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Família Streptococcaceae Família Streptococcaceae • Streptococcus • Enterococcus • Lactococcus • Peptococcus • Aerococcus Patógenos humanos de maior importância Microbiota normal e patogênicos Sistema de classificação CONFUSO!! • Cocos Gram positivos: cadeias ou aos pares; • Anaeróbios facultativos, capnofílicos (CO2) e catalase e oxidase negativos; • Homo-fermentadores: fermentam glicose produzindo ácido láctico, mas não gás. • Exigentes nutricionalmente: ágar sangue. • Alguns são membros da microbiota normal e outros são patogênicos. Morfologia e identificação Classificação 1) Padrão de Hemólise - α hemolítico: lise incompleta das hemácias, com pigmentação esverdeada da hemoglobina; - β hemolítico: hemólise completa; - γ hemolítico: ausência de hemólise. Toxinas que produzem hemólise: neutralizadas nos líquidos corporais e não provocam hemólise in vivo. A beta hemólise é devido as hemolisinas (Estreptolisina O e S) α-hemólise β-hemólise γ-hemólise α-hemólise β-hemólise γ-hemólise 2) Grupo Lancefield (Lancefield, 1933) * Classificação sorológica de acordo com os antígenos (carboidratos) da parede celular (diferenciar β- hemolíticos) - Grupos designados pelas letras A a T (alguns Streptococcus não podem ser incluídos em nenhum desses grupos). Grupos: A (S. pyogens) B (S. agalactiae), D (S. bovis), Não grupáveis (S. pneumoniae e grupo viridans) Detecção por ensaios imunológicos e rápida identificação α hemolítico; hemolítico (não possuem antígeno de parede celular grupo específico) 3) Propriedades fisiológicas * Reações metabólicas em vários meios de cultura. Sistemas de classificação: não excludentes Ex: S. pyogens: β hemolítico e Grupo A (Lancefield) Streptococcus pyogenes Estreptococos β-hemolíticos do grupo A * microbiota da pele e mucosas; sendo comum na faringe (20% crianças). e S. anginosus Colônias: brancas mucóides β-hemolíticas Meios líquidos Patogênese Virulência: estreptococcos do grupo A Adesão Invasão células epiteliais Evasão fagocitose Toxinas e enzimas Adesão e invasão - Ácido lipoteicóico, proteínas M e F: adesão e invasão das células epiteliais e cutâneas do hospedeiro. * Proteína M (antígeno de PC): consiste de duas cadeias polipeptídicas em alfa hélice. Está ancorada na membrana citoplasmática, se estende pela parede celular e projeta-se na superfície da célula. Variabilidade antigênica – sorotipos específicos de proteína M (+ 80 tipos). * Funções: adesão à fibronectina (adesina) e fixação a porção Fc dos anticorpos bloqueando sua interação com os fagócitos. - Cápsula (ácido hialurônico): impede a fagocitose. Produção de toxinas e enzimas * Exotoxinas pirogênicas: superantígenos, associadas a fasciite necrosante, erupção cutânea na escarlatina, síndrome do choque tóxico estreptocócico. * Dnase: degrada DNA livre no pus. *Hialuronidase: quebra do ácido hialurônico. * Estreptoquinases: conversão do plasminogênio em plasmina: hidrolisam coágulos de fibrina. DISSEMINAÇÃO * Hemolisinas Estreptolisina S Estreptolisina O estável na presença O2 sensível ao O2 não imunogênica imunogênica lise de eritrócitos, leucócitos e plaquetas lise de eritrócitos, leucócitos, monócitos Responsável pela β- hemólise Produção rápida de anticorpos – antiestreptolisina O (ASO) Epidemiologia • Colonizam a orofaringe transitoriamente - desenvolvimento de imunidade – proteína M e/ou competição. * Doença: cepas recentemente adquiridas (antes da ação de anticorpos específicos e da MO competidora). * Transmissão: perdigotos. Síndromes clínicas * Doenças estreptocócicas supurativas - Faringite: 2 a 4 dias após a exposição; dor de garganta, febre, mal estar e cefaléia. Faringe posterior: eritema e exudato purulento (semelhante a faringite viral). Diagnóstico: bacteriológico e sorológico * Escarlatina: complicação da faringite - Cepa infectante é lisogenizada por um bacteriófago temperado promove a produção de exotoxina pirogênica. - Comum em crianças. - “Amigdalite aguda” Língua recoberta de muco branco- amarelado “língua de morango”: Papilas inchadas Erupção eritematosa difusa (palidez ao redor dos lábios), descamação após 