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Revisão Resíduos e subprodutos segunda revisão

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tratamentos químicos de volumosos (NaOH e CaO) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Itapetinga, Bahia 
Julho de 2016 
 
Discente: Gilmar Sousa Dutra 
Trabalho apresentado como parte das 
exigências da disciplina Resíduos e 
Subprodutos, ministrado pelo Prof. 
Dr. Aureliano José Vieira Pires 
2 
 
 
Índice 
 
 Pág. 
1- Introdução.................................................................................................................... 03 
2- Tratamentos Químicos de volumosos......................................................................... 04 
3- Tratamentos com Hidróxido de sódio (NaOH)............................................................ 06 
4- Tratamentos com Óxido de Cálcio (CaO)................................................................... 07 
5- Conservação de volumosos......................................................................................... 15 
6- Desempenho Animal.................................................................................................. 16 
7- Considerações finais.................................................................................................... 20 
8- Referências bibliográficas............................................................................................ 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1- Introdução 
 
A base da alimentação dos ruminantes no Brasil independente do sistema adotado é o volumoso, 
e a estacionalidade na produção e as incertezas climáticas, caracterizadas pela alta oferta de forragens 
no período das águas e escassez no período da seca levam os produtores a buscarem fontes alternativas 
para manter o nível de produção, diante disso, a busca por estratégias na alimentação em períodos de 
escassez tem direcionado alguns estudos em busca da utilização de volumosos alternativos para uso na 
alimentação dos ruminantes. A produção estacional de forragem é um fato comum, que tem causado 
enormes prejuízos à pecuária, pois a maioria dos produtores não se preparam para suplementar os 
animais no período de escassez. 
Outro fator está no aumento dos preços dos alimentos energéticos e proteicos para a alimentação 
animal elevando o custo de produção e reduzindo a margem de lucro para os produtores. Com isso, 
subprodutos das agroindústrias têm recebido atenção especial, uma vez que apresentam baixo custo de 
aquisição. Podemos dizer então que os resíduos da agroindústria são ingredientes nutricionais redutores 
dos custos com alimentação além de ser uma alternativa viável em épocas de escassez de alimento. 
Desta forma, alternativas alimentares para ruminantes além do pasto, a utilização de resíduos e 
ou subprodutos assumem uma grande importância na alimentação animal, uma vez que podem ser 
produzidos a partir das sobras da indústria ou do excedente da produção dependendo da 
disponibilidade da região podendo ainda suprir parte das necessidades dos ruminantes, outro fator 
importante está na utilização destes subprodutos como uma possibilidade de viabilidade econômica 
para o sistema de produção, além de ter grande importância no que se refere à redução do impacto 
ambiental causado pelo descarte de alguns subprodutos no meio-ambiente. 
Alguns subprodutos da indústria podem ser utilizados na alimentação dos ruminantes, más 
possuem algumas características que necessitam de conhecimentos técnicos para uma correta 
recomendação, a exemplo da mamona que com o crescimento mundial no uso de biodiesel como fonte 
alternativa de energia, certamente, aumenta a disponibilidade deste subproduto originado a partir da 
extração do óleo comumente usado na indústria de biodiesel. A indústria do animal está 
estrategicamente posicionada para tirar proveito deste subproduto entre outros do biodiesel, porque 
muitas vezes eles são fontes baratas de proteína e energia. E dentre estas oleaginosas disponíveis para a 
produção de biodiesel, a planta mamona ( Ricinus communis L.) está sendo destacada como um 
candidato potencial para a extração de petróleo nas regiões em desenvolvimento do mundo, incluindo o 
Brasil (FAO, 2008). 
Aspectos relacionados com o tratamento químico de volumosos (hidróxido de sódio ou óxido de 
cálcio) utilizados para a alimentação dos ruminantes serão discutidos nesta revisão. 
 
