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Relatório . Estimativa de Coliformes Totais em Amostra de Água

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
CENTRO DE CIÊNCIAS 
DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA 
MICROBIOLOGIA GERAL 
PROF. DRA. VÂNIA MARIA MACIEL MELO 
 
 
CAROLINY SOARES SILVA 
GABRIELA ALVES VALENTIM 
LAÍS BELMINO RÉGIS 
NATANAEL COSTA REBOUÇAS 
 
 
ESTIMATIVA DE COLIFORMES TOTAIS EM AMOSTRAS DE ÁGUA ATRAVÉS 
DA TÉCNICA DO NÚMERO MAIS PROVÁVEL (N.M.P.) 
 
 
 
Fortaleza 
2016 
INTRODUÇÃO 
A água é uma substância líquida de extremo valor para a vida, sendo 
aproximadamente 70% do corpo de um adulto formado por ela. A água potável é 
essencial para a saúde humana, sendo de extrema importância monitorar e avaliar a 
sua qualidade. A ingestão de água contaminada pode acarretar em graves 
problemas de saúde, sendo esse líquido a principal fonte comum de doenças 
infecciosas ou intoxicações. A pureza da água é considerada o fator mais importante 
para garantir a saúde pública (MADINGAN et al., 2010). 
Segundo a Portaria 2.914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da 
Saúde, para que uma água seja considerada potável, é necessário atender ao 
padrão de potabilidade, que envolve padrões estabelecidos para parâmetros físicos, 
químicos, microbiológicos, organolépticos, de cianobactérias e radioatividade, não 
sendo aceita a presença de bactérias do grupo coliformes. Para aferir a potabilidade 
da água, a Portaria exige testes para avaliar os coliformes totais presentes na 
amostra, recomendando que não deva exceder a 500 Unidades Formadoras de 
Colônias por 1 mililitro de amostra (500 UFC/mL), caso isso aconteça, a água é 
considera como imprópria para o consumo humano (BRASIL, 2011). 
A denominação coliformes é uma designação operacional sem relação 
taxonômica mas utilizada para fazer referência às bactérias bacilares, gram-
negativas, aeróbios ou anaeróbios facultativos e não formadoras de esporos, que 
fermentam a lactose produzindo gás, ácido e aldeído, em um período de 24 a 48 
horas, entre 35°C e 37°C (MADINGAN et al., 2010). 
Os coliformes são usados como parâmetro para avaliações de qualidade de 
água, por conta de estarem presentes em grande quantidade no trato intestinal de 
seres humanos e de outros (MADINGAN et al., 2010). 
 Alguns outros fatores reforçam o uso de coliformes como parâmetro para 
avaliações da qualidade de água, como, por exemplo, o fato de serem facilmente 
detectáveis e quantificáveis por técnicas simples e economicamente viáveis e 
possuírem um maior tempo de sobrevivência na água que as bactérias patogênicas 
intestinais, além de serem incapazes de se multiplicar no ambiente aquático 
(MADINGAN et al., 2010). 
A Portaria 2.914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da Saúde, 
sugere a metodologia analítica preconizada no Standard Methods for the 
Examination of Water and Wastewater publicação da American Public Health 
Association (APHA), American Water Works Association (AWWA) e Water 
Environment Federation. Nesta publicação são sugeridos testes para a análise 
bacteriológica de água, um teste presuntivo, um teste confirmativo e um teste 
complementar. O teste presuntivo consiste na inoculação da amostra de água em 
uma bateria de tubos de diferentes diluições com Caldo lactose ou Caldo Lauril 
Triptose para analisar a formação de gás dentro do tubo de Durhan ao final de 24/48 
horas. O teste confirmativo só é realizado mediante o resultado positivo do teste 
presuntivo. Esse segundo teste consiste na inoculação da amostra positiva em um 
frasco contendo o meio de cultura Bile Verde Brilhante 2%. Se ao final do período de 
24 à 48 horas houver a formação de gás dentro do tubo de Durhan, o teste é 
considerado positivo e o resultado é expresso em NMP (Número Mais Provável) por 
100mL de amostra. Para confirmar a origem fecal dos coliformes o teste 
complementar é realizado, inoculando um volume do Caldo Bile Verde Brilhante no 