5-7dias TOXINAS * Piodermite (impetigo): infecção superficial purulenta que afeta a pele (face, braços e pernas). - Colonização da pele com S. pyogenes – introdução no tecido subcutâneo por lesões da pele, picada de insetos, cirurgias. Crianças (2 a 15 anos): higiene. Lesões vesiculares e pústulas Crostas espessas * Erisipela: infecção aguda da pele. Crianças e idosos. - Precedida por infecções respiratórias ou Infecções na pele. * Sintomas: dor, inflamação local, calafrios e febre (sinais sistêmico) Pele avermelhada (eritema), bolhas (Face e pernas) obesos, diabéticos, com insuficiência circulatória de extremidades. * Celulite - Infecção cutânea subcutânea: caracterizada por inflamação local e sinais sistêmicos. Bolhas. • Fasciite necrotizante ou gangrena estreptocócica - acomete tecido subcutâneo, destruição de músculos e gordura. - Introdução no tecido por corte, traumatismo, queimaduras… - Sintomas: Bolhas e gangrena e sintomas sistêmico, gangrena, falência de órgãos…morte - Antibióticos e remoção do tecido necrosado. Bactéria “carnívora” * Síndrome do choque tóxico estreptocócica: exotoxina pirogênica. * Bacteremia: fasciite necrotizante e síndrome do choque tóxico (hemoculturas positivas de pacientes). * Endocardite: destruição das válvulas cardíacas – insuficiência. Extração dentária. Doenças não-supurativas: pós estreptocócicas * Febre reumática: após faringite estreptocócica (2-5 semanas). Alterações inflamatórias: coração, articulações, vasos sanguíneos e tecidos subcutâneos. Reações cruzadas entre antígenos estreptocócicos e os antígenos das articulações e tecido cardíaco. Diagnóstico: achados clínicos, evidência de infecção recente por S. pyogenes: resultado de cultura e detecção do antígeno do grupo A. • Glomerulonefrite aguda: após infecção cutânea ou faringite. - Inflamação aguda dos glomérulos renais (edema, hipertensão, hematuria e proteinúria). Reação antígeno-anticorpo. TRATAMENTO, PREVENÇÃO E CONTROLE - Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano são registrados no mundo 600 milhões de casos de infecção por S. pyogenes e 15,6 milhões de casos de doença reumática cardíaca, com 233 mil mortes. - Faringite: injeção de penicilina de absorção lenta (Benzetacil) ou tratamento com penicilina oral. - Pacientes que já tiveram febre reumática aguda injeções mensais de penicilina benzatina para evitar recidivas. - Geralmente o tratamento das infecções por estreptococos do grupo A é realizado com penicilina G, em pacientes alérgicos recomenda-se o uso de eritromicina. - Desenvolvimento de vacina estreptocócica contra proteína M. Streptococcus agalactiae (grupo B) hemolíticos ou não hemolíticos. - Coloniza trato geniturinário e trato gatrointestinal inferior. - Infecções em recém-nascidos: adquiridas por ocasião do nascimento ou da mãe durante gestação. - Principal causa de sepse e meningite neonatal. Classificação das cepas (Marcadores sorológicos): 1) Antígeno B ou antígeno grupo específico PC: constituído de ramnose, NAG e galactose; 2) Polissacarídeos capsulares tipo-específicos (9); 3) Proteína de superfície C. Patogenia Peptidioglicano; Cápsula; Enzimas hidrolíticas: destruição tecidual e disseminação. Hemolisina Síndromes clínicas * Meningiteneonatal - Fatores de risco para a colonização neonatal: densa colonização da mãe, parto prematuro, ruptura prolongada de membranas. - O risco de o RN adquirir infecção através da transmissão vertical está diretamente relacionado ao número absoluto de micro- organismos presentes no canal de parto ao nascimento e a ausência de anticorpos específicos contra os polissacarídeos capsulares do Streptococcus do grupo B, que são transferidos da mãe para o RN nas últimas 10 semanas de gestação. Síndromes clínicas Doença neonatal de início precoce Doença neonatal de início tardio Até 7 dias de vida 7 dias a 3 meses. Bacteremia, pneumonia (aspiração de líq aminiótico contaminado ou secreção vaginal) ou meningite (cegeuira, surdez, atraso mental) Bacteremia com meningite Infecção ascendente no útero antes do parto através de membranas fetais rompidas ou durante a passagem através do canal no parto. Infecções