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Contratos em Geral - II

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CONCEITO 1: Contrato aleatório é aquele oneroso, em que uma ou 
ambas as prestações das partes são dependentes de um risco incerto e 
futuro (álea = sorte, incerteza).
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São os contratos em que as prestação de um ou de ambas as partes 
celebrantes são incertas, seja porque sua quantidade ou extensão estão 
na dependência de um fato futuro e imprevisível. 
Ex - Contratos de seguros: a prestação é certa para uma das partes 
mas a contrapartida da outra parte é incerta pois não há
previsibilidade ou mesmo conhecimento da extensão da prestação da 
outra parte.
CONCEITO 2: Contrato aleatório é o bilateral e oneroso em que pelo 
menos um dos contraentes não pode antever a vantagem que receberá
em troca da prestação fornecida.
Caracteriza-se, ao contrário do comutativo, pela incerteza, para 
ambas as partes, sobre as vantagens e sacrifícios que dele podem 
advir. 
Segundo Silvio Rodrigues, “aleatórios são os contratos em que o 
montante da prestação de uma ou de ambas as partes não pode ser 
desde logo previsto, por depender de um risco futuro, capaz de 
provocar sua variação”.
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Há contratos aleatórios por natureza (ex: seguro) e contratos comutativos, 
que PODEM SE TORNAR aleatórios em razão de determinadas 
circunstâncias. Quando isso ocorre, são chamados de contratos 
ACIDENTALMENTE ALEATÓRIOS, que são de 2 espécies:
1 – Vendas de coisas futuras;
2 – Venda de coisas existentes, mas expostas a risco.
a) O RISCO é relativo à própria 
existência da coisa.
b) O RISCO é relativo à quantidade.
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Em relação à VENDA DE COISAS FUTURAS, cujo risco é
concernente à própria existência da coisa, trata o artigo 458 do Código
Civil, nestes termos:
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou 
fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes 
assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi 
prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, 
ainda que nada do avençado venha a existir.
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Por esse artigo, se o contrato for aleatório, tendo por objeto coisas 
ou fatos futuros com risco de não virem a existir, terá o alienante o 
direito de receber integralmente o preço da coisa, pois trata-se de 
contrato emptio spei (venda da esperança, de um objeto futuro), 
como ocorre, p. ex., com uma colheita futura, onde o adquirente 
assume o risco de nada ser colhido (obviamente se não houver a 
colheita por culpa do estipulante, não haverá risco e o contrato será
nulo).
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Em outras palavras, tem-se, na hipótese, a emptio spei ou venda da 
esperança, isto é, da probabilidade das coisas ou fatos existirem. 
Caracteriza-se, por exemplo, quando alguém vende a colheita futura, 
declarando que “a venda ficará perfeita e acabada haja ou não safra, 
não cabendo ao comprador o direito de reaver o preço pago se, em 
razão de geada ou outro imprevisto, a safra inexistir”. Caso o risco se 
verifique, “sem dolo ou culpa do vendedor, adquire este o preço; se 
não houver, porém, colheita por culpa ou dolo do alienante, não 
haverá risco, e o contrato é nulo”.
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EXEMPLO CLÁSSICO: pessoa que propõe pagar determinada 
importância ao pescador pelo que ele apanhar na rede que está na 
iminência de lançar ao mar. Mesmo que, ao puxá-la, verifique não 
ter apanhado nenhum peixe, terá o pescador direito ao preço 
integral se agiu com a habitual diligência.
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, 
tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer
quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que 
de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a 
existir em quantidade inferior à esperada.
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Aqui tratamos de hipótese de coisas futuras, assumindo o adquirente o 
risco de existirem em qualquer quantidade, onde o preço integral será
devido ao alienante ainda que a quantidade seja inferior à esperada.
Obviamente, se verificada culpa do alienante (não irrigou a plantação, 
p. ex.), não terá direito ao preço pactuado.
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S Portanto, o art. 459 cuida do risco relativo à quantidade maior ou 
menor da coisa esperada (emptio rei speratae ou venda da coisa 
esperada).
