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Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. di re ito e le gi sl aç ão a pl ic ad a Alex Sander Branchier Juliana Daher Delfino Tesolin 3ª ed. rev. e atual. Por Alex Sander Branchier Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Conselho editorial Dr. Ivo José Both Drª. Elena Godoy Dr. Nelson Luís Dias Dr. Ulf Gregor Baranow Editor-chefe Lindsay Azambuja Editor-assistente Ariadne Nunes Wenger Editor de arte Raphael Bernadelli Análise de informação Jerusa Piccolo Revisão de texto Schirley H. de Gois Hartmann Capa Denis Kaio Tanaami Projeto gráfico Raphael Bernadelli Diagramação Katiane Cabral Av. Vicente Machado, 317 . 14º andar Centro . Cep 80420-010 . Curitiba . PR . Brasil Tel.: (41) 2103-7306 www.editoraibpex.com.br editora@editoraibpex.com.br 1ª edição, 2003 2ª edição rev. e atual., 2004 3ª edição rev. e atual., 2006 12-08270 Branchier, Alex Sander Direito e legislação aplicada [livro ele- trônico] / Alex Sander Branchier, Juliana Daher Delfino Tesolin. – 3. ed. rev. e atual. – Curitiba: Ibpex, 2012. 2 MB ; PDF ISBN 978-85-7838-946-8 1. Direito 2. Legislação I. Tesolin, Juliana Daher Delfino. II. Título. CDU-340.1:340.134 20. ed. Informamos que é de inteira responsabilidade dos autores a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Ibpex. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal. Foi feito o depósito legal. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Índices para catálogo sistemático: 1. Direito e legislação 340.1:340.134 Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Esta obra foi concebida com o intuito de apresentar aspectos rele- vantes sobre temas diferentes que envolvem o direito. Assim, divi- dida em nove capítulos, o primeiro, intitulado “Noções de direito”, pretende informar o leitor acerca dos fundamentos elementares do direito e tratar de modo simples de alguns institutos do direito civil. O segundo capítulo – “Direito administrativo” – traz uma visão geral sobre esse ramo do direito, sobre o qual assentam regras de relação dos particulares em face do Poder Público e dos governan- tes e agentes sobre a coisa pública. O terceiro capítulo, denomina- do “Direito constitucional”, presta-se a destacar a importância e o papel da Constituição Federal vigente na construção do sistema jurídico nacional. Já no terceiro, quarto e quinto capítulos, intitulados respecti- vamente “Direito tributário”, “Direito do trabalho” e “Direito pre- videnciário”, demonstra-se o modo pelo qual o Estado tributa os particulares, revelando-se o básico sobre as espécies tributárias e o modo de sua exigência, bem como aborda-se o conjunto dos principais regramentos acerca das relações de emprego, além de ser apresentada ao leitor uma visão pragmática do quadro que en- volve a seguridade social brasileira nas suas três vertentes: saúde, previdência social e assistência social. Quanto ao sétimo capítulo – ap re se nt aç ão Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. “Direito do Consumidor” –, visa tornar compreensíveis para o leitor as regras essenciais a serem observadas nas relações de consumo, as quais se multiplicam vertiginosamente por força das facilidades tecnológicas e pelo avanço do marketing de consumo. O capítulo oitavo – “Direito ambiental’ – apresenta ao leitor uma ampla, mas eficaz, panorâmica desse novo ramo do direito, que deve assumir importância ímpar nas relações humanas nos próximos tempos, tendo em vista a escassez dos bens da natureza, antes imaginados infinitos. Por fim, o nono capítulo, denominado “Direito empresarial’, cumpre a função de tratar dos principais te- mas práticos dessa área do direito, tais como as formas empresa- riais modernas, os contratos empresariais e a lei de recuperação judicial, extrajudicial e de falência de empresas. Todos esses temas são complementados ainda pelos anexos cons- tantes ao final da obra, permitindo o aprofundamento do aprendi- zado, de modo a esclarecer os principais conteúdos de cada um dos ramos do direito abordados. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. su m ár io lista de siglas 11 capítulo I noções de direito aspectos gerais do direito civil 15 1.1 Fontes do direito - 15 1.2 Ramos do direito - 16 1.3 Pessoas naturais - 17 1.4 Pessoas jurídicas - 21 1.5 Domicílio civil, residência e habitação - 21 1.6 Bens - 22 1.7 Direitos - 24 1.8 Direitos reais - 25 1.9 Posse - 25 1.10 Propriedade - 27 1.11 Direito das obrigações - 32 1.12 Contratos - 35 capítulo II direito administrativo 41 2.1 Administração Pública - 41 2.2 Princípios básicos da Administração Pública - 44 2.3 Poderes administrativos - 46Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 2.4 Servidores públicos - 49 2.5 Serviços públicos - 53 2.6 Bens públicos - 54 2.7 Intervenção na propriedade - 57 2.8 Atos administrativos - 59 2.9 Licitações - 63 2.10 Contratos administrativos - 66 2.11 Controle da legalidade do ato administrativo - 68 capítulo III direito constitucional 71 3.1 Princípios fundamentais da CF/1988 - 71 3.2 Direitos e garantias fundamentais - 75 3.3 Organização do Estado - 76 3.4 Organização político-administrativa do Estado - 78 3.5 Organização dos Poderes - 79 3.6 Finanças públicas - 92 3.7 Ordem econômica - 93 3.8 Ordem social - 95 capítulo IV direito tributário 97 4.1 A receita pública - 98 4.2 Direito tributário – conceito e enquadramento - 99 4.3 Sistema tributário - 100 capítulo V direito do trabalho 157 5.1 Introdução ao estudo do direito do trabalho/legislação social - 157 5.2 Princípios do direito do trabalho - 158 5.3 5.4 O empregado - 161 5.5 O empregador - 164 Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 5.6 Contrato de trabalho - 167 5.7 Remuneração e salário - 173 5.8 Repouso semanal remunerado - 177 5.9 Férias anuais remuneradas - 179 5.10 Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) - 181 5.11 Alteração do contrato de trabalho - 184 5.12 Suspensão e interrupção do contrato de trabalho - 185 5.13 Aviso prévio - 187 5.14 Proteção ao trabalho da mulher, da criança e do adolescente - 188 5.15 Segurança e medicina do trabalho - 191 5.16 Prescrição - 193 5.17 Justiça do Trabalho - 195 5.18 Terminação do contrato de trabalho - 202 capítulo VI direito previdenciário 205 6.1 Seguridade social - 205 capítulo VII direito do consumidor antecedentes e contexto 239 7.1 O Código de Defesa do Consumidor (CDC) – finalidade - 241 7.2 Definições de consumidor e fornecedor - 243 7.3 Direitos básicos do consumidor - 247 7.4 A regra geral de qualidade - 255 7.5 A questão do tempo/prazo no CDC - 269 7.6 A desconsideração da personalidade jurídica no CDC - 276 7.7 A oferta de produtos ou serviços no CDC - 