � - Ocupação/ trabalho/ renda � *Realizar exame ginecológico e coleta de citologia oncótica. � *Estimular o uso da camisinha, pois muitas vezes, ela somente é associada com a prevenção da gravidez. VACINAS � Regra: vacinas compostas de partículas ou vírus inativados podem ser aplicadas nas gestantes com segurança. Vacinas de vírus vivos atenuados não devem ser administrados nas gestantes (ex: rubéola). � - Vacinas recomendadas: Hepatite B, dT (Difteria e Tétano), Gripe.Tétano), Gripe. � *Vacina de febre amarela deve ser administrada somente em casos de exposição inevitável, quando a gestante for viajar para área endêmica, pois o risco da doença durante a gestação é maior do que o risco da vacinação. � - Imunoglobulinas permitidas pós-exposição: Hepatite A e B, raiva, varicela zóster, sarampo e tétano. Vacina Administração durante a gestação Composição Hepatite A Segurança não avaliada. Pode ser administrada a gestantes de alto risco de infecção. Vírus Inativado Hepatite B Indicada Partículas virais (HBsAg) Influenza Recomendada em qualquer IG se o 2° e 3° trimestre coincidirem com os meses de outono e inverno. Vírus inativado Sarampo Contra-indicada Vírus vivo atenuado Caxumba Contra-indicada Vírus vivo atenuado Cólera Sim Antígeno inativo Pneumococcus Deve ser evitada Antígenos capsulares N. meningitidis Sim Polissacarídeos Polio (IPV) Deve ser evitada Salk – vírus inativadoPolio (IPV) Deve ser evitada Contra-indicada Salk – vírus inativado Sabin – vírus atenuado Rubéola Contra-indicada Vírus vivo atenuado Coqueluche Sim Antígeno inativado Tétano/Difteria Recomendada de acordo com o estado vacinal Toxóide diftérico e tetânico Varicela Contra-indicada Vírus vivo atenuado BCG Deve ser evitada Bactérias atenuadas Raiva Sim Vírus inativado Febre amarela Deve ser evitada* Vírus vivo atenuado Tríplice viral (Sarampo, Caxumba e Rubéola) Contra-indicada Vírus vivos atenuados HPV (quadrivalente) Contra-indicada Partículas virais ESQUEMA VACINAL PARA O TÉTANO Estado vacinal Esquema Nunca vacinou Esquema toxóide tetânico + toxóide diftério (dT) com intervalo de 1 mês para cada dose, num total de 3 doses. Esquema incompleto (<3 doses) Completar esquema vacinal até Esquema incompleto (<3 doses) Completar esquema vacinal até completar 3 doses. Esquema completo há menos de 5 anos Não é necessário reforço vacinal Esquema completo há mais de 5 anos Dose adicional de reforço BACTERIÚRIA NA GESTAÇÃO � - A infecção do trato urinário (ITU) é comum em mulheres jovens e representa a complicação clínica mais freqüente na gestação. � - A gestação ocasiona modificações, algumas mediadas por hormônios, que favorecem às ITU, como estase urinária pela redução do peristaltismo como estase urinária pela redução do peristaltismo ureteral, aumento da produção de urina, glicosúria e aminocidúria favorecendo o crescimento bacteriano e infecções. Desta forma, toda gestante deve ser rastreada durante o pré-natal. � - Os microorganismos envolvidos são aqueles da flora perineal normal e o agente mais freqüente (80 a 90%) é a Escherichia coli. BACTERIÚRIA NA GESTAÇÃO � Exame solicitado : Urina I � Alguns serviços recomendam a urocultura de rotina no acompanhamento pré-natal, devido à alta prevalência de bacteriúria assintomática (entre 5 e 10%), que pode evoluir para pielonefrite em cerca de 20 a 40% dos casos.20 a 40% dos casos. � - Qualquer bacteriúria (mesmo que assintomática e com <100.000 UFC/ml) deve ser tratada na gestação devido ao risco de desenvolvimento de pielonefrite e aos riscos que impõe na gravidez, como o abortamento, TPP, amniorrexe prematura e baixo peso ao nascer. � *UFC = unidades formadoras de colônia BACTERIÚRIA NA GESTAÇÃO � O tratamento fica na dependência da gravidade da infecção e do antibiograma. � - Cistite: disúria, polaciúria e urgência urinária. Seu tratamento e controle é idêntico aos casos de bacteriúria assintomática (ATB VO). � - Pielonefrite: febre alta, calafrios e dor na loja renal, além da � - Pielonefrite: febre alta, calafrios e dor na loja renal, além da referência