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Queda de Ufos Eles Também Podem Cair

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Quedas de UFOs
falta de uma evidência contundente sobre a existência do Fenômeno 
UFO é um problema com o qual os ufólogos constantemente se de-
param. Temos nos perguntado repetidamente: se os UFOs são reais, 
onde estão as provas? Por que não existe uma evidência física de sua 
existência? Por que ainda não encontramos os restos de um deles? A 
resposta para essas questões é que já encontramos restos de um, dois ou 
mais. Em 1950, Frank Scully publicou o livro Behind the Flying Saucers 
(Por Trás dos Discos Voadores), no qual relatava vários casos de acidentes 
com naves extraterrestres e os projetos ultra-secretos desenvolvidos pelo 
governo norte-americano para encobrir o assunto. Scully fornecia ainda 
os nomes de quem estava envolvido nos desastres e revelava onde as 
quedas tinham acontecido. 
O grande problema é que não possuía evidências concretas, e 
suas fontes, quando existiam, não eram confiáveis. Resultado: o livro 
tornou-se uma grande farsa. A conseqüência disso foi um completo 
desinteresse da opinião pública pelas histórias de quedas de UFOs. 
Toda vez que um novo relato surgia, era chamado de “mais um caso 
de Scully”. Então surgiu o Caso Roswell, no Novo México, em 1947. 
Após anos de investigações, vários ufólogos, dentre eles Kevin Randle, 
Stanton Friedman e Wendelle Stevens, haviam entrevistado centenas 
A
Introdução
Eles Também Podem Cair
“A Humanidade terrestre não sobreviverá mais mil
anos se não iniciar a ocupação espacial imediatamente”.
— Stephen Hawking
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Thiago Luiz Ticchetti
de testemunhas e revisto diversos documentos relacionados ao caso, à 
procura de uma explicação para o episódio. Até que chegaram à con-
clusão de que alguma coisa extraordinária havia acontecido. Dentre os 
envolvidos estava o general-brigadeiro Thomas J. DuBose, comandante 
da 8º Comando da Força Aérea Norte-Americana (USAF). Ele contou 
que a história dos balões “ inventada para explicar o Caso Roswell “ foi 
o acobertamento da verdade. Em outras palavras, um disco voador real-
mente tinha caído em Roswell. Com a crença novamente restabelecida, 
outros eventos surgiram, mas em sua maioria não foram encontradas 
provas, evidências ou testemunhas com credibilidade. 
Por outro lado, alguns deles forneciam muito mais informações do 
que parecia. Um exemplo disso ocorreu em Las Vegas (EUA), em 1962, 
considerado hoje como mais um caso autêntico de queda de UFOs. 
Em Kingman, Arizona, centenas de testemunhas afirmaram ter visto um 
objeto voador não identificado cruzar o Canadá e os Estados Unidos e 
posteriormente cair. A USAF, como sempre, negou, afirmando tratar-
se de um meteoro. A polícia local, por sua vez, afirmou que nada havia 
sido encontrado, e os agentes do Projeto Moon Dust [Poeira lunar], de 
busca e recuperação de fragmentos de mísseis e satélites, centralizado 
na Base Aérea de Wright-Patterson, em Dayton, Ohio, foram então 
acionados. Mas afinal, o que aconteceu? 
Noutro episódio, desta vez em nosso país, tivemos um dos casos 
mais espetaculares da Ufologia mundial quando um objeto metálico 
explodiu sobre a praia de Ubatuba, no litoral paulista, em 1957. Frag-
mentos dele foram recolhidos e enviados para estudo. O surpreendente 
é que a Marinha brasileira analisou os fragmentos e alegou que não 
poderia explicá-los, pois haviam sido destruídos durante suas experiên-
cias. Propositadamente? No ano de 1996, o mundo voltou seus olhos 
e ouvidos para o Brasil. O Exército brasileiro havia capturado estranhos 
seres, vítimas do acidente de uma nave extraterrestres, que apresentou 
problemas e caiu na cidade de Varginha (MG) [Vide capítulo 8]. Contudo, 
muita coisa ainda continua encoberta. 
Com o aparecimento da Internet, das novas tecnologias de comuni-
cação e da globalização, as notícias rodam o mundo mais rápido do que 
nunca. Se um UFO cai na China, no mesmo dia várias pessoas tomam 
conhecimento desse fato. A notícia alastra-se rapidamente. Diferente de 
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Quedas de UFOs
muitos pesquisadores e escritores, o autor fornece neste livro uma longa 
lista com os materiais necessários para que os leitores possam ter uma 
referência para suas próprias investigações sobre o Fenômeno UFO. Os 
casos não foram “enfeitados”, apenas apresentados de forma jornalística, 
para dar margem às conclusões do leitor. 
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Thiago Luiz Ticchetti
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Quedas de UFOs
Capítulo 1
O Incidente de Roswell
“Este é o melhor e mais bem documentado caso ufológico
e possui dezenas de testemunhas. Até hoje, ninguém 
conseguiu dar outra explicação senão a de que uma nave 
extraterrestre caiu no deserto norte-americano”.
