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60015ResumoAula5 P2DPenal Parte Geral I

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Direito Penal – Parte Geral 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
1 
www.cursoenfase.com.br 
 
Sumário 
1. Teoria do Crime (Teoria do Delito) .......................................................................... 2 
1.3. Teoria da Imputação Objetiva do Resultado .................................................... 2 
1.3.1. A criação de um risco juridicamente desaprovado (cont.) ........................... 2 
1.3.2. A materialização do risco no resultado ......................................................... 2 
1.3.2.1. O comportamento alternativo conforme ao direito ................................... 4 
1.3.2.2. Aumento do Risco Permitido ...................................................................... 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Penal – Parte Geral 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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www.cursoenfase.com.br 
Professora: Ana Paula Viera 
 
 
1. Teoria do Crime (Teoria do Delito) 
1.3. Teoria da Imputação Objetiva do Resultado 
1.3.1. A criação de um risco juridicamente desaprovado (cont.) 
Para concluir o tema do final do primeiro bloco, necessário deixar claro que a 
confiança de que cada indivíduo cumprirá seu papel adequadamente não gera qualquer tipo 
de responsabilidade para uma pessoa se, por ventura, outra pessoa fizer algo errado. 
Exemplo1: o cirurgião pode confiar que o anestesista realizará seu trabalho 
adequadamente. Em não o fazendo, a responsabilidade será apenas do anestesista e não do 
médico cirurgião. O médico cirurgião não é obrigado a fiscalizar o trabalho do anestesista. 
Há duas importantes exceções ao Princípio da Confiança: 
a) se faz parte da função do indivíduo fiscalizar, não poderá se utilizar do 
Princípio da Confiança. Terá obrigação de desconfiar. 
Exemplo2: se o cirurgião está operando conjuntamente com mais dois médicos 
residentes, ele tem o dever de fiscalizá-los e orientá-los. 
b) a existência de elementos fáticos indicando que não se pode confiar. 
Exemplo3: a princípio, o cirurgião não tem a função de fiscalizar o trabalho do 
anestesista. Todavia, se o anestesista chegar bêbado na sala de cirurgia o médico não 
poderá nele confiar. 
Exemplo4: “A” está dirigindo. “B” no carro ao lado está dirigindo em ziguezague 
nitidamente descontrolado. “A” não poderá usar o Princípio da Confiança. 
 
1.3.2. A materialização do risco no resultado 
A segunda etapa criada pela teoria da imputação é a realização do risco no resultado. 
Aqui, o observador objetivo detectou a criação de um risco – a conduta, portanto, será 
típica. 
Imagine-se a seguinte situação envolvendo um crime doloso de resultado: um 
homicídio. Se o observador objetivo disser que houve a criação de um risco, já se caracteriza 
para o elemento do item 1.3.1. ao menos a tentativa. 
Direito Penal – Parte Geral 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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www.cursoenfase.com.br 
No caso do presente item (materialização do risco no resultado) importará observar 
se o crime foi consumado. 
Para avaliar se o risco criado materializou-se no resultado, deve-se trabalhar com a 
noção de nexo de risco. 
Exemplo1: Nexo de Risco 
 
 
 
 
 
