A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS PARA COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

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FIMCA

Natália de Souza Neves

14.06.2016

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Gestão de Projetos em Construção Civil

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
NÚCLEO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

NATÁLIA DE SOUZA NEVES

A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS
PARA COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

PORTO VELHO - RO
2015

NATÁLIA DE SOUZA NEVES

A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS
PARA COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como requisito para obtenção
do grau de bacharel em Engenharia Civil,
da Fundação Universidade Federal de
Rondônia – UNIR.

Orientadora: Profa. MSc. Laise Kelley
Lemos Barbosa.

PORTO VELHO – RO
2015

NATÁLIA DE SOUZA NEVES

A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS
PARA COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como requisito para obtenção
do grau de bacharel em Engenharia Civil,
da Fundação Universidade Federal de
Rondônia – UNIR.

Orientadora: Profa. MSc. Laise Kelley
Lemos Barbosa.

Banca examinadora:

________________________________________
Profa. Dra. MSc. Laise Kelley Lemos Barbosa
Orientadora / Fundação Universidade Federal de Rondônia

___________________________________________
Profa. Msc. Kuelson Rândello Dantas Maciel
Docente / Fundação Universidade Federal de Rondônia

_________________________________________
Profa. Msc Lívia Maria Palácio Ribeiro
Docente / Fundação Universidade Federal de Rondônia

Porto Velho, 14 de Setembro de 2015.

Aos meus pais e ao meu esposo, pelo
apoio que sempre foi dado, pelo amor e
confiança que demonstraram em toda a
minha trajetória acadêmica e por
acreditarem nessa conquista que é nossa.

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades nessa
caminhada.
Agradeço em especial a minha orientadora Professora Laise Barbosa, pela
paciência, pelo cuidado e dedicação que sempre teve e por abraçar e acreditar nessa
proposta.
Aos meus pais por sempre terem me apoiado e acreditado que esse sonho
seria possível.
Ao meu esposo pela compreensão e apoio principalmente nos momentos
difíceis.
Ao professor Kuelson Rândello pelo esforço em sempre buscar melhorias
para o nosso curso e por todo o seu empenho para que conseguíssemos superar as
dificuldades.
E a todos os professores que de forma direta ou indireta contribuíram para
minha formação acadêmica.

Insanidade é continuar fazendo sempre a
mesma coisa e esperar resultados diferentes.
Albert Einstein

RESUMO

A compatibilização de projetos na construção civil vem se destacando como atividade
fundamental de forma a garantir a qualidade de uma edificação. A necessidade da
redução de interferências que causam erros na fase de elaboração de projetos,
principalmente pela falta de interação entre os profissionais envolvidos, é o principal
fator pelo anseio de projetos integrados. A busca pela qualidade e rapidez nesta etapa
instigou a criação de métodos mais eficazes para a compatibilização de projetos de
edificações. A redução nos custos do empreendimento, a diminuição de desperdícios
e retrabalhos são fatores consideráveis para justificar a aplicação de tecnologias
capazes de agilizar e otimizar a busca por desenhos de qualidade. Com o objetivo de
apresentar a importância da utilização de ferramentas computacionais para a
compatibilização de projetos, as metodologias aplicadas buscam de forma
comparativa apresentar as diferenças e vantagens de cada método de
compatibilização. Com isso os resultados devem apresentar o valor do planejamento
e da integração dos projetos, bem como expor os resultados da aplicação de
ferramentas computacionais na compatibilização dos projetos da construção civil.

Palavras-chave: Compatibilização. Projetos. Ferramentas computacionais.

ABSTRACT

The compatibility of projects in civil construction has been highlighted as a key activity
to ensure the quality of a building. The need to reduce interferences that cause errors
in project preparation, especially by the lack of interaction between the professionals
is the main factor for the desire for integrated projects. The search for quality and speed
at this stage instigated the creation of more effective methods for compatibility of
building projects. The reduction in enterprise costs, the reduction of waste and rework
are considerable factors to justify the application of technologies that can streamline
and optimize the search for quality designs. In order to present the importance of using
computational tools for compatibility of projects, the methodologies applied seek in a
comparative way present the differences and advantages of each method
compatibility. Therewith, the results must to present the value of the planning and the
integration of projects, as well as expose the results of applying computational tools in
the compatibility of construction civil projects.

Keywords: Compatibility. Projects. Computational tools.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 — Detecção de conflitos e verificação de interferência ............................... 25
Figura 2 — Gerenciamento de conflitos e interferências ........................................... 25
Figura 3 — Ferramenta dedicada à detecção de conflitos ........................................ 26
Figura 4 — Criando uma nova edificação ................................................................. 31
Figura 5 — Nomeação do projeto e escolha das instalações.................................... 31
Figura 6 — Propriedades do projeto hidráulico ......................................................... 32
Figura 7 — Propriedades do projeto elétrico ............................................................. 33
Figura 8 — Inserindo pavimentos .............................................................................. 33
Figura 9 — Organizando o projeto ............................................................................ 34
Figura 10 — Organizando o projeto .......................................................................... 35
Figura 11 — Plantas sobrepostas ............................................................................. 37
Figura 12 — Ativando referências externas .............................................................. 38
Figura 13 — Detalhe isométrico ................................................................................ 40
Figura 14 — Corte ..................................................................................................... 41
Figura 15 — Lista de materiais .................................................................................. 42
Figura 16 — Legendas .............................................................................................. 42
Figura 17 — Colunas de água ................................................................................... 44
Figura 18 — Incompatibilidade entre estruturas e instalação elétrica .......................45
Figura 19 — Incompatibilidade entre estruturas e instalação hidráulica ................... 46
Figura 20 — Incompatibilidade entre instalação hidráulica e elétrica ........................ 47
Figura 21 - Incompatibilidade entre instalação hidráulica e elétrica .......................... 47
Figura 22 — Aplicação da ferramenta com referências externas ativas.................... 48

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 10
2 PROBLEMATIZAÇÃO ........................................................................................ 13
3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 15
4 OBJETIVOS ....................................................................................................... 16
4.1 OBJETIVO GERAL.............................................................................................. 16
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 16
5 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 17
6 METODOLOGIA DA PESQUISA ....................................................................... 28
6.1 MÉTODO DA SOBREPOSIÇÃO ......................................................................... 29
6.2 APLICANDO A FERRAMENTA COMPUTACIONAL ........................................... 30
7 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE ................................................... 44
8 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 50
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 51

1 INTRODUÇÃO

A construção civil é uma indústria dinâmica que, além do seu fim específico,
executar, construir, edificar, está vinculada principalmente ao desenvolvimento de
novas tecnologias e serviços. Em meados do século XX, estes serviços passaram a
ser exercidos por diferentes profissionais sem que houvesse, na maioria das vezes,
interação entre eles. Nos últimos anos, o mercado do processo de projetos vem
sofrendo melhorias, resultantes da crescente necessidade de fazer com que o produto
final não fique aquém do pretendido, garantindo assim, a qualidade do serviço.
A elaboração de projetos constitui uma das principais etapas na construção
civil, pois possui papel fundamental na qualidade da edificação. Neste momento são
definidos conceitos, formas construtivas, tecnologias a serem aplicados, custos,
investimentos e demais serviços que possam agregar eficiência e qualidade ao
produto final. Apesar de possuir uma despesa muito baixa em relação ao custo total,
os projetos influenciam diretamente nos valores finais da obra.
O desenvolvimento de projetos vem sofrendo algumas modificações por parte
de empresas construtoras e incorporadoras, devido inicialmente, à existência de
preocupações com a sua elaboração inicial, de modo a tentar evitar problemas futuros
como a incompatibilidade entre os desenhos. Deste modo, alguns empreendimentos
já percebem a necessidade de contratar profissionais, de cada área de conhecimento,
para que os mesmos elaborem seus croquis de acordo com sua especialidade ou ao
menos, sejam consultados para o que já foi projetado (MELHADO, 2005).
Neste aspecto, as ferramentas computacionais utilizadas para adequar os
projetos surgem hoje como grandes aliadas à execução de obras na construção civil,
já que sua aplicação permite rapidez, qualidade, eficiência, agilidade e a diminuição
dos erros passivos dos projetos. Essa tecnologia se mostra relevante para os
projetistas, uma vez que os auxiliam em projetos cada vez mais elaborados com
qualidade e riqueza de detalhes, evitando futuras necessidades de ajustes devido às
divergências existentes entre os mesmos.
A etapa de planejamento e elaboração de projetos vem se destacando como
elo fundamental da cadeia produtiva, de modo a interferir diretamente na economia e
na eficiência do empreendimento. As decisões tomadas na fase inicial de projeto são
tão importantes de modo que podem reduzir as incidências de falhas e diminuição no
desperdício de recursos.
11

Melhado (2005, p.14) define que:

Na prática, porém, muitas vezes o projeto de um edifício é entendido como
um ônus que o empreendedor deve ter antes do início da obra e, portanto,
encarado como uma despesa a ser minimizada o máximo possível.

