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FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPUTADO ROQUE TREVISAN – FATEC TECNOLOGIA EM BIOCOMBUSTÍVEIS RELATÓRIO DE PRODUÇÃO DE BIODIESEL ANÁLISE DA MATÉRIA - PRIMA Aricia Emanuelle de Camargo Luis Henrique Marim Leite Matheus Bonadio Santos Monica Marchesin Martins PIRACICABA MARÇO/ 2016 FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPUTADO ROQUE TREVISAN – FATEC TECNOLOGIA EM BIOCOMBUSTÍVEIS RELATÓRIO DE PRODUÇÃO DE BIODIESEL ANÁLISE DE MATÉRIA - PRIMA Relatório apresentado à disciplina de Produção de Biodiesel pelos alunos do 5° ciclo noturno de Tecnologia em Biocombustíveis, com o objetivo de analisar matérias primas para a produção de Biodiesel . Orientadora: Prof. Dra. Gisele Bortoleto. PIRACICABA MARÇO/ 2016 RESUMO Existem subprodutos na fabricação de biodiesel, alguns não são totalmente indesejáveis, como por exemplo, a glicerina, que pode ajudar na composição da renda da usina. Mas para que o biodiesel seja considerado de boa qualidade é importante que no fim do processo ele esteja livre de sabões. Como foi dito em aula, a presença de sabão não é uma questão quantitativa e sim qualitativa, e a partir do momento que é detectado a presença desse produto no biocombustível, o mesmo é desclassificado para uso posterior por não obedecerem as normas da ANP. Outro ponto em destaque dentro desta prática é a questão da viscosidade A viscosidade, que é a medida da resistência interna ao escoamento de um líquido, constitui uma propriedade intrínseca dos óleos vegetais, que influencia diretamente no processo, e que também foi analisada. INTRODUÇÃO O uso de óleos vegetais como fonte de combustíveis existe desde meados do inicio do século XX, quando Rudolf Diesel (inventor dos motores a diesel) demonstrou um motor a diesel capaz de funcionar com óleo de amendoim. Diversas pesquisas passaram a ser realizadas para avaliar o potencial energético dos óleos vegetais como fonte de combustível, podendo ser produzido a partir de várias matérias-primas diferentes. É possível obter o combustível partindo de óleos vegetais, gorduras animais ou produtos residuais, como o óleo de fritura já usado. Por volta de 1937 foi descoberto o processo de transesterificação, por George Chavanne, tal reação permitia remover as moléculas de glicerina da molécula de óleo, fazendo com que o uso de óleo vegetal em motores a diesel fosse mais apropriado (BIODIESELBR). O processo de transesterificação visa transformar um triéster (material vegetal ou gordura) em um três moléculas de ésteres. Para tal procedimento é necessário que a matéria prima tenha características físico-químicas desejáveis, como índice de acidez, viscosidade, índice de iodo, entre outros que são extremamente relevantes para o processo, pois afetam diretamente no produto final. Os óleos de frituras representam grande potencial de oferta e revela um potencial de oferta no País superior a 30 mil toneladas por ano. Á partir desta temática, buscou-se verificar a qualidade de alguns óleos e sua viabilidade para a produção de Biodiesel, que são o Óleo de soja limpo, Óleo de fritura e Sebo. OBJETIVO Análises físico - químicas de óleo de soja refinado, óleo de fritura e sebo bovino para a produção de Biodiesel . MATERIAIS Vidrarias e equipamentos Erlenmeyer de 125 ml Suporte com bureta de 25 ml Balança analítica Béquer de 250ml Pipetas de 10 e 20 ml Viscosímetro copo Ford Cronômetro Reagentes 1L de óleo de soja 1L de óleo de Fritura 1 Béquer de 600ml com sebo derretido (aproximadamente 70 ºC) Isopropanol Etanol Soluções 1L de KOH 0,1 N 100ml de fenolfetaleína METODOLOGIA Determinação do índice de acidez (mg de KOH/g de amostra) – Avaliação dos AGLs Pesou-se aproximadamente 10g da amostra de biodiesel e dissolveu-se com 10 mL de isopropanol e titulou-se com KOH 0,1 N até a viragem, usando a fenolftaleína como indicador. Anotou-se o volume gasto na titulação feita em triplicata. Para se determinar a acidez em mg de KOH/ g de amostra, foram realizados os seguintes cálculos: 1,0 mL KOH 0,1 N = 0,1 M = 0,1 mol L-1 0,1 mol - 1000 mL x KOH – 1,0 mL(titulação) x = 0,1.10-3 mol de KOH 1 mol KOH - 56g 0,1.10-3 mol – y y = 5,6.10-3 g ( 5,6 mg) 5,6 mg – 10 g (amostra) z – 1 g z = 0,56 mg KOH/ g de amostra Após os resultados obtidos calculou-se média, desvio padrão e variância. Determinação da viscosidade Realizou-se a medida do tempo de escoamento do óleo utilizando o copo Ford número 4 e calculou-se a conversão do tempo de escoamento em viscosidade. Para determinação da viscosidade cinemática, utilizou-se a seguinte formula: 