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TEXTO - ATIVIDADES CULTURAIS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA 
Encontro Nacional de Estudantes de Biblioteconomia, Documentação, 
Gestão, e Ciência da Informação 
Os desafios do profissional da informação frente às tecnologias e 
suportes informacionais do século XXI: lugares de memória para a 
biblioteconomia 
18 a 24 de julho de 2010 
 
 
ATIVIDADES CULTURAIS NAS UNIDADES DE INFORMÇÃO: o caso 
do museu Théo Brandão em Alagoas
1
 
 
 
 
Adriele da SILVA
*
 
Isaac Kimbell Sales NEVES
** 
José Diógenes de Oliveira LIMA
*** 
Zayr Cláudio Gomes da SILVA
**** 
 
 
 
 
 
 
Resumo: Aborda as atividades de caráter cultural desenvolvidas nas unidades de informação, como locus de 
análise o Museu Théo Brandão em Alagoas. Percebeu-se como problemática de pesquisa quais as características 
culturais das atividades desenvolvidas pelo Museu Théo Brandão. Objetiva-se a demonstração da importância 
das políticas culturais nas unidades de informação fundamentadas por autores como Victor Flusser, Teixeira 
Coelho e outros. Diante desse contexto compreende-se a Ação Cultural como processo ideal para essas políticas, 
tendo em vista a autonomia de criação do próprio indivíduo estabelecido pelo processo. Como metodologia 
aplicou-se entrevistas junto aos funcionários da unidade, além análises de relatórios das atividades 
desenvolvidas. Obtêm-se resultados que demonstram que as atividades realizadas pelo museu possuem caráter 
demonstrativo, disseminador e de diversão caracterizados pelos processos da Animação Cultural e Fabricação 
Cultural. Por fim faz-se um julgamento crítico com justificativas fundamentadas para o uso efetivo do processo 
da Ação Cultural nessas unidades. 
 
Palavras-Chave: Políticas Culturais. Ação Cultural. Museu Théo Brandão. Alagoas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
 Comunicação Oral. Apresentada ao GT 5. Temática Livre 
*
Discente. Graduando em Biblioteconomia pela UFAL. drikinha_ds@hotmail.com 
**
Discente. Graduando em Biblioteconomia pela UFAL. isaacksn@hotmail.com 
***
Discente. Graduando em Biblioteconomia pela UFAL. didica_13@hotmail.com 
****
Discente. Graduando em Biblioteconomia pela UFAL. zayr87@hotmail.com 
1 INTRODUÇÃO 
 
 A presente pesquisa aborda como temática geral Atividades Culturais em unidades de 
informação. Busca-se analisar a realidade das atividades desenvolvidas no Museu Théo 
Brandão de Antropologia e Folclore, vinculado à Universidade Federal de Alagoas - UFAL. 
Torna-se de suma importância para a discussão de atividades culturais desenvolvidas nestas 
unidades, no âmbito sócio-cultural em demonstrar a realidade dos processos relacionados às 
políticas culturais nas unidades de informação. Elencam-se teorias baseadas em conceitos e 
características dos processos de ação, fabricação e animação cultural. Tendo em vista 
embasamento de importantes teóricos da comunidade científica, tais como Coelho Netto, 
Victor Flusser, Stuart Hall e Norberto Bobbio. Nota-se a relevância da pesquisa visto que a 
discussão visa demonstrar a necessidade da difusão cultural necessária a toda sociedade, 
entretanto, mostra propositalmente como ponto crucial da pesquisa os aspectos característicos 
do processo da Ação Cultural. Atenta aos profissionais bibliotecários e administradores de 
unidades de informação, em formar uma consciência da necessidade do desenvolvimento de 
políticas culturais, de modo que interfira diretamente no desenvolvimento cultural dos 
usuários, mostrando a autoridade desse profissional como agente cultural. 
 
