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Toxinfecções Alimentares UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS MICROBIOLOGIA AMBIENTAL Eduarda Nattaly Nobre Santos Renata de Araújo e Silva Introdução Entre os vários parâmetros que determinam a qualidade de um alimento, os mais importantes são, aqueles que definem as suas características microbiológicas. A avaliação da qualidade microbiológica quanto às condições de processamento, armazenamento e distribuição para o consumo, sua vida útil e quanto ao risco à saúde da população Introdução Portaria no 1.461 de 22 de dezembro de 1999 do ministério da saúde A Vigilância Epidemiologia das Doenças Transmitidas por Alimento (DTA) Portaria de no 1.271 de 6 de junho de 2014 Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde publica em todo território nacional. A vigilância epidemiologia no Brasil é através de surtos, com exceção: Cólera Botulismo Febre Tifoide Quando duas ou mais pessoas apresentam doenças semelhantes após ingerir alimento ou água de mesma origem (BRASIL, ministério da saúde, secretaria de vigilância sanitária, 2014). Introdução Milhões de pessoas adoecem todos os anos por conta das DTA. (OMS) Problema de saúde publica em todo o mundo elevada carga de mobilidade (Fundação Oswaldo Cruz, 2013). Anualmente, cerca de 1,8 milhões de pessoas morrem no mundo vitimas de doenças diarreicas 70% estão ligadas a alimentos ou agua contaminada (OMS, 2006) De acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), de 1999 a 2002, ocorreram 25.281 óbitos por DTA no Brasil, com uma média de 6.320 óbitos por ano (Carmo et al. 2005). Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs) É definida como uma enfermidade de natureza infecciosa ou toxica causada por agentes que entram em contato com o organismo através de ingestão de alimentos contaminados. (OMS). Quadro clínico associado: Anorexia; Náuseas; Diarreia e/ou vomito ; Acompanhada ou não de febre. Varia desde leve desconforto intestinal até quadros extremamente sérios, podendo levar a desidratação grave, diarreia sanguinolenta e insuficiência renal aguda. A intensidade: Número de cepas e a resistência do individuo. (Lacasse ,2000) É associado a sintomas digestivos PORÉM não se limitam apenas ao trato gastrointestinal Podendo afetar outros órgãos: sistema nervoso, corrente circulatória, aparelho genital, fígado e rins dependendo do agente etiológico. As doenças microbianas de origem alimentar podem ser subdivididas em duas grandes categorias: Intoxicações alimentares, causadas pela ingestão de alimentos contendo toxinas microbianas pré-formadas. EX: Clostridium botulinum, Staphylococcus aureus, Bacillus cereus e os fungos produtores de micotoxinas. Infecções alimentares, causadas pela ingestão de alimentos contendo células viáveis de microrganismos patogênicos. EX: Salmonella, Shiguella, Escherichia coli, Yersinia enterocolitica (invasivas), Vibrio cholerae, Escherichia coli, Campylobacter jejuni (toxigenicas). Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs) As toxinfecções alimentares (microbianas) ocorrem devido à presença de microrga-nismos em quantidades que se tornam prejudiciais à saúde do homem; Esses microrganismos estão em todas as partes: No nosso corpo (nariz, boca, pele, mãos) No ar No solo Na água Nos utensílios de cozinha (talheres, pratos e vasilhas) Nos equipamentos Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs) Mecanismos de defesa do organismo Ingestão de alimentos com um ou mais MO patogênico ou suas toxinas não necessariamente causará doença; Mecanismos naturais de defesa do indivíduo: Acidez estomacal Mucosa intestinal Ácidos biliares Motilidade intestinal Microbiota intestinal Mecanismos imunológicos de defesa Poucos invasores = Limitam a camada epitelial Bastante invasivos = Alcançam a circulação Natureza das DTAs Vários agentes causadores de doenças no homem ser transmitidos pelos alimentos: Produtos químicos (metais pesados, pesticidas, por exemplo); Toxinas naturais de plantas e animais (alcalóides, histamina, por exemplo); Vírus (hepatite, poliovírus, por exemplo); Parasitas (amebas, helmintos, por exemplo); Bactérias patogênicas; Fungos toxigênicos. Segundo dados da Food and Drug Administration aproximadamente 2/3 das etiolo-gias confirmadas de toxinfecções alimentares estão relacionadas a contaminação microbiológicas (bacteriológicas). Microrganismos Patogênicos de Importância em Alimentos Estes microrganismos estão agrupados em quatro categorias: 1. Bactérias Gram-positivas; 2. Bactérias Gram-negativas; 3. Fungos produtores de micotoxinas; 4. Vírus. 