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Contratos em Geral - I

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1
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DIREITO CIVIL I
TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
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2º Sem./2013
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ASPECTOS PROPEDÊUTICOS
Aspectos propedêuticos:
• Contrato é fonte de obrigação Por que ?
Segundo Beviláqua, trata-se do acordo de vontades que tem por fim 
criar, modificar ou extinguir direitos, constituindo o mais 
expressivo modelo de negócio jurídico bilateral.
Direito Romano: predominância da autonomia da vontade, em que 
as partes discutem livremente as suas condições em situação de 
igualdade (códigos francês e alemão).
Evolução histórica:
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ASPECTOS PROPEDÊUTICOS
Conceito de contrato: negócio jurídico bilateral que tem por 
finalidade gerar obrigações entre as partes contratantes; acordos 
feitos com base na vontade das partes e na autorização jurídica, 
capazes de criar, regular, modificar ou extinguir relações jurídicas.
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FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO
O contrato tem uma função social, sendo veículo de circulação da 
riqueza, centro da vida dos negócios e propulsor da expansão 
capitalista. É o principal instrumento jurídico de regulação das 
relações sociais, estando presente em todo momento no nosso 
cotidiano. Exemplos?
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ELEMENTOS CONSTITUTIVOS E PRESSUPOSTOS DE 
CONSTITUIÇÃO E VALIDADE DOS CONTRATOS:
1 - OBJETO LÍCITO
Elementos genéricos (pressupostos válidos) exigidos para a 
constituição regular de qualquer negócio jurídico, dentre os quais 
incluem-se os CONTRATOS.
2 – AGENTE CAPAZ
3 – FORMA PRESCRITA OU NÃO DEFESA EM LEI
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Agente capaz - A capacidade dos contratantes é, pois, o primeiro 
requisito (condição subjetiva) de ordem geral para a validade dos 
contratos. Estes serão nulos ou anuláveis se a incapacidade, 
absoluta ou relativa, não for suprida pela representação ou pela 
assistência.
Objeto lícito - O objeto do contrato há de ser lícito, isto é, não 
atentar contra a lei, a moral ou os bons costumes. 
Forma prescrita ou não defesa em lei – O requisito “forma” exige 
que esta esteja expressamente prevista em nossa legislação OU que 
não esteja proibida pela mesma. Exemplos ?
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL
Princípio da autonomia da vontade 
Significa ampla liberdade de contratar. Têm as partes a faculdade 
de celebrar ou não contratos, sem qualquer interferência do Estado. 
Podem celebrar contratos nominados ou fazer combinações, dando 
origem a contratos inominados. 
Princípio da supremacia da ordem pública 
Limita o da autonomia da vontade, dando prevalência ao interesse
público. Em alguns setores faz-se necessária a intervenção do 
Estado para restabelecer e assegurar a igualdade dos contratantes. 
Ex: Operadoras de Telefonia celular.TE
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL
Princípio do consensualismo
O contrato resulta do consenso, do acordo de vontades, 
independentemente da entrega da coisa. Ex: A compra e venda 
torna-se perfeita e obrigatória, desde que as partes acordarem no 
objeto e no preço, mesmo sem a entrega imediata do bem.
Princípio da relatividade dos contratos
Os efeitos do contrato só se produzem em relação às partes, àqueles 
que manifestaram a sua vontade, não afetando terceiros. Existem 
algumas exceções legais a esse princípios, que serão abordadas 
oportunamente. T
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL
Princípio da obrigatoriedade dos contratos
Representa a força vinculante das convenções. Pelo princípio da 
autonomia da vontade, ninguém é obrigado a contratar. Os que o 
fizerem, porém, sendo o contrato válido e eficaz, devem cumpri-lo.
Seus 
fundamentos 
são:
1 - A necessidade de segurança jurídica nos 
negócios (função social dos contratos).
2 - A imutabilidade do contrato, decorrente 
da convicção de que o acordo de vontades faz 
lei entre as partes (pacta sunt servanda), não 
podendo, em regra, ser alterado nem pelo 
juiz. 
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL
Princípio da revisão dos contratos (ou da onerosidade excessiva) 
Opõe-se ao princípio da obrigatoriedade, pois permite aos 
contratantes recorrerem ao Judiciário, para obterem alteração da 
convenção e condições mais humanas, em determinadas situações. 
Princípio da boa-fé contratual
Exige que as partes se comportem de forma correta não só durante 
as tratativas, como também durante a formação e o cumprimento 
do contrato. Tem relação com o princípio de direito sobre o qual 
ninguém pode beneficiar-se da própria torpeza. Recomenda ao juiz 
que presuma a boa-fé, devendo a má-fé, ao contrário, ser provada 
por quem a alega.
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INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS
O artigo 114 do Código Civil dispõe que “os negócios jurídicos 
benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente”. Benéficos ou 
gratuitos são os que envolvem uma liberalidade, ou seja, somente
um dos contratantes se obriga, enquanto o outro apenas aufere um
benefício (Ex: A doação pura). 
