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pdf pacote completo para trts especial 2016 direito processual civil conforme novo cpc p trts aul (AULA 12)

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Aula 12
Direito Processual Civil - Conforme Novo CPC p/ TRTs
Professores: Equipe Gabriel Borges, Gabriel Borges
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
Prof. Gabriel Borges 
 
 
 
 
Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 120 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ TRT 
AULA 12: CONTINUAÇÃO DA AULA 11. 
 
CAPÍTULO XIII: Continuação da Aula 11. 
 
 
A consignação extrajudicial se concretiza por meio do depósito da 
importância devida em instituição oficial, como o Banco do Brasil. Além da 
modalidade extrajudicial, a consignação pode ser judicial, viabilizada pela ação 
de consignação em pagamento, na qual o devedor ou terceiro tentará obter a 
declaração judicial do adimplemento da obrigação de pagar a quantia em 
dinheiro ou entregar o bem. 
É forma atípica de extinção das obrigações, já que a forma comum é o 
pagamento da obrigação. Assim, quando o credor se recusa a receber ou 
quitar o pagamento, ou ainda, havendo obstáculo fático ou jurídico que 
impossibilite o pagamento, a consignação em pagamento poderá ser utilizada. 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Capítulo XIII: Continuação da aula 11. 02 
2. Resumo 95 
3. Lista das questões apresentadas 99 
4. Questões comentadas 104 
5. Gabarito 120 
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
Prof. Gabriel Borges 
 
 
 
 
Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 120 
 
A alegação de que o credor evita o adimplemento justifica a 
consignação em pagamento. Para a liberação do devedor é necessário que o 
depósito realizado preencha todos os requisitos de caracterização do 
adimplemento. São requisitos para o depósito em dinheiro: 
a) Deve-se realizar o depósito no valor do principal e dos acessórios, 
como juros; 
b) A realização do depósito deve ocorrer no lugar do pagamento; 
c) Existência no local do pagamento de estabelecimento bancário 
oficial ou particular. 
Preenchidos os requisitos e tendo o devedor realizado o depósito na 
instituição bancária, o credor será cientificado pelo banco, por meio de carta 
com aviso de recebimento, para se posicionar em relação ao depósito em um 
prazo de 10 dias. A doutrina majoritária entende que o prazo de 10 dias 
começará a contar a partir do efetivo recebimento da notificação ± não se trata 
de prazo processual (não se conta em dias úteis). 
O CPC/2015, por uma mudança silenciosa, deixou de reproduzir a 
previsão que constava no §1º do at. 891, segundo o qual: quando a coisa 
devida for corpo (bem que não dinheiro) que deva ser entregue no lugar em que 
está, poderá o devedor requer a consignação no foro em que ela se encontra. 
A supressão dessa previsão foi inócua, já que continua a valer a regra. 
 
¾ ENUNCIADO FPPC 
59. (art. 540). Em ação de consignação e pagamento, quando a coisa 
devida for corpo que deva ser entregue no lugar em que está, poderá o 
devedor requerer a consignação no foro em que ela se encontra. A supressão 
do parágrafo único do art. 891 do Código de Processo Civil de 1973 é inócua, 
tendo em vista o art. 341 do Código Civil. 
Voltando à questão do prazo... durante o decêndio (prazo de 10 dias) 
para manifestação do credor sobre o depósito, ele poderá: 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
Prof. Gabriel Borges 
 
 
 
 
Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 120 
 
1) Levantar o valor depositado junto ao banco, o que extinguirá a 
obrigação; 
2) Levantar o valor depositado junto ao banco, mas fazer ressalvas 
em relação à exatidão do valor, podendo cobrar por vias próprias a diferença. 
Nessa situação, é lícito ao autor (quem realizou o depósito) completá-lo, dentro 
de 10 (dez) dias; 
3) Não se manifestar (silenciar), caso em que considera aceito o 
valor depositado (aceitação tácita), extinguindo-se a obrigação e ficando o valor 
depositado à espera do levantamento pelo credor; 
4) Decorrido o prazo de 10 dias, sem a manifestação de recusa 
(sem qualquer motivação), reputar-se-á o devedor liberado da obrigação, 
ficando à disposição do credor a quantia depositada. 
Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento 
bancário, o devedor ou terceiro poderá propor, dentro de um mês, a ação de 
consignação, instruindo a petição inicial com a prova do depósito e da recusa. 
Não proposta a ação no prazo de um mês, ficará sem efeito o depósito, 
podendo levantá-lo o depositante (§ 4°, art. 539 do CPC). 
A consignação extrajudicial, como já se falou, qualifica-se como forma 
alternativa de solução dos conflitos de interesses, não sendo procedimento 
obrigatório, ela dispensa a participação do poder judiciário. A consignação 
extrajudicial não é requisito prévio para impetrar a ação de consignação em 
pagamento em momento posterior, é uma opção do devedor que poderá 
preferir a demanda judicial, salvo na hipótese de consignação de prestação 
oriunda de compromisso de compra e venda de lote urbano (Lei nº 6.766/1979, 
art. 33). 
Contudo, caso tenha sido feito uso da medida extrajudicial, sem, no 
entanto, alcançar a finalidade liberatória da obrigação, o comprovante do 
depósito será essencial à propositura da ação de consignação em pagamento. 
Isso ocorre para que não seja feito outro depósito. Após a realização do 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
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Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 120 
 
depósito ou da juntada do comprovante do depósito efetivado no plano 
extrajudicial, na dinâmica procedimental, o credor será citado. 
- A ação de consignação em pagamento é o instrumento jurídico processual 
que o devedor ou terceiro utiliza para obter a declaração judicial do 
adimplemento da obrigação de pagar a quantia em dinheiro ou entregar o bem. 
Nas situações em que houver dúvida sobre quem deva legitimamente 
receber o pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos possíveis 
titulares do crédito para provarem o seu direito. 
Na petição inicial, o autor requererá: 
I - o depósito (para ele autor fazer) da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no 
prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento, ressalvada a hipótese de recusa do réu; 
II - a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação. 
Não realizado o depósito no prazo do nº I (5 dias), o processo será extinto sem 
resolução do mérito. 
Se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a escolha 
couber ao credor, será este (o credor) citado para exercer o direito dentro de 
5 (cinco) dias, se outro prazo não constar de lei ou do contrato, ou para aceitar 
que o devedor a faça, devendo o juiz, ao despachar a petição inicial, fixar lugar, 
dia e hora em que se fará a entrega, sob pena de depósito. 
Dispõe o artigo 544: na contestação o réu poderá alegar que: 
I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida; 
II - foi justa a recusa; 
III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; 
IV - o depósito não é integral. 
No caso do nº IV, a alegação somente será admissível se o réu indicar 
o montante que entende devido. 
O artigo seguinte, 545, impõe que alegada a insuficiência do depósito, 
é lícito ao autor completá-lo, em 10 (dez) dias, salvo se corresponder a 
prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato. 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
Prof. Gabriel Borges 
 
 
 