4 
 
2- Tratamentos químicos de volumosos 
 
A utilização de volumosos de baixo valor nutritivo na alimentação animal, podem ser uma 
alternativa interessante para amenizar os efeitos da estacionalidade de produção de forragem, podendo 
ser melhorada a digestibilidade e a disponibilidade dos nutrientes destes produtos com a utilização de 
tratamentos químicos, com intuito de obter o melhor desempenho animal (Zanine et al., 2010; Ribeiro 
et al., 2009). 
No entanto alguns requisitos na utilização dos compostos químicos no tratamento de subprodutos 
para utilização na alimentação dos animais devem ser levados em consideração, como por exemplo, as 
características de um composto químico, caracterizado por elevar a qualidade do alimento, aumentar a 
digestibilidade e melhorar o consumo. 
O resultado desta utilização não deve apresentar efeito tóxico e nem poluir o ambiente, seja 
através da aplicação como também via fezes e urina dos animais. 
Pires et al. (2010) em uma revisão apresentaram que o tratamento químico de volumosos não é 
um estudo recente e apresentaram um trabalho de Fingerlin et al. (1923) citado por Homb (1984) 
relatando aumentos na digestibilidade da matéria orgânica de palha de centeio quando tratada com 
hidróxido de sódio (NaOH). 
Esse tratamento químico resultado da hidrólise alcalina promove uma elevação na digestibilidade 
da celulose e da hemicelulose, em razão da expansão das moléculas de celulose e pelo rompimento das 
pontes de hidrogênio com aumento da hidratação da fibra, permitindo o rápido acesso dos 
microrganismos, resultando em maior digestibilidade da matéria seca. 
A utilização de volumosos de baixo valor nutritivo submetidos aos tratamentos físicos, químicos 
ou biológicos pode ser uma alternativa apropriada para se fornecer forragem de qualidade, atendendo 
às exigências nutricionais dos animais e amenizando os efeitos da estacionalidade da produção de 
forragem de alta qualidade (Bertipaglia et al., 2005). 
Os principais produtos químicos utilizados nos tratamentos de volumosos são a ureia, amônia 
anidra, hidróxido de sódio e mais recentemente o óxido de cálcio, sendo que este último se destaca pela 
melhoria do valor nutritivo, em virtude da maior eficiência na redução da parede celular e no aumento 
da digestibilidade dos volumosos tratados por promover a ruptura das complexas ligações químicas da 
lignina com a celulose e a hemicelulose, o que permite que sejam mais facilmente degradadas pelas 
bactérias ruminais. 
O valor de resíduos de culturas pode ser melhorado através da utilização de um tratamento 
alcalino, tais como Ca (OH) 2 ou NaOH, segundo Shreck et al. (2015) estudos em que o NaOH foi 
utilizado no tratamento de resíduos de culturas (comprometendo pelo menos 60% da dieta MS) 
encontraram uma melhoria de 30% no total da digestibilidade da matéria seca (MS) no trato. 
 
