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11 Keynes Aulas 1 e 2

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Keynes – Aulas 1 e 2
Prof. Bruno Aidar
História do Pensamento Econômico
BI Ciência e Economia – 3º Período
Onde estudar?
DILLARD, Dudley. A teoria econômica de John Maynard Keynes: teoria 
de uma economia monetária. 3. ed. São Paulo: Pioneira, 1976. 
• Cap. 1: “Introdução e ideias fundamentais”. p. 3-13.
• Cap. 2: “O fundo clássico”. p. 14-26.
Obs.: ler o capítulo 2 antes do capítulo 1.
Contexto
• Por que ocorrem flutuações (e crises) na economia capitalista?
• Como reformar o capitalismo e evitar o socialismo?
• No entre-guerras, crise do poder inglês. Londres deixa de ser 
centro financeiro mundial, que passa a ser New York.
• Contexto da Grande Depressão de 1929: crise econômica e 
desemprego elevado.
• Incapacidade da teoria neoclássica, baseada no equilíbrio geral e 
parcial, em explicar a crise e a persistência do desemprego.
• Crise do liberalismo clássico.
John Maynard Keynes (1883-1946)
• Nasce em Cambridge, Inglaterra
• Formou-se dentro da tradição neoclássica em economia no King’s
College, sendo aluno e discípulo de Marshall
• Funcionário do Ministério dos Negócios da Índia e professor no 
King’s College.
• Depois da I Guerra Mundial, participa da Conferência de Paz de 
1919. Critica retaliações dos aliados (Inglaterra, França, Itália e 
EUA) à Alemanha no livro “Consequências econômicas da paz”.
• Participou da conferência de Bretton Woods, em 1944 (arquiteto 
do Banco Mundial e do FMI)
• Crítico radical dos fundamentos do 
laissez-faire. 
• Fundador de nova forma de política 
econômica não-liberal.
• Principais obras:
• Consequências econômicas da paz 
(1919)
• Tratado sobre a moeda (1930)
• Teoria geral do emprego, do juro e da 
moeda (1936)
Teoria clássica
• O que é “clássico” para Keynes ? Seguidores e continuadores das ideias 
de Ricardo. 
• Teoria econômica clássica como os princípios tradicionais ou ortodoxos 
da teoria econômica, aceitos e transmitidos desde Ricardo.
• Defesa irrestrita do laissez-faire (ausência de intervenção estatal na 
empresa privada e no funcionamento dos mercados).
• Harmonia e eficiência são decorrências naturais do funcionamento dos 
mercados auto-regulados.
• Crítica implícita de Keynes a Marshall, professor e mestre de Keynes em 
Cambridge.
• Preocupação principal: 
• Como alocar recursos na produção de forma eficiente? 
• Como agentes da produção serão remunerados? 
• Deixando as forças de mercado atuarem.
• Pressuposto do pleno emprego do trabalho e demais fatores de 
produção (recursos naturais e capital).
• Tendência natural ao pleno emprego. 
• Equilíbrio estável de pleno emprego como situação natural, 
quedas no emprego como anomalia.
• Perturbações no equilíbrio (= desemprego) ocorrem devido à 
interferência do governo ou de monopólios privados nas livres 
forças de mercado (por ex., a atuação de sindicatos ou a formação 
de cartéis e trustes).
• Preocupação é com uso alternativo de recursos, inclusive força de 
trabalho, e não com oposição entre emprego x desemprego.
• Quantidade de recursos em funcionamento na economia está dada, 
não é variável na teoria econômica clássica. 
Lei de Say: “oferta cria sua própria 
demanda”
• Lei criada pelo economista francês Jean-Baptiste Say [se diz “Sé”] ao 
início do século XIX.
• Pessoas trabalham e produzem bens e mercadorias para consumir 
outros bens e mercadorias.
• O rendimento de cada trabalhador criará demanda suficiente para 
comprar outros produtos no valor das mercadorias criadas pelo 
trabalhador.
• Logo, oferta cria sua própria demanda e não poderão ocorrer crises de 
superprodução.
• Ideia de que os mercados são ajustáveis e auto-reguláveis, utilizando 
sempre todos os recursos disponíveis.
• Dinheiro apenas acelera as trocas, quando comparado ao escambo 
(troca direta das mercadorias sem o uso de dinheiro).