279 Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 7.8 A publicidade enganosa e abusiva no CDC - 281 7.9 Práticas abusivas no CDC - 286 7.10 Cobrança de dívidas no CDC - 291 7.11 Direito de arrependimento no CDC - 292 7.12 Cláusulas abusivas no CDC e seus efeitos - 294 7.13 Sanções no CDC - 299 capítulo VIII direito ambiental 309 8.1 Direito ambiental – linhas gerais e destaques - 309 8.2 Meio ambiente - 310 8.3 Antecedentes do direito ambiental - 312 8.4 O direito ambiental no Brasil - 314 8.5 Bens protegidos diretamente como de interesse ambiental - 318 8.6 Crimes ambientais - 318 8.7 Institutos e órgãos de proteção ao meio ambiente - 323 capítulo IX direito empresarial 331 9.1 Direito empresarial - 331 9.2 Atividade empresarial - 332 9.3 Contratos mercantis - 344 9.4 Lei de Recuperação Judicial e Extrajudicial e Falências - 358 anexos 363 textos e sites recomendados 387 referências 389 Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. lis ta d e si gl as CC – Código Civil CCom. – Código Comercial CDC – Código de Defesa do Consumidor CF – Constituição Federal CFM – Conselho Federal de Medicina CFO – Conselho Federal de Odontologia CLT – Consolidação das Leis do Trabalho CNRH – Conselho Nacional de Recursos Hídricos Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente Confea – Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia Cofins – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social CP – Código Penal CPC – Código de Processo Civil CPP – Código de Processo Penal CTN – Código Tributário Nacional CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social DEPRN – Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais DO – Diário Oficial DRT – Delegacia Regional do Trabalho EC – Emenda Constitucional FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço IAA – Instituto do Açúcar e do Álcool IAP – Instituto Ambiental do Paraná Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBC – Instituto Brasileiro do Café IBDF – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias IGP-DI – Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária IE – Imposto de Exportação IGF – Imposto sobre Grandes Fortunas II – Imposto de Importação INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social IOF – Imposto sobre Operações Financeiras IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores IPTU – Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana IR – Imposto de Renda IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica ISS/ISSQN – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza ITBI – Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis ITCF – Instituto de Terras, Cartografia e Florestas ITCMD/ITD – Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural LC – Lei Complementar LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias LICC – Lei de Introdução ao Código Civil LO – Lei Ordinária LOA – Lei Orçamentária Anual Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al.OAB – Ordem dos Advogados do Brasil OIT – Organização Internacional do Trabalho ONU – Organização das Nações Unidas PPA – Plano Plurianual Pasep – Programa de Formação de Patrimônio do Servidor Público PIS – Programa de Integração Social Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Sedhevea – Superintendência da Borracha Sema – Secretaria do Meio Ambiente Semarh – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Sesc – Serviço Social do Comércio Sesi – Serviço Social da Indústria Sisnama – Sistema Nacional do Meio Ambiente SNDC – Sistema Nacional de Defesa do Consumidor STF – Supremo Tribunal Federal STN – Secretaria do Tesouro Nacional STJ – Superior Tribunal de Justiça Sudepe – Superintendência do Desenvolvimento da Pesca Surehma – Superintendência de Recursos Hídricos e Meio Ambiente TRF – Tribunal Regional Federal Ufir – Unidade Fiscal de Referência Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 1.1 Fontes do direito Fontes do direito são os meios pelos quais se formam as regras jurídicas. Existem as f o n t e s d i r e t a s , que são a lei e o costume, e as i n d i r e t a s , que são a doutrina e a jurisprudência. Lei: é a norma editada pelo Legislativo. Costume: é a reintegração constante de uma conduta, na con- vicção de ser esta uma prática obrigatória (de direito). Na falta de lei sobre determinado assunto, pode o juiz decidir com base nos costumes da sociedade (art. 4º, LICC). Doutrina: é a interpretação da lei, feita pelos estudiosos do direito, por meio de aulas, obras literárias, pareceres, monografias etc. Jurisprudência: é a interpretação da lei, feita pelos juízes e tribu- nais, nas suas decisões. Diz-se que a jurisprudência está firmada quando uma questão (ou seja, um determinado assunto) é julgada várias vezes da mesma maneira. no çõ es d e di re ito as pe ct os g er ai s do d ir ei to c iv il I D ir ei to e le gi sl aç ão a pl ic ad a 16 1.2 Ramos do direito Primeiramente é mister esclarecer que o direito pode ser positivo ou natural. Natural: é a ideia abstrata de direito, corresponde ao sentimento de justiça da comunidade. Positivo: é o conjunto de regras jurídicas em vigor num determi- nado país, numa determinada época. Ex.: O direito positivo não obriga ao pagamento de duplicata prescrita; já o direito natural considera esse pagamento, a qualquer tempo, devido e correto. Assim, de todo o exposto, pode-se entender que o direito positivo, uma vez que é o único regulamentado, subdivide-se em: Figura 1 – Divisões do direito positivo Público Privado Direito Positivo Constitucional Público Penal Administrativo Nacional Eleitoral Tributário Ambiental Trabalhista Processual Civil Privado Comercial do Consumidor Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. N oç õe s de d ir ei to – a sp ec to s ge ra is d o di re it o ci vi l 17 Obs.: o direito do trabalho vem recebendo da doutrina jurídica tratamento polêmico. Alguns o classificam no campo do direito pú- blico dado seu caráter impositivo, protetivo e interferente do Estado sobre as relações trabalhistas. Todavia, outros o inserem na cate- goria de direito privado pelo fato de regular predominantemente os contratos individuais firmados entre empregador e empregado. Assim, tanto uma classificação quanto a outra podem ser recepcio- nadas como válidas, dependendo do objeto e modo a serem priori- zados na avaliação. 