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Bárbara Soares Malária: • É um dos mais sérios problemas de saúde pública • É causada por parasitas do gênero Plasmodium, transmitida pela picada do mosquito do gênero Anopheles infectado. • Descoberta em 1890 por Charles Louis Laveram- observou organismos em movimento ao observar a fresco, sangue de paciente com Malária. Epidemiologia Figura 1. Distribuição geográfica da Malária pelo mundo de acordo com o CDC Epidemiologia Epidemiologia Epidemiologia • No Brasil-ocorrência de 300 a 500 mil casos/ano • P. vivax é a espécie prevalente no Brasil (aproximadamente 80% dos casos) • A grande maioria dos casos ocorre na Amazônia (>99%) • Estados com maior número de casos de malária: Pará e Amazonas. Epidemiologia Com relação ao mosquito: -Não são todas as espécies de Anopheles possuem competência vetorial, - distribuição geográfica do plasmódio está ligada a presença do vetor (depende da geografia do ambiente, tipo de terreno, vegetação, temperatura, umidade do ar.) Epidemiologia da malária no Brasil Agentes etiológicos: Reino: Protista Filo: Apicomplexa Gênero: Plasmodium Três espécies estão associadas a malária em humanos: • Plasmodium vivax (1890) –terçã benigna • Plasmodium falciparum (1897) -terçã maligna • Plasmodium malariae (1881) –quartã benigna Agentes etiológicos: Plasmodium vivax agente da febre terçã benigna com ciclo febril que retorna a cada 48 horas. Plasmodium falciparum agente da febre terçã maligna com acessos febris que se repetem clinicamente com intervalos de 36 a 48 horas. Plasmodium malariae causa da febre quartã, que se caracteriza pela ocorrência de acessos febris a cada 72 horas. Plasmodium Plasmodium Morfologia do parasito No hospedeiro vertebrado: • Esporozoíta • Trofozoíta • Esquizonte • Merozoíta • Gametócitos – Microgametócito – Macrogametócito No hospedeiro invertebrado: • Microgameta/ macrogameta • Zigoto * • Oocineto * • Oocisto * • Esporozoíta • Formas evolutivas * Estágios diplóides Plasmodium falciparum • Parasita hemácias jovens e maduras • Cada ciclo esquizogônico pode originar até 36 merozoítas • Formas aderidas nos vasos sanguíneos: – Esquizontes – Merozoítos – Gametócitos • Formas encontradas no sangue: – Trofozoítos – Esquizontes (formas graves) Formas evolutivas N e v e s , P a ra s it o lo g ia H u m a n a , 1 0 a E d iç ã o ovóides ou arredondados, geralmente não encontrados no sangue Plasmodium falciparum • Malária causada pelo P. falciparum ocasionam os casos mais graves, muitos deles requerendo internação e com evolução, às vezes fatal. – hipoglicemia, – convulsões, – náuseas, – vômitos repetidos, – febre muito alta, – Icterícia – e distúrbios passageiros da conciência. Plasmodium vivax • Parasita principalmente os reticulócitos hemácias jovens • O número de merozoítos por esquizonte varia de 14- 24. • Formas encontradas no sangue: – Merozoítas – Trofozoítas – Pré esquizontes – Esquizontes – Gametócitos Formas evolutivas N e v e s , P a ra s it o lo g ia H u m a n a , 1 0 a E d iç ã o forma irregular, vacúolo e pigmentos escuros presentes Plasmodium malariae • Os merozoítas parasita hemácias maduras • Os esquizontes originam de seis a 12 merozoítas cada ciclo • Formas encontradas no sangue: – Merozoítas – Trofozoítas – Pré esquizontes – Esquizontes – Gametócitos Neves, Parasitologia Humana, 10a Edição ovalado ou arredondado com pigmentação parda Ciclo evolutivo- Hospedeiro Vertebrado Ciclo evolutivo- Hospedeiro Vertebrado Motilidade: CS-Circum esporozoíto (reorientação de proteínas) TRAP-Proteína adesiva relacionada a trombospondina (invasão da célula hospedeira) Ciclo evolutivo- Hospedeiro Vertebrado Invertebrado (mosquito) Vertebrado (homem) Ciclo dos plasmódios Ciclo dos plasmódios O anofelino inocula, com sua saliva, os esporozoítas infectantes na circulação humana (A). Nos hepatócitos, os esporozoítas (que são formas alongadas) se diferenciam em merozoítos (B) de forma arredondada ou ovóide. Esquizogonia pré-eritrocítica Os trofozoítos multiplicam-se, no fígado, por esquizogonia e diferenciam-se em merozoítas (C) que voltam ao sangue (D) e invadem as hemácias. A B C D 1 º C ic lo a s s e x u a d o Ciclo dos plasmódios Esquizogonia eritrocítica Nas hemácias, ocorre um ciclo repetitivo em que os parasitos evoluem de merozoítas a esquizontes (D). Depois, formam rosáceas (esquizontes prestes a se romperem) que liberam novos merozoítas (D), os quais invadem outras hemácias. Também produzem gametócitos (E). Gametócitos (F) que são sugados pelos anofelinos, fazem o ciclo sexuado (ou esporogonia) no estômago do inseto (G) com a formação de um zigoto amebóide (H). O zigoto invade o epitélio gástrico e dá origem a um oocisto (I). Neste formam-se numerosos esporozoítas (J) que migram para as glândulas salivares do inseto. D E F H G I J 36 Ciclo eritrocítico Ciclo exo-eritrocítico oocineto Oocisto Macrogametócito Microgameta entrando no macrogametócito Microgametócito exflagelado Ruptura do oocisto Liberação dos esporozoítos ESTÁGIO NO MOSQUITO Mosquito se alimenta de sangue (injeta esporozoítos) Mosquito se alimenta de sangue (ingere gametócitos) Ruptura do esquizonte Esquizonte Gametócito Trofozoíto maduro Trofozoíto imaturo (estágio de anel) Esquizonte Ruptura do esquizonte Hepatócito infectado Hepatócito ESTÁGIO NO SANGUE DO HOMEM ESTÁGIO NO FÍGADO DO HOMEM Ciclo esporogônico Gametócito Adaptado de: = Estágio de diagnóstico = Estágio infectante Ciclo da plasmódio Ciclo da plasmódio Fase eritrocítica Ciclo evolutivo Ciclo evolutivo- H. invertebrado Macrogametócitos, ou gametócitos femininos, são os mais numerosos no sangue. Núcleo compacto, vermelho, e o citoplasma azul. Forma infectiva- H. invertebrado Microgametócitos de P. vivax e de P. falciparum Microgametócitos ou gametócitos masculinos são células precursoras de gametas masculinos. Núcleo frouxo e o citoplasma pálido. Estruturas dotadas de rápido movimento vibratório gametas masculinos exflagelação. Forma infectiva- H. invertebrado Ciclo evolutivo- H. invertebrado Ciclo evolutivo- H. invertebrado Ciclo evolutivo- H. invertebrado Oocisto no vetor Oocisto no vetor Revisando o ciclo da Malária Vetor Mosquitos fêmea do gênero Anopheles conhecidos também como mosquito prego ou carapanã Reservatório Humanos portadores de gametócitos •FÊMEAS DE CULICÍDEOS: Anopheles darlingi Anopheles aquasalis Anopheles cruzii Anopheles bellator Anopheles albimanus Fêmea de Anopheles darlingi Vetor VetorTransmissão • Vetorial - Picada pelo mosquito Anopheles pernilongo, mosquito prego • Congênita • Transfusional • Transplante de órgãos Período de Incubação • P. falciparum – 12 dias • P. vivax – 14 dias • P. ovale – 14 dias • P. malariae – 30 dias Patogenia e Sintomatologia Patologia Patologia Patologia • Diagnóstico Clínico – Anamnese – Sinais e sintomas (presuntivo) • Diagnóstico Laboratorial – Esfregaço e gota espessa Diagnóstico Laboratorial Teste rápido Controle P. falciparum Infecção mista Sangue Tampão IMPORTANTE!!! P. não falciparum Ig G a n ti-H R P II Ig G a n ti-P a n m a la ric o s Ig G T am p ão Ouro conjugado antígeno/anticorpo Princípio de funcionamento- ICT TROFOZOÍTO Plasmodium falciparum Hemácias apresentam alteração de formato e granulações de Maurer, onde o trofozoíto tem a forma de anéis delicados com cromatina saliente Diagnóstico Laboratorial Trofozoítos em anel TROFOZOÍTO Plasmodium falciparum Diagnóstico Laboratorial GAMETÓCITO Plasmodium falciparum Diagnóstico Laboratorial GAMETÓCITO Plasmodium falciparum Diagnóstico Laboratorial TROFOZOÍTO Plasmodium vivax Diagnóstico Laboratorial Hemácias aumentam de volume e são mais pálidas, são vistas granulações de Schüffner no seu interior, que quase chegam a esconder os parasitos TROFOZOÍTO Plasmodium