pregressa de sintomas de infecção urinária baixa. � Necessita de antibioticoterapia endovenosa e internação hospitalar até que a mulher fique afebril por 24-48 horas. � A pielonefrite tem uma alta taxa de recorrência, de 25 a 60%. � Fatores de risco para a pielonefrite: bacteriúria assintomática, história de pielonefrite prévia, cálculos renais. � *Pielonefrite → Febre → TPP � **Cistite não causa TPP BACTERIÚRIA NA GESTAÇÃO � - Principais drogas para o tratamento da cistite na gestação: nitrofurantoína, ampicilina, cefalexina, amoxicilina, áciso nalidíxico e sulfametoxazol- trimetoprim. � - O tratamento normalmente é de 7 dias. � - Após o término do tratamento, nova urocultura deve ser realizada em 3 a 7 dias para confirmar a ser realizada em 3 a 7 dias para confirmar a erradicação do agente agressor. � - Em caso de recorrências, preconiza-se a profilaxia antibiótica até o final da gestação com 100mg/dia de nitrofurantoína ou amoxicilina 500mg/dia ou ainda ácido nalidíxico 500mg/dia e a urocultura deve ser realizada a cada 4 a 6 semanas. INFECÇÃO PELO ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB) � - Faz parte da microbiota de membranas mucosas de seres humanos e animais, colonizando principalmente os tratos intestinal e genitourinário. � - 10 a 30% das gestantes são colonizadas com estreptococos do grupo B (Streptococcus agalactiae).estreptococos do grupo B (Streptococcus agalactiae). � Infecções sintomáticas: � - Corioamnionite � - Endometrite pós-parto � - Infecções do trato urinário (bacteriúria assintomática) INFECÇÃO PELO ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB) � Fatores de risco para transmissão: � - Prematuridade (<37 semanas de gestação) � - Amniorrexe prematura - > 18h (quando a mulher é colonizada) � - Febre durante o TP (≥ 38°C) = Corioamnionite � - Risco de colonização neonatal de mãe colonizada enão tratada: 50%não tratada: 50% � Consequências para os neonatos: � - Infecções localizadas (pneumonia) � - Meningite � - Sepsis neonatal de início precoce (<1 semana) � - Aumentam o risco de seqüelas fatais e óbito neonatal. INFECÇÃO PELO ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB) � Diagnóstico: Cultura da bactéria � - Período: 35-37 semanas de gestação. � Instruções para a coleta: � - A gestante deve ser orientada a não tomar banho ou evacuar até o momento da coleta. Se tiver tomado banho ou evacuado pela o momento da coleta. Se tiver tomado banho ou evacuado pela manhã, é possível coletar o material no final da tarde. � - Primeiramente faz-se a coleta com swab no terço distal da vagina (3 a 5 cm dentro da vagina) sem utilizar especulo, fazendo movimentos giratórios por toda a circunferência da parede vaginal. � - Posteriormente, e com o mesmo swab, faz-se a coleta anal, introduzindo 0,5 cm do swab no esfíncter anal. � - Meio de transporte: Stuart. � - Identificar o frasco com o nome da paciente e os respectivos locais de coleta (vaginal e anal). INFECÇÃO PELO ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB) � Tratamento: � - Gestantes com resultados positivo durante o screening pré-natal não devem ser tratadas com antibiótico oral, pois o mesmo é ineficiente em eliminar o estado de portador e não previne doença neonatal. neonatal. � - Deve-se tratar via endovenosa durante o TP com penicilina cristalina. � - É desnecessário antibioticoprofilaxia para EGB quando for cesárea eletiva com bolsa amniótica íntegra e fora de TP. INFECÇÃO PELO ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB) Sítio de isolamento do EGB Tratamento Justificativa Urina Ampicilina 500mg VO 6/6h por 7 dias ↓ TPP Vagina/reto Anteparto Nenhum Nenhum benefício de Tratamento da mãe colonizada assintomática Anteparto Intraparto Nenhum Profilaxia intraparto Nenhum benefício de tratamento ↓ Infecção e colonização neonatal ROPREMA Anteparto Intraparto Antibióticos de amplo espectro cobrindo Gram + Profilaxia intraparto ↑ Período de latência ↓ Infecção e colonização neonatal �Antibioticoterapia intraparto �Recomendada: Penicilina cristalina 5 milhões