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124 questes de direito civil parte geral

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Prof. Hercílio Belarmino – Direito Civil – Parte Geral – 124 Questões Discursivas 1 
 
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1 
 
 
 
 
BA EXECUTIVO EM GESTÃO DE IES 
DISCIPLINA: PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 
Plano de Aulas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
PARTE GERAL 
 
Prof. Hercílio Belarmino 
124 QUESTÕES 
DISCURSIVAS 
 
 
Prof. Hercílio Belarmino – Direito Civil – Parte Geral – 124 Questões Discursivas 2 
 
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2 
 
Sumário 
1) Que matérias são reguladas pelo Código Civil (CC)? ............................................................................................................................................ 5 
2) Que é pessoa natural? ............................................................................................................................................................................................... 5 
3) Quando começa a personalidade civil do homem e o que são direitos da personalidade? ............................................................................... 5 
4) Que é nascituro? ........................................................................................................................................................................................................ 5 
5) O nascituro possui direitos? ..................................................................................................................................................................................... 6 
6) A lei protege as expectativas de direito do nascituro? ........................................................................................................................................... 6 
7) Como são defendidos em juízo os direitos do nascituro? .................................................................................................................................... 6 
8) Que é capacidade civil? ............................................................................................................................................................................................. 6 
9) Como termina a existência do homem? ................................................................................................................................................................. 7 
10) Morrendo alguém, cessam seus direitos? .............................................................................................................................................................. 7 
11) Que pessoas são consideradas por lei como absolutamente incapazes para exercer os atos da vida civil? .................................................. 7 
12) Quem são considerados pela lei civil como relativamente incapazes para realizar certos atos ou à maneira de exercê-los? ...................... 7 
13) Com que idade cessa a menoridade civil? ............................................................................................................................................................. 7 
14) Há outras formas de fazer cessar a menoridade, antes de completar 21 anos?................................................................................................ 7 
15) Como se dá a emancipação? .................................................................................................................................................................................. 8 
16) É possível revogar a emancipação? ....................................................................................................................................................................... 8 
17) Como praticam os atos da vida civil os menores de 16 anos e os que têm entre16 e 18 anos? ..................................................................... 8 
18) Que é pródigo e a que se limita sua interdição? ................................................................................................................................................... 9 
19) As doenças, as deficiências físicas ou a idade avançada são causa de incapacidade civil?............................................................................... 9 
20) Como os índios praticam atos da vida civil? ........................................................................................................................................................ 9 
21) Quais os requisitos para a emancipação do índio? .............................................................................................................................................. 9 
22) Qual a lei extravagante que regula a situação jurídica dos índios? ...................................................................................................................10 
23) A lei distingue os direitos do brasileiro dos do estrangeiro? ............................................................................................................................10 
24) Qual a lei extravagante que regula a situação jurídica dos estrangeiros? .........................................................................................................10 
25) Quais os direitos assegurados e negados aos naturalizados? ............................................................................................................................10 
26) O que é comoriência? ...........................................................................................................................................................................................10 
27) Quais as consequências da comoriência? ...........................................................................................................................................................11 
28) O que é pessoa jurídica? .......................................................................................................................................................................................11 
29) Como se dividem as pessoas jurídicas? Dar exemplos. ....................................................................................................................................11 
30) Qual a diferença entre associação e sociedade civil? .........................................................................................................................................12 
31) O que é fundação? ................................................................................................................................................................................................13 
32) Como pode ser criada uma fundação de Direito Privado?...............................................................................................................................13 
33) Quem fiscaliza as fundações privadas? ...............................................................................................................................................................13 
34) O que são sociedades de economia mista? .........................................................................................................................................................13 
35) O que são empresas públicas unipessoais? .........................................................................................................................................................13 
36) O que são entes despersonalizados? ...................................................................................................................................................................13 
37) Quem representa em juízo esses entes? ..............................................................................................................................................................14 
38) Como se inicia a existência legal das pessoas jurídicas de Direito Privado?...................................................................................................14 
39) Como se inicia a existência legal das pessoas jurídicas de Direito Público,como as autarquias? .................................................................14 
40) Onde se registra o ato constitutivo de um escritório de advocacia? ...............................................................................................................15 
41) Onde se registra o contrato social da sociedade empresariais? ........................................................................................................................15 
42) Como se extinguem as pessoas jurídicas? ...........................................................................................................................................................15 
43) O que é domicílio civil da pessoa natural? .........................................................................................................................................................15 
44) Onde é o domicílio das pessoas jurídicas de Direito Civil? ..............................................................................................................................15 
Prof. Hercílio Belarmino – Direito Civil – Parte Geral – 124 Questões Discursivas 3 
 
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45) Onde é o domicílio legal da União, dos Estados e dos Municípios?...............................................................................................................15 
46) Quais os tipos de domicílios existentes? .............................................................................................................................................................16 
47) Onde é o domicílio da pessoa natural se ela tiver diversas residências ou vários centros de ocupação? ....................................................16 
48) Qual o domicílio da pessoa que não tem residência habitual ou ganha a vida sempre viajando, sem ponto central de negócios? .........16 
49) Qual o domicílio dos incapazes? .........................................................................................................................................................................16 
50) O que é nome? ......................................................................................................................................................................................................16 
51) Qual a natureza jurídica do nome? ......................................................................................................................................................................16 
52) Quais os elementos que compõem o nome? .....................................................................................................................................................17 
53) Em que casos se admite a alteração do nome? ..................................................................................................................................................17 
54) Pode a concubina utilizar o patronímico do companheiro? .............................................................................................................................17 
55) Em que outras situações pode o nome ser alterado? ........................................................................................................................................17 
56) Que são bens corpóreos e incorpóreos?.............................................................................................................................................................17 
57) Que são bens móveis, semoventes e imóveis? ...................................................................................................................................................18 
58) Que são bens fungíveis e infungíveis? ................................................................................................................................................................18 
59) Que são bens consumíveis e inconsumíveis? .....................................................................................................................................................18 
60) Que são bens divisíveis e indivisíveis? ................................................................................................................................................................18 
61) Que são bens singulares e coletivos? ..................................................................................................................................................................18 
62) Que são bens principais e acessórios? ................................................................................................................................................................18 
63) Que são bens particulares e bens públicos? .......................................................................................................................................................18 
64) Que são bens em comércio e bens fora do comércio? .....................................................................................................................................19 
65) Que são benfeitorias?............................................................................................................................................................................................19 
66) Quais os tipos de benfeitorias existentes? ..........................................................................................................................................................19 
67) Que são frutos? .....................................................................................................................................................................................................19 
68) Quais os tipos de frutos existentes? ....................................................................................................................................................................19 
69) Que tipos de bens são os navios e as aeronaves? ..............................................................................................................................................19 
70) Que é bem de família? ..........................................................................................................................................................................................19 
71) Que é fato jurídico? ...............................................................................................................................................................................................20 
72) Que é ato jurídico? ................................................................................................................................................................................................20 
73) Quais os requisitos de validade do ato jurídico? ................................................................................................................................................20 
74) Qual a diferença entre negócio jurídico e ato jurídico?.....................................................................................................................................20 
75) Quais são os principais defeitos dos atos jurídicos? ..........................................................................................................................................20 
76) Que é erro? ............................................................................................................................................................................................................20 
77) Qual a conseqüência do erro sobre a validade do ato jurídico? .......................................................................................................................2078) Que é dolo? ............................................................................................................................................................................................................20 
79) Qual a conseqüência do dolo sobre a validade do ato jurídico? ......................................................................................................................21 
80) Que é coação? ........................................................................................................................................................................................................21 
81) Qual a conseqüência da coação sobre a validade do ato jurídico? ...................................................................................................................21 
82) Que é simulação?...................................................................................................................................................................................................21 
83) Qual a conseqüência da simulação sobre a validade dos atos jurídicos? .........................................................................................................21 
84) Depois de praticarem ato jurídico simulado, as partes passam a discutir entre si e a litigar judicialmente. Alguma delas poderá alegar 
que o ato jurídico foi simulado? .................................................................................................................................................................................21 
85) O que é fraude contra credores? .........................................................................................................................................................................21 
86) Quais as condições necessárias para que se reconheça a fraude contra credores? ........................................................................................22 
88) O que é fraude à execução?..................................................................................................................................................................................22 
89) Qual a diferença entre fraude à execução e fraude contra credores? ..............................................................................................................22 
90) Quais os elementos acessórios ou acidentais dos atos jurídicos? ....................................................................................................................22 
91) O que é condição? .................................................................................................................................................................................................23 
92) O que é termo? ......................................................................................................................................................................................................23 
Prof. Hercílio Belarmino – Direito Civil – Parte Geral – 124 Questões Discursivas 4 
 