Cada tipo de construção tem sua característica e seu grau de detalhamento
de projeto. Uma edificação multifamiliar apresenta suas particularidades, as quais
exigem que os projetistas demonstrem soluções adequadas para cada situação em
sua especialidade. Porém, a utilização de recursos sincronizados como shafts,
prumadas, dutos, condutos, entre outros, demandam uma análise mais aprimorada
de caráter multidisciplinar, integrando os profissionais e seus respectivos projetos, o
que garante então, maior eliminação de conflitos e pontos de indefinição, que
propiciará compatibilidade entre os projetos complementares.
A compatibilização entre projetos, ao mesmo tempo em que é um grande
desafio, é também uma considerável evolução para a construção civil. Por definição,
a compatibilização significa “conciliar, harmonizar” (BUENO, 2007). Ou seja, fazer
com que os projetos complementares não apresentem interferências uns aos outros
podendo evitar imprevistos, como alteração de instalações, em estágios mais
avançados da construção.
Atualmente, a compatibilização, quando é feita, é improvisada na maioria das
vezes de forma singela, arcaica e sem muita tecnologia aplicada ao serviço. A simples
sobreposição de plantas é o método mais convencional realizado pelas empresas que
desenvolvem projetos. Esse sistema se torna improdutivo de modo a não permitir aos
projetistas, uma concepção completa de todos os projetos em visão tridimensional, o
que proporcionaria maior riqueza na análise de interferências entre as várias
instalações e a estrutura da edificação.
Como a etapa de projeto ainda não é encarada com sua devida importância
por parte de muitas empresas, dificilmente os projetos são elaborados com a atenção
e responsabilidade que deveriam. Porém, a ferramenta computacional vem agregando
valor e qualidade nos serviços prestados a construção civil, e hoje, a sociedade já
pode desfrutar de tecnologias que permitem aos profissionais projetistas que
elaborem projetos de forma compatibilizada desde o início da sua execução.
O mercado vem evoluindo cada vez mais, proporcionando o acesso e
utilização de ferramentas computacionais que permitem melhorar a qualidade dos
projetos finalizados. Como exemplo dessa evolução, têm-se as ferramentas
12

Navisworks®, Plataforma BIM® (Building Information Modeling) e a Plataforma
QiBuilder®, em expansão no segmento da Construção Civil.

2 PROBLEMATIZAÇÃO

A elaboração de projetos na construção civil é feita, na maioria das vezes, por
profissionais isolados. De forma geral os escritórios de arquitetura elaboram o projeto
arquitetônico e, posteriormente, repassam o croqui para os profissionais de
engenharia, a fim de que cada técnico possa desenvolver suas atividades dentro da
sua área de atuação. Esta prática isolada, não permite uma análise das possíveis
divergências entre os projetos, o que consequentemente acabará ocasionando
imprevistos nas etapas futuras do processo de execução.
A falta de análise dos projetos complementares, especialmente na fase inicial
deelaboração, permite a incidência de uma série de erros e retrabalhos nas diversas
áreas e fases da construção. Essa falta de compatibilização poderá ser o principal
motivo desencadeador do desperdício gerando, como consequência, prejuízos
financeiros e na qualidade final do produto (MELHADO, 2005).
Quando os projetos apresentam muitos problemas depois de finalizados,
estes podem proporcionar futuramente uma perda na sua eficiência. Alguns
obstáculos que podem comprometer a qualidade do empreendimento são:
necessidade de adequações durante o processo construtivo, a não aplicação das
normas vigentes que garantem o mínimo de qualidade, aumento dos custos, déficit
nos detalhes construtivos e falta de interação entre as especializações diversas dentro
das particularidades de projeto (MELHADO, 2005).
Várias são as formas de realização do procedimento de compatibilização,
porém os planejadores recaem na emergencialidade de execução de muitas obras
simultaneamente e, descartam a etapa de planejamento e projeto. Com isso, há
posteriormente a percepção da defasagem de informações e detalhes construtivos,
os quais prejudicam o andamento do empreendimento, bem como, atrasam a
execução de vários serviços, acarretando então uma cadeia de problemas que
poderiam ser inexistentes se o planejamento e a integração entre os projetos fossem
realizados no início da idealização do empreendimento.
Um grande aliado a essa problemática na construção civil é a utilização de
ferramentas computacionais, as quais permitem analisar todos os projetos de forma a
comparar as instalações que foram propostas, verificando se há ou não viabilidade de
execução sem que haja, ou pelo menos se minimize, problemas futuros no momento
da execução. Além do mais, o uso da tecnologia informatizada não só permite
14

qualidade nos projetos, como também admite que as análises dos conflitos sejam de
forma mais eficiente e eficaz, reduzindo o tempo que a simples sobreposição de
plantas exigiria.

3 JUSTIFICATIVA

O investimento na elaboração de projetos, já no início da concepção do
empreendimento, é quesito que apresenta grande relevância principalmente em
termos de custo e prazo. Garantir a qualidade do empreendimento desde a fase inicial,
pode necessitar de uma demanda maior de tempo e também elevar o valor que, a
princípio, foi destinado para execução desse serviço ou obra.
O projeto por apresentar um papel fundamental, devido ao fato de agregar
qualidade e eficiência ao empreendimento, se faz interessante a diversos setores
dentro da cadeia produtiva. Para o empreendedor, a qualidade permite com que o
produto seja atraente aos consumidores, agregando valor e garantindo
competitividade em relação à concorrência. Para o projetista, o sucesso obtido na
qualidade do seu trabalho acarretará não só no crescimento profissional, como
também o enriquecimento curricular. Ao construtor, a vantagem de projetos
compatibilizados permitirá a eficiência e minimizará retrabalhos no momento da
execução ou no pós-uso. E por fim, o usuário desfrutará da qualidade do seu
investimento, o qual proporcionará um retorno satisfatório (MELHADO, 2005).
O uso da tecnologia computacional se destaca como alternativa para mostrar
como a informática potencializa o desenvolvimento de projetos, compatibilizando os
mesmos de forma integrada e simultânea.
A utilização da plataforma Qibuilder hoje é uma alternativa bem acessível no
mercado se comparada a Plataforma BIM e a ferramenta Navisworks. Dentre os
inúmeros benefícios podem-se destacar rapidez e qualidade na execução dos projetos
e também a compatibilização entre estes, além de ser uma ferramenta de fácil
manuseio e baixo custo, se comparada as vantagens de sua utilização e a qualidade
do serviço oferecido.
Sendo assim, a aplicação da ferramenta computacional Qibuilder vem mostrar
uma nova forma de compatibilização de projetos mais eficaz e mais ágil, já que a
simples sobreposição de plantas exige uma demanda maior de tempo. O método
comum, geralmente permite que apenas dois projetos sejam analisados por vez, e
que mesmo assim a análise ainda continua passível de erros. Logo, o uso da
tecnologia QiBuilder pode se destacar como uma alternativa de ganho financeiro e
melhoramento, tanto das edificações, como o crescimento do profissional que faz o
uso da mesma.
16

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Apresentar as vantagens e a utilização da ferramenta computacional QiBuilder
para a compatibilização de projetos na construção civil.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Verificar os métodos existentes para compatibilização de projetos;
 Apresentar a metodologia de processamento da ferramenta computacional
QiBuilder para compatibilização de projetos;
 Comparar o uso da ferramenta ao procedimento comum/padrão de
compatibilização;
 Expor seus resultados e avaliar a benfeitoria do uso dos softwares na
realização e compatibilização de projetos.