Nesses casos, o julgador não poderá dar interpretação ampliativa, 
deverá ater-se estritamente em relação à manifestação de vontade 
das partes, daquilo que foi estabelecido no negócio jurídico.
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INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS
A vontade das partes exterioriza-se por meio de sinais ou símbolos, 
dentre os quais as palavras, por isso, nos contratos escritos, a
análise do texto (interpretação objetiva) conduz, em regra, à
descoberta da intenção das partes. 
Prevalência da teoria da vontade sobre a teoria da declaração
Quando determinada cláusula mostra-se obscura, passível de 
dúvida, e um dos contratantes demonstra que não representa com 
fidelidade a vontade manifestada por ocasião da celebração da 
avença, deve-se considerar como verdadeira esta última, pois o 
artigo 112 do Código Civil declara que, nas declarações de vontade, 
atender-se-á mais à sua intenção que ao sentido literal da 
linguagem.
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INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS
Na interpretação dos contratos, há dois princípios básicos:
Princípio da boa-fé
Deve o intérprete presumir que os contratantes procedem com 
lealdade e que tanto a proposta como a aceitação foram formuladas 
dentro do que podiam e deviam eles entender razoavelmente, 
segundo a regra da boa-fé. Esta, portanto, se presume; a má-fé, ao 
contrário, deve ser provada.
Princípio da conservação do contrato
Se uma cláusula contratual permitir duas interpretações diferentes, 
prevalecerá a que possa produzir algum efeito, pois não se deve 
supor que os contratantes tenham celebrado um contrato carecedor
de qualquer utilidade.
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INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS
Para facilitar a interpretação dos contratos, alguns critérios 
técnicos podem ser adotados, tais como:
a) a melhor maneira de se apurar a intenção dos contratantes é
verificar o modo pelo qual o vinham executando, de comum acordo;
b) deve-seinterpretar o contrato, na dúvida, da maneira menos 
onerosa para o devedor;
c) as cláusulas contratuais não devem ser interpretadas 
isoladamente, mas em conjunto com as demais; 
d) nos contratos de adesão, a interpretação das cláusulas duvidosas 
deve ser feita sempre em favor dos aderentes;
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CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Primeiro aspecto – variedade de classificações doutrinárias.
Os contratos classificam-se em diversas modalidades, 
subordinando-se a regras próprias ou afins, conforme as categorias 
em que se agrupam. 
Quanto à formação:
Contratos paritários - efetivamente formados pelo acordo de 
vontade das partes que livremente estipularam suas condições.
Contratos de adesão - são aqueles em que uma das partes apenas 
adere a um modelo contratual previamente estabelecido pela outra
parte
Contratos-tipo (ou contrato de massa, em série ou por formulário) -
são muito semelhantes aos de adesão, mas diferem daquele porque 
nestes não há, necessariamente, uma desigualdade econômica entre 
as partes contratantes.
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Quanto ao momento de sua execução:
Contratos de execução instantânea ou imediata – exaurem-se em 
um só ato, cumpridos imediatamente após a sua celebração (compra 
e venda à vista).
Contratos de execução diferida - também se exaurem em um só ato, 
no entanto, em momento futuro, diverso daquele em que o contrato
se formou (compra de uma colheita de soja).
Contrato de trato sucessivo ou de execução continuada - são aqueles 
que se cumprem por meio de atos reiterados. (vigilância, p. ex.).
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Quanto ao agente:
Contratos personalíssimos (intuitu personae) – firmados em razão 
de características especiais de um ou de ambos os contratantes (um 
show do Coldplay).
Contratos impessoais - as qualidades pessoais do contratante são 
indiferentes à execução (pintar uma parede qualquer).
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Quanto ao modo por que existem:
Contratos principais - existem por si só, independentemente de 
qualquer outra avença (contrato de locação).
Contratos acessórios (adjetos) – estão subordinados à existência de 
um contrato principal, como ocorre com a fiança, que acompanha o 
destino do negócio principal. 
Quanto à forma:
Contratos solenes ou formais – forma específica (seguro de bens).
Contratos não solenes- forma livre, de acordo com o consenso das 
partes, podendo ser orais, escritos, por instrumento público ou 
particular.T
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Quanto ao objeto:
Contratos preliminares (pactum de contrahendo) - são aqueles cujo 
objeto é justamente a celebração de um contrato definitivo, como, 
por exemplo, o compromisso de compra e venda
Contratos definitivos - são os contratos finais, resultantes das 
negociações entre as partes.
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Quanto à designação:
Contratos nominados (típicos) - têm designação própria, como a 
compra e venda, o comodato, o mútuo, a locação, dentre outros.
Contratos inominados - não têm disciplina em lei, sendo decorrentes 
da criação das partes. O artigo 425 do C.C. esclarece que "é lícito às 
partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais 
fixadas neste Código".
Contratos mistos - são aqueles formados pela combinação de um 
contrato típico com algumas cláusulas criadas pelas partes.