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93) O que é encargo? ...................................................................................................................................................................................................23 
94) Quais os tipos de condição existentes? ...............................................................................................................................................................23 
95) O que é condição causal? .....................................................................................................................................................................................23 
96) O que é condição simplesmente potestativa? ....................................................................................................................................................23 
97) O que é condição puramente potestativa? .........................................................................................................................................................23 
98) O que é condição mista? ......................................................................................................................................................................................23 
99) O que é condição suspensiva? .............................................................................................................................................................................23 
100) O que é condição resolutiva? .............................................................................................................................................................................24 
101) O que é ato juridicamente nulo?........................................................................................................................................................................24 
102) Qual a diferença entre ato nulo e ato anulável? ...............................................................................................................................................24 
103) O que é convalidação? ........................................................................................................................................................................................24 
104) O que é ratificação? ............................................................................................................................................................................................24 
105) O que é ato jurídico inexistente? .......................................................................................................................................................................24 
106) O que é ato jurídico ineficaz? ............................................................................................................................................................................24 
107) Qual a diferença entre nulidade e ineficácia do ato jurídico? .........................................................................................................................25 
108) Quando é que o ato jurídico será absolutamente nulo? ..................................................................................................................................25 
109) Quando o ato jurídico será anulável? ................................................................................................................................................................25 
110) O que são atos ilícitos no campo civil? .............................................................................................................................................................25 
111) Qual a conseqüência para o agente que praticou ato ilícito? ..........................................................................................................................25 
112) O que exclui a ilicitude do ato?..........................................................................................................................................................................25 
113) O que é prescrição? .............................................................................................................................................................................................26 
114) Como e onde pode ser argüida a prescrição? ...................................................................................................................................................26 
115) O prazo prescricional pode ser interrompido? ................................................................................................................................................26 
116) Quais as causas interruptivas da prescrição? ....................................................................................................................................................26117) Qual a diferença entre interrupção e suspensão de prazos? ...........................................................................................................................26 
118) Em que casos não correm prazos prescricionais? ...........................................................................................................................................27 
120) Quais os prazos prescricionais previstos no CC? ............................................................................................................................................27 
121) Qual o prazo para o advogado cobrar honorários devidos por um cliente? ................................................................................................28 
122) O que é decadência? ...........................................................................................................................................................................................28 
123) Citar 5 diferenças entre prescrição e decadência. ............................................................................................................................................29 
124) Dar exemplos de prazos decadenciais. .............................................................................................................................................................29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Hercílio Belarmino – Direito Civil – Parte Geral – 124 Questões Discursivas 5 
 
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5 
 
PARTE GERAL DO CÓDIGO CIVIL 
 
1) Que matérias são reguladas pelo Código Civil (CC)? 
R.: Os direitos e as obrigações de ordem privada, concernentes às pessoas, aos 
bens e às suas relações. 
2) Que é pessoa natural? 
R.: O art. 1º do Código Civil, ao prescrever “toda pessoa é capaz de direitos e deveres”, 
emprega o termo “pessoa” na acepção de todo ser humano, sem qualquer distinção 
de sexo, idade, credo ou raça. 
 
3) Quando começa a personalidade civil do homem e o que são direitos da 
personalidade? 
R.: A personalidade civil se inicia desde nascimento com vida. Integram os direitos da 
personalidade o direito à vida, à integridade físico-psíquica, à identidade, à honra, à 
imagem, à liberdade, à privacidade e outros reconhecidos à pessoa. Os direitos da 
personalidade são inatos, absolutos, intransmissíveis, indisponíveis, irrenunciáveis, 
ilimitados, imprescritíveis, impenhoráveis e inexpropriáveis. Os direitos da 
personalidade destinam-se a resguardar a dignidade humana, mediante sanções, que 
devem ser suscitadas pelo ofendido (lesado direto). Essa sanção deve ser feita por 
meio de medidas cautelares que suspendam os atos que ameacem ou desrespeitem a 
integridade físico-psíquica, intelectual e moral, movendo-se, em seguida, uma ação 
que irá declarar ou negar a existência da lesão, que poderá ser cumulada com ação 
ordinária de perdas e danos a fim de ressarcir danos morais e patrimoniais. (art. 12, 
CC) 
 
4) Que é nascituro? 
R.: É o ser já gerado, mas que ainda está por nascer. Ante as novas técnicas de 
fertilização in vitro e do congelamento de embriões humanos, houve quem levantasse 
o problema relativo ao momento em que se deve considerar juridicamente o 
nascituro, entendendo-se que a vida tem início, naturalmente, com a concepção no 
ventre materno. Assim sendo, na fecundação na proveta, embora seja a fecundação do 
óvulo, pelo espermatozoide, que inicia a vida, é a nidação do zigoto ou ovo que a 
garantirá; logo, para alguns autores, o nascituro só será “pessoa” quando o ovo 
fecundado for implantado no útero materno, sob a condição do nascimento com vida. 
O embrião humano congelado não poderia ser tido como nascituro, apesar de dever 
ter proteção jurídica como pessoa virtual, com uma carga genética própria. Embora a 
vida se inicie com a fecundação, e a vida viável com a gravidez, que se dá com a 
nidação, entendemos que na verdade o início legal da consideração jurídica da 
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personalidade é o momento da penetração do espermatozoide no óvulo, mesmo fora 
do corpo da mulher. Por isso, a Lei n. 8.974/95, nos arts. 8º, II, III e IV, e 13, veio a 
reforçar, em boa hora, essa ideia não só ao vedar: 
a) manipulação genética de células germinais humanas; b) intervenção em material 
genético humano in vivo, salvo para o tratamento de defeitos genéticos; c) produção, 
armazenamento ou manipulação de embriões humanos destinados a servir como 
material biológico disponível, como também ao considerar tais atos como crimes, 
punindo-os severamente. Com isso, parece-nos que a razão está com a teoria 
Concepcionista, uma vez que o Código Civil resguarda desde a concepção os direitos 
do nascituro e, além disso, no art. 1.597, IV, presume concebido na constância do 
casamento o filho havido, a qualquer tempo, quando se tratar de embrião excedente, 
decorrente de concepção artificial heteróloga. 
5) O nascituro possui direitos? 
R.: Sim. Conquanto comece do nascimento com vida a personalidade civil do homem, a 
lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro (CC, arts.22, 1.609, 1.779, 
parágrafo único e 1.798), como o direito à vida (CF, art. 52, CP, arts.124 a 128, I e II), à 
filiação (CC, arts.1.596 e 1.597), à integridade física, a alimentos (RT 650/220; RJTJSP 
150/906), a uma adequada assistência pré-natal, a um curador que zele pelos seus 
interesses em caso de incapacidade de seus genitores, de receber herança (CC, 
arts.1.798 e 1.800, §3º), de ser contemplado por doação (CC, art.542), de ser 
reconhecido como filho, etc. Poder-se-ia até mesmo afirmar que, na vida intrauterina, 
tem o nascituro, e na vida extrauterina, tem o embrião, personalidade jurídica formal, 
no que atine aos direitos personalíssimos, ou melhor, aos da personalidade, visto ter a 
pessoa carga genética diferenciada desde a concepção, seja ela in vivo ou in vitro 
(Recomendação n.1.046/89, n. 7 do Conselho da Europa), passando a ter a 
personalidade jurídico material, alcançando os direitos patrimoniais, que permaneciam 
em estado potencial, somente com o nascimento com vida (CC, art.1.800, §3o). Se 
nascer com vida, adquire personalidade jurídica material, mas, se tal não ocorrer, 
nenhum direito patrimonial terá. 
6) A lei protege as expectativas de direito do nascituro? 
R.: Sim, a lei os protege. Nascendo com vida, confirmam-se esses direitos. O 
natimorto não os tem. É como se esses direitos jamais tivessem existido. 
 
