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Adimplemento e extinção das obrigações

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Adimplemento e Extinção das obrigações
Considerações iniciais
	As obrigações podem ser extintas de dois modos. O modo satisfatório ocorre quando o credor recebe a prestação ou tira algum proveito. A satisfação pode ser direta (ex.: pagamento) ou indireta (ex.: compensação). O modo não satisfatório ocorre quando a obrigação fica extinta sem qualquer proveito para o credor (ex.: remissão, prescrição, novação etc.).
Do pagamento
conceito
	O pagamento é meio direto de extinção das obrigações por excelência. É o efetivo cumprimento da prestação. O termo “pagamento” vale para designar o cumprimento de qualquer modalidade de obrigação (de dar, de fazer ou não fazer).
elementos essenciais
	-Existência que justifique o pagamento, sob pena de se tratar de pagamento indevido, possibilitando repetição de indébito;
	-Intenção de pagar (animus solvendi), sob pena de se tratar de pagamento por engano, também possibilitando repetição;
	-Cumprimento da prestação
	-Presença de sujeito que paga (solvens);
	-Presença daquele a quem se paga (accipiens).
Natureza Jurídica
A natureza jurídica do pagamento é matéria altamente controvertida. Essa dificuldade reside principalmente no fato de o pagamento poder ser efetuado de diversas formas, visto consistir no modo de cumprimento ou execução de qualquer espécie de obrigação. 
Em conclusão, o pagamento tem a natureza de um ato jurídico em sentido amplo, da categoria dos atos lícitos, podendo ser ato jurídico stricto sensu ou negócio jurídico, bilateral ou unilateral, conforme a natureza específica da prestação.
De quem deve pegar
	Qualquer interessado na extinção da obrigação pode pagar. Assim, além do devedor, um terceiro também pode adimplir a obrigação.
	O terceiro pode ser classificado como interessado ou não interessado. O terceiro interessado é aquele que pode ter seu patrimônio atingido caso a dívida não seja paga (ex.: fiador, avalista, sócio, adquirente de móvel hipotecado etc.). Nesse caso, o solvens (terceiro interessado) fica sub-rogado nos direitos do credor originário (art. 346, III, CC). O terceiro não interessado, é aquele que paga por interesse moral ou afetivo, por exemplo. Caso realize o pagamento em nome próprio, terá apenas o direito de reembolsar-se do que pagou sem sub-rogação nos direitos do credor (se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento). E ainda, não terá direito ao reembolso se, efetuado o pagamento com o desconhecimento ou oposição do devedor, este tinha meios para ilidir a ação. De outra parte, se o terceiro não interessado realizou pagamento em nome de devedor e com anuência deste, nada poderá reclamar, haja vista que o ato será considerado mera liberalidade. 
	Apenas terá eficácia o pagamento que importar a transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu. Neste passo, apenas quem é dono é que pode alienar. Se for dado em pagamento coisa fungível de terceiro, este não poderá reclamá-la se o credor já a tiver recebido e consumido de boa-fé. Caberá ao terceiro demandar o devedor pela reparação.
a quem se deve pagar
	O pagamento deve ser feito ao credor, ao seu representante ou aos seus sucessores. O pagamento feito a qualquer outra pessoa não tem efeito liberatório. Não obstante o CC entenda que as questões referentes a pagamento interferem no plano de validade, o Enunciado n. 425 JDC/CJF transporta a questão para o plano da eficácia: O pagamento repercute no plano da eficácia, e não no plano da validade como preveem os arts. 308, 309 e 310 do Código Civil.
	Neste contexto, há situações em que o pagamento feito a terceiro desqualificado será eficaz: 
Se houver ratificação pelo credor;
Se reverter em proveito do credor;
Se for feito de boa-fé ao credor putativo, ou seja, àquele que parecia, objetivamente, ser o credor (ex.: herdeiro aparente).
De outra parte, há situações em que o pagamento feito ao credor não será eficaz:
Se for feito ao credor incapaz de dar quitação, salvo se o devedor provar que reverteu em proveito do credor;
Se o devedor tiver sido intimado da penhora e mesmo assim pagar ao credor, hipótese em que titulares da penhora poderão constranger o devedor a pagar novamente, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.
Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstancias contrariarem a presunção daí resultante.
objeto do pagamento e sua prova
	O pagamento deve coincidir com a coisa devida. Assim, o credor não é obrigado a receber prestação diversa da pactuada, ainda que mais valiosa. Da mesma forma, ainda que a obrigação seja divisível, o credor não está obrigado a receber em partes a prestação, se assim não se ajustou. Tem, portanto, o direito de exigir o todo. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal. Quanto ao valor nominal, a própria lei admite a convenção de aumento progressivo de prestações sucessivas, dando força à ideia de dívida de valor (e não de dívida de dinheiro). O reajusto automático de prestação tem o nome de cláusula de escala móvel. A Lei nº 10.192/01 considera nula de pleno direito a estipulação de reajusto em periodicidade inferior a um ano. Também se admite a revisão da obrigação “quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o momento de sua execução” (art. 317, CC). Adotou-se a teoria da imprevisão. Esse dispositivo será aplicado quando tivermos contratos com as seguintes características: bilaterais, onerosos, comutativos, de execução diferida ou continuada. E ainda deve haver um fato imprevisível que gere onerosidade excessiva para uma das partes. Neste espeque, a expressão legal “motivos imprevisíveis” deve abarcar tantas causas de desproporção não previsíveis como também causas previsíveis, mas de resultados imprevisíveis (Enunciado n. 17 JDC/CJF). Outrossim, são nulas as convenções de pagamento em outro ou em moeda estrangeira. A ideia é preservar o curso forçado da moeda nacional. Há exceções no Dec.-Lei nº 857/69 e na Lei nº 6.423/77 (ex.: importação e exportação). 
	A prova do pagamento é feita por meio da quitação regular, sendo que o devedor pode reter o pagamento enquanto não lhe seja dada. Essa “quitação regular” engloba a quitação dada por meios eletrônicos ou por quaisquer formas de “comunicação a distância”, sendo assim entendida aquela que permite ajustar negócios jurídicos e praticar atos jurídicos sem a presença corpórea simultânea das partes ou de seus representantes (Enunciado n.18 JDC/CJF). Nos débitos, cuja quitação consistir na devolução do título, perdido este, poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido. Isso para evitar de ser cobrado novamente caso o título seja encontrado. 
	Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitação.
lugar do pagamento
	Lugar é onde o devedor deve comprimir a obrigação e o credor exigir seu cumprimento. A regra é o domicílio do devedor (dívida quesível). Mas por motivo legal, convencional ou circunstancial é possível que a obrigação tenha de ser cumprida no domicílio do credor (dívida portável).
	Designado mais de um lugar para o pagamento, cabe ao credor a escolha.
	Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel ou em prestações relativas a imóvel, far-se-á lugar onde estiver situado o bem.
	Será válido o pagamento feito em lugar diverso se houver motivo grave que justifique isso e não haja prejuízo para o credor. 
	O pagamento reiteradamente feito em outro lugar faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato. Essa regra vem em prestígio ao princípio da boa-fé objetiva e da eticidade, traduzidos na figura da supressio (possibilidade de supressão de uma obrigação contratual pelo não exercício pelo credo que gera uma legítima expectativa no devedor de que essa abstenção se prorrogará no tempo) e da surrectio (obtenção de um direito que não existia até então, em decorrênciada prática reiterada).
tempo do pagamento
	O pagamento deve ser efetuado na data do seu vencimento. Não tendo sido ajustada data para o pagamento, poderá ele ser exigido imediatamente. Em se tratando de obrigações condicionais, o vencimento se dá no momento do implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que o devedor teve ciência de tal fato.
	O credor poderá cobrar a dívida antes do vencimento se:
- O devedor cair em falência ou concurso de credores;
- Os bens do devedor, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor;
- Cessarem, ou se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias ou reais, e o devedor, intimado, negar-se a reforça-las.
	Nestes casos, presente a solidariedade passiva, não se reputará vencido o débito quanto aos outros devedores solventes.
pagamento em consignação
	Forma especial de pagamento, por meio de depósito judicial ou em estabelecimento bancário (só é admitido prestação em dinheiro), cabível quando houver mora do credor ou risco para o devedor na realização do pagamento direto. 
	Aplica-se essencialmente para as obrigações de dar, não se admitindo para as obrigações de fazer ou não fazer. 
