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pdf pacote completo para trts especial 2016 direito processual civil conforme novo cpc p trts aul (AULA 11)

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Aula 11
Direito Processual Civil - Conforme Novo CPC p/ TRTs
Professores: Equipe Gabriel Borges, Gabriel Borges
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
Prof. Gabriel Borges 
 
 
 
 
Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 123 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ TRT 
Aula 11: DO PROCESSO DE EXECUÇÃO; DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO; DA 
SUSPENSÃO E DA EXTINÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO; DOS 
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS; DOS PROCEDIMENTOS DE JURISDIÇÃO 
VOLUNTÁRIA. 
 
Vimos nas outras aulas que o processo de conhecimento discute a 
titularidade do bem em litígio. Há incerteza sobre o direito material em disputa e 
o Estado é chamado a intervir, uma vez solucionado o litígio, a decisão judicial 
dará ensejo ao início da Execução Judicial, conforme procedimentos do 
Cumprimento de Sentença. 
No Processo de Execução, a situação é outra, o titular do direito é 
conhecido. O Estado deverá intervir, mas com seu poder coercitivo, para 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Capítulo XII: Do processo de execução; dos embargos à execução; da suspensão e da 
extinção do processo de execução; dos procedimentos especiais; dos procedimentos de 
jurisdição voluntária. 
02 
2. Resumo 94 
3. Lista das questões apresentadas 99 
4. Questões comentadas 106 
5. Gabarito 123 
CAPÍTULO XII: DO PROCESSO DE EXECUÇÃO; DOS EMBARGOS À 
EXECUÇÃO; DA SUSPENSÃO E DA EXTINÇÃO DO PROCESSO DE 
EXECUÇÃO; DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS; DOS PROCEDIMENTOS DE 
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA. 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
Prof. Gabriel Borges 
 
 
 
 
Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 123 
 
obrigar o devedor a cumprir a obrigação constituída em título 
extrajudicial. 
O Livro Do Processo de Execução regula o procedimento da 
execução fundada em título executivo extrajudicial, e suas disposições 
aplicam-se, também, no que couber, aos procedimentos especiais de 
execução, aos atos executivos realizados no procedimento de 
cumprimento de sentença, bem como aos efeitos de atos ou fatos 
processuais a que a lei atribuir força executiva. São exemplos de títulos 
executivos extrajudiciais: a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a 
debênture, o cheque, entre muitos outros, conforme art. 784 do CPC/2015. 
Logo no início, importante destacar que a execução deve ser orientada 
por dois princípios, aparentemente, opostos ± a efetividade da execução e 
menor onerosidade possível ao executado. 
Pelo princípio da efetividade da execução, deve-se atribuir ao credor 
exatamente o que lhe confere o título, no menor tempo possível. 
Por princípio da menor onerosidade ao devedor, o devedor, tendo 
possibilidade de adimplir sua dívida por mais de um meio, será beneficiado 
pela imposição do menos gravoso (art. 805). 
Também há exemplo deste último princípio nos arts. 847 e 793, do 
CPC/2015. 
O exequente, que estiver, por direito de retenção, na posse de coisa 
pertencente ao devedor, não poderá promover a execução sobre outros bens 
senão depois de excutida a coisa que se achar em seu poder (art. 793). 
O legislador foi muito feliz na redação do art. 793. Ora, se o exequente 
se encontra na posse de bem do devedor, deve-se primeiro executar tal bem, 
para depois, somente, partir à execução de outro. Caso contrário haveria 
grande risco de o credor controlar patrimônio muito superior ao da dívida. 
 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
Prof. Gabriel Borges 
 
 
 
 
Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 123 
 
PARTES 
No polo ativo da demanda executiva, pode existir a legitimação 
ordinária primária (ou originária), a legitimação ordinária superveniente (ou 
secundária) e a legitimação extraordinária. 
a) Legitimação ordinária primária (ou originária): ocorre quando, no 
polo ativo, a parte com legitimidade para iniciar o processo 
executivo ou a fase de cumprimento da sentença estiver indicada 
como credora no próprio título executivo. 
b) Legitimação ordinária superveniente (ou secundária): o 
demandante, somente ganha a legitimação para propor a demanda 
executiva por um ato ou fato superveniente ao título executivo. 
Mesmo atuando em nome próprio e defendendo interesse próprio, o 
sujeito que demanda, nessa circunstância, deve juntar à execução 
demonstração de que o ato que o legitima ocorreu de fato. 
c) Legitimação extraordinária: ocorre quando o sujeito em litígio o 
faz em nome alheio. Ex.: art. 778. Podem promover a execução 
forçada: [...] I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei. 
Já no polo passivo da demanda executiva, temos as seguintes 
hipóteses de legitimação: 
a) Legitimação ordinária primária (ou originária): o devedor, 
reconhecido como tal no título executivo; 
b) Legitimação ordinária superveniente (ou secundária): o espólio, 
os herdeiros, os sucessores do devedor ou o novo devedor que 
assume com o consentimento do credor a obrigação resultante do 
título executivo (art. 779, incisos II e III); 
c) Legitimação extraordinária: o fiador judicial e o responsável 
tributário, assim definido na legislação própria. 
 
 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
Prof. Gabriel Borges 
 
 
 
 
Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 123 
 
 
Notem que a legitimidade nem sempre estará expressa no título executivo, mas 
o título sempre conferirá legitimidade a alguém, ainda que em decorrência de 
previsão legal. 
 
LEGITIMIDADE ATIVA 
Poderá promover a execução: 
I - o credor a quem a lei confere título executivo; 
 Nesse caso, chamamos a ateQomR� SDUD� R� WHUPR� ³FUHGRU´�� SRLV�
devemos interpretá-lo de modo abrangente, ou seja, o termo se liga a 
obrigações de várias naturezas, não só à de pagar quantia certa. Assim, dir-se-
á credor de obrigação de entregar coisa, fazer e não fazer, entre outras. 
Para determinar a legitimação do sujeito que figura como credor, basta 
o magistrado comparar o sujeito que propõe a demanda com aquele indicado 
no titulo como credor. Em casos excepcionais, a lei poderá atribuir 
legitimidade ordinária a sujeito que não figura no título executivo como 
credor. É o caso do advogado que executa a sentença que fixa seus 
honorários. 
II - o Ministério Público, nos casos previstos em lei. 
É excepcional a hipótese de legitimação ordinária originária do MP, em 
que venha figurar no título executivo como credor. Seria o caso em que o MP 
demanda em nome próprio um interesse próprio com o intuito de condenar o 
demandado, de uma relação jurídica estabelecida desde a fase cognitiva, ao 
cumprimento de uma obrigação. 
Outra hipótese de atuação do MP é o seu ingresso em demanda 
judicial, em virtude de legitimação extraordinária, para defender em nome 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
Prof. Gabriel Borges 
 
 
 