Assim, se o risco da aquisição da safra futura limitar-se à sua 
quantidade, pois deve ela existir, o contrato ficará nulo se nada puder 
ser colhido. Porém, se vem a existir alguma quantidade, por menor 
que seja, o contrato deve ser cumprido, tendo o vendedor direito a 
todo o preço ajustado. Retomando o exemplo do pescador, se o 
terceiro comprou o produto do lanço de sua rede, assumindo apenas o 
risco de ele conseguir apanhar maior ou menor quantidade de peixes, 
o proponente liberar-se-á se a rede vier vazia.
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não 
haverá, e o alienante restituirá o preço recebido.
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Se no caso de contrato aleatório celebrado em atenção à
QUANTIDADE (o risco assumido pelo adquirente é quanto à
quantidade da coisa), se nada vier a existir da coisa futura, o contrato 
será nulo e o alienante deverá restituir o valor recebido.
Ex: compra de “qualquer quantidade de algodão que venha a ser 
produzido pela safra “x”. Colhido o algodão o alienante fará jus ao 
valor total. Se nada for colhido, o contrato deverá ser desfeito.
Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, 
mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente 
direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em 
parte, ou de todo, no dia do contrato.
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Este dispositivo trata do contrato aleatório de coisas já existentes, 
porém expostas a risco. Se o adquirente assumiu a responsabilidade, o 
alienante fará jus ao preço integral, independentemente da existência 
da coisa no dia do contrato.
Ex: uma safra armazenada em um silo, sujeita a deterioração, 
incêndio, furto, etc.
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Outro exemplo de venda de coisas já existentes, e não futuras, mas 
sujeitas a perecimento ou depreciação: a venda de mercadoria que 
está sendo transportada em alto-mar por pequeno navio, cujo risco de 
naufrágio o adquirente assumiu. É válida a venda, mesmoque a 
embarcação já tenha sucumbido na data do contrato. 
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente 
poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o 
outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no 
contrato se considerava exposta a coisa.
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Se o alienante tinha conhecimento da consumação do risco (ex: já
sabia que a colheita havia sido roubada/incendiada ou que a carga do 
navio já havia sofrido naufrágio) e omitir dolosamente esse fato, 
celebrando contrato com o adquirente, a venda deverá ser anulada se 
o adquirente conseguir provar que a conduta do alienante foi dolosa.
PORTANTO, TEMOS:
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CONCEITO: É o contrato preparatório, onde as partes ajustam um 
compromisso de celebrar futuramente o contrato principal. Enquanto 
no contrato principal o objeto é uma prestação substancial, no 
contrato preliminar o objeto é fazer oportunamente o contrato 
principal.
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É chamado também de pré-contrato, contrato preparatório, promessa 
de contrato, compromisso, dentre outras nomenclaturas.
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter 
todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.
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Em relação à sua forma, esta será livre, cabendo às partem celebrá-lo 
por instrumento particular ou público, mas devem conter os requisitos 
essenciais do contrato principal, como p. ex., a capacidade das partes, 
a definição da coisa e o preço, em um contrato de compromisso (ou 
promessa) de compra e venda.
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A promessa de compra e venda, ou compromisso de compra e venda, é
exemplo do contrato preliminar mais comum. 
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A inexigência de forma para a sua validade, bem como para a 
produção normal de suas consequências jurídicas, é corolário natural 
do princípio consensualista, predominante entre nós. O dispositivo, 
não exige que seja celebrado com observância da mesma forma 
exigida para o contrato definitivo a ser celebrado. Mesmo que o 
contrato definitivo deva ser celebrado por escritura pública, o 
preliminar pode ser lavrado em instrumento particular.
Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do 
disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de 
arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a 
celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive.
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Obviamente, se as partes celebram um contrato preliminar, têm em
vista um contrato principal a ser celebrado no futuro.
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Cumprida a promessa de compra e venda com o pagamento integral 
do preço, pode o compromissário comprador, sendo o pré-contrato 
irretratável e irrevogável por não conter cláusula de arrependimento, 
exigir a celebração do contrato definitivo e, se necessário, valer-se da 
execução específica.