5 REFERENCIAL TEÓRICO

O processo para o desenvolvimento de um projeto hoje, vêm sendo abordado
como um serviço elaborado por diversos agentes, sendo que cada profissional
assume suas responsabilidades dentro do seu campo de atuação. A nobreza de uma
edificação é também resultante do nível de conhecimento apresentado pelos
profissionais envolvidos e, não tão somente, da metodologia na elaboração dos
projetos.
A atividade de projetar deve ser considerada como um conjunto de processos
interativos e evolutivos, tornando a atividade multidisciplinar e interdisciplinar. Hoje, a
integração de projetos é vista como uma forma de aumentar a competitividade
empresarial num mercado cada vez mais disputado onde, os empreendimentos têm
sido cada vez mais complexos. Com esse aumento competitivo no mercado da
construção civil, observa-se um movimento por parte das construtoras no sentido da
valorização da técnica do projeto e da sua integração (MANSO & FILHO, 2011).
A implantação de ações que visam à qualidade do projeto como um produto,
envolve toda uma equipe, que se inicia com os proprietários do empreendimento, os
quais se responsabilizam em organizar as equipes de coordenação e gerenciamento.
As empresas, que desenvolvem o projeto, se encarregam em contratar profissionais
de todas as especialidades, bem como, solicitam consultores quando se há
necessidade. Já as empresas e/ou profissionais destinados ao planejamento do
empreendimento, assumem o papel de acompanhar a execução e controle da obra e
dos subcontratados (SILVA, 2003).
A formação de equipes com profissionais especializados nas diversas etapas
do empreendimento, que vai desde a concepção do projeto até a entrega das chaves
para o proprietário, é de grande importância para garantir a qualidade da edificação
bem como, que a execução seja realiza conforme a ideia inicial proposta.
Mundialmente, a busca pela produtividade com qualidade, tem sido uma
constante no ramo da construção Civil, que se apresenta em processo de
reestruturação competitiva em vários países. A reestruturação vem trazendo
mudanças que influenciam no perfil das empresas atuantes neste mercado. Essas
mudanças significativas envolvem vários agentes da produção e a interação destes
com seus clientes em toda a cadeia produtiva (SILVA, 2003). O projeto hoje se
18

apresenta como detentor potencial, o qual deve atender às necessidades do cliente
em características superiores aos seus concorrentes diretos.
Se analisado de uma forma econômica tradicional, a competitividade entre
empresas da construção civil é feita através da análise de preços, onde quem
apresentamelhor oferta, menor preço geralmente, ganha a produção dos projetos.
Hoje, o mercado se apresenta muito mais exigente, e não só a busca pelo menor
preço é fator decisivo na escolha de uma empresa, mas a melhor técnica também. A
rapidez, a qualidade e a tecnologia são elementos determinantes na hora da escolha
do projetista.
A etapa de projeto, importante fase preliminar a execução da obra, deve ser
pensada, planejada e executada com critérios. Em suas considerações,
HAMMARLUND (1991, apud SILVA, 2004, p. 12), menciona:

A etapa de projeto de edificações permite grandes possibilidades de
interferências na definição das características finais dos produtos e nos
custos totais de produção, representando baixos custos acumulados, sendo
responsável pela maioria das falhas que ocorrem nos edifícios.

A elaboração de projetos de qualidade e funcionais, além de serem
determinantes para um orçamento exato, também interferem na edificação depois de
finalizada e entregue para uso. Se um projeto não foi bem planejado, certamente após
a sua ocupação, seu habitante se deparará com situações pouco agradáveis, muitas
vezes decorrentes de erros do projeto ou da execução, como infiltrações, vazamentos,
entrada de ar nas tubulações e até mesmo peças estruturais expostas que não
valorizam a harmonia e a otimização de espaços, bem como, a segurança dos
elementos construídos. As deficiências percebidas nas edificações após estarem
prontas, tendem a ser devido à falta de análise e estudo de forma global de todos os
projetos complementares a arquitetura proposta.
Chippari (2013) também conclui que os erros na elaboração de projeto podem
ser minimizados ou até mesmo eliminados na sua totalidade. Um novo conceito tem
surgido no ramo da construção civil, a compatibilização entre projetos, que é uma
prática a qual permite que todas as instalações, estruturas e arquitetura estejam em
harmonia sem que qualquer proposta projetada interfira na outra.
A ideia de compatibilização nasce da integração de projetos e profissionais
com intuito de garantir qualidade nas edificações. A interação entre os projetos surgiu
a partir da verificação de erros no momento da execução e pós-obra. Os gastos com
19

manutenção, alteração de projetos, adaptações de instalações, demonstram a
importância da qualidade de um projeto compatibilizado.

A compatibilização de projetos define-se como uma atividade de
gerenciamento, onde acontece a integração das especialidades, e tem como
fundamento a verificação de possíveis interferências entre os diversos
projetos, de forma sistêmica, apontando e propondo adequações necessárias
para a equalização e perfeito ajuste entre as especialidades envolvidas, em
diferentes etapas da elaboração do projeto, se tornando uma atividade
intrínseca do mesmo, simplificando a execução, antecipando eventuais
problemas e minimizando conflitos e retrabalhos durante obra (ÁVILA, 2011,
p.22).

Para Manso & Filho (2011) os projetistas têm a responsabilidade de garantir
a compatibilização de cada uma das especialidades em relação às outras. Por mais
óbvia que pareça, essa prática não é aplicada sendo evidenciada pelas deficiências
encontradas nos diversos projetos e, consequentemente, o coordenador e o escritório
de arquitetura acabam tomando para si a responsabilidade da compatibilização.
A compatibilização hoje pode ser feita através da simples sobreposição de
plantas, que é o método convencional, ou através de ferramentas computacionais. O
método da sobreposição é a forma mais acessível financeiramente, já que não há
necessidade de outra ferramenta que não seja um programa CAD em formato DWG.
Essa forma mais comum é simples, porém gera retrabalho, já que as análises são
feitas após todos os projetos serem finalizados e, caso existam interferências, as
instalações deverão sofrer ajustes até que se obtenha integração entre todos os
sistemas.
Mesmo que o método convencional não seja o mais eficiente ainda assim ele
se faz importante, pois os projetos podem ser adequados antes mesmo de iniciar a
execução. Essa metodologia simplista permite que somente dois projetos sejam
analisados simultaneamente. Neste formato, o processo necessita de bastante tempo,
já que os projetos complementares são vários e necessitam de um olhar minucioso
para diagnosticar as interferências.
Como de fato hoje o tempo é fator decisivo no mercado de trabalho, onde
cada vez mais os clientes desejam agilidade na elaboração de projetos, a simples
sobreposição de plantas para análise de incompatibilidades já não é mais um
mecanismo atrativo para o mercado da construção civil. Além do grande tempo que
se demanda para realizar uma compatibilização da forma convencional ainda se tem
a possibilidade de erros que passam despercebidos. O fato de todos os projetos
20

complementares não estarem representados em um único desenho, deixa aberta a
possibilidade da ocorrência de falhas. Estas falhas geram, possivelmente, problemas
futuros tanto no orçamento como no momento da execução, podendo atrapalhar o
cronograma e gerando a necessidade de ajustes no projeto final para a adequação de
como a edificação foi de fato construída.

A compatibilização se justifica como ferramenta de suma importância no
desenvolvimento do projeto. Com a possibilidade da sobreposição das
informações com o auxílio do CAD 2D, as interferências ficam evidentes,
possibilitando propor-se adequações em tempo hábil, evitando que soluções
inadequadas apressadas sejam tomadas no canteiro de obras obra (ÁVILA,
2011, p.23).