meio de cultura Caldo EC. (BRASIL, 2009). 
Para se determinar o NMP de uma série de 3 tubos, é feita uma 
comparação entre o número de tubos positivos que apresentaram as diluições 1:1; 
1:10 e 1:100 no teste confirmativo, com as combinações da tabela do Número Mais 
Provável de Hoskins. A técnica do Número Mais Provável é baseada em um 
parâmetro estatístico conhecido como intervalo de confiança, onde a tabela utilizada 
possui nível de confiança de 95%. Para chegar a um resultado satisfatório depois 
dos testes com tubos e a comparação desses resultados com as tabelas, são feitos 
cálculos de acordo com a maior diluição positiva na qual as diluições anteriores 
também são positivas, para por meio de multiplicações aferir o número mais 
provável de microrganismos para 100mL de amostra (BRASIL, 2009). 
O teste presuntivo utiliza o meio de cultura Caldo Lactose ou Caldo Lauril 
Triptose, que é composto por lactose, digestão péptica de tecido animal (peptona) e 
extrato de carne. Todos os ingredientes formadores desse meio estão em 
proporções que permitem o crescimento dos microrganismos não exigentes, como 
os coliformes. O resultado positivo deste teste é observado quando ocorre a 
formação de uma bolha dentro do tubo de Durhan contido nos tubos de teste, 
comprovando a existência de bactérias capazes de fermentar lactose na amostra 
coletada (IONLAB Produtos Laboratoriais, 2015). 
O teste confirmativo utiliza o meio de cultura Caldo Verde Brilhante Bile 2%, 
que é composto por bile de origem bovina, digestão péptica de tecido animal 
(peptona), lactose e corante verde brilhante. Este meio de cultura contém inibidores 
para o crescimento de organismos gram-negativos e gram-positivos O verde 
brilhante é um corante que tem ação antibiótica contra bactérias gram-positivas. 
Enquanto isso, a bile é um fluido natural do corpo humano, selecionando organismos 
tolerantes a esta substância, além de ser um surfactante que perturba membranas e 
inibe as bactérias gram-negativas (IONLAB Produtos Laboratoriais, 2015; 
SPLABOR, 2011). 
Após os testes presuntivo e confirmativo, pode ser realizado o teste para 
detecção de coliformes de origem fecal utilizando um meio de cultura altamente 
seletivo. O meio de cultura Caldo EC possui em sua composição caseína enzimática 
hidrolisada, lactose, cloreto de sódio, fosfato dipotássico, fosfato monopotássico e 
sais biliares. Quando este meio é inoculado e incubado entre 44°C e 45,5°C, de 24 a 
48 horas ele é capaz de selecionar Escherichia coli e espécies de coliformes de 
origem fecal relacionados, inibindo a maioria de outros microrganismos. Desta 
forma, através deste teste é possível confirmar a presença de coliformes fecais na 
amostra de água analisada, confirmando a contaminação fecal da água (BRASIL, 
2009; IONLAB Produtos Laboratoriais, 2015). 
Levando em consideração que os métodos de quantificação são valores 
aproximados, para aumentar a significância estatística é vantajoso o uso da 
metodologia científica das replicatas, pois duplicando ou triplicando o espaço 
amostral, é possível fazer uma média dos valores obtidos e assim garantir que o 
valor estimado está próximo ao valor real (MADINGAN et al., 2010). 
Diante disso, com o objetivo de aprender a realizar um método alternativo 
de contagem para estimar a densidade bacteriana em água, comparar o método 
com as demais técnicas de contagem e compreender o mecanismo de determinação 
de coliformes totais de uma amostra, foi realizada a prática de estimativa de 
coliformes totais em amostra de água. Além disso, a prática buscou estimular os 
alunos a pensar sobre a importância da técnica do Número Mais Provável (NMP). Os 
objetivos serão alcançados por meio do contato dos alunos com os testes exigidos 
pela Portaria 2.914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da Saúde, para 
analisar amostras deágua, realizando comparações com a tabela do NMP. 
 