 
Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 123 
 
próprio direito alheio, de terceiros. Isso fará com que o MP figure no título 
executivo, ainda que não se possa afirmar que o fará a título de credor. 
³$LQGD� TXH� ILJXUH� QR� WtWXOR� MXGLFLDO�� QmR� R� ID]HQGR� FRPR�
credor do direito, a legitimação do Ministério Público será 
extraordinária para a execução; [...] Essa circunstância 
cria uma espécie de legitimação sui generis, porque, 
apesar de constar do título executivo como autor da 
demanda, a legitimação não decorre desse fato, mas sim 
GH� H[SUHVVD� SUHYLVmR� OHJDO�´ (Neves, Daniel Amorin 
Assumpção,pg. 822, 3°Ed.) 
Há outras hipóteses em que a legitimidade do Ministério Público para 
atuar na demanda executiva, dependerá da inércia dos titulares do direito. Ex. 
ação civil pública fundada em direito individual homogêneo, de relevância 
social, em que o MP poderá executar a sentença se no prazo de um ano do 
trânsito em julgado não houver quem se habilite para executar a sentença. 
III - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre 
que, por morte deste [credor], lhes for transmitido o direito resultante do título 
executivo; 
Esse é um caso de legitimação superveniente em virtude da sucessão 
causa mortis. A legitimidade é atribuída ao espólio, aos herdeiros ou aos 
sucessores, que poderão dar início à demanda executiva, ou assumir o polo 
ativo no lugar do de cujus, uma vez que já se tenha iniciado a demanda. 
Conforme o momento da sucessão, são observados os seguintes 
requisitos: 
a) Antes de iniciada a execução: faz-se necessário demonstrar por 
meio de provas a legitimidade. 
b) Iniciada a execução: instaura-se um processo de habilitação 
incidente, com a suspensão, em tese, do processo principal. 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
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IV - o cessionário, presente quando o direito resultante do título 
executivo for transferido por ato entre vivos; 
Todo direito poderá ser objeto de cessão, salvo vedações legais. 
Dessa forma, a parte que recebe o crédito do detentor originário passa a ter 
legitimidade superveniente para executar o título. Para provar sua legitimação, 
o interessado deverá juntar na petição inicial, ou ao requerimento inicial, o 
instrumento de cessão de crédito. 
V - o sub-rogado, presente nos casos de sub-rogação legal ou 
convencional. 
Há legitimidade superveniente na hipótese de sub-rogação. Ela poderá 
ser legal ou convencional, devendo o sub-rogado provar esse fenômeno 
jurídico. 
Tanto na hipótese de cessão como de sub-rogação, não são os novos 
credores obrigados a figurar no polo ativo da demanda já em trâmite, sendo-
lhes facultado aguardar o resultado da demanda para, então, cobrar do antigo 
credor. 
 
LEGITIMIDADE PASSIVA 
O art. 779 do CPC/2015 dispõe sobre a legitimidade passiva no 
procedimento executivo. Assim, a execução poderá ser proposta em face do: 
I - devedor, reconhecido como tal no título executivo; 
 Analisa-se a responsabilidade para o cumprimento da obrigação. 
Aquele a quem se possa atribuir o cumprimento de uma prestação, poderá ser 
sujeito passivo da demanda executiva. Assim, é irrelevante para a fixação da 
legitimação se o sujeito é realmente o devedor, sendo necessário, somente, 
que o título o aponte como tal, para que ele participe no polo passivo da 
demanda judicial com legitimidade ordinária originária. 
II - espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
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 São hipóteses de legitimidade passiva derivada, ou também chamada 
de legitimação ordinária superveniente por causa mortis. 
III - novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a 
obrigação resultante do título executivo; 
 Ocorre assunção da dívida por outrem, de maneira a haver legitimação 
de novo devedor para conduzir o polo passivo do procedimento executivo. Na 
assunção da dívida a obrigação não muda. Ocorre a legitimação superveniente 
por ato inter vivos. 
IV - fiador do débito constante em título extrajudicial; 
O fiador é responsável por prestar fiança em benefício do obrigado por 
título executivo. A garantia poderá ser real [oferecimento de um bem] ou 
fidejussória [em que pessoalmente se obriga]. 
V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao 
pagamento do débito; 
VI - o responsável tributário, assim definido em lei. 
 
LITISCONSÓRCIO NA EXECUÇÃO 
Poderá ocorrer litisconsórcio na execução ± ativo, passivo ou misto. 
Regra geral, nas demandas executivas forma-se o litisconsórcio facultativo por 
conveniência dos sujeitos do processo. 
Na formação do litisconsórcio facultativo ocorre a cumulação de 
demandas, isso faz com que para verificar a formação litisconsorcial, ocorra a 
avaliação dos requisitos de admissibilidade da cumulação das demandas 
executivas. 
Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que 
fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que 
para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento. 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
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É importante lembrarmos que a formação do litisconsórcio, somente, 
ocorrerá se todos os credores e (ou) devedores vincularem-se à outra parte em 
razão de uma mesma relação jurídica material. 
 
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NA EXECUÇÃO 
Das modalidades de terceiros, somente a assistência e o recurso de 
terceiros são cabíveis no procedimento executivo. 
No entanto, existem modalidades específicas de intervenção de 
terceiro no procedimento executivo. Vejamos: 
1) Protesto pela preferência: Havendo pluralidade de credores ou 
exequentes, o dinheiro lhes será distribuído e entregue consoante a ordem das 
respectivas preferências. [...] Não havendo título legal à preferência, o dinheiro 
será distribuído entre os concorrentes, observando-se a anterioridade de cada 
penhora. (art. 908 do NCPC). 
2) Concurso especial de credores: em casos de penhoras sucessivas 
sobre a mesma demanda, haverá necessidade de que todos os credores da 
penhora participem da fase de pagamento. 
3) Exercício do benefício de ordem pelo fiador: O fiador, quando 
executado, tem o direito de exigir que primeiro sejam executados os bens do 
devedor situados na mesma comarca, livres e desembargados, indicando-os 
pormenorizadamente à penhora. Os bens do fiador ficarão sujeitos à execução 
se os do devedor, situados na mesma comarca que os seus, forem 
insuficientes à satisfação do direito do credor. O fiador que pagar a dívida 
poderá executar o afiançado nos autos do mesmo processo. (art. 595 do CPC). 
 
 
 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
Prof. Gabriel Borges 
 
 
 
 
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COMPETÊNCIA 
COMPETÊNCIA DA EXECUÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO 
EXTRAJUDICIAL 
A execução de titulo executivo extrajudicial será processada 
perante o juízo competente e observará: 
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do 
executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens 
a ela sujeitos; 
II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser 
demandado no foro de qualquer deles; 
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a 
execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de 
domicílio do exequente; 
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a 
execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do 
exequente; 
V - no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o 
fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o 
executado. 
Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos 
executivos, e o oficial de justiça os cumprirá, podendo praticá-los em 
comarcas contíguas, de fácilcomunicação, e nas que se situem na mesma 
região metropolitana. 
Além disso, sempre que, para efetivar a execução, for necessário o 
emprego de força policial, o juiz a requisitará. 
Uma inovação do CPC/2015 é que a requerimento da parte, o juiz 
poderá determinar a inclusão do nome do executado em cadastros de 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
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inadimplentes. Sendo a inscrição cancelada, imediatamente, se for efetuado o 
pagamento, se for garantida a execução ou se a execução for extinta por 
qualquer outro motivo. 
 
Também pode ser requerida a inclusão do nome do executado no cadastro de 
inadimplentes quando se tratar de Execução Judicial, por Cumprimento de 
Sentença. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA EXECUÇÃO 
QUANTO AO PROCEDIMENTO 
Quando falamos da ação temos que lembrar que sua atividade 
jurisdicional é substitutiva, ou seja, apenas busca satisfazer o direito 
requerido. Por meio da autorização legal ao Judiciário é permitido adentrar a 
esfera patrimonial do devedor, retirando bens, para satisfazer o direito do 
credor. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para 
o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. 
É importante saber, igualmente, que na ação de execução o 
contraditório não será plenamente observado. O que isso quer dizer? 
Quer dizer que o devedor não apresentará defesa nos próprios 
autos da ação. Deverá realizá-la de maneira incidental, por meio da oposição 
de embargos à execução (ação incidental autônoma) ou da ação pré-
executiva. 
Na execução, busca-se a satisfação da obrigação específica ± dar, 
fazer ou não fazer ± sendo, apenas, transformada em genérica ± obrigação de 
pagar a quantia certa ± quando a satisfação da obrigação específica for 
impossível de cumprir ou o credor requerer. 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
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A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de 
obrigação certa, líquida e exigível. E muito importante destacar: a existência 
de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo 
processo de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial. 
 