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Neste parágrafo, a palavra “deverá” vem sendo interpretada com 
ressalvas pela doutrina e jurisprudência.
Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro 
competente. 
A melhor interpretação é a que considera imprescindível o registro 
para que o contrato preliminar tenha efeitos em relação a terceiros. 
Entre as próprias partes, porém, o contrato preliminar pode ser 
executado mesmo sem o registro prévio, como corretamente assinalam 
Caio Mário e Sílvio Venosa. Quando este for exigido, deverá ser feito 
no Registro de Imóveis onde os bens imóveis estiverem localizados e no 
Registro de Títulos e Documentos, no caso de bens móveis.
Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, 
suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo 
ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da 
obrigação.
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Se findo o prazo estipulado por uma das partes para que a outra 
celebre o contrato e a parte contrária quedar-se inerte, a outra parte 
pode pleitear judicialmente a execução específica da obrigação de 
fazer, consistente em suprimento judicial de declaração de vontade, 
transformando o contrato preliminar em definitivo, salvo se a isso se 
opuser a natureza da obrigação (Ex: desabamento do prédio que seria 
alienado).
D O C O N T R A T O P R E L I M I N A R 
Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, 
poderá a outra parte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos.
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Se não for possível a execução específica do objeto do contrato 
preliminar (Ex: a compra e venda não é mais possível em virtude da 
morte do animal, que ocorreu durante a mora da parte), poderá o 
outro contratante rescindir o contrato e pleitear perdas e danos e se 
for o caso indenização suplementar.
D O C O N T R A T O P R E L I M I N A R 
Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena 
de ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela 
previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado 
pelo devedor.
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Quando a promessa de contrato for unilateral (ou seja, obrigações 
estipuladas para apenas uma das partes), o credor deverá manifestar-
se no prazo previsto para a assinatura do contrato definitivo.
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Se não houver prazo estipulado, deverá ser fixado um prazo para que 
a outra parte (devedor) se manifeste em relação à formação do 
contrato principal.
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Da mesma forma que os contratos são formados, estes podem, por 
diversos motivos, ser objeto de extinção, especialmente em virtude da 
regra segundo a qual ninguém é obrigado a permanecer vinculado a 
um contrato, bastando arcar com as consequências jurídicas oriundas 
de seu ato.
O meionatural de extinção dos contratos consiste no normal 
cumprimente das obrigações nele geradas. Porém, pode o mesmo ser 
extinto por causas anteriores, contemporâneas ou posteriores à sua 
formação, conforme veremos na sequência.
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Como assinala Humberto Theodoro Júnior, “ao contrário dos direitos 
reais, que tendem à perpetuidade, os direitos obrigacionais gerados 
pelo contrato caracterizam-se pela temporalidade. Não há contrato 
eterno. O vínculo contratual é, por natureza, passageiro e deve 
desaparecer, naturalmente, tão logo o devedor cumpra a prestação 
prometida ao credor” (O contrato e seus princípios, p. 100).
Via de regra, a EXTINÇÃO de um contrato se dá pela sua execução, 
que consiste no cumprimento da obrigação pelo devedor, o que se 
comprova através da quitação, que se dá em observância ao artigo 320 
do Código Civil, que assim dispõe:
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“A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, 
designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou 
quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a 
assinatura do credor, ou do seu representante.
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo 
valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar 
haver sido paga a dívida”
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Algumas vezes o contrato se extingue sem ter alcançado o seu fim, ou 
seja, sem que as obrigações tenham sido cumpridas. Várias causas 
acarretam essa extinção anormal, causas essas que podem ser 
anteriores ou contemporâneas à formação do contrato; ou ainda 
supervenientes. 
Vejamos no quadro a seguir como essas causas podem se manifestar:
Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.
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DISTRATO OU RESILIÇÃO BILATERAL é a convenção pela qual 
as partes promovem a dissolução de um contrato (efeitos ex nunc), 
seguindo-se a mesma forma exigida para a celebração do mesmo.