4V = 12,1. (t-2) onde, V é a viscosidade e t o tempo em segundos. Após a obtenção dos resultados calculou-se média, desvio padrão e variância. Descarte dos resíduos Ao final do experimento, os resíduos de óleo foram descartados em recipientes apropriados assim também como os resíduos de ácidos e bases. RESULTADOS Os resultados obtidos foram inseridos nas tabelas abaixo. Para o experimento de determinação de acidez, foram elaboradas três tabelas. Tabela 1 – Dados coletados no experimento de determinação da acidez Oléo de Soja Óleo Usado Sebo Bovino (mL) (g) (mL) (g) (mL) (g) 1 1 10,016 3,2 10,033 6,5 10,177 2 1,1 10,278 4 10,046 5,5 10,118 3 1,1 10,052 3,3 10,028 6 10,061 Tabela 2 – Resultados obtidos com os cálculos para determinação da acidez Oléo de Soja Óleo Usado Sebo Bovino mg KOH/ g amostra mg KOH/ g amostra mg KOH/ g amostra 1 0,559 1,786 3,577 2 0,599 2,23 3,044 3 0,613 1,843 3,34 Tabela 3 – Média, Desvio Padrão e Variância Oléo de Soja Óleo Usado Sebo Bovino Média Desvio Padrão CV (%) Média Desvio Padrão CV (%) Média Desvio Padrão CV (%) 0,59 0,028024 4,74979651 1,953 0,241576 12,36948669 3,320333 0,267044 8,042677195 Para o experimento da determinação da viscosidade também foram feitas três tabelas. Tabela 4 – Dados obtidos no experimento de determinação da viscosidade Oléo de Soja Óleo Usado Sebo Bovino segundos segundos segundos 1 27,55 24,72 15,11 2 26,82 24,57 15,16 3 27,06 24 15,45 Tabela 5 – Resultados obtidos com os cálculos para determinação da viscosidade Oléo de Soja Óleo Usado Sebo Bovino cSt cSt cSt 1 88,781 77,8855 40,887 2 85,9705 77,308 41,0795 3 86,8945 75,1135 42,196 Tabela 6 - Média, Desvio Padrão e Variância Oléo de Soja Óleo Usado Sebo Bovino Média Desvio Padrão Variância (%) Média Desvio Padrão Variância (%) Média Desvio Padrão Variância (%) 87,21533333 1,432455 1,642435119 76,769 1,462493 1,905057163 41,3875 0,706766 1,707679977 DISCUSSÃO De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o nível de acidez expresso em mg KOH/ g amostra é de no máximo 0,50, sendo assim pode-se afirmar que a única matéria prima que ficou parcialmente dentro do esperado foi o óleo de soja refinado, apresentando em média 0,59. As outras matérias primas como o óleo usado e o sebo bovino apresentaram alto teor de ácido graxo livre. Ao tentar uma reação de transesterificação tais matérias-primas certamente partiriam uma reação de saponificação, o que é indesejável para a produção de biodiesel, sendo necessário que a matéria prima passe por um processo de análise de acidez, atestando que a reação vai ocorrer para o lado da transesterificação e não da saponificação Em relação à alta viscosidade do combustível pode afetar o funcionamento das bombas injetores dos veículos, o grande obstáculo ao uso de óleos vegetais como combustível é sua alta viscosidade. Contudo, o biodiesel tem uma viscosidade menor que a dos óleos vegetais, se assemelhando ao diesel. Portanto é importante analisar aviscosidades das matérias primas para possuir um parâmetro para comparar com o biodiesel produzido. CONCLUSÃO Concluímos que os nossos objetivos foram alcançados onde realizamos as análises físico - químicas de óleo de soja refinado, óleo de fritura e sebo bovino para a produção de biodiesel. Observamos que o nível de acidez e a viscosidade da matéria prima podem interferir no processo de transesterificação e podem provocar problemas, portanto seu controle tem que ser executado para que o processo de produção de biodiesel fique dentro das normas. REFERÊNCIAS ANP. RESOLUÇÃO ANP Nº 45, DE 25.8.2014 - DOU 26.8.2014. Disponível em <http://nxt.anp.gov.br/NXT/gateway.dll/leg/resolucoes_anp/2014/agosto/ranp%2045%20-%202014.xml?fn=document-frameset.htm$f=templates$3.0> Acesso em 08 de março de 2016. BIODIESELBR. Matéria-Prima para Biodiesel. BIODIESELBR. Disponível em <http://www.biodieselbr.com/plantas/oleaginosas/index.htm> Acesso em 08 de março de 2016. BIODIESELBR. História e Biodiesel. Disponível em <http://www.biodieselbr.com/biodiesel/historia/biodiesel-historia.htm> Acesso 07 de Março de 2016 ORTO FARMA. SUGESTÃO DE PROCEDIMENTO PARA DETERMINAÇÃO DA VISCOSIDADE NO COPO FORD. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfZ_0AB/pop-viscosidade-copo-ford> Acesso em 07 de março de 2016. RAMOS, L. P. A Qualidade da Matéria-Prima para a Produção de Biodiesel - Parte 1. Publicado em 20 de Agosto de2006. BIODIESELBR. Disponível em <http://www.biodieselbr.com/noticias/colunistas/ramos/qualidade-materia-prima-producao-biodiesel-1.htm>. Acesso em 05 de março de 2016.
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