 
1. A execução equivalerá ao processo judicial autônomo, quando: 
a) Fundada em título executivo extrajudicial. 
b) Fundada em sentença penal condenatória. 
c) Fundada em sentença arbitral. 
d) Dirigida pela e contra a Fazenda Pública. 
e) Reclamar o adimplemento da obrigação de prestar alimentos. 
2. Quando o título for executivo judicial, o cumprimento da obrigação poderá 
ser perseguido: 
a) Por efetivação: usando-se o procedimento do cumprimento de sentença. 
DICA ± Sobre a fraude! 
x Características e diferenças da fraude à execução e fraude contra 
credores. 
Vamos lá! 
Na fraude contra credores a alienação é realizada antes do 
recebimento do mandado de citação na execução (art. 792). O 
desfazimento da alienação que ocorre em favor de terceiro poderá ser 
questionado pelo credor. 
Na fraude à execução a alienação ocorre após a citação. Nesse 
caso, a fraude será resolvida de modo incidental na execução, ou seja, não há 
exigência de propositura de demanda específica. A venda qualifica-se como 
ineficaz em relação ao credor. 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
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RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL 
A responsabilidade patrimonial é um instituto de direito processual e 
direito material. Como instituto de direito processual é entendida como a 
possibilidade de submissão de um patrimônio à satisfação do direito 
substancial do credor. 
Já como instituto de direito material, uma vez contraída a obrigação, 
uma das partes tem o dever de satisfazer o direito da outra. Representa uma 
situação jurídica de desvantagem que quando satisfeito o direito não faz surgir 
à dívida, característica do direito material. 
É importante lembrar que inexiste a responsabilidade pessoal. A 
responsabilidade é meramente patrimonial e nunca pessoal. 
 
BENS QUE RESPONDEM PELA SATISFAÇÃO NA EXECUÇÃO 
O art. 789 do CPC determina quais os bens patrimoniais do 
responsável respondem pela satisfação pela dívida. 
O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com 
todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas 
em lei. 
Percebam, portanto, que todos os bens do executado estão sujeitos 
à execução, as exceções à regra decorrem dos casos em que a lei 
expressamente impuser restrições à constrição (a exemplo dos casos de 
impenhorabilidade dos bens: art. 883). Há a possibilidade, inclusive, de ser 
reconhecida a responsabilidade patrimonial secundária, conforme 
disposição do art. 790. 
Vamos entender o que o cyGLJR�TXLV�GL]HU�FRP��³com todos os seus 
bens presentes e futuros´��Daniel Amorim Assumpção Neves expressa que 
GHYHPRV� HQWHQGHU� SRU� ³EHQV� SUHVHQWHV´� aqueles existentes à época do 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
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Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 123 
 
surgimento da dívida H�³EHQV�IXWXURV´� todos os adquiridos até a satisfação do 
direito do credor, salvo os bens alienáveis nesse período sem fraude. 
 
IMPENHORABILIDADE DE BENS 
É uma garantia a pessoa do devedor ± sua dignidade humana ± que 
certos bens não sejam objeto de expropriação judicial. 
O art. 883, CPC/2015 apresenta os bens que não poderão, de modo 
nenhum, serem penhorados, ou seja, não respondem pela satisfação da dívida. 
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não 
sujeitos à execução; 
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem 
a residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as 
necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; 
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do 
executado, salvo se de elevado valor; 
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as 
remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e 
os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de 
terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos 
de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal; 
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os 
instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de 
qualquer profissão do executado; 
VI - o seguro de vida; 
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se 
essas forem penhoradas; 
Direito Processual Civil 
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VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que 
trabalhada pela família; 
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para 
aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; 
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 
40 (quarenta) salários-mínimos; 
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por 
partido político, nos termos da lei; 
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, 
sob regimede incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. 
 
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL SECUNDÁRIA 
Ficam sujeitos à execução os bens (art. 790 do CPC): 
I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada 
em direito real ou obrigação reipersecutória; 
II - do sócio, nos termos da lei; 
III - do devedor, ainda que em poder de terceiros; 
IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens 
próprios ou de sua meação respondem pela dívida; 
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução; 
VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada 
em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra 
credores; 
VII - do responsável, nos casos de desconsideração da 
personalidade jurídica. 
 
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Teoria e Exercícios comentados 
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TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL 
Como já vimos, há dois tipos de títulos: judiciais e extrajudiciais. O 
primeiro é constituído pelo juiz, por meio da atuação jurisdicional. O 
extrajudicial é formado por ato de vontade das partes que constitui a 
relação jurídica de direito material. 
O código identifica títulos executivos judiciais e extrajudiciais. Os 
executivos judiciais não compõem o processo de execução porque são 
executados por cumprimento de sentença. 
Na prática, pode-se entender o cumprimento de sentença como se 
fosse parte do processo de execução, mas na verdade compõe o de 
conhecimento. O juiz verificando que uma parte tem razão procede ao 
procedimento próprio do cumprimento de Sentença (revejam aula sobre 
sentença). 
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; 
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; 
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela 
Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por 
conciliador ou mediador credenciado por tribunal; 
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de 
garantia e aquele garantido por caução; 
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte; 
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio; 
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, 
bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; 
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IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; 
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de 
condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia 
geral, desde que documentalmente comprovadas; 
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de 
emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas 
tabelas estabelecidas em lei; 
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir 
força executiva. 
§ 1o A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título 
executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução. 
§ 2o Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não 
dependem de homologação para serem executados. 
§ 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os 
requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for 
indicado como o lugar de cumprimento da obrigação. 
 
DAS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO 
Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o 
concurso universal de credores, realiza-se a execução no interesse do 
exequente que adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens 
penhorados. Recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo bem, cada 
exequente conservará o seu título de preferência. 
Ao propor a execução, incumbe ao exequente: 
I - instruir a petição inicial com: 
a) o título executivo extrajudicial; 
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b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da 
ação, quando se tratar de execução por quantia certa; 
O demonstrativo do débito deverá conter: 
I - o índice de correção monetária adotado; 
II - a taxa de juros aplicada; 
III - os termos inicial e final de incidência do índice de correção 
monetária e da taxa de juros utilizados; 
IV - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; 
V - a especificação de desconto obrigatório realizado. 
c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o 
caso; 
d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe 
corresponde ou que lhe assegura o cumprimento, se o executado não for 
obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do 
exequente; 
II - indicar: 
a) a espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um 
modo puder ser realizada; 
Pra entrega de coisa (Certa ± arts. 806 a 810; Incerta ± 811 a 
813); 
Obrigações de Fazer ou Não Fazer (arts. 815 a 823) 
Por Quantia Certa (arts. 824 a 909) 
Contra a Fazenda Pública (art. 910) 
De Alimentos (arts. 911 a 913) 
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b) os nomes completos do exequente e do executado e seus números 
de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da 
Pessoa Jurídica; 
c) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível. 
 
Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, 
esse será citado para exercer a opção e realizar a prestação dentro de 10 (dez) 
dias, se outro prazo não lhe foi determinado em lei ou em contrato. Contudo, 
será devolvida ao credor a opção, se o devedor não a exercer no prazo 
determinado. 
A escolha será indicada na petição inicial da execução quando couber 
ao credor exercê-la. 
 