 
Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 120¾ ENUNCIADOS DO FPPC 
60. (art. 541) Na ação de consignação em pagamento que tratar de 
prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor continuar a 
consignar sem mais formalidades as que se forem vencendo, enquanto estiver 
pendente o processo. 
61. (art. 545) É permitido ao réu da ação de consignação em 
SDJDPHQWR� OHYDQWDU� ³GHVGH� ORJR´� D� TXDQWLD� RX� FRLVD� GHSRVLWDGD� HP� RXWUDV�
hipóteses além da prevista no §1º do art. 545 (insuficiência do depósito), desde 
que tal postura não seja contraditória com fundamento da defesa. 
62. (art. 548, III) A regra prevista no art. 548, III, que dispõe que, em 
ação de consignação em pagamento, o juiz declarará efetuado o depósito 
extinguindo a obrigação em relação ao devedor, prosseguindo o processo 
unicamente entre os presuntivos credores, só se aplicará se o valor do depósito 
não for controvertido, ou seja, não terá aplicação caso o montante depositado 
seja impugnado por qualquer dos presuntivos credores. 
A Ação de Depósito foi excluída do rol de procedimentos especiais do 
CPC, já que constava no CPC/1973 e não mais consta no CPC/2015. Segue, 
desde então, o procedimento comum. 
O Código Civil determina as regras de regulação do contrato de 
depósito (arts. 627 a 652, CC). A pessoa responsável pelo recebimento do 
objeto é chamada de depositária. Ela tem a obrigação de guardar o objeto a ela 
atribuído e restitui-lo quando reclamado pelo depositante ± pessoa que 
ofereceu a coisa (bem) em depósito. O art. 627 do CC prevê expressamente: 
pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, 
AÇÃO DE DEPÓSITO 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
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até que o depositante o reclame. O artigo citado trata, somente, de coisa móvel 
como sendo passível de ser objeto do contrato de depósito, no entanto, parte 
da doutrina defende a possibilidade de coisa imóvel ser objeto de depósito, 
uma vez que há previsões legais nesse sentido, como a do art. 559 do 
CPC/2015. 
O depósito poderá ser o regular e o irregular. O primeiro, tratando-se 
de coisa infungível, obriga o depositário a devolver ao depositante a coisa, 
específica, dada em depósito. No segundo caso, depósito irregular, sendo o 
objeto fungível, a aplicação do procedimento especial ± ação de depósito ± é 
afastado, sujeitando a relação jurídica à disciplina legal do mútuo. Além disso, 
o depósito poderá ser contratual, necessário e miserável. O depósito contratual 
é o resultado de um acordo de vontade entre as partes. É um contrato gratuito 
e, por isso, também chamado de voluntário. 
O depósito necessário é o contrário do contratual. Não resulta de um 
acordo entre os sujeitos, é imposto às partes. Por ser impositivo, também é 
conhecido como depósito legal. O último, o depósito miserável, decorre de 
inesperada necessidade, como nos casos de calamidade pública. A gratuidade 
no depósito necessário, em regra, não existe. Ao depositário é legítimo receber 
pela guarda da coisa. 
Desde que o STF julgou inconstitucional a prisão civil do depositário 
infiel (Enunciado nº 25 de Súmula Vinculante 25 do STF: ³e�LOtFLWD�D�SULVmR�FLYLO�
de depositário infiel, qualquer que VHMD� D� PRGDOLGDGH� GR� GHSyVLWR´), perdeu 
eficácia a ação em comento (de Depósito). 
(VVD�TXHVWmR�PRWLYRX�R� OHJLVODGRU�GR�&3&������D�H[FOXLU�D� ³$omR�GH�
'HSyVLWR´�GH�VHX� URO�GH�SURFHGLPHQWRV�HVSHFLDLV�� TXH�SDVVRX�D� WULOKDU�GHVGH�
maço de 2016 (entrada em vigor do CPC/2015) o percurso do procedimento 
comum. 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
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Todavia, a ação ganhou um mecanismo a seu favor, expresso no artigo 
da Tutela da Evidência (art. 311), que dispõe em seu inciso III. Façamos a 
leitura do dispositivo: 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da 
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, 
quando: 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova 
documental adequada do contrato de depósito, caso em que será 
decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de 
multa. 
Concede-se a tutela de evidência, independentemente da verificação 
GH� ³SHULJR� GH� GDQR´� DR� REMHWR� GR� OLWtJLR�� TXDQGR� SUHVHQWH� pedido 
reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de 
depósito. A concessão dessa tutela se dará mediante decretação liminar de 
ordem de entrega do objeto custodiado com imposição de multa. Percebe-se 
que o prestígio perdido pela ação, ao se reconhecer a inconstitucionalidade da 
prisão do infiel depositário foi em parte recuperada pela possibilidade de 
recuperação imediata da coisa com a imposição de multa, se for o caso. 
Em casos de tutela provisória de evidência, o direito se demonstra tão 
evidente que não faz sentido impedir que o autor usufrua de imediato o 
resultado da tutela. 
 
DEPOSITÁRIO JUDICIAL 
 Na demanda judicial, o depositário judicial é um auxiliar eventual do 
juízo. Mantendo os bens objeto de constrição judicial, o depositário exerce um 
serviço público de grade valia. Decorre de uma demanda judicial e não da 
vontade das partes. 
 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
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À ação de desapropriação aplica-se o Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de 
junho de 1.941, e subsidiariamente o CPC. 
Para que um bem seja desapropriado a União, o estado, o município 
ou o Distrito Federal devem produzir declaração de utilidade pública. 
Os bens do domínio dos estados, municípios, Distrito Federal e 
territórios poderão ser desapropriados pela União, e os dos municípios pelos 
estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização 
legislativa. 
Obs. Por disposição do § 3º (art. 3º do Decreto-Lei nº 3.365/1941) é vedada a desapropriação, 
pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios de ações, cotas e direitos 
representativos do capital de instituições e empresas cujo funcionamento dependa de 
autorização do Governo Federal e se subordine à sua fiscalização, salvo mediante prévia 
autorização, por decreto do Presidente da República. 
A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se 
judicialmente, dentro de cinco anos, contados da data da expedição do 
respectivo decreto e findos os quais este caducará. Neste caso, somente 
decorrido um ano, poderá ser o mesmo bem objeto de nova declaração. 
 
PROCEDIMENTO 
Quando a União for autora da ação, ela será proposta no Distrito 
Federal ou no foro da Capital do Estado onde for domiciliado o réu, perante o 
juízo privativo, se houver; sendo outro o autor, no foro da situação dos bens. 
ATENÇÃO 
 Somente os juízes que tiverem garantia de vitaliciedade, 
inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos poderão conhecer dos 
AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO 
Direito Processual Civil 
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processos de desapropriação. Ou seja, somente os juízes investidos de 
jurisdição. 
 
PECULIARIDADES DA AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO: 
1: A petição inicial conterá a oferta do preço e será instruída com um exemplar 
do contrato, ou do jornal oficial que houver publicado o decreto de 
desapropriação, ou cópia autenticadados mesmos, e a planta ou descrição dos 
bens e suas confrontações. 
Ao despachar a inicial, o juiz designará um perito de sua livre escolha, 
sempre que possível, técnico, para proceder à avaliação dos bens. 
Se o expropriante alegar urgência e depositar quantia arbitrada de 
conformidade com o art. 874 do CPC/2015, o juiz mandará intimá-lo 
provisoriamente na posse dos bens. 
Obs. A imissão provisória poderá ser feita, independente da citação do réu, 
mediante depósito do valor legalmente indicado de acordo com o §1º do art. 
15, Decreto Lei nº 3.365/41, a saber: 
§ 1º A imissão provisória poderá ser feita, independente da citação do réu, mediante o 
depósito: 
a) do preço oferecido, se este for superior a 20 (vinte) vezes o valor locativo, caso o imóvel 
esteja sujeito ao imposto predial; 
b) da quantia correspondente a 20 (vinte) vezes o valor locativo, estando o imóvel sujeito 
ao imposto predial e sendo menor o preço oferecido; 
c) do valor cadastral do imóvel, para fins de lançamento do imposto territorial, urbano ou 
rural, caso o referido valor tenha sido atualizado no ano fiscal imediatamente anterior; 
d) não tendo havido a atualização a que se refere o inciso c, o juiz fixará independente de 
avaliação, a importância do depósito, tendo em vista a época em que houver sido fixado 
originalmente o valor cadastral e a valorização ou desvalorização posterior do imóvel. 
§ 2º A alegação de urgência, que não poderá ser renovada, obrigará o expropriante a 
requerer a imissão provisória dentro do prazo improrrogável de 120 (cento e vinte) dias. § 3º 
Excedido o prazo fixado no parágrafo anterior não será concedida a imissão provisória. 
§ 4o A imissão provisória na posse será registrada no registro de imóveis competente. 
 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
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2: A citação será realizada por mandado na pessoa do proprietário dos bens. A 
do marido dispensa a da mulher; a de um sócio, ou administrador, a dos 
demais, quando o bem pertencer à sociedade. Mas se o citando não for 
conhecido, ou estiver em lugar ignorado, incerto ou inacessível, ou, ainda, no 
estrangeiro, a citação se dará por citação. Feita a citação, a causa seguirá com 
o rito ordinário. 
03: A contestação só poderá versar sobre vício do processo judicial ou 
impugnação do preço; qualquer outra questão deverá ser decidida por ação 
direta. 
04: O procedimento da audiência de instrução e julgamento será conforme o 
CPC. Encerrado o debate, o juiz proferirá sentença fixando o preço da 
indenização. Se não se julgar habilitado a decidir, o juiz poderá designar desde 
logo outra audiência que se realizará dentro de 10 dias afim de publicar a 
sentença. 
ATENÇÃO 
O Decreto-Lei nº 3.365/41 prevê como casos de utilidade pública: 
a) a segurança nacional; 
b) a defesa do Estado; 
c) o socorro público em caso de calamidade; 
d) a salubridade pública; 
e) a criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento regular de 
meios de subsistência; 
f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas minerais, das águas e da 
energia hidráulica; 
g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração, casas de saúde, clínicas, 
estações de clima e fontes medicinais; 
h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos; 
i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos; a 
execução de planos de urbanização; o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua 
melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a construção ou ampliação de distritos 
industriais; 
j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo; 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
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k) a preservação e conservação dos monumentos históricos e artísticos, isolados ou 
integrados em conjuntos urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes e 
realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e, ainda, a proteção de paisagens e 
locais particularmente dotados pela natureza; 
l) a preservação e a conservação adequada de arquivos, documentos e outros bens 
móveis de valor histórico ou artístico; 
m) a construção de edifícios públicos, monumentos comemorativos e cemitérios; 
n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pouso para aeronaves; 
o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de natureza científica, artística ou 
literária; 
p) os demais casos previstos por leis especiais. 
 