UI – EV como dose de ataque e 2,5 milhões UI – EV de 4/4h até o clampeamento do INFECÇÃO PELO ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB) cordão. �Alternativa: Ampicilina 2g EV (ataque) seguida de 1g EV de 4/4h até o clampeamento do cordão. � Indicações de profilaxia com antibióticos: � - Mães colonizadas (strepto +) � - Gestações < 37 semanas em TP e sem cultura para EGB. � - Bolsa rota > 18 horas. � - Febre materna intraparto (≥38°C) = corioamnionite → usar antibióticos de amplo espectro (ampicilina (para bactérias gram +) + gentamicina (para bactérias gram -) + metronidazol (para bactérias anaeróbias). INFECÇÃO PELO ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB) � Não é necessário a coleta de cultura, mas realiza-se a profilaxia: � - Gestantes com parto anterior com feto colonizado (doença invasiva). � - Gestantes com infecção urinária por EGB durante a gestação (detectado na urocultura) – Durante a gestação só trata a infecção urinária, o EGB só trata no TP. Faz profilaxia mesmo que a bacteriúria tenha sido tratada na gestação e mesmo que o swab seja negativo. � Resumindo: � - Em gestantes com swab positivo sempre fazer a profilaxia, exceto se o parto for uma cesariana eletiva (ausência de contrações ou amniorrexe). � - Em gestantes em que a coleta de swab não pôde ser realizada ou swab negativo, a profilaxia será feita se houver presença dos fatores de risco, como filho anterior acometido e/ou bacteriúria por GBS na atual gravidez. INFECÇÃO PELO ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB) acometido e/ou bacteriúria por GBS na atual gravidez. � - Se a cesárea é eletiva (sem contrações ou amniorrexe), não há risco de contaminação; logo não fazemos a profilaxia. � - Se não houver cultura, a profilaxia se baseia na presença de fatores de risco para infecção neonatal, como febre intraparto. RUBÉOLA NA GESTAÇÃO � - Doença exantemática altamente contagiosa. � - 20% das mulheres não possuem anticorpos para rubéola. � - Risco de lesão fetal é maior de acordo com o tempo de infecção materna: � 1° trimestre: 80 a 90% � 4° mês: 10% � 5° mês: ↓ acuidade auditiva � > 5° mês: nenhum risco RUBÉOLA NA GESTAÇÃO � Diagnóstico – Quadro clínico: � - Febre, tosse, conjuntivite, cefaléia, artralgia, mialgia � - Período de incubação: 14 a 21 dias � - Período prodômico: 1 a 5 dias � - Achados precoces: linfoadenopatia auricular posterior, occiptal e cervical � - Artrite: frequentemente em mulheres adultas � - Rash maculopapular: inicia-se na face e desce para o resto do corpocorpo � - Mal-estar: pode durar de alguns dias a 2 semanas � Diagnóstico laboratorial: � - Isolamento do vírus: secreções faríngeas, sangue, urina, fezes � - Sorologia para rubéola (ELISA ou aglutinação no látex): IgM e IgG � - Só é pedido sorologia para rubéola em casos que exista suspeita ou em casos de vacinação inadvertida durante a gestação. RUBÉOLA NA GESTAÇÃO � Prognóstico: � Mãe: � - Morbidade relacionada ao rash, complicações respiratórias, fotofobia, artrite e encefalite (rara). � Feto: � - Abortamento e natimortos: 2 a 4x mais freqüente. � - 1° trimestre: risco de morte fetal entre 10 a 34%. � Incidência de anomalias congênitas: 50% - 1º mês� 50% - 1º mês � 25% - 2º mês � 10% - 3º mês � 4% - 4º mês � Síndrome da Rubéola Congênita: � - Catarata, cegueira, anomalias cardíacas (ducto arterioso patente, defeito do septo ventricular, estenose da válvula pulmonar), surdez, retardo mental, paralisia cerebral, hepatoesplenomegalia, púrpura trombocitopênica, anemia hemolítica, linfoadenopatia, encefalite, fenda palatina. RUBÉOLA NA GESTAÇÃO � Tratamento – Medidas de suporte: � - Repouso � - Hidratação � - Tratar cefaléia e artrite com parecetamol � Prevenção: � - Vacina (vírus vivo atenuado): � Meninas pré-púberes ou pós-púberes sem anticorpos. � Não se aconselha gestação dentro de 3 meses depois de receber a vacina. � Vacina na vigência de gestação inicial: nenhuma anomalia ou infecção detectada. Não é indicação de interrupção da gravidez. HERPES GENITAL NA GESTAÇÃO � - Raramente