— Leonard Stringfield
esde o início, acreditava-se que o acidente em Roswell ocorreu na noi-
te do dia 02 de julho de 1947. Essa data baseia-se no testemunho de 
Dan Wilmot, morador de Roswell, que relatou ter visto um objeto em 
forma de disco sobrevoar a cidade e partir em direção nordeste. Sem outra 
data, os investigadores assumiram que o objeto observado por Wilmot era 
o mesmo que havia caído na fazenda de Brazel, um fazendeiro residente a 
sudeste da cidade de Corona, em Lincoln County, Novo México. Tal suposição 
estava errada. O avistamento de Wilmot não teve nada a ver com o acidente 
na propriedade de Brazel, em 02 de julho. Na verdade, os militares já esta-
vam rastreando o objeto antes desta data. Por quatro dias o UFO “entrava e 
saía” do espaço aéreo mexicano, ao sul do país. Os radares naquela região 
e na cidade de Albuquerque detectaram-no e perderam-no na noite do dia 
04 de julho. Os militares em Roswell sabiam que o UFO tinha no mínimo 
descido a menos de 60 km da cidade.
Willian Woody, que vivia a leste de Roswell em julho daquele ano, es-
tava na varanda de sua casa, juntamente com seu pai, na noite do dia 04, 
quando viu um brilhante objeto no céu mergulhar em direção ao solo. Ele 
disse que era uma luz branca muito brilhante, com linhas vermelhas, e o 
objeto demorou a cair, diferentemente dos meteoros que já havia observado 
anteriormente. Não havia nenhuma forma por trás da luz e nenhum som 
D
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Thiago Luiz Ticchetti
foi associado àquilo. Um ou dois dias depois, Woody e seu pai procura-
ram encontrar o local onde o objeto tinha caído. Dirigiram-se pela Rodovia 
285, ao norte de Roswell, mas sempre que tentavam entrar na pista eram 
impedidos por um cordão de isolamento militar, pois todos os acessos às 
estradas estavam bloqueados. Somente junto aos primeiros raios de Sol do 
dia 05 de julho os militares encontraram o local do acidente. Eles isolaram a 
área, mantendo todos os civis e pessoas não autorizadas afastadas. Durante 
todo aquele dia recolheram os corpos de cinco vítimas do acidente, vários 
caminhões carregaram os destroços do objeto e em seguida dirigiram-se para 
a base militar. No final do dia, já haviam retirado quase tudo da área. No dia 
seguinte, foram trazidos especialistas em acobertamento. Os militares queriam 
eliminar qualquer traço visível da queda e da operação de resgate.
Na tarde do dia 05 algo inusitado aconteceu. Glenn Dennis, funcio-
nário da Funerária Ballard, recebeu o primeiro de uma série de estranhos 
telefonemas da base aérea militar. O oficial funerário da base perguntou-lhe 
sobre o tamanho e os tipos de caixões que poderiam ser lacrados herme-
ticamente. Dennis respondeu que possuía quatro caixões de 1,20 m, mas 
que poderia conseguir um menor na cidade de Amarillo. O oficial apenas 
mencionou que voltaria a ligar para ele. Trinta ou quarenta minutos depois, 
o oficial ligou novamente e perguntou sobre a preparação dos cadáveres. 
Ele queria saber como preparar um corpo decomposto e como tratar ca-
dáveres queimados em casos muito traumáticos. Enfim, como preservar 
um cadáver sem alterar a composição química do sangue ou fluídos. “Eu 
sabia que algo tinha acontecido. Algo para o qual não estavam preparados. 
Penseique fosse uma pessoa VIP (muito importante). Então disse-lhes que 
poderia ir até lá e ajudá-los, mas o oficial falou que a informação era para 
futuras referências”, comentou.
Uma hora depois do último telefonema, Dennis voltou a receber 
outra ligação do oficial, que agora pedia-lhe para que fosse socorrer 
um militar que havia sofrido um acidente na cidade. O soldado tinha 
apenas algumas escoriações e o nariz quebrado. Depois do socorro, 
Dennis dirigiu-se até a base militar de Roswell. Chegando lá, ingressou 
pelo portão da frente e foi em direção à entrada de emergência do 
hospital. No local estavam estacionadas três ambulâncias antigas, do 
tipo caixote, e ao lado de cada uma havia um policial militar. Dennis 
conduziu o soldado ferido pela rampa de acesso à sala de emergência, 
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Quedas de UFOs
e enquanto passava pelas ambulâncias, viu que no interior de uma delas 
havia pedaços de alguma coisa que não soube definir. Pensou, a prin-
cípio, que fossem os destroços de um avião. Na segunda ambulância 
havia coisas parecidas. Na terceira, no entanto, Dennis acredita que 
não possuía nada, apesar de um policial militar estar vigiando-a.
O agente funerário explicou que durante o resgate de corpos de um 
acidente aéreo, alguns destroços são colocados nas ambulâncias de maneira 
rotineira. Por isso, não estava surpreso com o que acabara de observar. E, 
ainda, que aquelas ambulâncias antigas eram utilizadas para vários fins, in-
clusive carregar materiais. Dennis tentou aproximar-se de uma delas: “O que 
vi lembrou-me a frente de uma canoa, com uns 95 cm de largura, e estava 
deitada de lado. Havia algumas inscrições, de uns 6 cm. Pareciam inscrições 
egípcias”. Com o soldado já recebendo os cuidados médicos na sala de emer-
gência, Dennis, que conhecia a maioria dos médicos, decidiu ir tomar um 
refrigerante no saguão. Enquanto andava pelo corredor, uma das enfermeiras 
o reconheceu. Ela estava muito apreensiva e perguntou ao rapaz qual a razão 
de estar ali, sugerindo-lhe que deveria ir embora o mais rápido possível. Depois 
entrou numa sala e desapareceu. Mas Dennis não saiu de imediato. Um militar, 
aparentando seus 45 anos, surgiu repentinamente no corredor do hospital e 
questionou-lhe a razão de sua presença naquele local. “Então disse-lhe que 
trabalhava na Funerária Ballard e que tinha acabado de atender um soldado. 