São muitos casos, mas não precisam memorizá-los. Podemos tentar 
imaginar de forma lógica o que seria de interesse público ou não. Praticamente 
tudo o que imaginarmos estará entre as opções que vimos. 
Obs. A declaração de utilidade pública far-se-á por decreto do Presidente da 
República, Governador, Interventor ou Prefeito. 
 
Com o advento do CPC/2015, as ações possessórias passaram a ser 
reguladas pelos artigos 554 a 568 do referido diploma, no Capítulo III, 
intituODGR�³'DV�$o}HV�3RVVHVVyULDV´��QR�7tWXOR�GRV�3URFHGLPHQWRV�(VSHFLDLV� 
São três as ações ditas possessórias: reintegração de posse, 
manutenção de posse e o interdito proibitório. Existe entre elas a 
possibilidade de se reconhecer o princípio da fungibilidade, de tal forma que 
a propositura de uma ação possessória em vez de outra não obsta a que o 
juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela 
cujos pressupostos estejam provados. 
AÇÕES POSSESSÓRIAS 
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Teoria e Exercícios comentados 
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As regras para a manutenção e reintegração da posse são 
estipuladas conjuntamente (arts. 560 a 566), o interdito proibitório está 
regulado nos arts. 567 e 568, mas também lhe são aplicáveis as disposições 
dos arts. 560 a 566. 
Antes de trabalharmos as ações propriamente, convém fazermos 
algumas considerações sobre o tema. Faremos isso nos próximos parágrafos. 
Para entendermos a ação possessória é importante esclarecer certos 
conceitos. Vejamos: 
De acordo com o Código Civil (art. 1.228) propriedade é um direito. 
Cabe perguntarmos se a posse seria um direito ou um fato. Existem duas 
teorias que respondem essa pergunta. 
Teoria Subjetiva (de Savigny): 
Para ele, a posse dá ao sujeito o poder de dispor da coisa, com ânimo 
de considerá-la sua e defendê-la contra a intervenção de outrem. 
Há na posse dois elementos: um elemento material, o corpus, que é 
representado pelo poder físico sobre a coisa; e, um elemento intelectual, o 
animus, que é o propósito de ter a coisa como sua. 
Os dois elementos são necessários para a configuração da posse, pois 
se faltar o corpus, não há relação de fato entre a pessoa e a coisa; e, se faltar o 
animus, não há posse, mas mera detenção. 
Para Savigny a posse tem natureza jurídica a um só tempo de direito e 
fato. Se considerada em si mesma é um fato; quando considerada nos efeitos 
que gera é um direito. Assim, nas ações de usucapião ela é um direito. 
Teoria Objetiva (de Ihering): 
Para ele a posse é a condição do exercício da propriedade. A distinção 
entre corpus e animus seria irrelevante, uma vez que a ideia de animus estaria 
inserida na de corpus, sendo a maneira como o proprietário age em face da 
coisa de que é possuidor. 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
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Afirma também que se a lei ao proteger quem age sobre a coisa como 
se fosse o proprietário, quase sempre, está igualmente atuando em favor do 
legislador. 
Para Ihering, a posse tem natureza jurídica de direito. 
Pois bem, agora que já sabemos o que é posse, vamos falar da 
característica das ações possessórias. 
As ações possessórias caracterizam-se pela tutela de um possuidor 
contra um fato que ofenda a sua posse. 
A tutela da posse pode ser pleiteada por meio de três tipos de ações, 
chamadas de interditos possessórios: reintegração da posse, manutenção de 
posse e interdito proibitório. 
O tipo de ação a ser empregada ao caso concreto dependerá da 
espécie de agressão cometida pela parte que figura no polo passivo da 
demanda. Existem três espécies de ação possessória: esbulho, turbação e 
ameaça. 
Vejamos às três espécies e o tipo de ação a ser aplicada a cada uma 
delas. 
1) Esbulho: ocorrendo o esbulho, que consiste no despojamento 
(perda/violação contra a posse) do bem possuído, a ação a ser usada é de 
reintegração de posse. 
2) Turbação: quando ocorre a turbação (perda parcial da posse), que 
consiste na limitação da posse por atos materiais do ofensor (os chamados 
atos de turbação), caberá a manutenção da posse. 
3) Ameaça: ocorrendo a ameaça de ofensa à posse, será aplicado o 
interdito proibitório. 
Feitas essas considerações, passemos ao estudo da matéria com 
fundamento no CPC/2015. 
 
Direito Processual Civil 
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FUNGIBILIDADE 
O art. 554, caput, do CPC/2015 viabiliza a fungibilidade entre as tutelas 
possessórias, com a seguinte redação: 
A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a 
que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente 
àquela cujos pressupostos estejam provados. 
Assim, a propositura de uma ação possessória em vez da outra não 
obsta o prosseguimento da ação ± as medidas são indiferentes ± de maneira 
que é possível que o juiz conceda uma tutela possessória diferente da 
pleiteada pelo demandante. 
 
LEGITIMAÇÃO 
Vejamos a legitimidade ativa e passiva. 
 1) Legitimidade ativa: o possuidor é o sujeito legítimo para a 
propositura das ações possessórias. É aquele que detém o poder de fato sobre 
o bem, podendo ser proprietário ou não, uma vez que há proprietário que é 
possuidor (possuidor direto) e há o possuidor que não é proprietário. Tanto o 
possuidor direto como o indireto podem realizar a defesa da posse. 
2) Legitimidade passiva: Será réu o responsável pelo ato 
violador à posse de outro. 
Obs1: o sucessor também poderá ser réu na ação possessória, desde que 
tenha conhecimento da violação. 
Obs2: o poder público pode ser réu na ação possessória, uma vez que não há 
incompatibilidade nenhuma entre uma situação e outra. 
O que merece atenção é que quando o poder público ³YLROD�D�SRVVH´, 
há possibilidade de três medidas: ação possessória, mandado de segurança e 
ação de desapropriação indireta (ação de indenização por apossamento 
administrativo). 
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PROCEDIMENTO 
REINTEGRAÇÃO DA POSSE E MANUTENÇÃO DA POSSE 
 A reintegração da posse e a manutenção da posse têm o mesmo 
procedimento, que está estabelecido pelos arts. 560 a 566 do CPC/2015. Ao 
interdito proibitório também são aplicadas as mesmas disposições (arts 560 a 
566), embora não conste no nome da seção (Seção II 
Da Manutenção e da Reintegração de Posse). 
Conforme artigo 560, o possuidor tem direito a ser mantido na posse 
em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho. 
Incumbe ao autor provar: 
I - a sua posse; 
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; 
III - a data da turbação ou do esbulho; 
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, 
ou a perda da posse, na ação de reintegração. 
Desse modo, estando a petição inicial devidamente instruída, com as 
provas necessárias, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do 
mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, 
determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para 
comparecer à audiência que for designada. 
Obs. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a 
manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos 
representantes judiciais. 
Considerada suficiente a justificação do autor, o juiz fará logo expedir 
mandado de manutenção ou de reintegração. 
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Conforme dispõe o art. 564, sendo ou não concedido o mandado 
liminar (hipótese de tutela antecipada) de manutenção ou de reintegração, o 
autor promoverá, nos 5 (cinco) dias subsequentes, a citação do réu para, 
querendo, contestar a ação no prazo de 15 (quinze) dias. 
Atenção! 
No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a 
turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, 
o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar (espécie de 
tutela antecipada), deverá designar audiência de mediação (e conciliação), a 
realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos números 2 e 
4 (abaixo): 
1- Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) 
ano, a contar da data de distribuição, caberá ao juiz designar audiência de 
mediação (e conciliação), nos termos dos números 2 a 4 abaixo: 
2- O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a 
Defensoria Pública será intimada sempre que houver parte beneficiária de 
gratuidade da justiça. 
3- O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua 
presença se fizer necessária à efetivação da tutela jurisdicional. 
4- Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana 
da União, de Estado ou do Distrito Federal e de Município onde se situe a área 
objeto do litígio poderão ser intimados para a audiência, a fim de se 
manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência de 
possibilidade de solução para o conflito possessório. 
5- Aplicam-se essas disposições ao litígio sobre propriedade de imóvel. 
Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento comum. Portanto, não são todas as 
ações possessórias que seguem esse procedimento. Quando se tratar de bens 
móveis o procedimento será o comum. 
 
