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06006 POR UMA ABORDAGEM INTEGRADORA NA AQUISIÇÃO LINGÜÍSTICO-CULTURAL DE ESPANHOL-LÍNGUA ESTRANGEIRA (E-LE) MEDIADA PELO CINEMA FOR AN INTEGRATED APPROACH IN THE LINGUISTIC- CULTURAL ACQUISITION OF SPANISH FOREIGN LANGUAGE (E-LE) MEDIATED BY THE CINEMA Francieli Major Pitta, Isabel Crist ina Briones Cáceres – Campus de Assis – Faculdade de Ciências e Letras – Letras – fran_major18@hotmail .com – PROGRAD/Núcleo de Ensino. Palavras chave: Variedades lingüíst icas; interculturalidade; cinema Keywords: Variet ies linguist ics; int ercultural; cinema 1. INTRODUÇÃO Estamos prestes a viver um momento de mudança e reconhecimento no Brasil quanto a importância do ensino do espanhol. De acordo com a Lei n.º 11.161, de 5 de agosto de 2005, a Língua espanho la torna-se obr igatória na rede pública de ensino. O projeto tem como meta reunir o material didático resultante das aulas ministradas pelos estagiários e publicá- los em livro vinculando-o com a nova legislação. Para tanto, o projeto conta, no presente momento, com duas estagiárias graduandas de Letras com habilit ação em língua espanhola que, por meio de intervenções organizadas em oficinas junto a duas turmas de alunos do Centro de Estudos de Línguas de Assis, procuram fazer uso de at ividades que dêem lugar de destaque à oralidade, ponto de grande dificuldade e de pouco trabalho nas aulas de língua. Uma língua não é apenas um conjunto de regras gramaticais em um livro, é o ponto de identidade de uma cultura, é o modo como os povos buscam se reafirmar diante de outras culturas. Tendo em vist a a importância das variantes, o projeto visa a formação de um aprendiz que, além da competência comunicativa, tenha sensibilidade para perceber o impacto que as diferenças culturais exercem no processo comunicativo através da sét ima arte, o cinema. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Fundamentação teórica Segundo Marcos Napolit ano, “Trabalhar com o cinema na sala de aula é ajudar a escola a reencontrar a cultura ao mesmo tempo cotidiana e elevada, pois o cinema é o campo no qual a estét ica, o lazer, a ideo logia e os valores sociais mais amplos são sint et izados numa mesma obra de arte.”. A partir disso, o projeto faz uso da sétima arte e de toda a sua riqueza cultural, histórica e lingüíst ica como elemento fundamental das o ficinas. 06007 Ao fazer parte do processo, os alunos não apenas recebem informação de um elemento extremamente sedutor como é o filme e a magia cinematográfica, mas também internalizam todo o aprendizado de modo significativo. Baseada nas teorias de ensino comunicativo, a proposta é agregar esse material fílmico, produzido sem fins didát icos, ao ensino de línguas estrangeiras, no caso a língua espanhola, abordando toda a informação lingüíst ico-cultural existente. “Para o estudo de língua espanhola (. . .) , o cinema é uma ótima fonte de aprendizado, pois permit e a assimilação da língua falada de forma divert ida e envo lvente.” (NAPOLITANO, 2006) O importante é conscient izar os alunos, e os próprios professores que “Não se trata de um mero exercício consciente de aprender formas codificadas numa seqüência lógica.” (ALMEIDA, 2008). 2.2 Objetivos · Estimular o uso da linguagem oral, fator de grande importância mas que perde espaço para a abordagem tradicional com foco na gramát ica formal · Elaborar material didático para o uso do cinema em sala de au la · Motivar a consciência do aprendiz quanto à importância dos aspectos culturais em uma língua estrangeira, no caso a língua espanhola · Utilizar equipamentos dist intos dos que os alunos estão acostumados a manipular e observar a resposta · Propor atividades contextualizadas focando o interculturalismo 3. MATERIAIS E METODOLOGIA 3.1. Materiais · Filmes de origem espanhola · Uma sala de aula comum organizada em círculo · Criat ividade ao elaborar as at ividades 3.2 Metodologia Partindo da idéia que esses alunos já têm uma base gramat ical da língua, pudemos focar nas oficinas a oralidade, usando como base para o desenvo lvimento das nossas prát icas pedagógicas a abordagem interat iva. Nossos encontros acontecem uma vez ao mês, divididos em duas etapas: num primeiro momento, apresentamos o filme escolhido aos alunos, a partir daí, os alunos tomam a frente e realizam at ividades propostas através de recortes fílmicos sempre com o intuito de aguçar o int eresse pela oralidade e libertá- lo s do medo que sentem ao pronunciar palavras estrangeiras. São atividades que necessitam a interação entre os alunos, a pesqu isa aos dicionários, e a criat ividade de acordo com o repertório vocabular desses alunos. Com isso, os alunos aprendem não somente a buscar palavras em dicionár ios, mas a conhecer palavras novas contextualizadamente e aprendem a fazer uso das estratégias 06008 comunicat ivas para fazer frente a eventuais carências lingüíst icas. Os resultados têm demonstrado que esse tipo de trabalho é bastante mot ivador para os alunos. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Com o projeto ainda em andamento, seria inviável que fizemos nesse inst ante uma análise precisa com result ados conclusivos. No entanto, algumas discussões já podem ser levantadas. Uma de nossas bolsistas está em seu últ imo ano de graduação e, portanto, estava em período de estágio de observação, que coincidiu ser numa das turmas part ic ipantes do projeto que ainda não havia iniciado. O fato é que, a convivência da estagiár ia em sala de aula antes de iniciar o projeto, fez com que essa turma reagisse muito posit ivamente quando o professor cedeu a frente da sala de aula para as alunas graduandas, pois não havia alguém estranho na sala, pelo contrario, havia uma pessoa que eles já conheciam e que já fazia parte desse ambiente, diferentemente da turma do período da tarde, que reagiu com maior cautela e medo de falar com duas estagiárias não conhecidas pela turma. Outro ponto a salientar é o uso das observações em sala de aula, antes que o projeto se iniciasse, pela estagiária do quarto ano. A atitude frente ao projeto e a reação frente às aulas de língua foram de grande relevância. A começar pela disposição da sala. Os alunos estavam sentados em círculo, a sala estava varrida e a lousa limpa: a diferença foi rapidamente notada e reflet iu no modo como os alunos part iciparam e executaram as tarefas. Com a professora, havia conversas paralelas e o nível de concentração era baixo, sem mencionar que as at ividades propostas eram executadas por uma pequena parcela da sala. No entanto, ao lançarmos nossa primeira at ividade após o filme, os alunos se mostraram mot ivados, interessados e compenetrados ao discutirmos os temas centrais do filme, inclusive trazendo para a vida particular citando exemplos de convivência familiar semelhantes aos do filme. 5. CONCLUSÕES Pelo mesmo mot ivo acima, seria precipitado tirarmos conclusões de um projeto ainda em andamento. Entretanto, selecionamos um aspecto para a diferença de comportamento desses adolescentes no contexto do projeto. Vale lembrar que ao fazer uso de equipamentos diferentes dos utilizados comumente, levamos de certa forma novidade à sala de aula. Estamos em uma posição privilegiada pelo modo como as oficinas são direcionadas, e não é de nossa intenção desmerecer, nem tampouco desvalor izar o trabalho das professoras, que aliás, são de grande importância na realização do projeto. 06009 Ao trabalharmos com a oralidade fazendo uso de atividades dinâmicas e interat ivas, precisamos dessa andamiagem que nos é br indada pelas professoras colaboradoras, sem isso, seria impossível a realização do projeto. A recepção de nosso trabalho pelas professoras contribui para o sucesso que o projeto vem apresentando até o presente momento. Referências ALMEIDAFILHO, José Carlos Paes de. Dimensões comunicativas no ensino de línguas. 5. ed. Campinas: Editora Pontes, 2008. NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula . 4. ed. São Paulo: Editora Contexto, 2006. CRUZ, Maria de Lourdes Otero; SOUZA, Fábio Marques de; LIMA, Luis Fernando Mart ins de. Aquisição lingüístico-cultural de Espanhol - Língua Estrangeira (E-LE) mediada pelo cinema: um estudo de representações. Disponível em <ht tp://www.unesp.br/prograd/PDFNE2004/artigos/eixo6/aquisicaolingui st icultural.pdf> . Acesso em 10 abr. 2009, 15:40. CRUZ, Maria de Lourdes Brabo; GAMA, Ângela Patrícia Felipe; SOUZA, Fábio Marques de. O cinema no aperfeiçoamento das competências do aprendiz de línguas (Materna e Estrangeira) . Disponível em <ht tp://www.unesp.br/prograd/PDFNE2005/artigos/capitu lo%206/ocinem a.pdf> Acesso em 15 mai. 2009, 16:30.
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