1.3 Pessoas naturais Pessoa natural é o ser humano, a criatura que provenha de mulher. Toda pessoa natural possui um nome, que representa a maneira como é conhecida na sociedade. O nome individual é chamado de p r e n o m e ou n o m e p r ó - p r i o (ex.: João, Maria, Marco Antônio). Já o nome de família, por sua vez, costuma ser indicado por várias designações: s o b r e - n o m e , p a t r o n í m i o , a p e l i d o d e f a m í l i a etc. (ex.: Oliveira, da Silva). Existem ainda os agnomes, que são os elemen- tos distintivos secundários que se acrescentam ao nome completo (filho, júnior, sobrinho, neto etc.). Em princípio, o nome não pode ser modificado, especialmente no que se refere ao prenome e ao patronímio. Apenas em alguns casos excepcionais e justificados, a jurispru- dência aceita a retificação ou a alteração de qualquer dos elementos do nome (caso de erro gráfico evidente, nomes exóticos ou ridículos, inclusão de alcunha ou apelido, homonímia ou, ainda, no primeiro ano após a maioridade, desde que não prejudique os apelidos de família, tradução, casamento ou concubinato). D ir ei to e le gi sl aç ão a pl ic ad a 18 Frise-se que atualmente, pela vigência da Lei n.º 10.40/2002 do novo Código Civil (CC), em consonância com o art. 5º, I, da Constituição Federal (CF) de 1988, não predomina mais o caráter pater familis (família comandada pelo pai), que exigia da prole o uso do sobrenome/patronímio do pai e da esposa a agregação do sobrenome do esposo. Agora, prevalece a regra da isonomia/igualdade, que admite vá- rias possibilidades legais, dentre as quais se destacam: a) a esposa ter a faculdade de usar o sobrenome do esposo; b) o esposo agregar o sobrenome da esposa; c) o esposo ou a esposa modificar o sobre- nome no curso do casamento ou após sua dissolução etc. Além do nome, a pessoa natural possui elementos de caráter ju- rídico que a preparam para a vida em sociedade. São eles: perso- nalidade, legitimidade e capacidade jurídicas. Personalidade jurídica: aptidão ou capacidade para exercer direi- tos (titular de direitos e obrigações). Vivo para o mundo jurídico é: a) recém-nascido: a personalidade jurídica dá-se a partir do nascimento com vida (respiração); b) Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di reito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. N oç õe s de d ir ei to – a sp ec to s ge ra is d o di re it o ci vi l 19 Ex.: não é permitido irmão casar com irmão (falta legitimidade jurídica). Aptidão em sentido estrito. Capacidade jurídica ou civil: aptidão jurídica conferida a uma pessoa para o exercício dos atos da vida por si própria. É a possibi- lidade de ação, ou omissão, por ato voluntário, criando, modifican- do ou extinguindo direitos e obrigações dados a uma pessoa. Aquisição de capacidade civil: o art. 5º do CC diz textualmente: a menoridade cessa aos 18 completos, quando a pessoa fica habili- tada à prática de todos os atos da vida civil. Em outras palavras, trata-se aqui da aquisição regular de maio- ridade, portanto de 21 anos (CC revogado) passa a maioridade civil para 18 anos completos, coincidindo com a maioridade penal. Contudo, o parágrafo único trata dos casos excepcionais de aqui- sição da capacidade civil plena: Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapa- cidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independente- mente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos comple- tos; (trata-se da emancipação - observação nossa) II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela exis tência de relação de emprego, desde que, em fun- ção deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. D ir ei to e le gi sl aç ão a pl ic ad a 20 Portanto, não ocorrendo os casos acima mencionados nem atingindo os 18 anos, a pessoa será absolutamente incapaz ou re- lativamente incapaz. Nos termos dos artigos do novo CC (Lei n.º 10.406/2002) abaixo transcritos: Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoal- mente os atos da vida civil: I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática des- ses atos; III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Os absolutamente incapazes não podem realizar atos da vida civil pessoalmente, sendo seus atos firmados por seus responsáveis (pais, tutores, curadores etc). Já os relativamente incapazes podem realizar atos, porém devem ser assistidos/acompanhados pelos responsáveis, conforme o art. 4º: Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental com- pleto; IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. N oç õe s de d ir ei to – a sp ec to s ge ra is d o di re it o ci vi l 21 1.4 Domicílio civil, residência e habitação Domicílio civil É a sede jurídica da pessoa, onde ela se presume presente para efeitos de direito e onde exerce ou pratica, habitualmente, seus atos e negócios jurídicos. Também se considera domicílio o local de trabalho, ou onde a pessoa mantém o centro de suas ocupações, ou, ainda, o local onde for encontrada, se não tiver residência fixa ou centro de ocupações habituais. Se possuir mais de uma residência ou centro de ocupa- ções, pode o domicílio ser mútuo. Por sua vez, a pessoa jurídica tem por domicílio a sede ou a filial para os atos ali praticados. Espécies a) Domicílio voluntário: é aquele que fica a critério do indivíduo. b) Domicílio legal: é o fixado por lei. Ex.: o filho menor terá o mesmo domicílio de seu pai. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. D ir ei to e le gi sl aç ão a pl ic ad a 22 c) Domicílio de eleição: é aquele estabelecido por meio de acor- do entre as partes nos contratos. Residência: é o local em que se habita, com intenção de perma- necer, mesmo que dele se ausente temporariamente. Habitação (ou moradia): mera relação de fato. É o local em que a pessoa permanece, acidentalmente, sem ânimo de ficar. Ex.: quan- do alguém aluga uma casa para passar o verão. 1.6 Bens Segundo Alvim, citado por Diniz1, bens “São as coisas materiais ou imateriais que têm valor econômico e podem servir de objeto numa relação jurídica.” Os bens classificam-se em: Corpóreos: são os bens físicos, palpáveis. Ex.: uma mesa. Incorpóreos: são os bens abstratos. Ex.: um direito. Móveis: são aqueles que podem ser facilmente transportados. Ex.: uma cadeira. Imóveis: são aqueles que não podem ser transportados sem alte- ração de sua substância. Ex.: uma casa. Subdividem-se em: - Imóveis por natureza. Ex.: o solo, o espaço aéreo. - Imóveis por acessão. Ex.: construções, sementes lançadas à terra. - Imóveis por destinação. Ex.: utensílios agrícolas. - Imóveis por destinação legal. Ex.: penhor agrícola, sucessão aberta. Semoventes: são os animais. 1 DINIz, M. H. Curso de direito civil brasileiro. 20. ed. rev. aum. São Paulo: Saraiva, 2003. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. N oç õe s de d ir ei to – a sp ec to s ge ra is d o di re it o ci vi l 23 Fungíveis: são aqueles que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Ex.: dinheiro.Infungíveis: são aqueles que são insubstituíveis, valendo sua in- dividualidade. Ex.: a tela pintada pelo pintor Van Gogh. Consumíveis: são aqueles que se destroem pelo uso. Ex.: alimen- tos em geral. Inconsumíveis: são aqueles bens de natureza durável. Ex.: um livro. Divisíveis: são aqueles que podem ser passíveis de divisão. Ex.: um terreno. Indivisíveis: são aqueles que não admitem divisão, sob perda da sua essência. Ex.: um relógio. Singulares: são os bens individualizados em si mesmos. Ex.: um caderno. Coletivos: são os bens agregados num todo. Ex.: uma biblioteca. Principais: são os que assim se consideram com relação a outros, considerados acessórios. Ex.: a árvore em relação ao fruto. Acessórios: são aqueles que se consideram decorrentes de ou- tros. Ex.: o fruto em relação à árvore. Entre os bens acessórios, contam-se as benfeitorias e os frutos. As benfeitorias classificam-se em necessárias (conservação), úteis (melhoramentos) e voluptuárias (embelezamento). Os frutos classi- ficam-se em naturais (frutos das árvores), industriais (resultantes de atividades ou cultura) e civis (rendimentos, juros, dividendos). Públicos: são os bens de domínio nacional, pertencentes à União, aos estados ou aos municípios. Ex.: uma praça pública, o prédio da prefeitura. Particulares: são os que pertencem a pessoas naturais ou jurídi- cas de direito privado. Ex.: uma casa, um carro. No comércio: são os bens negociáveis. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. D ir ei to e le gi sl aç ão a pl ic ad a 24 Fora do comércio: são os bens insuscetíveis de apropriação (ex.: luz solar, ar atmosférico) e também as coisas inalienáveis por des- tinação de lei (ex.: bens de família, bens gravados por cláusula de inalienabilidade etc.). 1.7 Direitos É claro que de um ato jurídico decorrem direitos, os quais podem ser atuais ou futuros. Atuais: são aqueles completamente adquiridos (já incorporados ao patrimônio do titular, permitindo a este o pleno exercício). Futuros: ainda não incorporados ao patrimônio do titular, depen- dem da satisfação de certos requisitos. Subdividem-se em: a) futuro deferido: depende do arbítrio do sujeito (Ex.: requerer aposentadoria); b) futuro indeferido: sujeito a fatos ou condições falíveis (é a ex- pectativa de direito – Ex.: nascituro). Direito e direito de agir: prescrição e decadência P r e s c r i ç ã o é a perda ou extinção do direito (conferido por lei) de utilizar uma ação judicial possível, em virtude da inércia de seu titular por um certo lapso de tempo. D e c a d ê n c i a é a perda ou extinção do direito propriamente dito, conferido por lei a um sujeito que deve exercer seu direito sob pena de perdê-lo, em virtude da inércia de seu titular por um certo lapso de tempo. A decadência tem por efeito extinguir o direito, enquanto a pres- crição extingue o direito de impetrar uma ação. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. N oç õe s de d ir ei to – a sp ec to s ge ra is d o di re it o ci vi l 25 Assim, quem tem um direito deve exercê-lo para não vê-lo pres- crito e, ainda, quem tem um direito deve cuidar-se, pois pode per- dê-lo pela decadência. 1.8 Direitos reais O direito real é um vínculo que liga uma coisa a uma pessoa. É um direito absoluto, oponível a todos – erga omnes. Os direitos reais classificam-se em: Sobre coisa própria: só a propriedade. Sobre coisa alheia: subdivide-se em: a) de gozo: enfiteuse, servidão predial, usufruto, uso, habitação, renda real; b) de garantia: penhor, hipoteca e anticrese; c) de aquisição: compromisso de compra e venda. 1.9 Posse É a detenção de uma coisa em nome próprio. É considerada um dos requisitos da propriedade. A seguir, são apresentadas as classificações da posse. a) Direta: exercida diretamente pelo possuidor sobre a coisa. Ex.: locatário. b) Indireta: exercida por meio de outrem. Ex.: locador, devedor pignoratício. c) Justa: não há o conhecimento de vícios, ou seja, é aquela que não é clandestina (posse às escondidas), nem violenta (obtida à força), nem precária (cedida a título provisório – Ex.: como- datário e/ou locatário que não devolve a coisa no prazo). d) Injusta: há o conhecimento de vícios. É a posse clandestina, violenta ou precária. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. D ir ei to e le gi sl aç ão a pl ic ad a 26 e) Boa-fé: exercida por aquele que ignora a existência de vícios. Ex.: quem adquire a coisa furtada sem saber que é produto de crime. f) Má-fé: por aquele que sabe da existência de vícios e os ignora quando do exercício da posse. g) Nova: exercida por menos de ano e dia. h) Velha: exercida por mais de ano e dia. Melhores condições de ser mantida a posse quando houver discussão judicial. i) Contínua: é a posse permanente. j) Descontínua: é a posse que houve alguma interrupção. k) Composse: ocorre quando há mais de um possuidor da coisa toda, em partes ideais não localizadas, como no condomínio de terra não dividida ou demarcada. Efeitos da posse São efeitos da posse: a) presunção de propriedade; b) faculdade de invocar os interditos possessórios (ações especí- ficas de defesa da posse): - direito de usucapião, dentro dos requisitos legais; - se a posse é de boa-fé, surge o direito aos frutos, à indeni- zação pelas benfeitorias necessárias e úteis, à retenção como garantia do pagamento dessas benfeitorias e ao levantamento das benfeitorias voluptuárias; - se a posse é de má-fé, nasce o dever de pagar os frutos co- lhidos, a responsabilidade pela perda da coisa, o direito ao ressarcimento das benfeitorias necessárias e a ausência dos direitos de retenção, e de levantamento das benfeitorias vo- luptuárias. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. N oçõe s de d ir ei to – a sp ec to s ge ra is d o di re it o ci vi l 27 Perda de posse Ocorre perda de posse: - por destruição da coisa; - por se tornar coisa fora do comércio; - por tradição da coisa (= entrega); - pela posse de outrem. Obs.: constituto possessório (art. 1.205, CC) – modo de perda e aquisição ao mesmo tempo da posse. Ex.: indivíduo vende aparta- mento e pactua que ficará na posse como locatário. 1.10 Propriedade Direito que uma pessoa física ou jurídica tem de usar, fruir e dispor de uma coisa móvel ou imóvel e de se insurgir contra quem injusta- mente a detenha; efeito erga omnes. A propriedade pode ser classificada como: a) plena ou limitada: todos os poderes elementares estão nas mãos do proprietário; b) restrita ou limitada: alguns poderes estão destacados. Ex.: usufruto; c) perpétua: tem durabilidade ilimitada, perdura até alteração jurídica; d) resolúvel: que contempla no próprio título constitutivo (con- trato) um condição ou termo de resolução (extinção). Modos de aquisição de propriedade imóvel A propriedade imóvel pode ser adquirida: - pelo registro do título; - pela acessão; - pelo usucapião; - pelo direito hereditário (sucessão). Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. D ir ei to e le gi sl aç ão a pl ic ad a 28 Conforme já explicitado, aqui vale a mesma regra aplicada para os bens móveis. A aquisição é originária quando não tem dono an- terior, como na acessão. É derivada quando existe dono anterior, nos outros casos. A aquisição pode ser: a) a título singular: quando se refere a um bem específico; b) a título universal: quando se transmitem todos os bens de uma pessoa. Ex.: herança. Pelo registro do título: a transmissão da propriedade imóvel só se opera com o registro do título de transferência no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição em que ela se localiza. Por isso, é comum se dizer que “quem não registra não é dono”. Pela acessão: a acessão refere-se a acréscimos acontecidos em relação a um imóvel, pela mão do homem, como, por exemplo, pelas construções de obras num terreno ou pelas plantações ou, ainda, por causas naturais, como formação de ilhas, entre outras. Pelo usucapião: significa a captação ou aquisição pelo uso pro- longado, com os seguintes requisitos: - Coisa hábil: não são hábeis a serem adquiridas por usucapião as coisas fora do comércio (ar, luz do sol, água dos mares) e os imóveis públicos. - Posse: deve ser exercida com ânimo de dono, mansa e pacífica (não pode ser clandestina, nem violenta, nem precária). - Justo título: é o ato jurídico que preenche os requisitos formais para a transmissão da propriedade, mas que não é válido por ser anulável ou pelo fato de a pessoa que vendeu não ser a dona. - Boa-fé: tem aquele que pensava correta a sua aquisição, que pensava ser dono. Presume-se de boa-fé quem tem justo título. - Tempo: depende de cada espécie. Uma vez que estão indicados os requisitos para aquisição de propriedade por usucapião, é apresentado, na sequência, um Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. N oç õe s de d ir ei to – a sp ec to s ge ra is d o di re it o ci vi l 29 quadro sinóptico das espécies de usucapião e suas principais peculia ridades. Usucapião, que deriva do latim usucapio, de usucapere, e quer dizer “tomar ou adquirir algo pelo uso”, é um instituto jurídico an- tigo, que possui o condão de conferir a propriedade de direito a al- guém que de fato já ostenta elementos presumíveis de propriedade estabelecidos em lei. São quatro as modalidades de usucapião de imóveis vigentes no sistema jurídico brasileiro: a) E x t a r o r d i n á r i o : adquire, por ato judicial, a proprie- dade aquele que exerce posse mansa e pacífica, ininterrupta com animus de dono, isto é, como se dono fosse, sem oposi- ção do proprietário ou interessados legítimos, pelo prazo de 15 anos, independente de possuir justo título e boa-fé, poden- do, todavia, o prazo ser reduzido para 10 anos se o possuidor tiver realizado no imóvel obras ou serviços de caráter produ- tivo ou o tiver utilizado como sua moradia habitual. b) O r d i n á r i o : adquire, por ato judicial, a propriedade aquele que exerce posse mansa e pacífica, ininterrupta como se dono fosse, sem oposição do proprietário, com justo título e boa-fé, pelo prazo de 10 anos, podendo, entretanto, o prazo ser reduzido para 5 anos se o possuidor tiver realizado inves- timentos de interesse econômico e social, ou tiver utilizado o imóvel como sua moradia, e o imóvel tiver sido adquirido onerosamente com registro cancelado. c) u r b a n o : a) individual: adquire a propriedade aquele que, não sendo proprietário de outro imóvel urbano ou rural, utili- zar, como se dono fosse, mesmo sem justo título, presumindo- -se a boa-fé, com posse ininterrupta de no mínimo 5 anos, sem oposição do proprietário ou terceiros legítimos, imóvel de até 250 metros quadrados em área urbana, destinando-o Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. D ir ei to e le gi sl aç ão a pl ic ad a 30 para sua moradia ou de sua família; b) coletivo: adquirem a propriedade aqueles que, não sendo proprietários de outro imóvel urbano ou rural e sendo pessoas de baixa renda, uti- lizarem áreas urbanas com mais de 250 metros quadrados coletivamente, como se donos fossem, mesmo sem justo título, presumindo-se a boa-fé, com posse ininterrupta de no míni- mo 5 anos. d) R u r a l : adquire, por ato judicial, a propriedade aquele que exerce posse mansa e pacífica, sem oposição do proprietário, como se dono fosse, por não menos que 5 anos ininterruptos, mesmo que sem justo título, presumindo-se a boa-fé, área de terra em zona rural não superior a 50 hectares (50.000 metros quadrados), desde que nela produza por seu trabalho ou de sua família e nela tenha sua moradia. Para os bens móveis duas são as modalidades: a) O r d i n á r i o d e b e n s m ó v e i s : adquire a propriedade aquele que possuir coisa móvel como sua, de forma contínua e incontestada durante 3 anos, com justo título e boa-fé. b) E x t r a o r d i n á r i o d e b e n s m ó v e i s : adquirea pro- priedade aquele que possuir coisa móvel como sua, de forma contínua e incontestada durante 5 anos, dispensado justo tí- tulo e boa-fé. Modos de aquisição de propriedade móvel Adquire-se a propriedade móvel: Pela tradição (= entrega): é o meio pelo qual se transfere a pro- priedade da coisa móvel, com a sua entrega ao adquirente, em cum- primento a um contrato. Às vezes é necessário que a tradição seja registrada para valer contra terceiros. Ex.: compra e venda de auto- móveis – registrados no Registro de Títulos e Documentos (art. 129 da Lei de Registros). Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. N oç õe s de d ir ei to – a sp ec to s ge ra is d o di re it o ci vi l 31 Pelo usucapião: nos termos já supratranscritos no quadro si- nóptico. Pela especificação: é o modo de aquisição de propriedade me- diante transformação de coisa móvel em espécie nova, em virtude do trabalho ou da indústria do especificador, desde que não seja possível reduzi-la à sua forma primitiva. Ex.: a escultura em rela- ção à pedra, a pintura em relação à tela. Pela ocupação: é o assenhoramento da coisa sem dono (res nullius) ou abandonada (res derelicta). Ex.: caça e pesca. Obs.: não se deve confundir a coisa sem dono ou abandonada com a coisa perdida. Esta deve ser sempre restituída ao dono ou en- tregue à autoridade, salvo no caso de tesouro, cuja metade pertence ao descobridor e outra metade ao dono do terreno que autorizou a pesquisa. Se a pesquisa não foi autorizada, o tesouro pertence por inteiro ao proprietário do terreno. Fomalização da propriedade Sobre bens imóveis É bom que se diga que os contratos constitutivos ou translativos de direitos reais sobre imóveis devem ser feitos por escritura pública. Como exceção, permite-se que seja adquirida a propriedade imóvel por instrumento particular, nos casos de contratos com o Sistema Nacional de Habitação (vide Lei n.