5 
 
Segundo Pires et al. (2010) as bases fortes, como o hidróxido de sódio (NaOH) e o hidróxido de 
cálcio (Ca(OH)2), tem sido utilizadas para melhorar a degradação das palhas e resíduos agrícolas. 
Esses agentes promovem o intumescimento alcalino da celulose, que consiste da expansão das 
moléculas de celulose, causando ruptura de suas ligações com a lignina, sendo esta, particularmentesusceptível ao ataque hidrolítico dos compostos. 
Um volumoso bastante utilizado na alimentação dos ruminantes é a cana de açúcar e uma das 
principais limitações nos experimentos de desempenho animal é o baixo consumo de matéria seca e de 
nutrientes. Sendo assim, a cana de açúcar tem sido correlacionada negativamente a ingestão de matéria 
seca, não apenas pela fração indigestível da fibra, mas também pela baixa taxa de digestão da fibra 
potencialmente degradável, as quais apresentam elevado efeito de repleção ruminal. 
Os carboidratos estruturais da cana de açúcar são fonte potencial de energia de baixo custo para 
ruminantes e seu potencial como fonte de energia é limitado devido as suas baixas digestibilidade e 
taxa de degradação e consequente baixo consumo voluntario. Este fato está relacionado, 
principalmente, com a estrutura da parede celular que protege os nutrientes da digestão microbiana no 
rúmen. 
Alimentos tratados com NaOH podem deslocar negativamente o local de digestão de fibra para o 
intestino inferior que diminui potencialmente a vantagem energética. Assim, o hidróxido de cálcio tem 
sido utilizado como um substituto para o NaOH. Comparado com NaOH, o óxido de cálcio é menos 
cáustico, é mais fácil de manusear, e fornece uma fonte de Ca. 
Segundo Pires et al. (2010) todas estas reações que ocorrem devido a esta expansão da fibra 
facilitando o acesso da enzima celulase ao substrato, melhora o processo da digestão. 
O uso do óxido de cálcio (CaO), ou cal virgem, para tratamento hidrolítico de forragens tem por 
base a formação de hidróxido de cálcio (Ca(OH)2), um agente alcalino com moderado poder de 
hidrólise da fibra (Berger et al., 1994). Embora esta ação hidrolítica possa ocorrer, ela é menos intensa 
que a experimentada usando bases fortes, como os hidróxidos de sódio (NaOH) ou de potássio (KOH). 
O hidróxido de sódio (NaOH) e o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) são bem eficientes no 
tratamento de alimentos fibrosos, devido à elevada capacidade alcalinizante, no entanto, há incertezas 
quanto às quantidades dos compostos para eficiente tratamento. 
Anandan et al. (2005) desenvolveram uma técnica na utilização de 40 g / kg de Ca(OH)2, com 
base na matéria natural, no tratamento do bagaço da semente da mamona como sendo capaz de 
desnaturar a ricina aumentando a qualidade nutricional da dieta, segundo os autores cerca de 2,5 g / kg 
de hidróxido de sódio poderia reduzir a toxina por cerca de 82% e, quando a concentração foi 
aumentada para 10 g / kg, a redução foi de até 91%. O aumento da concentração de hidróxido de sódio 
pode aumentar a eliminação da toxina que mostra que a toxina é altamente susceptível aos álcalis 
fortes, no uso do Ca(OH)2 o tratamento com 40g/kg foi capaz de extrair 100% da ricina presente na 
amostra tratada (tabela 1). 
6 
 
Tabela 1- Quantificação da ricina (mg / kg) e diminuição percentual em amostras da torta de mamona 
com o uso de Ca (OH)2 e NaOH. 
Tratamentos Ricina mg/kg % redução 
Controle 388 
 Ca (HO)2 g/kg
1
 
10 129 67 
20 144 63 
40 0 100 
NaOH g/kg
1
 
2,5 69 82 
5 53 86 
10 36 91 
 
1- Diluído na proporção de 3g/ml 
Fonte: Adaptado de Anandan et al. (2005) 
 Ribeiro et al. (2010) encontraram um efeito linear decrescente para a lignina na adição de 2,25% 
de CaO na MS e um efeito quadrático quando o aditivo foi o NaOH com valor mínimo de 0,13% no 
nível de adição de 1,63%. A redução observada pode estar relacionada com a ação do CaO na lignina 
da parede celular da cana-de-açúcar, conferindo maior digestibilidade dos carboidratos fibrosos dessa 
forragem. 
 
3- Tratamento com NaOH (Hidróxido de Sódio) 
 
O hidróxido de sódio é apontado como o mais eficiente, porém de difícil aplicação, alto custo 
além de proporcionar riscos de contaminação ambiental, como alternativa a esse produto tem-se o 
hidróxido de cálcio, porém com menor eficiência. 
O hidróxido de sódio (NaOH) e o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) são eficientes no tratamento de 
alimentos fibrosos, devido à elevada capacidade alcalinizante. No entanto, há incertezas quanto às 
quantidades dos compostos para eficiente tratamento, recomendando-se 3 a 4% da matéria seca, 
principalmente de NaOH, devido ao risco de contaminação do solo por sódio pelo aumento da 
excreção desse íon pelos animais (Ribeiro et al., 2010), devendo-se tomar cuidados quando da 
manipulação, por ser fortemente cáustico e corrosivo, podendo causar queimaduras da pele e 
intoxicações respiratórias. 
A eficiência do tratamento com agentes alcalinos foi constatada para cana-de-açúcar tratada com 
3% de Ca(OH)2 com aumento na degradação da MS e redução de até 17% no teor de fibra (Campos et 
al., 2011). 
 