A interpretação deste artigo vem sendo relativizada da seguinte 
forma: o distrato deve obedecer à mesma forma do contrato a ser 
desfeito quando este tiver forma especial, mas não quando esta for 
livre. Desse modo, a compra e venda de imóvel de valor superior à
taxa legal, que exige escritura pública, só pode ser desfeita, de comum
acordo, por outra escritura pública. Mas o contrato de locação, que 
tem forma livre, pode ser objeto de distrato verbal, mesmo tendo sido 
constituído mediante contrato escrito, por exemplo ((RT, 691/94).
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Segundo a lição de Caio Mário (Instituições, cit., v. III, p. 151), 
distrato ou resilição bilateral “é a declaração de vontade das partes 
contratantes, no sentido oposto ao que havia gerado o vínculo. 
É o contrarius consensus dos romanos, gerando o contrato 
liberatório, sendo algumas vezes chamado de mútuo dissenso, ou 
para alguns doutrinadores, de mútuo consenso, que dá a idéia de 
vontade concordante.
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou 
implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra 
parte.
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Alguns aspectos relevantes:
A chamada rescisão contratual pode ser de duas espécies distintas, a 
saber:
1 – RESILIÇÃO CONTRATUAL - consiste na extinção do contrato 
pela vontade de uma ou ambas as partes;
2 – RESOLUÇÃO CONTRATUAL -consiste na extinção do contrato 
em virtude do descumprimento, (culposo ou voluntário) por uma das 
partes, das obrigações nele geradas. Na RESOLUÇÃO, há
INADIMPLEMENTO contratual de uma das partes.
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A RESILIÇÃO 
pode ser:
UNILATERAL Uma das partes, unilateralmente
e por sua exclusiva vontade, provoca a extinção do 
contrato, em razão de expressa previsão legal que 
lhe confere esta prerrogativa. Para tanto, deverá
notificar a outra sobre sua intenção (art. 473).
BILATERAL
DISTRATO, trata-se da extinção do contrato, 
provocada por acordo mútuo entre as partes. 
Também chamada de 
ENTÃO TEMOS:
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RESILIÇÃO
Unilateral – Há previsão legal expressa que 
permita (art. 473).
RESOLUÇÃO O contrato é “ rompido ” por inadimple
Bilateral (DISTRATO) – Ocorre através de 
mútuo acordo entre as partes. 
mento de uma das partes que, de forma culposa ou voluntária, 
descumprem suas cláusulas, incidindo em sanções como perdas e 
danos, por exemplo.
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das 
partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a 
denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo 
compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.
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Se uma das partes fez consideráveis investimentos para a execução do 
contrato, a resilição unilateral somente terá efeitos após transcorrido 
um lapso temporal compatível com a natureza e vulto dos 
investimentos realizados.
Ex: Um dos parceiros ( 2 construtoras) adianta a uma empreiteira os 
custos para fazer o alicerce destinado à construção de um Shopping 
Center. Nesse caso, se o outro contratante desistir de arcar com sua 
parte ($) para a construção do Shopping, ficará impedida de resilir 
unilateralmente até que a outra parte recupere seus investimentos.
CONCEITO: É aquela que acarreta a rescisão de pleno direito do 
contrato em decorrência de inadimplemento.
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Em resumo: Trata-se da disposição contratual que prevê o término do 
contrato pela inexecução, por parte de um dos contratantes, das 
obrigações que nele se contraíram.
Como vimos, na execução do contrato, cada contraente tem a 
faculdade de pedir a resolução se o outro não cumpre as obrigações 
avençadas, invocando a chamada cláusula resolutiva (QUE RESOLVE 
O CONTRATO).
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Pode ser:
EXPRESSA: Já está prevista no contrato e por este motivo 
tem eficácia plena. Ex: Uma cláusula que disponha que “o 
não pagamento de 03 parcelas implicará no cancelamento 
do Plano de Saúde”.
TÁCITA: Não há previsão contratual e por isso depende 
de interpelação judicial que deve ser feita pelo lesado pelo 
inadimplemento. Ex: Não há cláusula que determine o 
cancelamento do Plano de saúde em caso de 
inadimplemento de 03 parcelas. O lesado notifica 
judicialmente o inadimplente via judicial, p. ex.
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita 
depende de interpelação judicial.