METODOLOGIA 
Nos dias 11 e 13 de maio de 2016, a prática aqui descrita foi realizada no 
Laboratório Didático de Microbiologia (LADMI), localizado no bloco 906, 
Departamento de Biologia, na Universidade Federal do Ceará (UFC), durante as 
aulas da disciplina de Microbiologia Geral, lecionadas pela Prof. Dra. Vânia Maria 
Maciel Melo, com o auxílio dos monitores Paulo Ricardo Santos de Sousa e 
Fernando César Araújo Moreira. 
Durante a aula prática, para realização da estimativa de coliformes totais 
em amostras de água através da técnica do número mais provável, foram analisadas 
uma amostra de suco coletada no Restaurante Universitário do Campus do Pici, 
amostra de água do bebedouro localizado na área externa do Restaurante 
Universitário, amostra de água do bebedouro da copa do bloco 906, amostra de 
água do bebedouro do andar térreo do bloco 906, amostra de água do bebedouro do 
2° andar do anexo do bloco 906, amostra de água do bebedouro do 2° andar do 
bloco 907 e uma amostra da água do Açude Santo Anastácio, todos localizados no 
Campus do Pici da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza, Ceará. Também 
foram utilizadas culturas da bactéria Escherichia coli em Caldo Nutritivo, crescidas 
por 48 horas, para realização do teste de controle. 
Os materiais necessários para a realização da prática foram tubos de 
ensaio contendo, cada um, 10mL de meio de cultura Caldo Lactose preparado com 
concentração dupla, para inoculação da diluição 1:1 das amostras; tubos de ensaio 
contendo, cada um, 10mL de meio de cultura Caldo Lactose preparado com 
concentração simples, para inoculação das diluições 1:10 e 1:100 das amostras; 
tubos contendo 9mL de solução salina fisiológica 0,9% estéril, para realização das 
diluições; tubos de Falcon contendo cada um, 10mL de meio de cultura Bile Verde 
Brilhante, para realização do teste confirmativo; alça de inoculação de níquel-cromo 
com cabo de Kolle, utilizada para coletar amostras de microrganismos e inocular 
meios de cultura; agitador de tubos, para homogeneizar a amostra, dispersando as 
unidades celulares das bactérias na solução líquida; estufa bacteriológica, para 
incubação das culturas; banho-maria, para crescimento de células; tubos de Durhan, 
que tem por função o acúmulo de gás no seu interior em caso de liberação por 
processos metabólicos do organismo presente na amostra; tubos Falcon com 10mL 
de meio Bile Verde Brilhante (BVB), usado para a realização do teste confirmativo de 
coliformes totais; bico de Bunsen, pipetas e canetas de tinta permanente. 
Na prática realizada pelos alunos Caroliny Soares Silva, Gabriela Alves 
Valentim, Laís Belmino Régis e Natanael Costa Rebouças, foi utilizada a amostra de 
suco do Restaurante Universitário. Antes de iniciar os processos de diluições da 
amostra do suco, todos os tubos foram devidamente identificados com o número da 
bancada, identificação da amostra, diluição, data e número do tubo. A partir desse 
ponto iniciaram-se as diluições, seguindo sempre as técnicas assépticas 
recomendadas para reduzir a possibilidade de contaminação. 