• Superprodução será sempre temporária e isolada: se empresários 
produzirem mais do que o demandado pelo mercado, então eles 
abandonarão esse ramo e passarão a investir em coisas que sejam 
lucrativas. 
• Utilização dos fatores de produção será sempre lucrativa para o 
empresário, conduzindo-o ao pleno emprego dos recursos.
• Logo, na lei de Say, não pode haver desemprego se os 
trabalhadores aceitarem o salário que merecem segundo a sua 
produtividade.
• E as pessoas não consumirem toda a sua renda? E se pouparem, 
haverá crise de superprodução?
• Para teoria clássica, poupar é outra forma de gastar, pois: 
• (1) poupança é um consumo futuro que será realizado; 
• (2) poupar é gastar em bens de produção, é realizar investimentos. 
• Não há ruptura do fluxo de rendimentos, logo a oferta continua 
criando sua própria demanda.
Taxa de juros na teoria clássica
• Taxa de juros como mecanismo que mantém o equilíbrio de 
mercado dos recursos poupados e investidos. 
• Juros é visto como recompensa pela poupança. Logo, não é um 
fenômeno monetário.
• Se poupança > investimento  reduz taxa de juros menor 
incentivo a poupar e maior incentivo a investir.  reduz poupança 
e aumenta investimento até que poupança = investimento
• Se poupança < investimento  aumenta taxa de juros maior 
incentivo a poupar e menor incentivo a investir  aumenta 
poupança e reduz investimento até que poupança = investimento.
Desemprego na teoria clássica
• Inexistência de desemprego involuntário na teoria clássica. 
• Há apenas dois tipos de desemprego:
• Desemprego voluntário: existe quando os trabalhadores não querem 
aceitar o salário corrente. São voluntários porque poderiam estar 
empregados caso aceitassem salários inferiores aos que pedem. Ex.: 
trabalhadores em greve, pessoas ociosas etc.
• Desemprego friccional: existe quando os trabalhadores foram 
temporariamente afastados do mercado de trabalho devido a 
imperfeições nesse mercado. Ex.: trabalhos sazonais, imobilidade da mão-
de-obra etc.
• Como explicar desemprego involuntário após a grande crise de 
1929?
• Economistas clássicos diziam que era por conta das imperfeições 
de mercado decorrentes seja da atuação dos sindicatos, seja pela 
intervenção do Estado. 
• Se não houvessem essas imperfeições, os salários cairiam até o 
ponto em que todos seriam empregados (com exceção dos 
desempregados voluntários e friccionais).
• Salários mais baixos como remédio ortodoxo para reduzir o 
desemprego após grande depressão.
Teoria keynesiana
• Redução dos salários como solução imoral para Keynes.
• Keynes foi o primeiro grande economista, depois de Malthus, a 
combater a ideia de que as forças econômicas do capitalismo 
liberal permitiriam que todos os trabalhadores tivessem emprego.
• Para Keynes, teoria clássica era incapaz de explicar as condições 
do mundo capitalista de sua época.
• Crítica à ideia de desemprego involuntário. Para Keynes, não 
importa quão baixo fossem os salários isso não faria com que o 
nível de emprego se elevasse.
• Questão principal: emprego x desemprego. O que determina o 
volume de emprego? O que determina o volume de desemprego?
• Preocupação com variações no volume de produção e no emprego.
• Volume de emprego para Keynes não é determinado pelos salários, 
mas pela demanda (ou procura) efetiva.
• Nível de emprego flutuante é a situação normal do capitalismo 
laissez-faire.
• Para Keynes, desemprego existe porque capitalismo é uma 
economia monetária desenvolvida. 
Teoria geral
• Teoria clássica: 
• Limitada apenas ao caso especial de pleno emprego. 
• É mais restrita: caso do pleno emprego e abordagem micro (empresa individual).
• Pleno emprego como situação normal  teoria de equilíbrio estacionário.
• Teoria irrealista, não corresponde à situação normal do capitalismo.
• Teoria keynesiana: 
• Tenta explicar todos os níveis de emprego (desempregoamplo, pleno emprego e 
níveis intermediários). 
• É mais ampla: teoria mais geral e abordagem macro (sistema econômico em seu 
conjunto, nível agregado de emprego, consumo, renda, investimento etc.).