7 
 
Tabela 2 – Fibra em detergente neutro (FDN) e hemicelulose, em volumosos tratados com diferentes 
níveis de hidróxido de sódio (NaOH) e óxido de cálcio (CaO). 
Volumosos Tratamentos FDN (%) Hemicelulose (%) Autores 
 
Sem aditivo 59,2 17,9 
 
Cana de açúcar 0,75% de NaOH 55,3 16,4 Ribeiro et al. (2009) 
 
1,5% de NaOH 50,0 14,3 
 
 
2,25% de NaOH 46,2 12,0 
 
 
Folíolos de 
pindoba de 
babaçu 
1 % de NaOH 67,9 17,2 
Garcez et al. (2014) 2% de NaOH 68,3 17,4 
3% de NaOH 66,2 16,2 
 
O teor de FDN da cana de açúcar sem aditivo, de 59,2% em média, reduziu para 46,4% na dose de 
2,25% de NaOH segundo Ribeiro et al. (2009) e as doses de NaOH influenciaram os teores de 
hemicelulose, que apresentaram redução linear conforme aumentaram as doses. O teor médio de 
hemicelulose foi de 17,9% para a cana de açúcar sem aditivo e de 12,0% para a cana-de-açúcar 
hidrolisada com 2,25% de NaOH. 
Avaliando o uso dos folíolos de pindoba de babaçu, Garcez et al. (2014) encontraram valores 
reduzidos para a FDN e hemicelulose, com a adição crescente do NaOH, demonstrando que as doses de 1, 
2 e 3% são capazes de reduzir em 2,5% a FDN e 6% a hemicelulose. 
Entre os aditivos, o NaOH foi mais eficiente em reduzir a lignina da cana-de-açúcar hidrolisada que 
o CaO, e a dose de 2,25% foi a que promoveu maior redução do teor de lignina, independentemente do 
aditivo, sendo que a dose de 1,5% apresentou um teor de lignina de 0,17%, mostrando-se com maior 
eficiência comparado a dose 2,25%. (Ribeiro et al., 2009) (figura 1). 
Figura 1- Teor de lignina da cana-de-açúcar tratada com diferentes doses de hidróxido de sódio (NaOH) 
ou óxido de cálcio (CaO). 
 
**Significativo a 1% de probabilidade 
Fonte: Ribeiro et al. (2009) 
8 
 
O hidróxido de sódio é uma das substâncias mais eficientes para o tratamento de volumosos, 
porém, o elevado teor de sódio nas dietas e a possibilidade de contaminação ambiental por excreção 
fecal e urinária limitam seu uso, além da dificuldade em manusear o material durante o preparo. 
 
4- Tratamento com Óxido de cálcio (CaO) 
 
Alguns estudos têm demonstrado que o tratamento de materiais fibrosos com álcali melhora sua 
digestibilidade. A justificativa para emprego de álcali reside no fato de as ligninas de gramíneas serem 
particularmente susceptíveis ao ataque hidrolítico do álcali nas ligações covalentes do tipo éster entre a 
lignina e a parede celular. 
Tabela 3- Proteína bruta (PB) matéria seca (MS) avaliados em volumosos tratados com NaOH e CaO 
Volumosos Tratamentos PB (%) MS (%) Autores 
 Sem aditivo 2,2 26,5 
Cana de açúcar 
0,75% de CaO 2,0 27,6 
Ribeiro et al. 
(2009) 1,5% de CaO 2,0 28,7 
2,25% de CaO 2,0 29,7 
 