 
OBJETIVO GERAL 
 
Analisar as atividades culturais desenvolvidas no Museu Théo Brandão 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
Identificar as atividades culturais desenvolvidas no museu; 
Formar um referencial teórico-prático para a unidade de acordo com as teorias discutidas; 
Demonstrar a importância do processo da Ação Cultural nas unidades de informação. 
 
2 MUSEU THÉO BRANDÃO DE ANTROPOLOGIA E FOLCLORE 
 
 O Museu Théo Brandão é uma importante unidade para a promoção da cultural no 
estado de Alagoas. 
 De acordo com Lody e Dantas (2002) o museu Théo Brandão de Antropologia e 
Folclore foi criado no dia 20 de agosto de 1975 e instalado provisoriamente na casa nº. 3 do 
Campus Tamandaré, no Pontal da Barra. Recebeu o nome de Théo Brandão em razão de ter 
sido criado para abrigar a coleção de arte popular que o professor e folclorista Théo Brandão 
mestre em antropologia, que veio a ser patrono da instituição. O Dr. Théo, folclorista 
alagoano de renome nacional, dedicou sua vida à pesquisa minuciosa das nossas tradições 
populares e a coletar das mais representativas peças de arte espontânea. 
 Devido à V Festa do Folclore Brasileiro, realizada em Maceió, em 1977, por ocasião a 
coleção do museu foi transferida para sua sede própria, em um prédio de arquitetura eclética, 
situado na Avenida da Paz, 1490 no centro de Maceió. 
 Por isso, a Universidade Federal de Alagoas, ao reabrir o Museu Théo Brandão, 
restaurado em sua estrutura arquitetônica e com seu acervo instalado de acordo com as 
orientações da museologia contemporânea, reafirma seu compromisso com a preservação e a 
divulgação da cultura alagoana, registrando o mais autêntico produto de sua identidade: a Arte 
Popular. Com muita determinação, conseguimos entregar de volta para a sociedade alagoana 
um santuário da nossa cultura, pois lá estão guardadas inúmeras relíquias da arte do nosso 
povo, sofrido sim, mas de uma sensibilidade capaz de transformar o próprio sofrimento em 
arte. 
 O Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore consagram o passado, orienta o 
presente e projeta o futuro da sociedade alagoana. Estão lá, à mostra para o público, partes da 
história de Alagoas, declamada em Literatura de Cordel, reproduzida em xilogravura, 
configurada nos vestuários dos folguedos populares e traduzida através de peças produzidas 
pelas mãos de artistas, em sua maioria, anônimos, que, talvez, não imaginem a importância do 
seu trabalho para a preservação da Cultura Popular. 
 Esse acervo vem sendo ampliado, ao longo dos anos, com aquisições da própria UFAL 
e com doações de colecionadores e artistas primitivos, perfazendo um total de mais de três mil 
peças, hoje em processo de revisão do inventário para fins informatização. 
 Com a desativação do prédio sede e a transferência do Museu para dependências 
provisória no Espaço Cultural Universidade, em 1988, em momento de crise da Instituição o 
processo de aquisição de novas peças foi arrefecido por falta de condições da reserva técnica. 
Com a execução do projeto de reinstalação, novas peças eram compradas e a coleção 
enriquecida principalmente segmento de arte e artesanato alagoano. O acervo do Museu Théo 
Brandão se compõe de objetos cultura popular das mais diversas procedências; de norte a sul 
do Brasil e de vários países estrangeiros, destacando México, Espanha, Portugal e alguns 
africanos. 
 A maior coleção, porém é de peças nordestinas, sobretudo alagoanas, das quais se 
destacam: moringas antropomorfias do artista Júlio Rufino; cerâmica figurativa dos artistas 
Vitalino e Nô Caboclo; indumentária de folguedos natalinos, com suas ricas coroas e outros 
adereços; brinquedos populares dos mais diversos materiais; objetos de fibra vegetal (caçuas, 
cestas, abanos, chapéus, esteiras, etc.); cerâmica utilitária das remanescentes cariris do interior 
de alagoas, peças de culto afro-brasileiro; ex-votos e outros elementos provenientes do 
catolicismo popular; farmacologia primitiva e suas crendices; rendas e bordados (filé, 
labirinto, renda de bilros, boa-noite, singeleza, rendendê, ponto de cruz etc.); vasta coleção defolhetos populares; matrizes de xilogravuras; e tantos outros objetos produzidos pela 
sabedoria popular. 
 Para que todo o acervo seja visto pelo público, são organizadas exposições de curta 
duração, permitindo uma rotatividade de peças, o que favorece também o processo de 
conservação das coleções. 
 Sendo assim além do vasto acervo museológico, a Instituição possui um arquivo 
audiovisual e documental, que pertenceu a Théo Brandão, com discos, filmes, fitas de vídeo, 
slides e fitas cassetes de antigas manifestações da cultura popular. 
 