Durante a realização das diluições, todos os utensílios e vidrarias foram 
manipulados em acordo com as técnicas assépticas recomendadas. 
Para realização do teste controle, foram preparadas diluições seriadas, de 
10-1 a 10-8 a partir de uma cultura pura de Escherichia coli cultivada em Caldo 
Nutritivo. 
Para realizar as diluições, todos os tubos de Falcon que seriam utilizados 
foram devidamente identificados. Logo após, 1mL do Caldo Nutritivo foi inoculado 
em um tubo de Falcon contendo 9mL de solução salina fisiológica 0,9% estéril. O 
tubo foi, então, levado ao agitador para homogeneização. Esse procedimento deu 
origem a diluição 10-1 da colônia de E. coli. Inoculando 1mL da diluição 10-1 em outro 
tubo de Falcon contendo solução salina, foi preparada a diluição 10-2. Este processo 
de diluição seriada deu origem às diluições posteriores seguindo o mesmo 
procedimento, até que a diluição 10-8 fosse alcançada. 
Em seguida, 1mL de cada diluição foi inoculado em tubos de ensaio 
contendo 10mL do meio de cultura Caldo Lactose. Os tubos foram incubados em 
estufa bacteriológica a 36°C por 48 horas. Na análise, todo tubo que contivesse 
produção de gás e turvação do meio foi considerado positivo. Caso houvesse a 
ausência da produção de gás ou da turvação, o resultado foi considerado negativo. 
O primeiro teste realizado foi o presuntivo, que utiliza os tubos de ensaio 
contendo meio Caldo Lactose. As amostras foram analisadas nas diluições de 1:1, 
1:10 e 1:100, em triplicada. Os procedimentos descritos abaixo foram realizados 
para cada uma das amostras processadas durante a realização da prática. 
A primeira diluição realizada foi 1:1. Foram inoculados, com o auxílio da 
pipeta, 10mL da amostra em cada um dos três tubos de ensaio contendo 10 mL do 
meio de cultura Caldo Lactose, preparado com diluição dupla e tubo de Durhan. 
Para o preparo da diluição 1:10, foram inoculados, com o auxílio de uma 
pipeta, 1mL da amostra analisada em cada um dos três tubos de ensaio contendo 
10mL do meio de cultura preparado com diluição simples e tubo de Durhan. 
No preparo da diluição 1:100, foram inoculados, com o auxílio de uma 
pipeta, 100μL da amostra em cada um dos três tubos de ensaio contendo 10mL do 
meio de cultura Caldo Lactose, preparado com diluição simples e tubo de Durhan. 
Os tubos foram incubados em estufa bacteriológica a 36°C por 48 horas. 
Após a incubação foi realizada a análise dos resultados. A análise consistiu na 
observação de dois caracteres: liberação de gás e turvação do meio, ambos 
observados a olho nu. Todo tubo que contivesse as duas características foi 
considerado como resultado positivo. Quando houve a ausência da produção de gás 
ou da turvação, o resultado foi considerado negativo, como observado na tabela 1. 
Tabela 1 - Critérios para classificação dos resultados do teste presuntivo da Técnica do Número Mais 
Provável (NMP). Fonte: Elaborado pelos autores. 
Tipo de crescimento 
Resultado 
Produção de gás 
Turvação do meio de 
cultura 
Presente Presente Positivo (+) 
Ausente Presente Negativo (-) 
Ausente Ausente Negativo (-) 
 