É perceptível que a compatibilização não é uma prática muito fácil e, por isso,
não se faz tão comum principalmente em escritórios de pequeno e médio porte que
não trabalham com grandes obras ou elaboram grandes projetos.
Presentemente o mercado da construção civil faz um apelo por produtos e
métodos diferenciados que atendam o volume e a demanda de projetos mantendo ou
até mesmo elevando a qualidade do projeto como um produto. A qualidade do
profissional de compatibilização de projetos juntamente com os critérios de trabalho
estabelecidos pela empresa, implantação de indicadores de desempenho e o
processo de retroalimentação, potencializam a melhoria do processo de ajuste e
compatibilização entre os projetos.
O processo denominado retroalimentação consiste em um mecanismo de
aprendizagem organizacional, com o objetivo identificar, documentar e comunicar os
erros existentes, o que proporcionará uma melhoria contínua dos serviços e produtos
finais. A retroalimentação pode ser feita através de informações e opiniões coletadas
dos clientes, construtores, usuários e gerentes prediais através da aplicação de
formulários, entrevistas, telefonemas, avaliação de satisfação e avaliação da
edificação pós-ocupação (MELHADO, 2005).
Além de detectar erros e insatisfações, o processo de retroalimentação de
projetos, muito utilizado atualmente, alerta os projetistas para que os erros ocorridos
não se repitam, e com isso a busca pelo projeto “perfeito” se faz cada vez mais
possível. Essa melhoria contínua faz com que grandes empresas invistam cada vez
mais nas tecnologias e métodos que auxiliam e aumentam o desempenho dos
projetos.
21

A presente ideia de projeto simultâneo, que é a integração por parte de todos
os agentes envolvidos em uma única proposta, valoriza a concepção de qualidade de
modo a garantir a comunicação entre todos os projetistas, coordenadores e demais
profissionais envolvidos. Essa prática se propõe a agregar boas características ao
produto final e atender às expectativas do cliente, já que a falta de comunicação pode
comprometer o desempenhodo produto final (MELHADO, 2005, p.53).
Melhado (2005) conceitua que o projeto simultâneo também pode receber a
denominação de Engenharia Simultânea. Essa prática visa garantir a integração entre
desenvolvimento do produto e o desenvolvimento dos demais processos envolvidos,
por meio da cooperação e troca de informações entre os profissionais abrangidos.
Com essa prática, o processo de trabalho tradicional, com formação de
departamentos, é substituído pelo trabalho paralelo das equipes objetivando melhor
desempenho do processo.

Com isso projeto simultâneo pressupõe que haja trabalho em equipe,
comunicação sistemática, treinamento de recursos humanos e parcerias.
Representantes de todos os principais agentes do processo devem participar
dessas equipes de projeto com o objetivo de levar as suas necessidades e
expectativas a todo o processo. Na filosofa de projeto simultâneo,
engenheiros de produção são deslocados para trabalhar com os engenheiros
de projeto, em equipes multidisciplinares, propiciando melhor desempenho e
menores prazos na elaboração do projeto. Dessa forma, cada integrante da
equipe pode contribuir com a sua experiência e conhecimento da área
específica para diminuir falhas potenciais, tanto do produto quanto do
processo de produção (MELHADO, 2005, p.54)

Portanto, a proposta do projeto simultâneo tem por maior finalidade a
integração entre os diversos profissionais formando equipes multidisciplinares,
otimizando o tempo e os custos e, melhorando o desempenho do produto final. Sendo
assim, a prática da Engenharia simultânea apresenta uma forma de compatibilização
de projetos através da extinção de barreiras entre os agentes envolvidos no processo.

Dessa forma, para a Engenharia Simultânea, quanto mais a montante no
processo de concepção, maior é a liberdade para propor soluções. A
concepção dever ser desenvolvida de forma integrada e multidisciplinar de
forma a desenvolver soluções mais robustas que acarretem menos
modificações ao longo do processo de projeto (FABRICIO, 2002).

A contemporânea divisão na elaboração de projetos se propõe a garantir
melhor desempenho, porém, para que a qualidade seja garantida é necessário que
22

haja integração entre esses profissionais. Diante deste pensamento, MELHADO
(2005, p.18), propõe que:

Devemos considerar que o projeto é desenvolvido pela interação entre as
várias especialidades de projeto e que mesmo o processo de produção do
empreendimento é resultado da participação de diversos outros agentes.

Para desenvolver os múltiplos aspectos envolvidos nos edifícios são
mobilizados diferentes profissionais e agentes que conformam “equipes” de
projeto multidisciplinares e fragmentadas. Com isso, o processo de projeto
enfrenta diferentes problemas e confronta diferentes formações e interesses
na busca de soluções projetuais coletivamente aceitáveis (FABRICIO, 2002).

A interação entre as diversas áreas de projetos apesar de trazer grandes
benefícios à qualidade do empreendimento, ainda é um grande desafio para as
empresas do ramo. MELHADO (2005, p.29) em seu livro afirma que:

O processo de projeto tornou-se fortemente multidisciplinar, o que trouxe
dificuldades para a sua gestão. As responsabilidades são distribuídas entre
diversos especialistas, incumbidos de parcelas cada vez menores do todo
dependente de informações de terceiros, cujas definições provocam
interferências múltiplas.

Com a multidisciplinaridade na elaboração de projetos, a compatibilização
tornou-se uma prática necessária e que vem sendo implantada no Brasil há pouco
tempo, sendo utilizada e aplicada inicialmente na concepção de obras comerciais e
residenciais. Segundo Chippari (2013):

O termo é pouco conhecido pelos não especialistas, mas a chamada
compatibilização de projetos de engenharia é tendência em crescimento
na construção civil. O motivo é simples: a construção de qualquer
edificação exige uma série de projetos – topográfico, estrutural,
hidrossanitário, elétrico, de refrigeração, arquitetônico, entre outros. Na maior
parte dos casos, esses projetos são feitos separadamente, o que aumenta as
chances de conflito se o problema for identificado apenas durante a obra. Isso
exige alterações de última hora ou até a quebra de estruturas já construídas
para adaptação. A compatibilização consiste justamente em sobrepor da
melhor forma possível todos os projetos antes do início da construção,
evitando o retrabalho.

O objetivo da análise de projetos é detectar e corrigir erros relacionados às
interferências e inconsistências entre vários elementos físicos da edificação, visando
o perfeito ajuste entre projetos e objetivando a redução dos conflitos existentes de
modo a garantir o tempo de execução e o orçamento planejado (CHIPPARI, 2013).
23

O processo de compatibilização chega ao mercado para proporcionar a
construção civil uma revolução em umas das principais fases do empreendimento. A
compatibilização é uma atividade a qual se analisa projetos em conjunto de forma a
garantir a coesão entre os mesmos permitindo a eliminação de interferências desde a
fase inicial podendo a empresa traçar estratégias que não sejam onerosas à
construção (SOUKI, 2012).
O processo de compatibilização não só proporciona vantagens para a
construção civil num âmbito geral como:

[...] permite também aperfeiçoar espaços internos e de convivência, evitando
desperdícios de áreas, diminuição de possibilidades de erros e desperdício
de materiais e, ainda, maior viabilidade técnica para a realização da obra.
Além disso, um bom planejamento gera valor agregado ao imóvel, uma vez
que permite medir objetivamente o desempenho e a evolução do projeto,
confrontando o custo real e o planejado (SOUKI, 2012).