Estava indo pegar um refrigerante no saguão e resolvi fazer o comentário: ‘pa-
rece que vocês tiveram um acidente aéreo aqui, pois vi alguns destroços nas 
ambulâncias’. Foi quando percebi que havia arranjado problemas”.
O militar pediu para o rapaz esperar um momento, entrou numa das 
salas e logo depois saíram dois policiais militares. “Ele disse aos policiais 
para me tirarem dali o mais rápido possível. Quando estávamos saindo, ouvi 
uma voz pronunciar: ‘eu ainda não terminei com esse filho da p... Tragam-
no de volta’”. Dennis retornou e ficou cara-a-cara com o capitão de cabelos 
ruivos. “Havia com ele um sargento, um homem negro, que segurava uma 
prancheta. O capitão de cabelos ruivos então disse: ‘não houve nenhum 
acidente aqui. Você não viu nada. Não vai voltar para a cidade e dizer que viu 
alguma coisa, pois terá sérios problemas”. Naquele momento, Dennis ficou 
muito irritado, ainda mais por ter sido xingado pelo capitão. Mas respondeu 
ao militar que não poderia fazer nada contra sua pessoa, já que era um 
civil, e mandou todos para o inferno. “Essas foram exatamente as minhas 
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Thiago Luiz Ticchetti
palavras. Lembro-me claramente”, comentou. O militar de cabelos ruivos 
então respondeu: “Não brinque consigo mesmo, meu jovem. Alguém estará 
recolhendo seus ossos no deserto. Ou você será uma excelente refeição 
para os cachorros”. Em seguida, conduziram-no para fora do hospital, em 
direção à sua ambulância e seguiram-no até à funerária. Tudo isso acontecia 
enquanto Brazel checava suas pastagens e encontrou o campo cheio de 
destroços metálicos. Ele carregou alguns e foi mostrá-los aos seus vizinhos 
mais próximos, Floyd e Loretta Proctor. Loretta disse que o metal parecia 
ser extremamente forte, leve e resistente ao fogo. Para a senhora Proctor, 
o objeto lembrava plástico, mas era muito mais resistente. O casal sugeriu 
a Brazel que alertasse o xerife sobre os destroços. Ele então foi até Corona 
e falou com algumas pessoas. Tudo indica que foi com o xerife ou com 
militares. Para o fazendeiro, o que havia encontrado podia ser os restos 
de algum tipo de experimento secreto. 
No domingo, dia 06 de julho, o fazendeiro fez uma viagem de três horas 
até Roswell e mostrou ao xerife do município de Chaves, George Wilcox, uma 
caixa cheia dos estranhos objetos metálicos. Mais tarde, seria determinado pelos 
militares que os destroços eram parte de uma aeronave acidentada, mas, naquela 
hora, nem Brazel ou Wilcox sabiam exatamente o que o fazendeiro tinha encon-
trado. Sabiam apenas que era algo incomum, mas não conseguiram identificar 
a sua origem. Wilcox então decidiu que o melhor a fazer era alertar os militares 
e telefonou para o oficial de inteligência do 509º Grupamento de Bombardei-
ro, major Jesse A. Marcel. “Eu estava almoçando quando recebi o telefonema 
do xerife dizendo que queria conversar comigo. Que estava na delegacia um 
fazendeiro que tinha lhe contado uma história estranha. Em seguida, disse que 
tinha encontrado alguma coisa que havia se acidentado e que eles não sabiam 
do que se tratava. Achei que deveria investigar melhor aquilo”. 
O coronel Willian Blanchard, do 509° Grupamento aconselhou Marcel a 
ir até a cidade para dar uma olhada no que haviam encontrado. Deveria levar 
consigo um conhecido seu, agente da Contra-Inteligência. O escolhido foi o 
capitão Sheridan Cavitt. “Ele dirigia o jipe e eu o meu carro. Nós seguimos 
o caminhão do fazendeiro. Chegamos à fazenda ao anoitecer. Como estava 
muito tarde para procurarmos algo, decidimos pernoitar por lá”. Quando 
foi entrevisto pelo pesquisador Kevin Randle, Cavitt afirmou que não tinha 
estado no local. Apenas mencionou que durante a primeira semana de 
julho de 1947 encontrava-se em viagem. Entretanto, quando entrevistado 
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Quedas de UFOs
no final de 1994 pelo coronel da Força Aérea Norte-Americana (USAF), 
Richard Weaver, Cavitt confirmou que estava envolvido com o caso, mas 
que, entretanto, não tinha dirigido o jipe sozinho até a fazenda. Na verdade, 
Cavitt não se lembrava de ter ao menos conhecido Brazel, mas recordava-se 
de que havia se dirigido para o norte de Roswell. 