adquiridas: canal do parto de mães colonizadas e de fonte exógena. * 10-20% dos lactentes afetados morrem e um terço dos sobreviventes apresentam lesão cerebral permanente. - Infecções em mulheres grávidas: infecções do trato urinário durante ou imediatamente após a gravidez. Endometrite pós-parto. - Infecções em homens e mulheres não grávidas: debilitados (diabetes, doença crônica renal ou hepática, câncer, HIV), idosos. * Manifestações clínicas; bacteremia, pneumonia, infecções dos ossos, articulações, pele e tecidos moles. TRATAMENTO, PREVENÇÃO E CONTROLE - Penicilina ou associação de antibióticos( penicilina + gentamicina). - Prevenção da infecção em recém-nascidos: * coleta de swab vaginal e anal de todas as gestantes entre a 35ª e 37ª semana de gestação para a detecção de colonização, ou seja estado portador de Streptococcus do grupo B. * administração parenteral de penicilina ou ampicilina intraparto. Streptococcus grupo viridans hemolíticos e não hemolíticos (24 espécies: S. pneumoniae) Maioria sem carboidratos da PC Colonizam: orofaringe, trato gastrointestinal e trato genitourinário. Manifestações clínicas: diversas infecções. - cárie dentária (Streptococcus mutans), endocardite e infecções intra-abdominais supurativas. Estreptococos do grupo D (cocos entéricos) - 1984: gênero - Enterococcus: 38 espécies * E. faecalis, E. faecium - Microbiota normal do trato gastrointestinal e geniturinário - Cocos Gram positivos aos pares ou cadeias curtas, colônias normalmente não hemolíticas. - Resistentes a altas concentrações de sal (6,5%) e bile (40%) e crescimento em temperaturas de 10 a 45ºC. Síndromes clínicas: Causa importante de infecções hospitalares. Infecções do trato urinário, infecções em cortes cirúrgicos, bacteremia e endocardite. Tratamento: apresentam resistência intrínseca a vários antimicrobianos – associação de antimicrobianos (aminoglicosídeos e penicilina). Diagnóstico laboratorial * Amostra: swab de garganta, vaginal, perianal, aspirado de pus e sangue (hemoculturas), liquor, urina. * Coloração de Gram e catalase (negativos). * Cultura: ágar sangue: padrão de hemólise Grupos A,B,C,F e G: beta hemolíticos Enterococcus e Grupo D e alguns do Grupo B: alfa e não hemolíticos. - Testes de sensibilidade e resistência a antimicrobianos. Ex: sensibilidade a bacitracina - identificação presuntiva de Streptococcus beta hemolíticos Grupo A. - Diagnóstico sorológico: detecção de anticorpos: antiestreptolisina O – glomerulonefrite e febre reumática. Testes sorológicos: detecção do antígeno de Grupo Lancefield na PC ou antígenos capsulares Kit para a pesquisa de Antiestreptolisina O em amostras de soro, usando-se partículas de látex revestidas com Estreptolisina O por Aglutinação Direta. Teste de CAMP Identificação presuntiva de S. agalactiae (grupo B): produção de fator CAMP (proteína) que intensifica a β-hemólise produzida pelo S. aureus, tendo como efeito a formação de uma área de hemólise sinérgica, típica, em forma de seta ou meia-lua, quando esses micro-organismos são semeados sob a forma de estrias perpendiculares. S. aureus (β-hemolítico) S. agalactiae Tetes de hidrólise do hipurato Identificação presuntiva de Streptococcus grupo B (β- hemóliticos) Identificação da enzima hipuricase: hidrolisa o ácido hipúrico em benzoato de sódio e glicina. Detecção da glicina livre pela adição de ninidrina. – deselvolvimento de cor azul escuro/roxo. Prova da bile-esculina Presuntiva de Enterococcus e Streptococcus Grupo D - Micro-organismo hidrolisam a esculina na presença de bile (40%). A esculetina, produto da hidrólise da esculina, reagem com sais de ferro presentes no meio, deixando-o enegrecido Bile-esculina - + Prova de NaCl a 6,5% Enterococcus X Streptococcus Grupo D Capacidade de crescer em presença de altas concentrações de sal. - + Streptococcus pneumoniae (pneumococo) Principal causa da pneumonia bacteriana Cocos, Gram positivos, encapsulados, agrupados aos pare ou em cadeias curtas; Colônias grandes, mucosas Alfa hemolítico Fastidioso e homofermentador. Alfa-hemolítica (aerobicamente) pneumolisina-pigmento verde Beta-hemolítica (anaerobicamente) - Catalase