7) Como são defendidos em juízo os direitos do nascituro? 
R.: Por meio dos pais ou do curador, podendo figurar o nascituro como sujeito 
ativo ou passivo de obrigações e direitos. 
 
8) Que é capacidade civil? 
R.: É a aptidão da pessoa natural para exercer direitos e assumir obrigações na 
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7 
ordem jurídica. 
 
9) Como termina a existência do homem? 
R.: Pela morte. Para fins patrimoniais, termina também pela declaração judicial de 
ausência. 
 
10) Morrendo alguém, cessam seus direitos? 
R.: Não. Cessa apenas sua capacidade civil, mas seus direitos se transmitem aos 
herdeiros. Há direitos, como, por exemplo, o direito à imagem, referentes ao 
próprio falecido, mas que podem, no entanto, ser pleiteados pelos herdeiros. 
 
11) Que pessoas são consideradas por lei como absolutamente incapazes para 
exercer os atos da vida civil? 
R.: Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
I— os menores de dezesseis anos; 
II — os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário 
discernimento para a prática desses atos; 
 III — os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimirsua vontade. 
12) Quem são considerados pela lei civil como relativamente incapazes para realizar 
certos atos ou à maneira de exercê-los? 
R.: Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: 
I— os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II— os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, 
tenham o discernimento reduzido; 
III — os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
IV — os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. 
 
13) Com que idade cessa a menoridade civil? 
R.: Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica 
habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
14) Há outras formas de fazer cessar a menoridade, antes de completar 21 anos? 
R.: Art. 5º(...) Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
I— pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento 
público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido 
o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; 
Prof. Hercílio Belarmino – Direito Civil – Parte Geral – 124 Questões Discursivas 8 
 
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II — pelo casamento; 
III — pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV — pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V — pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de 
emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha 
economia própria. 
 
 
 
 
 
 
 
15) Como se dá a emancipação? 
R.: Emancipação expressa ou voluntária: Antes da maioridade legal, tendo o menor 
atingido dezesseis anos, poderá haver a outorga de capacidade civil por concessão dos 
pais, no exercício do poder familiar, mediante escritura pública inscrita no Registro 
Civil competente (Lei n. 6.015/73, arts. 89 e 90; CC, art. 92, II), independentemente de 
homologação judicial. Além dessa emancipação por concessão dos pais, ter-se-á a 
emancipação por sentença judicial, se o menor com dezesseis anos estiver sob tutela 
(CPC, arts. 1.103 a 1.112,1; Lei n. 8.069/90, arts. 148, VII, parágrafo único, e), ouvido o 
tutor. 
Emancipação tácita ou legal: A emancipação legal decorre dos seguintes casos: a) 
casamento, pois não é plausível que fique sob a autoridade de outrem quem tem 
condições de casar e constituir família; assim, mesmo que haja anulação do 
matrimônio, viuvez, separação judicial ou divórcio, o emancipado por esta forma não 
retoma à incapacidade; b) exercício de emprego público efetivo, por funcionário 
nomeado em caráter efetivo (não abrangendo a função pública extranumerária ou em 
comissão), com exceção de funcionário de autarquia ou entidade paraestatal, que não 
é alcançado pela emancipação. Diarista e contratado não serão emancipados por força 
de lei (RT 98/523; Súmula 14 do STF Lei n.1.711\52, art.22, II: Lei 8.112\90, art.5o, V.) 
16) É possível revogar a emancipação? 
R.: Uma vez concedida, por qualquer meio, é irrevogável e definitiva. 
 
17) Como praticam os atos da vida civil os menores de 16 anos e os que têm entre16 
e 18 anos? 
R.: Os menores de 16 anos são representados pelos pais ou pelo tutor, que 
praticam os atos sozinhos, pelo menor ou em seu nome. Os maiores de 16 e 
menores de 18, não emancipados, são assistidos pelos pais, pelo tutor ou pelo 
curador, que praticam atos ao lado do menor, auxiliando-o e integrando-lhe a 
capacidade civil. 
Prof. Hercílio Belarmino – Direito Civil – Parte Geral – 124 Questões Discursivas 9 
 
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18) Que é pródigo e a que se limita sua interdição? 
R. São considerados relativamente incapazes os pródigos, ou seja, aqueles que, 
comprovada, habitual e desordenadamente, dilapidam seu patrimônio, fazendo gastos 
excessivos. Com a interdição do pródigo, privado estará ele dos atos que possam 
comprometer seus bens, não podendo, sem a assistência de seu curador (CC, art. 
1.767, V), alienar, emprestar, dar quitação, transigir, hipotecar, agir em juízo e praticar, 
em geral, atos que não sejam de mera administração (CC, art. 1.782). 
 
19) As doenças, as deficiências físicas ou a idade avançada são causa de incapacidade 
civil? 
R.: Por si sós, não. Somente se impedirem a manifestação ou a transmissão da 
livre vontade do doente, do deficiente ou do idoso. 
 
20) Como os índios praticam atos da vida civil? 
R.: Os índios, devido a sua educação ser lenta e difícil, são colocados pelo novo Código 
Civil sob a proteção de lei especial, que regerá a questão de sua capacidade. 
21) Quais os requisitos para a emancipação do índio? 
R.: Lei 6.001/73 - Art. 9º Qualquer índio poderá requerer ao Juiz competente a sua 
liberação do regime tutelar previsto nesta Lei, investindo-se na plenitude da 
capacidade civil, desde que preencha os requisitos seguintes: 
 
 I - idade mínima de 21 anos; 
 II - conhecimento da língua portuguesa; 
 III - habilitação para o exercício de atividade útil, na comunhão nacional; 
 IV - razoável compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional. 
 Parágrafo único. O Juiz decidirá após instrução sumária, ouvidos o órgão de 
assistência ao índio e o Ministério Público, transcrita a sentença concessiva no registro 
civil. 
 Art. 10. Satisfeitos os requisitos do artigo anterior e a pedido escrito do 
interessado, o órgão de assistência poderá reconhecer ao índio, mediante declaração 
formal, a condição de integrado, cessando toda restrição à capacidade, desde que, 
homologado judicialmente o ato, seja inscrito no registro civil. 
 