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
 Busca-se fundamentar esta pesquisa com teorias baseadas em políticas culturais, 
contendo conceitos e características de ação cultural e termos afins, tendo em vista 
abordagens de alguns teóricos como Coelho Netto e sua obra o “Dicionário de Políticas 
Culturais”, Victor Flusser, Roque Laraia e Nelson Sodré. Faz parte dos objetivos, a cima 
descritos, a criação de um referencial teórico direcionados às atividades realizadas na unidade 
de informação analisada, de modo que sirva de subsídio para discussões futuras no contexto 
da comunidade científica em relação à temática abordada. 
 
3.1 Politicas culturais nas unidades de informação 
 
 Ao tratar de políticas culturais faz-se necessário um esclarecimento da semiologia de 
alguns termos. Política, Cultura e Unidades de Informação. Em relação ao termo Política, 
caso haja uma enquete popular, certamente será definido como algo relacionado ao Governo, 
mas na verdade não é bem assim. “É um conjunto dos meios que permitem alcançar os efeitos 
desejados.” (RUSSEL apud BOBBIO; MATEUCCI; PASQUINO, 1991, p. 954). O segundo 
termo, originalmente, Laraia (2007) aborda a cultura como resultado da junção das palavras 
Kultur e Civilization, onde a primeira segue o idioma germânico e a outra o francês. Logo, o 
importante antropólogo britânico Edward Burnett Tylor, este que é considerado o pai do 
conceito moderno de Cultura, fez uma síntese com os termos supracitados e trouxe a palavra 
inglesa Culture. 
 A Política Cultural, sem dúvida, se relaciona com a democratização de cultura. Segundo 
Feijó (1985, p. 10) “de qualquer forma, desde que existe política também existe elaboração 
cultural e uma ação comum em torno dela”. Entretanto, sabe-se que esta democratização não 
visa o sujeito e uma autonomia de criação cultural das pessoas. Pelo contrário, efetiva-se de 
modo igual a uma materialização, ou seja, sucedi como uma fabricação cultural, este termos 
traremos com mais detalhes abaixo. Exemplifica-se, pois numa implementação dessas 
políticas num trabalho realizado para usuários/alunos de uma biblioteca, isto quando os pais 
não sabem o que e como realmente acontece, e não podem interferir nos projetos elaborados 
para seus filhos. Visamos à importância do bibliotecário como implementador das políticas 
culturais, tendo em vista a capacitação desse profissional em discutir diretamente com a 
sociedade fazendo com que haja uma integração da população com as políticas culturais. 
Entretanto, estas políticas dependem da forma de organização da mesma, qual seu objetivo e o 
que disponibilizará como cultura para ser definida como ação, animação ou fabricação 
cultural. 
 