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ATENÇÃO! 
Assim como nas ações possessórias de bens imóveis quando a 
demanda tenha ocorrido após ano e dia de violação à posse (posse antiga). 
Assim, o procedimento que trata os artigos supracitados limita-se às 
ações possessórias de posse nova de bem imóvel, que tenha ocorrido dentro 
de ano e dia da demanda processual. 
 
INTERDITO PROIBITÓRIO 
Como vimos, a ação de interdito proibitório tem natureza inibitória, 
buscando evitar que a ameaça de agressão à posse ocorra. 
Nesse tipo de ação não existem especificidades procedimentais. Os 
arts. 567 e 568 do CPC versam sobre o procedimento dessa ação. 
Art. 567. O possuidor direto ouindireto que tenha justo receio de ser molestado na 
posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante 
mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o 
preceito. 
Art. 568. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na Seção II deste Capítulo. 
 
A AÇÃO DE IMISSÃO NA POSSE 
 O significado de imissão surge do ato ou efeito de imitir (Dicionário 
Michaelis): introduzir em; meter-se. Imissão na posse: meio de adquirir a posse 
a que se tem direito por um título qualquer. 
Serve a ação de imissão na posse como um mecanismo hábil e 
adequado a gerar modificações substanciais na temática a ponto de servir a 
situações que anteriormente ficavam sem remédio jurídico ou então para 
situações em que este remédio era mal ministrado. 
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Podemos atribuir à ação de imissão na posse o conceito de que é a 
ação petitória real que satisfaz de modo rápido o direito à 
posse, sempre pretendendo a posse nova e em face do possuidor ou servidor 
da posse do bem, tenham estes, título justo ou não. 
Vê-se, desse modo, que não se pode confundir com as ações 
possessórias, uma vez que o autor não foi prejudicado em sua posse, pois 
sequer teve a posse. Em verdade, a posse é exatamente o que se busca, de 
maneira que a ação de imissão na posse tem natureza petitória e não 
possessória, funda-se em direito e não em fato. 
Enquanto as ações possessórias fundam-se na lesão da posse do 
possuidor, a ação de imissão na posse funda-se no direito à posse e visa ao 
ingresso nela. Ou seja, uma se baseia em afastar a ameaça à posse, a outra 
pretende ingressar na posse. 
Há na ação de imissão na posse um indiscutível conteúdo de direito 
material. Conteúdo esse que dá à imissão na posse uma natureza sumária. 
Caracteriza-se a sumariedade material pela limitação às correspondentes 
impugnações que o demandado poderia promover à sua procedência, já que 
nas ações materialmente sumárias, muitas das objeções, que poderiam ser 
empregadas como defesas, têm de ser utilizadas pelo demandado em ação 
posterior independente, tornando-se, portanto, questões de outra lide. Assim, a 
ação de imissão na posse é um meio rápido de satisfazer o direito à posse. 
Isso se deve ao fato de que a tutela do direito à posse deve ser dotada 
de maior satisfatividade, ainda que se funde em direito e não em fato, como 
ocorre com as ações possessórias. E para ser alcançada essa satisfatividade é 
necessário que a ação de imissão na posse decorra de uma decisão proferida 
pelo magistrado que reconheça, ao mesmo tempo, a ilegitimidade da posse 
do sujeito passivo. 
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A ação de imissão na posse, portanto, é de natureza materialmente 
sumária e procedimentalmente comum, sendo uma demanda petitória em que 
se discute direito à posse e não fato, como as ações possessórias. 
 
PRESSUPOSTOS 
Direito de possuir 
Na causa de pedir da ação deve constar o direito em que se funda a 
posse. Ele tanto pode nascer em decorrência de um direito real do sujeito ativo, 
como pode nascer do ingresso de um direito pessoal, ou seja, em função de 
negócio jurídico que outorgue direito à posse. 
Tença do legitimado passivo 
A pretensão decorrente de direito à imissão na posse não terá 
cabimento se o bem não estiver sob o controle, submetido à posse (tença) de 
outrem, que, necessariamente, será o sujeito passivo da ação. Assim, a ação 
de imissão na posse exige como pressuposto fundamental que seja o sujeito 
passivo possuidor ou servidor da posse do bem. 
Forma originária de aquisição possessória 
Um terceiro pressuposto é que a ação imissiva seja demanda que visa 
ao ingresso original na posse, que ela não tenha sido perdida, mas que seja a 
primeira vez que se busca a posse. Por essa característica, distingue-se a ação 
imissiva das ações petitórias reivindicatórias e das possessórias, nas quais 
houve a perda da posse e passa-se à tentativa de recuperá-la, fazendo valer o 
autor o seu direito fundado no domínio. 
 
HIPÓTESES DE CABIMENTO DA AÇÃO DE IMISSÃO NA POSSE 
A) Direito de possuir decorrente de direito obrigacional 
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Pode recorrer à ação de imissão na posse o titular do direito de possuir 
decorrente de direito obrigacional, que não seja possuidor nem proprietário do 
bem, mas que quer fazer valer este direito. Havendo o negócio jurídico que 
atribua ao adquirente do direito pessoal o direito à posse, terá o outorgado a 
possibilidade de fazer uso da ação imissiva. 
Exemplo: o locatário pode recorrer à ação de imissão na posse face ao 
locador que se recusa a transferir a posse cujo contrato de locação confere ao 
locatário. 
 
B) Direito de possuir decorrente de direitos reais 
A demanda de imissão na posse também socorre o titular de direito a 
posse decorrente de direito real que não seja o de propriedade: usufruto, uso, 
promessa de compra e venda, e promessa de habitação. Percebam que o 
promitente-comprador ou o usufrutuário não têm título de domínio para 
ingressar com a ação reivindicatória, mas eles podem se valer da ação de 
imissão na posse. 
Nessas situações, se esses direitos estão devidamente registrados, 
adquirem oponibilidade erga omnes (contra todos), e geram direito à 
posse. Dessa forma, o direito à imissão na posse surge do negócio jurídico de 
aquisição do direito real. 
Exemplo: o compromisso de compra e venda, além de obrigar o 
alienante ao dever de outorga da escritura pública, impõe a ele, igualmente, a 
obrigação de dar ao adquirente a posse da coisa. 
 
C) Direito de possuir decorrente de direito real de propriedade 
Outra hipótese de cabimento é aquela em que o direito à posse se 
funda no domínio, desde que a aquisição da posse seja originária. Nessa 
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situação não se discute o domínio, como ocorreria numa ação reivindicatória, 
mas tão somente a posse do bem, que para o autor deve ser originária. 
O autor, nesses casos, não pretende discutir a propriedade, porque ela 
deve ser certa, provada já na propositura da ação. O que o autor busca com a 
ação imissiva, nessa hipótese, é a consolidação da posse, e o réu poderá opor-
lhe somente a nulidade da aquisição, ou justa causa para retenção da coisa. 
Em casos específicos, o adquirente poderá fazer opção pela imissão 
na posse ou pela ação reivindicatória, conforme prefira controverter apenas 
o direito à posse, derivado do contrato ou de outro qualquer negócio jurídico, 
ou queira discutir a própria propriedade ou outro direito real. 
 
Caput do artigo 1.228 do Código Civil: 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o 
direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. 
 
 
Não está prevista no CPC/2015, como estava no CPC/1973, mas isso 
não a torna inexistente. 
Na ação de nunciação de obra nova busca-se evitar o abuso do direito 
de construir, permitindo o autor a tutela de relaçõesjurídicas de vizinhança, 
condomínio ou administrativas. É uma ação de conhecimento. Essa ação é 
uma tutela inibitória, por meio da qual o autor, para proteger seus interesses, 
tenta evitar que uma obra seja iniciada ou continue a ser executada. 
AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA 
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Apesar da característica inibitória da tutela dessa ação, não há 
impedimentos legais para que o autor faça um pedido de indenização por 
perdas e danos já suportados. 
 