 Art. 11. Mediante decreto do Presidente da República, poderá ser declarada a 
emancipação da comunidade indígena e de seus membros, quanto ao regime tutelar 
estabelecido em lei, desde que requerida pela maioria dos membros do grupo e 
comprovada, em inquérito realizado pelo órgão federal competente, a sua plena 
integração na comunhão nacional. 
 
 Parágrafo único. Para os efeitos do disposto neste artigo, exigir-se-á o 
preenchimento, pelos requerentes, dos requisitos estabelecidos no artigo 9º. 
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22) Qual a lei extravagante que regula a situação jurídica dos índios? 
R.: O Código Civil sujeita-os ao regime tutelar, estabelecido em leis e regulamentos 
especiais - Lei n. 6.001/73; CF/88, arts. 22, XIV, 49, XVI, 129, V, 210, § 22, 232. 109, XI, 
231, 176. § , e art. 67 das Disposições Transitórias; Dec. n. 88.118/83. 
 
23) A lei distingue os direitos do brasileiro dos do estrangeiro? 
R.: Embora o art. 3.° do CC diga que não há distinção, encontram-se inúmeras 
normas constitucionais e ordinárias que distinguem, juridicamente, o estrangeiro, 
em relação ao brasileiro. Por exemplo, somente mediante autorização, poderão os 
estrangeiros comprar terras cuja área seja superior a 3 vezes o módulo rural (Lei 
n.° 5.709/71). 
 
24) Qual a lei extravagante que regula a situação jurídica dos estrangeiros? 
R.: Estatuto do Estrangeiro, Lei Federal n.º 6.815/80. Encontra-se regulada 
também na Constituição Federal (CF) de 1988. Quanto aos portugueses, mediante 
Convenção Internacional celebrada entre Brasil e Portugal, podem eles gozar de 
igualdade de direitos desde que o requeiram ao Ministro da Justiça e preencham 
certos requisitos. 
 
25) Quais os direitos assegurados e negados aos naturalizados? 
R.: Asseguram-se-lhes os mesmos direitos civis dos brasileiros. Não podem, 
entretanto, exercer alguns cargos políticos (Presidente e Vice da República, 
Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado, Ministro do Supremo Tribunal 
Federal (STF), diplomata, oficial das Forças Armadas) e sofrem restrições quanto 
à propriedade de empresas de comunicação (devemser naturalizados há mais de 
10 anos). 
 
26) O que é comoriência? 
R.: A comoriência é a morte de duas ou mais pessoas na mesma ocasião e em razão do 
mesmo acontecimento. Embora o problema da comoriência, em regra, alcance casos 
de morte conjunta, ocorrida no mesmo acontecimento, ela coloca-se, com igual 
relevância, no que concerne a efeitos dependentes de sobrevivência, na hipótese de 
pessoas falecidas em locais e acontecimentos distintos, mas em datas e horas 
simultâneas ou muito próximas. 
 
 
 
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27) Quais as consequências da comoriência? 
R.: A comoriência terá grande repercussão na transmissão de direitos sucessórios, pois, 
se os comorientes são herdeiros uns dos outros, não há transferência de direitos; um 
não sucederá ao outro, sendo chamados à sucessão os seus herdeiros ante a 
presunção juris tantum de que faleceram ao mesmo tempo. Se dúvida houver no 
sentido de se saber quem faleceu primeiro, o magistrado aplicará o art. 8o do Código 
Civil, caso em que, então, não haverá transmissão de direitos entre as pessoas que 
morreram na mesma ocasião. 
28) O que é pessoa jurídica? 
R.: A pessoa jurídica é a unidade de pessoas naturais ou de patrimônios que visa à 
obtenção de certas finalidades, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de 
direitos e obrigações. 
 
29) Como se dividem as pessoas jurídicas? Dar exemplos. 
R.: Pessoas jurídicas de direito público interno: São pessoas jurídicas de direito 
público interno: 
a) a União, que designa a nação brasileira, nas suas relações com os Estados federados 
que a compõem e com os cidadãos que se encontram em seu território; logo, indica a 
organização política dos poderes nacionais considerada em seu conjunto. Assim, o 
Estado Federal (União) seria ao mesmo tempo Estado e Federação; 
b) os Estados federados, que se regem pela Constituição e pelas leis que adotarem. 
Cada Estado federado possui autonomia administrativa, competência e autoridade na 
seara legislativa, executiva e judiciária, decidindo sobre negócios locais; 
c) o Distrito Federal, que é a capital da União. É um município equiparado ao Estado 
federado por ser a sede da União, tendo administração, autoridades próprias e leis 
atinentes aos serviços locais. Possui personalidade jurídica por ser um organismo 
político-administrativo, constituído para a consecução de fins comuns; 
d) os Territórios, autarquias territoriais (Hely Lopes Meirelles), ou melhor, pessoas 
jurídicas de direito público interno, com capacidade administrativa e de nível 
constitucional, ligadas à União, tendo nesta a fonte de seu regime jurídico 
infraconstitucional (Michel Temer) e criadas mediante lei complementar; 
e) os Municípios legalmente constituídos, por terem interesses peculiares e economia 
própria. A Constituição Federal assegura sua autonomia política, ou seja, a capacidade 
para legislar relativamente a seus negócios e por meio de suas próprias autoridades. 
 
Pessoas jurídicas de direito público externo: São as regulamentadas pelo direito 
internacional público, abrangendo: nações estrangeiras, Santa Sé e organismos 
internacionais (ONU, OEA, Unesco, FAO etc.). 
 
 
 
 
 
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Pessoas jurídicas de direito privado: As pessoas jurídicas de direito privado, instituídas 
por iniciativa de particulares, dividem-se em: 
 
a) Fundações particulares, que são universalidades de bens, personalizadas pela ordem 
pública, em consideração a um fim estipulado pelo fundador, sendo este objetivo 
imutável e seus órgãos servientes, pois todas as resoluções estão delimitadas pelo 
instituidor (CC, arts. 66 e 69; Lei n. 6.435/77, Art. 82; CPC, arts. 1.200 a 1.204). Deve 
ser constituída por escrito e lançada no registro geral; 
b) associações civis, religiosas, pias, morais, cientificas ou literárias e as associações de 
utilidade pública, que abrangem um conjunto de pessoas, que almejam fins ou 
interesses dos sócios, que podem ser alterados, pois os sócios deliberam livremente, já 
que seus órgãos são dirigentes. Na associação (CF/88, art. 52, XVII a XXI) não há fim 
lucrativo, embora tenha patrimônio formado com a contribuição de seus membros 
para a obtenção de fins culturais, educacionais, esportivos, religiosos, recreativos, 
morais etc.; 
c) sociedade simples, na qual se visa o fim econômico ou lucrativo, pois o lucro obtido 
deve ser repartido entre os sócios, sendo alcançado pelo exercício de certas profissões 
ou pela prestação de serviços técnicos (CC, arts. 997 a 1.038) (p. ex., uma sociedade 
imobiliária ou uma sociedade cooperativa — CC, arts. 982, parágrafo único, e 1.093 a 
1.096). As sociedades devem constituir-se por escrito, lançar-se no registro civil das 
pessoas jurídicas (CC, arts. 998); d) sociedades empresárias, que visam o lucro, 
mediante exercício de atividade empresarial ou comercial (RT, 468/207), assumindo as 
formas de: sociedade em nome coletivo; sociedade em comandita simples; sociedade 
em comandita por ações; sociedade limitada; sociedade anônima ou por ações (CC, 
arts. 1.039 a 1.092). Assim, para saber se dada sociedade é simples ou empresária 
basta considerar a natureza de suas operações habituais; se estas tiverem por objeto o 
exercício de atividades econômicas organizadas para a produção ou circulação de bens 
ou de serviços próprias de empresário, sujeito a registro (CC, arts. 982 e 967), a 
sociedade será empresária; caso contrário, simples, mesmo que adote quaisquer das 
formas empresariais, como permite o Art. 983 do Código Civil, exceto se for anônima, 
que, por força de lei, será sempre empresária. As sociedades empresárias deverão ter 
assento no Registro Público de Empresas Mercantis (CC, arts. 1.150 a 1.154). E as 
simples, no Registro Civil das Pessoas Jurídicas (CC, art. 1.150, §2º); 
d) partidos políticos, que são associações civis assecuratórias, no interesse do regime 
democrático, da autenticidade do sistema representativo e defensoras dos direitos 
fundamentais definidos na Constituição Federal (CF/ 88,art. 17,I a I V, 1º a 4º, 22, 
XXVII, 37,XVILXIX,XX, 71, II a IV, 150, §2º, 169, parágrafo único, II, 163, II, e Lei n. 
9.096/95, com alteração das Leis n. 9.504/97 e 9.693/98). 
30) Qual a diferença entre associação e sociedade civil? 
R.: Em geral, a associação não possui fins lucrativos, ao contrário da sociedade 
civil, que sempre visa a lucro.(vide questão 29) 
 