Verificando que a petição inicial está incompleta ou que não está 
acompanhada dos documentos indispensáveis à propositura da 
execução, o juiz determinará que o exequente a corrija, no prazo de 15 
(quinze) dias, sob pena de indeferimento. 
Na execução, o despacho que ordena a citação, desde que 
devidamente promovida pelo exequente (com devida instrução de 
documentos), interrompe a prescrição, ainda que proferido por juízo 
incompetente. Essa interrupção da prescrição retroagirá à data de propositura 
da ação. 
Ademais, convém apontar que será nula a execução se: 
I - o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação 
certa, líquida e exigível; 
II - o executado não for regularmente citado; 
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III - for instaurada antes de se verificar a condição ou de ocorrer o 
termo. 
A mencionada nulidade será pronunciada pelo juiz, de ofício ou a 
requerimentoda parte, independentemente de embargos à execução. 
 
DA EXECUÇÃO PARA A ENTREGA DE COISA CERTA 
³&RLVD� FHUWD´�� VHJXQGR� D� OHL� p� DTXHOD� LQGLYLGXDOL]DGD� H� GHWHUPLQDGD��
quando proposta a execução. O procedimento da execução para entrega de 
coisa certa, fundada em título extrajudicial, vem regulado nos arts. 806 e 
seguintes. A lei prevê que do mandado de citação constará ordem para imissão 
na posse ou busca e apreensão, conforme se tratar de bem imóvel ou móvel, 
cujo cumprimento se dará de imediato, se o executado não satisfizer a 
obrigação no prazo que lhe foi designado. 
O art. 806 do CPC/15 prevê o prazo de quinze dias para que o devedor 
satisfaça a obrigação, entregando a coisa. Desse modo, se o executado 
entregar a coisa, será lavrado o termo respectivo e considerada satisfeita a 
obrigação, prosseguindo-se a execução para o pagamento de frutos ou o 
ressarcimento de prejuízos, se houver. Se a coisa quando já litigiosa for 
alienada, será expedido mandado contra o terceiro adquirente, que somente 
será ouvido após depositá-la. 
 
PROCEDIMENTO (ARTIGOS 806 A 810) 
1- O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título 
executivo extrajudicial é citado para satisfazer a obrigação em 15 (quinze) 
dias. 
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- Se o executado entregar a coisa, será lavrado o termo respectivo e 
considerada satisfeita a obrigação, prosseguindo-se a execução para o 
pagamento de frutos ou o ressarcimento de prejuízos, se houver. 
- Ao despachar a inicial, o juiz pode fixar multa por dia de atraso no 
cumprimento da obrigação, ficando o respectivo valor sujeito a alteração, caso 
2- Do mandado de citação constará ordem para imissão na posse ou 
busca e apreensão, conforme se tratar de bem imóvel ou móvel, cujo 
cumprimento se dará de imediato, se o executado não satisfizer a obrigação 
no prazo que lhe foi designado. 
- Alienada a coisa quando já litigiosa, será expedido mandado contra o 
terceiro adquirente, que somente será ouvido após depositá-la. 
3- O exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da 
coisa, quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, não for encontrada ou 
não for reclamada do poder de terceiro adquirente. 
- Não constando do título o valor da coisa e sendo impossível sua 
avaliação, o exequente apresentará estimativa, sujeitando-a ao arbitramento 
judicial. 
- Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os prejuízos. 
- Havendo benfeitorias indenizáveis feitas na coisa pelo executado ou por 
terceiros de cujo poder ela houver sido tirada, a liquidação prévia é obrigatória. 
- Havendo saldo: I - em favor do executado ou de terceiros, o exequente o 
depositará ao requerer a entrega da coisa; II - em favor do exequente, esse 
poderá cobrá-lo nos autos do mesmo processo. 
 
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DA EXECUÇÃO PARA A ENTREGA DE COISA INCERTA 
³&RLVD� LQFHUWD´� p� GHWHUPLQiYHO� SHOR� JrQHUR� H� TXDQWLGDGH�� TXDQGR� D�
execução recair sobre coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o 
executado será citado para entregá-la individualizada, se lhe couber a escolha. 
De outro modo, se a escolha couber ao exequente, esse deverá indicá-la na 
petição inicial, art. 811 CPC/15. A particularidade no procedimento da 
execução para entrega de coisa incerta é a necessidade de individualização da 
coisa. Sendo assim o art. 244 do Código Civil dispõe que ³nas coisas 
determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao 
devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não 
poderá dar a coisa pior, nem será obrigada a prestar a melhor´� 
 
PROCEDIMENTO (ARTS 811 A 813) 
1- Se a escolha cabe ao executado, ele é citado para entregá-la 
individualizada. Se a escolha cabe ao exequente, este irá indicá-la na petição 
inicial. 
2- Qualquer das partes pode, no prazo de 15 (quinze) dias, impugnar 
a escolha feita pela outra parte, e o juiz decidirá de plano ou, se necessário, 
ouvindo perito de sua nomeação. 
3- Aplica-se à execução para entrega de coisa incerta, no que couber, 
as disposições relativas à entrega de coisa certa. 
 
DA EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER OU DE NÃO FAZER 
As obrigações de fazer são aquelas em que o devedor compromete-se 
a realizar uma prestação, consistente em atos ou serviços, de natureza 
material ou imaterial. Sendo que há obrigações de fazer fungíveis embora 
assumidas pelo devedor, podem ser cumpridas por qualquer pessoa, pois não 
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levam em conta qualidades pessoais [do devedor, imanentes a ele]; e 
infungíveis aquelas que só o devedor pode cumprir. 
O CPC/15 prevê que quando o objeto da execução for obrigação de 
fazer, o executado será citado para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe 
designar, se outro não estiver determinado no título executivo. Sendo que se o 
executado não satisfizer a obrigação no prazo designado, é lícito ao exequente, 
nos próprios autos do processo, requerer a satisfação da obrigação à custa do 
executado ou perdas e danos, hipótese em que se converterá em indenização. 
Com a juntada aos autos do mandado de citação começa o prazo, 
aquele assinalado no título ou fixado pelo juiz, para que a obrigação seja 
cumprida. Mesmo que seja fungível, é possível que o juiz, de ofício ou a 
requerimento da parte, fixe multa periódica, para o não cumprimento. 
Se o devedor não cumprir a obrigação fungível, o credor poderá 
requerer que outra pessoa a cumpra, no seu lugar e às suas expensas, 
conforme prevê o art. 817 do CPC/15 se a obrigação puder ser satisfeita por 
terceiro, é lícito ao juiz autorizar, a requerimento do exequente, que 
aquele a satisfaça à custa do executado. O exequente deverá apresentar 
proposta para a prestação e adiantará as quantias previstas na proposta que, 
ouvidas as partes, o juiz houver aprovado. Uma vez realizada a prestação, o 
juiz ouvirá as partes no prazo de 10 (dez) dias e, não havendo impugnação, 
considerará satisfeita a obrigação. Sendo que se o terceiro contratado não 
realizar a prestação no prazo ou se o fizer de modo incompleto ou defeituoso, 
poderá o exequente requerer ao juiz, no prazo de 15 (quinze) dias, que o 
autorize a concluí-la ou a repará-la à custa do contratante. 
A execução de obrigação de não fazer ocorre quando o devedor pratica 
o ato do qual, por força do título executivo, estava obrigado a abster-se. A 
obrigação, que tem conteúdo negativo, acaba adquirindo caráter positivo, 
porque, se o devedor a descumprir, será obrigado a desfazer aquilo a que, por 
força do título, não deveria ter realizado. Sendo que não há propriamente 
execução de obrigação de não fazer; mas, sim, de desfazer aquilo que foi 
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indevidamente feito. E o desfazer não pressupõe inércia do devedor, mas ação. 
No art. 822 do CPC/15, prevê-se que se o executado praticou ato a cuja 
abstenção estava obrigado por lei ou por contrato, o exequente requererá ao 
juiz que assine prazo ao executado para desfazê-lo. 
 