vivax Diagnóstico Laboratorial Esquizonte hepático Profilaxia e Controle • Detecção e tratamento precoce dos infectados • Medidas de proteção individual e coletiva • Impregnação de mosquiteiros com inseticida • Desenvolvimento de novos fármacos • Treinamento de Recursos Humanos • Estruturação do sistema de saúde • Desenvolvimento de Vacina Profilaxia e Controle Tratamento Fármacos antimaláricos utilizados na clínica: • Quinina Age sobre os trofozoítos, esquizontes e merozoítos • • Cloroquina Age sobre as formas sanguíneas exceto gametócitos de P. falciparum • Quinidina Age sobre os esquizontes hepáticos e sobre os gametócitos • Primaquina Age sobre formas hepáticas e sanguíneas • Mefloquina Usado na profilaxia Vacinas de bloqueio Perspectiva... Duvidas? Obrigada! Ciclo evolutivo Trofozoítos P. falciparum Ezquizonte- P. falciparum Gametócitos- P. falciparum Gametócitos- P. falciparum Ciclo evolutivo- H. invertebrado Ciclo evolutivo- H. invertebrado FATORES ADQUIRIDOS DO HOSPEDEIRO • Idade • Até 1 ano de idade - em geral são Resistentes (Ac maternos, dieta láctea, Hemoglobina fetal, menor exposição) – Crianças 1 a 3 anos – mais susceptíveis ( SI não suficientemente desenvolvido) > parasitemia e sintomatologia > mortalidade – A partir de 5 a 8 anos – R + eficiente – sintomas + discretos – Adultos não imunes: + idade, + risco • Gravidez – imunossupressão – 2º grupo de risco Sintomatologia • Período de incubação -7 a 21 dias • Carga parasitária x espécie de parasita • Esquizogonias sanguíneas – destruição das hemácias e liberação do pigmento malárico Hemozoína (depósito baço, fígado, cérebro, medula óssea) • Acesso malárico (paroxismo) 1) calafrios e tremores, temperatura em elevação 2) febre alta, sensação de calor e cefaléia intensa 3) queda da temperatura, sudorese Patogenia e Sintomatologia • Os acessos maláricos se repetem com intervalos diferentes, de acordo com a espécie do plasmódio: – P. falciparum - com intervalos de 36 a 48 horas (terçã maligna) – P. vivax - acessos em dias alternados, 48 em 48 horas (terçã benigna); – P. malariae - os acessos se repetem a cada 72 horas (febre quartã); Patogenia e Sintomatologia • Malária grave por P. falciparum ocorre em adultos não imunes, crianças e gestantes • Sequestro dos eritrócitos parasitados: adesão ao endotélio vascular (citoaderência) • Formação de rosetas: eritrócitos infectados c/ eritrócitos não infectados • Hiper-parasitemia: (>2-5% das hemácias parasitadas, +++ ou presença de esquizontes) • Malária cerebral, insuficiência renal, edema pulmonar agudo, anemia grave, icterícia acentuada, hipertermia, vômitos Patogenia e Sintomatologia Recaídas – alguns anos depois Ocorre nas infecções por P. vivax e P. ovale formas hipnozoítas no fígado (permanecem em estado de latência por períodos que variam de 1 mês a 1-2 anos) Recrudescências- (cura clínica aparente) - 1 a 2 meses Parasitemia reaparece (acompanhada de sintomatologia), após um período de “cura aparente” resposta inadequada ao tratamento (sobrevivência de formas eritrocíticas em nível muito baixo), P. falciparum Patogenia • Dependente da carga parasitária e espécie de parasita • Anemia – destruição das hemácias parasitadas, após a esquizogonia, destruição de hemácias parsitadas no Baço, destruição de hemácias sadias no Baço – auto-Ac) • Alteração da permeabilidade vascular • Imunocomplexos- deposição nos capilares do cérebro, pulmão, rins...processos inflamatórios letais • Lesão renal – Sindrome Nefrótica - Ag do parasito – membrana dos glomérulos • Coma CRITÉRIOS DE DOENÇA GRAVE - Alteração do nível de consciência - Insuficiência renal - Anemia grave - Disfunção hepática - Distúrbios da coagulação - Dificuldade respiratória - Alterações metabólicas ou desequilíbrio Hidro- eletrolítico - Choque ou colapso circulatório - Hiperparasitemia
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