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Teoria do crime - principais diferenças entre crime e contravenção penal

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jusbrasil.com.br
21 de Setembro de 2016
Teoria do crime: principais diferenças entre crime e
contravenção penal
Introdução
A infração penal possui duas espécies: crime/delito e contravenção penal.
Diferentemente do Brasil, que adota o sistema binário, a Espanha, por
exemplo, divide a infração penal em três espécies: crimes, delitos e
contravenções penais.
A Lei de Introdução ao Código penal dispõe que a pena privativa de
liberdade para os crimes pode ser de reclusão ou detenção. Já a pena
privativa de liberdade para a contravenção penal é a prisão simples.
O art. 28 da Lei 11.343/06 (Lei de Drogas) prevê penas de advertências,
medidas educativas etc., para o usuário de drogas. Por conta disso, alguns
doutrinadores, a exemplo do prof. Luiz Flávio Gomes, crêem que este
diploma traz, em verdade, uma infração penal sui generis (adotando­se,
assim, o sistema ternário). Atente: o STF já pacificou esta controvérsia: tal
art. Prevê uma conduta criminosa.
Convém lembrar os sinônimos comumente cobrados em concursos:
Crime = delito.
Contravenção penal = crime/delito anão; delito Liliputiano; crime
vagabundo.
O critério para nortear o fato como crime ou contravenção é
essencialmente político. Em outras palavras, razões políticas vão ditar a
classificação de um fato como um crime ou contravenção. Via de regra, os
graves mais graves são crimes; os menos graves, contravenções penais.
Vejamos um exemplo: até 1997, porte de arma consistia em contravenção
penal. Com a Lei 9.437
Diferenças entre crimes e
contravenções penais
Tipo de pena privativa de liberdade aplicada
Crime admite reclusão ou detenção. Já a contravenção penal só admite
prisão simples (art. 5º e 6º da LCP) e multa (que não é pena privativa de
liberdade).
Art. 5º As penas principais são:
I – prisão simples.
II – multa.
Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor
penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão
comum, em regime semi­aberto ou aberto. (Redação dada pela Lei nº
6.416, de 24.5.1977)
§ 1º O condenado a pena de prisão simples fica sempre separado dos
condenados a pena de reclusão ou de detenção.
§ 2º O trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não excede a quinze dias.
Registre­se que prisão simples jamais é cumprida no regime fechado [é
semi­aberto ou aberto], nem mesmo por intermédio da regressão.
Espécie de ação penal
O crime pode ser perseguido mediante ação penal pública ou ação penal de
iniciativa privada. Já a contravenção penal só é perseguida mediante ação
penal pública incondicionada (art. 17 da LCP).
Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício.
Para a doutrina, há uma exceção, por uma questão de “coerência”.
Entendem alguns doutrinadores que a contravenção de vias de fato
configura a única hipótese de contravenção de ação penal pública
condicionada, em razão da mudança que operou com a lesão corporal leve,
que, sendo mais grave, passou de ação penal pública incondicionada para
condicionada.
Vejamos:
Antes da Lei 9.099/95
Lei 9.099/95
(+) Art. 129, caput¸CP (lesão corporal leve) à Ação penal pública
incondicionada.
Art. 129, caput¸CP (lesão corporal leve) à Ação penal pública condicionada.
(­) Art. 21, LCP (vias de fato) à Ação penal pública incondicionada.
Art. 21, LCP (vias de fato) à Ação penal pública condicionada.
Mas atente (crítica): para o STF, a vias de fato continua sendo perseguida
mediante ação penal pública incondicionada. Argumenta o Supremo que o
tipo de ação penal não depende da gravidade do crime, mas do grau de
lesão ao interesse da vítima frente ao da sociedade (vide o crime de
estupro).
Punibilidade da tentativa
Em se tratando de crime, a tentativa é punível. Em se tratando de
contravenção penal, a tentativa não é punível (art.,).4ºLCP
Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção.
Veja: isso não quer dizer que não haja tentativa na contravenção penal. Ela
existe, mas não é punível.
Extraterritorialidade da lei penal
O crime admite a extraterritorialidade da lei penal. Em se tratando de
contravenção penal, todavia, não se admite extraterritorialidade (art. 2º,
LCP).
Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território
nacional
Competência para o processo e julgamento
O crime pode ser de competência da Justiça Estadual ou Federal. A
contravenção penal é de competência da JE (art. 109, IV, CF).
IV ­ os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de
bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou
empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência
da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
Nem mesmo a conexão leva a contravenção penal para a Justiça Federal
(apesar de haver um julgado nesse sentido). Há, contudo, uma exceção:
foro por prerrogativa de função do contraventor (se o contraventor
ostentar foro por prerrogativa de função ­ ex.: Juiz Federal pratica uma
contravenção penal à Julgará o TRF).
Limite das penas (30 x 5)
No caso de crime, o limite de cumprimento de pena é de 30 anos. No caso
de contravenção, o limite de cumprimento é de 5 anos (art. 10, LCP).
Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum, ser
superior a cinco anos, nem a importância das multas ultrapassar cinquenta
contos.
Período de prova no “sursis”
Se é crime, o período de prova varia, em regra, de 2 a 4 anos, podendo ser
de 6 a 4, excepcionalmente (“sursis” etário ou humanitário). Se é
contravenção penal, o período de prova é de 1 a 3 anos (art. 11, LCP).
Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender por
tempo não inferior a um ano nem superior a três, a execução da pena de
prisão simples, bem como conceder livramento condicional. (Redação dada
pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
Disponível em: http://diegobayer.jusbrasil.com.br/artigos/121943195/teoria‐do‐crime‐principais‐
diferencas‐entre‐crime‐e‐contravencao‐penal

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