3.2 Ação cultural e termos afins 
 
 Este tópico discute as relações conceituais da Ação Cultural, Fabricação Cultural e 
Animação Cultural. Visto que estas discussões comparativas servirão de subsídios para uma 
real fundamentação teórica para nossas interpretações e análises críticas que veremos nos 
outros tópicos. 
 A conceituação do termo Ação Cultural na realidade percebe-se que contém um rótulo 
enganoso e inverídico. Isto porque o conceito popular identifica ações relacionadas 
simplesmente à cultura. Ou seja, o processo da Ação Cultural aproxima-se meramente da 
propagação e disseminação da cultura popular. Leigos imaginam a ação cultural como uma 
simples demonstração à sociedade de que determinados locais possuem suas culturas e artes 
específicas. No entanto, esta palavra possui cunho científico. Em contraponto, Coelho Netto 
(1997, p. 32) glosa esse processo como “um conjunto de procedimentos, envolvendo recursos 
humanos e materiais, que visa pôr em prática os objetivos de uma determinada cultura”. 
Diante de nossas interpretações e objetivos do texto (mostrar ao leitor o que realmente é o 
processo de ação cultural na teoria e prática), de modo mais sintético, Coelho Netto (1997, p. 
33) relata que “é um processo de ação cultural que se resume na criação ou organização das 
condições necessárias para que as pessoas inventem seus próprios fins e se tornem assim 
sujeitos - sujeitos da cultura, não objetos.” 
 Percebe-se nessa citação uma riqueza muito esplêndida do real processo da ação 
cultural, tendo em vista dois principais pontos dessa ação. A criação da possibilidade e 
concretização e autonomia do sujeito. Isso se consolida na prática com a intermediação do 
agente cultural como por exemplos o Bibliotecário e Administradores de unidades de 
informação, onde estes profissionais criarão políticas culturais que possibilitem condições 
para que os sujeitos possam criar seus próprios conhecimentos culturais e artísticos, sendo 
assim a efetivação da ação cultural. 
 Outros termos que devemos discutir são Fabricação e Animação Cultural. Este 
primeiro é verdadeiramente distinto da Ação Cultural. Pois, a fabricação cultural caracteriza-
se por um autoritarismo com supostas atuações fazendo com que a sociedade escolha posições 
e ideais através da cultura e da arte. Neste sentido Coelho (1988) aponta que “na fabricação 
cultural, o sujeito produz um objeto, assim como o marceneiro faz um pé torneado. Na ação 
as pessoas caracterizam-se como sujeitos (autônomos) tendo sua autonomia e possibilidade se 
suas próprias criações, já na fabricação as pessoas são tratadas como indivíduos, aqueles 
verdadeiros objetos se nenhum espaço sob o paternalismo da fabricação cultural. No caso da 
Animação Cultural é verdade que possui um pouco de semelhança com a fabricação, no 
entanto, não veste máscaras como tal. Pois, a animação cultural se autodefine e qualifica-se 
como apenas animação caracterizada pela promoção do lazer. No caso do responsável, o 
agente cultural é realmente um animador, o qual tem atuações fazendo com que as pessoas 
sejam meros telespectadores e consumidores do lazer. 
 Portanto, conseguimos relatar diferentes características da ação, fabricação e a 
animação cultural, possibilitando a diferenciação dos três processos. Visto que realmente 
incentivamos as unidades de informação a prezarem pela ação cultural, ou até caso seja 
fabricação caracterizá-la e explanar como tal, isto faz com que a sociedade adquira um 
verdadeiro conhecimento cultural. 
 
 
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
 A pesquisa buscou adotar técnicas de coleta de dados, as quais foram aplicadas 10 
entrevistas com colaboradores do Museu Théo Brandão, sendo 3 funcionários, 4 bolsistas e 3 
estagiários e análises dos relatórios expedidos após conclusão das atividades culturais, estas 
por sua vez, buscou identificar dados e características específicas das atividades de modo que 
facilitasse as análises e interpretações dos dados coletados com subsídios teóricos 
investigados e exposto no tópico Fundamentação Teórica. 
 
5 ANÁLISES E INTERPRETAÇÕES 
 
 Vale ressaltar que em todas as interpretações, buscou-se direcioná-las de forma 
pertinente com a fundamentação teórica discutida no trabalho. De acordo com dados 
coletados, segue as análises e interpretações. 
 Identificamos as atividades desenvolvidas pelo museu, como mostra o quadro 01 
abaixo. 
 
