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REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA NA EMPRESA TELEMAR

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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA-EMESCAM
CLEMILDO DE SOUZA LIMA
CLEILSON VIEIRA
ELIZETH NASCIMENTO
REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA NA EMPRESA TELEMAR
VITÓRIA
 2007
CLEMILDO DE SOUZA LIMA
CLEILSON VIEIRA
ELIZETH NASCIMENTO
REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA NA EMPRESA TELEMAR
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Serviço Social da escola superior de ciências da santa casa de misericórdia de Vitória-EMESCAM, como requisito parcial para obtenção do grau de Assistente Social. Orientadora: Neide Maria de Oliveira.
VITÓRIA
 2007
CLEMILDO DE SOUZA LIMA
CLEILSON VIEIRA
ELIZETH NASCIMENTO
REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA NA EMPRESA TELEMAR
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Serviço Social da Escola Superior de Ciência da Santa Casa de Misericórdia de Vitória-EMESCAM, como requisito parcial para obtenção do grau de Assistente Social.
Aprovado em ​​____de___________de________.
COMISSÃO EXAMINADORA
___________________________
Profª. Neide Maria de Oliveira
Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória -EMESCAM
___________________________
Profª. Msc. Francis Sodré
Escola Superior de Ciências da Santa casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM
___________________________
Profª. Msc. Adriana Ilha
Escola Superior de Ciências da Santa casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM
“[...] È o próprio desenvolvimento das forças produtivas do trabalho social que torna o trabalho de muitos descartáveis à medida que reduz a demanda de trabalho vivo, repelindo um crescente excedente de força de trabalho, que passa a viver um cotidiano pleno de incertezas”. (Marilda Iamamoto)
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus, por ser nosso rumo e fortaleza nos momentos de angústia e incerteza.
Ás nossas famílias pelo carinho e compreensão.
A nossa orientadora que muito nos auxiliou e que teve paciência e dedicação.
E a todos os amigos que se fizeram presentes nos momentos mais difíceis.
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RESUMO
A partir de 1970, o mundo passou por uma série de transformações de ordem política, econômicas e sociais que ocasionaram mudanças do Estado na sua função de garantidor de políticas públicas e regulador da economia. O Estado passa a não mais intervir na economia como fazia no Estado Keynesiano. Hoje sua principal função é de apenas regulador da economia. Os países de economia periférica, por sua vez, serão pressionados pelos organismos internacionais (Bird, FMI) a abrirem seus mercados ao capital privado onde às empresas públicas passarão pelo processo de privatização com domínio do capital estrangeiro, o que possibilitou uma série de transformações nas relações de trabalho como: redução de garantias sociais, instabilidade no emprego, alta rotatividade, precarização do trabalho. O setor de telecomunicações, além de ser um setor muito lucrativo, é um setor estratégico para as empresas que, com o avanço tecnológico, entra em uma nova era substituindo as velhas centrais analógicas por satélites, o que possibilita transações comerciais com menor distância, favorecendo maior rapidez e maior lucratividade. Esta pesquisa tem por objetivo analisar a reestruturação do setor de telecomunicações, tendo como unidade de análise a empresa Telemar/Oi. Foram coletadas dados através de história oral com dois ex-diretores da então Telest, além de entrevistas qualitativas semi-estruturadas para a gerência de ambas as empresas (Telemar/Oi e Gecel) e também questionário fechado para os técnicos de planta externa (instalação e manutenção de telefones), a fim de fazermos uma análise das diferentes categorias funcionais.
Palavras-Chaves: Reforma do Estado, Reestruturação Produtiva, Telecomunicações.
LISTA DE SIGLAS
BIRD - Banco Interamericano de Desenvolvimento
FMI - Fundo Monetário Internacional
TELEST - Telecomunicações do Estado do Espírito Santo
E.U.A - Estados Unidos da América
OPEP-Organizações dos Países Exportadores de Petróleo
PTB - Partido Trabalhista Brasileiro
PDT - Partido Democrático Trabalhista
PT - Partido Trabalhista
PP-Partido Progressista
PMDB – Partido do Movimento Democrático Brasileiro
MDB – Movimento Democrático Brasileiro
ARENA – Aliança Renovadora Nacional
PDS – Partido Democrático Social
AI – Ato Institucional
CCQs – Círculos de Controle de Qualidade 
PIB - Produto Interno Bruto
CUT – Central Única dos Trabalhadores
CGT – Confederação Geral dos Trabalhadores
BT – Brittish Telecom
TELEBRÁS – Telecomunicações Brasileiras
ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
CONTEL – Conselho Nacional de Telecomunicações
EMBRATEL – Empresa Brasileira de Telecomunicações
CTQD – Centro de pesquisas e Desenvolvimento em Telecomunicações
CRT – Companhia Riograndense de Telecomunicações
CTBC – Companhia de Telecomunicações do Brasil Central 
CTB – Companhia Telefônica Brasileira
CTES – Companhia Telefônica de Espírito Santo
TELERJ – Telecomunicações de Estado do Rio de Janeiro
TELESP – Telecomunicações de São Paulo
TELEMIG – Telecomunicações de Minas Gerais
	
SUMÁRIO
81 INTRODUÇÃO	
2 JUSTIFICATIVA	11
3 OBJETIVOS	13
3.1 OBJETIVO GERAL	13
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS	13
4 REFERENCIAL TEÓRICO	14
4.1 CRISE DO PARADIGMA TAYLORISTA-FORDISTA	14
4.2 ABERTURA POLÍTICA – DÉCADA DE 80	23
4.3 REESTRUTURAÇÃO NO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES	29
4.4 A QUEBRA DOS MONOPÓLIOS	31
4.5 NOVO PARADIGMA DA TERCEIRIZAÇÃO	34
4.6 HISTÓRICO DA TELEMAR	37
4.7 A CRIAÇÃO DA ANATEL	43
4.8 O MODELO DE GESTÃO DA TELEMAR	45
4.9 A EMPRESA GECEL	47
5 METODOLOGIA	48
6 ANÁLISE DE DADOS	49
7 CONCLUSÃO	57
8 REFERÊNCIAS	60
ANEXOS	63
ANEXO A – Organograma Telemar	64
ANEXO B – Organograma Gecel	65
APÊNDICES	66
APÊNDICE A - Questionário para Gerência da Telemar	67
APÊNDICE B - Questionário para Técnicos da Telemar	68
APÊNDICE C - Questionário para a Gerência da Gecel	69
APÊNDICE D – Questionário para Técnicos da Gecel	70
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1 INTRODUÇÃO
Este trabalho traz uma reflexão acerca das mudanças ocorridas no mundo do trabalho, a partir da década de 70, quando o capitalismo é atingido por uma forte crise resultando em mudanças de paradigmas (Taylorista/fordista para o Toyotista), instituindo novos modelos de gestão da força de trabalho, buscando a adesão do trabalhador às causas da empresa.
Antunes (2000), ao analisar o universo do capitalismo contemporâneo, vai observar sua múltipla processualidade na qual, de um lado, há uma desproletarização do trabalho industrial fabril em países de capitalismo avançado, ou seja, uma diminuição da classe operária tradicional, mas, por outro lado, o autor vai observar uma expressiva expansão do trabalhador assalariado no setor de serviços, onde ele destaca a intensificação do trabalho parcial, temporário, precário, subcontratado e terceirizado.
Partindo dessa análise, faz-se necessário um estudo histórico dessas transformações no Brasil com o estudo da reestruturação produtiva, fazendo uma comparação entre trabalhadores contratados e terceirizados acerca das condições de trabalho, as diferentes categorias de qualificação destes trabalhadores e as possíveis mudanças que surgiram após a privatização da TELEST passando para a Telemar, nossa unidade de análise. Foram realizados questionários fechados aos técnicos de ambas as empresas, questionários semi-estruturados para gerências (Telemar e Gecel), e aplicamos história oral com dois ex-diretores da antiga estatal TELEST, como forma de tentarmos recuperar a história da empresa.
Logo, estaremos realizandouma pesquisa nesta empresa, verificando como se deu a sua reestruturação após ser privatizada no governo Fernando Henrique Cardoso, explicitando sua reconfiguração organizacional e a introdução de novas técnicas de gerenciamento, buscando racionalizar a produção em busca da lucratividade. Com isso, faremos um paralelo entre os funcionários da Telemar e da Gecel (terceirizada) buscando identificar os direitos sociais, condições de trabalho e diferentes categorias existentes em ambas as empresas.
Iniciamos nossa discussão teórica no capítulo 4 com a crise dos paradigmas Taylorista/Fordista, pontuando a organização e a racionalização do trabalho em Taylor.
Essa racionalização tinha como objetivo maior viabilizar o aumento da produção e o adestramento do trabalhador. O método Taylorista foi aperfeiçoado em Ford com ênfase na especialização e velocidade na linha de produção.
Em 1929, com a quebra da Bolsa de valores, o capitalismo irá passar por uma grande crise e o Estado de Bem–Estar Social foi apontado como solução, pois garante o pleno emprego ao intervir na economia.
Na década de 70, outra crise abala o capitalismo e o Welfare State será alvo de duras críticas, com isso o neoliberalismo ganha terreno no campo ideológico. O Estado passa a não intervir no mercado, sua atuação se dá para minimizar os conflitos sociais. Na década de 80, destacamos a abertura política; ao final de 1987 se dá a reforma do Estado culminando na década de 90 com privatizações de algumas empresas.
Assim, procuramos elaborar uma revisão bibliográfica de algumas principais teorias existentes, visando destacar elementos que pudessem embasar a reflexão acerca das relações entre Estado/ Mercado.