Essa nova modalidade, que vem para revolucionar e minimizar os problemas
de execução e operacionalidade no âmbito da construção civil é de grande
importância principalmente para grandes construções, já que o mau planejamento ou
falta dele pode gerar resultados não satisfatórios. A falta de compatibilização pode
acarretar problemas sérios como, por exemplo, a não liberação para execução da
edificação. Em alguns casos os fiscais de obra conseguem perceber os erros nos
projetos e paralisam a construção atrasando então o cronograma que foi planejado,
liberando apenas quando os ajustes forem feitos (TORRES, 2012).
O processo de compatibilizar projetos é uma atividade a qual necessita de
coordenação para que a integração dos projetos ocorra juntamente com a relação dos
profissionais. Sendo assim, Callegari (2004, p. 34,40) afirma:

A compatibilização compõe-se em uma atividade de gerenciar e integrar
projetos afins, visando o perfeito ajuste entre os mesmos, conduzindo para a
obtenção dos padrões de controle de qualidade de determinada obra. Tem
como objetivo minimizar os conflitos entre os projetos inerentes à
determinada obra, simplificando a execução, otimização e utilização de
materiais, tempo e mão de obra, bem como as posteriores manutenções ... o
arquiteto surge como um gestor que privilegia a cooperação multidisciplinar e
a integração entre os agentes. Esta coordenação de função gerencial é
desempenhada no processo de elaboração e compatibilização dos diversos
projetos, com finalidade de assegurar a qualidade durante o processo como
um todo. Garante-se que as soluções adotadas sejam suficientemente
abrangentes, integradas e detalhadas e que, após passada a fase projetual,
a execução aconteça de forma contínua, sem improvisos e interrupções.

O mercado da construção civil apresenta algumas ferramentas
computacionais que agilizam e qualificam a elaboração de projetos. Os programasNavisworks®, Plataforma BIM® e a Plataforma QiBuilder®, hoje são referências no
mercado da compatibilização. Apesar de serem tecnologias com diferentes interfaces
e configurações de sistemas, todas buscam um único objetivo, oferecer projetos de
qualidade e compatibilizados entre si.
De acordo com a Autodesk [21-?], empresa que desenvolveu a ferramenta
Navisworks®, essa tecnologia permite a coordenação, simulação da construção e
análise de todo o projeto para revisão de projetos integrados. Os produtos
Navisworks®, incluem ferramentas avançadas para simular e aperfeiçoar
cronogramas, identificar e coordenar conflitos e interferências, colaborar e obter uma
percepção mais ampla sobre os potenciais problemas. A tecnologia também
apresenta recursos de modo a prever e gerenciar os problemas antes da construção,
minimizando atrasos e retrabalho dispendiosos.
Os recursos do Navisworks® para Modelagem de Informação da Construção
(BIM®) facilitam o planejamento de projetos, a visualização do BIM® e a análise 5D,
permitindo simular cronogramas e logística de construção. A ferramenta permite
também, o desenvolvimento de animações 3D e imagens envolventes, incluindo
materiais, luzes e planos de fundo e a elaboração animações de objetos para a análise
de conflitos e interferências (AUTODESK, [21-?]).
As figuras de 01, 02 e 03 demonstram a aplicação da ferramenta Navisworks®
de forma a exemplificar como a análise das interferências são realizadas. Através da
modelagem 3D é possível verificar a disposição exata das estruturas bem como as
instalações que foram projetadas. Essa análise 3D proporciona aos projetistas uma
visão mais realista facilitando a elaboração de uma nova proposta quando houver
necessidade de alteração dos projetos.

Figura 1 — Detecção de conflitos e verificação de interferência

Fonte: Autodesk [21-?].

Figura 2 — Gerenciamento de conflitos e interferências

Fonte: Autodesk [21-?].

Figura 3 — Ferramenta dedicada à detecção de conflitos

Fonte: Autodesk [21-?].

O programa Navisworks® também pode ser integrado a tecnologia BIM®.
Com isso, a ferramenta tanto pode trabalhar de forma isolada simulando e analisando
os projetos, como pode servir de base para alimentação de dados na aplicação da
tecnologia BIM®.
De acordo com a Autodesk [21-?], o BIM® é um processo integrado para
explorar digitalmente as principais características físicas e funcionais de um projeto
antes da construção. Amplia consideravelmente a compreensão do empreendimento
e viabiliza a visibilidade dos resultados. Essa viabilidade permite que todos os
membros da equipe do empreendimento permaneçam coordenados, melhorem a
precisão, diminuam os desperdícios e tomem decisões fundamentadas nas etapas
iniciais do processo promovendo o sucesso do empreendimento.
A Plataforma BIM® proporciona a abertura para um caminho mais fácil para a
comunicação completa e concisa entre vários especialistas envolvidos num projeto.
Dessa forma, todos os profissionais abrangidos no processo de construção podem
visualizar o modelo de diferentes perspectivas, acrescentar e modificar informações
em tempo real e muitas outras funções, sem a necessidade de haver contato
interpessoal entre os profissionais. Como exemplo, é válido ressaltar que um arquiteto
pode inserir a sua planta e comparar se ela entra em conflito com alguma estrutura ou
instalação que tenha sido projetada por outro profissional. (CARDOSO et al.,
2012/13).
27

Outra empresa no ramo da tecnologia voltada para a construção civil é a
AutoQi. Esta lançou no mercado uma tecnologia com ideia de integração entre vários
ramos de projetos de edificação.
De acordo com a AltoQi [202-] empresa desenvolvedora do software, a
plataforma QiBuilder é uma ferramenta elaborada na forma de CAD através de um
conceito nativo de integração, cujos recursos, possibilitam a compatibilização de
projetos em 2D. Essa ferramenta permite que os vários projetistas trabalhem com os
outros projetos complementares ativos de modo a analisar as interferências externas
e possibilitando assim a elaboração de um desenho com o mínimo de erros possíveis
ou até sem erros. A plataforma também possibilita a elaboração de projetos
complementares juntamente com o processo de compatibilização, de forma
simultânea.
Para a empresa AltoQi [202-], “O QiBuilder e seus produtos, consiste num
software totalmente novo, construído sobre uma plataforma de CAD mais moderna e
uma nova metodologia de desenvolvimento que permite alta confiabilidade nos novos
programas”.
Os recursos do QiBuilder foram construídos com interface mais moderna, que
proporciona o acesso mais rápido aos comandos. Muitos dos recursos existentes nas
versões anteriores foram refeitos com ferramentas mais automatizadas, que tornam
mais simples o uso do programa. Além disso, os produtos QiBuilder contam com uma
série de novos recursos que foram solicitados pelos clientes (ALTOQI, [202-]).
O mercado da construção civil apresenta vários métodos que possibilitam a
compatibilização entre projetos de edificação. As ferramentas computacionais
automatizam os serviços manuais que demandam tempo em excesso, se comparadas
as tecnologias modernas, por isso se sobressaem como alternativa para aqueles que
querem investir em rapidez e qualidade. Por outro lado, a compatibilização através da
simples sobreposição ainda é uma opção relevante para empresas e profissionais que
por algum motivo não conseguem fazer a aquisição de ferramentas mais modernas.
Com isso, o mercado da compatibilização de projetos se mostra cada vez mais
crescente e de forma qualificada. Sendo a tecnologia computacional, uma forma de
incentivar a melhoria da qualidade no processo de projetar. A aplicação de novos
métodos também serve como uma peneira no mercado de trabalho, onde quem
estiver mais preparado e atualizado com as tecnologias oferecidas e com as novas
formas de trabalho garante seu espaço.
28

6 METODOLOGIA DA PESQUISA

Diante da existência e da possibilidade de aplicação dos métodos de
compatibilização de projetos, inicialmente foram escolhidas duas formas de análise. A
primeira, através da sobreposição de plantas e, a segunda, através da demonstração
do processo utilizado para elaboração de projetos de instalações com o auxílio da
ferramenta computacional QiBuilder.
Foi escolhido um projeto de edificação de 04 (quatro) pavimentos de uso
misto, sendo uma parte comercial e a outra utilizada como residência multifamiliar. O
primeiro pavimento denominado térreo tem como finalidade o uso comercial, sendo
duas salas iguais com um mezanino. O segundo pavimento apresenta dois
apartamentos iguais e os pavimentos 03 e 04 são tipos, de forma a conter apenas um
apartamento em cada andar.
A edificação possui uma área total de 702,18m² projetados para serem
executados na cidade de Porto Velho, não sendo de autoria própria, os projetos foram
utilizados apenas para aplicação da metodologia desta pesquisa.
Os critérios para a escolha do projeto foram os seguintes: a edificação deveria
apresentar no mínimo três pavimentos, já que a complexidade da construção pode ser
um fator responsável pelas inconsistências no projeto; apresentar as plantas de
estruturas, instalações elétricas, hidráulicas e arquitetura, já elaboradas e, por último,
ter sido preparado de forma convencional, por profissionais isolados.
O projeto arquitetônico serviu de base para elaboração dos demais projetos
de engenharia necessários para o estudo. O projeto estrutural foi utilizado para análise
das possíveis interferências entre este, eas tubulações de instalações hidráulicas e
os dutos de instalações elétricas, levando em conta que os tubos não podem passar
por peças estruturais a menos que, as mesmas sejam dimensionadas para essa
finalidade. Para este caso, não se considerou que qualquer instalação passe por
dentro de estruturas.
As interferências encontradas no processo de sobreposição de plantas não
foram alteradas, a fim de não comprometer a originalidade dos projetos. Os croquis
foram utilizados apenas para avaliar a viabilidade da compatibilização através do
procedimento comum.