	Quanto ao objeto, podem ser consignados bens móveis e imóveis. O mais comum é a consignação em dinheiro. Contudo, também é possível que se consigne outros bens. Neste caso, tratando-se de coisa imóvel ou corpórea que deve ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o réu para vir ou mandar recebe-la, sob pena de ser depositada. 
	Para que o devedor fique exonerado da obrigação, a consignação deve cumprir os mesmos requisitos exigidos para a validade de pagamento quanto às pessoas, ao objeto, modo, tempo e lugar. Efetuado o depósito, cessa para o devedor os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.
	O devedor poderá requerer o levantamento do deposito enquanto o credor não declarar que o aceita ou o impugnar, desde que pague as respectivas despesas, hipótese em que o debito subsistirá.
	Contestada a lide pelo credor ou aceito o depósito, caso ele aquiesça com o levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe competiam com relação a coisa consignada, ficando para logo desobrigados os codevedores e fiadores que não tenham anuído. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão a conta do credor e, no caso contrário, a conta do devedor.
	Sendo a coisa indeterminada, caso a escolha caiba ao credor, será ele citado para esse fim, sob pena de perder esse direito caso não o faça, transferindo-se então a faculdade de escolha ao devedor.
	Em regra, a consignação é pleiteada pelo devedor. Porém, há uma exceção em que ela pode ser pedida pelo credor:
- Quando a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem mutuamente excluir, poderá qualquer deles requerer a consignação.
	A consignação é cabível:
- Se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
- Se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
- Se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
- Se ocorrer dúvidas sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
- Se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
pagamento com sub-rogação
	É a operação pela qual a dívida se transfere a terceiro que a pagou, com todos os seus acessórios. Na sub-rogação apenas o que ocorre é a troca do credor. Tanto o devedor como o objeto obrigacional permanecem incólumes. Isso significa dizer que a dívida permanece a mesma, com as mesmas regras quanto aos juros, a fiança, a cláusula penal etc. O novo credor terá todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores. 
	Pode ocorrer independentemente da anuência do devedor, salvo na hipótese do art. 347, I do CC em que será necessário a notificação do devedor para que ele saiba a quem deve pagar. A sub-rogação possui caráter gratuito.
	Em regra, a obrigação fica extinta no que concerne ao credor original. Contudo, se este for apenas em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever.
ESPÉCIES DE SUB-ROGAÇÃO
Legal ou automática: é a que opera de pleno direito, em favor:
- Do credor que paga a dívida do devedor comum; aqui temos um devedor com dois credores, sendo que um desses paga o outro para evitar o fim do patrimônio do devedor, por exemplo;
- Do adquirente do imóvel hipotecado, que paga o credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre o imóvel; 
- Do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte;
Convencional: é a que decorre da vontade das partes e que se verifica nos seguintes casos:
- Quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;
- Quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito. Ex.: contratos de mútuo pelo Sistema Financeiro da Habitação.
	A sub-rogação legal possui caráter de ato jurídico unilateral, enquanto que a sub-rogação convencional pode ser considerada um ato jurídico bilateral ou negócio jurídico. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até a soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor. Relativamente à sub-rogação convencional a questão encontra certa polêmica, porém prevalece o entendimento de se aplicar a mesma regra.
Imputação do pagamento
	É a indicação ou determinação da dívida a ser quitada quando uma pessoa obrigada por dois ou mais débitos, líquidos e vencidos, da mesma natureza e com o mesmo credor só pode pagar um deles.
	Cabe ao devedor indicar, no ato do pagamento, qual dívida deseja saldar.
	Na ausência de indicação pelo devedor, o credor fará a indicação por meio da quitação. Se a indicação não for feita, dar-se-á a imputação legal:
- O pagamento será imputado primeiro nos juros vencidos e depois no capital;
- O pagamento será imputado primeiro nas dívidas vencidas há mais tempo;
- Se todas forem vencidas no mesmo tempo, imputa-se na mais onerosa;
- Se todas forem iguais, imputa-se proporcionalmente.
	Obs.: Súmula nº 464 do STJ: “a regra de imputação de pagamentos estabelecidas no art. 354 do CC não se aplica às hipóteses de compensação tributária”.