DA EXECUÇÃO POR QUANTIACERTA 
A execução por quantia certa realiza-se pela expropriação de bens do 
executado, sendo que a expropriação consiste em: 
I ± adjudicação: é a forma indireta de satisfação do credor, que se dá 
pela transferência a ele ou aos terceiros legitimados, da propriedade dos bens 
penhorados. A adjudicação pode ter por objeto bens móveis ou imóveis, e só 
pode ser feita pelo valor de avaliação. Depois que o bem tiver sido avaliado, os 
legitimados poderão requerer a adjudicação a qualquer tempo, enquanto não 
tiver sido realizada a alienação particular ou a hasta pública. O art. 876 do 
CPC/15 prevê que é lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da 
avaliação, requerer que lhe sejam adjudicados os bens penhorados. Requerida 
a adjudicação, o executado será intimado do pedido: 
- pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos 
autos; 
- por carta com aviso de recebimento, quando representado pela 
Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos; 
- por meio eletrônico, quando, sendo o caso do § 1o do art. 246, não 
tiver procurador constituído nos autos. 
II ± alienação: é o ato pelo qual o titular transfere sua propriedade a 
outro interessado, sendo que é uma forma voluntária de perda da propriedade. 
A alienação far-se-á: 
Conforme previsão do art. 880 do CPC/2015, não efetivada a 
adjudicação, o exequente poderá requerer a alienação por sua própria iniciativa 
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ou por intermédio de corretor ou leiloeiro público credenciado perante o órgão 
judiciário. 
A alienação far-se-á em leilão judicial se não efetivada a adjudicação 
ou a alienação por iniciativa particular, sendo que o leilão do bem penhorado 
será realizado por leiloeiro público. Ressalvados os casos de alienação a cargo 
de corretores de bolsa de valores, todos os demais bens serão alienados em 
leilão público. Não sendo possível a sua realização por meio eletrônico, o leilão 
será presencial. 
 
DA EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA 
De acordo com o CPC/15 na execução fundada em título extrajudicial, 
a Fazenda Pública será citada para opor embargos em 30 (trinta) dias. Sendo 
que, não opostos embargos ou transitada em julgado a decisão que os rejeitar, 
expedir-se-á precatório ou requisição de pequeno valor em favor do exequente, 
observando-se o disposto no art. 100 da Constituição Federal. 
 
 Constituição/1988 
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital 
e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica 
de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de 
casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este 
fim. 
Nos embargos, a Fazenda Pública poderá alegar qualquer matéria que 
lhe seria lícito deduzir como defesa no processo de conhecimento. 
 
 
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DA EXECUÇÃO DE ALIMENTOS 
Na execução fundada em título executivo extrajudicial que contenha 
obrigação alimentar, o juiz mandará citar o executado para, em 3 (três) dias, 
efetuar o pagamento das parcelas anteriores ao início da execução e das que 
se vencerem no seu curso, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de 
fazê-lo. Ao despachar a inicial, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao 
empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a 
partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do protocolo 
do ofício. 
Não requerida a execução nos termos GHVWD�³([HFXomR�GH�$OLPHQWRV´, 
observar-se-á o disposto na execução por quantia certa, com a ressalva de 
que, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo aos 
embargos à execução não obsta a que o exequente levante mensalmente a 
importância da prestação. 
O art. 528 do CPC/15 cuida do cumprimento de sentença que 
reconheça a exigibilidade de obrigação de prestar alimentos. Estabelece que o 
cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia 
ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do 
exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, 
pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. 
Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for 
aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial, irá decretar-
lhe a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. A prisão será cumprida em 
regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns. O 
cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações 
vencidas e vincendas. Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o 
cumprimento da ordem de prisão. 
 
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SUSPENSÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO 
O processo constitui um conjunto de atos destinados a um objetivo: a 
sentença de mérito. A maneira como os atos processuais desenvolvem-se 
caracteriza o procedimento. Assim, formado o processo, temos o 
desencadeamento dos atos processuais que são realizados de modo 
ininterruptos até sua extinção. 
No entanto, essa sequência de atos poderá sofrer solução de 
continuidade, com a suspensão do procedimento. 
A suspensão do procedimento consiste em uma situação instrumental 
que se destina a permanecer durante um determinado período de tempo, sem 
ocasionar a extinção do processo. 
DICA 
- Não confundam suspensão com paralisações. O fato de o processo 
estar paralisado não quer dizer que esteja suspenso. 
- Quando ocorre suspensão do procedimento, é vedado a pratica de 
atos processuais, ressalvadas as hipóteses de urgência. 
Art. 314. Durante a suspensão é vedado praticar qualquer ato 
processual, podendo o juiz, todavia, determinar a realização de atos 
urgentes a fim de evitar dano irreparável, salvo no caso de arguição de 
impedimento e de suspeição. 
- Em casos de paralisações não há vedações para a prática de atos 
processuais. 
 
CASOS DE SUSPENSÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO 
Suspende-se a execução: 
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I - no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo 
os embargos à execução (art. 919 ± casos de não suspensão); 
- os embargos à execução (principal modalidade de defesa 
do executado) podem suspender a execução, se o órgão judicial o 
determinar. 
 
II - nas hipóteses previstas nos artigos 313 a 315 no que couber; 
(vide aula sobre Suspensão e Extinção do Processo) 
Exemplo: pela morte ou perda da capacidade processual de 
qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador; 
ou pela convenção das partes 
 
III - quando o devedor não possuir bens penhoráveis. 
- Sem bens a serem penhorados não há como prosseguir à 
execução. Além disso, quando os bens forem insuficientes para se 
efetivar a penhora útil, suspende-se a execução. Nessa hipótese, o juiz 
suspenderá a execução pelo prazo de 1 (um) ano, durante o qual se 
suspenderá a prescrição.Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano 
sem que seja localizado o executado ou que sejam encontrados bens 
penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos. 
Os autos serão desarquivados para prosseguimento da execução 
se a qualquer tempo forem encontrados bens penhoráveis. 
Decorrido o mencionado prazo de 1 (um) ano sem manifestação 
do exequente, começa a correr o prazo de prescrição intercorrente. 
O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, 
poderá, de ofício, reconhecer a prescrição e extinguir o processo. 
 
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IV - se a alienação dos bens penhorados não se realizar por falta 
de licitantes e o exequente, em 15 (quinze) dias, não requerer a 
adjudicação nem indicar outros bens penhoráveis; 
 
V - quando concedido o parcelamento de que trata o art. 916. 
 
 EXTINÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO 
São hipóteses de extinção da execução com solução de mérito: 
 
1) Quando o devedor satisfaz a obrigação 
- Principal hipótese de execução do procedimento executivo 
com exame de mérito: o pagamento da obrigação pelo devedor. 
O pagamento poderá ser voluntário ou poderá resultar da 
execução forçada, com a entrega do dinheiro ao credor, adjudicação do 
bem penhorado pelo credor ou do usufruto judicial de bem executado. 
2) Quando o devedor obtiver, por transação ou por qualquer 
outro meio, a extinção da dívida 
- Hipótese de extinção da execução em razão de outra forma 
de extinção do vínculo obrigacional subjacente ao procedimento 
executivo como, compensação, transação, confusão, novação ou 
remissão de dívida. 
3) Quando o exequente renunciar ao crédito. 
- Extingue-se em razão da renúncia do direito objeto da 
execução. Ato unilateral do credor que leva à extinção da execução 
com exame de mérito. 
4) Ocorrer a prescrição intercorrente 
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5) A petição inicial for indeferida. 
A execução também poderá ser extinta em razão da 
inadmissibilidade do procedimento executivo ou em razão da 
revogação da demanda executiva. 
x Inadmissibilidade do procedimento: Exemplo: 
 É nula a execução: 
I - se o título executivo extrajudicial não corresponder a 
obrigação certa, líquida e exigível. 
x Revogação da demanda executiva: 
Art. 775. O credor tem a faculdade de desistir de toda a 
execução ou de apenas algumas medidas executivas. 
Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o 
seguinte: 
a) serão extintos os embargos que versarem apenas sobre 
questões processuais, pagando o credor as custas e os honorários 
advocatícios; 
b) nos demais casos, a extinção dependerá da concordância 
do embargante. 
 
