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A FAMÍLIA: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE GÊNERO Maior parte do século XX - sexualidade humana ignorada como uma questão de reflexão e pesquisa social. Delegação do estudo sobre a sexualidade, até então – Medicina Conseqüências deste predomínio: marginalização da sexualidade; submissão à racionalidade médica Razões para a explosão de estudos sobre a sexualidade nas Ciências Sociais Final do século XX: crescimento dos movimentos feministas (décadas de 60/70) - busca de novas compreensões para as transformações do mundo pós-moderno Movimento Feminista Importante contribuição para a discussão sobre a questão dos gêneros , especialmente , a desigualdade entre eles. 1960-centrava suas lutas e reivindicações na “mulher” (branca, burguesa) pela igualdade de direitos Movimento Feminista A partir da metade da década de 1970 – o estudo passou para “mulheres” – na tentativa de dar conta de diferentes situações culturais e sociais e responder as questões de opressões de raça e classe social. Marca que as diferenças entre homens e mulheres não apenas de ordem física, biológica. SEXO ≠ GÊNERO Como não existe natureza humana fora da cultura, a diferença sexual anatômica não pode mais ser pensada isolada da cultura na qual sempre está imersa. Perspectiva Ecológica Reconhece o grau em que as condutas e os valores são influenciados ,diretamente ou não, por aspectos dos diversos contextos onde estão incluídas as pessoas, suas famílias e suas comunidades. Os processos de desenvolvimento humano englobam a interação entre os fatores biológicos e as influências socioculturais que determinam as diferenças entre os sexos Mais apropriado falar em MASCULINIDADES E FEMINILIDADES Formas predominantes de masculinidade contemporânea Ter poder Autonomia Força Racionalidade Repressão das emoções Formas de aprendizagem 1- pelos meios de comunicação – invulneráveis, insensíveis e emocionalmente fechados 2- pelo grupo de amigos ou iguais 3- por reação Homens em vantagens de oportunidade Maiores salários para os mesmos cargos desempenhados por mulheres; Têm liberdade sexual sem serem rotulados Quando resolvem trabalhar em áreas rotuladas de femininas, têm maior ascensão: chefes de cozinha, costureiros de renome , cabeleireiros famosos O feminino Final da década de 80 – primazia dos estudos de gênero sobre os estudos de mulheres. Primeiramente , em oposição a sexo – questionar “biologia é o destino” Posteriormente – categoria múltipla e relacional “O feminino está vinculado a uma estrutura de consciência, o que quer dizer que ele pode ser vivido sem se identificar com o masculino, como uma forma de funcionar. Também não precisa atuar de forma reativa para se defender e não tem que compensar alguma coisa que lhe falta para poder existir” (SANABRIA, M.). Para a psicologia A partir de uma perspectiva de gênero, homens e mulheres assumem comportamentos e papéis normativos culturalmente estabelecidos e desiguais em termos de poder e importância. A Psicologia tem o compromisso social com a sociedade e os direitos humanos ,quanto às questões de gênero, não permitir o discurso dominante e opressivo às mulheres, identificando e desconstruindo estruturas sociais e práticas pessoais e profissionais que sustentam o sexismo e funcionam como controle social. (GT-Relações de Gênero e Psicologia- CRP-03) Algumas estratégias Determinar a maneira em que os velhos paradigmas da masculinidade foram criados e se multiplicaram; Criar novos espaços onde os homens possam evitar a reprodução de uma masculinidade alienada e tóxica, para poder revisá-la e discuti-la Fazer um exame crítico das investigações sobre gênero VIOLÊNCIA DE gÊNERO A violência contra a mulher tem outra feição, na maioria das vezes o episódio agudo e mais grave da violência é o fim de linha de uma situação crônica, insidiosa, que aos poucos foi desmontando as defesas das vítimas até deixá-la completamente à mercê do agressor, sem condições até de pedir ajuda. A violência nas relações de casal, nas relações afetivas, íntimas, no interior das famílias, expressa dinâmicas de afeto/poder, nas quais estão presentes relações de subordinação e dominação. E no contexto atual, na maioria das vezes, a mulher ainda está em posição desfavorável. CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE FÍSICA Doenças sexualmente transmissíveis Ferimentos, escoriações, hematomas, ferimentos, fraturas recorrentes Problemas ginecológicos, corrimentos, infecções, dor pélvica crônica Gravidez indesejada, abortamento espontâneo Maior exposição a comportamentos danosos á saúde: sexo inseguro, abuso de álcool e drogas, prostituição, fumo Incapacidade física parcial ou permanente Consequências fatais: suicídio/homicídio CONSEQUÊNCIAS PSICOLÓGICAS · Estresse pós-traumático · Depressão . Ansiedade . Disfunção sexual · Desordens alimentares · Comportamentos obsessivo-compulsivos Para os efeitos da Lei 11.340/06, segundo o seu artigo 5º: configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (I) –no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas,com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; (II) – no âmbito da família,compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados,unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; (III) – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. “ É exatamente a motivação do sujeito ativo que qualifica a violência doméstica contra mulher como violência de gênero. Por exemplo, o marido que mata a esposa porque não admite a separação – ela lhe pertence. Ou quando ele lhe aplica uma surra para que aprenda a lhe respeitar ou obedecer. Ou quando ele a ameaça ou lhe rasga as roupas para mostrar quem é que manda. Em todas essas condutas fica claro que o homem agiu como se tivesse direitos sobre a mulher – esse é o dado de fato que caracteriza a conduta baseada no gênero para os efeitos da Lei 11.340/06. “ (SILVA JR., Edson Miguel) Tipos de violência VIOLÊNCIA FÍSICA – qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA – qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento VIOLÊNCIA SEXUAL – qualquer conduta que constranja a presenciar , a manter ou participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça , coação ou uso da força VIOLÊNCIA PATRIMONIAL – qualquer conduta que configure a retenção, subtração , destruição total ou parcial de seus objetos, instrumentos de trabalho, bens, valores e recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer as suas necessidades VIOLÊNCIA MORAL – qualquer conduta que configure calúnia, difamação e injúria
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