6.1 MÉTODO DA SOBREPOSIÇÃO

Para iniciar o estudo de compatibilidade, primeiramente foram colocados
todos os projetos (arquitetônico, estrutural, elétrico e hidráulico) em um único arquivo
CAD, na aba Modelo, para facilitar a manipulação dos desenhos. Neste ponto, é feita
uma análise global do projeto para que haja um entendimento do mesmo. Observando
principalmente a arquitetura para entender a divisão e a dinâmica de circulação da
edificação.
Em edificações verticais é comum o uso de shafts, que é uma espécie de poço
abrangendo todos os pavimentos para passagem de tubulações das instalações
necessárias na edificação. Os shafts permitem maior facilidade caso haja a
necessidade de manutenção em qualquer uma das instalações que usem este
dispositivo de passagem. Após feito o estudo arquitetônico, é perceptível que a
edificação não utiliza o dispositivo citado para passagem de instalações, sendo assim,
estas necessitaram de maior atenção no momento de verificação de suas passagens
pela edifício.
Após a análise da edificação iniciou-se a sobreposição das plantas. Os
exames foram feitos de modo a utilizar um pavimento por vez, iniciando pelo térreo e
finalizando pelo 4º pavimento. Para proceder a metodologia de forma padronizada em
todos os pavimentos, os procedimentos foram os seguintes:

a) organizar em um único arquivo CAD as plantas de instalações hidráulicas,
elétricas, estruturas e arquitetura;
b) sobrepor arquitetura e estrutura;
c) sobrepor estrutura, arquitetura e instalação elétrica;
d) sobrepor estrutura, arquitetura e instalação hidráulica;
e) sobreposição de elétrica com hidráulica.

As sobreposições foram realizadas de forma a analisar até 3 projetos por vez,
para garantir a qualidade da pesquisa, já que a sobreposição de 4 ou mais projetos
de forma simultânea não permitiriam clareza na leitura dos croquis. Quando a
sobreposição foi realizada com 3 plantas simultaneamente não se usou duas
instalações, já que estas apresentam muitas informações, tornando-se desfavorável
ao estudo.
30

A sobreposição da planta de arquitetura com o projeto de estrutura foi
realizada de modo a identificar a localização dos pilares e das vigas. Essas peças
estruturais precisam ser locadas, de forma a informar o projetista de instalações, que
naquele ponto não é permitida a passagem de qualquer tubulação sem que haja o
dimensionamento prévio para isso. Essa sobreposição inicial serviu de base para mais
duas análises que foram feitas posteriormente, sendo a combinação ora com
instalação elétrica, ora com instalação hidráulica.
Por último, foi realizada a sobreposição de projetos elétricos e hidráulicos de
modo a analisar se, em algum momento, os dutos referentes a cada instalação se
chocam ou passam bem próximos, o que poderia um interferir na aplicação do outro
no momento da execução.
As averiguações foram realizadas em todos os processos de sobreposição de
modo a verificar todas as paredes de cada pavimento. Neste momento eram
analisadas todas as tubulações de qualquer instalação para verificar se suas posições
se chocavam entre si ou se estavam locadas em pontos que eram demarcadas as
peças estruturais.
Quando as análises foram sendo feitas, as interferências encontradas eram
identificadas para gerar um destaque maior na região.
A técnica da análise de incompatibilidades, através da sobreposição, foi
empregada de forma a avaliar a viabilidade do método em situações em que os
projetos são elaborados de forma individual, sem qualquer interação entre os
projetistas. Dessa forma, a aplicação da sobreposição foi testada em um projeto real
para demonstração de como a análise pode ser feita e encontrar quais os erros mais
cometidos.

6.2 APLICANDO A FERRAMENTA COMPUTACIONAL

A segunda parte da execução da pesquisa se deu com o uso da ferramenta
computacional Qibuilder®. Nessa fase foi feito um roteiro da aplicação da ferramenta,
para que os projetos fossem elaborados de forma compatibilizada.
Foram utilizados os mesmos projetos do exemplo do método da sobreposição
de plantas. Para isso, os croquis receberam uma preparação especial para melhorar
o visual e facilitar o destaque das instalações que possam ser elaboradas pela
tecnologia builder. A preparação consistiu em organizar as plantas de cada pavimento
31

e um arquivo CAD separadamente deixando estas em uma layer única para que os
projetos elaborados ganhem destaque sobre as plantas.
A plataforma entende o projeto, não como um croqui, mas sim, como uma
edificação, já que a mesma foi criada com uma ideia 100% voltada para a construção
civil. Ao iniciar o programa, o primeiro passo foi a criação de uma nova edificação
como mostra a figura 04.

Figura 4 — Criando uma nova edificação

Fonte: A autora (2015).

A partir da escolha de criação de uma nova edificação, foram determinados
quais os projetos seriam elaborados para esse edifício. Para que fosse possível a
realização dos projetos de instalações elétricas e hidráulicas é necessário que os
mesmos sejam selecionados dentro das opções oferecidas pelo programa como
mostra a figura 05.

Figura 5 — Nomeação do projeto e escolha das instalações

Fonte: A autora (2015).
32

Como o estudo analisa apenas duas instalações, foram escolhidos os
módulos fiação e hidráulico. Após a seleção, é necessário que se avance para o
próximo passo o qual coletará dados de edificação como tipo, endereço, nome do
cliente, autor do projeto e o número registro do profissional de acordo com o conselho.
O terceiro passo é um dos mais importantes para garantir a qualidade das
instalações. É neste momento que são configuradas as propriedades necessárias
para o dimensionamento das mesmas, já que o programa apresenta uma memória de
cálculo baseada nos dados inicialmente informados.
As propriedades são configuradas de acordo com o tipo de projeto, tendo uma
aba específica para cada instalação. A figura 06 apresenta as configurações
necessárias para instalação hidráulica de água quente e alimentação, bem como,
dados para o dimensionamento da pressão.

Figura 6 — Propriedades do projeto hidráulico

Fonte: A autora (2015).

A figura 07 mostra os dados necessários para o dimensionamento da fiação
de instalações elétricas. Nessa aba os circuitos, os comandos e a temperatura são
ajustados para garantir organização e coerência principalmente dos diâmetros dos
cabos que serão dimensionados pela memória de cálculo do programa.

Figura 7 — Propriedades do projeto elétrico

Fonte: A autora (2015).

A plataforma, por apresentar um conceito de integração, permite que todos os
pavimentos sejam lançados em um mesmo arquivo, sendo assim, foram inseridos os
quatro pavimentos do projeto utilizado anteriormente. De acordo com a figura 08, é
possível perceber que os pavimentos já são inseridos e as cotas de nível
automaticamente configuradas para cada um deles. As alturas de cada pavimento são
acrescentadas manualmente de acordo com o especificadopelo projeto.

Figura 8 — Inserindo pavimentos

Fonte: A autora (2015).