o vírus atravessa a placenta (aborto e TPP). � - Infecta o feto quando o mesmo atravessa o canal do parto. � - Risco maior para o feto ocorre durante a primo-infecção materna – 40% � Período de infectividade: � - Infecção primária: 2 a 3 semanas (febre, mal-estar, náusea, cefaléia). � - Infecções recorrentes: 5 a 6 dias. � Herpes genital – HSV II � - Prevalência da primo-infecção na gestação: 2% � - 75% dos parceiros contraem a infecção � - Vírus permanece dormente nos gânglios das raízes dorsais de S2, S3 e S4 � - Risco de infecção neonatal em gestantes com HSV II + ROPREMA (<37 semanas): 19% � - A infecção materna primária após 32 semanas de idade gestacional representa maior risco para o feto e recém-nascido do que as infecções recorrentes. � Diagnóstico: � - História e exame físico � - Mulher relata vesículas que ardem � Sinais e sintomas clássicos: � - Vesículas pruriginosas e dolorosas nos lábios vaginais e/ou nádegas - Disúria no começo da urina HERPES GENITAL NA GESTAÇÃO � - Disúria no começo da urina � - Linfoadenomegalia inguinal � - Ulcerações cervicais � - Solicitar exames também para: � Sífilis � Gonococo/ Clamídia � Vaginose bacteriana � Tricomonas HERPES GENITAL � Tratamento na gestação: � - Tratar sintomatologia � - Lesões ativas (independente do tempo de amniorrexe prematura) = cesárea � - Sem sintomas prodrômicos e/ou lesões vesiculosas = parto vaginal � Preceitos básicos para tratamento: � - Lesões extensas e/ou que a ameacem a integridade físicada gestante, assim como DM, AIDS → aciclovir endovenoso HERPES GENITAL NA GESTAÇÃO assim como DM, AIDS → aciclovir endovenoso � - Infecção primária com lesões ativas → cesárea � - IG > 36 semanas com infecção primária → terapia antiviral � - Herpes genital recidivante com lesões ativas → cesárea � - TPP ou ROPREMA (< 32 semanas) com lesões ativas → tratamento com aciclovir e conduta expectante � - IG > 36 semanas com risco elevado de reicidiva → terapia antiviral � - Sem lesões ativas ou sintomas → parto vaginal � Terapia antiviral: � - Para herpes labial e genital em qualquer semana gestacional. � - Infecção primária: aciclovir (Zovirax) – 400mg VO 8/8h por 7-10 dias � Estimular o uso de preservativo na gestação � - Transmissão transplacentária é rara. � - Sintomas nos RNs infectados: retardo de crescimento, lesões e cicatrizes cutâneas, atraso HERPES GENITAL NA GESTAÇÃO crescimento, lesões e cicatrizes cutâneas, atraso psicomotor, calcificações intracranianas, microcefalia, catarata, coriorretinites, cegueira, displasia da retina, persistência do canal arterial, anomalias de extremidades, retardo mental e morte fetal. GONORRÉIA NA GESTAÇÃO � - A incidência de infecção gonocócica em gestantes encontra-se na faixa de 2,5 a 7,3%. � - Agente etiológico: Neisseria Gonorrhoeae. � - Mulheres portadoras de gonorréia frequentemente apresentam infecção associada por Chlamydia trachomatis.trachomatis. � - Durante o pré-natal: estimular comportamento sexual seguro e tratar conforme protocolo. � - Pode causar corioamnionite, TPP, ROPREMA, sepse pós-parto. � - Após a rotura das membranas, infecções ascendentes podem ocasionar contaminação orogástrica do feto. O microorganismo também pode invadir superfícies mucosas como a conjuntivite (oftalmia neonatal), mucosa retal e faringe. � - A contaminação pode acontecer durante a passagem do feto pelo canal do parto, ou após o nascimento, procedente de um adulto infectado. - O RN pode ser acometido de artrite gonocócica neonatal, GONORRÉIA NA GESTAÇÃO � - O RN pode ser acometido de artrite gonocócica neonatal, sepse, meningite, vaginite e também abcessos no couro cabeludo. � - Profilaxia oftálmica: aplicação local de solução de nitrato de prata na primeira hora após o parto. � - Aplicar nitrato de prata também na genitália do RN. � - Neonatos com infecção gonoccócica sistêmica precisam de hospitalização para 7 dias de antibioticoterapia EV. OFTALMIA NEONATAL CONDILOMA ACUMINADO/ HPV � - HPV 6 a 11 (16 e 18 causa CA de colo uterino) � - Transmissão: sexual � - Aspecto de “couve-flor” � - Cesárea: quando há lesões extensas obstrutivas no canal de parto � - Quando só há verrugas pequenas em fúrcula, pode fazer parto normal � - Pode recobrir fúrcula e ânus � - Causa odor fétido por infecção secundária� - Causa odor fétido por infecção secundária � - Causa papilomatose laríngea no RN e até infecção sistêmica. � Tratamento: � - Podofilina é contra-indicada em gestantes devido seu poder teratogênico � - Crioterapia com spray de nitrogênio líquido � - Cauterização com laser de CO2 � - Remoção cirúrgica com eletrocautério � Estimular comportamento sexual seguro CONDILOMA VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA – HIV/ AIDS � Transmissão: � - Contágio: sexual, drogas injetáveis, transfusão sanguínea, transmissão vertical. � - Mãe → Feto: � 1) Anteparto: 10% (circulação placentária) – No 3º � 1) Anteparto: 10% (circulação placentária) – No 3º trimestre o risco é de 25 a 30%. � 2) Intraparto: 2/3 dos casos/ 65 a 75% dos casos no canal do parto (contato ou ingestão de sangue materno). � 3) Aleitamento: 7 a 22% a cada exposição. Conta indicação absoluta. � Na ausência de qualquer intervenção, a taxa de transmissão vertical situa-se em torno de 20%. � Quando são adotadas as medidas específicas, é possível reduzir essa taxa para níveis entre 0 e 2%. VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA – HIV/ AIDS possível reduzir essa taxa para níveis entre 0 e 2%. � O emprego da Zidovudina na gestação, com ínicio após a 14ª semana, extensiva ao trabalho de parto, ao parto, e para o recém-nascido, reduz em 67,5% a transmissão vertical do HIV. � Fatores de risco para a transmissão mãe-feto: VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA – HIV/ AIDS Intraútero Parto Pós-parto - ↑ viremia plasmática materna (carga viral ↑↑ - >10.000 cópias) - Doença clínica avançada (Aids) - Não uso de AZT no pré-natal - História prévia de filho com infecção por HIV -Tabagismo, uso de drogas ilícitas, - Período prolongado de amniorrexe antes do parto >4 horas → Fazer amniotomia somente na fase expulsiva - Parto vaginal (contratilidade uterina -Prematuridade - Baixo peso ao nascer - Aleitamento materno -Tabagismo, uso de drogas ilícitas, promiscuidade durante a gestação - Sexo desprotegido - Presença de DST -Estado clínico, imunológico e nutricional da mulher - Imunocompetência materna (CD4 ↓) (contratilidade uterina desencadeia microtransfusões placentárias) - Episiotomia, uso de fórceps - Corioamnionite - Exposição direta do RN ao sangue materno durante o parto - Hemorragia intraparto � Diagnóstico: � Teste rápido na 1ª consulta de pré-natal � HIV positivo – ELISA - Western Blot � Se gestante positivo, testar parceiro e filhos � Na internação intraparto – teste rápido de HIV VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA – HIV/ AIDS � - O diagnóstico precoce possibilita um melhor prognóstico materno e diminui o risco da transmissão vertical do vírus. � - Devido ao estigma da doença, deve ser feito aconselhamento pré e pós-teste. � Testes rápidos: � Baixo custo, altamente específicos e sensíveis, fáceis de executar e de interpretar. � Medida que combate o diagnóstico tardio. � Sua realização é voluntária e confidencial, recebendo aconselhamento pré e pós-teste. VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA – HIV/ AIDS � Exames laboratoriais na gestante HIV positivo: � Trimestralmente o CD4 deve ser avaliado para readequar a terapia anti-retroviral, e para estabelecer o risco de progressão da doença. É o indicador mais importante em pessoas assintomáticas. � - CD4 < 200 cel/mm³ → doença avançada VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA – HIV/ AIDS � Trimestralmente a Carga Viral (CV) também deve ser testada para avaliar a resposta ao tratamento e para definir a via de parto. � CV indetectável ou < 1.000 cópias → taxa de transmissão vertical de 1% � CV > 1.000 cópiais → cesárea. � CV < 2.500 cópias → < risco de progressão da doença � CV > 20.000 cópias → > risco de transmissão vertical Cuidados durante a gestação em