negativos - Cápsula de polissacarídeos: 90 tipos antigenicamente distintos – classificação sorológica e representa um importante fator de virulência. Polissacarídeo é imunogênico: utilizado no preparo da vacina - Parede celular: NAG e NAM, ácido teicóicos e ácido lipoteícoico. Ácido teicóico: substância C Ácido lipoteicóico: antígeno F Proteína C reativa: concentração aumentada na presença de processo inflamatório Ambos ricos em resíduos de fosforil-colina: atua como adesina Fatores de virulência Fatores de virulência Ação Adesinas Adesão células epiteliais Protease IgA secretora Destrói o muco Pneumolisina Destruição das células ciliadas Ácido teicóico Mobilização das cél. inflamatórias: para local da infecção: febre Fragmentos de peptideoglicano Idem ao anterior Fosfocolina Invasão celular Epidemiologia S. pneumoniae: comum na orofaringe e na nasofaringe de indivíduos saudáveis. Colonização 6 meses de idade. Maior incidência: crianças menores de 5 anos e adultos acima de 40, fumantes e portadores de doença pulmonar. Normalmente os casos são isolados, podendo ocorrer surtos em locais de grande aglomerações (quartéis, hospitais, escolas). * Transmissão: direta de pessoa para pessoa, através da perdigotos de secreções respiratórias . Doença pneumoccocica Cepas virulentas capsuladas: 90 sorotipos, Mais comuns: vacina polivalente Colonização da orofaringe Disseminação (pulmões, seios paranasais, ouvido médio, cérebro, coração) Resposta inflamatória localizada Escape Pneumonia pneumocócica, sinusite, otite, meningite bacteremia Colonização e migração * Inicia-se na nasofaringe Destruição tecidual *Mobilização das células inflamatórias para o foco de infecção - febre, lesão tecidual Adesinas * Vence a motilidade ciliar: disseminação para as vias aéreas inferiores Ácidos teicóicos, frag. peptidioglicano e pneumolisina Pneumolisinas e Protease IgA secretora Sobrevivência e escape Cápsula Pneumonia pneumocócica: bactérias no espaço alveolar MO endógenos orais: aspirados para as vias aéreas inferiores Sintomas: tosse não produtiva e febre (39 - 41ºC: início da doença). Geralmente precedida por infecções viral. - Tosse produtiva com escarro sanguinolento e dor torácica: reação inflamatória alveolar. Pneumonia lobar. - Complicações: abcesso pulmonar, derrame pleural e endocarditeGravidade dos sintomas: cepa e eficiência dos mecanismos de defesa do hospedeiro. - Sinusite e otite média - Geralmente precedida de infecção viral do trato respiratório superior. - Meningite - Disseminação para o SNC após bacteremia, otite, sinusite ou trauma craniano. - Crianças e adultos. - Bacteremia - 25% dos pacientes com pneumonia pneumocócica e 80% dos que apresentam meningite. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • Coleta de escarro / líquor e coloração pelo método de Gram: * Positivo (presuntivo): mais de 10 diplococos Gram + por campo; * Confirmação: cultivo em ágar sangue, presença de alfa hemólise. Diplococos Gram-positivos em forma de lanceta encapsuladas Reação de Quellung: escarro fresco + antisoro polivalente = intumescimento capsular (aumento refringência) * Cultura: ágar sangue acrescido de gentamicina. Identificação: * Prova de solubilização na presença de bile. * Prova de sensibilidade à optoquina - Teste de detecção do antígeno polissacarídeo C de pneumococos: boa sensibilidade líquor. Tratamento, prevenção e controle • Penicilina ou eritromicina - Resistência à penicilina: resultante de alterações químicas nos sítios da parede celular!!! • Fluoroquinolonas ou vancomicina. • Vacinação - Vacina Pneumocócica 13-valente conjugada: indicada para proteção de crianças entre 6 semanas e 6 anos de idade, contra os sorotipos (1, 3, 4, 5, 6A, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19A, 19F e 23F) de S. pneumoniae, causador de doenças pneumocócicas, como meningite, sepse, bacteremia, pneumonia e otite médias. Induz memória imunológica. . - Vacina Pneumocócica 23-valente -Idosos – dose única. - Pelo fato de ser feita a partir de polissacarídeos não tem poder de imunização antes dos 2 anos de idade.
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