Contratos coligados - resultantes da interligação de vários contratos 
típicos, constando, entretanto, do mesmo instrumento.TE
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FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
A VONTADE E O SILÊNCIO DOS CONTRATANTES
A vontade, também chamada de “manifestação volitiva”, trata-se de 
um requisito de ordem especial, próprio dos contratos, que consiste 
no consentimento recíproco ou acordo de vontades. 
Deve ser livre e espontânea, sob pena de ter a sua validade afetada 
pelos vícios ou defeitos do negócio jurídico: erro, dolo, coação, 
simulação, fraude e lesão.
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FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
A VONTADE E O SILÊNCIO DOS CONTRATANTES
A manifestação da vontade nos contratos pode ser tácita, quando a 
lei não exigir que seja expressa, ou seja, pode resultar de atos
inequívocos que presumam a aceitação do contratante. Ex: doação.
Expressa é a exteriorizada verbalmente, por escrito, gesto ou 
mímica, de forma inequívoca. Algumas vezes a lei exige o 
consentimento escrito como requisito de validade da avença. Ex: 
sublocação e o empréstimo do prédio locado.
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O silêncio pode ser interpretado como manifestação tácita da 
vontade somente quando a lei der a ele tal efeito, como nos casos de 
doação pura, do mandato, da venda a contento, dentre outros.
A formação de um contrato, em geral é antecedida de uma fase, às 
vezes prolongada, de negociações preliminares (conversações, 
estudos), também denominada fase da puntuação. 
NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES
Nesta, como as partes ainda não manifestaram a sua vontade, não 
há nenhuma vinculação ao negócio, podendo a parte se afastar, 
simplesmente alegando desinteresse, sem responder por perdas e 
danos. 
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E após passada a fase das tratativas, das negociações preliminares, 
qual o próximo passo ? 
Um contrato resulta, na maioria das vezes, de duas manifestações de 
vontade: a proposta e a aceitação. A proposta (também chamada 
oferta, policitação ou oblação), dá início à formação do contrato e 
não depende, em regra, de uma forma especial .
A PROPOSTA !
A proposta, desde que séria e consciente, vincula o proponente e 
pode ser provada por testemunhas, qualquer que seja o seu valor.
Por isso, sua retirada injustificada sujeita o proponente ao 
pagamento das perdas e danos (há várias exceções a essa regra).
Vejamos alguns dispositivos legais sobre a proposta:T
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Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o 
contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou 
das circunstâncias do caso.
Primeiro aspecto: Aquele que faz a proposta denomina-se 
PROPONENTE ou POLICITANTE.
Como vimos, em regra, a proposta assume o caráter da 
obrigatoriedade, não podendo o policitante retirá-la nos termos e 
prazo definidos, sob pena de sujeitar-se a perdas e danos causados 
por seu inoportuno arrependimento (alteração da própria vontade) 
que venha causar prejuízos ao destinatário da oferta.
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Para ilustrar esse artigo, podemos citar dois casos: 1ª parte do art. 
427: “A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário 
não resultar dos termos dela”, ou seja, pode ser que o próprio 
proponente declare que a proposta não é definitiva e se reserva o 
direito de retirá-la. 
No caso da 2ª parte do artigo, onde temos que “A proposta de 
contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar da 
natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso”, a situação em 
relativa às chamadas propostas abertas ao público, que se 
consideram limitadas ao estoque existente.
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Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:Primeiro ponto: Se existe uma proposta, é porque temos a figura do 
proponente ou policitante. Obviamente essa proposta é dirigida a 
alguém, que é chamado de OBLATO.
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente 
aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por 
telefone ou por meio de comunicação semelhante;
Se no ato em que a proposta é ofertada o oblato a recusou, o 
proponente não é obrigado a sustentá-la, ficando inclusive livre 
para negociar com outrem.
Como disposto no artigo, propostas feitas por telefone e meios 
semelhantes presumem que a pessoa esteja presente.
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Trata-se aqui dos casos de oferta enviada, por corretor ou 
correspondência, a uma pessoa ausente. O prazo suficiente para a
resposta varia conforme as circunstâncias. É o necessário ou 
razoável para que chegue ao conhecimento do proponente e 
denomina-se prazo moral. Entre moradores próximos, não deve ser 
muito longo. Diferente será o entendimento se os partícipes do 
negócio residirem em locais distantes e de acesso demorado.
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo 
suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
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III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta 
dentro do prazo dado;
Neste caso, trata-se da proposta em que se foi fixado prazo para a 
resposta. Nesse caso, para poder retirá-la, o proponente terá de 
esperar pelo seu término. Esgotado, sem resposta, estará este 
liberado de mantê-la.
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento 
da outra parte a retratação do proponente.
É facultado ao policitante retratar-se, retirando a proposta 
formulada, desde que tal manifestação ocorra ANTES de seu 
recebimento pelo solicitado, ou simultaneamente a ele. Ex: antes 
que o mensageiro entregue a proposta, o ofertante entende-se 
diretamente com ele, por algum meio rápido de comunicação, 
retratando-se em relação à proposta anteriormente feita. 