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31) O que é fundação? 
R.: É um patrimônio, personalizado e afetado por seu instituidor a determinada 
finalidade. (vide questão 29) 
 
32) Como pode ser criada uma fundação de Direito Privado? 
R.: Por escritura pública ou por testamento. O instituidor deverá doar os recursos 
necessários, indicar a finalidade e, se o desejar, a forma de administrar o 
patrimônio. Pode também ser criada pelo Poder Público, continuando a ter caráter 
privado, salvo lei federal expressamente em contrário. (vide questão 29) 
 
33) Quem fiscaliza as fundações privadas? 
R.: O Ministério Público (MP). 
 
34) O que são sociedades de economia mista? 
R.: São pessoas jurídicas de Direito Privado, criadas por lei, para a exploração de 
atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima (S/A), em que se 
associam capitais públicos e privados, cujas ações com direito a voto pertençam, 
em sua maioria, ao Estado ou a entidade da Administração Indireta, 
predominando, pois, a direção do Estado. Seus bens são penhoráveis, mas não 
estão sujeitas à falência. Ex.: Companhia do Metropolitano de São Paulo - Metrô. 
 
35) O que são empresas públicas unipessoais?R.: São pessoas jurídicas de Direito Privado, com capital próprio e 100% público, 
criadas por lei, para a exploração de atividade econômica, que o governo seja 
obrigado a exercer, podendo revestir-se de qualquer das formas em Direito 
admitidas, prevalecendo as definidas no Decreto-Lei n.° 200. Ex.: Banco Nacional 
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 
 
36) O que são entes despersonalizados? 
R.: São entidades não dotadas de personalidade jurídica, mas que configuram 
centros de relações e interesses jurídicos, possuindo capacidade processual ativa 
e passiva. Ex.: espólio, massa falida, herança jacente ou vacante, condomínio em 
edifícios. 
 
 
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37) Quem representa em juízo esses entes? 
R.: O administrador dos bens: inventariante, síndico da massa, síndico do 
condomínio, etc. 
 
38) Como se inicia a existência legal das pessoas jurídicas de Direito Privado? 
R.: O fato que dá origem a pessoa jurídica de direito privado é a vontade humana, sem 
necessidade de qualquer ato administrativo de concessão ou autorização, salvo os 
ca¬sos especiais do Código Civil (arts. 1.123a 1.125, 1.128, 1.130. 1.131, 1.132, 1.133, 
1.134, §1º, 1.135 a 1.138. 1.140 e 1.141), porém a sua personalidade jurídica 
permanece em estado potencial, adquirindo status jurídico, quando preencher as 
formalidades ou exigências legais. 
Fases do processo genético da pessoa jurídica de direito privado: Na criação da pessoa 
jurídica de direito privado há duas fases: a) a do ato constitutivo, que deve ser escrito, 
podendo revestir-se de forma pública ou particular (CC, Art. 997), com exceção da 
fundação, que requer instrumento público ou testamento (CC, Art. 62). Além desses 
requisitos, há certas sociedades que para adquirir personalidade jurídica dependem de 
previa autorização ou aprovação do Poder Executivo Federal (CC, arts. 45, 2º pane, e 
1.123 a 1.125), como, p. ex., as sociedades estrangeiras (LICC, Art. 11, § 1o CC, arts. 
1.134 e 1.135); b) a do registro público (CC, arts. 45, 984, 985, 998 e 1.150 a 1.154), 
pois para que a pessoa jurídica de direito privado exista legalmente é necessário 
inscrever os contratos ou estatutos no seu registro peculiar (CC, Art. 1.150); o mesmo 
deve fazer quando conseguir a imprescindível autorização ou aprovação do Poder 
Executivo Federal (CC, mis. 45, 46,1.123 a 1.125 e 1.134; Lei n. 6.015/73, arts. 114 a 
121, com alteração da Lei n. 9.042/95). 
Apenas com o assento adquirirá personalidade jurídica, podendo, então, exercer todos 
os direitos; além disso, quaisquer alterações supervenientes havidas em seus atos 
constitutivos deverão ser averbadas no registro. Como se vê, esse sistema do registro 
sob o regime da liberdade contratual, regulado por norma especial, ou com 
autorização legal, é de grande utilidade em razão da publicidade que determinará os 
direitos de terceiros. O registro do ato constitutivo é uma exigência de ordem pública 
no que atina à prova e à aquisição da personalidade jurídica das entidades coletivas. 
Prazo decadencial para anular constituição de pessoa jurídica de direi¬to privado: 
Havendo defeito no ato constitutivo de pessoa jurídica de direito privado, pode-se 
desconstituí-la dentro do prazo decadencial de três anos, contado da publicação de 
sua inscrição no Registro. 
39) Como se inicia a existência legal das pessoas jurídicas de Direito Público,como as 
autarquias? 
R.: Inicia-se com a lei que as criou, e, por isso, não são registradas. 
 
 
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40) Onde se registra o ato constitutivo de um escritório de advocacia? 
R.: No Registro Civil de Pessoas Jurídicas, pois sua forma jurídica é sociedade 
civil (S/C). 
 
41) Onde se registra o contrato social da sociedade empresariais? 
R.: Na Junta Comercial. 
 
42) Como se extinguem as pessoas jurídicas? 
R.: Pela dissolução, deliberada entre seus membros, ressalvados os direitos da 
minoria e de terceiros; por determinação legal; por ato do governo, que lhe casse 
a autorização para funcionar quando incorrer em atos opostos a seus fins ou 
contrários aos interesses públicos. 
Havendo dissolução da pessoa jurídica ou cassada sua autorização para 
funcionamento, ela subsistirá para fins de liquidação, mas aquela dissolução ou 
cassação deverá ser averbada no registro onde ela estiver inscrita. 
Liquidação da sociedade: Percebe-se que a extinção da pessoa jurídica não se opera 
instantaneamente, pois se houver bens de seu patrimônio e dívidas a resgatar, ela 
continuará em fase de liquidação, durante a qual subsiste para a realização do ativo e 
pagamento de débitos, cessando, de uma só vez, quando se der ao acervo econômico 
o destino próprio (CC, arts. 1.036 a 1.038). 
Cancelamento da inscrição da pessoa jurídica: Encenada a liquidação, promover-se-á o 
cancelamento da inscrição da pessoa jurídica. A extinção da pessoa jurídica, com tal 
cancelamento, produzirá efeitos ex nunc, mantendo-se os atos negociais por ela 
praticados até o instante de seu desaparecimento, respeitando-se direitos de terceiro. 
 