 Controle 12,2 75,8 
Zanine et al. 
(2010) 
Feno do capim 0,5% de CaO 13,7 70,2 
Tanzânia 1,0% de CaO 12,7 71,1 
(50 dias de 1,5% de CaO 14,1 70,4 
rebrotação) 2% de CaO 12,2 68,1 
 
Grãos de 
destilaria seco 
Controle 80,6 68,0Nunez et al. 
(2014) 
0,8% de CaO 80,6 71,8 
1,6% de CaO 81,1 72,1 
2,4% de CaO 81,3 72,9 
 
Cana de açúcar 
( in natura) 
 
 
 
Controle 21,0 33,6 
Romão et al. 
(2014) 
0,75% de CaO 20,0 34,3 
1,5% de CaO 20,0 35,5 
2,25% de CaO 20,0 37,2 
3% de CaO 20,0 39,0 
 
Ribeiro et al. (2009) não verificaram efeito no teor de PB comparando as doses estudadas 0; 
0,75; 1,5 e 2,25% de CaO em adição a cana de açúcar da mesma forma resultados semelhantes foram 
observados por outros autores (Zanine et al., 2010; Nunez et al., 2014; Romão et al., 2014 ) podendo 
ser explicado pela ausência nesses aditivos de elementos que contribuam para o aumento do teor de 
PB, diferente de outros aditivos químicos, como a ureia ou a amônia anidra, bastante utilizadas por 
possuírem poder de correção do teor de PB da cana-de-açúcar, por meio do aumento do nitrogênio não 
proteico. 
9 
 
Foi observado um aumento no teor da matéria seca da cana de açúcar tratada com CaO nas doses 
avaliadas comparada com a cana in natura valor de 26,5% sem aditivo para 29,7% na dose de 2,25% de 
CaO (Ribeiro et al., 2009). 
Grãos de destilaria com solúveis (DGS) é uma excelente fonte de energia e proteína usada como 
uma alternativa ao milho em rações de bovinos de corte. No entanto, para manter o crescimento ideal, 
eficiência alimentar, qualidade da carcaça e excreção de nutrientes, DGS é tipicamente limitado a taxas de 
inclusão de menos de 30% da MS da dieta, Nunez et al. (2014) em estudo utilizando os grãos de destilaria 
seco adicionado de 0,8; 1,6 e 2,4% de CaO, observaram que os valores de FDN aumentaram com a 
inclusão a partir de 0,8% de CaO na adição em grãos de destilaria secos. 
Carvalho et al. (2010a) trabalharam com caprinos da raça Saanen,utilizando o óxido de cálcio na 
cana-de-açúcar (0,75; 1,5 e 2,25%, na base da MN) verificaram que ocorreu alterações na parede 
celular da cana-de-açúcar, como a redução da fração indigestível da fibra, pelos valores do grau Brix 
apresentados, tudo indica que houve boa preservação da cana-de-açúcar após as 24 horas de 
tratamento, antes de ser fornecida aos animais (tabela 4), dados semelhantes foram observados por 
Carvalho et al. (2010b) que encontraram nas doses de 0; 0,75; 1,5 e 2,25%, na base da MN para lignina 
os valores de 7,1; 7,9; 6,9 e 5,9, indicando redução na fração fibrosa. 
Tabela 4- Composição químico-bromatológica da cana-de-açúcar tratada ou não com óxido de cálcio 
(CaO). 
 