º 4.380/1964, art. 61, § 5º), nos compromissos de compra e venda e nas cessões. Limitação do direito de propriedade Ocorre quando um dos elementos é entregue a um outro titular (uso, gozo, disposição). Ex.: direito de passagem, usufruto. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. D ir ei to e le gi sl aç ão a pl ic ad a 32 Perda do direito de propriedade Ocorre quando todos os elementos são entregues a outrem. Ex.: contrato de compra e venda. 1.11 Direito das obrigações Para que exista uma obrigação, devem existir sujeitos, objeto e vínculo jurídico entre eles. Efeitos das obrigações Tempo: se não estiver ajustado pelas partes o prazo para paga- mento, o credor pode exigi-lo imediatamente, exceto para mútuo (30 dias) e obrigações alimentícias (próxima colheita). Lugar: dívidas portáveis (devedor vai até o credor) ou quesíveis (credor busca com devedor). Via de regra, o domicílio é o do deve- dor, salvo estipulação em contrário, no contrato. Prova: dá-se com a quitação/pagamento integral. Extinção das obrigações Pelo pagamento – Difere do adimplemento, visto que se constitui na espécie deste; é o exato cumprimento da obrigação. São espécies de pagamento: - direto: nas condições contratadas; - indireto: dá-se das seguintes formas: a) D Pagamento por consignação: pode ser judicial ou extrajudi- cial; na extrajudicial há a comunicação do indivíduo de que será feita consignação do pagamento. Se aceitar o depósito, fica quitada a dívida; caso contrário, busca-se o meio judicial. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. N oç õe s de d ir ei to – a sp ec to s ge ra is d o di re it o ci vi l 33 Fica sujeita a mora e correção monetária no caso de a senten- ça desconsiderar uma liminar havida. c) Pagamento com sub-rogação: pode ser legal ou convencional; ocorre quando as partes pactuam a substituição do credor. d) Pagamento indevido: é uma espécie do gênero enriquecimento ilícito; ocorre quando existe o aumento patrimonial de quem o recebe, em detrimento da diminuição patrimonial de quem paga, além de ausência de causa. Pode ser encontrado como: - pagamento objetivamente indevido: há a inexistência de vínculo jurídico que o justifique ou a cessação do vínculo; - pagamento feito a indivíduo diverso ou em quantia não devida. - Ação judicial cabível: ação in ren verso ou de enriqueci- mento ilícito (sem causa). - Exclusão da repetição do indébito: no caso de haver obri- gação condicional, se o devedor a prestar, antes do imple- mento da condição, há o direito da repetição (restituição) do indevido. Ex.: empréstimo compulsório. Exceção: no caso do implemento de dívida prescrita, não há repetição. - Prova do pagamento: dá-se com a quitação (vide arts. 304 a 333, CC). Sem pagamento – São espécies de extinção das obrigações sem pagamento: a) Novação: é a conversão de uma dívida por outra para extin- guir a anterior. Pode ser novada quanto ao objeto da relação (objetiva) e aos sujeitos (subjetiva) ativo ou passivo.* b) C Obrigação nula não pode ser novada; anulável, sim. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. D ir ei to e le gi sl aç ão a pl ic ad a 34 c) Confusão: é a reunião na mesma pessoa das qualidades de credor e devedor. Ex.: pai (credor) que morre e deixa herança para filho (ex-devedor). d) Transação: acordo de vontade das partes mediante conces- sões recíprocas para preservar ou extinguir um litígio. Pode ser: judicial (se no curso do processo o juiz homologa a tran- sação para extinguir o litígio, ocorre a extinção do processo) e extrajudicial. e) Remissão: o credor abdica do direito de receber a dívida. Pode ser total ou parcial. Mora Ocorre quando há a imperfeição do cumprimento de uma presta- ção em razão do tempo, forma oulugar da prestação. É diversa do inadimplemento absoluto; é a imperfeição no adimplemento. M o r a d o c r e d o r e d o d e v e d o r Pode ser: - ex re (direito civil/direito comercial): há data para vencimento; - ex personae (direito comercial): quando não há data e, sendo assim, deve-se comunicar, protestar ou interpelar o devedor. Exceção: compra e venda devem ser notificadas. P e r p e t u a ç ã o d a o b r i g a ç ã o (art. 399, CC) Subsiste a responsabilidade do devedor quando está em mora e se vê impossibilitado de cumprir a prestação por caso fortuito ou força maior se estes ocorreram durante o atraso. Ficará desonerado apenas se provar isenção de culpa ou que o dano sobreviria inde- pendentemente do atraso no cumprimento da obrigação. Inadimplemento relativo: significa a prestação que ainda pode ser cumprida. É um mero atraso que juridicamente recebe o nome de m o r a . Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. N oç õe s de d ir ei to – a sp ec to s ge ra is d o di re it o ci vi l 35 Inadimplemento absoluto: é o total descumprimento da obriga- ção), sem possibilidade de ser ainda cumprida. Cláusula penal Cláusula acessória a contrato principal pela qual a parte que des- cumprir total ou parcialmente a obrigação compromete-se a pagar à outra um valor em dinheiro ou entregar um bem fungível. Pode ser: a) Moratória: multa (boletos bancários); é cumulativa, isto é, pode o credor cumulá-la com perdas e danos; incide quando há mora. b) C Transmissão das obrigações Via de regra, os herdeiros respondem pelas obrigações herdadas de seus pais até o limite das forças da herança, exceto se houver convenção em contrário ou se a obrigação for personalíssima. Pode acontecer ainda por ato inter vivos. Ex.: sub-rogação ou cessão de crédito. 1.12 Contratos Contrato pode ser definido como acordo de vontades. São elementos essenciais, ou requisitos de validade, ou pressu- postos de existência dos contratos, a capacidade dos contratantes, o objeto lícito e possível, a forma prescrita e não defesa em lei e o consentimento livre e não viciado. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. D ir ei to e le gi sl aç ão a pl ic ad a 36 Princípios fundamentais Autonomia da vontade das partes: básico e indispensável, porém limitado pela lei e pelo dirigismo estadual (intervenção do Estado na relação contratual). Supremacia das normas de ordem pública: limitações ao poder de contratar. Obrigatoriedade, irretratabilidade ou intangibilidade dos con- tratos: pacta sunt servanda – contrato faz lei entre as partes. Exceção: teoria da imprevisão (cláusula rebus sic stantibus) – prevista para quando o contrato se torna excessivamente oneroso para uma das partes, devendo haver a imprevisibilidade. A impre- visão cabe nos contratos comutativos, onerosos, de execução diferi- da (prestação protelada no tempo para ser cumprida no futuro) ou de duração (contratos em que as prestações são cumpridas perio- dicamente). Formação dos contratos Negociações preliminares ou tratativas: negociações iniciais que não vinculam as partes. Exceção: responsabilidade extracontratual incidente quando uma das partes cria séria expectativa de vir a celebrar o contrato, levando a outra parte a realizar despesas, alterar planos, deixar de contratar com terceiros e depois recua, injustificadamente. Nesse caso, o lesante responde por responsabilidade aquiliana. Proposta, oferta ou policitação: obriga o proponente que não pode mais recuar sob pena de responder por perdas e danos. Aceitação*: completa a formação do contrato. Pode ser: entre presentes (resposta imediata) e entre ausentes (dentro do prazo es- tabelecido ou em prazo razoável). * Aceitação fora do prazo, com modificações, considera-se nova proposta. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. N oç õe s de d ir ei to – a sp ec to s ge ra is d o di re it o ci vi l 37 Classificação dos contratos Unilaterais: geram efeitos para apenas uma das partes. Ex.: fian- ça, doação, comodato, mútuo. Bilaterais: geram efeitos e obrigações recíprocas entre as partes. Ex.: compra e venda. Comutativos: há a equivalência entre a prestação e a contrapres- tação. Aleatórios: uma das suas prestações fica sujeita a uma álea (ris- co), que pode ser: a) quanto à existência ou inexistência – emptio spei; b) quanto à quantidade do objeto – emptio rei speratae. Paritários: as partes discutem as cláusulas e acordam-nas em pé de igualdade. Adesão: hoje prevalecente. Uma das partes formula as cláusulas contratuais, e cabe à outra somente ratificar (o art. 54 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) afirma que, nesses contratos, as cláusulas mais importantes devem estar escritas em negrito para que a parte aderente delas tome conhecimento). Gratuitos: trazem a uma parte só vantagens e à outra só desvan- tagens. Ex.: doação. Onerosos: trazem ônus a ambas as partes. Ex.: mútuo. Consensuais: basta o acordo coisa versus preço para ambas as partes. Reais: consumado com a tradição da coisa. Ex.: comodato, de- pósito, penhor. Não solenes: forma livre. Ex.: compra e venda. Solenes ou formais: forma prescrita em lei. Ex.: compra e venda de imóveis. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. D ir ei to e le gi sl aç ão a pl ic ad a Principais efeitos relativos aos contratos bilaterais C l á u s u l a r e s o l u t i v a t á c i t a: uma parte não pode exi- gir o implemento da prestação da outra parte sem antes implemen- tar/cumprir a sua. Exceptio non adimpleti contractus: exceção de contrato não cum- prido: quando uma das partes não o cumpre pelo fato de a outra também não o ter cumprido. Exceptio non rite adimpleticontractus: exceção de contrato mal- cumprido: quando uma das partes não o cumpre pelo fato de a outra não o ter cumprido razoavelmente. Arras ou sinal de negócio É um adiantamento concedido por uma parte à outra como con- firmação à presunção do contrato. São espécies de arras: a) Penitenciais: há a previsão do direito de arrependimento. Se a parte que se arrepender for a que recebeu as arras, restituirá em dobro; se quem se arrepender for a que prestou as arras, perderá o que tiver prestado. b) Confirmatórias: são consideradas princípio de pagamento, não havendo previsão ao ato. Se houver arrependimento, cabe rescisão do contrato com perdas e danos. Vícios redibitórios São defeitos graves e ocultos existentes na coisa que a tornam imprópria ao uso ou lhe diminuem o valor. Prazos gerais: - 30 dias para móveis e um ano para imóveis (CC); - 180 dias para produtos e móveis duráveis; - 30 dias para produtos e serviços não duráveis. Nos contratos aleatórios, não cabe a arguição de vício redibitório. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. N oç õe s de d ir ei to – a sp ec to s ge ra is d o di re it o ci vi l 39 Evicção Perda total ou parcial de coisa por meio de sentença judicial que atribuiu a outrem direitos sobre a coisa. Partes: a) o alienante; b) o evictor; c) o evicto. Responsabilidade do alienante: é responsável pela evicção se não houver cláusula de exclusão de responsabilidade e ainda, mes- mo havendo cláusula, terá o evicto direito aos seus haveres se não sabia dos riscos da evicção ou não os assumiu. Extensão dos contratos Modalidades a) Resolução: pode ocorrer das seguintes formas: - inexecução voluntária – com culpa; gera perdas e danos; - inexecução involuntária – sem culpa. Ex.: caso fortuito; - por redibição – ocorrência de vícios redibitórios; - Resilição: pode ser bilateral (distrato, acordo de vontades) e unilateral (revogação, renúncia). c) Rescisão: via judicial; motivos específicos. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. di re ito a dm in is tr at iv o II 2.1 Administração Pública Administração Pública é a gestão de bens e interesses qualificados da comunidade nos âmbitos federal, estadual ou municipal, segun- do os preceitos do direito e da moral, visando ao bem comum. Fontes do direito administrativo O direito administrativo abrange desde a Constituição até os re- gulamentos executivos. Doutrina: forma o sistema teórico de princípios aplicáveis ao direito positivo. É elemento construtivo da ciência jurídica à qual pertence a disciplina em causa. Jurisprudência: traduz a reiteração dos julgamentos num mesmo sentido, influenciando poderosamente na construção do direito. Costumes: perdeu muito a sua importância na construção do direito, desde a Lei da Boa Razão (1769), que desautorizou seu acolhimento quando contrário à lei. A Administração Pública é considerada um múnus público para quem a exerce, ou seja, um encargo de defesa, conservação e apri- moramento dos bens, serviços e interesses da coletividade. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. D ir ei to e le gi sl aç ão a pl ic ad a 42 Os fins da Administração Pública, conforme ensina o professor Hely Lopes Meirelles, resumem-se a um único objetivo: o bem da coletividade administrada. Sistemas administrativos É o regime adotado pelo Estado para a correção dos atos admi- nistrativos ilegais ou ilegítimos praticados pelo Poder Público. Sistema judiciário O sistema adotado no Brasil é o sistema judiciário, também de- nominado de s i s t e m a d e j u r i s d i ç ã o ú n i c a , ou s i s - t e m a i n g l ê s , ou modernamente s i s t e m a d e c o n t r o - l e j u d i c i a l . É aquele em que todos os litigantes de natureza administrativa ou de interesses exclusivamente privados são resol- vidos judicialmente pela Justiça Comum, ou seja, pelos juízes e tribunais do Poder Judiciário ao qual não cabe analisar o mérito de decisões administrativas, somente a legalidade. Órgãos públicos Os órgãos públicos são definidos como “centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que perten- cem.”1 Classificam-se em: a) Quanto à posição estatal: - órgãos independentes: são os derivados da CF e representa- tivos dos poderes do Estado, ou seja, Legislativo, Executivo e Judiciário; 1 MEIRELLES, H. L. Direito Administrativo Brasileiro. 