- O art. 925 do CPC determina que a extinção da execução, somente, produz efeito se for 
reconhecida por sentença. Porém, a execução poderá ser processada em tribunal, 
podendo, a extinção da execução, ser resultado de um acórdão ou decisão monocrática 
de membro de tribunal. 
DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA (arts. 513 a 538 do CPC/2015) 
O cumprimento da sentença se realiza segundo as regras do Título II 
(Do Cumprimento de Sentença) do Livro I da Parte Especial do CPC/2015, 
observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto 
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no Livro II da Parte Especial (Processo de Execução Extrajudicial). Desse 
modo, o Livro correspondente ao Processo de Execução poderá ser 
subsidiariamente utilizado no procedimento do Cumprimento de Sentença. 
Importante destacar que o Cumprimento de Sentença, apelidado de 
Execução Judicial, destina-se, via de regra, ao cumprimento de título judicial, a 
exemplo da sentença ou da decisão proferida no processo civil que reconheça 
a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de 
entregar coisa. 
Quando reconhecido o dever de pagar quantia, a sentença será 
executada, de modo provisório ou definitivo, a pedido do exequente. 
Percebam, portanto, que diante da prestação de pagar quantia certa, o 
cumprimento não seguirá o princípio do impulso oficial e deverá ser requerida 
pela parte interessada. 
Se o requerimento for formulado após 1 (um) ano do trânsito em 
julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do devedor, por meio 
de carta com aviso de recebimento encaminhada ao endereço constante dos 
autos. 
Se o tempo for igual ou menor a um ano, o devedor será intimado para 
cumprir a sentença, por um desses meios: 
I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos 
autos; 
II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela 
Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, 
ressalvada a hipótese de ser réu revel; 
III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1o do art. 246, não tiver 
procurador constituído nos autos. 
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Art. 246. [...] 
§ 1o Com exceção das microempresas e das empresas de 
pequeno porte, as empresas públicas e privadas são obrigadas a 
manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, 
para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão 
efetuadas preferencialmente por esse meio. 
IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256, tiver sido revel na 
fase de conhecimento. 
Art. 256. A citação por edital será feita: 
I - quando desconhecido ou incerto o citando; 
II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que 
se encontrar o citando; 
III - nos casos expressos em lei. 
§ 1º Considera-se inacessível, para efeito de citação por 
edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória. 
§ 2º No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar 
o réu, a notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se 
na comarca houver emissora de radiodifusão. 
§ 3º O réu será considerado em local ignorado ou incerto se 
infrutíferas as tentativas de sua localização, inclusive mediante 
requisição pelo juízo de informações sobre seu endereço nos 
cadastros de órgãos públicos ou de concessionárias de serviços 
públicos. 
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Na hipótese de intimação por carta ou meio eletrônico, considera-se 
realizada a intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem 
prévia comunicação ao juízo, observando-se que são presumidas válidas as 
intimações dirigidas ao endereço constante dos autos, ainda que não recebidas 
pessoalmente pelo interessado, se a modificação temporária ou definitiva não 
tiver sido devidamente comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir da 
juntada aos autos do comprovante de entrega da correspondência no primitivo 
endereço. 
O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em 
face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da 
fase de conhecimento. 
Relevante destacar que, por disposição do art. 514, quando o juiz 
decidirrelação jurídica sujeita a condição ou termo, o cumprimento da 
sentença dependerá de demonstração de que se realizou a condição ou de que 
ocorreu o termo (considera-se termo o evento futuro e certo que venha a 
desencadear os efeitos do negócio jurídico). 
TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS 
Dispõe o art. 515 que são títulos executivos judiciais: 
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a 
exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de 
entregar coisa; 
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial; 
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de 
qualquer natureza; 
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IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao 
inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal; 
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos 
ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; 
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; 
VII - a sentença arbitral; 
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de 
Justiça; 
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão 
do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; 
JUÍZO DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
O cumprimento da sentença será efetuado perante: 
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária; 
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; 
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal 
condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão 
proferido pelo Tribunal Marítimo. 
Nos casos dos números II e III, o exequente poderá eleger o foro, 
podendo optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local 
onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde 
deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, situações em que a 
remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem. 
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DEFESA DO EXECUTADO 
O artigo 518 amplia o contraditório da fase de cumprimento de 
sentença ao prever que todas as questões relativas à validade do 
procedimento de cumprimento da sentença e dos atos executivos 
subsequentes poderão ser arguidas pelo executado nos próprios autos e 
nestes serão decididas pelo juiz. 
No mesmo sentido da obrigação de pagar quantia certa, quando 
o cumprimento de sentença impuser o pagamento de prestação alimentícia 
ou a decisão interlocutória fixar alimentos, o juiz, igualmente, aguardará o 
requerimento do exequente para mandar intimar o executado pessoalmente. 
O executado, por sua vez, terá 3 (três) dias para pagar o débito, provar que o 
fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. 
No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de 
obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a 
requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela 
pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à 
satisfação do exequente. 
 
A consignação extrajudicial se concretiza por meio do depósito da 
importância devida em instituição oficial, como o Banco do Brasil. Além da 
modalidade extrajudicial, a consignação pode ser judicial, viabilizada pela ação 
de consignação em pagamento, na qual o devedor ou terceiro tentará obter a 
declaração judicial do adimplemento da obrigação de pagar a quantia em 
dinheiro ou entregar o bem. 
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 
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É forma atípica de extinção das obrigações, já que a forma comum é o 
pagamento da obrigação. Assim, quando o credor se recusa a receber ou 
quitar o pagamento, ou ainda, havendo obstáculo fático ou jurídico que 
impossibilite o pagamento, a consignação em pagamento poderá ser utilizada. 
A alegação de que o credor evita o adimplemento justifica a 
consignação em pagamento. Para a liberação do devedor é necessário que o 
depósito realizado preencha todos os requisitos de caracterização do 
adimplemento. São requisitos para o depósito em dinheiro: 
a) Deve-se realizar o depósito no valor do principal e dos acessórios, 
como juros; 
b) A realização do depósito deve ocorrer no lugar do pagamento; 
c) Existência no local do pagamento de estabelecimento bancário 
oficial ou particular. 
Preenchidos os requisitos e tendo o devedor realizado o depósito na 
instituição bancária, o credor será cientificado pelo banco, por meio de carta 
com aviso de recebimento, para se posicionar em relação ao depósito em um 
prazo de 10 dias. A doutrina majoritária entende que o prazo de 10 dias 
começará a contar a partir do efetivo recebimento da notificação ± não se trata 
de prazo processual (não se conta em dias úteis). 
O CPC/2015, por uma mudança silenciosa, deixou de reproduzir a 
previsão que constava no §1º do at. 891, segundo o qual: quando a coisa 
devida for corpo (bem que não dinheiro) que deva ser entregue no lugar em que 
está, poderá o devedor requer a consignação no foro em que ela se encontra. 
A supressão dessa previsão foi inócua, já que continua a valer a regra. 
 