• Abaixo do pleno emprego como situação normal  teoria de equilíbrio 
cambiante. 
• Flutuação do produto e do emprego é a situação normal do capitalismo liberal, 
indo do pleno emprego até o desemprego amplo.
Esquema da Teoria Geral
• Nível de emprego não depende da variação dos salários nominais.
• Nível do produto e do emprego depende da demanda agregada.
• Demanda agregada depende da demanda por consumo e da demanda 
por investimento.
• Consumo: 
• Depende da propensão a consumir e da renda. 
• É mais estável e regular.
• Investimento: 
• Não depende da poupança. 
• Depende de uma escolha quanto à valorização da riqueza face a três opções 
(moeda, juros ou investimentos). 
• É mais instável, logo é o principal responsável pelas flutuações econômicas.
• Logo, se investimento é o principal componente da demanda, 
então nível de emprego depende do nível de investimento. 
• Desemprego ocorre pela falta de investimentos e não pela 
existência de salários elevados demais como dizia teoria clássica.
• Se for possível controlar o investimento, será possível chegar na 
situação de pleno emprego.
• Investimentos flutuam porque os capitalistas não possuem um 
conhecimento exato do futuro e dependem de previsões e juízos 
convencionais que são guias precários. 
• Para Keynes, presente não é guia para o futuro pois as expectativas 
do mercado podem mudar completamente de uma hora para 
outra. Keynes desejava uma teoria do investimento mais próxima 
da realidade.
Etapas até o investimento
• 1ª decisão: qual é o grau de incerteza com relação ao futuro?
• 2ª decisão: escolher entre riqueza líquida (moeda) X empréstimos 
a juros.
• 3ª decisão: escolher entre empréstimos a juros X investimentos 
em bens de produção.
• Escala de decisões: moeda x juros x investimentos (emprego)
• Por isso, capitalismo é uma economia monetária. Pois nível de 
emprego e produto depende da relação dos capitalistas com a 
moeda.
Economia monetária
• Teoria clássica:
• Moeda é neutra, não influencia o nível de emprego e produção.
• Moeda funciona apenas como meio de troca e unidade de conta.
• Não há sentido para se entesourar dinheiro, pois não há incerteza.
• Teoria keynesiana:
• Moeda influencia o nível de emprego e produto.
• Keynes propõe teoria de uma economia monetária.
• Moeda funciona principalmente como reserva de valor, é a forma mais 
segura de acumular riqueza. Por sua vez, empréstimos (juros) e 
investimentos são incertos e não são a forma mais segura.
• Por que acumular dinheiro? Porque o futuro é incerto. Quanto mais 
desconfiança temos do futuro, mais acumulamos riqueza na forma líquida 
de dinheiro.
Juros como prêmio pela liquidez
• Dilema: emprestar dinheiro e receber juros ou acumular dinheiro na 
forma líquida?
• Na teoria clássica, taxa de juros depende da oferta (poupança) e 
demanda de fundos acumulados. Juros como recompensa pela 
poupança, ou seja, por adiar o consumo.
• Na teoria keynesiana, taxa de juros não depende da poupança anterior, 
mas da relação com a liquidez.
• Quanto maior a preferência pela liquidez, maior deverá ser a taxa de 
juros.
• Com aumento da taxa de juros, há a redução de novos negócios, 
diminuição da demanda efetiva e aumento do desemprego.
• Moeda como elo protetor entre presente e o futuro incerto.
• Se há incerteza: 
• Investimento na produção é uma aventura, pois os capitalistas não sabem 
o quando vão vender.
• Dinheiro é uma excelente reserva de valor.
• “A natureza incerta do conhecimento do futuro explica tanto a 
existência do dinheiro como reserva de valor, como a incerteza da 
inversão [investimentos] em capitais reais” (DILLARD, 1976, p. 
12).
Recapitulando...
• É preciso explicar todos os níveis de emprego, não somente a 
situação atípica de pleno emprego.
• Nível de produto e emprego depende da demanda agregada que, 
por sua vez, depende do nível de investimento.
• Se há confiança no futuro menor incerteza menor 
preferência pela liquidez menor taxa de juros maior nível de 
investimento maior nível de emprego e do produto.
• Se não há confiança no futuro maior incerteza maior 
preferência pela liquidez maior taxa de juros  baixo nível de 
investimento  desemprego e baixo nível do produto.

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