43) O que é domicílio civil da pessoa natural? 
R.: É o lugar onde ela estabelece a residência com ânimo definitivo. 
 
44) Onde é o domicílio das pessoas jurídicas de Direito Civil? 
R.: A sede ou a filial, conforme os atos praticados, ou determinação dos seus 
estatutos. 
 
45) Onde é o domicílio legal da União, dos Estados e dos Municípios? 
R.: Respectivamente, o Distrito Federal, as respectivas capitais e os locais onde 
funciona a Administração Municipal. 
 
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46) Quais os tipos de domicílios existentes? 
R.: Voluntário - estabelecido pela vontade do indivíduo; legal - estabelecido em lei; 
de eleição - estabelecido pelas partes, de comum acordo, nos contratos. 
 
47) Onde é o domicílio da pessoa natural se ela tiver diversas residências ou vários 
centros de ocupação? 
R.: Em qualquer residência, ou centro de ocupação. 
 
48) Qual o domicílio da pessoa que não tem residência habitual ou ganha a vida 
sempre viajando, sem ponto central de negócios? 
R.: O do lugar onde for encontrada. 
 
49) Qual o domicílio dos incapazes? 
R.: O de seus representantes legais. 
 
50) O que é nome? 
R.: É o elemento externo pelo qual se designa, se identifica e se reconhece a 
pessoa no âmbito da família e da sociedade. 
 
51) Qual a natureza jurídica do nome? 
R.: Há pelo menos 4 correntes a respeito, considerando o nome como: a) forma de 
propriedade; b) direito da personalidade, exercitável erga omnes, e cujo objeto é 
inestimável; c) direito subjetivo extrapatrimonial, de objeto imaterial; d) sinal 
distintivo revelador da personalidade. 
O nome integra a personalidade por ser o sinal exterior pelo qual se designa, se 
individualiza e se reconhece a pessoa no seio da família e da sociedade. 
Elementos constitutivos do nome: Dois, em regra, são os elementos constitutivos do 
nome: o prenome próprio da pessoa, que pode ser livremente escolhido, desde que 
não exponha o portador ao ridículo; e o sobrenome, que é o sinal que identifica a 
procedência da pessoa, indicando sua filiação ou estirpe, podendo advir do apelido de 
família paterno, materno ou de ambos. A aquisição do sobrenome pode decorrer não 
só do nascimento, por ocasião de sua transcrição no Registro competente 
reconhecendo sua filiação, ruas também da adoção, do casamento, da união estável, 
ou ato de interessado, mediante requerimento ao magistrado. 
 
A pessoa tem autorização de usar seu nome e de defendê-lo de abuso cometido por 
terceiro, que, em publicação ou representação, venhaa expô-la ao desprezo público — 
mesmo que não haja intenção de difamar — por atingir sua boa reputação, moral e 
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profissional, no seio da coletividade (honra objetiva). Em regra, a reparação por essa 
ofensa é pecuniária, mas há casos em que é possível a restauração in natura, 
publicando-se desagravo. 
É vedada a utilização de nome alheio em propaganda comercial, por ser o direito ao 
nome indisponível, admitindo-se sua relativa disponibilidade mediante consentimento 
de seu titular, em prol de algum interesse social ou de promoção de venda de algum 
produto, mediante pagamento de remuneração convencionada. 
Protege-se juridicamente o pseudônimo adotado, comumente, para atividades ilícitas 
por literatos e artistas, dada a importância de que goza, por identificá-los no mundo 
das letras e das artes, mesmo que não tenham alcançado a notoriedade. 
 
52) Quais os elementos que compõem o nome? 
R.: Prenome (ex.: João, José Roberto), patronímico ou apelido de família (ex.: 
Gomes, Ferreira) e agnome (Filho, Júnior, Neto, Sobrinho). 
 
53) Em que casos se admite a alteração do nome? 
R.: Nome vexatório (art. 55, LRP); 
Erro gráfico (art. 110, LRP); 
Homonímia 
Dos 18 aos 19 anos sem qualquer justificativa (art. 56, LRP); 
Adoção (art. 47, § 5º, ECA); 
Casamento, separação ou divórcio (art. 1.565, §§ 1º e 2º, CC); 
Substituições por apelidos públicos notórios (Art. 58, LRP). 
54) Pode a concubina utilizar o patronímico do companheiro? 
R.: Sim, desde que exista impossibilidade de contraírem matrimônio, que tenham 
vida em comum por mais de 5 anos ou exista filho da união, e que o companheiro 
concorde. 
 
55) Em que outras situações pode o nome ser alterado? 
R.: vide questão 53. 
 
56) Que são bens corpóreos e incorpóreos? 
R.: São, respectivamente, os bens físicos (ex.: uma casa) e abstratos (ex.: um 
direito). 
 
 
 
 
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57) Que são bens móveis, semoventes e imóveis? 
R.: São, respectivamente, os que podem ser transportados por movimento próprio 
ou removidos por força alheia (ex.: um carro, um vaso), os animais e os que não 
podem ser transportados sem alteração de sua substância (ex.: um apartamento). 
 
58) Que são bens fungíveis e infungíveis? 
R.: São, respectivamente, os bens móveis que podem ser substituídos por outros 
de mesma espécie, qualidade e quantidade (ex.: 5 sacos de feijão) e os 
insubstituíveis, por existirem somente se respeitada sua individualidade (ex.: 
determinada pintura ou escultura). 
 
59) Que são bens consumíveis e inconsumíveis? 
R.: São, respectivamente, os bens móveis que se destroem pelo uso (ex.: 
alimentos em geral) e os duráveis (ex.: uma cadeira). 
 
60) Que são bens divisíveis e indivisíveis? 
R.: São, respectivamente, aqueles que podem ser fracionados em porções reais 
(ex.: um terreno) e aqueles que não podem ser fracionados sem se lhes alterar a 
substância, ou que, mesmo divisíveis, são considerados indivisíveis pela lei ou 
pela vontade das partes (ex.: um livro, um imóvel rural de área inferior ao módulo 
rural). 
 
61) Que são bens singulares e coletivos? 
R.: São, respectivamente, os que se consideram de per si (ex.: um livro) e os 
agrupados em um conjunto (ex.: uma coleção de moedas). 
 
62) Que são bens principais e acessórios? 
R.: São, respectivamente, os que existem em si e por si, abstrata ou 
concretamente, e aqueles cuja existência supõe a existência do principal (Obs.: 
em geral, salvo disposição em contrário, a coisa acessória segue a principal - 
accessorium sequitur principale). 
 
63) Que são bens particulares e bens públicos? 
R.: São, respectivamente, os que pertencem a pessoas naturais ou jurídicas de 
Direito Privado e os que pertencem a pessoas jurídicas públicas políticas, à União, 
aos Estados e aos Municípios. 
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64) Que são bens em comércio e bens fora do comércio? 
R.: São, respectivamente, os bens passíveis de serem vendidos e os insuscetíveis 
de apreciação (ex.: luz solar) ou inalienáveis por lei ou por destinação (ex.: bem de 
família). 
 