CABIMENTO 
Para que haja cabimento é necessária a existência de uma obra nova, 
que será denunciado pelo interessado ao juízo. Para que seja comprovado o 
WHUPR� ³QRYD´� p� QHFHVViULR� TXH� KDMD� DOWHUDomR� QR� HVWDGR� GD� FRLVD� H[LVWHQWH��
sendo cabível a ação de nunciação de obra nova desde o momento em que 
haja fatos que exteriorizem a relação de uma obra até o seu término. Assim, 
desde que existam fatos que evidencie que a obra está sendo iniciada 
(preparação de canteiros) e o autor a demonstre, caberá ação de nunciação de 
obra nova. Mesmo em meras conclusões estéticas, como a pintura, caberá 
ação de nunciação de obra nova, desde que nesse detalhe final ocorra a 
infração, como a utilização de um produto proibido. 
Caso o interessado ingresse com a ação antes do início da obra, não 
haverá o interesse de agir em razão da falta de necessidade da intervenção 
judicial, sendo o processo extinto sem a resolução de mérito. Do mesmo modo, 
caso o autor ingresse com a demanda após a conclusão da obra, não haverá 
interesse de agir por falta de adequação, o processo se extingui. No entanto, 
se a inadequação for apenas procedimental, a petição inicial poderá ser 
emendada. 
O estado fático que permite o ingresso da ação é o existente no 
momento em que o autor entra com a demanda. Assim, sendo concluída a obra 
no período de tramitação procedimental, a ação continua sendo cabível e 
continua sendo possível a prolação de sentença de procedência. Além disso, 
entende o Superior Tribunal de Justiça que tendo a obra sido concluída no 
trâmite do processo, não sendo possível paralisá-la, é cabível a sua conversão 
em ação demolitória ± a obra concluída poderá ser demolida nesse caso. 
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LEGITIMIDADE 
Possui legitimidade ativa para propor ação de nunciação de obra nova: 
1) Ao proprietário ou possuidor, a fim de impedir que a edificação de 
obra nova em imóvel vizinho lhe prejudique o prédio, suas servidões ou fins a 
que é destinado. 
x Imóvel vizinho não significa imóvel contíguo, basta que 
seja próximo o suficiente da obra nova para suportar os seus efeitos. 
x O litisconsórcio formado entre o possuidor e o proprietário 
será facultativo, sendo a sua formação a critério das partes; e unitário, 
dando, obrigatoriamente, a mesma solução para ambos. 
2) Ao condômino, para impedir que o co-proprietário execute alguma 
obra com prejuízo ou alteração da coisa comum. 
x Também possui legitimidade para ingressar com a ação o 
condomínio, em razão de ato de condômino ou de vizinho. 
x Havendo prejuízo aos condôminos por causa de obra 
irregular do condomínio, todos terão legitimidade ativa. Caso haja 
litisconsórcio, esse será facultativo ou simples. 
3) Ao Município, a fim de impedir que o particular construa em 
contravenção da lei, do regulamento ou de postura. 
 
PROCEDIMENTO 
A petição inicial segue os requisitos dos arts. 319 e 320, CPC, com 
ressalvas em relação ao pedido. Essa ação tem como competência o foro do 
local da coisa, caracterizando-se como espécie atípica de competência 
territorial absoluta. Nesse sentido, o art. 47: 
Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o 
foro de situação da coisa. 
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§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de 
eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, 
divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova. 
Quando o pedido for de natureza inibitória, o valor da causa será 
estimativo, passando a ser estipulado pelo valor do dano quando houver 
pedido condenatório ao pagamento de perdas e danos, quando ao autor for 
possível do valor do seu dano. Na petição inicial, o nunciante requererá: 
1) O embargo para que fique suspensa a obra e se mande afinal 
reconstituir, modificar ou demolir o que estiver feito em seu detrimento. 
x Superior Tribunal de Justiça já decidiu que quando o 
pedido de modificação parcial da obra for suficiente para adaptá-la as 
exigências legais, o pedido poderá ser implícito. 
2) A cominação de pena para o caso de inobservância do preceito. 
3) A condenação em perdas e danos. 
x Tratando-se de demolição, colheita, corte de madeiras, 
extração de minérios e obras semelhantes, pode incluir-se o pedido de 
apreensão e depósito dos materiais e produtos já retirados. 
Ao juiz é lícito conceder o embargo liminarmente ou após justificação 
prévia, ou seja, será concedida liminarmente ou por meio de justificação o 
cabimento de tutela de urgência de natureza satisfativa. 
A ação de usucapião de terras particulares não tem um procedimento 
especial no CPC/2015, como havia no CPC/1973, mas isso não quer dizer que 
não mais existe a ação. O procedimento para ela passou a ser o do 
procedimento comum do CPC/2015. 
AÇÃO DE USUCAPIÃO 
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A ação de usucapião é o meio originário de aquisição da propriedade 
pela posse continuada. Trata-se tanto de aquisição de bens móveis como 
imóveis. Assim, não somente a propriedade pode ser adquirida por meio da 
usucapião. 
Obs.: Não cabe usucapião de bens públicos, que são insuscetíveis de serem 
usucapidos (art. 183, §3º e art. 191, parágrafo único da CRFB/88). A terra 
devoluta, em tese, é bem público, não podendo ser objeto da usucapião. 
Existem requisitos gerais e específicos da usucapião. Apesar de cada 
espécie de usucapião possuir seus requisitos próprios, é possível elencar três 
requisitos essenciais a qualquer espécie de usucapião: 
1) A posse ad usucapion: possuir os qualificativos da continuidade. 
Esse requisito é alcançado quando a posse se completa sem interrupções nos 
atos que a evidenciam. Também está presente nesse requisito o animus 
domini, que ocorre quando o possuidor exterioriza o seu comportamento de 
proprietário do bem ± ele tem a intenção de ser realmente o proprietário da 
coisa. 
2) O tempo: omisso o novo CPC. Tem-se entendido que poderá ser 
fixado pelo juiz, mediante aplicação do princípio da razoabilidade. Conforme § 
1º do artigo 218: quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em 
consideração à complexidade do ato. 
3) A coisa hábil: o bem objeto de usucapião deve ser suscetível de ser 
objeto de aquisição. 
 
LEGITIMIDADE PARA AÇÃO DE USUCAPIÃO 
1) Legitimidade ativa: possuidor atual (pode ser pessoa física ou 
jurídica) ou aquele que já foi possuidor no passado, devendo demonstrar ter 
possuído o bem de modo continuado e com ânimo de dono. 
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2) Legitimidade passiva: Podemos citar três grupos de demandados 
na ação de usucapião, são eles: 
1) Réus certos: é aquele que consta no registro do imóvel, e na falta 
da matrícula, a ação é ajuizada contra aquele que é conhecido como o dono do 
bem. 
2) Fazendas Públicas: são citadas todas as Fazendas Públicas (das 
esferas federal, estadual e municipal), para que digam se têm interesse na 
causa, dizendo se o bem é público. 
 
AÇÃO ANULATÓRIA 
 
³$� DomR� DQXODWyULD� GH� GpELWR� ILVFDO� SRGH� VHU� SURPRYLGD� SHOR�
contribuinte contra a Fazenda Pública, tendo como pressuposto a 
preexistência de um lançamento fiscal, cuja anulação se pretende pela 
procedência da ação, com sentença de resolução do mérito, que o 
GHFODUH� LQH[LJtYHO�´� �&OHLGH�3UHYLWDOOL�&DLV��3URFHVVR�-XGLFLDO� WULEXWiULR��
p. 518) 
A ação anulatória tem natureza constitutiva e visa a modificar ou 
extinguir relações jurídicas. A semelhança entre a ação anulatória e a 
declaratória é que ambas são ações antiexacionais (ou seja, a pretensão do 
demandante é contrária ao pagamento do tributo, à exação) e impróprias (não 
existe fundamentação própria a respeito de seu cabimento na legislação 
tributária). 
Vale mencionar que o jurista Bernardo Ribeiro Moraes qualifica a ação 
DQXODWyULD�GH�GpELWR�ILVFDO�FRPR�³instrumento judicial que tem por objeto tornar 
sem efeito (anular), total ou parcialmente, um crédito tributário definitivamente 
constituído´��WHQGR�FRPR�SUHVVXSRVWR�D�SUHH[LVWrQFLD�GH�FUpGLWR�WULEXWiULR�RX�GH�
um lançamento, já que seu objetivo é, especificamente, desconstituir o 
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lançamento tributário, anulando-o. Trata-se, em consequência, de uma ação 
constitutiva, diferindo da ação declaratória negativa. 
Na ação declaratória de natureza negativa, o pedido objetiva à tutela 
jurisdicional, certificando a inexistência de uma relação jurídica. Ou seja, 
quando o autor atribui o escopo de ação declaratória negativa ao seu pedido, 
não pretende desconstituir o crédito tributário, mas antecipar-se a sua 
constituição ± requerendo uma sentença que afirme não ser devido 
determinado tributo. 
 Na ação anulatória, a finalidade do pedido é modificar ou extinguir uma 
relação jurídica já formalizada. A pretensão de extinguir ou modificar uma 
relação jurídica pressupõe que esta já esteja presente. 
Arruda Alvim destaca que a ³distinção que se há de fazer entre ação 
anulatória e declaratória é que a anulatória pressupõe um lançamento, 
que se pretende desconstituir ou anular; a declaratória não o pressupõe. 
Através desta pretende-se declarar uma relação jurídica como inexistente, 
pura e simplesmente´. (Arruda Alvim, Processo judicial tributário, p. 169) 
 
