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Escola Neoclássica – Aula 2 Prof. Bruno Aidar História do Pensamento Econômico BI Ciência e Economia – 3º Período Onde estudar? DEANE, Phyllis. A evolução das ideias econômicas. Rio de Janeiro: Zahar, 1980. • Cap. 8: “A teoria neoclássica do valor”. p. 154-165. Obs.: o texto está junto com o cap. 7 da mesma obra utilizado na aula anterior. Problemas da teoria clássica • Não explicava variações de valor ao longo do tempo. • Inexistência de mercadoria que não fosse dependente dos seus próprios custos de produção. Argumento circular. • Solução exigia saída do escopo da teoria clássica, mas também a adoção de novos instrumentos de análise e de novos pressupostos. • Teóricos neoclássicos abandonam a busca por um padrão absoluto ou intrínseco de valor como pretendia a economia política clássica. • O importante para os neoclássicos é como os preços seriam determinados no processo competitivo de mercado. Solução de Jevons • Explica valor como uma relação e não como uma coisa. • Deslocamento da preocupação com o valor para a preocupação com a troca. • Mudança da preocupação com o preço natural para o preço de mercado. • Valor depende inteiramente da utilidade marginal. • Custo de produção determina oferta que determina o grau final de utilidade. Esta, por sua vez, determina o valor. • “(...) podemos tratar o prazer e o sofrimento como as quantidades positivas e negativas são tratadas na Álgebra. A soma algébrica de uma série de prazeres e de sofrimentos obtém-se pela adição de todos os prazeres, de um lado, e de todos os sofrimentos, de outro, achando-se então o saldo subtraindo-se do montante maior o montante menor. Nosso objetivo será sempre maximizar a soma resultante na direção do prazer, que podemos convenientemente denominar direção positiva” (JEVONS, A teoria da economia política, ed. Abril, p. 66). • “O prazer e o sofrimento são indiscutivelmente o objeto último do cálculo da Economia. Satisfazer ao máximo as nossas necessidades com o mínimo de esforço — obter o máximo do desejável à custa do mínimo indesejável —, ou, em outras palavras, maximizar o prazer, é o problema da Economia”. (JEVONS, A teoria da economia política, ed. Abril, p. 69) Solução de Walras • Define sistema de equilíbrio geral para toda a economia. • Conjunto global de equações simultâneas que permitia calcular todos os preços e quantidades desconhecidos dos bens. • Modelo matemático rigoroso e formal. • Defeitos: • Excesso de formalismo e abstração • Irrealismo • Modelo abstrai o tempo Solução de Marshall • Marshall propõe meio termo entre a economia política clássica e a teoria clássica. • Teoria clássica: ênfase na oferta (custos de produção). • Teoria neoclássica: ênfase na demanda (utilidade marginal). • Total interdependência entre oferta (custo de produção) e demanda (utilidade, valor de uso). • Teoria da oferta baseada na produtividade marginal. • Teoria da demanda baseada na utilidade marginal. • Método do equilíbrio parcial (diferente de Walras, que é equilíbrio geral). • Grande preocupação com o tempo (distinção entre curto prazo e longo prazo). Relação de determinação na teoria neoclássica Oferta/ Demanda Teoria do valor Teoria da produção Teoria da distribuição Mercados de fatores de produção: - Terra - Capital - Trabalho Distribuição ótima de renda: - Renda da terra - Lucros - Salários - Produtividade marginal (oferta) x - Utilidade marginal (demanda) Preço de equilíbrio Demanda Teoria clássica • Preferências (gostos) rígidas • Demanda geralmente por bens de subsistência. Teoria neoclássica • Diferentes preferências dos consumidores • Análise das variações de preços sobre as quantidades demandadas (conceito de elasticidade-preço da demanda). • Curva de demanda obtida pela agregação das curvas individuais dos consumidores. Oferta Teoria clássica • Preocupação com a produção de mercadorias. • Ideia de rendimentos decrescentes aplicável apenas à dinâmica dos lucros x renda da terra. • Primazia do trabalho na explicação dos custos. Teoria neoclássica • Preocupação maior com a satisfação dos agentes. • Abandono da distinção entre trabalho produtivo e improdutivo. • Produtores sofriam desutilidades crescentes com a oferta dos seus serviços (generalização da lei dos rendimentos decrescentes). • Explicação geral dos sacrifícios na oferta dos serviços produtivos. • Curva de oferta obtida pela agregação das ofertas individuais das firmas. Teoria da distribuição • Classificação dos fatores produtivos: terra, capital e trabalho. • Ressalta a contribuição produtiva de vários fatores. • Trabalho é a remuneração pelo esforço humano. Visão subjetiva do trabalho humano. • Capital é a remuneração pela espera (sacrifício do consumo presente em favor de ganhos futuros). • Desaparecimento da ideia de lucro como apresentada pela teoria clássica e marxista. • Salários para atividade de gerência e juros compõem os lucros na teoria neoclássica. Neoclássicos consideram o “trabalho” do capitalista. • Ataque à ideia marxista de exploração, pois capital passa a ser visto de forma produtiva, como capaz de criar valor. Ganhos com a teoria neoclássica • Desviou atenção do problema insolúvel e metafísico da teoria do valor trabalho. • Maior precisão e consistência com a utilização das técnicas marginalistas. • Simplicidade: • Utilidade marginal para explicar comportamento do consumidor. • Produtividade marginal para explicar produção e distribuição dos rendimentos de cada agente econômico. Perdas com a teoria neoclássica • Falsa ideia da neutralidade política da teoria econômica. • Restrição dos problemas econômicos que eram considerados válidos. • Distribuição de renda era considerada como algo dado e natural. • Pressuposto de que com funcionamento competitivo dos mercados, seria possível obter: • Distribuição ótima dos recursos e da renda. • Pleno emprego dos recursos (= ausência de desemprego).
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