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Doação: Inter vivos e Mortis Causa

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DOAÇÃO:
Inter vivos: entre pessoas vivas.
Mortis causa: quando o doador tivesse morrido.
Isso no direito romano. NO direito atual, a doação mortis causa é o testamento, tratado em sucessões. A doação, em nosso direito,, é apenas inter vivos, portanto.
A doação é o contrato pelo qual alguém entrega, por liberalidade, bem ou vantagens de seu patrimônio para o de outra pessoa, que o aceita. art 538.
Artigo 538: trata da doação: o artigo prevê, também, a doação de vantagens (serviço prestado graciosamente, é algo que tenha valor qualquer, que é realizado por alguém, geralmente, mas não sempre, é uma obrigação de fazer ou não fazer), além de bens.
Para CM é essencial à doação a translação de valor econômico, não no sentido de caracterizar contrato real, pois não é, essa, essencial para a formação do contrato. O que se exige é a translação como objeto do contrato. Assim, não é doação o perdão de dívida, ou a renúncia a um direito, pois, apesar do caráter de liberalidade, não existe a translação do valor econômico.
Não é necessário o consentimento dos demais descendentes na doação entre ascendente e descendente, pois considera-se esse valor doado um adiantamento de herança. art. 544.
A doação entre o adultero e seu cúmplice não é permitida, sendo anulável nos termos do artigo 550.
Menor não pode doar. Tutor e curador também não podem doar os bens do pupilo ou do curatelado, pois tem capacidade de administração dos bens, não de disposição.
Para a capacidade passiva (receber a doação) não devem haver restrições quanto à PJ, o CC faz referencia expressa ao nascituro (542), à prole eventual (546) e aos incapazes (543).
O consentimento do donatário pode ser expresso, nos casos do artigo 538; presumido, quando o doador assinala prazo ao donatário para a manifestação da aceitação ou da recusa e, sendo doação pura e simples, o donatário não se manifesta. Se a doação for sujeita a encargo, o consentimento não pode ser presumido pelo silencia, que deve ser interpretado como recusa. O consentimento pode ser tácito quando puder ser inferido de uma conduta do donatário (caso da doação aos nubentes se os mesmos se casarem, prevista no art. 456). O consentimento pode ser ficto, nos casos do art. 543, que dispensa a aceitação dos absolutamente incapazes não havendo encargo.
542: nascituro: quem aceita a doação para o nascituro é a mãe e o pai. 
Doação para uma entidade futura (que ainda será feita) 554: a sociedade tem que ser formada em 2 anos, caso contrário a doação perde a eficácia.
Algumas restrições À doação devem ser destacadas:
	É nula a doação universal, ou seja, aquela que compreende a totalidade de bens do doador, a não ser que reserve renda suficiente para a subsistência do doador. – art. 548.
	É nula a doação inoficiosa, aquela que exceda a parte que o doador poderia dspor em testamento, no momento da doação.
	É possível a doação de bens futuros, que será interpretadacomo condicional e não terá nenhum efeito caso o bem não venha a ter existência ou não tenha o doador a disponibilidade sobre o mesmo. É vedada porém a doação eu trate de herança que o doador espera receber, ou que tenha o doador por ocasião de sua morte (doação de natureza sucessória indireta e direta, respectivamente).
A doação é, em regra, formal, requer alguma coisa escrita que registre que houve a doação. 541. – a doação pode ser verbal na presença de dois requisitos (p. único do 541): a entrega do bem deve ser dar imediatamente (caso contrário não tem valor jurídico, mesmo com testemunhas); além disso, a coisa doada tem de ter valor pequeno (depende de quem fez a doação, e da relação do valor do bem doado em relação ao patrimônio do doador, caso se prove que o bem doado é de valor razoável frente ao patrimônio do sujeito, a doação verbal não terá valor).
Art 114: a interpretação é sempre benéfica ao doador – a interpretação deve ser sempre favorável ao doador. Ex: por esse artigo, por exemplo, é possível afastar a regra do acessório segue o principal, no caso da doação apenas do principal, sem o acessório.
O doador (392) só responde por dolo: se alguém não consegue cumprir a obrigação, só responderá frente ao donatário, em caso de dolo. Se for por fato culposo (estrito senso), portanto, não responde o doador.