¾ ENUNCIADO FPPC 
59. (art. 540). Em ação de consignação e pagamento, quando a coisa 
devida for corpo que deva ser entregue no lugar em que está, poderá o 
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devedor requerer a consignação no foro em que ela se encontra. A supressão 
do parágrafo único do art. 891 do Código de Processo Civil de 1973 é inócua, 
tendo em vista o art. 341 do Código Civil. 
Voltando à questão do prazo... durante o decêndio (prazo de 10 dias) 
para manifestação do credor sobre o depósito, ele poderá: 
1) Levantar o valor depositado junto ao banco, o que extinguirá a 
obrigação; 
2) Levantar o valor depositado junto ao banco, mas fazer ressalvas 
em relação à exatidão do valor, podendo cobrar por vias próprias a diferença. 
Nessa situação, é lícito ao autor (quem realizou o depósito) completá-lo, dentro 
de 10 (dez) dias; 
3) Não se manifestar (silenciar), caso em que considera aceito o 
valor depositado (aceitação tácita), extinguindo-se a obrigação e ficando o valor 
depositado à espera do levantamento pelo credor; 
4) Decorrido o prazo de 10 dias, sem a manifestação de recusa 
(sem qualquer motivação), reputar-se-á o devedor liberado da obrigação, 
ficando à disposição do credor a quantia depositada. 
Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento 
bancário, o devedor ou terceiro poderá propor, dentro de um mês, a ação de 
consignação, instruindo a petição inicial com a prova do depósito e da recusa. 
Não proposta a ação no prazo de um mês, ficará sem efeito o depósito, 
podendo levantá-lo o depositante (§ 4°, art. 539 do CPC). 
A consignação extrajudicial, como já se falou, qualifica-se como forma 
alternativa de solução dos conflitos de interesses, não sendo procedimento 
obrigatório, ela dispensa a participação do poder judiciário. A consignação 
extrajudicial não é requisito prévio para impetrar a açãode consignação em 
pagamento em momento posterior, é uma opção do devedor que poderá 
preferir a demanda judicial, salvo na hipótese de consignação de prestação 
oriunda de compromisso de compra e venda de lote urbano (Lei nº 6.766/1979, 
art. 33). 
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Contudo, caso tenha sido feito uso da medida extrajudicial, sem, no 
entanto, alcançar a finalidade liberatória da obrigação, o comprovante do 
depósito será essencial à propositura da ação de consignação em pagamento. 
Isso ocorre para que não seja feito outro depósito. Após a realização do 
depósito ou da juntada do comprovante do depósito efetivado no plano 
extrajudicial, na dinâmica procedimental, o credor será citado. 
- A ação de consignação em pagamento é o instrumento jurídico processual 
que o devedor ou terceiro utiliza para obter a declaração judicial do 
adimplemento da obrigação de pagar a quantia em dinheiro ou entregar o bem. 
Nas situações em que houver dúvida sobre quem deva legitimamente 
receber o pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos possíveis 
titulares do crédito para provarem o seu direito. 
Na petição inicial, o autor requererá: 
I - o depósito (para ele autor fazer) da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no 
prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento, ressalvada a hipótese de recusa do réu; 
II - a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação. 
Não realizado o depósito no prazo do nº I (5 dias), o processo será extinto sem 
resolução do mérito. 
Se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a escolha 
couber ao credor, será este (o credor) citado para exercer o direito dentro de 
5 (cinco) dias, se outro prazo não constar de lei ou do contrato, ou para aceitar 
que o devedor a faça, devendo o juiz, ao despachar a petição inicial, fixar lugar, 
dia e hora em que se fará a entrega, sob pena de depósito. 
Dispõe o artigo 544: na contestação o réu poderá alegar que: 
I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida; 
II - foi justa a recusa; 
III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; 
IV - o depósito não é integral. 
No caso do nº IV, a alegação somente será admissível se o réu indicar 
o montante que entende devido. 
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O artigo seguinte, 545, impõe que alegada a insuficiência do depósito, 
é lícito ao autor completá-lo, em 10 (dez) dias, salvo se corresponder a 
prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato. 
 
¾ ENUNCIADOS DO FPPC 
60. (art. 541) Na ação de consignação em pagamento que tratar de 
prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor continuar a 
consignar sem mais formalidades as que se forem vencendo, enquanto estiver 
pendente o processo. 
61. (art. 545) É permitido ao réu da ação de consignação em 
SDJDPHQWR� OHYDQWDU� ³GHVGH� ORJR´� D� TXDQWLD� RX� FRLVD� GHSRVLWDGD� HP� RXWUDV�
hipóteses além da prevista no §1º do art. 545 (insuficiência do depósito), desde 
que tal postura não seja contraditória com fundamento da defesa. 
62. (art. 548, III) A regra prevista no art. 548, III, que dispõe que, em 
ação de consignação em pagamento, o juiz declarará efetuado o depósito 
extinguindo a obrigação em relação ao devedor, prosseguindo o processo 
unicamente entre os presuntivos credores, só se aplicará se o valor do depósito 
não for controvertido, ou seja, não terá aplicação caso o montante depositado 
seja impugnado por qualquer dos presuntivos credores. 
A Ação de Depósito foi excluída do rol de procedimentos especiais do 
CPC, já que constava no CPC/1973 e não mais consta no CPC/2015. Segue, 
desde então, o procedimento comum. 
O Código Civil determina as regras de regulação do contrato de 
depósito (arts. 627 a 652, CC). A pessoa responsável pelo recebimento do 
objeto é chamada de depositária. Ela tem a obrigação de guardar o objeto a ela 
AÇÃO DE DEPÓSITO 
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atribuído e restitui-lo quando reclamado pelo depositante ± pessoa que 
ofereceu a coisa (bem) em depósito. O art. 627 do CC prevê expressamente: 
pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, 
até que o depositante o reclame. O artigo citado trata, somente, de coisa móvel 
como sendo passível de ser objeto do contrato de depósito, no entanto, parte 
da doutrina defende a possibilidade de coisa imóvel ser objeto de depósito, 
uma vez que há previsões legais nesse sentido, como a do art. 559 do 
CPC/2015. 
O depósito poderá ser o regular e o irregular. O primeiro, tratando-se 
de coisa infungível, obriga o depositário a devolver ao depositante a coisa, 
específica, dada em depósito. No segundo caso, depósito irregular, sendo o 
objeto fungível, a aplicação do procedimento especial ± ação de depósito ± é 
afastado, sujeitando a relação jurídica à disciplina legal do mútuo. Além disso, 
o depósito poderá ser contratual, necessário e miserável. O depósito contratual 
é o resultado de um acordo de vontade entre as partes. É um contrato gratuito 
e, por isso, também chamado de voluntário. 
O depósito necessário é o contrário do contratual. Não resulta de um 
acordo entre os sujeitos, é imposto às partes. Por ser impositivo, também é 
conhecido como depósito legal. O último, o depósito miserável, decorre de 
inesperada necessidade, como nos casos de calamidade pública. A gratuidade 
no depósito necessário, em regra, não existe. Ao depositário é legítimo receber 
pela guarda da coisa. 
Desde que o STF julgou inconstitucional a prisão civil do depositário 
infiel (Enunciado nº 25 de Súmula Vinculante 25 do STF: ³e�LOtFLWD�D�SULVmR�FLYLO�
de depositário infiel, qualquer que VHMD� D� PRGDOLGDGH� GR� GHSyVLWR´), perdeu 
eficácia a ação em comento (de Depósito). 
(VVD�TXHVWmR�PRWLYRX�R� OHJLVODGRU�GR�&3&������D�H[FOXLU�D� ³$omR�GH�
'HSyVLWR´�GH�VHX� URO�GH�SURFHGLPHQWRV�HVSHFLDLV�� TXH�SDVVRX�D� WULOKDU�GHVGH�
maço de 2016 (entrada em vigor do CPC/2015) o percurso do procedimento 
comum. 
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Todavia, a ação ganhou um mecanismo a seu favor, expresso no artigo 
da Tutela da Evidência (art. 311), que dispõe em seu inciso III. Façamos a 
leitura do dispositivo: 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da 
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, 
quando: 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova 
documental adequada do contrato de depósito, caso em que será 
decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de 
multa. 
Concede-se a tutela de evidência, independentemente da verificação 
GH� ³SHULJR� GH� GDQR´� DR� REMHWR� GR� OLWtJLR�� TXDQGR� SUHVHQWH� pedido 
reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de 
depósito. A concessão dessa tutela se dará mediante decretação liminar de 
ordem de entrega do objeto custodiado com imposição de multa. Percebe-se 
que o prestígio perdido pela ação, ao se reconhecer a inconstitucionalidade da 
prisão do infiel depositário foi em parte recuperada pelapossibilidade de 
recuperação imediata da coisa com a imposição de multa, se for o caso. 
Em casos de tutela provisória de evidência, o direito se demonstra tão 
evidente que não faz sentido impedir que o autor usufrua de imediato o 
resultado da tutela. 
 