mães HIV+: � Seguir tratamento corretamente � Usar preservativo em todas as relações sexuais, inclusive se parceiro também for HIV+ devido à exposição à diversas cepas e aumento da replicação viral. � Orientações sobre alimentação, pois a má nutrição VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA – HIV/ AIDS � Orientações sobre alimentação, pois a má nutrição prejudica a tolerância e a absorção dos anti- retrovirais, além de interferir no seu sistema imunológico, aumentando assim, a transmissão vertical. � Desencoragar o tabagismo e o uso de drogas, pois estes aumentam o risco de transmissão vertical devido às alterações placentárias e complicações obstétricas que desencadeiam. � Avaliar a presença de outras doenças sexualmente transmissíveis: � As lesões genitais provocadas por DST são mais graves e resistentes ao tratamento quando na presença do HIV. � Os vírus da Aids têm rápida progressão diante da presença de uma DST. � Citologia oncótica → HIV ↑ taxas de HPV e lesões intraepiteliais � Tratamento: � - Monoterapia com AZT (Zidovudina) – padrão para prevenção da VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA – HIV/ AIDS � - Monoterapia com AZT (Zidovudina)– padrão para prevenção da transmissão vertical. � - Terapia ótima: 2 inibidores da transcriptase reversa + 1 inibidor de protease. � - CD4 > 350 cel/mm³ → AZT � - CD4 < 200 cel/mm³ com ou sem carga viral → terapia anti-retroviral com 3 agentes. � Zidovudina (AZT): ↓ transmissão vertical � - Cesárea eletiva sem AZT: 8,2% de transmissão � - Cesárea eletiva + AZT: 2% de transmissão VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA – HIV/ AIDS Período Terapia Anteparto 300mg de AZT 12/12h (ou 200mg 8/8h) VO após a 14ª semana gestacional. Intraparto AZT 2mg/kg de peso corporal EV em 1 Terapia com AZT para prevenção da transmissão perinatal do HIV: hora, então 1mg/kg peso corporal por infusão contínua até a ligadura do cordão umbilical. Neonatal AZT oral 2mg/kg de peso corporal 6/6h. 1ª dose: 8 a 12 horas após o nascimento (EV em neonatos que não conseguem ingerir VO). � Cesárea em HIV positivo: � - ↓transmissão vertical se o vírus é detectável � - O ideal para gestantes HIV+ é a cesárea eletiva com 38 semanas de gestação, bolsa íntegra e fora de TP. � - Se não for eletiva, a cesariana não se mostra benéfica, devendo-se optar pelo parto vaginal, o qual deve ser realizado em até 4 horas da aminiorrexe, VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA – HIV/ AIDS deve ser realizado em até 4 horas da aminiorrexe, pelo risco aumentado de transmissão vertical quando a latência for maior que 4 horas (aumento do risco de 2% a cada hora após a 4ª hora da amniorrexe). � - Benefício se: carga viral ≤ 1.000 cópias. Neste grupo de pacientes pode-se realizar cesárea mesmo em TP, se dilatação cervical < 4cm e com bolsa íntegra. � Manejo do cuidado no período intra e pós-parto: � - Equipe de saúde: precauções universais para sangue e líquidos orgânicos. � - Uso do AZT (dose inicial na admissão do TP e dose de manutenção contínua durante o TP). � - Diminuir a exposição do neonato ao sangue materno. VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA – HIV/ AIDS � - Diminuir a exposição do neonato ao sangue materno. � - Manter se possível as membranas íntegras até o nascimento. � - Higienização do RN o mais precoce possível. � - Desencorajar o AM. � Orientar sobre o preparo e fornecer a fórmula infantil (por 6 meses). � Orientar todas as puérperas sobre o risco da amamentação cruzada. � O acolhimento da mulher/gestante/parturiente soropositiva requer atenção especial, pois a prevenção da transmissão vertical do HIV depende, também de como a VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA – HIV/ AIDS depende, também de como a mulher se sente acolhida e aconselhada pelo profissional de saúde, depende do quanto ela percebe sua situação e avalia seus riscos e os do concepto/recém-nascido. PRÓXIMA AULA � Toxoplasmose � Sífilis� Sífilis � Hepatite B
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