O doador não responde pela evicção (sujeito transfere o bem a outro, quando não tinha, na realidade, o bem, motivo pelo qual o adquirente perde a propriedade do bem), nem pelos vícios redibitórios. Caso o doador esteja de má-fé, ou expressamente assuma os riscos, responde pela evicção, ou seja, se souber que o bem não é dele. O doador não está sujeito aos vícios redibitórios (art. 552).
Se é dinheiro, não está sujeito a juros, a menos no caso de má-fé.
Não responde o doador por vício redibitório.
A doação feita a mais de uma pessoa é presumida, pelo 551, que as partes de cada uma são iguais. Pelo p. único, sendo os donatários, nesse caso, cônjuges, a morte de um não transfere sua cota para seus herdeiros, senão para o outro cônjuge.
O artigo 552: historicamente havia muitos casamentos arranjados, sendo comum o dote para o casamento. O artigo, na segunda parte, trata da doação para o casamento, nesses casos, o doador fica sujeito à evicção.
O consentimento: a doação é contrato unilateral, pois só uma das partes tem uma atividade. É NJ bilateral, pois ambas as partes devem consentir. A doação só se aperfeiçoa quando o donatário consente.
 O doador só responde por dolo, como visto, o que só não ocorre para a doação em casamento.
Tipos de doação:
Pura (sem nenhum encargo, sem nada além do bem doado, incluindo condições): podem vir acompanhadas das cláusulas de restrição de propriedade (impenhorabilidade, incomunicabilidade, inalienabilidade).
Mista: um meio termo entre doação e compra e venda: ex: quando o bem vale muito menos que o preço pago pelo que recebeu o bem. Como será lido o NJ, como doação ou como compra e venda. É necessário pensar no que predomina no caso: a doação ou a compra e venda, bem como na existência ou não do animus donandi.
Com encargo (doação modal): encargo é modalidade do NJ, típica e exclusiva dos NJS graciosos, o doador dá a coisa mas cria um encargo, geralmente obrigação de fazer. Se o donatário deixar de cumprir o encargo é possível anular a doação ou forçar o donatário a cumprir o encargo. A nulidade do encargo contamina a doação, salvo se for possível destacar a doação do encargo.
Doação remuneratória: seu motivo é a remuneração de alguém: ex: doação de um presente para o médico que não cobra consulta. Não é um pagamento, pois não havia a obrigação, porque não se exige a equivalência, mas ainda assim, é uma remuneração. Não é o pagamento, pois não há um crédito. Na doação remuneratória o propósito é recompensar pelos serviços recebidos, pelos quais o donatário não se torna credor de prestação exigível, que não cria crédito, portanto. segunda parte do 540- a doação está no excedente, no que foi dado a mais do que era devido. 
Por merecimento: Tem motivação no apreço que tem o doador pelo donatário, visando a agracia-lo por algum ato praticado ou feito consquistado.
Reversível: 547 – doação, mas se o donatário morre antes do doador, devolve-se o bem para o doador – espécie de condição resolutiva. Não pode beneficiar terceiro, ou seja, qualquer um que não o doador. A cláusula reversível não pode ser presumida, há de estar expressa no contrato. Cm defende que a doação reversível importa no desfazimento dos atos praticados pelo donatário, inclusive a alienação, que prejudiquem a restituição do bem ao doador, com a morte do locatário. Não é possível, porém, pleitear a devolução dos frutos ou do resultado de atos de mera administração, caso dos aluguéis.
Condicional: é a que está sujeita a um fato futuro e incerto. Entre as doações condicionais destaca-se a feita em contemplação de casamento futuro, regulado no 546. 
É possível doação periódica: até que o sujeito saia da faculdade, por exemplo. art. 545. Cessa sempre com a morte do donatário e, na ausênciade disposição em contrário, com a morte do doador, sendo a continuação da doação pelos herdeiros, nesse caso, nova doação.
Limites da doação: pode alguém doar todos os seus bens: não, a doação universal é proibida 548 : doação omnium bonorum. Existe mais alguma limitação ao poder de doar?
A principal das limitações: 549: é nula a doação nos casos em que existam herdeiros necessários, e for doado mais de 50% do patrimônio. A análise entre relação doação e patrimônio deve ser feita no momento do ato. A regra que prevalece é a de que quando houver a doação é necessário perceber se o valor ultrapassa 50% do patrimônio. Se isso ocorrer a doação será nula na parte que exceder os 50%. – é a grande limitação da doação.
