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Princípios Gerais de Direito Juridicidade dos princípios – Fases: • Jusnaturalista: os princípios são “um conjunto de verdades objetivas derivadas da lei divina e humana”. • Positivista: ingresso dos princípios nos Códigos como fonte normativa subsidiária. • Pós-positivismo: art. 38 da Corte Permanente de Justiça Internacional: “os princípios gerais de Direito, reconhecidos pelas nações civilizadas, como aptos ou idôneos a solverem controvérsias, ao lado dos tratados e dos costumes internacionais.....”. Jusnaturalista: • A primeira fase pela qual os princípios passam, em que o Direito Natural tem enorme relevância. • Praticamente não se cogita de qualquer normatividade principiológica, uma vez que, para os jusnaturalistas, os princípios integravam o âmbito ético-valorativo, e não o jurídico. • Os princípios, nesta fase, tinham caráter abstrato e metafísico, muito distantes da pragmática, da prática do direito. • O Direito Natural é uma ordem normativa que se situa acima do Direito Positivo e vincula seu conteúdo. (Os jusnaturalistas acreditam que acima do Direito Positivo existe o Direito Natural) • Ex.: Antígona; Direito divino Positivista: • Aqui a lei entra com toda a sua força, sendo a fonte do Direito mais exaltada, sendo que em alguns países era tida como a única fonte válida. • Os princípios, neste momento, começam a integrar os códigos, servindo, contudo, como fonte subsidiária à lei. • Emprestar cientificidade ao direito, nos mesmos moldes das ciências naturais; • aproximação quase plena entre Direito e norma; • O Direito Positivo é o Direito produzido pelo homem, posto pelo Estado. • Ex.: Constituição Federal Brasileira; Leis Ordinárias. Pós-positivismo: • Esta fase foi inaugurada nas últimas décadas como forma de contestação ao positivismo estrito. • Nela, os princípios são vistos com o máximo de normatividade, na medida em que se vive a sua hegemonia. • O paradigma cartesiano sofre com o perspectivismo de Nietzsche; • […] auxilia no desmonte do cogito de Descartes, identificando a insuficiência do modelo cartesiano, trazendo a não unicidade racional na apreensão cognitiva, destronando a concepção apartada entre sujeito e objeto, e afastando de uma vez por todas a inverossímil teorização quanto à pureza racionalista na relação do sujeito cognoscente com esse objeto. • Assim, a atividade de interpretar e aplicar o direito não pode se restringir à mera subsunção do fato à norma, como pregava o positivismo jurídico clássico. É necessário considerar o conjunto de regras e princípios, notadamente aqueles que possuem assento na Constituição. Pós-positivismo: • A ideia de que os princípios derivam das leis é absolutamente superada, sendo construída de maneira inversa: agora são as leis que derivam dos princípios, reconhecendo-se o caráter destes de geração das normas. • Na fase atual, os princípios têm supremacia em relação às demais normas por conta de suas características. Princípios Gerais de Direito (informam o Direito Positivo e lhe servem de fundamento) - Constituição – Princípios Constitucionais • Normas: Princípios e Regras • Duas espécies de distintas do gênero norma, habitam o sistema jurídico: REGRAS e PRINCÍPIOS • As regras disciplinam uma determinada situação; quando ocorre essa situação, a norma tem incidência; quando não ocorre, não tem incidência. Para as regras vale a lógica do tudo ou nada (Dworkin). • Quando duas regras colidem, fala-se em "conflito"; ao caso concreto uma só será aplicável (uma afasta a aplicação da outra). • O conflito entre regras deve ser resolvido pelos meios clássicos de interpretação: a lei especial derroga a lei geral, a lei posterior afasta a anterior etc. A diferença marcante entre as regras e os princípios, portanto, reside no seguinte: • A regra cuida de casos concretos. Ex.: o inquérito policial destina-se a apurar a infração penal e sua autoria – CPP, art. 4º. • Os princípios norteiam uma multiplicidade de situações. O princípio da presunção de inocência, por exemplo, cuida da forma de tratamento do acusado bem como de uma série de regras probatórias (o ônus da prova cabe a quem faz a alegação, a responsabilidade do acusado só pode ser comprovada constitucional, legal e judicialmente etc.). Princípios • São as diretrizes gerais de um ordenamento jurídico (ou de parte dele). Seu espectro de incidência é muito mais amplo que o das regras. Entre eles pode haver "colisão", não conflito. Quando colidem, não se excluem. Como "mandados de otimização" que são (segundo Robert Alexy), sempre podem ter incidência em casos concretos (às vezes, concomitantemente dois ou mais deles). Assim, para alimentar o seu "argumento dos princípios", Alexy se utiliza de três teses: a tese da incorporação, a tese moral e a tese da correção • Incorporação: • todo o sistema jurídico desenvolvido contém, necessariamente, princípios, pois é passível de existência de um caso duvidoso. • Dessa maneira, o cerne desta tese é que os princípios são elementos constitutivos do sistema jurídico. Tese Moral: • A presença dos princípios em um ordenamento conduz a uma conexão estabelecida entre o direito e a moral. • Tais princípios, apesar de abstratos, devem ser, precipuamente, concretizados, analisados, portanto, em cada caso e aplicados visando a uma eficácia real. • Esses princípios que são consagrados pelo ordenamento jurídico advêm, necessariamente, de uma ordem moral socialmente estabelecida. Tese da Correção • O princípio tem também o dever de proporcionar uma correção moral, especialmente quando há a violação dessa moral pelo direito. • Segundo essa tese, quando tal violação ocorre, há uma perda da qualidade jurídica do sistema. • É para isso, pois, que os princípios têm o dever de corrigi-la. Constitucionalização dos princípios: • Fase programática: normatividade mínima • Fase não programática (concreção e objetividade): normatividade máxima TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS • Distinção entre Direitos Humanos e Direitos Fundamentais: critério do plano ou esfera de positivação/garantias dos direitos humanos internacionais e dos direitos fundamentais. • Conceito de DF’s na CF/88: • Fundamentalidade em sentido material: conteúdo dos direitos; • Fundamentalidade em sentido formal: modo de assegurar aos bens ditos fundamentais, uma força jurídica diferenciada
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