Óxido de cálcio na cana de açúcar 
(%MN) 
Item Cana de açúcar in natura 0 0,75 1,5 2,25 
Matéria seca (%MS) 30,1 28,8 29,1 30,2 31,5 
Proteína bruta (%MS) 3,3 11,9 11,5 11,4 11,4 
FDN (%MS) 54,4 53,6 55,4 51,4 47,7 
Hemicelulose (%MS) 17,6 17,4 17,4 17,8 14,7 
Celulose (%MS) 29,2 29,6 30,2 26,7 26,5 
Lignina (%MS) 6,6 7,2 7,1 6,1 5,6 
º Brix 21,4 20,6 19,4 19,7 20,2 
pH 5,5 5,5 7,3 9,3 11,2 
pH antes da adição de uréia (1% na MN) 
Adaptado de Carvalho et al. (2010a) 
Entretanto, esses benefícios potenciais não contribuíram para a digestibilidade dos nutrientes, 
fato atribuído aos elevados valores de pH de 5,5; 7,3; 9,3 e 11,2 respectivamente para as doses 0; 0,75; 
1,5 e 2,25% acrescidos na cana de açúcar, que podem ter prejudicado a fermentação ruminal e a ação 
dos microrganismos sobre a fração fibrosa do material, tendo em vista a faixa ideal de pH ruminal 
entre 6,4 e 7,0 para boa atuação das bactérias fermentadoras de carboidratos estruturais. 
Schroeder et al. (2014) avaliaram dois níveis de óxido de cálcio (0 e 1,2%) em grãos de milho de 
destilaria modificados secos e molhados em confinamento de novilhos avaliando o padrão de consumo 
e a distribuição de refeições, no tratamento de grãos de milho de destilaria molhado (GMDM) não 
houve efeito na percentagem de refeições consumidas 0-3 h no entanto, quando novilhos foram 
10 
 
alimentados com grãos de milho de destilaria seco (GMDS), o tratamento com CaO (1,2%) diminuiu 
as porcentagens de refeições consumidas 0-3 h. Além disso, os dados sugerem o tratamento com 
ingestão de CaO adiando a refeição, evidenciado por um aumento da percentagem de refeições 
consumida 6-9 h. Quando os novilhos foram alimentados com CaO, independentemente do tipo do 
grão de milho (seco ou molhado), eles comeram semelhantes números de refeições, mas comeram 
menores quantidades (consumo/kg/MS) (tabela 5). 
Tabela 5- Padrão de consumo e distribuição de refeições de novilhos alimentados com grãos de milho 
de destilaria secos (GMDS) e grãos de milho de destilaria molhados (GMDM) tratados com óxido de 
cálcio 0% ou 1,2% de CaO (base da MS). 
 
 GMDS GMDM P -valor 
2
 
Item 0% de CaO 
1
 1,2% CaO 
1
 0% de CaO 
1
 1,2% CaO 
1
 SEM D C D × C 
Consumo, kg 0,61 0.58 0,55 0,48 0,02 <0,01 <0,01 0,34 
Duração refeição, 
3
 min 6.5 6,8 6.1 6.4 0,24 0,05 0,23 0,93 
Percentagem de refeições consumidas 
4
 
 0-3 h 28,3 24,8 25,8 25,6 0,54 0,08 <0,01 <0,01 
 3-6 h 23,8 23,8 23 24,4 0,46 0,62 0,16 0.20 
 6-9 h 14,9 17,8 13,5 15,6 0,41 <0,01 <0,01 0,27 
 9-12 h 7.1 7.6 8.4 7.9 0,28 <0,01 0.99 0,12 
 12-15 h 6.9 7.3 7.7 7,4 0,26 0,07 0,67 0,25 
 15-18 h 4.3 4.4 4,5 4.6 0,23 0,22 0.99 0,87 
 18-21 h 7,4 6.9 8,8 7.3 0,43 0,02 0,02 0,35 
 21-24 h 7.2 7.2 8.1 7.1 0,4 0,31 0,25 0.20 
1 CaO no suplemento é listado como uma percentagem da MS da dieta. 
2 D = o principal efeito do tipo de grãos de destilaria, C = principal efeito do tratamento Cao, e D × C = a interação 
de grãos de destilaria × CaO. 
3 Tempo médio despendido por refeição. 
4 Os valores reportados como uma percentagem do total de refeições. 
Fonte: Adaptado de Schroeder et al. (2014) 
 
Figura 2- Estimativa da digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) do bagaço de cana-de-açúcar 
tratado com óxido de cálcio 
 