1.1 Clostridium botulinum Causam o botulismo no homem. O termo botulismo provém do latim botulus (salsicha). Neurotoxinas: Sinais neurológicos Paralisia flácida Acetilcolina Elevada letalidade Incubação de 12 a 36 horas. Principais alimentos: Embutidos de carne, conservas de palmito, champignon, pimentões, peixe e frutos do mar 1.2 Staphylococcus aureus Enteroxinas Tipo A Vômitos – toxinas SNC Período de incubação de 1 a 6 horas Resistente a condições ambientais Alimento com alta pressão osmótica As enterotoxinas são termoresistentes. Alimentos fontes de intoxicação: Leite, tortas recheadas com creme, saladas de batata, atum, frango entre outros 2.1 Escherichia coli (Patogênica) Toxina da Escherichia coli Comum no intestino de humanos A maioria não são patogênicas Período de incubação de 8 a 72 horas Alimento fonte de infecção: Leite não pasteurizado Carne mal cozida, gado, frango. É uma enterobactéria que uma vez detectada em alimentos indica contaminação microbiana de origem fecal e portanto está em condições higiênicas insatisfatórias. 2.2 Salmonella Podem causar a febre tifoide (S. thypi), as febres entéricas (S. paratyphi) e as enterocolites (salmoneloses). Mais de 200 variantes; Gastroenterite, dismotilidade e diarreia; Período de incubação entre 12 e 36 horas; Infecção células epiteliais; Alimentos fonte de infecção: Pescados, aves e répteis Produtos cárneos, ovos, leite (contato com conteúdo intestinal) Fezes (água, solo e veg.) e produtos de origem animal 2.3 Vibrio cholerae Foi reconhecida em 1817; Causou várias Pandemias; Enterotoxina; Doença infecciosa intestinal aguda; Diarréia leve (90%) a gastroenterite grave (10%); Desidratação infantil - choque e morte; Período de incubação de 2 a 3 dias ; Alimentos fonte de infecção: Água, alimentos crus e mal cozidos 3.1 Aspergillus spp Produz metabólitos secundários; Aflatoxinas; Alimentos fonte de infecção: Amendoim, semente de algodão, castanhas e grãos de outros cereais como milho. O calor no processamento de alimentos não inativa as aflatoxinas; 3.2 – Penicillium spp Inúmeras toxinas: Rubratoxina, citrina, xantocilina, patulina e outras A patulina é uma micotoxina estável em condições ácidas (encontrada em sucos de frutas). 3.3 – Fusarium spp Produzem pelo menos três tipos de micotoxinas; Estas toxinas são produzidas principalmente no trigo, cevada, aveia, centeio e milho, e sua produção é dependente de condições climáticas; Vários casos relatados após a II Guerra Mundial; Aleucia tóxica alimentar. 4.1 – Hepatite A Transmite-se pela via fecal-oral, sendo a água e os alimentos contaminados os principais veículos durante as epidemias; Fontes de infecção: Moluscos e saladas cruas O período de incubação varias de dois a seis meses; Elevada resistência ao calor, suportando temperaturas de 60ºC por meia hora; 4.2- Poliomielite Tem como hospedeiro natural o homem; Atualmente está praticamente erradicada; Fontes de infecção: Água, verduras cruas e mariscos são também vias importantes de transmissão. 4.3 - Rotavírus Os rotavírus causam gastrenterite Acomete principalmente em crianças com idade inferior a seis anos; Fontes de infecção: Água e alimentos. Prevenção Dificultada, pois os alimentos contaminados não apresentarem sinais da presença do micro-organismo (Normanno, 2006). Cuidados redobrados no meses mais quentes T ambiente = T ótima de crescimento dos MO As causas que fazem com que um alimento se torne impróprio para o consumo, geralmente são: Temperatura de conservação inadequada; Falta de higiene em seu preparo e ou conservação; Utilização de alimentos de origem duvidosa, principalmente perecíveis; Mediante contato com utensílios, superfícies e equipamentos lavados inadequadamente; Contato entre os alimentos crus e cozidos; Conclusão O Brasil possui estatísticas elevadas para incidência das DTAs; Nos países desenvolvidos há uma incidência significante que tende a aumentar apesar dos avanços tecnológicos; Há necessidade de maiores pesquisas em relação a identificação rápida e precisa destes microrganismos. Referências Bibliográficas FRANCO, B. D. G. M.; LANDGRAF, M. Microbiologia dos Alimentos. São Paulo: Editora Atheneu, 2006. BRASIL. Ministerio da Saúde. Portaria n.º 1.271 de 06 de junho de 2014. Lista Nacional de Notificação Compulsoria de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo e dá outra providência. Brasilia, 2014; Disponível em:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt1271_06_06_2014.html FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. A saúde do Brasil em 2030: Diretrizes para a prospecção estratégica do sistema de saúde brasileiro. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE; INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE DR. RICARDO JORGE. Cinco chaves para uma alimentação segura. Manual. Portugual, 2006 CARMO, G. M. I., et al. BRASIL. Ministério da Saúde. Vigilância epidemiológica das doenças transmitidas por alimentos no Brasil, 1999- 2004. Boletim Eletrônico Epidemiológico, v. 5, n. 6, dez. 2005. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/bol_epi_6_2005_corrigido.pdf. Oliveira, A.B.A.; Paula, C.M.D.; Capalonga, R.; Cardoso, M.R.I. & Tondo, E.C. Doenças transmitidas por alimentos, principais agentes etiológicos e aspectos gerais: uma revisão. Rev HCPA, v.30, n.3, p.279-285, 2010. LACASSE, D.2000.Introdução à Microbiologia Alimentar. Instituto Piaget.389p Obrigada!!
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