Sem mais nada a fazer, Marcel inspecionou um grande pedaço de metal 
que Brazel tinha trazido até o seu celeiro. Numa entrevista dada em 1978 
para Leonard Stringfield, Marcel comentou que não tinha encontrado sinais 
de radioatividade no material. Quando viu pela primeira vez os destroços no 
campo, estava claro que alguma “coisa” devia ter se chocado contra o solo. 
Com Cavitt e Brazel, verificou a área e pôde determinar de qual direção o 
objeto veio e para qual se dirigiu. Havia descoberto um padrão que mostrava 
onde começavam e onde terminavam as marcas do impacto do objeto. Eles 
vasculharam a área toda. Marcel disse que os pedaços estavam espalhados 
por uma grande extensão, que estimou em 200 ou 300 m de comprimento 
e algumas dezenas de metros de largura. “Nós encontramos alguns metais 
Cortesia Mapaquest
Mapa do estado norte-americano do Novo México indicando a cidade de Roswell, onde 
em julho de 1947 um UFO acidentou-se e foi resgatado por militares, juntamente com 
seus tripulantes. O caso até hoje não foi admitido pelo governo dos EUA
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Thiago Luiz Ticchetti
e os recolhemos”. Para ele era algo fabricado. “Eu queria queimar um pe-
daço daquilo, mas só tinha um isqueiro comigo... Então o acendi e coloquei 
embaixo de uma porção, mas o objeto nem sequer ficou escuro”.
Marcel também descreveu estruturas em forma de “I”, tãosólidas que não 
era possível dobrá-las ou quebrá-las, mas que não se pareciam com metal. “Eu 
me lembro que tinham uns 6 cm de comprimento por 0,25 cm de espessura. 
A maior de todas possuía cerca de 120 cm e não tinha peso algum. Você nem 
percebia que estava segurando uma delas!”, exclamou. Também contou ao 
investigador Stringfield que havia encontrado vários fragmentos metálicos, pa-
recidos com pergaminhos. Quando questionado se havia marcas nos objetos, 
respondeu afirmativamente. Algumas delas eram indecifráveis. “Eu nunca tinha 
visto nada igual antes. Não sei se foram decifrados ou não. Ao longo de alguns 
deles havia pequenos desenhos de duas cores... Como escrita chinesa. Mas 
nada com o que você pudesse comparar”.
Cavitt, por outro lado, negou em suas primeiras entrevistas com os 
pesquisadores Kevin Randle e Don Schmitt que esteve presente no local 
do incidente. Continuou dizendo que não sabia porque Marcel tinha dito 
que estivera em sua presença. Mas quando entrevistado por um coronel 
da USAF, Cavitt não só confirmou que havia estado no local, como 
também que, no instante que viu os destroços, percebeu que eram de 
um balão. Não explicou, no entanto, porque nunca havia mencionado 
isso anteriormente a Marcel, ou então porque passou um dia inteiro no 
campo cheio de pedaços de um “balão”. Marcel disse que ele e Cavitt 
recolheram o máximo de material que puderam. Embora tenham carre-
gado muita coisa, a maior parte ainda ficou espalhada na área. Marcel 
então mandou Cavitt de volta à base e retornou ao local do acidente 
para recolher mais destroços, enchendo o seu carro. Antes disso, porém, 
passou em casa. Contou mais tarde que ficou tão impressionado com 
os destroços que quis que sua família também visse aquilo, mesmo que 
tivesse que acordá-los. Ficou claro que aqueles pedaços não eram parte 
de nenhum tipo de míssil, avião ou balão meteorológico. “Eu nunca vi 
nada igual. Não sabia o que estava recolhendo. E ainda não sei... Aquilo 
não podia ser parte de um avião ou de um balão, e mesmo que fosse 
de um balão não poderia ser poroso como era. Já vi foguetes sendo 
lançados da Base de Testes de White Sands e definitivamente aquilo 
não era parte de um foguete, míssil ou avião”.
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Quedas de UFOs
Seu filho, Jesse Marcel Júnior, lembra-se de ter sido acordado por seu 
pai tarde da noite. Sob hipnose, conduzida posteriormente pelo doutor John 
Watkins, em maio de 1990, Jesse Júnior contou que estava confuso por ter 
sido acordado àquela hora. Ele então levantou-se e o seguiu até o carro, para 
pegarem uma caixa cheia de fragmentos metálicos. De volta, pai e filho espa-
lharam os pedaços no chão da cozinha, tentando encaixar alguns deles, como 
se fossem um enorme quebra-cabeças. Os objetos tomaram quase todo o 
piso, desde a porta dos fundos até o corredor. Jesse Júnior descreveu chapas 
e vigas em forma de “I” e alguns pequenos pedaços que pareciam plásticos, 
de cor escura, mais finos que as chapas, só que muito fortes. Pareciam ba-
quelite [Nome comercial de um plástico termofixo obtido pelo aquecimento, 
sob pressão, de uma mistura de fenol e formol]. Enquanto tentavam juntar as 
peças, a esposa de Marcel, Viaud, pegou uma das pequenas vigas e comentou: 
“Tem alguma coisa escrita nisso”. Sob hipnose, Jesse Júnior relatou que aquilo 
Segundo testemunhas, o UFO acidentado em 
Roswell encontrava-se nesta posição quando foi 
descoberto. Diferentemente do que pensavam os 
ufólogos, o UFO não era discóide (detalhe). Note 
a semelhança entre o objeto e os atuais aviões 
secretos norte-americanos
Ilustrações Cortesia Kevin Randle
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Thiago Luiz Ticchetti
era de cor púrpura, estranha, com formas geométricas, como círculos. Os 
símbolos eram brilhantes e pequenos, menor do que uma unha. Havia várias 
figuras separadas. Para ele, era um disco voador. “Eu perguntei ao meu pai 
o que era um disco voador, pois não tinha conhecimento”.