O último passo para a configuração dos arquivos define o modelo de
organização que é a forma que os arquivos gerados na edificação ficarão dispostos
dentro do gerenciador de projetos. Como pode ser observado pela figura 09, o
programa disponibiliza cinco modelos de organização e três formas de numeração.
Foram aplicadas as opções de modelo de organização 2 e numeração por conteúdo.
Dessa forma os projetos serão organizados por pavimento, onde cada um terá as
instalações que lhe foram elaboradas. As formas de numeração por conteúdo servem
para organizar os detalhes em ordem crescente sempre obedecendo ao tipo de
projeto.

Figura 9 — Organizando o projeto

Fonte: A autora (2015).

Depois de configurados os dados iniciais do programa foi criado o gerenciador
de arquivos, onde estará um conjunto de ferramentas que possibilitam a organização
dos croquis gerados na edificação, ou seja, ele organiza os projetos importados ou
originados a partir de modelos definidos ou propostos pelos usuários.
A partir deste momento os arquivos de planta baixa e estruturas de todos os
pavimentos foram inseridos no programa. Para que esse procedimento ocorresse foi
necessário organizar cada planta em um arquivo CAD separadamente sendo estes
salvos em formato DWG. Depois de organizados, os arquivos foram inseridos nos
seus respectivos pavimentos. As plantas de arquitetura e estruturas serviram de base
para a elaboração das instalações da edificação.
35

Para projetar as instalações, geralmente apenas as plantas baixas são inseridas
no programa, porém, como o objetivo é a compatibilização, a planta de estruturas
também foi implantada. A figura 10 mostra a organização das instalações e arquivos
inseridos em cada pavimento separadamente.

Figura 10 — Organizando o projeto

Fonte: A autora (2015).

Ao inserir os arquivos em formato DWG, nos seus respectivos pavimentos, foi
necessária a configuração de cada um de modo a colocar todos em uma única escala
e em um ponto comum permitindo que as plantas fiquem perfeitamente sobrepostas.
A plataforma builder possui uma ferramenta que permite colocar na escala desejada
qualquer arquivo, desde que se tenha o conhecimento de alguma medida existente
no projeto, podendo ser a espessura de uma parede ou qualquer outra dimensão
linear de qualquer ambiente. Para que as plantas estejam perfeitamente sobrepostas,
após configurar as escalas, basta que mova o projeto para a origem.
Os procedimentos de configuração de escala e posicionamento da planta na
origem foram feitos em todos os arquivos, de arquitetura e estruturas, manipulados
um a um. Como os pavimentos três e quatro são tipo, as plantas foram inseridas
apenas no terceiro, já que a ferramenta permite que as instalações sejam copiadas
36

para outros pavimentos, caso sejam iguais. Todos os procedimentos, até então
realizados, servem para garantir a compatibilidade entre os pavimentos de modo a
permitir que as tubulações que passam por todos os andares da edificação sejam
locadas em um mesmo ponto em comum ou, atenda qualquer outra necessidade de
continuidade entre os pavimentos.
Após a inserção das plantas e configuração das mesmas qualquer arquivo de
instalação elétrica ou hidráulica que for aberto será possível à visualização dos
projetos de forma automática. Como foram inseridas as plantas de arquitetura e
estruturas em cada pavimento, as mesmas apareceram de forma sobreposta como
mostra a figura 11.
Para diferenciar o projeto arquitetônica da planta de estruturas durante a
sobreposição e proporcionar uma leitura mais agradável aos projetistas, as plantas
foram formatas em cores diferenciadas. As linhas em vermelho representam as
divisões arquitetônicas e as linhas em azul a locação de peças estruturais na figura
de plantas sobrepostas.
Para a realização das instalações, a planta de arquitetura é a mais indicada
já que esta apresenta a delimitação dos ambientes bem como mostra os elementos
que possam auxiliar na colocação de alguns pontos, sejam eles de hidráulica ou
elétrica. O projeto de estruturas, que também foi inserido, serviu apenas como
elemento auxiliar para que as instalações não sejam alocadas em peças estruturais.
A plataforma builder permite ao projetista manipular referências externas
ativando-as ou não. Como a planta de estruturas serve apenas para evitar choque
destas com as instalações, a qualquer momento ela pode ser ativada ou desativa sem
que haja comprometimento dos desenhos já realizados.
As interferências externas são entendidas pelo programa como toda e
qualquer planta que for inserida depois de criada a edificação, bem como, todas as
instalações que foram projetadas pela plataforma.

Figura 11 — Plantas sobrepostas

Fonte: A autora (2015).

Como o principal objetivo da ferramenta QiBuilder é possibilitar a
compatibilização entre os projetos, as possibilidades de combinações de
interferências são várias. Todas as plantas podem ser sobrepostas ao mesmo tempo
através do comando referências externas. A metodologia do programa permitiu vários
arranjos de acordo com a necessidade do projetista. Vale ressaltar que quando as
interferências são ativas em um projeto, estas não podem ser manipuladas, as linhas
aparecem apenas para visualização sem qualquer possibilidade de deslocamento ou
alteração.
Como mostra a figura 12, todos os arquivos de qualquer pavimento inserido
na edificação podem servir como parâmetro para análise de interferências. Essa
possibilidade permite ao projetista analisar se as instalações, como por exemplo
tomadas d’água, que passam por todos os pavimentos da edificação não se chocam
com estruturas dos outros pavimentos, caso os mesmos não sejam tipo.

Figura 12 — Ativando referências externas

Fonte: A autora (2015).

Com as referências externas ativadas, os projetistas conseguem se basear
nas instalações já realizadas para fazer os projetos de sua área de atuação, adotando
soluções imediatas e garantindo qualidade e coerência no projeto proposto.
39

A simples interação entre os projetos, que é a proposta da plataforma
QiBuilder, poderia ter evitado erros grosseiros encontrados na sobreposição de
plantas realizada na primeira etapa da pesquisa. O procedimento desta ferramenta
computacional, permite que a análise seja feita antes da elaboração do projeto de
forma equivocada.
Com uma proposta além da compatibilização dos projetos, o Qibuilder permite
ao projetista o lançamento automático das tubulações de instalações hidrossanitárias
e elétricas. A ferramenta trabalha de forma inteligente onde a região a qual se deseja
que a tubulação passe, é selecionada pelo projetista assim como a determinação dos
pontos como chuveiro, vaso, pia e registros. Mesmo que a tubulação seja lançada de
forma automática, de acordo com os pontos pré-determinados pelo profissional
responsável, a qualquer momento ela pode ser manipulada de forma a atender os
interesses e as necessidades impostas pela edificação.
Por apresentar uma memória de projeto bem avançada, a plataforma gera
automaticamente a vista isométrica e o corte da instalação. Caso o projeto seja
alterado, os detalhes também são ajustados de forma instintiva e simultânea.
Para demonstração, foram gerados o corte e o detalhe isométrico do lavabo
projetado para exemplificar a aplicação da ferramenta, conforme figuras 13 e 14. Nota-
se que os detalhes originados apresentam todas as informações das tubulações como
diâmetro, peças, sentidode fluxo e até mesmo a altura, em relação ao piso, que os
pontos deverão ser empregados.

Figura 13 — Detalhe isométrico

Fonte: A autora (2015).

Figura 14 — Corte

Fonte: A autora (2015).

A memória do programa também permite a geração automática de legendas
de indicações e de peças como também a lista de materiais completa necessária para
executar a instalação. Esses dados tanto podem ser inseridos na prancha juntamente
com os projetos como podem também ser gerados em arquivo de texto e anexados
em memoriais.
As listas podem ser geradas para cada detalhe (isométrico ou corte), por
pavimento ou até mesmo uma lista única contendo a relação de materiais de
instalação da edificação completa, conforme figura 15. As legendas também
apresentam essas mesmas opções, conforme exemplo da figura 16.
42

Figura 15 — Lista de materiais

Fonte: A autora (2015).