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O Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90) regulamenta, 
nos artigos 30 a 35, a proposta nos contratos que envolvem relações de 
consumo. 
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os 
requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das 
circunstâncias ou dos usos. 
Essa proposta deve ser séria, clara e precisa, além de definitiva, como 
também o exige o Código Civil. Entretanto, no primeiro (CDC), a 
oferta é mais ampla, pois normalmente dirige-se a pessoas 
indeterminadas. No tocante aos efeitos, também diferem: no regime do 
Código Civil, a recusa indevida de dar cumprimento à proposta 
resolve-se em perdas e danos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua 
divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.
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A ACEITAÇÃO
Aceitação é a concordância com os termos da proposta. É
manifestação de vontade imprescindível para que se repute 
concluído o contrato. 
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar 
tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á
imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e 
danos.
Se a aceitação da proposta chegar fora do prazo ao conhecimento 
do proponente, por circunstâncias imprevistas (contra a vontade do 
aceitante), o proponente comunicará imediatamente o aceitante a 
respeito desse atraso (resposta fora do prazo), para eximir-se de 
quaisquer responsabilidades, sob pena de responder por perdas e 
danos. Vejamos um exemplo:
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A ACEITAÇÃO
Um turista envia um e-mail a determinado hotel, reservando 
acomodações e informando que a chegada se dará em tal data.
Se o hotel confirmar o recebimento do e-mail, mas o turista não 
receber a tempo a negativa do hotel (para o caso de não haver 
apartamentos disponíveis para aquela data), reputar-se-á concluído 
o contrato e o hotel poderá ser condenado em perdas e danos, em 
virtude dos prejuízos sofridos pelo hóspede que ficou sem as 
acomodações.
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A ACEITAÇÃO
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou 
modificações, importará nova proposta.
A hipótese do artigo é a da aceitação tardia ou, ainda, daquelas 
aditivas, restritivas ou modificativas, importando, daí, em 
contraproposta por parte do solicitado à aceitação.
As mudanças sugeridas pela pretendida aceitação a tornam 
condicionada (não mais pura e simples), tornando-se, portanto, 
uma não-aceitação integral dos termos da proposição inicial, 
representando, por conseqüência, uma nova proposta.
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A ACEITAÇÃO
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a 
aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-
á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa.
Exemplo – Um fornecedor costuma remeter os seus produtos a 
determinado comerciante, e este, sem confirmar os pedidos, efetua 
os pagamentos, instaura-se uma praxe comercial (costume – fonte 
do direito). Se o comerciante, em dado momento, quiser 
interrompê-la, terá de avisar previamente o fornecedor, sob pena 
de ficar obrigado ao pagamento de nova remessa, nas mesmas 
bases das anteriores. 
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A ACEITAÇÃO
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com 
ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
Aqui temos a retratação do aceitante em contraponto ao inciso IV 
do Art. 428 (que trata da retratação do proponente). Ambos 
versam sobre a perda da manifestação positiva ou arrependimento 
eficaz. 
Assim, se a retratação é recepcionada pelo ofertante antes da 
ciência da aceitação ou simultaneamente com esta, ter-se-á por 
inexistente a aceitação. Ex: “A” envia carta aceitando a proposta 
de “B”, mas antes que a carta chegue com a aceitação, “A” se 
retrata com “B”, demonstrando não mais ter interesse no negócio.
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A ACEITAÇÃO
No mesmo sentido, “A” envia um e-mail a “B” aceitando sua 
proposta, mas no minuto seguinte, envia um novo e-mail, 
comunicando que o e-mail anterior deve ser desconsiderado e que a 
proposta não mais será aceita.
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Obviamente que situações excepcionais podem ocorrer. Ex: o 
provedor de serviços de e-mail de “A” ficou com o serviço suspenso 
e o e-mail com o cancelamento da aceitação da proposta só chegou 
após 03 horas, quando “B” já havia despachado a mercadoria, p. 
ex.
O art. 434 (contrato entre ausentes) será abordado oportunamente.
14
DO LUGAR EM QUE SE REPUTA CELEBRADO O CONTRATO
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi 
proposto.
Em relação à definição do local onde se celebra o contrato, optou o 
legislador pelo local em que a proposta foi feita (RT, 713:121),
respeitada a autonomia da vontade em relação ao foro de eleição.
Se o contrato for celebrado por telefone ou videoconferência, será
considerado no local onde o proponente se utilizou do instrumento 
de comunicação instantânea.
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SHá estipulação em favor de terceiro quando uma pessoa (pessoa 
“A”) convenciona com outra (Ex: empresa “X”) que esta 
concederá uma vantagem ou benefício em favor de um terceiro 
(pessoa “Y”), que não é parte no contrato (que foi celebrado apenas 
entre pessoa “A” e empresa “X”. 