Quadro 01 - Atividades Culturais 
ATIVIDADEOBJETIVO PARTICIPANTES 
1. Visita Orientada (Circuito) 
Mostrar e difundir a cultura 
popular alagoana 
Público em Geral 
2. Exposições temporárias 
Mostrar especificidades do 
folclore alagoano e propagar a 
cultura de alagoas 
Públicos em geral e 
Convidados 
3. Mungunzá Cultural 
Visam debater temáticas em 
questão como datas 
comemorativas 
Público em Geral e 
Convidados 
4. Grupos de Estudos 
Facilitar o acesso dos 
estudantes à cultura popular 
alagoana 
Estudantes e Professores de 
Escolas Públicas e Particulares 
5. Oficina de Danças 
Difundir características das 
danças alagoanas 
Convidados 
Fonte: LODY, Raul; DANTAS, Cármen Lúcia. (coord.). A casa da gente alagoana: Museu Théo Brandão. 
Maceió: Edufal, 2002. 
 
 Logo, através destas atividades percebeu-se um caráter cultural geral, tendo em vista 
os objetivos das atividades os quais buscam disseminar e difundir a cultura popular alagoana. 
Há especificidades nas atividades, entretanto, nota-se a existência de uma caracterização 
educacional e de lazer nas atividades, ou seja, peculiaridades dos processos de fabricação e 
animação cultural. 
 Sendo assim, faz-se necessário que o museu defina alguns critérios para o 
desenvolvimento dessas atividades, além de montar estruturas mais adequadas, de modo que 
objetive não só a difusão da cultura, toda via a demonstração de que através da cultura as 
pessoas podem se tornar sujeitos, tendo em vista autonomia de criação. Pois, como a 
educação a cultura forma cidadãos com pensamentos críticos e analíticos sendo formadores de 
opinião. 
 Diante desse contexto, percebe-se a relação com o processo da ação cultural. Visto 
que, foram feitas algumas indagações nas entrevistas voltadas a esse processo. Pois, os 
colaboradores da unidade não possuem conhecimentos específicos para o desenvolvimento de 
políticas culturais, de modo que possibilitem importantes subsídios para o desenvolvimento 
de atividades culturais com a efetivação da ação cultural nas unidades de informação. Haja, 
visto a discussão na fundamentação teórica, acredita-se que a ação cultural possibilita o 
sujeito uma construção e desenvolvimento da criação própria, isto é, uma autonomia 
pertinente. 
 A partir disso, faz-se necessário uma discussão relacionada no que tange a atuação dos 
profissionais da unidade de informação. Acredita-se que para desenvolver determinadas 
atividades culturais, é imprescindível os recursos humanos no trabalho como agente cultural. 
Através da coleta de dados, como mostra o gráfico 01 abaixo, percebe-se que não há no 
museu recursos humanos habilitados com capacitação técnica ou formação profissional 
voltada à prática específica de agente cultural. 
 
Gráfico 01 – Formação dos colaboradores. 
 Entretanto, acredita-se que o profissional bibliotecário possui formação para atuar em 
unidade de informação como agente cultural, assim como glosa Cabral (1998, p. 42) que “o 
trabalho de ação cultural bibliotecária exige um profissional com um perfil diferenciado e um 
tipo de formação que seja complementada com disciplinas de outras áreas, além da 
biblioteconomia.” 
 Sendo assim, demonstra que não foi identificado profissionais com formação 
capacitada para atuação como agente cultural, tendo em vista que o bibliotecário é 
profissional capacitado para desempenhar o papel de agente cultural. No caso do Museu, esta 
função é desempenhada por uma estagiária de biblioteconomia que somente atua no 
tratamento técnico de materiais informacionais na biblioteca situada no Museu. 
 Para mais Cabral fundamenta tal discussão quando relata que “a ação cultural permite 
o desenvolvimento de um leque bastante diversificado de atividades, o agente cultural 
bibliotecário pode extrapolar e expandir o espaço físico das bibliotecas [e unidades de 
informação em geral] transferindo-o, eventualmente, para outros locais como praças, centros 
comunitários, ou mesmo as ruas da cidade, pontos de convergência para reunir a comunidade 
em geral (CABRAL, 1998, p. 41). Portanto, é necessário a integração de um profissional 
Bibliotecário no Museu Brandão para desenvolver um trabalho junto aos demais 
colaboradores, com intuito de fomentar atividades culturais com objetivos e caráter definido e 
explicito, ou seja, direcionadas aos processos da fabricação, animação e, principalmente da 
ação cultural. 
 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E JULGAMENTO CRÍTICO 
 