Quando acabaram de examinar o material, Jesse Júnior ajudou seu 
pai a colocá-los de volta na caixa e de novo no carro. Marcel estava pronto 
para retornar a base. Ao chegar, encontrou-se com Blanchard e mostrou-
lhe os destroços, explicando-lhe que não conseguiu identificar qual era a 
sua origem. Na manhã do dia 08 de julho, o coronel Blanchard mandou-o 
para Roswell, para conversar com o general Ramey, comandante da 8ª 
Força Aérea. “O comandante disse-me para voar até o Campo Aéreo de 
Wright-Patterson, em Ohio, mas, chegando lá, não encontrei o general 
Ramey”. Segundo Robert Porter, tripulante do vôo para Fort Worth, só 
havia quatro pequenas caixas no avião. A tripulação fez a pré-checagem 
do vôo num B-29 e um carro trouxe o material. A caixa maior tinha 120 
cm de comprimento por 10 cm espessura e uma forma triangular. As 
outras três possuíam o tamanho de caixas de sapato e eram muito leves. 
Uma vez que elas já estavam dentro do avião, a tripulação foi impedida 
de se aproximar do compartimento de bagagens. 
Ao chegarem à Base Aérea do Exército em Fort Worth, Porter e outro 
recruta receberam ordem para permanecer no avião até que soldados se 
postassem. Quando isso foi feito, a tripulação foi liberada para o almoço. 
Em seguida, as caixas foram transferidas para um avião B-25, que partiu 
para a Base Aérea de Wright Field. Quando Porter e os outros militares 
voltaram ao avião, disseram-lhes que dentro da caixa havia pedaços de 
um balão meteorológico, mas que não deviam comentar com ninguém 
sobre o vôo. Walter Haut, oficial de relações públicas da Base de Roswell, 
ao conversar com Marcel anos depois do evento, disse-lhe que ele tinha 
levado alguns pedaços dos destroços até o escritório de Ramey, para que 
ele dar uma olhada. O material foi colocado em cima da mesa do general. 
Ele então pediu para que Marcel mostrar o local exato da área do acidente, 
depois os dois foram até uma sala no final do corredor. Quando retornaram, 
os destroços que estavam em cima da mesa tinham sumido e um balão 
meteorológico encontrava-se espalhado no chão. Algumas fotos de Marcel 
ajoelhado próximo aos restos do balão foram tiradas pelo major Charles A. 
Cashon, relações públicas de Fort Worth. 
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Quedas de UFOs
Marcel deixou o escritório por alguns minutos. Enquanto estava fora, o 
repórter do jornal Fort Worth Star-Telegram, J. Bond Johnson, entrevistou o 
general Ramey. De acordo com Johnson “... eu posei com Ramey ao lado dos 
destroços. Naquela hora ele me disse que o que foi encontrado não era um 
disco voador e sim um balão meteorológico”, afirmou o general. Johnson é 
o autor de quatro fotografias do episódio, divulgadas pelo mundo todo. De 
volta à redação do jornal, ele escreveu a história, que foi publicada no dia 
seguinte. No último parágrafo aparecia: “Depois de ver os destroços, Ramey 
declarou que aquilo era um balão meteorológico. O oficial meteorológico 
confirmou isso”. No final daquela noite, Ramey deu uma entrevista coletiva 
sobre o evento. Embora Marcel estivesse presente, ele foi impedido de falar 
sobre o assunto. Os repórteres queriam entrevistá-lo, mas somente o general 
comentou sobre o episódio.
Presente à coletiva também estava o sub-tenente Irving Newton, um 
oficial de Meteorologia da Base Aérea do Exército em Fort Worth. Ele ficou 
sozinho na sua sala quando Ramey mandou que viesse ao seu escritório. 
Imagem de um oficial da Força Aérea Norte-Americana (USAF) segurando um pedaço 
do UFO acidentado em 1947 no Novo México, com estranhas inscrições. Esta fotografia 
aparece em vários livros sobre o caso, mas ainda não foi autenticada
Cortesia Kevin Randle
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Thiago Luiz Ticchetti
Newton comentou que havia sido solicitado a ele que identificasse os des-
troços espalhados no chão e que fora alertado por um coronel que “... o 
pessoal de Roswell acha que encontraram um disco voador, mas o general 
acredita que seja um balão meteorológico. Ele quer que vocêdê uma olhada 
nisso”. Newton chegou e encontrou um balão espalhado no chão. Estava 
quase totalmente destruído. “O general Ramey perguntou-me o que achava 
que era e eu lhe respondi. Parecia que queria ridicularizar Marcel por não ter 
conseguido identificar um simples balão”. 
Depois que Newton identificou os destroços, Ramey ordenou que um 
vôo especial fosse cancelado. Ninguém deveria ir para a Base Aérea de 
Wright Field. Ainda assim, soube-se que um documento do FBI, datado do 
dia 08 de julho, relatava que um “disco e um balão estão sendo transferidos 
para Wright Field, em um vôo especial”. O documento também revelava 
que o major Curtin Kirton havia informado que o objeto assemelhava-se a 
um balão meteorológico para grandes altitudes, com um refletor de radar. 