AÇÃO ANULATÓRIA E DEPÓSITO 
A imprescindibilidade do depósito é tema muito discutido, uma vez que 
fere o princípio da isonomia, consagrado na Constituição Federal de 1988. 
Vejamos o art. 38 da Lei 6.830/80: 
Art. 38. A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é 
admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as hipóteses de mandado 
de segurança, ação de repetição do indébito ou ação anulatória do ato 
declarativo da dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor do 
débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e 
demais encargos. 
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O final do artigo inclui a famosa cláusula do solve et repete, ou seja, 
primeiro se paga e depois, caso o pagamento seja julgado indevido, os valores 
serão restituídos. Essa regra fere o princípio da isonomia, uma vez que 
somente os contribuintes que possuem condições para efetuar o depósito é 
que terão a oportunidade de impugnar a cobrança judicialmente. 
± Art. 5º, incisos XXXIV e XXXV, da Constituição de 1988; 
XXXIV ± são a todos assegurados, independentemente do pagamento 
de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou 
contra ilegalidade ou abuso de poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de 
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
XXXV ± a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito 
Vejamos enunciados de súmula que consideram inconstitucional a 
regra de ser imprescindível o depósito como pressuposto da ação anulatória. 
± Súmula 247 do extinto TFR: 
³Não constitui pressuposto da ação anulatória do débito fiscal o 
depósito de que cuia o art. 38 [citado acima] da Lei 6830 de 1980´ 
± Súmula vinculante nº 28 ± STF: 
É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de 
admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de 
crédito tributário. 
Dúvida: Professor, é facultado ao contribuinte o depósito? Sim. O 
depósito é um direito e uma faculdade do contribuinte. Luciano Amaro, em 
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'LUHLWR�7ULEXWiULR�EUDVLOHLUR��³o depósito é voluntário, isto é, compete ao suposto 
devedor efetuá-lo, se quiser provocar o efeito que dele advém´�� 
 
VANTAGENS DO DEPÓSITO 
As vantagens do depósito são: 
1) A impossibilidade de cobrança do débito durante a discussão 
judicial; 
2) A exclusão da responsabilidade do contribuinte pelos encargos 
referentes ao débito; 
3) O impedimento ou a suspensão da inscrição do contribuinte no 
CADIN; 
4) O direito do contribuinte de obter certidão positiva com efeito de 
negativa (art. 151, II, CTN c/c art. 206 do CTN), que permite demonstrar sua 
situação de regularidade fiscal para todos os fins, inclusive participação em 
licitações, celebração de contratos com o Poder Público e recebimento de 
valores pagos pela Administração Pública. 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: >«@ 
II ± o depósito do seu montante integral; 
Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior [quitação 
do débito] a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em 
curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja 
exigibilidade esteja suspensa. 
Obs.: O depósito jamais pode ser exigido como pressuposto da ação anulatória 
(Súmula Vinculante n 28), mas, por outro lado, nos termos do art. 151, II do 
CTN, representa um direito do contribuinte que pode por ele ser exercido. 
 
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DEPÓSITO E AÇÃO JUDICIAL 
O depósito pode ser efetuado nos autos de qualquer ação judicial. Há 
controvérsia em torno do procedimento adequado para a se fazer o depósito. 
Alguns entendem que o interessado deve propor ação cautelar inominada. No 
entanto, o antigo Tribunal Federal de Recursos, extinto após a entrada em 
vigor da Constituição Federal de 1988, havia decidido não ser necessária a 
ação cautelar, podendo o depósito ser feito nos autos da ação principal (AI n. 
54.533-RS, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, DJU de 17.10.1988, p. 26.672). 
Para o depósito não há necessidadede ação própria e ele independe 
de autorização judicial. Ao promover a ação anulatória de lançamento, ou a 
declaratória de inexistência de relação tributária, ou mesmo o mandado de 
segurança, o autor fará a prova do depósito e pedirá ao Juiz que mande 
cientificar a Fazenda Pública, para os fins do art. 151, II, do Código Tributário 
Nacional. 
 
DEPÓSITO INTEGRAL E EM DINHEIRO 
O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for 
integral e em dinheiro (súmula 112 do STJ), o que afasta a possibilidade do 
oferecimento de outros bens em garantia do débito. 
Súmula 112 do STJ: O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito 
tributário se for integral e em dinheiro. 
É importante ressaltar que o montante integral é o valor pretendido pela 
Fazenda, e não aquele efetivamente devido. 
A possibilidade da garantia do juízo na execução fiscal mediante a 
entrega de outros bens que não em dinheiro, os contribuintes passaram a 
ajuizar ações judiciais cujo objetivo não era discutir o débito, mas sim antecipar 
a garantia que seria oferecida na futura execução fiscal. O Superior Tribunal de 
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Justiça entende que a antecipação seria possível, pois, além de não prejudicar 
a Fazenda permite ao contribuinte a obtenção da certidão (art. 206 do CTN). 
 
DEFINIÇÃO DE AÇÃO ANULATÓRIA DE LANÇAMENTO FISCAL 
Vimos que a ação anulatória em matéria tributária é uma modalidade 
processual antiexacional que ocorre após a constituição da obrigação tributária. 
Vimos também que o maior objetivo dessa ação é a produção de uma norma 
concreta e individual que desconstitua a eficácia da anterior norma tributária. 
Assim, o Estado-Juiz ao julgar a demanda do contribuinte, emite uma sentença 
que tem eficácia desconstitutiva da obrigação tributária. 
Sabe-se que a carga principal da sentença de ação anulatória é 
desconstitutiva, já que funciona como instrumento introdutor de uma norma que 
leva à extinção da obrigação tributária. No entanto, esta também tem carga 
declaratória, já que ao julgar a questão, o Estado-juiz, além de desconstituir a 
norma individual e concreta já produzida, impede o Fisco de, em condições 
fáticas e jurídicas idênticas, efetuar o lançamento novos tributos. 
Assim, a sentença redundará em efeitos, não só sobre a obrigação 
anteriormente posta, mas também sobre todas as situações futuras, que se 
enquadrem na mesma situação enfrentada pelo Judiciário. 
Em resumo, a sentença da ação anulatória retroage ao passado, 
reformando o débito constituído anteriormente. Também constitui novo fato 
 
x Não será cabível com intuito de suspender a exigibilidade do crédito, a fiança 
bancária, já que não é igual depósito. 
x A antecipação de garantia ocorre por intermédio de ação cautelar anômala que foi 
admitida pelo STJ, a fim de antecipar um ato processual. Ressalta-se que o depósito 
suspende a exigibilidade do crédito, enquanto a antecipação é a garantia da futura 
execução. 
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jurídico, já que extingue a obrigação posta e, em consequência desses fatos, 
regula conduta dos litigantes em situações futuras. 
 