DA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO
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Na lição de Orlando Gomes, a estipulação em favor de terceiro é “o 
contrato em virtude do qual uma das partes se obriga a atribuir 
vantagem patrimonial gratuita a pessoa estranha à formação do 
vínculo contratual”.
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PORTANTO, trata-se de uma exceção ao princípio da relatividade 
dos contratos quanto às pessoas, segundo o qual os efeitos do 
contrato só se produzem em relação às partes, não afetando 
terceiros. 
Para Silvio Rodrigues, dá-se a estipulação em favor de terceiro, 
pois, quando, no contrato celebrado entre duas pessoas, 
denominadas estipulante e promitente, convenciona-se que a 
vantagem resultante do ajuste reverterá em benefício de terceira 
pessoa, alheia à formação do vínculo contratual1.
15
DA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO
Consiste em um instituto jurídico em que figuram três 
personagens: o estipulante, o promitente e o beneficiário (capaz ou 
não), este último alheio à convenção. Exemplo:
Seguro de vida, onde o estipulante (segurado) determina junto ao 
promitente (seguradora) quem será o terceiro (beneficiário) que 
receberá a indenização em caso de seu falecimento.
Vejamos alguns dispositivos legais sobre a proposta:
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Divórcio Consensual, onde os divorciandos inserem cláusulas em 
favor do(s) filho(s) do casal.
Art. 436 - O que estipula em favor de terceiro pode exigir o 
cumprimento da obrigação.
DA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO
Via de regra, o estipulante é aquele que convenciona o benefício, 
podendo, daí, exigir o cumprimento da obrigação por parte do 
promitente. Vejamos um exemplo: 
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No caso de um Seguro Residencial, o segurado (estipulante) pode 
exigir que a Seguradora (promitente) pague a indenização ao 
beneficiário, em caso, p. ex., de danos elétricos na residência 
segurada (que pertence ao beneficiário).
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a 
obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às 
condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o 
inovar nos termos do art. 438.
DA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO
No exemplo anterior, o terceiro (no caso do seguro residencial, 
chamado de beneficiário) também pode exigir o adimplemento da 
obrigação por parte da seguradora. Porém, ele fica adstrito 
(obrigado), aos termos e condições do contrato, inclusive a 
eventuais alterações contratuais que tenham sido feitas pelo 
estipulante.
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Art. 437 – Se o terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se 
deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o 
estipulante exonerar o devedor.
DA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO
Leitura do artigo: Se no contrato se estipular expressamente que o 
beneficiário possa reclamar a execução do contrato (direito dele, 
beneficiário), o estipulante perde o direito de exonerar o 
promitente havendo uma estipulação irrevogável. 
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DA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO
Em outras palavras, no caso de ser conferido ao beneficiário o 
direito de reclamar a execução do contrato, o estipulante fica 
privado da possibilidade de liberar o promitente devedor da 
obrigação estipulada, pois esse direito posto ao terceiro constitui 
cláusula de irrevogabilidade da estipulação. Ex: se no Seguro há
previsão de que somente o beneficiário poderá reclamar a 
indenização, não poderá o estipulante (quem contratou o seguro) 
exonerar a Seguradora.
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Art. 438 - O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o 
terceiro designado no contrato, independentemente da sua 
anuência e da do outro contratante.
DA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO
Como já observamos, o direito de o estipulante substituir o 
beneficiário é exercido, por declaração unilateral, ou seja, 
independente da anuência do favorecido ou da do outro 
contratante, por ato inter vivos (a manifestação de vontade) ou por 
ato causa mortis (testamento).
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos 
ou por disposição de última vontade.
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Art. 439 - Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá
por perdas e danos, quando este o não executar.
DA PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO
A promessa de fato de terceiro ocorre quando uma pessoa se 
compromete perante outras pessoas acerca da realização de 
determinada prestação por terceiro. Assim, se esse terceiro não 
executar a prestação, aquele que a tiver prometido responderá por 
perdas e danos. Ex:
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DA PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO
Determinado empresário se compromete perante a uma casa de 
espetáculos que certo cantor nela irá se apresentar. Nesse caso, 
será o empresário responsável pelas perdas e danos se a 
prestação não for cumprida, ou seja, se o cantor não se 
apresentar. Vale notar que o terceiro, ou seja, o cantor, é
totalmente estranho à relação jurídica existente, razão pela qual 
não estará vinculado ao contrato.
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DA PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO
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S Esta modalidade contratual não deve ser confundida com:
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for 
o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser 
praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de 
algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
DA PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO
Esse parágrafo visa impedir que o cônjuge que não deu a anuência 
para o ato prometido (ex: não se apresentou na casa de espetáculos) 
venha a sofrer as consequências de uma ação de indenização que 
venha a ser movida contra o cônjuge promitente.
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O pressuposto é que, pelo regime do casamento, a ação 
indenizatória venha, de algum modo, a prejudicar o cônjuge que 
nada prometera, mas que pode ser prejudicado.
Art. 440 - Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer 
por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.