A globalização das economias propiciou uma acirrada competição inter-capitalista, onde as empresas passam pelo processo de reestruturação produtiva. No Brasil, esta reestruturação tem início com grandes mudanças políticas, econômicas e sociais.
Posteriormente, no capítulo 4.3 é examinada a reestruturação no setor de telecomunicações que tem como um dos seus suportes mais importantes a chamada revolução da informação, pois, nesta nova era globalizada, este setor possui uma função essencial para a hegemonia do capitalismo que está em constante processo de evolução.
A área de telecomunicações torna-se um setor estratégico e lucrativo para o setor produtivo, porque no dizer de Laranjeira (1998), os serviços de comunicações deixam de ser apenas meio de ligação entre pessoas, [...] tornando-se indispensáveis para sustentação do curso da globalização da economia. Ainda neste capítulo, não podemos deixar de falar acerca da crescente terceirização, pois é um dos eixos principais do nosso estudo.
No capítulo 4.6, iniciamos com o histórico da TELEMAR, como uma tentativa de mostrar sua estrutura enquanto empresa estatal situando como se dá o processo de privatização que dá origem a Telemar. As agudezas das transformações se fazem tão presentes a ponto de ao longo deste ano de realização do nosso trabalho sermos surpreendidos por mais uma mudança no setor que vai resultar na hoje Telemar/Oi.
Também, neste mesmo capítulo, fizemos uma breve caracterização da empresa terceirizada, objeto de comparação com a empresa privatizada para que fosse possível cumprirmos os objetivos do trabalho qual seja a comparação dos modelos de gestão, perfil dos trabalhadores e condições de trabalho de ambas as empresas.
Finalmente, no capítulo 6 realizamos a análise dos dados da pesquisa, para finalmente apontarmos no capítulo 7 algumas conclusões.
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2 JUSTIFICATIVA
A Reestruturação é um tema que ganhou espaço na agenda das ciências humanas, a partir da década de setenta, quando em um contexto de crise econômica e fiscal são redefinidos os papéis do Estado na economia, consubstanciando em sua reforma.
O interesse em estudarmos a reestruturação produtiva adveio de seminários e discussões em sala de aula, ainda nos primeiros períodos do curso de serviço social. Paralelamente analisamos várias bibliografias sobre o tema e constatamos que o mundo do trabalho está passando por processo de mudanças influenciadas pela globalização das economias, e pela acirrada concorrência entre as empresas por mercados consumidores. Com a intenção de acelerar a produção e aumentar os lucros, elas são obrigadas a investir em novas tecnologias, substituindo a base eletrônica pela microeletrônica, como forma de baratear os custos e reduzir a mão-de-obra, visto que, as novas “máquinas” realizam com perfeição e agilidade as funções dos trabalhadores:
O desenvolvimento de novas tecnologias são resultados de altos investimentos da parte das nações industrializadas, e que a inserção de máquinas no processo produtivo [...] estão substituindo seres humanos em incontáveis tarefas, forçando milhões de trabalhadores de escritórios e operários para as filas do desemprego [...] (RIFKIN, 1995, p.3).
Dessa forma, as empresas passam a investir em novos modelos de gerenciamento da força de trabalho, buscando a eficiência, competitividade e a adesão do trabalhador às causas da empresa, substituindo a forma taylorista de gerenciar o trabalhador, na qual havia uma nítida divisão de gerência que pensava as atividades e os trabalhadores que só as executavam.
Portanto, na acumulação flexível são introduzidas novas tecnologias no processo produtivo, acarretando redução de postos de trabalho, aumentando o exército de desempregados de que dispõe o capitalismo, acentuando a pobreza, exclusão social e econômica. Nela, os contratos de trabalho são flexibilizados reduzindo-se os direitos trabalhistas, precarizando e terceirizando o trabalho. Nesta nova forma de organização são exigidas dos novos profissionais, interação com a produção, elevados níveis de qualificação, comprometimento com os objetivos da empresa e polifuncionalidade, ou seja, um trabalhador que tenha capacidade de executar várias atividades, com habilidade para resolver qualquer problema em seu setor produtivo.
Considerando essas grandes transformações ocorridas, a partir da década de 70, nos países de capitalismo central (Europa, EUA e Japão) e estendida aos países em desenvolvimento, nos propusemos a analisar como o processo de reestruturação produtiva influenciou no mercado de trabalho e quais os impactos que teve na vida do trabalhador, já que deste agora é exigido alto nível de conhecimento para entrar e se manter no mercado de trabalho.
No Brasil, ao final da década de 80 e início dos anos 90, inicia-se o processo de privatização, com o governo Collor, acentuando-se no governo de Fernando Henrique Cardoso. A partir deste contexto é que foi feito um estudo na empresa de telecomunicação - Telemar, buscando identificar as mudanças ocorridas após sua privatização (1998) e analisar como se deu o processo de terceirização dos serviços, quem são as empresas terceirizadas, sendo que na pesquisa só utilizamos a que teve o maior número de funcionários (GECEL). Fazer uma comparação entre os funcionários desta e da Telemar com intenção de identificar como este trabalhador vê a empresa mãe, as diferenças salariais, educacionais e as garantias sociais.
Portanto, essa pesquisa trará como contribuição à demonstração dos problemas relacionados à reestruturação do trabalho, permitindo desenvolver um saber crítico da realidade, servindo como instrumento significativo para futuras análises teóricas dentro de nossa categoria profissional. Além disso, buscará servir de orientação para a atuação do serviço social, tendo em vista o agravamento da questão social que se explicita nesta nova forma de acumulação capitalista, pois segundo Iamamoto (1992), a divisão capitalista do trabalho cria novas necessidades sociais, transforma as relações sociais, a religião, a organização familiar, o lazer e etc. Afeta todo o modo de vida e de trabalho da sociedade. 
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Estudar a reestruturação produtiva da Telemar estabelecendo uma comparaçãoentre os trabalhadores desta e da Gecel (empresa terceirizada).
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Identificar as condições de trabalho e as diferentes categorias (Técnicos e gerentes) existentes na empresa Telemar e as alterações pós-privatizações;
- Explicitar o novo organograma das empresas (Telemar/Gecel) com os diferentes cargos e suas atribuições, requisitos profissionais e níveis de escolaridade;
- Analisar o novo modelo de gestão decorrente dos novos acionistas (Telemar);
- Estabelecer um comparativo entre os trabalhadores da Telemar e os terceirizados acerca dos direitos e garantias trabalhistas. 
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4 REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 CRISE DO PARADIGMA TAYLORISTA-FORDISTA
As reflexões contidas neste trabalho são referentes às grandes transformações ocorridas no mundo do trabalho, a partir da década de 1970, nos países de capitalismo central (Europa, EUA e Japão), e como este processo de mudanças influenciou na produção de mercadorias e nas relações de trabalho.
Iniciamos, portanto, fazendo uma análise através de uma retrospectiva das primeiras décadas do século XX para um melhor entendimento.
Taylor (1990) foi considerado o “Pai da Organização científica”, por elaborar um método de organização do trabalho por meio de uma racionalização da produção pela eliminação de tempo gasto desnecessariamente com supressão de movimentos supérfluos. Taylor era americano, não fez o curso de Direito por problemas de saúde, mas teve a oportunidade de entrar em uma oficina e logo passou a ser gerente. Ao perceber que se trabalhava de maneira incorreta, ele faz uma análise de tempo e espaço. Para Taylor não existe antagonismo entre patrão e empregado, e os operários não podem ser bem remunerados por serem de difícil gerenciamento e porque a “cera e a vadiagem” são inerentes ao trabalhador.
[...] a indolência natural e a vadiagem premeditada podem ser eliminados com melhor compreensão do dia de trabalho comum, registrando-se o maior rendimento obtido pelo trabalhador e sua eficiência, elevando os salários individuais à medida que o operário se aperfeiçoe, dispensando-os quando não atingirem certo nível, e fazendo nova admissão de trabalhadores, cuidadosamente selecionados, para preencher os lugares vagos (TAYLOR, 1990, p. 32).
Com essa racionalização, Taylor buscou viabilizar tanto a ampliação da produção, quanto o aperfeiçoamento do controle da gerência sobre o trabalhador, estabelecendo uma dicotomia entre quem planeja e quem executa, destacando a importância do processo de seleção para que não se tenha um trabalhador incapacitado em determinada função.
Portanto, para Taylor a organização do trabalho racional deveria ser estudada e tratada cientificamente. A improvisação deveria ceder lugar ao planejamento, e o empirismo à ciência. Propunha-se que estes princípios conjuntamente aplicados fossem capazes de eliminar as perdas e desperdícios de recursos e ao mesmo tempo possibilitava uma produção máxima independente da habilidade do operário que trabalha sob o controle do tempo.
[...] A fim de que o trabalho possa ser feito de acordo com as leis científicas, é necessária melhor divisão de responsabilidades entre a gerência e o trabalhador do que atualmente observada em qualquer dos tipos comuns de administração. Aqueles na administração, cujo dever é incrementar essa ciência devem também orientar e auxiliar o operário sob a chefia e chamar a si maior responsabilidades (TAYLOR, 1990, p. 34).
Bravermam (1987), no entanto, vai reconhecer a genialidade de Taylor com sua teoria da racionalização, mas critica os princípios de Taylor por terem sido aplicados na lógica do capital, da alienação e dicotomização do trabalho, para ele os burgueses desprezam a teoria do valor do trabalho porque estão interessados não nas relações sociais, mas nas relações de preço. Não nas relações de trabalho, mas na produção.