 
� A ideia é a seguinte: deve-se perguntar por que determinada conduta arriscada é 
proibida? Em outras palavras: qual resultado se pretende evitar quando se proíbe 
determinada conduta arriscada? A qual classe de resultados normalmente está 
associada à conduta arriscada em questão? 
R: com adaptação da pergunta ao exemplo acima, proíbe-se a direção em velocidade 
excessiva porque quanto maior a velocidade, menor o controle do motorista sobre o veículo. 
Perder o controle do veículo gera uma classe de resultados conhecidos, normalmente 
associados à conduta arriscada – atropelamentos, colisões com outros automóveis, casas, 
estabelecimentos. 
Assim, são todos estes resultados que estão normalmente associados à conduta de 
dirigir em excesso de velocidade que o legislador busca evitar. Isso é o nexo de risco. 
É possível notar que por trás da ideia de nexo de risco está uma ideia maior: a de 
previsibilidade. O nexo de risco trabalha a ideia da previsibilidade de forma mais concreta, 
ao invés de trabalhar com uma noção muito genérica. 
Recomenda-se, assim, trabalhar o tema sempre levantando perguntas como as acima 
elencadas (por que se proíbe determinada conduta? A razão de proibi-la está ligada à 
necessidade de evitar quais resultados?). Para todos os resultados indicados na resposta à 
segunda pergunta existirá nexo de risco. 
Outro exemplo ajuda a melhor ilustrar a questão. 
Exemplo2: caso concreto julgado pelo TJ/RJ – “A” estava dirigindo com excesso de 
velocidade, viu o sinal fechar e freou abruptamente. Uma velhinha que estava atravessando 
a rua teve um ataque cardíaco com o susto e morreu. O TJ/RJ condenou “A” por homicídio 
culposo, trabalhando com a ideia genérica de previsibilidade. 
Dirigir em excesso 
de velocidade 
Criação de Risco 
desaprovado 
Classe de Resultados que 
se quer evitar com a 
proibição: 
- atropelamentos; 
- colisões; 
- entre outros 
Direito Penal – Parte Geral 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Caso fosse aplicada a noção mais concreta de nexo de risco, restaria claro que dentre 
os resultados que a norma deseja evitar não está o susto que a senhora sofreu. Faltaria o 
nexo de risco, isto é, no Exemplo2 não houve realização do risco no resultado. 
É desta maneira que a ideia de nexo de risco permite melhor trabalhar todos os 
cursos causais extraordinários vistos, por exemplo, na aula passada – artigo 13, §1o do CP. 
� Caso se entenda, em um determinado caso concreto, que foi criado um risco 
juridicamente desaprovado, mas que não houve a realização do risco no resultado 
(não há nexo de risco), qual a resposta penal adequada para o agente? 
R: depende do elemento subjetivo do agente. 
Se trabalhada a hipótese de homicídio doloso, a resposta penal seria tentativa de 
homicídio. 
� Contudo, se a conduta for culposa (como no exemplo da velhinha que tomou um 
susto com o carro e teve uma parada cardíaca), qual a resposta adequada para o 
agente? 
R: não existe tentativa em crime culposo, logo, a resposta penal será nenhuma ou o 
enquadramento como crime de perigo se o sujeito agiu com dolo de perigo (direção 
perigosa). 
Abaixo, alguns dos elementos de importância para a análise de risco criado e 
resultado: 
• Análise ex-post: é feita depois do resultado, uma vez que é necessário avaliar se o 
resultado pertence à classe de resultados que a proibição visa evitar; 
• Nexo de risco: o resultado deve pertencer àquela classe de resultados que a norma 
de determinação pretendia evitar. 
• Resultados alheios ao fim de proteção da norma não são imputáveis. 
• é importante indagar sobre o fim de proteção da norma de cuidado no caso 
concreto. 
 
1.3.2.1. O comportamentoalternativo conforme ao direito 
Comportamento alternativo conforme ao direito pode ser traduzido na seguinte 
situação: pode ser que com sua conduta o agente dê causa física a um resultado, ou crie o 
risco da ocorrência do resultado ou, ainda, que o resultado em questão de fato pertença à 
classe de resultados que se quer evitar (existe nexo de risco) e, mesmo assim, o resultado 
não seja imputado ao agente. 
 
Direito Penal – Parte Geral 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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No caso acima, suponha-se que foi feita uma perícia cuja conclusão indicou que ainda 
que Antônio estivesse dirigindo a 70 Km/h (abaixo da velocidade permitida) não teria tempo 
de frear, pois a vítima ingressou de forma muito repentina na frente do automóvel. 
Portanto, a situação fática é a seguinte: Antônio estava a 100 Km/h, quando a 
velocidade máxima permitida era 80 Km/h; a vítima atravessou abruptamente e Antônio a 
atropelou; como resultado a vítima morreu. A perícia concluiu que mesmo estando abaixo 
da velocidade máxima, Antônio não teria tempo para frear. 
Com base nas fases de raciocínio até agora estudadas (sem falar de comportamento 
alternativo): 
� Existe relação de causalidade física entre a ação e o resultado? 
R: Sim, se Antônio não estivesse dirigindo a vítima não teria sido atropelada. 
Quanto à imputação: 
� 1a. Etapa: ao dirigir em excesso de velocidade, Antônio cria um risco para o bem 
jurídico? 
R: Sim. 
� 2a. Etapa: o resultado pertence à classe de resultados que se pretende evitar? 
R: Sim. O exame nesta 2a. Etapa, porém, deve ir além. 
O agente não responderá se for possível constatar que o comportamento correto 
não teria conseguido evitar o resultado. Nem se o sujeito tivesse agido com correção, o 
resultado teria sido evitado, portanto, não faria sentido puni-lo. 
Exclui-se a realização do risco no resultado sempre que se constate que o 
comportamento correto (ou comportamento alternativo conforme o direito) não teria sido 
capaz de evitar o resultado. 
Atenção: no exemplo dado como base, a conduta arriscada continua existindo e, 
muito embora excluída a imputação do resultado, o agente seguirá respondendo 
penalmente – se o crime for doloso, pela tentativa; se culposo, por nada ou por um crime de 
perigo. 
Vítima alcoolizada 
atravessou 
repentinamente a Rodovia 
Antônio dirige a 
100 Km/h 
Vítima Morreu 
Velocidada Máxima 
80 Km/h 
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1.3.2.2. Aumento do Risco Permitido 
Para facilitar o entendimento, o tema será introduzido através de um exemplo 
prático: 
 