Figura 16 — Legendas

Fonte: A autora (2015).
43

Sendo assim, as duas formas de compatibilização, partiram de um mesmo
princípio, a sobreposição dos vários projetos de modo a identificar interferências e
realizar as alterações para adaptar os diversos projetos. A ferramenta QiBuilder
mostrou não só auxílio na elaboração de plantas compatibilizadas, como também
possibilita a realização de projetos ricos em detalhes e agilidade no dimensionamento.
A memória que permite a quantificação dos materiais, o que também auxilia a parte
orçamentária do empreendimento.
Por fim, a compatibilização é realizada como um todo, desde a execução dos
projetos até a garantia na quantidade dos materiais a partir da tecnologia apresentada
e pelo conceito de integração da plataforma QiBuilder.

7 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE

De acordo com a metodologia empregada para a compatibilização de projetos
foi possível obter dados comparativos entres os dois procedimentos adotados. Tanto
a simples sobreposição, que foi feita após todos os projetos estarem prontos, como
também a compatibilização através da ferramenta QiBuilder®, que permitiu a
integração dos projetos no momento da sua elaboração, apresentaram um único
propósito: a preparação de projetos sem erros de interferências.
O método da simples sobreposição das plantas realizado em plataforma CAD
e formato DWG, por ser aplicado após todos os projetos (estrutural, elétrico e
hidráulico) estarem devidamente prontos, apresentou uma grande quantidade de
erros. A falta de interação entre os profissionais que trabalharam para elaborar essas
instalações permitiu que estas falhas fossem repetidas várias vezes.
Ao iniciar a análise dos resultados da sobreposição de projetos foi identificado
a falta de shafts na edificação. Com isso as colunas de água foram locadas em pontos
internos a alvenaria, sendo assim, todas elas se apresentam de forma conflitante com
as peças estruturais (vigas) como mostra a figura 17 de colunas de água.

Figura 17 — Colunas de água

Fonte: A autora (2015).

A segunda análise foi sobrepondo instalação elétrica e estruturas. De acordo
com a figura 18, nos pilares P22 e P23, foram detectadas instalações de ponto de
tomada e passagem de condutos elétricos por pilares estruturais. Essas interferências
encontradas não são recomendadas já que peças estruturais não devem ser
modificadas para não comprometer a segurança da edificação. Por isso, é
aconselhável que as tubulações passem por locais de fácil acesso caso haja
necessidade de manutenção.

Figura 18 — Incompatibilidade entre estruturas e instalação elétrica

Fonte: A autora (2015).

Outro ponto detectado foi a colocação da coluna de alimentação, que
abastecerá o reservatório superior do prédio, também em conflito com um pilar. Caso
a instalação não seja bem realizada poderá ocorrer vazamentos futuros que poderão
comprometer toda a eficiência da peça estrutural. A interferência pode ser detectada
no pilar 23 da figura 19.
Com isso, em apenas uma única peça estrutural, foram encontradas duas
propostas de instalações as quais deveriam ser refeitas adequando-as de modo a
garantir uma qualidade na vida útil da estrutura e facilidade, caso haja necessidade,
de manutenção.

Figura 19 — Incompatibilidade entre estruturas e instalação hidráulica

Fonte: A autora (2015).

Quando se analisou através da simples sobreposição as instalações
hidráulicas e elétricas duas situações foram encontradas. A primeira representada na
figura 20, mostra o choque direto entre a coluna de alimentação e a instalação elétrica
que passam pela alvenaria. A segunda situação representada na figura 21 mostra a
colocação de instalação elétrica e hidráulica praticamente sobreposta. Esse tipo de
situação pode gerar dúvidas e conflitos no momento da execução do projeto, sendo
assim é aconselhável que seja feita uma adequação para eliminar qualquer
possibilidade de erro.

Figura 20 — Incompatibilidade entre instalação hidráulica e elétrica

Fonte: A autora (2015).

Figura 21 - Incompatibilidade entre instalação hidráulica e elétrica

Fonte: A autora (2015).

Por último foi feita a aplicação da ferramenta computacional QiBuilder para
analisar seu comportamento diante da elaboração de uma instalação com referências
externas ativas.
Uma pequena instalação de um lavabo foi gerada, como mostra a figura 22.
É notável que, além da planta baixa, o projeto estrutural também está ativo, como
mostra o pilar próximo ao vaso sanitário, servindo de base para análise de
interferências. Como o projeto estrutural está acionado na forma de referência
externa, é possível perceber que a instalação não poderá ser executada no formato
proposto. Se essa mesma instalação fosse realizada sem o conhecimento do projeto
estrutural, ela poderia perfeitamente ser aceita.

Figura 22 — Aplicação da ferramenta com referências externas ativas

Fonte: A autora (2015).

Os dados obtidos a partir da sobreposição de projetos pelo método
convencional não foram satisfatórios no ponto de vista da compatibilização. As
interferências encontradas podem acarretar dúvidas no momento da execução e até
mesmo propiciar que esta seja realizada de forma inadequada.
Os erros ocasionados pela falta de qualidade nas instalações também
interferem diretamente no custo final da edificação. As alterações feitas na
emergencialidade para adaptar as instalações à realidade da edificação podem gerar
despesas que não estavam previstos no orçamento e com isso onerar os valores
inicialmente cotados.
Atrasos no cronograma também é uma consequência passível diante de
projetos mal elaborados. Quando uma instalação necessita ser alterada devido a sua
impossibilidade de execução, o profissional responsável pelo empreendimento
necessita buscar novas soluções para viabilizar a retomada da execução dos serviços
prejudicados. Nem sempre a solução é imediata, dependendo da complexidade o
atraso pode ser bem significativo chegando até a prejudicar as atividades seguintes.
Diante das consequências apresentadas pela falta de compatibilização de
projetos, é possível perceber que a ausência de integração entres estes não gera
problemas apenas de interferências físicas, mas pode comprometer também o
cronograma físico-financeiro do empreendimento.

8 CONCLUSÃO

De acordo com dados apresentados e analisados, é possível concluir que a
compatibilização de projetos, independente da metodologia que seja utilizada, é uma
prática muito importante para aconstrução civil. Com essa ideia de integração, os
custos, prazos e desperdícios podem ser minimizados, ou até mesmo zerados,
fazendo com que o planejamento seja cada vez mais exato.
A simples sobreposição de plantas, apesar de ser uma técnica trabalhosa e
com alto índice de imprecisão, ainda é aceita como alternativa na ausência de
softwares modernos. Porém a construção civil hoje, tem tecnologia e formas de
trabalho suficiente para integrar todos os profissionais aperfeiçoando a elaboração de
projeto garantindo a qualidade do mesmo, se tratado como um produto final.
A ferramenta computacional, desenvolvida pela empresa AltoQi, se mostrou
uma alternativa eficiente e competitiva. A diversidade de projetos que podem ser
elaborados por essa plataforma, permite que vários profissionais elaborem suas peças
gráficas, uma a uma, já analisando o que está pronto, garantindo que seu trabalho
não interfira em outra área. Por proporcionar rapidez e ser de fácil manipulação, a
ferramenta pode ser adotada por empresas ou até mesmo por profissionais liberais
que priorizem a agilidade e concepção de projetos com qualidade.
A aplicação da metodologia pôde demonstrar que a compatibilização de forma
tradicional, simples sobreposição, se confirma como sendo uma forma não tão
eficiente para um mercado cada vez mais dinâmico e exigente, portanto a demora na
análise de interferências e a possibilidade de retrabalhos são situações nada atrativas
para o cliente.
Por outro lado, a aplicabilidade da tecnologia computacional se apresentou
eficiente devido a interatividade entre os diversos projetos através da ferramenta de
referências externas, permitindo a análise das estruturas e instalações já elaboradas.
Se comparados os dois métodos, de forma a analisar as vantagens e os
benefícios de cada um para o processo de compatibilização de projetos, o uso da
ferramenta computacional se mostrou, através dos dados apresentados, eficiente para
a proposta de integração entre projetos. Sendo assim sua utilização pode ser uma
alternativa ao modo tradicional de compatibilização.

REFERÊNCIAS

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