 
A produção capitalista exige intercâmbio de relações, mercadorias-dinheiro, onde sua diferença específica é a compra e venda da força de trabalho. Torna-se, portanto fundamental para o capitalista que o controle sobre o processo de trabalho passe das mãos do trabalhador para as suas próprias. Esta transição apresenta-se na história como a alienação progressiva dos processos de produção do trabalhador, para o capitalista apresenta-se como problema de gerência e a divisão dos ofícios barateiam suas partes individuais, o que para Bravermam é um crime contra o indivíduo e contra a sociedade.
[...] O trabalho, como todos os processos vitais e funções do corpo, é uma propriedade inalienável do indivíduo humano. Músculos e cérebros não podem ser separados de pessoas que as possuem, não se pode dotar alguém com sua própria capacidade para o trabalho, seja a que preço for assim como não se pode comer, dormir ou ter relações sexuais em lugar de outra pessoa. [...] na troca, o trabalhador não entrega ao capitalista a sua capacidade para o trabalho, [...] o capitalista compra não é uma quantidade contratada de trabalho, mas a força para trabalhar por período contratado de tempo. (BRAVERMAM, 1987, p.56).
Marx, no primeiro volume de O Capital, vai dizer que o trabalho é que distingue o homem dos animais devido sua ação criadora, consciente e proposital transformando a si e o mundo externo.
Uma aranha desempenha operações que se parece com a de um tecelão, e a abelha envergonha muito arquiteto na construção de seu cortiço. Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor das abelhas é que o arquiteto figura na mente sua construção antes de transformá-la em realidade. No fim do processo do trabalho aparece um resultado que já existia antes idealmente na imaginação do trabalhador (MARX, apud, BRAVERMAM, 1987, p.49).
Bravermam, por sua vez, não vai analisar o trabalho de modo geral, mas as formas que ele assume sob as relações capitalistas de produção.
[...] as novas relações sociais que agora estruturam o processo produtivo e o antagonismo entre aqueles que executam o processo e os que se beneficiam dele, os que administram e os que executam os que trazem à fábrica sua força de trabalho e os que empreendem extrair dessa força de trabalho a vantagem máxima para o capitalismo. (BRAVERMAM, 1987, p. 69).
O autor critica a fragmentação proposta por Taylor, pois, segundo ele, a divisão pormenorizada do trabalho torna o trabalhador inapto para acompanhar qualquer processo completo de produção, e que a divisão parcelada do trabalho subdivide o homem a ponto de ser considerado por ele como um crime contra a humanidade.
Segundo sua afirmação:
[...] Enquanto a divisão social do trabalho subdivide a sociedade, a divisão parcelada do trabalho subdivide o homem, e enquanto a subdivisão da sociedade pode fortalecer o indivíduo e a espécie, a subdivisão do indivíduo, quando efetuada com menosprezo das capacidades e necessidades humanas, é um crime contra a pessoa e contra a humanidade (BRAVERMAM, 1987, p.72).
Nos Estados Unidos, a partir de 1914, Henry Ford introduz em sua empresa automobilística a jornada de trabalho de oito horas por cinco dólares diários, o que possibilitava aos trabalhadores suprir suas necessidades e ainda adquirem um dos automóveis produzidos pela empresa. Para Harvey (2005, p.121), o modelo fordista estava organizado na produção em massa, e na redução dos tempos mortos.
 
Henry Ford, no entanto, contribuiu para a organização e o controle do trabalho, inaugurando assim, tempos modernos com especialização e velocidade, aperfeiçoando o método taylorista. Ford criou um sistema que permitia que o trabalho se deslocasse até o operário em vez de o operário ir ao seu encontro.
O fordismo surge, então, como um método mais avançado, sustentado nas idéias e nos princípios tayloristas. Com isso, o aumento rápido da produção obrigou Ford a pensar em um sistema, no qual um operário não estorvasse o outro. Porque, no seu entendimento, operários mal dirigidos gastavam mais tempo a correr atrás do material e da ferramenta do que a trabalhar, e ganhavampouco, porque o tempo gasto em busca do material não constituía ocupação remunerada. 
[...] O que havia de especial em Ford e que, em última análise distingue o fordismo do taylorismo, era sua visão, seu reconhecimento explícito de que produção em massa significava consumo de massa, um novo sistema de reprodução da força de trabalho, uma nova política de controle e gerência do trabalho, uma nova estética e uma nova psicologia, em suma, um novo tipo de sociedade democrática, racionalizada, modernista e populista. (HARVEY, 2005, p.121).
Ford acreditava que o novo tipo de sociedade poderia ser construída através da aplicação do corporativismo, para isso, estabeleceu o dia de oito horas e cinco dólares, com o objetivo de obrigar o trabalhador a adquirir disciplina necessária à operação do sistema da linha de montagem e alta produtividade, como também para que estes trabalhadores tivessem renda e tempo de lazer para consumir os produtos que estavam sendo produzidos em massa, mas desde que estes trabalhadores soubessem como gastar o seu dinheiro.
[...] Para isso, em 1916, Ford enviou um exército de assistentes sociais aos lares de seus trabalhadores “privilegiados”, [...] para ter certeza de que o “novo homem” da produção de massa tinha o tipo certo de probidade moral, de vida familiar e de capacidade de consumo prudente, isto é, não alcoólico. (HARVEY, 1994, p.122). 
Essa experiência de Ford não durou muito tempo, mas a sua própria existência foi um sinal dos profundos problemas sociais, psicológicos e políticos que o fordismo iria causar.
Em 1929, o capitalismo passou por uma forte crise provocada pela superprodução de mercadorias, concorrência sem normas entre as empresas, ocasionando falências e desemprego. O Estado de bem estar social surge como uma possível solução para o problema.
Ora, para atingir tais metas, é necessário uma política voltada para impulsionar a expansão do emprego – daí a meta Keynesiana do pleno emprego – e manter certo padrão salarial, negociando com diversas categorias de trabalhadores, por intermédio de sua representação sindical. [...] O Estado buscava canalizar o fundo público, tanto para o financiamento do capital, quanto para a reprodução da força de trabalho, movido pela lógica de que, para impulsionar a produção há de ampliar mercados e preservar certo poder aquisitivo da população [...] Coube ao Estado viabilizar salários indiretos por meios das políticas sociais públicas, operando uma rede de serviços sociais, que permitisse liberar parte da renda monetária da população para o consumo de massa e consequentemente dinamização da produção econômica. (IAMAMOTO, 2006, p.30).
Dessa forma, o Estado deveria garantir o pleno emprego ao intervir na economia, concedendo empréstimos a juros baixos às empresas privadas, estimulando-as a oferecer benefício social aos desempregados que se encontravam em situação de vulnerabilidade, investindo assim em políticas sociais que amenizassem sua situação. Essas intervenções iam de encontro à ideologia liberal que pregava o livre mercado, este não deveria sofrer nenhuma intervenção estatal.
Esse modelo de gestão começa a entrar em crise na década de 70, quando o capitalismo é atingido por outra crise desencadeada pela crise do preço do petróleo, aumento da dívida externa e desvalorização da moeda, o que suscitou muitas críticas ao Welfare State.
A burguesia, que não via com bons olhos o controle do mercado pelo Estado, acusa-o de ser ele o culpado pela crise, para a burguesia, conforme a lei de Say, “o mercado cria sua própria demanda” não precisando ser regulada por nenhum órgão.
Para os liberais, o sistema de bem-estar social era muito oneroso, pois para mantê-lo aumentavam-se os impostos e o número de funcionários públicos, trazendo prejuízos e provocando déficit no orçamento do Estado.
O neoliberalismo é apresentado como a solução para a crise do capitalismo, seus principais precursores são: a primeira ministra da Inglaterra Margaret Thatcher e o presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan. Esses governos conservadores pregaram a não intervenção do Estado na economia, à desregulamentação dos mercados, privatizações das empresas estatais, flexibilização dos direitos sociais e trabalhistas, abertura do mercado para a concorrência, um Estado mínimo para o mercado e um máximo para minimizar os conflitos sociais como resultado da exclusão social.
À direita [...] foi favorecida pela onda conservadora neoliberal que ganhou forças na década de 70 em todo o mundo, em conseqüência da diminuição das taxas de crescimento dos países centrais, da crise do Welfare State, do colapso do consenso do keynesianismo e, mais amplamente, da crise fiscal do Estado que se tornou então o principal problema em todos os países desenvolvidos e subdesenvolvidos, capitalistas ou estatistas (PEREIRA, 1996,p.39)
Para garantir que os países aceitassem essas determinações, as instituições financeiras internacionais dentre elas, o Fundo Monetário Internacional (FMI) condicionavam seus empréstimos somente após serem feitas as “reformas” preconizadas por eles. Os países só conseguiam captar recursos (empréstimos) se seguissem as imposições dessas organizações.
As instituições financeiras internacionais, eufemismo para se referir ao BM e ao FMI, recomendam calorosamente umas políticas que geram pobreza e exclusão social e, ao mesmo tempo, encomendam numerosas pesquisas sobre o tema e manifestam sua consternação pelo agravamento do flagelo da pobreza na América latina (SADER; GENTILI, 1995, p.1).
A globalização das economias provocou uma acirrada competição inter-capitalista por mercados consumidores, obrigando as empresas a passarem por um processo de reestruturação, introduzindo novas tecnologias em sua produção, assim como novos modelos de gestão da força de trabalho, na busca de eficiência, competitividade e redução de custos alcançando maiores lucros.