65) Que são benfeitorias? 
R.: São bens acessórios acrescentados ao imóvel, que é o bem principal. 
 
66) Quais os tipos de benfeitorias existentes? 
R.: Necessárias (imprescindíveis à conservação do imóvel ou para evitar-lhe a 
deterioração), úteis (aumentam ou facilitam o uso do imóvel) e voluptuárias 
(embelezam o imóvel, para mero deleite ou recreio). 
 
 
67) Que são frutos? 
R.: São bens acessórios que derivam do principal. 
 
68) Quais os tipos de frutos existentes? 
R.: Naturais (das árvores), industriais (da cultura ou da atividade) e civis (do 
capital, como os juros). 
 
69) Que tipos de bens são os navios e as aeronaves? 
R.: São bens sui generis. Necessitam de registro, admitem hipoteca, possuem 
nacionalidade, além de nome (o navio) ou marca (a aeronave). Não possuem 
personalidade jurídica, mas são tidos como se a tivessem, sendo ainda centros de 
relações e interesses jurídicos. 
 
70) Que é bem de família? 
R.: É imóvel próprio, designado pelo proprietário, para domicílio de sua família, 
isento de execução por dívida, exceto de impostos relativos ao imóvel. Pode ser 
voluntário, quando é instituído pelo casal, ou legal, no caso de único bem da 
família, ou o de menor valor, no caso de a família ter mais de um. 
 
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71) Que é fato jurídico? 
R.: É todo acontecimento derivado do homem ou da natureza que produz 
conseqüências jurídicas. 
 
72) Que é ato jurídico? 
R.: Conforme nosso CC, é todo ato lícito, que tenha por fim imediato adquirir, 
resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. 
 
73) Quais os requisitos de validade do ato jurídico? 
R.: Agente capaz, objeto lícito, livre vontade e forma prescrita (quando exigida) ou 
não proibida (defesa) em lei. 
 
74) Qual a diferença entre negócio jurídico e ato jurídico? 
R.: Há autores que, adotando a doutrina alemã dos pandectistas, empregam a 
expressão negócio jurídico quando o ato jurídico for típico de obrigações e 
contratos, e ato jurídico para os demais. No Direito brasileiro, a distinção não tem 
maior significado. 
 
75) Quais são os principais defeitos dos atos jurídicos? 
R.: Erro, dolo, coação, simulação ou fraude contra credores. 
 
76) Que é erro? 
R.: É a falsa noção sobre alguma coisa. "Errar é saber mal; ignorar é não saber". 
Ex.: comprar uma escultura de um artista, pensando que é de outro. 
 
 
77) Qual a conseqüência do erro sobre a validade do ato jurídico? 
R.: Se o erro for substancial ou essencial, o ato jurídico poderá ser anulado, como 
no caso anterior. Se o erro for acidental ou secundário (comprar uma casa que 
tenha 26 portas pensando que tinha 27), não ensejará nulidade. 
 
78) Que é dolo? 
R.: É o artifício empregado conscientemente para enganar alguém. 
 
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79) Qual a conseqüência do dolo sobre a validade do ato jurídico? 
R.: O dolo com gravidade (dolus malus) enseja anulação do ato jurídico. Mero 
elogio de vendedor, enaltecendo a coisa (dolus bonus), não é considerado dolo e, 
pois, não enseja a anulação do ato jurídico. 
 
80) Que é coação? 
R.: É a violência física e moral que impede a livre manifestação da vontade de 
pelo menos uma das partes. 
 
81) Qual a conseqüência da coação sobre a validadedo ato jurídico? 
R.: A coação grave enseja anulação do ato jurídico. A ameaça do exercício normal 
de um direito ou o simples temor reverencial não são consideradas formas de 
coação e, pois, não ensejam a anulação do ato jurídico. 
 
82) Que é simulação? 
R.: É a declaração enganosa da vontade, geralmente acordada entre as partes, 
que visam a obter algo diverso do explicitamente indicado, criando-se mera 
aparência de direito, para iludir ou prejudicar terceiros ou burlar a lei. 
 
83) Qual a conseqüência da simulação sobre a validade dos atos jurídicos? 
R.: A simulação, ao impedir a livre manifestação de vontade, enseja anulação do 
ato jurídico, mas é necessário que alguém tenha tido prejuízo ou que a lei tenha 
sido burlada. 
 
84) Depois de praticarem ato jurídico simulado, as partes passam a discutir entre si e 
a litigar judicialmente. Alguma delas poderá alegar que o ato jurídico foi simulado? 
R.: Quem criou o vício não poderá argüi-lo em juízo. É um tradicional princípio de 
Direito, o de que ninguém pode alegar, em seu benefício, a própria torpeza. 
 
85) O que é fraude contra credores? 
R.: É o ato praticado pelo devedor insolvente ou na iminência de sê-lo, que 
desfalca seu patrimônio, onerando, alienando ou doando bens, de forma a 
subtraí-los à garantia comum dos credores. 
 
 
 
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86) Quais as condições necessárias para que se reconheça a fraude contra credores? 
R.: Deve haver acordo entre as partes contratantes (consilium fraudis), e deve ser 
possível demonstrar que a celebração do ato jurídico se destinava a prejudicar 
terceiros (eventum damni). Se a alienação ocorreu a título gratuito, presume-se a 
fraude. 
 
87) Como se pode anular o ato jurídico praticado em fraude a credores? 
R.: Mediante ação própria, denominada revocatória ou pauliana. 
 
88) O que é fraude à execução? 
R.: É a alienação ou a oneração de bens do devedor, quando contra ele já pendia 
ação fundada em direito real ou corria contra ele demanda capaz de levá-lo à 
insolvência. Ocorre também nos casos expressos em lei. 
 
89) Qual a diferença entre fraude à execução e fraude contra credores? 
R.: Fraude à execução é matéria de direito processual. Pouco importa, para sua 
existência, que o autor tenha expectativa de sentença favorável em processo de 
cognição, ou se é portador de título executivo extrajudicial que enseja processo de 
execução. Os atos praticados em fraude à execução são ineficazes, podendo os 
bens ser alcançados por atos de apreensão judicial, independentemente de 
qualquer ação de natureza declaratória ou constitutiva. Fraude contra credores é 
matéria de direito material. Consta de atos praticados pelo devedor, proprietário de 
bens ou direitos, a título gratuito ou oneroso, visando a prejudicar o credor em 
tempo futuro. O credor ainda não ingressou em juízo, pois a obrigação pode ainda 
não ser exigível. A exteriorização da intenção de prejudicar somente se 
manifestará quando o devedor já se achar na situação de insolvência. O credor 
deve provar a intenção do devedor de prejudicar (eventum damni) e o acordo 
entre o devedor alienante e o adquirente (consilium fraudis). Os atos praticados 
em fraude contra credores são passíveis de anulação por meio de ação 
apropriada, denominada ação pauliana. Os bens somente retornam ao patrimônio 
do devedor (e ficarão sujeitos à penhora) depois de julgada procedente a ação 
pauliana. 
 
90) Quais os elementos acessórios ou acidentais dos atos jurídicos? 
R.: Condição, termo e encargo. 
 
 
 
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91) O que é condição? 
R.: É o evento futuro e incerto ao qual fica subordinado o efeito do ato jurídico. 
 
92) O que é termo? 
R.: É o momento em que começam a valer ou perdem a validade os efeitos do ato 
jurídico. 
 
93) O que é encargo? 
R.: É a obrigação imposta pelo disponente ao favorecido, para que o ato jurídico 
possa produzir efeitos. 
 