PROPOSITURA DA AÇÃO 
A propositura de qualquer ação relativa ao débito constante do título 
executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução. A anulatória poderá 
ser proposta antes ou no curso da execução. Vale destacar que se proposta no 
curso da execução fiscal, não enseja litispendência, bem como se proposta 
após a extinção do processo, não fere o instituto da coisa julgada. 
O STJ já decidiu sobre a questão que: 
³,378��$d­2�$18/$7Ï5,$�$-8,=$'$�12�&8562�'$�(;(&8d­2�
FISCAL. POSSIBILIDADE. 1. Esta Corte possui entendimento pacífico no 
sentido de que a ação executiva em curso não impede a propositura de ação 
desconstitutiva pelo executado. Precedentes: REsp 937.416/RJ, Rel. Min. Luiz 
Fux, Primeira Turma, DJ de 16.6.2008; AgRg no Ag 774.671/RJ, Rel. Min. 
Denise Arruda, Primeira Turma, DJ de 1.3.2007.2. Agravo regimental não-
SURYLGR�´� �$J5g no REsp 866.054/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL 
MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 09/12/2008, DJe 03/02/2009) 
 
AÇÃO ANULATÓRIA E AUTOLANÇAMENTO 
O lançamento tributário, previsto no art. 142 do Código Tributário 
Nacional, não é a única maneira de constituir norma individual e concreta que 
instaure a obrigações tributárias. No sistema legislativo, o contribuinte tem o 
mesmo poder constitutivo de créditos tributários que o Estado-Fisco, já que o 
contribuinte tem competência para constituir o fato jurídico e a obrigação 
tributária. 
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Dessa forma, no lançamento por homologação, ao administrado 
compete individualizar o evento tributário, constituindo-o como fato jurídico. 
Compete, também, estruturar todos os elementos integrantes da relação 
jurídica do tributo. Em razão desse procedimento do administrado é que o 
recolhimento do tributo devido se torna possível, sem qualquer interferência do 
Estado-Administração. 
Assim, a constituição do crédito é efetuada pelo administrado, sendo a 
³KRPRORJDomR´��XPD�SURYLGrQFLD�de natureza meramente fiscalizatória, em que 
o objetivo principal é zelar pelos interesses da Administração Pública. 
Feitas essas considerações, deve-se recordar que as ações anulatórias 
de débito fiscal têm a finalidade de desconstituir a norma constitutiva da 
obrigação tributária, gênero do qual são espécies o lançamento tributário e o 
autolançamento. 
Ressalte-se que o artigo 156 do CTN, quando se refere ao veículo 
introdutor da norma da obrigação tributária, não fez distinção entre as 
obrigações constituídas por lançamento ou autolançamento. Assim, não há 
impedimento legal para que a ação anulatória seja proposta para anular atos 
praticados pelo próprio contribuinte. 
 
PRAZO PRESCRICIONAL 
Para a jurisprudência, o prazo prescricional para propositura da ação 
anulatória do lançamento é quinquenal nos termos do art. 1º do Decreto 
20.910/32, contado a partir da notificação fiscal do ato administrativo do 
lançamento. Nesse sentido: 
³352&(668$/� &,9,/� (� 75,%87È5,2�� $*5$92� 5(*,0(17$/� 12�
RECURSO ESPECIAL. IPTU, TIP E TCLLP. AÇÃO ANULATÓRIA. 
PRESCRIÇÃO. DECRETO 20.910/32. 1. Esta Corte já se pronunciou no 
sentido de que o prazo prescricional adotado na ação declaratória de nulidade 
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de lançamentos tributários é quinquenal, nos termos do art. 1º do Decreto 
20.910/32, contado a partir da notificação fiscal do ato administrativo do 
lançamento. Precedentes: REsp 894.981/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira 
Turma, DJ de 18.6.2008; REsp 892.828/RJ, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, 
Primeira Turma, DJ de 11.6.2007. 2. Na espécie, constatado o decurso de 
cinco anos entre a notificação do lançamento e o ajuizamento da ação, há de 
se reconhecer a prescrição em relação aos lançamentos referentes ao 
H[HUFtFLR�GH������H�DQWHULRUHV�����$JUDYR�UHJLPHQWDO�QmR�SURYLGR�´� �$J5J�QRV�
EDcl no REsp 975.651/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, 
SEGUNDA TURMA,julgado em 28/04/2009, DJe 15/05/2009) 
No entanto, há duas exceções à regra geral. A primeira exceção está 
prevista no artigo 169 do CTN, que quando a ação anulatória for precedida de 
decisão administrativa que denegar a restituição do indébito, o prazo 
prescricional para a propositura de ação anulatório no âmbito judicial será de 
dois anos. 
A segunda exceção deve-se perguntar: quando a ação anulatória tiver 
por objeto a norma individual e concreta emitida pelo próprio contribuinte, qual 
será o termo inicial do lustro prescricional? 
Para responder a essa pergunta, temos que lembrar a constituição da 
obrigação tributária pelo próprio contribuinte. No lançamento por homologação, 
ao administrado cabe individualizar o evento tributário, constituindo-o como fato 
jurídico e estruturar, todos os elementos integrantes da relação jurídica do 
tributo. Depois disso, o contribuinte deve enviar ao Fisco o suporte físico no 
qual está estrutura a norma individual e concreta da constituição do crédito. 
Uma vez entregue o suporte-físico da obrigação tributária constituída por 
autolançamento, tem-se por acabada a constituição do crédito tributário. 
Assim, se a entrega da declaração é o termo inicial para propositura de 
execução fiscal por parte do Fisco, este marco temporal deve ser utilizado 
também como termo inicial do prazo prescricional para propositura de ação 
anulatória. 
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Conclui-se, dessa forma, que a ação anulatória pode ter três termos 
iniciais para cômputo do prazo prescricional: 
1. a notificação do lançamento tributário; 
2. data da ciência da notificação da decisão administrativa que 
denegar a restituição do indébito; 
3. data da entrega das declarações constitutivas de crédito tributário 
(DCTF, GFIP, GIA, dentre outras), nos casos de tributos 
constituídos por lançamento por homologação. 
 
 AÇÃO MONITÓRIA 
 
Vocês sabiam que a ação monitória tem suas raízes ligadas ao Direito 
Canônico? Isso mesmo. No direito Canônico�� D� ³DomR� PRQLWyULD´ era a 
advertência feita pela autoridade eclesiástica ao indivíduo, para que este 
cumprisse um dever ou se abstivesse da pratica de um ato, sujeitando-se a 
sanção ou a penalidade pela omissão ou ação do ato. 
A palavra monitória sXUJLX� GR� ODWLP� ³PRQLWLR´�� GH� ³PRQHUH´� H� VLJQLILFD 
advertir, avisar. Monitória na linguagem jurídica nada mais é do que um aviso 
ou um convite para que a pessoa deponha a respeito de fatos. 
A ação monitória não é novidade no Código. Ela surgiu com a Lei n° 
9.079/95 no Código de 1939, que depois foi reformado pelo Código 1973, e que 
agora consta no CPC/2015 dos arts. 700 à 702. 
 
A NOVA AÇÃO MONITÓRIA ² LEI 13.105/2015 
 A Lei 13.105 trouxe inovações à ação monitória. Isto é muito positivo, 
visto que o NCPC foi instrumentalizando e positivando questões que já vinham 
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sendo adequadas nos Tribunais. Vejam que três das novidades trazidas pelo 
novo Código já haviam sido sumuladas pelo Superior Tribunal de Justiça. 
1. a possibilidade da citação por edital (Súmula 282 de 28/04/2004) 
2. a reconvenção (Súmula 292 de 05/05/2004) 
3. a possibilidade de se manejá-la em face da Fazenda Pública 
(Súmula 339 de 16/05/2007). 
Pois bem, no antigo CPC a ação monitória somente abarcava as 
obrigações de dar coisas fungíveis e a entrega de determinado bem móvel. O 
NCPC dá a ação monitória amplitude. Ou seja, a ação monitória pode ser 
aplicada a todas as modalidades de obrigação: pagamento de quantia em 
dinheiro, entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel e o 
adimplemento das obrigações de fazer, positivas e negativas. 
 
Vejamos uma regra do Direito pátrio: a ação monitória para entrega de imóvel 
não substitui a ação de despejo ou a imissão na posse. Todavia, para aqueles 
casos em que a entrega do bem não encontra substrato em documento com 
força executiva, existe, sim, a possibilidade da ação injuntiva. Isso decorre do 
fato de a Lei de Locações (Lei 8.245/91) ser considerada uma lei material e 
específica, a não ser revogada pelas novidades, de caráter geral. 
Dúvida: qual o significado de ação injuntiva? No dizer de Ada 
Grinover: a ação injuntiva ³busca, por intermédio de uma cognição sumária, superficial, 
expedir-se, desde logo, um mandado para o cumprimento da obrigação, na esperança de que 
não haja oposição a esse mandamento, porque, se houver, através dos embargos, tudo será 
reconduzido ao procedimento ordinário, abrindo-se o contraditório pleno à cognição profunda do 
magistrado. O procedimento monitório, portanto, se não houver embargos, é um procedimento 
de natureza sumária, de cognição sumária, não-exauriente, prevendo um contraditório eventual e 
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diferido.´ (GRINOVER, Ada Pellegrini. Ação monitória. Disponível 
em:http://daleth.cjf.jus.br/revista/numero1/grinover.htm.) 
Situada entre a ação de conhecimento e o processo executivo, a ação 
monitória, pela lei em vigor, não estabelece ampliação da fase instrutória para 
além das possibilidades elencadas. 
Contudo, se o NCPC não aumenta a possibilidade de cognição da 
prova no juízo instrutório, inova ao menos ao possibilitar que a prova escrita 
possa traduzir em prova oral documentada, não só produzida antecipadamente 
na forma do art. 381 do CPC, bem como por meio da Ata Notarial. 
 