A produção, diferentemente como era feita no fordismo, passa a ser feita de acordo com as exigências do mercado consumidor e não mais em massa, os produtos são diversificados e prontos para atender o mercado consumidor. No chamado modelo Toyotista a produção sustenta-se no estoque mínimo de material, os pedidos são atendidos sob encomendas, evitando-se o acúmulo de material e desperdício de tempo.
[...] substituição de lógica da produção em massa, altamente padronizada, pela lógica da produção variável, voltada às exigências do mercado, o que imporia uma importante necessidade de flexibilização do processo produtivo (LEITE, 2003, p.13).
Antunes (2000) argumenta que o trabalho vivo é transferido para as máquinas, transformando-se em trabalho morto. Ele fala que hoje o trabalho se tornou mais intelectualizado no mundo e quando o trabalhador realiza suas funções há uma imbricação do trabalho imaterial e material.
O trabalho realizado na sociedade atual se diferencia daquele que se realizava pelos trabalhadores da época Fordista, em que as atividades eram parcelarizadas, havendo uma rígida separação entre o trabalho manual e intelectual, na qual os produtos eram produzidos em massa. Porém hoje:
A empresa e a economia pós-industrial são fundadas sobre o tratamento da informação. [...] A produção audiovisual, a publicidade, a moda a produção de software, a gestão do território etc. são definidas através da relação particular que a produção mantém com o seu mercado e os seus consumidores. (LAZZARATO; NEGRI, 1993.p.44-45).
Existe um controle sobre os produtos comercializados desde a produção até a entrega para o cliente (Just in Time), os contratos de trabalho são flexibilizados, com redução dos direitos trabalhistas conquistados com muita luta pelos trabalhadores, alguns serviços são terceirizados pelas empresas como estratégia de baratear os custos da produção e também como forma das empresas mãe cuidarem somente dos setores mais lucrativos.
Na produção é utilizado o mínimo de trabalhadores, a maioria subcontratados sendo-lhes exigidos maiores conhecimentospara manusearem equipamentos modernos e caros, além disso, estes trabalhadores devem ser profissionais polivalentes, ou seja, terem capacidade de manusear vários equipamentos ao mesmo tempo. 
 [...] O desenvolvimento de novas tecnologias são resultado de altos investimentos da parte das nações industrializadas, e que a inserção de máquinas no processo produtivo [...] estão substituindo seres humanos em incontáveis tarefas, forçando milhões de trabalhadores de escritórios e operários para as filas do desemprego, ou para as filas do auxílio desemprego. (RIFKIN, 1995, p.3).
No Brasil, a reestruturação produtiva se inicia a partir de grandes mudanças políticas, econômicas e sociais que ocorrem no país ao mesmo tempo pelos novos padrões de competitividade internacional.
Segundo Stepan (1998), em Maio de 1964, é deposto no Brasil o presidente João Goulart, e instituída uma ditadura militar que teve vinte e um anos de duração (1964-1985). Ela teve o apoio da burguesia industrial e da classe média que temiam a instalação do socialismo no país. O ápice do regime foi no início da década de 70, quando a economia brasileira teve um crescimento de 14%, o que foi considerado como “Milagre Econômico”; porém, sucessivos aumentos nos preços no barril do petróleo realizados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), altos índices inflacionários e déficit no balanço de pagamentos, corroeram as bases do milagre.
Os militares não eram um grupo homogêneo: havia os chamados “linha dura” que eram a favor da radicalização do regime e que eram contrários à abertura política e havia outro grupo que defendia a volta do Estado de direito, porém, de forma gradual e sob o controle do governo. 
Stepan (1998) afirma que, em 1978, o governo enfrentou uma greve no ABC paulista liderada pelo presidente dos metalúrgicos de São Bernardo, Luiz Inácio Lula da Silva, sendo a primeira grande mobilização operária desde a greve de1978 em Osasco.
Segundo Stepan (1998), no final dos anos 70 foi liberada a criação dos partidos políticos, que foi uma estratégia dos militares para enfraquecer a oposição que havia se fortalecido na eleição anterior. Neste período foram criados: o PTB, PDT, PT e PP, este em 1981, se fundiu com o PMDB o antigo MDB. O partido dos militares (ARENA) se reagrupou com PDS, ainda neste mesmo ano foi revogado o AI-5 e restituído habeas-corpus para os presos políticos, sendo revogadas as ordens de expulsão de vários exilados políticos, que haviam deixado o país em 1969/1970. No grupo dos anistiados estavam Leonel Brizola e Luiz Carlos Prestes.
 
Destacam-se a abertura de um processo recessivo que abate a economia brasileira, o processo de democratização política e a crise do padrão de relações industriais vigentes durante o período do “Milagre Econômico”. Embora a década de 70 tenha significado um período de grande expansão industrial, com significativo crescimento da produção e do emprego industrial, este período pode ser caracterizado pelo que chamou Fleury (1979), citado por Leite (1994) de “rotinização” e outros autores de “formas predatórias de uso da força de trabalho”.
[...] Desta forma, este período vai ser marcado pelo forte autoritarismo, pelo gerenciamento da mão-de-obra, pela parcelização de tarefas, mão-de-obra desqualificada, vai ser adotada estruturas de cargos e salários com o intuito de estabelecer a divisão do coletivo e o controle dos operários, tornando-os fragmentados e desarticulados. (LEITE, 1994, p.563).
Assim, as empresas irão começar a introduzir algumas técnicas japonesas de produção, como: os círculos de qualidade (CCQs), novos equipamentos de base microeletrônica, robôs, máquinas-ferramentas, just in time, sistema de qualidade total entre outros.
A difusão dos CCQs no Brasil ocorreu entre o final dos anos setenta e início dos oitenta. A maior parte dos círculos se restringiu aos trabalhadores mais qualificados, técnicos e supervisores, enfatizando que os objetivos primeiros dos CCQs estivessem sendo deformados nas empresas brasileiras, isto porque a tentativa das empresas brasileiras de utilização dos novos modelos com forma de disciplinar a iniciativa operária, encontrou resistência da engenharia em aceitar alterações no método de trabalho.
Conforme Leite (1994), a disseminação dos CCQs aconteceu no Brasil após o vigoroso processo de mobilização operária que marcou o final dos anos setenta, tendo sua propagação com o fortalecimento da organização dos trabalhadores nos locais de trabalho, através da constituição das comissões de fábrica.
Portanto, os CCQs foram introduzidos em muitas empresas como uma preocupação gerencial de desviar a participação dos trabalhadores, para uma organização de maior controle gerencial ,que por sua vez, encontrou resistência dos sindicatos que ao identificarem essas características dos círculos, iniciam um processo de oposição aos CCQs.
O fracasso dos círculos aconteceu, devido a resistências das empresas em adotar novas estratégias sistêmicas que modificariam as formas de organização do trabalho e de gestão de mão-de-obra.
Contudo, a abertura política favoreceu a organização da sociedade civil, e a organização dos sindicatos que reivindicaram melhores condições de trabalho, compreendendo um período de reformulação partidária e fundação das centrais sindicais (CUT, CGT).
O sindicalismo dos anos 80 se encontra no bojo da flexibilização das relações de trabalho, desregulamentação do Estado, precarização do trabalho e dos direitos trabalhistas e alta rotatividade, como forma de dar maior competitividade às empresas. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) surge com a necessidade de total reformulação do sistema atual de relações de trabalho, que ainda mantêm os aspectos herdados do corporativismo, com a tutela da organização sindical e da negociação coletiva do Estado, ela defende a liberdade sindical, com sindicatos representativos e com legitimidade. As comissões de fábrica ampliam suas funções e, muitas vezes atuaram como verdadeiros sindicatos. 
4.2 ABERTURA POLÍTICA – DÉCADA DE 80
A partir da década de 70, o mundo passou por grandes mudanças impulsionadas pela crise que se abateu sobre as economias capitalistas provocando mudanças na forma de acumulação do capital. O Estado de Bem-Estar Social, que tinha por meta atingir o pleno emprego passa e ser questionado delineando uma crise que culminou com o fim do Keynesianismo. A crise foi resultado de uma série de acontecimentos que abalaram a economia capitalista, dentre eles o aumento do preço do petróleo, alto índices inflacionários e pelo endividamento do Estado. 
A crise desse padrão de acumulação eclode em meados da década 1970, quando a economia mundial apresenta claros sinais de estagnação, com altos índices inflacionários e com uma mudança na distribuição de poder no cenário mundial [...]. (IAMAMOTO, 2006, p.31).
Com a crise do Estado Social há um crescimento dos ideais neoliberais que vinculavam a crise ao investimento que o Estado fazia com políticas sociais e conseqüentemente ocorreu um aumento do aparato burocrático provocando um inchaço na máquina pública sendo causadora de déficit no orçamento. Bresser (1996) afirma que a crise do Estado possui um aspecto fiscal, pelo modo de intervenção e pela forma burocrática de administração estatal.
A crise fiscal caracteriza-se pela perda do crédito público. Pelo fato de que a elevada dívida pública, combinada com altas taxas de inflação, déficit público crônico, altas taxas de juros internas, taxas declinantes de crescimento [...]. A crise do modo de intervenção é definida pela exaustão das formas protecionistas de intervenção, pela multiplicação de subsídios e pelo excesso de regulação [...]. A crise da forma burocrática de administração, pela rigidez e ineficiência do serviço público. (BRESSER, 1996, p.19,20).