94) Quais os tipos de condição existentes? 
R.: Causal, simplesmente potestativa, puramente potestativa, mista, suspensiva e 
resolutiva. 
 
95) O que é condição causal? 
R.: É a que depende da ocorrência de fatos derivados do acaso. 
 
96) O que é condição simplesmente potestativa? 
R.: É a que fica ao arbítrio relativo de somente uma das partes. 
 
97) O que é condição puramente potestativa? 
R.: É a que fica ao completo arbítrio de uma das partes. O ato jurídico poderá ser 
invalidado se celebrado com esta condição, porque apenas uma das partes 
manifesta sua vontade, inexistindo acordo de vontades. 
 
98) O que é condição mista? 
R.: É a que depende da vontade de uma das partes e também da vontade de 
terceiro. 
 
99) O que é condição suspensiva? 
R.: É aquela que subordina a aquisição de um direito a evento futuro e incerto. 
 
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100) O que é condição resolutiva? 
R.: É aquela que subordina a extinção de um direito adquirido à ocorrência de 
determinado evento. 
 
101) O que é ato juridicamente nulo? 
R.: É aquele ao qual falta elemento substancial. 
 
102) Qual a diferença entre ato nulo e ato anulável? 
R.: É uma diferença de gravidade na falta ou no vício de algum elemento, a critério 
da lei. A nulidade absoluta constitui matéria de ordem pública, argüível a qualquer 
tempo, por qualquer pessoa, pelo representante do MP e pelo juiz, de ofício. Não 
admite convalidação nem ratificação. É decretada no interesse geral e é 
imprescritível. A nulidade relativa, que torna o ato anulável, só pode ser argüida 
pelos interessados, dentro dos prazos previstos. É decretada no interesse privado 
do prejudicado. Admite convalidação e ratificação. 
 
103) O que é convalidação? 
R.: É a transformação de ato anulável em ato plenamente válido, ocorrendo pela 
prescrição, pela correção do vício, pela ratificação, etc. 
 
104) O que é ratificação? 
R.: É a aprovação, a confirmação ou a homologação de ato jurídico praticado pela 
parte contrária, ou de ato anulável, pela própria parte. 
 
105) O que é ato jurídico inexistente? 
R.: É aquele que contém grau de nulidade tão relevante, que nem chega a entrar 
no mundo jurídico, independendo de ação para ser declarado como tal. É 
inconvalidável. Ex.: casamento entre pessoas do mesmo sexo. 
 
106) O que é ato jurídico ineficaz? 
R.: É o ato jurídico perfeito, válido somente entre as partes, mas que não produz 
efeitos perante terceiros (ineficácia relativa) ou então não produz efeito perante 
ninguém (ineficácia absoluta). Ex.: venda de veículo não registrada. 
 
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107) Qual a diferença entre nulidade e ineficácia do ato jurídico? 
R.: A nulidade é vício intrínseco do ato, que o torna defeituoso. A ineficácia ocorre 
quando fatores externos ao ato, válido somente entre as partes, impedem a 
produção de efeitos em relação a terceiros, embora o ato jurídico seja perfeito. 
 
108) Quando é que o ato jurídico será absolutamente nulo? 
R.: Quando, embora reunindo os elementos essenciais de validade, tiver sido 
celebrado com infração a preceito legal obrigatório, ou contenha cláusula contrária 
à ordem pública ou aos bons costumes, ou ainda, não se tenha revestido da forma 
expressamente determinada pela lei. A nulidade é insanável. 
 
109) Quando o ato jurídico será anulável? 
R.: Quando praticado por agente relativamente incapaz; quando eivado de vício 
resultante de erro, dolo, coação, simulação ou fraude contra credores. 
 
110) O que são atosilícitos no campo civil? 
R.: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, 
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito. 
 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou 
pelos bons costumes. 
 
111) Qual a conseqüência para o agente que praticou ato ilícito? 
R.: A indenização à vítima pelo agente causador do dano. 
 
112) O que exclui a ilicitude do ato? 
R.: Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover 
perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do 
indispensável para a remoção do perigo. 
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113) O que é prescrição? 
R.: É a impossibilidade de alguém exercer um direito, pelo decurso do tempo ou 
pela inércia da parte durante a ação, que perde a oportunidade processual de 
pleiteá-lo. 
 
114) Como e onde pode ser argüida a prescrição? 
R.: A prescrição é meio de defesa processual indireta, podendo ser alegada pelo 
interessado em qualquer instância. 
 
115) O prazo prescricional pode ser interrompido? 
R.: Pode ser interrompido pelo interessado quando a ação versar sobre direito 
obrigacional ou sobre direito das coisas. 
 
116) Quais as causas interruptivas da prescrição? 
R.: Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-
á: 
 
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado 
a promover no prazo e na forma da lei processual; 
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente; 
III - por protesto cambial; 
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de 
credores; 
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento 
do direito pelo devedor. 
 
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a 
interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper. 
117) Qual a diferença entre interrupção e suspensão de prazos? 
R.: Na interrupção, o prazo volta a ser contado integralmente quando cessa a 
causa que lhe deu origem. Na suspensão, a contagem é do tempo que ainda 
faltava, quando começou. Assim, se o prazo é de 15 dias, e a prescrição se 
interrompe após decorridos 12 dias, ao ser retomada a contagem, o prazo será 
novamente de 15 dias. Se tivesse ocorrido suspensão, seriam contados somente 
mais 3 dias. 
 
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118) Em que casos não correm prazos prescricionais? 
R.: Art. 197. Não corre a prescrição: 
 
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; 
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; 
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou 
curatela. 
 
Art. 198. Também não corre a prescrição: 
 
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; 
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos 
Municípios; 
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra. 
 
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição: 
 
I - pendendo condição suspensiva; 
II - não estando vencido o prazo; 
III - pendendo ação de evicção. 
120) Quais os prazos prescricionais previstos no CC? 
R.: 
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo 
menor. 
 
Art. 206. Prescreve: 
 
§ 1o Em um ano: 
 
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no 
próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos; 
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o 
prazo: 
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é 
citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da 
data que a este indeniza, com a anuência do segurador; 
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão; 
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e 
peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários; 
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a 
formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da 
assembléia que aprovar o laudo; 
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, 
contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade. 
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§ 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em 
que se vencerem. 
 
§ 3o Em três anos: 
 
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos; 
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias; 
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, 
pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela; 
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa; 
V - a pretensão de reparação civil; 
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo 
o prazo da data em que foi deliberada a distribuição; 
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do 
estatuto, contado o prazo: 
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima; 
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço 
referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou 
assembléia geral que dela deva tomar conhecimento; 
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação; 
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do 
vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial; 
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no 
caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório. 
 
§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das 
contas. 
 
§ 5o Em cinco anos: 
 
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou 
particular; 
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e 
professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da 
cessação dos respectivos contratos ou mandato; 
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo. 
121) Qual o prazo para o advogado cobrar honorários devidos por um cliente? 
R.: 1 ano. O prazo é contado a partir do vencimento do contrato de honorários, da 
decisão final do processo ou da revogação do mandato. (art. 206, §1º, III) 
 
122) O que é decadência? 
R.: É a perda do direito material do agente que, por inércia, não o exerce no prazo 
assinalado. 
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123) Citar 5 diferenças entre prescrição e decadência. 
R.: a) Na prescrição, o direito material extingue-se por via reflexa: perde-se o 
direito à ação para pleiteá-lo e, portanto,

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