8. ed. Editora Revista dos Tribunais, 1981. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. D ir ei to a dm in is tr at iv o 43 - órgãos superiores: têm poder de direção, mas são sujeitos à su- bordinação e ao controle hierárquico superior. Ex.: gabinetes; - órgãos subalternos: aqueles com reduzido poder decisório, voltados para execução dos serviços de rotina, em cumpri- mento das decisões superiores. b) Quanto à estrutura: - órgãos simples ou unitários: constituídos por um só centro de competência; - órgãos compostos: são aqueles que têm outros órgãos agre- gados à sua estrutura para funções complementares ou es- pecializadas. c) Quanto à atuação funcional: - órgãos singulares: aqueles que atuam e decidem através de um só agente.Ex.: presidente da República; - órgãos colegiados: aqueles que atuam e decidem através de uma manifestação conjunta e majoritária da vontade de seus membros. Ex.: conselhos. Agentes públicos “São todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transito- riamente, do exercício de alguma função estatal”.2 Os agentes públicos podem ser classificados em: Agentes políticos: aqueles que ocupam os principais cargos na estrutura constitucional, com a finalidade de representar a vontade política do Estado. Ex.: senadores, deputados. Agentes administrativos: são os servidores públicos em geral. Podem ser civis, militares e temporários. 2 Ibid., p. 56. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. D ir ei to e le gi sl aç ão a pl ic ad a 44 Agentes honoríficos: são cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar, transitoriamente, determinados serviços ao Estado, sem qualquer vínculo empregatício ou estatutário e, nor- malmente, sem remuneração. Agentes delegados: são particulares que recebem a incumbência de execução de determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam em nome próprio, por sua conta e risco, seguindo as normas do Estado. Ex.: intérpretes públicos. 2.2 Princípios básicos da Administração Pública A Administração Pública é regida por diversos princípios, entretan- to os basilares são os contidos no caput do art. 37 da CF. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalida- de, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiên- cia... L e g a l i d a d e O administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum e deles não pode afastar-se ou desviar-se, sob pena de praticar ato inválido. M o r a l i d a d e É pressuposto de validade de todo ato da dministração Pública que a moral administrativa é intimamente ligada com o interesse público. A moral administrativa (ética profissional) não se confun- Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. D ir ei to a dm in is tr at iv o 45 de com a moral pública, pois aquela consiste em um conjunto de princípios a serem observados no exercício de uma profissão. I m p e s s o a l i d a d e Impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal, qual seja, aquele que a norma de direito indica expressa- mente como objetivo do ato, devendo servir a todos, sem preferências ou aversões pessoais ou partidárias. Importante ressaltar aqui a proi- bição contida no parágrafo 1º do art. 37 da CF, que prevê que a publi- cidade dos órgãos públicos deve ser impessoal, não podendo conter nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal. P u b l i c i d a d e É a divulgação oficial do ato para conhecimento público e início de seus efeitos externos. Exceção a tal princípio são questões refe- rentes à segurança nacional (art. 5º, XXVIII, CF), certas investiga- ções policiais (art. 20, CPP), processos cíveis em segredo de justiça (art. 155, CPC) etc. E f i c i ê n c i a Reforçado pela EC 19, o princípio da eficiência determina que é dever do agente público prestar com qualidade suas atividades e atender plenamente à necessidade para a qual foi convocado. Pode-se também ressaltar a importância de outros princípios, como os que seguem: S u p r e m a c i a d o i n t e r e s s e p ú b l i c o O interesse público prevalece sobre o interesse individual, res- peitadas as garantias constitucionais e pagas as indenizações devi- das, quando for o caso. F i n a l i d a d e A Administração deve agir com a finalidade de atender ao inte- resse público visado pela lei, pois, em caso contrário, ocorreria o Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. D ir ei to e le gi sl aç ão a pl ic ad a 46 desvio de finalidade, que é uma forma de abuso de poder, acarre- tando a nulidade do ato. C o n t r o l e j u d i c i a l Todos os atos administrativos estão sujeitos ao controle judicial, conforme prevê o inciso XXXV do art. 5º da CF. Entretanto, não cabe ao Judiciário analisar o mérito do ato administrativo discricio- nário, mas a sua legalidade. 2.3 Poderes administrativos São verdadeiros instrumentos de trabalho, adequados à realização de tarefas administrativas. P o d e r v i n c u l a d o É aquele que o direito positivo (a lei) confere à Administração Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e os requisitos necessários à sua conveniência, oportuni- dades e conteúdos. Por esse poder, a Administração fica totalmente vinculada ao que a lei determinar, sendo que, caso haja um desvio, o ato será ilegal e nulo. P o d e r d i s c r i c i o n á r i o É aquele que permite à Administração praticar atos com li- berdade na escolha da sua conveniência, oportunidade e conteú- do. Entretanto, tal liberdade tem limitações, pois as ações devem enquadrar-se nos parâmetros fixados pela lei. P o d e r h i e r á r q u i c o É o que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as fun- ções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal. Esse poder permite ao superior dar ordens, fiscalizar, delegar, avocar e rever. P o d e r d i s c i p l i n a r Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. D ir ei to a dm in is tr at iv o 47 É a faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais sujeitos à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. Esse poder só abrange as faltas relacionadas com o serviço. As principais penas disciplinares são: repreensão; multa; suspensão; destituição da função; demissão;
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