PETIÇÃO INICIAL 
A Lei 13.105 no seu § 2º a 5º do art. 700 desdobra o que até então se 
FRQKHFLD�SRU�³GHYLGDPHQWH�LQVWUXtGD´� Vejamos: 
A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base 
em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do 
devedor capaz: 
I - o pagamento de quantia em dinheiro; 
II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou 
imóvel; 
III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer. 
As possibilidades previstas I, II e III citadas acima, podem vir assim 
descritas em sua prova: a soma devida, com memória de cálculo; o valor 
atualizado da coisa reclamada e o conteúdo patrimonial em discussão ou 
proveito econômico perseguido, conforme for o caso de obrigação de pagar 
quantia em dinheiro, de entrega de coisa, bem móvel ou imóvel ou nos casos 
das obrigações de fazer ou não fazer. 
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O artigo 700 também amplia o rol das causas de indeferimento da 
petição inicial. Trata-se, portanto, de requisitos para admissão da petição 
inicial. Assim, na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso: 
I - a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo; 
II - o valor atual da coisa reclamada; 
III - o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico 
perseguido. 
O valor da causa deverá corresponder à importância das seguintes 
hipóteses: 
I - o pagamento de quantia em dinheiro; 
II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou 
imóvel; 
III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer. 
Além das hipóteses de indeferimento elencadas no art. 330 do CPC, apetição inicial será indeferida quando o autor não explicitar a importância 
devida, instruindo-a com memória de cálculo; o valor atual da coisa reclamada; 
o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido. 
Ademais, consagra a possibilita ao credor de emendar a petição inicial 
quando a prova documental que instrui o feito apresentar dúvida razoável sobre 
sua idoneidade, momento no qual o autor poderá adaptar a petição para o 
procedimento comum. 
Art. 700, § 5º, CPC/2015: Havendo dúvida quanto à idoneidade de 
prova documental apresentada pelo autor, o juiz intimá-lo-á para, querendo, 
emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedimento comum. 
DICA É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública. 
DICA Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permitidos 
para o procedimento comum. 
 
 
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RECEBIMENTO DA INICIAL 
O art. 701 dispõe que sendo evidente o direito do autor (ou seja, 
estando a petição inicial regularmente instruída), o juiz deferirá a expedição de 
mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação 
de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o 
cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do 
valor atribuído à causa. 
 
CUMPRIMENTO DO MANDADO E PAGAMENTO DE CUSTAS 
Semelhante ao que determinava o CPC/73, o devedor estará isento de 
custas (art. 701, § 1º) caso cumpra o mandado no prazo legalmente 
estabelecido e assinado. O que mudou aqui foi a retirada da expressão ³H�
KRQRUiULRV� DGYRFDWtFLRV´� SUHYLVWRV� na lei anterior. Isto se deve ao fato que a 
retirada da expressão guarda coerência com o estabelecido no caput do art. 
701 ³6HQGR�HYLGHQWH�R�GLUHLWR�GR�DXWRU��R�MXL]�GHIHULUi�D�H[SHGLomR�GH�PDQGDGR�
de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou 
de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o 
cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do 
YDORU�DWULEXtGR�j�FDXVD´� 
Percebam, desse modo, que a isenção de pagar as custas quando 
cumprido o mandado no prazo, não inclui a isenção aos honorários 
advocatícios, que continuam sendo devidos. 
Aqui, caros amigos, observamos nítida valorização do trabalho do 
advogado na fase postulatória da petição inicial do processo. Essa valorização 
é uma constante no Código de Processo Civil de 2015. 
O réu será isento do pagamento de custas processuais se 
cumprir o mandado no prazo. Não estará isento dos honorários 
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advocatícios. A novidade está no tarifamento dos honorários advocatícios em 
sede de ação monitória, pelo qual o juiz determinará o pagamento de cinco por 
cento (5%) do valor da causa, justificando os requisitos de admissibilidade da 
petição inicial. 
Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, 
independentemente de qualquer formalidade, se não realizado o pagamento e 
não apresentados os embargos previstos no art. 702 [embargos à ação monitória], 
observando-se, no que couber, as regras do Cumprimento de Sentença. 
Sendo a ré Fazenda Pública, não apresentados os embargos previstos 
no art. 702 [embargos à ação monitória], aplicar-se-á o disposto no art. 496, 
observando-se, a seguir, no que couber, as regras do Cumprimento de 
Sentença. 
Por fim, vale ressaltar que se aplica à ação monitória, no que couber, 
o art. 916 [relativo aos embargos à execução]: 
Art. 916. [caput] No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e 
comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de 
honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante 
em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por 
cento ao mês. 
 
 OS EMBARGOS MONITÓRIOS 
Os embargos monitórios são a defesa da ação monitória (aqui façamos 
uma crítica à nomenclatura utilizada pelo legislador. Poderia tê-la chamado, e 
seria mais técnico, de impugnação da ação monitória, uma vez que é 
processada de forma incidente e não de forma autônoma, como ocorre com os 
embargos executivos). 
O que o legislador fez foi dar todas as características de contestação 
aos chamados embargos monitórios, DR�SUHYHU�TXH�HOHV�³podem se fundar em 
matéria passível de alegação como defesa no procedimento comum´ (§1º, 
art. 702), mas evidente que limitado à produção da prova nessa ação. Quando 
houver essa conversão para o procedimento comum, será cabível a 
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reconvenção, conforme disposição do § 6º do art. 702 (consagrando Súmula do 
STJ nº 292). 
§ 6o Na ação monitória admite-se a reconvenção, sendo vedado o 
oferecimento de reconvenção à reconvenção. 
O réu deverá, ao declinar do valor que entende ser devido, juntar 
demonstrativo atualizado da dívida, restando essa defesa independente de 
qualquer tipo de garantia, razão pela qual a lei deixa de lhe exigir que deposite 
a quantia apontada como correta. A oposição de embargos suspende a eficácia 
da decisão (§ 4º do art. 701). 
Nas situações em que o embargante (réu) alega que o autor pleiteia 
valor superior ao efetivamente devido, a causa poderá ser indeferida 
liminarmente (sem oitiva da outra parte ± do embargado), se não for apontado o valor 
correto nos embargos (§§ 2º e 3º do art. 702). 
Portanto, não apontado o valor correto ou não apresentando o 
demonstrativo, os embargos serão liminarmente rejeitados, se esse for o seu 
único fundamento, e, se houver outro fundamento, os embargos serão 
processados, mas o juiz deixará de examinar a alegação de excesso. 
Vale ressaltar que uma vez admitida a oposição de embargos, 
praticamente há a conversão do procedimento específico para o comum, uma 
vez que a defesa cabível na espécie se assemelha à do procedimento comum. 
Ademais, vale ressaltar, a sentença que decide os embargos, ataca o mérito da 
própria ação monitória. 
Da sentença que acolhe ou rejeita os embargos, cabe apelação (art. 
702, §9º). 
 
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ 
As penalidades por litigância de má-fé estão previstas nos parágrafos 
10 e 11 do art. 702. Essa é mais uma novidade do NCPC. As penalidades 
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listadas são para ambas as partes e conforme for o caso, será estipulada no 
percentual de 10% sobre o valor da causa, em proveito da parte prejudicada. 
§ 10. O juiz condenará o autor de ação monitória proposta 
indevidamente e de má-fé ao pagamento, em favor do réu, de multa de até dez 
por cento sobre o valor da causa. 
§ 11. O juiz condenará o réu que de má-fé opuser embargos à ação 
monitória ao pagamento de multa de até dez por cento sobre o valor atribuído à 
causa, em favor do autor. 
 
 CONCLUSÃO 
Podemos concluir que o NCPC trouxe à ação monitória, de cognição 
sumária, novos meios que lhe passam maior utilidade e eficácia. 
Destaca-se: o tarifamento dos honorários devidos em sede de 
monitória; a possibilidade de citação por todos os meios processualmente

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