A globalização das economias e a abertura comercial provocaram uma verdadeira corrida por mercados, as empresas alargaram seus domínios ultrapassandoas fronteiras de seus países de origem abrindo filiais em outros, com isso todas as empresas são obrigadas a se modernizarem para se tornarem competitivas e se manterem vivas na competição por mercados. Esse processo de “invasão” das multinacionais é resultado da desregulamentação dos mercados exigidos pelos organismos internacionais que vinculam a concessão de empréstimos somente após as reformas preconizadas por eles. Os capitalistas exigem as privatizações das empresas estatais, o respeito as patentes tecnológicas e a redução dos gastos públicos que devem ficar à disposição do mercado.
Os capitais financeiros e as chamadas multinacionais condicionam seus empréstimos e os investimentos produtivos aos ajustes políticos e institucionais dos estados nacionais. Com isso, os Estados nacionais e os seus cidadãos vêm sendo pressionados a aceitar as exigências da globalização. 
As transformações no mundo do trabalho vêm acompanhadas de profundas mudanças na esfera do Estado, consubstanciadas na reforma do Estado, exigidas pelas “políticas de ajuste”. Tal como recomendadas pelo consenso de Washington. (IAMAMOTO, 2006, p.34). 
A intensificação da globalização das economias no pós-guerra trouxe profundas mudanças na vida dos cidadãos no mundo inteiro. Ela influencia em todos os níveis de organização, desde o sócio-cultural até na estrutura de poder dos Estados nacionais. Essa interação é possibilitada pelo avanço acelerado da revolução informacional que diminui as distâncias possibilitando aos indivíduos entrarem em contato com outras culturas, colocando em risco a diversidade cultural e identitária.
A sociedade global é uma realidade nos planos econômicos, político, social e, principalmente, cultural pelas transformações significativas nas condições de vida e de trabalho, modos de ser, sentir, pensar e imaginar dos homens nestas últimas décadas. Modificaram-se não só as condições de alimentação como as possibilidades de emancipação de indivíduos, grupos sociais, regiões e sociedades nacionais que lutam pela sua identidade, pelo direito à diferença cultural e contra a exclusão crescente. (CORRÊA, 2003, p.32).
A globalização e a competição por mercados levam as empresas a se reestruturarem exigindo níveis elevados de eficiência e qualidade tanto dos produtos quanto do atendimento ao cliente.
Com isso estão eliminando níveis de gerência tradicionais, comprimindo categorias de cargos, criando equipes de trabalho, treinando funcionários em várias habilidades, reduzindo e simplificando os processos de produção e distribuição e dinamizando a administração. (RIFKIN, 1995, p.7)
Assim, busca-se obter uma maior produtividade e maiores lucros com menores investimentos, comprimindo ao máximo a mão-de-obra, reduzindo encargos trabalhistas, introduzindo máquinas que aceleram a produção.
Os trabalhadores estão sendo descartados, deixados de lado nesta nova etapa de desenvolvimento “trabalhadores com anos de estudo, habilidades e experiência enfrentam a perspectiva muito real de serem declarados excedentes pelas novas da automação e informação” (RIFKIN, 1995, p13).
Rifkin (1995) afirma ainda que as novas invenções tecnológicas produzem alterações na forma de organização da sociedade. Elas poderão ser utilizadas tanto para o benefício da coletividade, proporcionando aos trabalhadores mais horas livres para se dedicarem ao lazer, libertando-os da longa jornada de trabalho, como também provocar um crescente desemprego e uma depressão global.
[...] Se os dramáticos ganhos da produtividade da revolução tecnológica não forem compartilhados, mas sim, usados principalmente para melhorar os lucros da empresa, para o benefício exclusivo dos acionistas, altos executivos e da emergente elite dos trabalhadores com conhecimento da alta tecnologia, a probabilidade de que a lacuna cada vez maior entre os que têm, levará a uma revolução social e política em escala global (RIFKIN, 1995, p. 14).
O Brasil após um longo período de ditadura militar passou por uma transição político-econômica quando, em 1985, os militares transferem o poder para um governo civil, iniciando assim a redemocratização do país. Esse regime foi pactuado pela burguesia local, a classe média e as corporações internacionais que deram sustentação a ele e que teve 21 anos de duração. Porém, o Estado estava debilitado financeiramente, por conta dos empréstimos contraídos pelos governos anteriores com os credores internacionais.
A enorme herança negativa gerada pelo processe de exagerado endividamento externo, causaria um problema financeiro estrutural para o Estado, fragilizando-o e debilitando-o, já ao final da década, no comando da política econômica. (LEITE, 1994, P. 597)
A década de 80 é considerada no Brasil como a década perdida, devido a sucessivas crises que se abateram sobre a economia brasileira impulsionada pela alta do preço do petróleo e pelo vertiginoso aumento da dívida externa, provocando baixo crescimento econômico (PIB) e atraso tecnológico, o que conseqüentemente trouxe dificuldades para o país e como efeito cascata provocou a diminuição da oferta de emprego formal, e um aumento do emprego informal, o que conseqüentemente provoca a queda do poder aquisitivo no salário do trabalhador. 
A entrada da década de 1980 foi marcada pela primeira grande crise industrial da economia brasileira, deflagrada pela segunda crise do petróleo, em 1979, e aprofundada pela crise financeira internacional [...]. Os primeiros anos da década de 1989 foram, assim, marcados por forte recessão. Com as altas dos juros internacionais, a dívida externa brasileira cresceu vertiginosamente. (TAUILE, 2001, p.203).
Com isso, o Brasil inicia um período de reformas após a eleição do presidente Collor de Mello no início de década de 90, buscando modernizar o país e torná-lo competitivo. Para isso, foi necessário introduzir um conjunto de medidas que visavam à modernização tecnológica, econômicas, políticas e sociais. A política de abertura foi adotada em seu governo, com o desenvolvimento do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade que visava atingir novos patamares de qualidade e produtividade e assim promover o crescimento econômico e o desenvolvimento social.
Collor iniciou as reformas ao decretar o fim dos monopólios estatais, ou seja, os setores que antes eram controlados por empresas do Estado, assim como as próprias empresas passaram para as mãos da iniciativa privada com o processo de privatizações. Além disso, o país abriu as suas “portas” ao capital internacional, pondo fim ao protecionismo alfandegário. As empresas brasileiras tiveram que modernizar seu parque industrial para enfrentar a concorrência internacional, do contrário seriam deixadas para trás no processo de competição por mercados, culminando assim numa série de falências, o que aconteceu com muitas delas.
Seguindo à risca os ditames neoliberais, o governo Collor desencadeou um processo de privatização de empresas estatais, sem qualquer critério de política industrial ou mesmo política fiscal [...]. Os aspectos negativos desse programa foram a redução dos anteriores níveis de emprego, a substituição de monopólios públicos por monopólios privados e o aumento real dos preços da maioria dos produtos dessas empresas (LEITE, 1994, p.597).
Segundo Diniz (1999), a estratégia de substituição de importação que foi utilizada pelos governos ao longo dos anos, já não correspondia mais às necessidades do mercado, o intervencionismo estatal já não tinha lugar na economia atual, esse modelo que havia sido implantado na Governo Vargas na década de 30 tinha chegado à exaustão, estava ultrapassado, era necessário evoluir para um sistema em que não haveria a intromissão do Estado na economia, o mercado precisava de liberdade, precisava se fortalecer em detrimento do encolhimento do Estado, tornando-se mínimo. Diniz (1999) afirma que “A nova pauta política passou a ser dominada por temas como desestatização, reinserção no sistema internacional, abertura da economia, desregulamentaçãoe privatização”. 
No ano de 1992, o presidente Collor de Mello sofreu o processo de impeachment como conseqüência de denúncias de corrupção em seu governo, sendo substituído pelo vice-presidente Itamar Franco. Itamar teve como ministro da economia Fernando Henrique Cardoso que implantou o plano real, conseguindo assim controlar a inflação e estabilizar os preços, bem como a capacidade de consumo das classes de menor poder aquisitivo. Essa vitória sobre a inflação foi utilizada como suporte para eleição de Fernando Henrique Cardoso em sua campanha eleitoral. Ele deu continuidade às reformas no Estado iniciadas no governo Collor, ambos “adeptos” do ideário neoliberal. 
Talvez os traços mais marcantes comuns aos governos Collor e Fernando Henrique Cardoso tenham sido a abertura do mercado brasileiro às importações de produtos estrangeiros e o desmonte do aparelho de Estado, com destaque para o processo de privatizações. (TAUILE. 2001 p. 22-81).
Assim, pode-se notar que os Estados no mundo capitalista dentre eles o Estado brasileiro, sofreram mudanças em suas funções de ser o condutor e controlador da economia, porém essa “modernização” econômica tem provocado inúmeros problemas para o cidadão de menor poder aquisitivo. As políticas neoliberais têm trazido desemprego, aumento do emprego precarizado, instabilidade nos que ainda estão empregados, redução dos investimentos em políticas públicas, etc., ou seja, as reformas só aumentaram as diferenças sociais, provocadas pela concentração da renda. 
Fernando Henrique Cardoso faz a mesma opção política de inserir o Brasil, de forma mais competitiva, no mercado mundial. . Deste modo, a globalização vai consistir a expressão da modernidade na visão dominante de uma nova ordem social. Ao Estado caberá assegurar a estabilidade econômica para que os atores tenham maior liberdade. 
Para isso seria fundamental expor a economia brasileira à concorrência internacional e diminuir a intervenção estatal, com a finalidade de estabelecer um conjunto de políticas indutoras da modernização industrial e tecnológica capaz de introduzir o Brasil no contexto das economias mais desenvolvidas (LEITE, 1994, p. 573).