DEPOSITÁRIO JUDICIAL 
 Na demanda judicial, o depositário judicial é um auxiliar eventual do 
juízo. Mantendo os bens objeto de constrição judicial, o depositário exerce um 
serviço público de grade valia. Decorre de uma demanda judicial e não da 
vontade das partes. 
 
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À ação de desapropriação aplica-se o Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de 
junho de 1.941, e subsidiariamente o CPC. 
Para que um bem seja desapropriado a União, o estado, o município 
ou o Distrito Federal devem produzir declaração de utilidade pública. 
Os bens do domínio dos estados, municípios, Distrito Federal e 
territórios poderão ser desapropriados pela União, e os dos municípios pelos 
estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização 
legislativa. 
Obs. Por disposição do § 3º (art. 3º do Decreto-Lei nº 3.365/1941) é vedada a desapropriação, 
pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios de ações, cotas e direitos 
representativos do capital de instituições e empresas cujo funcionamento dependa de 
autorização do Governo Federal e se subordine à sua fiscalização, salvo mediante prévia 
autorização, por decreto do Presidente da República. 
A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se 
judicialmente, dentro de cinco anos, contados da data da expedição do 
respectivo decreto e findos os quais este caducará. Neste caso, somente 
decorrido um ano, poderá ser o mesmo bem objeto de nova declaração. 
 
PROCEDIMENTO 
Quando a União for autora da ação, ela será proposta no Distrito 
Federal ou no foro da Capital do Estado onde for domiciliado o réu, perante o 
juízo privativo, se houver; sendo outro o autor, no foro da situação dos bens. 
ATENÇÃO 
 Somente os juízes que tiverem garantia de vitaliciedade, 
inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos poderão conhecer dos 
AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO 
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processos de desapropriação. Ou seja, somente os juízes investidos de 
jurisdição. 
 
PECULIARIDADES DA AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO: 
1: A petição inicial conterá a oferta do preço e será instruída com um exemplar 
do contrato, ou do jornal oficial que houver publicado o decreto de 
desapropriação, ou cópia autenticada dos mesmos, e a planta ou descrição dos 
bens e suas confrontações. 
Ao despachar a inicial, o juiz designará um perito de sua livre escolha, 
sempre que possível, técnico, para proceder à avaliação dos bens. 
Se o expropriante alegar urgência e depositar quantia arbitrada de 
conformidade com o art. 874 do CPC/2015, o juiz mandará intimá-lo 
provisoriamente na posse dos bens. 
Obs. A imissão provisória poderá ser feita, independente da citação do réu, 
mediante depósito do valor legalmente indicado de acordo com o §1º do art. 
15, Decreto Lei nº 3.365/41, a saber: 
§ 1º A imissão provisória poderá ser feita, independente da citação do réu, mediante o 
depósito: 
a) do preço oferecido, se este for superior a 20 (vinte) vezes o valor locativo, caso o imóvel 
esteja sujeito ao imposto predial; 
b) da quantia correspondente a 20 (vinte) vezes o valor locativo, estando o imóvel sujeito 
ao imposto predial e sendo menor o preço oferecido; 
c) do valor cadastral do imóvel, para fins de lançamento do imposto territorial, urbano ou 
rural, caso o referido valor tenha sido atualizado no ano fiscal imediatamente anterior; 
d) não tendo havido a atualização a que se refere o inciso c, o juiz fixará independente de 
avaliação, a importância do depósito, tendo em vista a época em que houver sido fixado 
originalmente o valor cadastral e a valorização ou desvalorização posterior do imóvel. 
§ 2º A alegação de urgência, que não poderá ser renovada, obrigará o expropriante a 
requerer a imissão provisória dentro do prazo improrrogável de 120 (cento e vinte) dias. § 3º 
Excedido o prazo fixado no parágrafo anterior não será concedida a imissão provisória. 
§ 4o A imissão provisória na posse será registrada no registro de imóveis competente. 
 
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2: A citação será realizada por mandado na pessoa do proprietário dos bens. A 
do marido dispensa a da mulher; a de um sócio, ou administrador, a dos 
demais, quando o bem pertencer à sociedade. Mas se o citando não for 
conhecido, ou estiver em lugar ignorado, incerto ou inacessível, ou, ainda, no 
estrangeiro, a citação se dará por citação. Feita a citação, a causa seguirá com 
o rito ordinário. 
03: A contestação só poderá versar sobre vício do processo judicial ou 
impugnação do preço; qualquer outra questão deverá ser decidida por ação 
direta. 
04: O procedimento da audiência de instrução e julgamento será conforme o 
CPC. Encerrado o debate, o juiz proferirá sentença fixando o preço da 
indenização. Se não se julgar habilitado a decidir, o juiz poderá designar desde 
logo outra audiência que se realizará dentro de 10 dias afim de publicar a 
sentença. 
ATENÇÃO 
O Decreto-Lei nº 3.365/41 prevê como casos de utilidade pública: 
a) a segurança nacional; 
b) a defesa do Estado; 
c) o socorro público em caso de calamidade; 
d) a salubridade pública; 
e) a criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento regular de 
meios de subsistência; 
f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas minerais, das águas e da 
energia hidráulica; 
g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração, casas de saúde, clínicas, 
estações de clima e fontes medicinais; 
h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos; 
i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos; a 
execução de planos de urbanização; o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua 
melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a construção ou ampliação de distritos 
industriais; 
j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo; 
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k) a preservação e conservação dos monumentos históricos e artísticos, isolados ou 
integrados em conjuntos urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes e 
realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e, ainda, a proteção de paisagens e 
locais particularmente dotados pela natureza; 
l) a preservação e a conservação adequada de arquivos, documentos e outros bens 
móveis de valor histórico ou artístico; 
m) a construção de edifícios públicos, monumentos comemorativos e cemitérios; 
n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pouso para aeronaves; 
o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de natureza científica, artística ou 
literária; 
p) os demais casos previstos por leis especiais. 
 
São muitos casos, mas não precisam memorizá-los. Podemos tentar 
imaginar de forma lógica o que seria de interesse público ou não. Praticamente 
tudo o que

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