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Conforme vimos, se expressa (prevista no contrato de forma clara), 
opera-se de pleno direito. Ex: Se o COMPRADOR incorrer em mora 
ocorreráa rescisão deste contrato e a retomada do imóvel.
Por outro lado, a cláusula resolutiva pode ser tácita e nesse caso, para 
ter efeito, dependerá de interpelação judicial. Ex: Notifico 
judicialmente o devedor para que entregue a mercadoria no prazo de 
24 horas, sob pena de rejeitá-la posteriormente.
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução 
do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em 
qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
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O contratante que foi lesado ante o inadimplemento da outra parte, 
tem duas alternativas:
1 – Invocar a RESOLUÇÃO CONTRATUAL, resolvendo o contrato e 
pleiteando perdas e danos, se for o caso, OU
2 - exigir-lhe o cumprimento mediante a execução específica (exigir o 
cumprimento da obrigação contratual - CPC, art. 461), também 
pleiteando perdas e danos, se for o caso.
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de 
cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
D A E X C E Ç Ã O DE C O N T R A T O N Ã O C U M P R I D O 
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EXCEPTIO NON ADIMPLETI CONTRACTUS
O contratante chamado a cumprir a sua obrigação pode alegar a 
exceção do contrato não cumprido, retardando a efetivação de sua 
parcela de obrigação no contrato para o momento em que a outra 
parte também cumprir a sua, pois ambos assumiram, simultânea e 
reciprocamente obrigações.
Ex: numa compra e venda à vista de um veículo, um possui a 
obrigação de pagar e o outro de entregar o veículo. Enquanto o 
primeiro não efetuar o pagamento, o segundo pode reter o bem.
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das 
partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de 
comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, 
pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela 
satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la. 
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Esse artigo assegura ao contratante que se obrigou primeiramente a 
cumprir determinada prestação o direito de não cumpri-la, face a 
diminuição do patrimônio do outro contratante, tornando-se duvidoso 
o adimplemento posterior da outra parte.
D A E X C E Ç Ã O DE C O N T R A T O N Ã O C U M P R I D O 
Ex: vendedor se recusa a entregar mercadoria pois tem conhecimento 
de que o comprador está em estado de insolvência. Pode, nesse caso, 
exigir o pagamento à vista ou uma garantia.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a 
prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com 
extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos 
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do 
contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da 
citação.
DA RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA
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Considera-se onerosidade excessiva quando um acontecimento 
extraordinário e imprevisível dificulta demasiadamente o 
adimplemento da obrigação de uma das partes contratantes, 
aplicando-se a TEORIA DA IMPREVISÃO.
Aplicação da CLÁUSULA “REBUS SIC STANTIBUS”
DA RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA
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Ocorrendo essa situação, poderá o devedor, requerer a resolução do 
contrato por onerosidade excessiva,mediante a prova dos seguintes 
requisitos:
1 - O contrato comutativo deve ser de execução continuada;
2 - Houve superveniente alteração radical nas condições econômicas, 
se comparadas quando da formação do contrato;
3 - A prestação se tornou excessivamente onerosa para uma das partes 
e extremamente vantajosa para a outra;
4 - Essa situação ocorreu em virtude de acontecimentos 
extraordinários e imprevisíveis quando da celebração do contrato.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a 
modificar eqüitativamente as condições do contrato.
DA RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA
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Obviamente, se a parte que teoricamente foi beneficiada pela situação 
extraordinária e imprevisível e está auferindo benefícios com a 
situação se dispuser a as condições contratuais, restabelecendo a 
situação de equilíbrio que havia anteriormente, poderá evitar a 
resolução e manter o contrato vigente.
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das 
partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou 
alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.
DA RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA
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São opções concedidas à parte que teoricamente está sendo lesada pela 
nova situação. Poderá pleitear a redução da prestação (Ex: 200 
parcelas de R$ 1.500,00 ao invés de 200 parcelas de R$ 2.800,00) OU 
alterar o modo de execução do cumprimento da obrigação (Ex: 
mantem-se o valor das parcelas, mas alguns bens são dados como 
“dação em pagamento”.)

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