 
 
 
 
Para que uma segura transfusão de sangue doado, são feitos diversos exames, 
inclusive aquele que identifica a presença do vírus da AIDS. Contudo, mesmo com todos os 
testes existe um risco de contaminação, calculado em 10% (há um período janela, durante o 
qual o doador pode estar contaminado e o exame não detectar). 
Trata-se, portanto, de um risco tolerado, eis que a alternativa (proibir a transfusão de 
sangue) causaria danos muito maiores à sociedade. 
Se um hospital faz todo o procedimento de forma correta (desde a doação até todos 
os testes necessários) e mesmo assim um receptor de sangue é contaminado, sua conduta é 
atípica, pois agiu dentro da margem do risco permitido. Neste caso, a solução foi 
encontrada na 1a. Etapa (item 1.3.1.). 
Exemplo1: agora, na mesma situação, imagine-se uma clínica desonesta que 
simplesmente não queira gastar dinheiro com os testes necessários. A clínica mantém a 
coleta de sangue e não realiza os exames, passando a fazer transfusões com o material não 
testado. Sem os testes necessários, o risco de contaminação sobre de 10% para 40%. 
� Como analisar a situação à luz da teoria da imputação? 
Foi visto anteriormente que a certeza de que o comportamento correto não evitaria 
o resultado (item 1.3.2.1.) exclui a imputação 
Imagine-se que o dono da clínica desonesta tenha sido denunciado e tenha 
contratado um excelente advogado para sua defesa. O advogado tentará criar uma linha de 
defesa alegando que há dúvida sobre se o comportamento correto evitaria o resultado, pois 
mesmo se realizados os exames, permaneceria uma chance grande de contaminação. Para a 
defesa, o comportamento alternativo conforme o direito não afasta com 100% de certeza 
a possibilidade de o resultado ocorrer. A dúvida, portanto, deve ser revertida em favor do 
Réu. 
A posição é controvertida. 
Window period Doação de Sangue Risco de 
Contaminação 
Exame de AIDS 10% 
Direito Penal – Parte Geral 
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� Pergunta-se: quando o sujeito aumenta o risco permitido por agir de forma incorreta, 
é possível imputar o resultado ou a dúvida deve beneficiar o acusado? O Direito 
Penal pode se contentar com o aumento do risco permitido? 
R: Observe-se que, se há certeza de que a conduta correta teria evitado o resultado 
indesejado, imputa-se o resultado. Por outro lado, se a conduta incorreta apenas aumenta a 
probabilidade de ocorrer o resultado indesejado, haverá dúvida. Na segunda hipótese, a 
imputação do resultado ao sujeito é controvertida. 
No Brasil, uma parte da Doutrina, Juarez Tavares, por exemplo, aplica o critério do in 
dubio pro reo e nega a imputação. Os que assim entendem não se contentam com a 
constatação do aumento do risco, enxergando uma dúvida que deve ser resolvida a favor do 
acusado. Trata-se da teoria da evitabilidade. 
Na opinião da Professora, tal posição é político-criminalmente desastrosa. Vive-se em 
uma sociedade na qual centenas de atividades de grande importância têm dentro de si certa 
margem de risco. Permitir que todos que realizam atividades arriscadas não tomem as 
medidas de segurança, eis que a dúvida reverterá a seu favor, seria criar significativos 
problemas e insegurança para quem precisa destas atividades. 
Uma segunda corrente, representada no Brasil por Luís Greco e na Alemanha por 
Roxin, afirma que em casos como o acima apresentado (clínica desonesta) não há 
propriamente uma dúvida, pois se tem certeza de que com o comportamento indevido 
(incorreto) um risco que era de 10% aumentou para 40%. Há certeza do aumento 
considerável do risco permitido. Se não há dúvida, não cabe o raciocínio do in dubio pro reo. 
Por isso, o Direito Penal pode, sim, se contentar com este fundamento para 
embasar a imputação. Fala-se aqui da teoria do aumento do risco. 
Resumindo este 2o. Bloco de aula: 
Responsabilidade jurídico-penal pelo Resultado 
 
 
 
 
 
Tipo Objetivo 
1) Ação + Relação de Causalidade + 
Resultado 
2) Imputação 
 
a) criação de um risco juridicamente 
desaprovado (avaliação ex ante) 
b) realização do risco no resultado 
Conduta será ATÍPICA: 
i) diminuição de risco; 
ii) não criação de risco relevante; 
iii) risco permitido. 
i) nexo de Risco; 
ii) comportamento alternativo 
conforme o direito; 
iii) aumento do risco permitido.

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