 Na etapa do teste confirmativo os tubos que obtiveram resultado positivo 
no teste presuntivo tiveram seu conteúdo repicado para tubos de Falcon contendo 
meio de cultura Caldo Bile Verde Brilhante, como ilustrado na figura 01. Os tubos de 
Falcon com o meio BVB foram identificados da mesma forma que os tubos do teste 
presuntivo. 
 
 
 
 
Os primeiros tubos repicados foram os da diluição 1:1. Com o auxílio de 
uma alça de inoculação de níquel-cromo, um pequeno volume do Caldo Lactose foi 
colhido e inoculado em um tubo Falcon contendo 10mL de meio de cultura Bile 
Verde Brilhante e tubo de Durhan. 
Os tubos inoculados com a diluição 1:10 foram repicados, igualmente, 
com o auxílio de uma alça de inoculação. Partindo da mesma metodologia, uma 
pequena quantidade do Caldo Lactose foi colhido e inoculado em 10mL do meio de 
cultura Bile Verde Brilhante e tubo de Durhan. 
Por fim, foram repicados os tubos da diluição 1:100. Com o auxílio da alça 
de inoculação, um pequeno volume do Caldo Lactose foi colhido e inoculado em um 
tubo Falcon contendo 10mL de meio de cultura Bile Verde Brilhante e tubo de 
Durhan. 
Após o período de incubação na estufa bacteriológica a uma temperatura 
de aproximadamente 36°C, por um período de 48 horas, os tubos Falcon foram 
analisados. A etapa de análise consistiu em observar as mesmas características 
observadas no teste presuntivo e apresentadas na Tabela 01: liberação degás e 
turvação do meio. Os tubos considerados positivos continham a presença de gás e 
turvação no meio. Na ausência de ao menos uma característica, o resultado era 
considerado negativo. 
Figura 1 - Meios de cultura Caldo Lactose positivos 
para presença de bactérias fermentadoras de lactose e 
tubos de Falcon contendo meio Bile Verde Brilhante. 
Fotografia por: Caroliny Soares. 
A última etapa consiste no teste de detecção de coliformes fecais, 
também chamada de teste complementar. Os tubos que obtiveram resultado positivo 
no teste confirmativo foram repicados para tubos de ensaio contendo o meio de 
cultura Caldo EC. Este tubos foram marcados com a mesma identificação que os 
tubos do teste confirmativo. 
Um pequeno volume dos tubos com resultado positivo foi colhido com o 
auxílio da alça de inoculação e inoculados nos tubos de ensaio com Caldo EC que 
possuíam a mesma identificação do tubo original. 
Após o período de incubação no banho-maria a uma temperatura de 
aproximadamente 44,5°C, por um período de 48 horas, os tubos de ensaio foram 
analisados. Os tubos considerados positivos continham a produção de gás e 
turvação no meio. Na ausência de uma ou ambas características, o resultado era 
considerado negativo. 
 
 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
No resultado do teste controle, todos os tubos inoculados com as 
diluições da amostra de cultura de Escherichia coli apresentaram resultado positivo, 
com exceção de um dos tubos com diluição de 10–6, provavelmente devido a um 
erro no processo de inoculação deste tubo. 
Ao fim do teste presuntivo, os tubos contendo o meio de cultura Caldo 
Lactose e inoculados com as diluições da amostra do suco coletado no Restaurante 
Universitário apresentaram produção de gás e grande turvação do meio, como 
observado na figura 2. Essas características conferem ao teste o resultado positivo 
em todos os tubos. 
 
O teste controle mostra que, apesar do grande número de diluições, o 
teste presuntivo apresenta eficiência ao indicar a presença de células bacterianas 
fermentadoras no amostra analisada. 
Os tubos inoculados com as diluições da amostra de água coletada no 
Açude Santo Anastácio apresentaram turvação do meio de cultura e produção de 
gás. Todos os tubos foram considerados como resultado positivo. 
Todos os tubos que continham as amostras de água coletadas nos 
bebedouros do Campus do Pici apresentaram resultado negativo, mostrando-se 
livres de coliformes totais e contaminação fecal. 
Figura 2 - Resultado do teste presuntivo da 
amostra de suco coletada no Restaurante 
Universitário. Fotografia por: Caroliny Soares. 
O resultado positivo em um teste a partir de inoculação no Caldo Lactose 
permite comprovar a existência de bactérias capazes de fermentar lactose na 
amostra coletada. No entanto, esse teste não confirma a existência de coliformes, 
tornando necessária a realização do teste confirmativo. 
No teste confirmativo, os tubos com diluições provenientes do suco 
coletado no Restaurante Universitário apresentaram 8 resultados positivos e 1 
negativo, como observado na figura 3. O tubo 2 da diluição 1:100 não apresentou 
produção de gás, conferindo a este resultado negativo. 
 