Neste novo modelo econômico internacional a ação do Estado é restringida, cuja principal função é assegurar a estabilidade econômica para que os atores econômicos tenham maior liberdade.
Leite (1994) afirma que a classe detentora do capital por sua vez vai querer tirar do Estado sua função garantidora dos direitos trabalhistas, ao mesmo tempo em que usa de repressão contra a ação dos sindicatos, que segundo a expressão de Gramsci: ”O sindicato deve, portanto, ser no capitalismo uma escola política para o trabalhador, preparando-o para sua emancipação total do capitalismo”.
Assim, pode-se notar que os países de capitalismo desenvolvido assim como os que estão em vias de desenvolvimento, entre eles o Estado brasileiro, sofreram mudanças em suas funções de se relacionar com o mercado deixando de ser condutores e controladores da economia, porém essa “modernização” econômica tem provocado inúmeros problemas para o cidadão de menor poder aquisitivo, é que segundo os neoliberais o Estado deve reduzir seus gastos com políticas públicas o que tem sido levado ao pé da letra pelos governos.
A globalização aliada às políticas neoliberais tem provocado desemprego, aumento do emprego precário sem cobertura social, aumentou a instabilidade e rotatividade no emprego, a redução dos investimentos em políticas públicas, etc., ou seja, as reformas, implantadas por esses governos trouxeram benefícios para as economias, porém, esses ganhos não foram socializados entre os cidadãos, ao contrário eles só fizeram aumentar as diferenças sociais, provocados pela concentração da renda.
4.3 REESTRUTURAÇÃO NO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES
As sociedades industrializadas do final do século XX passaram por transformações de caráter revolucionário, dando lugar a um novo modelo de sociedade qualitativamente diferente, chamada de sociedade pós-industrial ou sociedade da informação.
Podemos observar que no universo do mundo do trabalho no capitalismo contemporâneo, como já vimos anteriormente, houve uma significativa diminuição da classe operária industrial e um significativo aumento no setor de serviços, o que no dizer de Antunes (2000), é uma desproletarização intensificada presente na expansão do trabalho parcial, temporário, precário, “terceirizado”, resultado da expansão do desemprego estrutural. Com o avanço da tecnologia e a introdução de novas formas de gerenciamento, as empresas irão introduzir um novo modo de gestão de mão-de-obra, bem como irão utilizar estratégias de externalização/terceirização da força de trabalho, a fim de obterem maior lucratividade com menores custos.
O setor de telecomunicações por sua vez passou pelo processo de reestruturação produtiva, onde várias empresas no Brasil e no mundo serão privatizadas, sendo que um dos suportes tecnológicos mais importantes dessa transformação é a chamada revolução da informação, pois esta vai possibilitar a transmissão combinada de voz, imagem, som e dados cujo alcance redefine as relações temporais e espaciais fazendo com que o setor de telecomunicações se transforme em um setor estratégico e lucrativo para o setor produtivo e para a economia.
Os serviços de comunicação deixam de ser apenas meio de ligação entre pessoas, para constituírem-se em eixo que movimenta a cadeia do processo de desenvolvimento, tornando-se indispensáveis para a sustentação do curso da globalização da economia. (LARANJEIRA, 1998, p. 160).
Todo este intercâmbio eletrônico de dados revolucionou a natureza do sistema financeiro, uma vez que o torna efetivamente globalizado permitindo acesso à informação online, em escala mundial acerca da situação dos mercados locais, nacionais e de transações de modo geral. Possibilita também a integração entre empresas e análise de tendências de mercados, a aplicação de métodos modernos de gerência das empresas como o just in time, viabilizando o crescimento de indústrias como o turismo, ao criar possibilidade de reserva de vôos e hotéis em escala internacional. A telefonia entra então em uma nova era causando grande revolução tecnológica, no mundo inteiro as grandes operadoras estatais vão passar para as mãos da iniciativa privada, como forma de se adaptarem à abertura dos mercados.
Ao longo deste século, as telecomunicações experimentaram inovações constantes, mas nos últimos vinte anos, as mudanças aceleraram-se de forma extraordinária. No aspecto [...] tecnológico, verifica-se a passagem de sistemas analógicos, sinais elétricos transmitidos via condutores metálicos, para os digitais, pulsos luminosos, via fibras óticas, bem como a utilização de satélites. (LARANJEIRA, 1998, p. 161)
Assim, computadores passam a substituir as centrais de comutação e os softwares substituem os hardwares, possibilitando a ampliação e diversificação do aspecto de serviços oferecidos. Deste modo, por um lado a nova tecnologia torna obsoleta a anterior com graves implicações para o mundo do trabalho, e por outro lado às possibilidades por ela criadas impõem transformações na própria filosofia do setor de telecomunicações, que vai passar de uma concepção de serviço de utilidade pública, para outra estritamente comercial, associada ao processo de globalização que no dizer de Laranjeira (1998) significa não somente “mudança tecnológica”, mas desregulamentação, privatização, liberalização que traz consigo um outro conjunto de implicações demonstrando que os processos de privatização e liberalização não são processos puramente econômicos, mas, sobretudo processos de caráter político, em que se revelam as forças de diferentes atores sociais que mostram o esgotamento de um momento de acumulação e à emergência de um novo modo de acumulação.
Em entrevista à revista Indústria Capixaba (1999) a psicóloga Soraya Ferreira Calmon da Psicoespaço Consultoria e Assesssoria e Recursos Humanos afirmaque: “O trabalhador assume um novo perfil, que tende a ser cada vez mais a se transformar em profissional multifuncional que além das aptidões específicas exigidas tenha diferenciais tão importantes quanto à própria qualificação técnica”.
Este mesmo trabalhador que em outros tempos era visto como simples executor de tarefas, agora assume uma nova postura, mais dinâmica e inovadora, aparece agora como parceiro da empresa em que trabalha. Este tipo de trabalhador vem sendo cada vez mais valorizado no mercado de trabalho, isto porque este trabalhador deve ser capaz de se adaptar sem traumas, aos diferentes ambientes existentes em uma organização e desenvolver, com êxito, diversas atividades que lhe venham ser designadas. Assim caracteriza-se o trabalhador multifuncional, que cada dia se faz mais presente na realidade do país.
Estas novas exigências, por sua vez, criam uma classe de trabalhadores mais fragmentada e complexificada, divididos entre trabalhadores formais e informais, como ensina Antunes (2000) um trabalhador “polivalente e multifuncional” da era informacional porque de um lado, a classe trabalhadora se qualificou em alguns setores mais intelectualizados, e de outro lado desqualificou e precarizou vários ramos de trabalho, o que leva uma grande parte deles para a informalidade.
4.4 A QUEBRA DOS MONOPÓLIOS
O setor de telecomunicações tem uma história que se confunde com as das empresas monopolísticas independente da natureza do capital, público ou privado. De acordo com Laranjeira (1998, p. 161) a existência de monopólios justifica-se pela natureza econômica e técnica do setor de telecomunicações: necessidade de altos investimentos em grande escala e, em termos técnicos, necessidade de estabelecer compatibilidade entre os sistemas em nível nacional.
Mas por outro lado, o setor de telecomunicações, em geral, unificado com o de Correios e Telégrafos, era considerado de interesse público por representar um direito do cidadão, cuja garantia cabia ao Estado resguardar. A privatização no setor de telecomunicações no Brasil teve início com a Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT), ocorrido em duas fases: a primeira, que vendeu 35% das ações, em dezembro de 1996, e a segunda, que vendeu a totalidade da Companhia, em Junho de 1998 (LARANJEIRA, 1998, p.162).
No caso da empresa privada, como é o caso dos Estados Unidos, em troca da situação de monopólio, o governo impunha certas condições, como a exigência de oferta de serviço universal, ou seja, em cada telefone, uma ação viável, em termos de custos, pela instância da chamada “tarifa cruzada”, em que o preço da ligação de longa distância subsidiava o preço das tarifas locais.
As novas tecnologias, como digitação das centrais de comunicação, a condução de sinais por fibras óticas torna o sistema de transmissão menos oneroso e mais flexível despertando o interesse de possíveis competidores.
A seguir, Laranjeira (1998) faz um panorama da privatização, no qual o movimento pela quebra dos monopólios nas telecomunicações iniciou-se nos estados Unidos, onde dominava a AT&T a mais poderosa empresa privada do planeta. Na Grã Bretanha, ocorre processo semelhante, liderado pelo setor financeiro da City, ele encontra no governo Thatcher os meios político-ideológicos para sua efetivação. A Brittish Telecom (BT) foi a primeira grande estatal britânica a ser privatizada, com venda de 50,2% das ações. Deste modo, na experiência norte-americana, a desregulamentação atingiu um monopólio privado, na francesa e na alemã, a reestruturação não implicou privatização, na mexicana, o processo de privatização ocorreu com a participação dos sindicatos e com dominância de capital nacional, com forte regulamentação do governo; na Argentina, a privatização resultou de um longo percurso de cerca de uma década com forte oposição política, com fim em 1989, no governo Menén; e na experiência Chilena, adotou-se em 1994, talvez a liberalização mais completa do mercado, em termos mundiais.
 
No Brasil, de acordo com Bolanõ e Massae (2000) o setor de telecomunicações após a grande expansão na década de 70, as teles passaram por um longo período de restrição de investimentos, que durou até meados da década atual. Baixos níveis de investimentos nesse setor são mais cruéis que em outros setores da economia já que, além do atendimento à demanda, provocavam também defasagem tecnológica e perda na qualidade dos serviços. Antes da privatização, os serviços de telefonia fixo, móvel e de longa distância eram providos pelo holding estatal de telecomunicações (TELEBRAS), que congregava as operadoras estaduais, a Embratel e o Centro de Pesquisas (CPQD). Havia também a operadora do Estado do Rio Grande do Sul (CRT) e outras operadoras independentes (CTBC) Telecom, Sercontel e Ceterp.