DA PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO
Obviamente, quando o terceiro se integra ao contrato, dando a sua 
anuência e assumindo a obrigação relativa ao ato que lhe foi 
atribuído pelo promitente, dá seu consentimento expresso quanto à
promessa do ato, não ficando mais estranho à relação jurídica 
contratual, tornando-se o devedor da prestação assegurada por 
aquele, ficando o promitente exonerado da responsabilidade.
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Obs: Geralmente convenciona-se a SOLIDARIEDADE entre 
ambos, gerando dupla responsabilização.
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VÍCIO REDIBITÓRIOCONCEITO: Vícios redibitórios são defeitos ocultos em coisa 
recebida em virtude de contrato comutativo, que a tornam 
imprópria ao uso a que se destina, ou lhe diminuam o valor. 
Contrato em que uma das partes, além de receber da outra 
prestação equivalente a sua, pode apreciar imediatamente essa 
equivalência. No momento da formação, ambas as prestações 
geradas pelo contrato estão definidas, como ocorre, por exemplo,
no contrato de compra e venda.
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Art. 441 - A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode 
ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria 
ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
VÍCIO REDIBITÓRIO
Vícios redibitórios são os defeitos existentes na coisa objeto de 
contrato oneroso, ao tempo da tradição, e ocultos por 
imperceptíveis à diligência ordinária do adquirente (erro objetivo), 
tomando-a imprópria a seus fins e uso ou que lhe diminuam a 
utilidade ou o valor, a ensejar a ação redibitória para a rejeição da 
coisa e a devolução do preço pago (rescisão ou redibição) ou a ação 
estimatória (actio quanti mninoris) para a restituição de parte do 
preço, a título de abatimento. Ex ?
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VÍCIO REDIBITÓRIO
“Vício redibitório. Ocorrência. Arrendamento rural. Contrato 
comutativo. Área real inferior à referida na avença e insatisfatória 
para a finalidade à qual se destinava. Direito ao abatimento 
proporcional da paga pelo ajuste através de ação quanti minoris”
(RT, 800/314).
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Art. 442 - Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 
441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
VÍCIO REDIBITÓRIO
A lei confere duas alternativas de proteção ao prejudicado, 
presente o vício redibitório. Constatado o vício, pode o adquirente 
propor uma ação denominada AÇÃO EDILÍCIA (gênero), 
postulando-a através de uma de suas duas espécies:
2 - o abatimento do preço pago, conservando o bem, mediante uma 
ação denominada estimatória ou actio quanti minoris (ação de 
preço menor). 
1) redibir o contrato, enjeitando a coisa (Ação redibitória); 
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Art. 443 - Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, 
restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, 
tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do 
contrato.
VÍCIO REDIBITÓRIO
Em relação à responsabilidade do alienante, tendo este 
conhecimento do vício ou defeito de coisa (agindo de má-fé), deverá
restituir o que recebeu, indenizando o adquirente pelas perdas e
danos suportados. Por sua vez, não tendo o alienante conhecimento 
do vício ou defeito da coisa (agindo de boa-fé), restituirá ao 
adquirente o valor recebido acrescido das despesas do contrato.
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Art. 444 -A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a 
coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já
existente ao tempo da tradição.
VÍCIO REDIBITÓRIO
Mesmo que o adquirente não possa restituir a coisa portadora de 
defeito, por ter ocorrido o seu perecimento (morte do animal 
adquirido, p. ex.), a responsabilidade do alienante subsiste, se o fato 
decorrer de vício oculto, já existente ao tempo da tradição. No 
exemplo citado, o adquirente terá de provar que o vírus da doença 
que vitimou o animal já se encontrava incubado, quando de sua 
entrega.T
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VÍCIO REDIBITÓRIO
Portanto, os requisitos para a caracterização do vício redibitório 
são os seguintes:
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a) que a coisa tenha sido recebida em virtude de contrato 
comutativo;
b) que os defeitos sejam ocultos;
c) que existam no momento da celebração do contrato e perdurem 
até a ocasião da reclamação;
d) que sejam desconhecidos do adquirente; e
e) que sejam graves. ( ? ? ? ? ? ? ? ? ? )
VÍCIO REDIBITÓRIO
Apenas os defeitos revestidos de gravidade a ponto de prejudicar o 
uso da coisa ou diminuir-lhe o valor podem ser arguidos nas ações 
redibitória e quanti minoris, não os de menor importância.
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Art. 445 - O adquirente decai do direito de obter a redibição ou 
abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de 
um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, 
o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
VÍCIO REDIBITÓRIO
Prazos decadenciais para a propositura da ação edilícia, se o 
adquirente ainda não está na posse do bem:
30 dias se a coisa for móvel
Um ano se for imóvel
A contar da tradição (entrega)
Prazos decadenciais para a propositura da ação edilícia, se o 
adquirente já está na posse do bem:
15 dias se a coisa for móvel
06 meses se a coisa for móvel
A contar da tradição (entrega)T
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§ 1º - Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais 
tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o 
prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; 
e de um ano, para os imóveis.
