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CONCEITO 1: Contrato aleatório é aquele oneroso, em que uma ou ambas as prestações das partes são dependentes de um risco incerto e futuro (álea = sorte, incerteza). D O S C O N T R A T O S A L E A T Ó R I O S T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S São os contratos em que as prestação de um ou de ambas as partes celebrantes são incertas, seja porque sua quantidade ou extensão estão na dependência de um fato futuro e imprevisível. Ex - Contratos de seguros: a prestação é certa para uma das partes mas a contrapartida da outra parte é incerta pois não há previsibilidade ou mesmo conhecimento da extensão da prestação da outra parte. CONCEITO 2: Contrato aleatório é o bilateral e oneroso em que pelo menos um dos contraentes não pode antever a vantagem que receberá em troca da prestação fornecida. Caracteriza-se, ao contrário do comutativo, pela incerteza, para ambas as partes, sobre as vantagens e sacrifícios que dele podem advir. Segundo Silvio Rodrigues, “aleatórios são os contratos em que o montante da prestação de uma ou de ambas as partes não pode ser desde logo previsto, por depender de um risco futuro, capaz de provocar sua variação”. D O S C O N T R A T O S A L E A T Ó R I O S T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S D O S C O N T R A T O S A L E A T Ó R I O S T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Há contratos aleatórios por natureza (ex: seguro) e contratos comutativos, que PODEM SE TORNAR aleatórios em razão de determinadas circunstâncias. Quando isso ocorre, são chamados de contratos ACIDENTALMENTE ALEATÓRIOS, que são de 2 espécies: 1 – Vendas de coisas futuras; 2 – Venda de coisas existentes, mas expostas a risco. a) O RISCO é relativo à própria existência da coisa. b) O RISCO é relativo à quantidade. D O S C O N T R A T O S A L E A T Ó R I O S T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Em relação à VENDA DE COISAS FUTURAS, cujo risco é concernente à própria existência da coisa, trata o artigo 458 do Código Civil, nestes termos: Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir. D O S C O N T R A T O S A L E A T Ó R I O S T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Por esse artigo, se o contrato for aleatório, tendo por objeto coisas ou fatos futuros com risco de não virem a existir, terá o alienante o direito de receber integralmente o preço da coisa, pois trata-se de contrato emptio spei (venda da esperança, de um objeto futuro), como ocorre, p. ex., com uma colheita futura, onde o adquirente assume o risco de nada ser colhido (obviamente se não houver a colheita por culpa do estipulante, não haverá risco e o contrato será nulo). D O S C O N T R A T O S A L E A T Ó R I O S T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Em outras palavras, tem-se, na hipótese, a emptio spei ou venda da esperança, isto é, da probabilidade das coisas ou fatos existirem. Caracteriza-se, por exemplo, quando alguém vende a colheita futura, declarando que “a venda ficará perfeita e acabada haja ou não safra, não cabendo ao comprador o direito de reaver o preço pago se, em razão de geada ou outro imprevisto, a safra inexistir”. Caso o risco se verifique, “sem dolo ou culpa do vendedor, adquire este o preço; se não houver, porém, colheita por culpa ou dolo do alienante, não haverá risco, e o contrato é nulo”. D O S C O N T R A T O S A L E A T Ó R I O S T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S EXEMPLO CLÁSSICO: pessoa que propõe pagar determinada importância ao pescador pelo que ele apanhar na rede que está na iminência de lançar ao mar. Mesmo que, ao puxá-la, verifique não ter apanhado nenhum peixe, terá o pescador direito ao preço integral se agiu com a habitual diligência. Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada. D O S C O N T R A T O S A L E A T Ó R I O S T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Aqui tratamos de hipótese de coisas futuras, assumindo o adquirente o risco de existirem em qualquer quantidade, onde o preço integral será devido ao alienante ainda que a quantidade seja inferior à esperada. Obviamente, se verificada culpa do alienante (não irrigou a plantação, p. ex.), não terá direito ao preço pactuado. D O S C O N T R A T O S A L E A T Ó R I O S T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Portanto, o art. 459 cuida do risco relativo à quantidade maior ou menor da coisa esperada (emptio rei speratae ou venda da coisa esperada). Assim, se o risco da aquisição da safra futura limitar-se à sua quantidade, pois deve ela existir, o contrato ficará nulo se nada puder ser colhido. Porém, se vem a existir alguma quantidade, por menor que seja, o contrato deve ser cumprido, tendo o vendedor direito a todo o preço ajustado. Retomando o exemplo do pescador, se o terceiro comprou o produto do lanço de sua rede, assumindo apenas o risco de ele conseguir apanhar maior ou menor quantidade de peixes, o proponente liberar-se-á se a rede vier vazia. Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido. D O S C O N T R A T O S A L E A T Ó R I O S T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Se no caso de contrato aleatório celebrado em atenção à QUANTIDADE (o risco assumido pelo adquirente é quanto à quantidade da coisa), se nada vier a existir da coisa futura, o contrato será nulo e o alienante deverá restituir o valor recebido. Ex: compra de “qualquer quantidade de algodão que venha a ser produzido pela safra “x”. Colhido o algodão o alienante fará jus ao valor total. Se nada for colhido, o contrato deverá ser desfeito. Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato. D O S C O N T R A T O S A L E A T Ó R I O S T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Este dispositivo trata do contrato aleatório de coisas já existentes, porém expostas a risco. Se o adquirente assumiu a responsabilidade, o alienante fará jus ao preço integral, independentemente da existência da coisa no dia do contrato. Ex: uma safra armazenada em um silo, sujeita a deterioração, incêndio, furto, etc. D O S C O N T R A T O S A L E A T Ó R I O S T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Outro exemplo de venda de coisas já existentes, e não futuras, mas sujeitas a perecimento ou depreciação: a venda de mercadoria que está sendo transportada em alto-mar por pequeno navio, cujo risco de naufrágio o adquirente assumiu. É válida a venda, mesmoque a embarcação já tenha sucumbido na data do contrato. Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa. D O S C O N T R A T O S A L E A T Ó R I O S T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Se o alienante tinha conhecimento da consumação do risco (ex: já sabia que a colheita havia sido roubada/incendiada ou que a carga do navio já havia sofrido naufrágio) e omitir dolosamente esse fato, celebrando contrato com o adquirente, a venda deverá ser anulada se o adquirente conseguir provar que a conduta do alienante foi dolosa. PORTANTO, TEMOS: D O S C O N T R A T O S A L E A T Ó R I O S T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S D O S C O N T R A T O S A L E A T Ó R I O S T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S D O S C O N T R A T O S A L E A T Ó R I O S - CASUÍSTICA T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S D O S C O N T R A T O S A L E A T Ó R I O S - CASUÍSTICA T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S D O S C O N T R A T O S A L E A T Ó R I O S - CASUÍSTICA T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S D O S C O N T R A T O S A L E A T Ó R I O S - CASUÍSTICA T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S CONCEITO: É o contrato preparatório, onde as partes ajustam um compromisso de celebrar futuramente o contrato principal. Enquanto no contrato principal o objeto é uma prestação substancial, no contrato preliminar o objeto é fazer oportunamente o contrato principal. T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S D O C O N T R A T O P R E L I M I N A R É chamado também de pré-contrato, contrato preparatório, promessa de contrato, compromisso, dentre outras nomenclaturas. Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado. T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Em relação à sua forma, esta será livre, cabendo às partem celebrá-lo por instrumento particular ou público, mas devem conter os requisitos essenciais do contrato principal, como p. ex., a capacidade das partes, a definição da coisa e o preço, em um contrato de compromisso (ou promessa) de compra e venda. D O C O N T R A T O P R E L I M I N A R T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S A promessa de compra e venda, ou compromisso de compra e venda, é exemplo do contrato preliminar mais comum. D O C O N T R A T O P R E L I M I N A R A inexigência de forma para a sua validade, bem como para a produção normal de suas consequências jurídicas, é corolário natural do princípio consensualista, predominante entre nós. O dispositivo, não exige que seja celebrado com observância da mesma forma exigida para o contrato definitivo a ser celebrado. Mesmo que o contrato definitivo deva ser celebrado por escritura pública, o preliminar pode ser lavrado em instrumento particular. Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive. T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Obviamente, se as partes celebram um contrato preliminar, têm em vista um contrato principal a ser celebrado no futuro. D O C O N T R A T O P R E L I M I N A R Cumprida a promessa de compra e venda com o pagamento integral do preço, pode o compromissário comprador, sendo o pré-contrato irretratável e irrevogável por não conter cláusula de arrependimento, exigir a celebração do contrato definitivo e, se necessário, valer-se da execução específica. T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S D O C O N T R A T O P R E L I M I N A R Neste parágrafo, a palavra “deverá” vem sendo interpretada com ressalvas pela doutrina e jurisprudência. Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente. A melhor interpretação é a que considera imprescindível o registro para que o contrato preliminar tenha efeitos em relação a terceiros. Entre as próprias partes, porém, o contrato preliminar pode ser executado mesmo sem o registro prévio, como corretamente assinalam Caio Mário e Sílvio Venosa. Quando este for exigido, deverá ser feito no Registro de Imóveis onde os bens imóveis estiverem localizados e no Registro de Títulos e Documentos, no caso de bens móveis. Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação. T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Se findo o prazo estipulado por uma das partes para que a outra celebre o contrato e a parte contrária quedar-se inerte, a outra parte pode pleitear judicialmente a execução específica da obrigação de fazer, consistente em suprimento judicial de declaração de vontade, transformando o contrato preliminar em definitivo, salvo se a isso se opuser a natureza da obrigação (Ex: desabamento do prédio que seria alienado). D O C O N T R A T O P R E L I M I N A R Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos. T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Se não for possível a execução específica do objeto do contrato preliminar (Ex: a compra e venda não é mais possível em virtude da morte do animal, que ocorreu durante a mora da parte), poderá o outro contratante rescindir o contrato e pleitear perdas e danos e se for o caso indenização suplementar. D O C O N T R A T O P R E L I M I N A R Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado pelo devedor. T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Quando a promessa de contrato for unilateral (ou seja, obrigações estipuladas para apenas uma das partes), o credor deverá manifestar- se no prazo previsto para a assinatura do contrato definitivo. D O C O N T R A T O P R E L I M I N A R Se não houver prazo estipulado, deverá ser fixado um prazo para que a outra parte (devedor) se manifeste em relação à formação do contrato principal. T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S D A E X T I N Ç Ã O D O C O N T R A T O T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Da mesma forma que os contratos são formados, estes podem, por diversos motivos, ser objeto de extinção, especialmente em virtude da regra segundo a qual ninguém é obrigado a permanecer vinculado a um contrato, bastando arcar com as consequências jurídicas oriundas de seu ato. O meionatural de extinção dos contratos consiste no normal cumprimente das obrigações nele geradas. Porém, pode o mesmo ser extinto por causas anteriores, contemporâneas ou posteriores à sua formação, conforme veremos na sequência. D A E X T I N Ç Ã O D O C O N T R A T O T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Como assinala Humberto Theodoro Júnior, “ao contrário dos direitos reais, que tendem à perpetuidade, os direitos obrigacionais gerados pelo contrato caracterizam-se pela temporalidade. Não há contrato eterno. O vínculo contratual é, por natureza, passageiro e deve desaparecer, naturalmente, tão logo o devedor cumpra a prestação prometida ao credor” (O contrato e seus princípios, p. 100). Via de regra, a EXTINÇÃO de um contrato se dá pela sua execução, que consiste no cumprimento da obrigação pelo devedor, o que se comprova através da quitação, que se dá em observância ao artigo 320 do Código Civil, que assim dispõe: D A E X T I N Ç Ã O D O C O N T R A T O T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S “A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante. Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida” D A E X T I N Ç Ã O D O C O N T R A T O T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Algumas vezes o contrato se extingue sem ter alcançado o seu fim, ou seja, sem que as obrigações tenham sido cumpridas. Várias causas acarretam essa extinção anormal, causas essas que podem ser anteriores ou contemporâneas à formação do contrato; ou ainda supervenientes. Vejamos no quadro a seguir como essas causas podem se manifestar: Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato. D O D I S T R A T O T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S DISTRATO OU RESILIÇÃO BILATERAL é a convenção pela qual as partes promovem a dissolução de um contrato (efeitos ex nunc), seguindo-se a mesma forma exigida para a celebração do mesmo. A interpretação deste artigo vem sendo relativizada da seguinte forma: o distrato deve obedecer à mesma forma do contrato a ser desfeito quando este tiver forma especial, mas não quando esta for livre. Desse modo, a compra e venda de imóvel de valor superior à taxa legal, que exige escritura pública, só pode ser desfeita, de comum acordo, por outra escritura pública. Mas o contrato de locação, que tem forma livre, pode ser objeto de distrato verbal, mesmo tendo sido constituído mediante contrato escrito, por exemplo ((RT, 691/94). D O D I S T R A T O T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Segundo a lição de Caio Mário (Instituições, cit., v. III, p. 151), distrato ou resilição bilateral “é a declaração de vontade das partes contratantes, no sentido oposto ao que havia gerado o vínculo. É o contrarius consensus dos romanos, gerando o contrato liberatório, sendo algumas vezes chamado de mútuo dissenso, ou para alguns doutrinadores, de mútuo consenso, que dá a idéia de vontade concordante. Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte. D O D I S T R A T O T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Alguns aspectos relevantes: A chamada rescisão contratual pode ser de duas espécies distintas, a saber: 1 – RESILIÇÃO CONTRATUAL - consiste na extinção do contrato pela vontade de uma ou ambas as partes; 2 – RESOLUÇÃO CONTRATUAL -consiste na extinção do contrato em virtude do descumprimento, (culposo ou voluntário) por uma das partes, das obrigações nele geradas. Na RESOLUÇÃO, há INADIMPLEMENTO contratual de uma das partes. D O D I S T R A T O T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S A RESILIÇÃO pode ser: UNILATERAL Uma das partes, unilateralmente e por sua exclusiva vontade, provoca a extinção do contrato, em razão de expressa previsão legal que lhe confere esta prerrogativa. Para tanto, deverá notificar a outra sobre sua intenção (art. 473). BILATERAL DISTRATO, trata-se da extinção do contrato, provocada por acordo mútuo entre as partes. Também chamada de ENTÃO TEMOS: T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S R E S C I S Ã O RESILIÇÃO Unilateral – Há previsão legal expressa que permita (art. 473). RESOLUÇÃO O contrato é “ rompido ” por inadimple Bilateral (DISTRATO) – Ocorre através de mútuo acordo entre as partes. mento de uma das partes que, de forma culposa ou voluntária, descumprem suas cláusulas, incidindo em sanções como perdas e danos, por exemplo. Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos. D O D I S T R A T O T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Se uma das partes fez consideráveis investimentos para a execução do contrato, a resilição unilateral somente terá efeitos após transcorrido um lapso temporal compatível com a natureza e vulto dos investimentos realizados. Ex: Um dos parceiros ( 2 construtoras) adianta a uma empreiteira os custos para fazer o alicerce destinado à construção de um Shopping Center. Nesse caso, se o outro contratante desistir de arcar com sua parte ($) para a construção do Shopping, ficará impedida de resilir unilateralmente até que a outra parte recupere seus investimentos. CONCEITO: É aquela que acarreta a rescisão de pleno direito do contrato em decorrência de inadimplemento. D A C L Á U S U L A R E S O L U T I V A T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Em resumo: Trata-se da disposição contratual que prevê o término do contrato pela inexecução, por parte de um dos contratantes, das obrigações que nele se contraíram. Como vimos, na execução do contrato, cada contraente tem a faculdade de pedir a resolução se o outro não cumpre as obrigações avençadas, invocando a chamada cláusula resolutiva (QUE RESOLVE O CONTRATO). D A C L Á U S U L A R E S O L U T I V A T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Pode ser: EXPRESSA: Já está prevista no contrato e por este motivo tem eficácia plena. Ex: Uma cláusula que disponha que “o não pagamento de 03 parcelas implicará no cancelamento do Plano de Saúde”. TÁCITA: Não há previsão contratual e por isso depende de interpelação judicial que deve ser feita pelo lesado pelo inadimplemento. Ex: Não há cláusula que determine o cancelamento do Plano de saúde em caso de inadimplemento de 03 parcelas. O lesado notifica judicialmente o inadimplente via judicial, p. ex. Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial. D A C L Á U S U L A R E S O L U T I V A T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Conforme vimos, se expressa (prevista no contrato de forma clara), opera-se de pleno direito. Ex: Se o COMPRADOR incorrer em mora ocorreráa rescisão deste contrato e a retomada do imóvel. Por outro lado, a cláusula resolutiva pode ser tácita e nesse caso, para ter efeito, dependerá de interpelação judicial. Ex: Notifico judicialmente o devedor para que entregue a mercadoria no prazo de 24 horas, sob pena de rejeitá-la posteriormente. Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. D A C L Á U S U L A R E S O L U T I V A T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S O contratante que foi lesado ante o inadimplemento da outra parte, tem duas alternativas: 1 – Invocar a RESOLUÇÃO CONTRATUAL, resolvendo o contrato e pleiteando perdas e danos, se for o caso, OU 2 - exigir-lhe o cumprimento mediante a execução específica (exigir o cumprimento da obrigação contratual - CPC, art. 461), também pleiteando perdas e danos, se for o caso. Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. D A E X C E Ç Ã O DE C O N T R A T O N Ã O C U M P R I D O T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S EXCEPTIO NON ADIMPLETI CONTRACTUS O contratante chamado a cumprir a sua obrigação pode alegar a exceção do contrato não cumprido, retardando a efetivação de sua parcela de obrigação no contrato para o momento em que a outra parte também cumprir a sua, pois ambos assumiram, simultânea e reciprocamente obrigações. Ex: numa compra e venda à vista de um veículo, um possui a obrigação de pagar e o outro de entregar o veículo. Enquanto o primeiro não efetuar o pagamento, o segundo pode reter o bem. Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la. T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Esse artigo assegura ao contratante que se obrigou primeiramente a cumprir determinada prestação o direito de não cumpri-la, face a diminuição do patrimônio do outro contratante, tornando-se duvidoso o adimplemento posterior da outra parte. D A E X C E Ç Ã O DE C O N T R A T O N Ã O C U M P R I D O Ex: vendedor se recusa a entregar mercadoria pois tem conhecimento de que o comprador está em estado de insolvência. Pode, nesse caso, exigir o pagamento à vista ou uma garantia. Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. DA RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Considera-se onerosidade excessiva quando um acontecimento extraordinário e imprevisível dificulta demasiadamente o adimplemento da obrigação de uma das partes contratantes, aplicando-se a TEORIA DA IMPREVISÃO. Aplicação da CLÁUSULA “REBUS SIC STANTIBUS” DA RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Ocorrendo essa situação, poderá o devedor, requerer a resolução do contrato por onerosidade excessiva,mediante a prova dos seguintes requisitos: 1 - O contrato comutativo deve ser de execução continuada; 2 - Houve superveniente alteração radical nas condições econômicas, se comparadas quando da formação do contrato; 3 - A prestação se tornou excessivamente onerosa para uma das partes e extremamente vantajosa para a outra; 4 - Essa situação ocorreu em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis quando da celebração do contrato. Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as condições do contrato. DA RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S Obviamente, se a parte que teoricamente foi beneficiada pela situação extraordinária e imprevisível e está auferindo benefícios com a situação se dispuser a as condições contratuais, restabelecendo a situação de equilíbrio que havia anteriormente, poderá evitar a resolução e manter o contrato vigente. Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva. DA RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA T E O R I A G E R A L D O S C O N T R A T O S São opções concedidas à parte que teoricamente está sendo lesada pela nova situação. Poderá pleitear a redução da prestação (Ex: 200 parcelas de R$ 1.500,00 ao invés de 200 parcelas de R$ 2.800,00) OU alterar o modo de execução do cumprimento da obrigação (Ex: mantem-se o valor das parcelas, mas alguns bens são dados como “dação em pagamento”.)
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