Com o final da coletiva para a Imprensa, Marcel foi dispensado e mandado 
de volta a Roswell. Embora Ramey tivesse cancelado o vôo especial, apa-
rentemente houve outros vôos para Wright Field. Este local era, à época, o 
centro dos laboratórios e locais de pesquisas das Forças Armadas. Se fosse 
descoberta alguma coisa incomum, aquele era o lugar ideal para os cientistas 
a estudarem. O general Arthur Exon afirmou que os destroços foram, sim, 
para Wright Field. Ele servia na base como tenente-coronel e lembrava-se 
dos vôos que chegavam a toda hora naquela data. A idéia de que o balão 
seria o acobertamento surgiu com o general brigadeiro Thomas DuBose. 
Em julho de 1947, DuBose era o comandante do 8ª Comando da Força 
Aérea. “Aquilo foi uma história para acobertar o caso”. 
Era a que queríamos que o público e a imprensa acreditassem”, afirmou. 
Os militares tentaram convencer a imprensa de que o objeto encontrado 
próximo a Roswell não era nada mais do que um balão, mas os oficiais que 
estavam a cargo disso na época confirmaram que tudo não passava de uma 
grande mentira. Os militares em Roswell também tentaram enterrar os fatos. 
Frank Joyce, repórter da estação de rádio KGFL, de Roswell, falou com Brazel 
no domingo, após encontrar os destroços. Ele não revelou o conteúdo da 
conversa, mas afirmou que não era a primeira vez que discorriam sobre o 
incidente. No entanto, a conversa que tiveram na primeira e na segunda vez 
teve um tom bem diferente desta última. 
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Quedas de UFOs
Joyce contou que Brazel foi até a estação de rádio à noite escoltado 
por militares. Enquanto esperavam do lado de fora, Brazel entrou na sala 
de rádio onde Joyce estava trabalhando. Por um momento não disse uma 
palavra. Ele se agachou e apoiou as costas na parede. Para Joyce, Brazel 
estava muito estressado. Apenas disse que se não cooperasse, as coisas 
não saíram bem. Depois contou a sua nova versão, agora envolvendo o 
balão e os membros da sua família, que também tocaram nos destroços. 
Joyce articulou que essa história não era a mesma que ele havia contado 
anteriormente, mas Brazel insistiu nessa nova versão. 
Depois de longos minutos antes de deixar a sala de rádio, ele finalizou: 
“Sabe daquela história que as pessoas falam sobre homenzinhos verdes? 
Bem, eles não são verdes”. E foi embora. Os militares não estavam contentes 
em só controlar as pessoas envolvidas diretamente com o incidente. Eles 
começaram uma campanha para silenciar as testemunhas civis também. 
No dia 07 de julho, o xerife George Wilcox dirigiu-se até a casa do pai de 
Foto do local onde foram encontrados o UFO e seus tripulantes. Mesmo na vastidão 
do deserto ao redor da pequenina Roswell, os ufólogos conseguiram determinar com 
exatidão que esta área seria o local de impacto da nave extraterrestre
Cortesia Kevin Randle
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Thiago Luiz Ticchetti
Dennis Glenn. Wilcox disse que Glenn tinha se metido em problemas na 
base. Ele não sabia o que Dennis havia feito, mas um certo sargento o ha-
via informado na delegacia, e Wilcox deveria alertar seu pai para conversar 
com o filho, a fim de manter a boca fechada. Quando o pai perguntou-lhe 
o que havia acontecido, Glenn alegou que não tinha feito nada. Então seu 
pai mencionou que um sargento negro havia lhe perguntado sobre seus 
irmãos e irmãs. Ele foi o único a fazer ameaças contra a sua família. Barbara 
Dugger, neta do xerife Wilcox, também comentou sobre as ameaças que a 
família de seu avô havia sofrido. 
Pelo conhecimento do público, Wilcox não teve muito envolvimento com 
o caso e nem tinha visto nada. Marcel disse que Wilcox só havia ligado para 
a base naquela data. Mas Dugger sugeriu que ele sabia algo mais. Numa 
entrevista realizada em março de 1991, Barbara contou que sua avó havia 
lhe relatado uma intrigante história no início dos anos 70. O xerife havia sido 
chamado para uma área ao norte de Roswell – não no lugar dos destroços, 
mas mais perto da cidade, onde os corpos e a nave foram encontrados. Ela 
afirmou que seu falecido avô fora testemunha de tudo. “Ela me pediu para não 
contar para ninguém, então perguntei se minha mãe sabia de alguma coisa, 
mas ela respondeu que não”. Barbara também comentou que seus avós foram 
ameaçados de morte pelos militares, tal como a família de Glenn.
Outro episódio semelhante ocorreu naquele ano, desta vez com Frank 
Rowe, de apenas 12 anos. Seu pai era tenente dos bombeiros e, certo dia, 
estava na garagem do Esquadrão quando um grupo de homens apareceu 
com um pedaço de metal. Seu pai então falou: “Amigos, vocês não vão 
acreditar no que trouxemos. E tirou do seu bolso um pedaço de metal. Era 
áspero. Todos tentaram cortá-lo, queimá-lo ou arranhá-lo, mas ninguém 
conseguiu”. A parte mais importante da história de Rowe aconteceu alguns 
dias depois, quando ela estava em casa. Neste dia, toda a família estava 
reunida quando militares apareceram. Eles mandaram Suzy, Donnie e Pat 
para fora e perguntaram à sua mãe quem tinha sido a menina que estava 
no Corpo de Bombeiros no dia em que seu pai havia chegado com o objeto. 