Deste modo, no Brasil, a reestruturação e a privatização se deram com a introdução da competição na telefonia, com a licitação das concessões para a Banda B, tendo sido criado para isso um arcabouço regulatório mínimo (Lei Mínima) que desse aos investidores as garantias necessárias ao seu investimento e que permitisse o controle e o acompanhamento do setor pelas autoridades brasileiras. 
A aprovação da Lei Geral de Telecomunicações redefine as novas diretrizes para as telecomunicações, criando a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), órgão responsável pela regulamentação e fiscalização dos serviços de telecomunicações. Foram estabelecidos, pela ANATEL os planos de outorga, de metas de universalização de qualidade e do sistema tarifário, do contrato de concessão e outros requisitos fundamentais para a privatização do setor e cisão de cada operadora do sistema Telebrás em operadoras de telefonia fixa e de telefonia celular. (http://www.bndes.gov/conhecimento/revista/ver.1110pdf).
Nos países latinos americanos a privatização acontece em grande medida, em decorrência das pressões dos organismos multilaterais, como o FMI, dos credores internacionais e o resultado é a desnacionalização do sistema adquirido pelas empresas estrangeiras que dominam o setor. 
A informação torna-se mercadoria valiosa e, como tal, busca a ampliação de mercados. Como serviço de utilidade pública, o setor de telecomunicações caracterizou-se, em termos globais, por apresentar aspectos positivos na questão da relação de emprego, garantindo estabilidade, oportunidade de carreira com base em tempo de serviço, chances de qualificação, bem como salários e benefícios mais elevados que a média do mercado. No entanto, para a Laranjeira (1998), essa situação foi significativamente alterada com a desregulamentação/privatização. 
No entendimento de Laranjeira (1998) desregulamentação significa a redução da intervenção governamental na proteção de interesses sociais e econômicos, que o mercado, em razão de sua motivação primeira, o lucro, tende a ignorar. Assim, o Estado “regula” um setor impondo regras às empresas privadas em favor da população em geral, num esforço para compensar eventuais danos sociais causados pela atividade econômica, regulamentação não se confunde com propriedade estatal, assim como privatização não é sinônimo de desregulamentação, pois uma empresa pública pode ser privatizada mantendo a regulamentação, ou seja, desregulamentação não significa completa ausência de regulamentação. Já liberação significa abrir total ou parcialmente o mercado à concorrência privada; constitui instrumento poderoso para expansão do setor e elevação da eficiência, bem como para a queda dos preços dos serviços.
 Nos países periféricos, como os da América Latina, onde, em geral, os monopólios no setor de telecomunicações eram ou de propriedade estatais, ou controlados pelo Estado, a reestruturação encontra seu primeiro obstáculo na incapacidade dos governos de financiarem tal empreendimento (em razão da crise fiscal que abala as finanças daqueles países, desde meados dos anos 70, com agravamento nos anos 80).
4.5 NOVO PARADIGMA DA TERCEIRIZAÇÃO
Leite (2003) ao analisara emergência do novo paradigma produtivo, afirma que este está assentado em novas bases em relação ao fordismo e que é uma realidade que vem sendo constatada, tanto no setor industrial, como nas diferentes atividades do terciário.
Ainda que o princípio da intensificação do trabalho por meio da diminuição da jornada de trabalho continue por trás da lógica da produção, como no taylorismo, isso não significa que o paradigma taylorista continue prevalecendo, já que tal princípio constitutivo do próprio capitalismo parece estar presente desde os primórdios da produção industrial. 
Para Leite (2003), os princípios que caracterizaram o taylorismo/fordismo como forma de organização do trabalho (produção em massa de produtos estandardizados, a parcelização de tarefas, a rígida divisão de tarefas, a rígida divisão entre quem pensa e quem executa) encontra-se na linha de fogo dos novos conceitos de produção, mas isso não quer dizer que tenham sido inteiramente abandonados, mas em muitos casos redimensionados e inseridos em novas lógicas.
Há uma substituição da grande empresa por novas estruturas industriais, que tem se desenvolvido sob dois caminhos diferentes: o primeiro se caracteriza pela tendência à terceirização de várias fases do processo produtivo, com o surgimento de complexas cadeias produtivas comandadas por uma empresa-mãe, e também pela concentração de pequenas e médias empresas especializadas em itens específicos que operam com base em uma dinâmica de complementaridade.
[...] A terceirização, se trata de uma estratégia empresarial de transferir serviços, ou mesmo toda uma fase do processo produtivo, para outras empresas (terceiros), com objetivo alegado de descentralizar a produção, diminuir custos, melhorar a qualidade e aumentar a produtividade. (RAMALHO apud SANTOS, 1993, p. 35).
O que se observa é que enquanto nas empresas-mãe e nas fornecedoras de primeira linha, a maior parte da força de trabalho tende a ser formada por trabalhadores estáveis, bem pagos e qualificados para os quais a possibilidade de carreira e treinamento contínuo é considerada elementos essenciais, nas fornecedoras que produzem produtos tecnologicamente menos sofisticados do processo produtivo como um todo, a maior parte da mão-de-obra é constituída de trabalhadores poucos qualificados e instáveis, nos quais as empresas pouco investem. 
As empresas tornam-se enxutas: Cria-se uma “empresa mãe” (holding), que reúne em torno de si e médias empresas que fornecem produtos e serviços, estabelecendo-se a chamada terceirização. E as terceiras tendem, cada vez, a precarizar as relações de trabalho, reduzir ou eliminar direitos sociais, rebaixar salários, estabelecer contratos temporários, o que afeta profundamente às bases de defesa do trabalho conquistado no pós-guerra (IAMAMOTO, 200, p. 2).
Pochmann (2007), professor do Instituto de Economia e Pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia de Trabalho da Unicamp, assinalou que no Brasil a terceirização ganhou grande dimensão, mas a falta de regulamentação pública levou à precarização dos postos de trabalho. Apesar de ser o setor que mais cresceu nos últimos dez anos, ainda não há uma legislação adequada à regulamentação desse tipo de trabalho no país.
 Pochmann (2007) ainda afirma que a precarização é o lado negativo do setor, pois para competir num mercado cada vez mais globalizado, as empresas optam pela terceirização para reduzir os custos de mão-obra, o salário de um terceirizado é 50%, em média, menor do que um contratado. A estimativa de Pochmann é que a terceirização represente uma economia de 7% nos gastos da folha de pagamentos e encargos sociais, o que em 2005 representou R$ 26 bilhões. 
Em sua análise acerca da terceirização no país, ele diz que o número de trabalhadores terceirizados cresce em um ritmo cinco vezes maior que os da mão-de-obra formal no país, estes dados são de São Paulo, mas se refletem em todo país. De acordo com o economista de 1985 a 2005, enquanto o total de empregados de carteira assinada aumentou 1,4 vezes, o volume de empregados em empresas de terceirização foi multiplicado por sete. 
A pesquisa mostra ainda que enquanto nas décadas de 1980 e 1990 a terceirização era concentrada nos serviços de segurança, limpeza, manutenção e transportes, hoje ela migrou também para as atividades relacionadas com as atividades fins das empresas. O estudo analisou a situação dos empregados com carteira assinada no setor privado, com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério do Trabalho.
Com isso podemos constatar que há uma tendência para o aumento do trabalho instável e desqualificado. Estes estão intimamente relacionados com a ampliação das redes de subcontratação, uma vez que as empresas tendem a transferir uma parte dos seus trabalhadores juntamente com a terceirização de partes de seu processo produtivo, deste modo acabam sendo empurrados para a categoria de trabalhadores instáveis pelas empresas.
Assim, de um lado temos trabalhadores com maiores garantias de estabilidade no emprego, vantagens sociais e salários mais elevados, por outro lado temos trabalhadores sujeitos às relações de trabalho mais precário, direitos sociais reduzidos e salários menores.
Conforme Harvey (2005, p.144) vai denominar de “central e periférico”. 
O centro, grupo que diminui cada vez mais se compõe de empregados em tempo integral, condição permanente gozando de maior segurança no emprego, boas perspectivas de promoção, pensão e outras vantagens indiretas generosas, este grupo tende à expectativa de ser adaptável flexível e se necessário geograficamente móvel. [...] O periférico oferece uma flexibilidade numérica ainda maior e inclui, empregados em tempo parcial, empregados causais, pessoal com contrato por tempo limitado, temporários com menos acesso a oportunidades de carreira.
Contudo, por grandes transformações estão passando as organizações modernas, quer pela informatização, quer pela implementação de estruturas mais flexíveis e enxutas para que elas possam tirar maior proveito do mercado.
Além disso, o que podemos observar é que o próprio conceito de emprego está sendo modificado para o conceito de trabalho e ocupação. 
4.6 HISTÓRICO DA TELEMAR
O telefone foi inventado por Graham Bell em 10 de Março de 1876, fato que aconteceu em Boston, Massachusts, Estados Unidos. Dois meses após o sucesso de suas experiências, ele levou seu invento para a exposição centenária, na Filadélfia. Nesta exposição ele esperou por mais de seis semanas para que alguns dos juízes se interessassem pelo seu telefone. Numa tarde de domingo, D.Pedro II, imperador do Brasil, vai visitar a exposição. Tendo ele assistido a uma aula de Grahm Bell aos surdos-mudos, e ficando impressionados pelos métodos avançados que ele utilizava o imperador cumprimentou o jovem professor. Após a visita, como por encanto, todos os juízes começaram a indagar sobre o invento (Contexto Jornalismo & Assessoria Ltda.Telest. 1995 p. 11).