Os tubos com diluições provenientes da amostra de água coletada do 
Açude Santo Anastácio apresentaram 7 resultados positivos e 2 resultados 
negativos. O tubo 1 da diluição 1:1 e o tubo 3 da diluição 1:10 não apresentaram 
produção de gás, indicando resultado negativo, como observado na figura 4. 
Figura 3 - Resultado do teste confirmativo realizado com amostra de suco coletado do 
Restaurante Universitário. À esquerda, diluição 1:1; no centro, diluição 1:10 e à direita,diluição 
1:100. Fotografia por: Paulo Ricardo Sousa. 
Figura 4 - Resultado do teste confirmativo realizado com amostra de água coletada do Açude 
Santo Anastácio. À esquerda, diluição 1:1; no centro, diluição 1:10 e à direita, diluição 1:100. 
Fotografia por: Paulo Ricardo Sousa. 
O Caldo Bile Verde Brilhante é um meio de cultura altamente seletivo para 
detecção de coliformes, utilizado para análise de organismos em amostras de 
alimento e água. O uso deste meio para a realização de teste confirmativo é 
recomendado pelo Comitê ISO, de acordo com a ISO 4831:1991. No entanto, os 
coliformes detectados não possuem necessariamente origem fecal, tornando 
necessária a realização de um teste complementar para confirmar a origem destes. 
No teste para detecção de coliformes de origem fecal, os tubos com 
diluições da amostra do suco coletado no Restaurante Universitário apresentaram 8 
resultados positivos, apresentando produção de gás. 
Os tubos com diluições da amostra de água coletada do Açude Santo 
Anastácio apresentaram 7 resultados positivos. Portanto, todos os tubos que 
apresentaram resultado positivo para presença de coliformes tiveram a origem fecal 
destes confirmada. 
Os resultados da análise da amostra do suco coletado do Restaurante 
Universitário encontram-se expressos na tabela 2. Os resultados encontrados nos 
testes realizados com a amostra do Açude Santo Anastácio encontram-se na tabela 
3. 
Tabela 2 - Resultados da análise bacteriológica de amostra de suco coletada no Restaurante 
Universitário do Campus do Pici da Universidade Federal do Ceará. Fonte: Elaborada pelos autores. 
Suco do Restaurante Universitário 
Diluições Teste presuntivo 
Teste 
confirmatório 
Teste 
complementar 
1:1 + + + + + + + + + 
1:10 + + + + + + + + + 
1:100 + + + + - + + + 
 
Tabela 3 - Resultados da análise bacteriológica de amostra de água coletada Açude Santo 
Anastácio, no Campus do Pici da Universidade Federal do Ceará. Fonte: Elaborada pelos autores. 
Açude Santo Anastácio 
Diluições Teste presuntivo 
Teste 
confirmatório 
Teste 
complementar 
1:1 + + + - + + + + 
1:10 + + + + + - + + 
1:100 + + + + + + + + + 
Os resultados da análise da amostra do suco coletado do Restaurante 
Universitário apresentam 3 tubos positivos na diluição 1:1, 3 tubos positivos na 
diluição 1:10 e 2 tubos positivos na diluição 1:100. Aplicando os valores encontrados 
na Tabela de Hoskins para 3 tubos, encontramos o NMP de 1100 organismos por 
100mL (SOARES et al., 1987). 
A Portaria 2.914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da Saúde, 
estabelece que água apropriada para consumo humano, em toda e qualquer 
situação, deve estar ausente de Escherichia coli ou coliformes termotolerantes em 
100mL. Portanto, o suco servido no Restaurante Universitário pode ser classificado 
como impróprio para o consumo humano. No entanto, a Portaria exige ainda que 
sejam realizadas coletas diárias e posterior análise, além da contagem de bactéria 
heterotróficas (BRASIL, 2006). 
Os resultados da análise da amostra de água coletada do Açude Santo 
Anastácio apresentam 2 tubos positivos na diluição 1:1, 2 tubos positivos na diluição 
1:10 e 3 tubos positivos na diluição 1:100. Contudo, o número de tubos positivos 
encontrados aqui, 2-2-3, não é contemplado pela Tabela de Hoskins, sendo o 
resultado do teste inconclusivo. (SOARES et al., 1987). 
 