Fonte: Carvalho et al. (2009) 
11 
 
A estimativa da DIVMS do bagaço de cana-de-açúcar foi apresentado por Carvalho et al.(2009) 
utilizando quatro doses de óxido de cálcio, 0; 1,25%; 2,5% ou 3,75%, onde observaram que a DIVMS 
do bagaço de cana-de-açúcar aumentou linearmente com a adição de óxido de cálcio, tendo como 
resultados 50,1; 52,6; 52,4; 55,4 respectivamente indicando que o uso de 3,75% com base na matéria 
seca pode ser recomendado, na literatura relata tal efeito como resultado da hidrólise alcalina, 
rompendo ligações e causando expansão da celulose, o que aumenta a eficiência do ataque microbiano 
à parede celular, melhorando a digestibilidade. 
Segundo Klopfenstein (1978) esse resultado está relacionado à ação degradadora dos álcalis 
sobre os complexos lignocelulósicos dos volumosos tratados com produtos alcalinos. Os álcalis 
solubilizam parte da hemicelulose, expandindo a celulose e tornando a fração fibrosa de melhor 
qualidade. 
Tabela 6- Digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) de volumosos tratados com diferentes 
doses de óxido de cálcio 
Volumoso 
Niveis de 
CaO 
DIVMS 
(%) Autores 
Cana de açúcar 
ensilada
1
 
Controle 62,1 
Balieiro Neto et al.(2007) 
0,5% Cao 65,6 
1,0%CaO 70,7 
2,0%CaO 79,2 
 
Bagaço de cana de açúcar 
2
 
Controle 50,1 
Carvalho et al.(2009) 
1,25%CaO 52,6 
2,5%CaO 52,4 
3,75%CaO 55,4 
 
Cana de açúcar 
ensilada
1
 
Controle 48,4 
Cavali et al.(2010) 
0,5% CaO 65,6 
1,0%CaO 74,9 
1,5% CaO 78,2 
2,0%CaO 81,5 
 
Cana de açúcar 
1
 
Controle 55,5 
Romão et al. (2014) 
0,75% CaO 56,0 
1,5% CaO 59,8 
2,25% CaO 63,8 
3,0% CaO 66,2 
3,75%CaO 69,5 
4,5%CaO 72,7 
1
Doses aplicadas com base na matéria natural 
2Doses aplicadas com base na matéria seca 
 
Balieiro Neto et al. (2007) misturou o óxido de cálcio(CaO) na forma de pó micropulverizado 
(cal virgem) a cana de açúcar colhida com 12 meses nas doses de 0; 0,5%; 1,0% e 2,0% e encontraram 
12 
 