O telefone foi examinado e, logo, seu inventor estendeu um fio de um canto a outro da sala, dirigiu-se ao transmissor e pôs D.Pedro na outra extremidade. O silêncio era total e o Imperador tinha o receptor no ouvido quando, de repente, exclamou: ”Meu Deus, isto fala”. Menos de um ano depois já estava organizada, em Boston, a primeira empresa telefônica do mundo, a Bell Telephones Company, tendo como presidente o sogro de Graham Bell (Contexto Jornalismo & Assessoria Ltda.Telest. 1995, p. 15).
A mudança do nome ocorreu em 11 de Janeiro de 1923, sendo que a direção da empresa decidiu que ela se chamaria Brazilian Telephone Company, facultando o uso do nome em português: Companhia Telefônica Brasileira (CTB). Sete anos depois, em 25 de Março de 1929, a CTB já havia instalado 100.000 telefones, registrado no fim do mesmo ano, a marca de 103.209 telefones instalados (Contexto Jornalismo & Assessoria Ltda.Telest. 1995 p. 23).
Na segunda guerra mundial,os países europeus, tradicionais fornecedores de equipamentos telefônicos, deixaram de aceitar novas encomendas. Ao terminar a guerra em 1945, o Rio de Janeiro contava com 147.795 telefones, para uma população de 2.070.000 habitante, e já havia 29.187 pedidos para novos telefones, os pedidos não eram atendidos com rapidez, e, conseqüentemente, começavam a se formar filas de pretendente. A falta de telefones começou a gerar uma insatisfação da população em relação à CTB. As prefeituras, pressionadas pela opinião pública, não atendiam mais aos pedidos de aumento de tarifas, condicionando o reajuste do preço da assinatura à instalação de novos telefones. Com essa medida o lucro começou a decair e os recursos para instalação de novos telefones tornavam-se cada vez mais difíceis (Contexto Jornalismo & Assessoria Ltda.Telest. 1995 p. 26).
A crise que abateu afetou também as companhias subsidiárias como à telefonia de Minas Gerais e do Espírito Santo, diante da situação o governo do então Estado da Guanabara resolveu determinar a intervenção na CTB, em 28 de Novembro de 1956, através do decreto nº. 40.439. A Companhia Brasileira Telefônica foi nacionalizada, com sede no Rio de Janeiro e com operações também no Estado de São Paulo. Em 31 de Março de 1962, foi decretada a intervenção federal, através do decreto nº. 810, complementado pelo decreto nº. 881, de 10 de Abril de 1962. A medida visava manter a eficiência e a regularidade dos serviços telefônicos, principalmente das ligações interestaduais com a capital federal (Contexto Jornalismo & Assessoria Ltda.Telest. 1995 p. 31).
Em agosto do mesmo ano, o governo federal aprova pela lei 4.117, o código brasileiro de telecomunicações e cria o Conselho Nacional de Telecomunicações (CONTEL), órgão diretamente subordinado ao presidente da república, esse órgão tinha a responsabilidade de elaborar o Plano Nacional de Telecomunicação, promover seu desenvolvimento e fiscalizar as tarifas a serem pagas pela execução dos serviços (Contexto Jornalismo & Assessoria Ltda.Telest. 1995 p. 32).
Mesmo com as medidas acima, o Brasil não acompanhava o ritmo de desenvolvimento do país. As cidades cresciam e a população se multiplicava, enquanto os serviços telefônicos pouco evoluíam. Sem recursos, a CTB não podia manter convenientemente o serviço de manutenção da rede de cabos. Os problemas aumentavam em todos os setores, atingindo também, a formação de mão-de-obra especializada, feita pela própria empresa em escola mantida por ela no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. (Contexto Jornalismo & Assessoria Ltda.Telest. 1995 p. 32).
Na década de 60 a partir de 1964, foi criada a Empresa Brasileira de Telecomunicações (EMBRATEL) que tinha como objetivo a implantação e a exploração dos grandes troncos nacionais. Para por em prática esses serviços, foi criado o Fundo Nacional de Telecomunicações, constituído pelos recursos resultantes da cobrança da sobretaxa de 20% sobre a tarifa mensal do telefone em todo país, e de 30% sobre as tarifas de ligações interurbanas e internacionais, no mesmo ano, através de decreto-lei, é criado o Ministério das Comunicações. O telefone chega ao Espírito Santo 11 anos após Grahm Bell ter inventado o primeiro aparelho capaz de transmitir a voz humana à distância, na mesma época em que a Capital do Império (Rio de Janeiro) recebia suas primeiras unidades, a localidade de Santa Leopoldina, hoje um pacato município já contava em 1877, com um telefone no Porto de Cachoeiro. Em 1947, o Governo de Carlos Lindenberg lembrou que a CTB podia tomar conta do serviço telefônico de Vitória, operando pela empresa que fornecia à cidade-luz, Força e Bondes (Contexto Jornalismo & Assessoria Ltda.Telest. 1995 p. 33).
Em 14 de agosto de 1951, é inaugurada oficialmente, a Companhia Telefônica do Espírito Santo (CTES), ocasião em que também é eleita sua primeira diretoria, assim composta: Dirtetor-Presidente, Ceciliano Abel de Almeida; diretor-superintendente, Jaime Pereira Figueiredo; diretor, Howrd Eyles; e José Meira Quadros. No ano de 1962 a Telebrás, criada pelo Governo Federal, para desenvolver o sistema telefônico brasileiro, passa a ser uma empresa Holding, começando em cada estado do país a absorção das pequenas pelas grandes empresas, dando origem assim, às atuais empresas-pólos que constituem o Sistema Telebrás. No ano seguinte, em 26 de abril de 1973, em Assembléia Geral, a Companhia Telefônica do Espírito Santo passa a se chamar Telecomunicações do Espírito Santo S.A (TELEST). Empresa com capital 100% nacional, a TELEST tem como objetivo, a exploração do serviço de telecomunicações e atividades necessárias ou úteis à execução desses serviços no estado do Espírito Santo e no município de Aimorés, Estado de Minas Gerais (Contexto Jornalismo & Assessoria Ltda.Telest. 1995 p. 55).
O principal serviço oferecido ao público pela TELEST é o medidor de telefonia. Atualmente, a estrutura que garante o funcionamento de um telefone em Vitória é composta de Central Telefônica, Rede de Cabos, e Rede Externa. Durante o ano de 1994, foram investidos R$ 49,1 milhões, representando um acréscimo de 9,8% em relação ao ano de 1993. Na década de 90, foi concluída a primeira etapa do sistema básico interurbano, que compreende o trecho entre Cachoeiro do Itapemirim e Grande vitória, anel óptico e interligação com a EMBRATEL e Guarapari, abrangendo uma distância de 140 km. Através desse sistema a TELEST passou a ter a maior rede de transmissão do país com cabo de fibra ótica sem repetidores ou regeneradores de sinais. 
A TELEST, sob o ponto de vista de prestação de serviços de telecomunicações, tinha três tipos de públicos distintos: residencial, não-residencial e governo. O segmento residencial representava aproximadamente 73% do total de clientes. Entretanto, esse público gera apenas cerca de 38% de receita para empresa. O público não-residencial que inclui comércio e indústria, representa 26% dos clientes e, aproximadamente 56% da receita, o governo representa 1% dos clientes e gera para a Empresa aproximadamente de 5% (Contexto Jornalismo & Assessoria Ltda.Telest. 1995 p. 74).
No dia 24 de julho de 1998, a Telecomunicação do Espírito Santo foi privatizada, para que o processo ocorresse, a TELEST realizou um mapeamento de todos os trabalhos necessários para a operacionalização dos contratos com as novas empresas de telecomunicações, com o objetivo de conduzir a empresa para um posicionamento mais competitivo no mercado. Nos últimos meses foi caracterizada pelo ambiente uma efetiva caminhada rumo à privatização, com grande parte das atividades voltadas para o cumprimento do cronograma proposto pelo Ministério das Telecomunicações. 
(TELECOMUNICAÇÕES..., 1998) Visando à privatização, o tratamento aos grandes clientes passou por três fases até chegar ao atual nível de especialização, a primeira fase foi iniciada em 1973. Neste ano, apesar da Telebrás já existir como holding, ainda era forte a influência do Grupo CTB, através da Telerj e Telesp. Procurando adotar a mesma filosofia de trabalho do grande centro, a TELEST realizou uma revolução no atendimento comercial, saindo da postura de atendimento pessoal, onde todos os assuntos eram resolvidos somente nos escritórios da empresa. As solicitações de serviço, reclamações de contas telefônicas e defeitos que eram atendidos num balcão, criando diariamente uma grande aglomeração, como solução, a TELEST implanta um centro de atendimento por telefone.
(TELECOMUNICAÇÕES..., 1998) A segunda fase é iniciada em 1988, como o mercado dos chamados clientes especiais que eram de 3% da planta de terminais instalados, havia crescido em quantidade e também em volumes de negócio, causando dificuldades na obtenção de melhores resultados. Fundamentado nesses conflitos operacionais, que impediam de agilizar o processo de atendimento, conclui-se a necessidade de novas reestruturações tendo como influência a TELEMIG, que na ocasião era a empresa do Sistema TELEBRÁS, mais avançada em termos de consultoria

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