E se as doações forem sucessivas? É necessário analisar o todo para saber se existe ou não a fraude a lei.
OBS: CM entende que não é possível promessa de doação, pois, apesar de preenchidos todos os requisitos formais para um contrato preliminar, assumir essa possibilidade na doação seria permitir a transferência graciosa dos bens por ordem judicial, contra a vontade do doador, o que seria ontologicamente contrário a essa modalidade. Discordo, ao assumir a doação como um contrato (art. 538), e não sendo um contrato real, o próprio regime legal assume a obrigação do doador em entregar o bem, de forma que, após a assinatura do contrato, será possível cobrar a entrega. Assumir a promessa de contrato não ameaça o caráter de liberalidade da doação, visto que a assinatura do contrato preliminar configura ato de livre vontade, não sendo a cobrança judicial do cumprimento deste, diferente da cobrança derivada da assinatura do próprio contrato de doação.
Revogação da doação:
A lei se refere à ingratidão do doador e ao descumprimento do encargo (art. 555). O art. 559 determina prazo decadencial de 1 ano, contado a partir do momento em que o doador soube do fato que autorizava a revogação da doação, e ter sido o donatário o seu autor, para pleiteá-la. 
NO direito brasileiro,, a faculdade de pedir a revogação pe personalíssima, não pode pleiteá-la ninguém que não o doador, é necessário faze-lo pela via judicial, a ação só pode ser proposta contra a pessoa do donatário (art. 560). A ação pode continuar para os herdeiros do doador contra o donatário, para o doador contra os herdeiros do segundo, ou para os sucessores do doador contra os do donatário (isso se iniciada ação quando as partes eram vivas).
Pelo descumprimento do encargo: o encargo é exigível pelo doador, pelo terceiro beneficiário ou pelo MP, no caso de interesse geral. O doador tem, ainda, a faculdade personalíssima de revogar a doação, com fundamento no descumprimento do encargo.
Pela ingratidão do donatário: a lei traz as hipóteses que considera ingratidão, tais hipóteses são números clausus:
Atentado contra a vida do doador, cônjuge, ascendente, descendente, irmão, ou cometeu crime de homicídio doloso contra eles – a tentativa ou a consumação de homicídio doloso caracterizam essa hipótese. 
No caso de homicídio doloso, os herdeiros do doador tem a legitimidade de pedir a revogação, excluídos de tal legitimidade se o doador houver perdoado o donatário antes de falecer.- art. 561. A absolvição em juízo criminal, por qualquer das escusativas de criminalidade impede a revogação.
Ofensa física contra o doador, cônjuge, ascendente, descendente, ou irmão. – Só a agressão física, sem o atentado contra a vida, já dá motivo para a revogação.
Injuria ou calúnia contra esses mesmos sujeitos. Nos termos em que esses atos são definidos pelo CP (arts.138 e 140 do CP).
Recusa de alimentos ao doador. Isso havendo 3 requisitos: poder dar os alimentos o donatário,, sem sacrifício da própria subsistência e de seus familiares, ser devedor deles o donatário, por faltarem os parentes mais próximos do doador, e a recusa do donatário, o que pressupõe a solicitação, por parte do doador.
Proferida a sentença revogadora, tem efeitos ex nunc, ou seja, a partir da data de citação do réu. Até essa data, é possuidor de BF e proprietário legítimo. Responde, quanto aos frutos, portanto,, apenas quanto aqueles posteriores.
Se o bem tiver sido alienado a terceiro antes da citação, não pode o doador reivindicar o bem, cabendo, pelo artigo 563, indenização por perdas e danos do donatário.
Se a doação for feita a mais de um donatário, revoga-se a parte correspondente ao que cometeu a ingratidão. Para CM, se o bem for indivisível, só será revogável a doação por ingratidão de todos.
O art. 564 traz hipóteses em que não são suscetíveis de revogação por ingratidão:
	Remuneratórias.
	Modais, com encargo já cumprido.
	As realizadas em cumprimento de obrigação natural. 
	Não é anulável a doação para casamento
Em nenhum caso é licito renunciar à faculdade de revogar a doação por ingratidão do donatário. Pode não usá-lo, mas não pode dele dispor. Art. 556.

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