Dação em pagamento
	É o acordo de vontade por meio do qual o credor aceita receber prestação diversa da que lhe é devida. Na dação o que é alterado na relação obrigacional é apenas o objeto, sendo que o credor e devedor permanecem os mesmos. Por exemplo, uma pessoa devia R$ 1.000,00 e combina com o credor que pagará com a entrega de uma bicicleta. Trata-se de contrato real, pois só se aperfeiçoa com a tradição. Se for determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda. 
	Extingue a obrigação original. Todavia, se houver evicção, ficará restabelecida a prestação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada.
Evicção: é uma perda, que pode ser parcial ou total, de um bem por motivo de decisão judicial ou ato administrativo (art. 447 CC) que se relacione a causa preexistente ao contrato. 
Art. 447 “Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública”.
Ex.: A venda de um automóvel pela pessoa A para uma pessoa B, sendo que posteriormente se verifica que na verdade o automóvel pertence à uma pessoa C. A pessoa B pode sofrer evicção e ser obrigada por sentença judicial a restituir o automóvel a pessoa C. A pessoa B tem direito a indenização, pela pessoa A, pelo prejuízo sofridocom a evicção.
Cabe ressaltar que, a ignorância do evicto (adquirente) face ao direito do evictor, além de onerosidade do negócio são fundamentais para caracterização de evicção.
Verificada a evicção sobre o bem dado em pagamento, ressurge a obrigação que havia sido extinta com todos os seus acessórios, exceto o fiador que continua liberado, conforme art. 838 do Código Civil Brasileiro.
Art. 838 “ O fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado: 
Se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao devedor; 
Se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos seus direitos e preferencias; 
III- Se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavelmente do devedor objeto diverso do que este era obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perde-lo por evicção”.
novação
	É a criação de obrigação nova para extinguir a anterior. Trata-se, ao mesmo tempo, de causa extintiva e geradora de obrigações. Decorre da vontade dos interessados, não da lei. A novação extingue os acessórios e as garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em contrário. Referida estipulação não poderá atingir terceiros que deram garantia real (penhor, hipoteca ou anticrese), caso não tenham participação da novação. No que tange a eles, será necessário consentimento expresso. 
requisitos de validade
- Existência de obrigação anterior: assim, não podem ser objeto de novação obrigações nulas ou extintas. Todavia, sujeitam-se a novação as obrigações anuláveis, haja vista que esta pode ser confirmada pela novação;
- Constituição de nova dívida: há de ser algo efetivamente novo e válido. Se a nova dívida for nula será restabelecida a obrigação anterior;
- Intenção de novar ou animus novandi: o CC aduz que o ânimo de novar pode ser expresso ou tácito, porém deve ser inequívoco. Se assim não o for a segunda obrigação simplesmente confirma a primeira. Trata-se de requisito subjetivo, muitas vezes de difícil demonstração, mormente no que tange à forma tácita. Assim, o ideal é que a manifestação seja exarada de forma expressa para que não restem dúvidas. 
espécies
- Objetiva ou real: quando houver modificação no próprio objeto da obrigação. Por exemplo, substitui-se obrigação em dinheiro para obrigação de não fazer;
- Subjetiva ou pessoal: quando houver substituição de um dos sujeitos da obrigação anterior; não se confunde com a cessão de crédito e a assunção de dívida, pois na novação o vínculo anterior é extinto e cria-se um novo. Pode ser:
- Ativa: quando houver substituição do credor, formando-se nova dívida entre devedor e terceiro;
- Passiva: quando houver substituição do devedor. 
Será chamada de novação por expromissão quando o devedor é substituído sem o seu consentimento;
Se for por ordem do devedor, chama-se delegação, sendo necessária a anuência do credor. 
Se o novo devedor for insolvente (não tem condições de quitar a dívida), o credor, que o aceitou, não tem ação regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição.
-Subjetiva mista ou subjetiva-objetiva: quando, ao mesmo tempo, houver substituição do objeto e de algum dos sujeitos da obrigação anterior. 
compensação
	É a extinção das obrigações entre duas pessoas que são, ao mesmo tempo, credora e devedora uma da outra. As obrigações ficam extintas até onde se compensarem. Por exemplo, se “A” deve R$ 1.000,00 a “B” e este, R$ 800 a “A”, pela compensação, a segunda obrigação fica extinta, remanescendo uma dívida de R$ 200 de “A” para “B”. 
	O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus créditos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, não for notificado, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente.
	Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas compensáveis, serão observadas, em sua compensação, as regras da imputação ao pagamento.
espécies
- Legal: é a que decorre da lei, automaticamente. Nesse caso, o devedor poderá alegar a compensação na contestação (exceção de compensação) ou em embargos do devedor. Por se tratar de questão dispositiva, o juiz não pode pronunciá-la de ofício, salvo em relação a honorários advocatícios fixados na própria sentença;
- Convencional: é a que decorre da vontade das partes. Não há necessidade de preenchimento de nenhum requisito. 
- Judicial: é a compensação reconhecida em processo judicial, mediante pedido de ambas as partes.
	É possível a renúncia previa à compensação, contudo essa regra deve ser vista com ressalva, mormente no que tange à compensação legal, contratos de consumo e contratos de adesão.
requisitos da compensação legal
- Reciprocidade das obrigações; a exceção é a situação do fiador, que poderá opor compensação de crédito do devedor para com o credor;
- Prestações líquidas e vencidas; dívida prescrita não pode ser oposta, pois, de acordo com o art. 190 do CC, a exceção prescreve no mesmo prazo que a pretensão;
- Coisas fungíveis; ou seja, as coisas a serem compensadas devem ser do mesmo gênero e qualidade.
impedimentos à compensação 
	Tanto a vontade (impedimento convencional) como a lei (impedimento legal) podem estabelecer restrições à compensação. São casos de impedimento legal:
- Se uma das dívidas provier de furto, roubo ou esbulho (atos ilícitos);
- Se uma das dívidas se originar de comodato (bem infungível), depósito (bem infungível) ou alimentos (crédito incompensável);
- Se uma das dívidas for de coisa não suscetível de penhora (bem fora do comércio);
- Se a compensação se der em prejuízo de terceiros (boa-fé objetiva).
	Com exceção destes casos, a diferença de causa nas dívidas não impede a compensação. 
	Em relação a débitos fiscais, a legislação especial é que trata do tema.
	Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral não impedem a compensação. Essa regra vem em prestígio à boa-fé objetiva, no sentido de que se for concedido um prazo a mais para o pagamento, aquele que conseguiu o prazo não pode alegá-lo, agora de má-fé para obstar a compensação. Traduz a figura do tu quoque, isto é, não fazer ao outro o que não gostaria que fosse feito contra si mesmo. 
	Não se admite compensação em prejuízo de direito de terceiro. Assim, suponhamos que “A” era devedor de “B”. Logo “B” tinha um crédito em relação a “A”. Esse crédito é penhorado. Na sequência, por alguma razão “A” agora se torna credor de “B”. “B” não pode opor ao exequente da penhora a compensação de que contra “A” disporia. 
confusão
	É a extinção da obrigação pela reunião, em uma única pessoa, das qualidades de credora e devedora na relação jurídica. A confusão pode ser total ou parcial.
	Em caso de obrigações solidarias, operada a confusão, só será extinta a obrigação até a concorrência da respectiva parte no credito, ou na dívida, permanecendo, quanto o mais a solidariedade. 
	Sobrevindo a causa, a obrigação estará extinta. Contudo, cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios a obrigação anterior. O processo será extinto, sem julgamento de mérito. Um exemplo é um herdeiro que recebe de herança um crédito contra si mesmo.
remissão das dívidas
	Consiste na exoneração da dívida do devedor, por liberalidade do credor. É o perdão da dívida. A lei exige concordância do devedor. Assim, trata-se de negócio jurídico bilateral. A remissão não pode prejudicar terceiros. Se isso ocorrer, pode ser configurada a fraude contra credores. 
	A remissão pode ser expressa, tácita (ex.: quitação total após pagamento parcial) ou presumida (ex.: devolução voluntária do título. Essa devolução prova desoneração do devedor e de seus coobrigados, se o credor for capaz de alienar e o devedor capaz de adquirir. Mas atenção: a devolução voluntária de um objeto empenhado, isto é, fruto de penhor, prova a renuncia à garantia e não a extinção da dívida).
	No que concerne à solidariedade, a remissão concedida a um dos codevedores extingue a dívida na parte a ele correspondente, preservando-se a solidariedade em relaçãoaos demais. Contudo, o credor só lhes pode cobrar o débito deduzida a cota remitida.

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