VÍCIO REDIBITÓRIO
Caso o vício, por sua natureza, só seja conhecido mais tarde, o prazo 
decadencial para a propositura da ação edilícia (redibitória ou 
estimatória) será de:
180 dias se a coisa for móvel
Um ano se a coisa for imóvel
A contar do momento em que o 
adquirente toma ciência do 
defeito oculto.
Ex: O sujeito adquire uma máquina que tem uma peça defeituosa, 
mas o defeito só se manifesta 03 meses após o seu uso.
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§ 2º - Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por 
vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, 
pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se 
não houver regras disciplinando a matéria.
VÍCIO REDIBITÓRIO
Em casos de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos 
serão os estabelecidos em lei especial ou, na ausência, pelos usos locais.
Art. 446 - Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância 
de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao 
alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de 
decadência.
Durante o período de garantia do bem, não flui o prazo de decadência, 
mas mesmo assim, ao tomar conhecimento do defeito, o alienante deve 
denunciá-lo nos 30 dias seguintes ao seu descobrimento.
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CONCEITO: Evicção é a perda da coisa em virtude de sentença 
judicial, que a atribui a outrem por causa jurídica preexistente ao 
contrato. Funda-se no mesmo princípio de garantia em que se assenta 
a teoria dos vícios redibitórios, mas nesta, o dever do alienante é não 
só garantir o uso e gozo da coisa, protegendo o adquirente contra os 
defeitos ocultos, como também garanti-la quanto aos efeitos do direito 
transmitido. 
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O instituto compreende uma relação tríplice conflituosa, envolvendo o 
evictor (terceiro prejudicado e reivindicante), o evicto (adquirente 
lesado e vencido) e o alienante, responsável pela transmissão do bem 
ou direito reivindicado e queresponde pelos riscos da evicção.
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Art. 447 - Nos contratos onerosos, o alienante responde pela 
evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha 
realizado em hasta pública. 
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O artigo prevê a responsabilidade do alienante em casos de 
tradição de bens por contratos onerosos. Mesmo em casos de 
aquisição realizada em hasta pública (geralmente oriunda de 
processos de execução de títulos judiciais e extrajudiciais), subsiste 
a responsabilidade do alienante em casos de evicção. 
Art. 448 - Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, 
diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.
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Podem as partes reforçar (impondo a devolução do preço em 
dobro, p. ex.) ou diminuir a garantia (permitindo a devolução de 
apenas uma parte), e até mesmo excluí-la. A exclusão da 
responsabilidade do alienante depende de cláusula expressa, 
oriunda da liberdade de contratação das partes.
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a 
evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou 
pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, 
não o assumiu.
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O dispositivo limita a cláusula de isenção excludente de 
responsabilidade do alienante aos efeitos indenizatórios, não excluindo 
a sua obrigação de devolver o preço pago.
Verificada a evicção, o adquirente (evicto), mesmo presente a cláusula 
que a exclui, tem direito de receber o preço que despendeu pela coisa 
evicta, seja porque, insciente do risco ou dele conhecendo, não o 
assumiu. Caso o tenha assumido, materializa-se a renúncia do evicto 
ao direito que lhe é assegurado. Vejam o quadro esquemático:
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Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da 
restituição integral do preço ou das quantias que pagou:
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I- à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
Esses frutos são os produtos gerados periodicamente pela coisa ou pela 
propriedade, como por exemplo aluguéis, juros, crias de animais, 
colheitas, que o adquirente evicto foi obrigado a restituir ao 
reivindicante evictor, devendo cobrar do alienante esse “prejuízo”. Ex:
João (evicto) compra uma vaca de Pedro (alienante). A vaca é
entregue, dá cria e João tem vários gastos com a cria, como vacina, 
veterinário, etc. Posteriormente, Pedro perde na justiça a vaca para 
César (reivindicante evictor). César receberá de João tanto a vaca 
quanto a cria e Pedro deverá indenizar João pelos prejuízos sofridos.
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S II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que 
diretamente resultarem da evicção;
Além de devolver o preço pago, o adquirente evicto deve receber 
indenização pelas despesas do contrato (custo da escritura, 
honorários de advogados, despesas com registro, etc) e outros 
prejuízos (não importa quais) que surgirem em razão da evicção.
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S III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele 
constituído.
Se as partes não se compuserem extrajudicialmente e o adquirente
evicto for obrigado a recorrer à Justiça para a satisfação de sua 
pretensão, o alienante deverá arcar com as custas judiciais e 
honorários do advogado constituído pelo evicto.
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do 
valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao 
desfalque sofrido, no caso de evicção parcial.
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Não importa se a evicção seja total ou parcial, seu preço será
calculado de acordo com o valor de mercado do bem (móvel ou 
imóvel) ao tempo em que se verificou a evicção. Se a evicção for 
total, esse cálculo é facilitado. Se a evicção for parcial, deverá ser 
calculada proporcionalmente de acordo com o prejuízo patrimonial 
equivalente ao desfalque sofrido.
Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa 
alienada esteja deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente.
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A deterioração da coisa, em poder do adquirente, não afasta a 
responsabilidade do alienante, respondendo por evicção total, 
exceto se por ação dolosa daquele (deterioração intencional do 
bem). 
Não poderá, assim, o alienante invocar a desvalorização da coisa 
evicta, para reduzir o preço a restituir e/ou a indenização por 
perdas e danos.
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Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das 
deteriorações, e não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor das 
vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o 
alienante.
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Aqui o legislador trata das vantagens obtidas pelo adquirente com 
a deterioração da coisa, p. ex., a venda de materiais resultantes da 
demolição de um prédio.
Nessa hipótese, deverá haver a dedução do valor patrimonial 
revertido em favor do adquirente, ou seja, um abatimento daquele
valor que ele deverá restituir ao evicto, evitando-se enriquecimento 
ilícito. Ex:
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“A” vende um prédio a “B” pelo preço de R$ 300.000,00. 
“B” toma posse no prédio e depois de seis meses resolve demoli-lo, 
sendo que, com as sobras dessa demolição, efetuou vendas e aferiu 
cerca de R$ 40.000,00.
Um mês após a demolição, verifica-se a evicção do imóvel e por força 
de decisão judicial, “B” é obrigado a perder sua posse em favor de 
“C”.
Nesse caso, qual o valor que deverá ser restituído por “A” (alienante) 
junto a “B” (adquirente evicto) ? R$ 260.000,00 – Por que ?
Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que 
sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante.
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Ao adquirente evicto, como qualquer possuidor de boa-fé, é
assegurado o direito à indenização pelas benfeitorias necessárias e 
úteis que ele tiver feito no bem. Essa indenização deve ser paga pelo 
reivindicante (aquele que obteve a propriedade do bem na justiça). 
Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem 
sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na 
restituição devida.
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De acordo com a regra prevista no art. 454, se as benfeitorias lhe 
foram abonadas (pagas pelo reivindicante) e tiverem sido feitas, na 
verdade, pelo alienante, “o valor delas será levado em conta na 
restituição devida” (CC, art. 454). A finalidade da regra é evitar o 
enriquecimento sem causa do evicto, impedindo que embolse o 
pagamento efetuado pelo reivindicante de benfeitorias feitas pelo 
alienante.
Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto 
optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço 
correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá
somente direito a indenização.
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Se a evicção for parcial, mas atingir um valor considerável (a 
depender da análise de cada caso), o evicto poderá:
1 – Optar pela rescisão do contrato, voltando as partes ao status quo
ante.
2 – Pleitear a restituição do preço, equivalente ao desfalque sofrido 
pela evicção (também identificada caso a caso).
Sendo de pouca monta a evicção, poderá pleitear somente a 
indenização e não a rescisão contratual.
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Se, por exemplo, o evicto adquiriu cem alqueires de terra e perdeu 
sessenta, pode optar por rescindir o contrato ou ficar com o 
remanescente, recebendo a restituição da parte do preço 
correspondente aos sessenta alqueires que perdeu.
A doutrina, em geral, considera parte considerável para esse fim a 
perda que, atentando-se para a finalidade da coisa, faça presumir que 
o contrato não se aperfeiçoaria caso o adquirente conhecesse a 
verdadeira situação.
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Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o 
adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos 
anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo.
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Quando o terceiro reivindicante propõe a ação de reivindicação em 
face do adquirente evicto (quem comprou o bem), para que este possa 
se valer dos direitos que lhe são assistidos em virtude da evicção, 
deverá imediatamente notificar o alienante (quem lhe vendeu o bem) 
sobre o litígio existente, a fim de poder, futuramente, agir contra o 
alienante para obrigá-lo a indenizá-lo pelos prejuízos sofridos.
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Denunciação da lide ao alienante — somente após a ação do terceiro 
contra o adquirente é que este poderá agir contra aquele. Faz-se a 
notificação por meio da denunciação da lide (CPC, art. 70, I) para que 
o alienante venha coadjuvar o réu-denunciante na defesa do direito 
(CC, art. 456, parágrafo único).
Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e 
sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de 
oferecer contestação, ou usar de recursos.
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Este parágrafo faculta que o adquirente deixe de oferecer contestação 
ou recurso se o alienante não atender à denunciação da lide, em caso 
de manifesta procedência da evicção.
Porém, a doutrina e a jurisprudência recomendam que o denunciante 
(adquirente evicto) não corra esse tipo de risco, prosseguindo até o 
final na defesa de seus direitos sobre a coisa.
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Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a 
coisa era alheia ou litigiosa.
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Se o adquirente tinha conhecimento de que a coisa era alheia (não 
pertencia ao alienante) ou litigiosa (era objeto de disputa na justiça) 
não terá o direito de demandar pela evicção, pois assumindo o risco de 
perder a posse do bem por decisão judicial, estando previamente 
ciente dessa situação.

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