Sua mãe apontou para Rowe. Um dos soldados levou as outras crianças para 
fora e mãe e filha ficaram sentadas no sofá. “Ele não mediu suas palavras. 
Disse que poderia nos levar para o deserto e ninguém nunca mais iria nos 
encontrar. Ou havia outra opção: poderia nos mandar para Orchard Park 
ou Artesia, nos campos de prisioneiros japoneses”. 
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Quedas de UFOs
Voltando à história de Glenn Dennis, depois que ele ouviu as ameaças 
dirigidas a seu pai, não se intimidou mais, e enquanto o xerife visitava seu pai 
foi até o hospital da base para obter maiores informações. Ele encontrou uma 
enfermeira conhecida e perguntou-lhe se poderiam se encontrar mais tarde 
para conversar. A enfermeira ligou marcando um encontro no clube dos oficiais. 
Eles conversaram por algum tempo, quando então ela disse a Dennis: “Quero 
te contar o que está acontecendo, mas você tem que prometer que nunca vai 
relatar para ninguém, ou terei problemas. Não acredito no que vi. É a coisa 
mais horrível!”. Dennis mencionou que a enfermeira sempre levava consigo um 
bloco de anotações e que numa folha desenhou o que tinha visto. Naquele dia, 
ela estava trabalhando no hospital e resolveu entrar numa sala de exames para 
pegar alguns medicamentos. Quando abriu a porta, viu dois médicos nunca 
antes vistos no hospital. Um deles lhe falou: “Fique aqui, vamos precisar de 
Documento do 
FBI desmentindo a 
afirmação de que o 
que havia caído 
em Roswell teria 
sido um balão 
meteorológico 
com refletor de 
radares. Com uma 
escuta telefônica 
ilegal, o órgão 
ouviu a conversa 
entre as Bases 
de Roswell e 
Wright-Patterson, 
ambas nos Estados 
Unidos, para 
determinar
o que houve
Cortesia Nicholas Redfern
38
Thiago Luiz Ticchetti
você”. Lá dentro ela sentiu um cheiro horrível. “Os médicos examinavam três 
corpos ‘estrangeiros’”, foi o termo utilizado pela enfermeira. Dois deles estavam 
em péssimo estado, mas um parecia que havia sobrevivido ao acidente e estava 
inteiro. Parecia ter morrido aparentementedepois da queda. 
Estava difícil permanecerem na sala por causa do cheiro. Os médicos tra-
balhavam nos corpos com a ajuda da enfermeira, mas ela teve que retirar-se, 
pois não estava sentindo-se bem. Eles reagiram da mesma forma, colocaram 
os corpos em sacos mortuários e saíram. A descrição dos seres era a seguinte: 
os seres eram magros, cumpridos e finos. A anatomia do braço era diferente 
da dos humanos. A distância entre o pulso e o cotovelo era maior do que do 
cotovelo ao ombro. Ela tinha visto só quatro dedos nas mãos, pequenos e 
estreitos. Quando os médicos viraram uma das mãos, a enfermeira disse não 
ter observado polegares. Na ponta dos dedos havia pequenas almofadas de 
sucção, assim como nos tentáculos dos polvos. Os ossos não se pareciam 
com os dos seres humanos, pois eram muito frágeis e pareciam cartilagem. A 
cabeça de um deles era maior do que a nossa. Como se sabe, a cabeça humana 
expande-se quando exposta ao calor extremo, mas não havia evidências de que 
esses corpos tinham sido expostos ao fogo. Os olhos eram bem fundos, o nariz 
não era convexo, mas sim côncavo, com dois pequenos orifícios. Não havia 
orelhas, mas dois pequenos buracos num dos lados da cabeça e dois lóbulos 
que pareciam proteger os “ouvidos”. Nada que se assemelhasse a uma orelha 
humana. A boca era um pequeno traço, muito fina. Os ossos da cabeça eram 
muito flexíveis, parecidos com a moleira de uma criança recém-nascida.
Dennis perguntou à enfermeira se eles eram machos ou fêmeas. “Não pres-
tei atenção nisso, pois estava muito enjoada”, respondeu. Para ela, os médicos 
deviam saber alguma coisa sobre isso, mas simplesmente não deu atenção a 
este detalhe, pois saiu da sala antes que chegassem nessa parte. Ela acredita 
que talvez eles nunca tenham tentado determinar o sexo das criaturas. Dennis 
fez várias perguntas à enfermeira, mas ela não sabia todas as respostas. Ela 
não viu nenhuma roupa e não sabia se os seres estiveram em algum momento 
vestidos. Continuava dizendo que estava enjoada, razão de seu afastamento 
do local. “Ela estava em estado de choque. Dizia o tempo todo que “‘eles’ 
eram muito horríveis”. Nem tocou na comida. Eles conversaram mais alguns 
minutos, tempo em que a enfermeira desenhou um esboço dos alienígenas. 