CONCLUSÃO 
A prática de Estimativa de coliformes totais em amostras de água 
utilizando a Técnica do Número Mais Provável (N.M.P.) possibilitou avaliação do 
número de organismos bacterianos existentes em amostras de líquidos com os quais 
os alunos possuem bastante contato diário. Mostrando resultados relevantes para o 
seu cotidiano, como, por exemplo, o fato de uma amostra de suco do Restaurante 
Universitário estar bastante contaminada. 
A prática permitiu aos alunos o conhecimento de uma técnica alternativa e 
ainda eficiente de contagem de organismos em para estimativa da densidade 
bacterianaem uma amostra de água. Além disso, ela trouxe aos alunos o contato 
com a Portaria 2.914 e outros documentos que discutem sobre análise bacteriológica 
de água. 
A técnica do Número Mais Provável é importante em diversos tipos de 
análises microbiológicas, porque apesar das várias etapas necessárias, é uma 
técnica simples, relativamente barata e que permite a análise da presença de 
coliformes em uma variedade de densidades celulares, sendo amplamente utilizada 
em laboratórios com menos recursos financeiros. 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual prático de análise de água. 3°ed. 
rev. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2009. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011. 
Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água 
para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 14 de dezembro de 2011. Seção 1, p. 39. 
IONLAB Produtos Laboratoriais. Produtos. Meios de Cultura. Caldos. Caldo Lactose 
(Meio Fluido de Lactose). 2015. Disponível em: <http://www.ionlab.com.br/ 
produtos/meios-de-cultura/item/213-caldos/1490-caldo-lactose-meio-fluido-de-
lactose>. Acesso em: 22 mai. 2016. 
IONLAB Produtos Laboratoriais. Produtos. Meios de Cultura. Caldos. Caldo Verde 
Brilhante Bile 2%. 2015. Disponível em: <http://www.ionlab.com.br/produtos/meios-
de-cultura/item/1469-caldo-verde-brilhante-bile-2>. Acesso em: 22 mai. 2016. 
IONLAB Produtos Laboratoriais. Produtos. Meios de Cultura. Caldos. Caldo EC. 
2015. Disponível em: < http://www.ionlab.com.br/produtos/meios-de-cultura/item/213-
caldos/1489-caldo-ec >. Acesso em: 22 mai. 2016. 
MADIGAN, M. T., MARTINKO, J. M., DUNLAP, P. V., CLARK, D. P. Microbiologia 
de Brock. 14. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. 
MADIGAN, M. T., MARTINKO, J. M., DUNLAP, P. V., CLARK, D. P. Microbiologia 
de Brock. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 
SOARES, J. B., CASIMIRO, A. R. S., ALBUQUERQUE, L. M. B. de. Microbiologia 
Básica. Fortaleza: Edições UFC, 1987. 
SPLABOR. Meios de Cultura. Meios para Análise de Água. Caldo Bile Verde 
Brilhante 2% - Modelo M121. 2011. Disponível em: <http://www.splabor.com.br/ 
meios-de-cultura/meios-para-analise-de-gua/caldo-bile-verde-brilhante-2-modelo-
m121.html>. Acesso em: 24 mai. 2016.

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