 Contudo, percebeu-se que o Museu Théo Brandão necessita desenvolver políticas 
culturais, objetivando estabelecer novos critérios para auxiliar no desenvolvimento das 
atividades culturais. Visto que as atividades apenas possuem características de disseminação e 
difusão da cultura através da promoção da educativa e de lazer aos usuários e participantes. 
 Não foram identificados subsídios que caracterizassem as atividades desenvolvidas no 
museu como ação cultural. Pois, segundo a uma das entrevistadas (M.O.) ação cultural são 
atividades voltadas à cultura para o museu no intuito de transmitir ao público aspectos 
culturais do estado. Para mais, Coelho (1988) “[...] um processo de ação cultural resume-se na 
criação ou organização das condições necessárias para que as pessoas inventem seus próprios 
fins, e se tornem assim sujeitos da cultura, não seus objetivos.”. 
 Por fim, para tais fins atividades relacionadas ao processo de ação cultural é de suma 
importância no que objetiva a autonomia do individuo na formação de opiniões e idéias, 
gerando conhecimento e sendo plausível no desenvolvimento sócio-cultural do estado. 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ADORNO, Theodor W; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento: fragmentos 
filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1985. 
 
 
BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO. Dicionário de política. 3. ed. v. 2. 
Brasília, DF: Editora Universidade de Brasília; Linha Gráfica, 1991. 
 
 
CABRAL, Ana Maria Rezende. Ação cultural: possibilidades de atuação do bibliotecário. 
In: VIANNA, Márcia Milton; CAMPELLO, Bernadete; MOURA, Victor Hugo Vieira. 
Biblioteca escolar: espaço de ação pedagógica. Belo Horizonte: EB/UFMG, 1999. 
 
 
COELHO, Teixeira. O que é ação cultural. São Paulo: Brasiliense, 1988. 
 
 
COELHO NETTO, J. T. Dicionário crítico de políticas culturais: cultura e imaginário. 
São Paulo: FAPESP/Iluminares, 1997. 
 
COELHO NETO, José Teixeira. Usos da cultura: políticas de ação cultural. Rio de Janeiro: 
Paz e Terra, 1986. 
 
FEIJÓ, Martin Cezar. O que é política cultural? 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1985. 
 
FLUSSER, Victor. A biblioteca como um instrumento de ação cultural. Revista da Escola de 
Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, v. 12, n. 2, p. 145-169, set. 1983. 
 
FLUSSER, Victor. O bibliotecário animador: considerações sobre sua formação. Revista. 
Escola de Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, v. 11, n. 2, p. 230-236, Set. 1982. 
 
FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 8. ed. Rio de Janeiro: Paz 
e Terra, 1982. 
 
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 7. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 
2002. 
 
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 21. ed. Rio de Janeiro: 
Jorge Zahar Ed., 2007. 
 
LODY, Raul; DANTAS, Cármen Lúcia. (coord.). A casa da gente alagoana: Museu Théo 
Brandão. Maceió: Edufal, 2002. 
 
SODRÉ, Nelson Werneck. Síntese de história da cultura brasileira. 20. ed. Rio de Janeiro: 
Bertrand Brasil, 2003.

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