Depois disse que tinha que voltar para o hospital, que estava passando muito 
mal e precisava se deitar. Dennis a acompanhou até a saída do clube dos oficiais 
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Quedas de UFOs
e ficou observando-a entrar no alojamento. Essa foi a última vez que viu sua 
amiga. Três meses depois, o rapaz recebeu uma carta sua, na qual a amiga 
mencionava que estava trabalhando numa base norte-americana na Inglaterra, 
e pedia para que ele lhe escrevesse sempre que pudesse. Depois de enviar vá-
rias correspondências e não receber resposta, Dennis conseguiu a informação 
de que a enfermeira tinha morrido num acidente de avião com outras cinco 
colegas, em algum lugar do Reino Unido.
Outro detalhe extremamente estranho tem relação com um vôo especial 
ocorrido no dia 09 de julho. Segundo Robert Slusher, tripulante do referido vôo, 
naquele dia a tripulação teve somente alguns minutos para se preparar para a 
decolagem. Um container de madeira foi colocado a bordo do avião para ser 
transportado para a Base de Fort Worth. Ninguém, a não ser Felix Martucci, 
o artilheiro do B-29, estava autorizado a olhar para o compartimento de bom-
bas. Na verdade, os outros membros da tripulação não podiam ao menos 
aproximar-se do compartimento. De acordo com Slusher, esse procedimento 
não era normal. As circunstâncias que rodearam o vôo é que o tornam especial. 
Quando aterrissaram em Fort Worth, havia um comitê de recepção na pista 
de pouso, que incluía vários oficiais da 8ª Força Aérea. Existem especulações 
de que os corpos dos alienígenas estavam dentro do mencionado container. 
Martucci reconheceu um dos membros do comitê. Era um “papa-defunto”. 
Enquanto retornavam a Roswell, Martucci comentou: “Nós vamos entrar para 
a história”. O problema é que os corpos alienígenas saíram de Roswell no dia 
09 de julho. De acordo com Frank Kauffman, membro do 509º Batalhão, 
os corpos tinham sido levados dois dias antes, em dois aviões diferentes. 
Eles teriam ido para a Base Aérea do Exército em Andrews, Washington, 
para que os altos oficiais do governo e Forças Armadas pudessem vê-los. 
Depois seguiram para Wright Field. O general Exon sugeriu que alguns 
deles fossem levados para Denver, Colorado. 
Mesmo que o comentário de Slusher seja apenas uma brincadeira, isso 
mostra o quão importante foram os eventos acontecidos em Roswell. Se tudo 
o que fora encontrado se referia a um balão meteorológico, por que tantos vôos 
decolaram de Roswell? Por que tantas precauções com um simples vôo, com 
guardas armados e um comitê de recepção? Obviamente o exército estava 
esperando algo muito importante. Uma vez que o container foi enviado para 
outro lugar, Marcel retornou para Roswell na mesma noite. Quando chegou 
em casa, disse à mulher e ao filho para não comentarem mais sobre o assunto. 
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Thiago Luiz Ticchetti
Eles deveriam esquecer o que havia acontecido. Mas Marcel não estava satisfeito 
com o desfecho da história. Ele sabia que o que tinha encontrado na fazenda 
de Brazel não era um balão meteorológico. “Eu sabia muito bem sobre tudo o 
que estava nos céus naquela época, não somente sobre as armas americanas, 
mas também de outros países, e ainda acredito que aquilo não era da Terra”, 
comentou. Marcel não foi o único a sentir-se assim. O general Exon também 
comentou, anos mais tarde, que os destroços eram de algo não construído na 
Terra. “Roswell foi o resgate de uma nave espacial”, finalizou. 
Marcel voltou para a base e encontrou-se com Cavitt e o sargento Lewis 
Rickett no escritório da Inteligência. Marcel aproximou-se de Cavitt e pergun-
tou-lhe se tinha preparado o relatório. Cavitt respondeu que sim, mas que não 
poderia vê-lo. Aquela atitude deixou Marcel furioso, o que lhe compeliu a dizer: 
“Eu te ordeno que me mostre o relatório”. Cavitt respondeu que tinha recebido 
ordens diretas de Washington e que se Marcel não estivesse satisfeito, que 
tomasse as providências necessárias contra aquilo. Marcel nada podia fazer. 
Essa foi a última vez que ouviu falar sobre os destroços. Nunca ficou sabendo 
nada a respeito dos corpos dos seres descritos pela amiga enfermeira. Se o 
coronel Blanchard sabia de algo, não lhe foi revelado.
Mas essa não foi a última vez que se ouviu falar dos intrigantes pe-
daços metálicos. Dois anos depois do incidente, Bill Brazel, filho do ho-
mem que encontrou os destroços, disse que havia descoberto pequenos 
pedaços daquilo em sua propriedade. Mostrou alguns deles para seus 
vizinhos, incluindo Sally Tadolini. Ela lembra-se até hoje de que era uma 
porção pequena, e que quando a amassava, voltava à sua forma original. 
Infelizmente, Bill não guardou os objetos. Militares foram até a sua casa e 
disseram que seu pai tinha feito um grande favor para os Estados Unidos 
e que seu filho deveria seguir o mesmo exemplo. Depois daqueles dias de 
julho de 1947, o acidente não foi mais discutido pela Imprensa mundial. 
Somente 30 anos depois, quando o corajoso Jesse Marcel veio a público 
contar a sua história, o mundo novamente deu atenção ao maior acober-
tamento já feito por uma nação em relação aos UFOs.

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