os valores de 62,1; 65,6; 70,7 e 79,2 respectivamente, após 84 dias de armazenamento sob a forma de 
ensilagem, demonstrando que o uso do CaO fez com que houvesse um aumento na DIVMS. 
Utilizando o bagaço de cana, Carvalho et al. (2009) avaliaram o uso deste resíduo adquirido em 
feiras livres após a extração do caldo e adicionaram doses de CaO 0%; 1,25%; 2,5% e 3,75% tendo 
como resultados 50,1; 52,6; 52,4; 55,4 respectivamente indicando que o uso de 3,75% com base na 
matéria seca pode ser recomendado, resultado similar foi encontrado por Cavali et al. (2010) onde o 
conteúdo da DIVMS em silagens foram ajustados para o modelo quadrático, com valor máximo de 
801,0 g / kg (80,1%) de matéria seca avaliada ao nível de 18,0 g / kg (1,8%) de óxido de cálcio, que 
pode ser explicado por meio da hidrólise alcalina da silagem rompendo as ligações intermoleculares 
das pontes de hidrogênio, que unem as moléculas de celulose e hemicelulose o que aumenta a 
eficiência do ataque microbiano à parede celular, melhorando a digestibilidade. 
Romão et al. (2014) observaram o mesmo efeito com a cana de açúcar avaliando os níveis de 
0,75%; 1,5%; 2,25%; 3,0%; 3,75% e 4,5%, evidenciando melhor resultado a partir de 1,5% de CaO. 
Tem se utilizado no tratamento químico de volumosos, os hidróxidos de sódio, de potássio, de 
cálcio e de amônio, a amônia anidra e a ureia, sendo que a amônia anidra, ureia e hidróxido de sódio os 
mais empregados, e mais usual o óxido de cálcio que se destaca pela melhoria do valor nutritivo, em 
virtude da maior eficiência na redução da parede celular e no aumento da digestibilidade dos 
volumosos tratados por promover a ruptura das complexas ligações químicas da lignina com a celulose 
e a hemicelulose, o rompimento das pontes de hidrogênio através desta expansão da celulose e 
hemicelulose ocorre uma elevação na digestibilidade da parede celular (Zanine et al., 2010), o que 
permite que sejam mais facilmente degradadas pelas bactérias ruminais. 
Desta forma a utilização do óxido de cálcio tem se apresentado com maior repetibilidade na 
redução das perdas de matéria seca, por este ser um aditivo químico e ser menos dependente das 
condições do meio para sua ação. 
A lignina é um composto que possui uma correlação negativa com a digestibilidade, de modo 
que a redução deste composto tratado com CaO pode melhorar o aumento da DIVMS. Esta melhoria 
na digestibilidade dos volumosos com a adição de aditivos alcalinos está relacionada à ação da 
hidrólise alcalina e constitui um grande benefício do ponto de vista nutricional, uma vez que, em um 
eventual sistema de alimentação, dietas balanceadas com volumosos tratados podem predispor animais 
a desempenhos semelhantes ao obtido com dietas de alta qualidade (Carvalho et al., 2009). 
Cavali et al. (2010) avaliaram adição de óxido de cálcio (0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0%, da MS) em 
silagem de cana de açúcar e observaram que o nível de óxido de cálcio não influenciaram o teor de 
lignina nas silagens que era 73,0 g / kg, esta variação no teor de lignina observado podem ser 
atribuídos a perdas durante a fermentação na silagem, que durante o tratamento alcalino, parte da 
lignina e sílica podem ser dissolvido, sugerindo que poderia ter acontecido alguma solubilização da 
lignina por efeito de óxido de cálcio, no entanto, este efeito poderia ter sido mascarado pelo aumento 
13 
 
do seu conteúdo por causa das perdas de carboidratos durante a fermentação e o incremento 
proporcional na matéria seca. 
A cal micropulverizada, encontrada nas formas de CaO e Ca(OH)2, com baixos teores de 
magnésio (Mg), dioxinas e furanos, certificados pelo Ministério da Agricultura Pecuária e 
Abastecimento (MAPA) para alimentação animal, surge como alternativa segura e de baixo custo 
(Campos et al., 2011) quando comparada a outros tratamentos químicos.. 
Portanto, a porção da fibra ingerida que é resistente à fermentação pelos microrganismos 
ruminais acumula-se no rúmen em relação à fração potencialmente fermentável e tem efeito direto na 
redução do consumo de alimento e no desempenho dos animais (Pina et al., 2011). 
 Nesse contexto, agentes alcalinizantes, como o óxido de cálcio (CaO), podem ser utilizados para 
melhorar a digestibilidade de resíduos agroindustriais, palhas e cana-de-açúcar in natura, segundo 
Klopfenstein (1978) estes agentes, tais como CaO, têm a capacidade de neutralizar o pH ruminal, 
aumentar a proteína e a fibra digestível de volumosos de baixa qualidade, aumentando assim o seu 
valor energético. 
A acidose ruminal é caracterizada por uma acumulação de ácidos orgânicos no rúmen e uma 
subsequente redução no pH ruminal. Esta redução do pH ruminal pode deslocar populações 
microbianas ruminais, afetando fermentação ruminal e digestibilidade de alguns substratos anteriores a 
pesquisa explicou que os sintomas de acidose pode ser minimizada assegurando uma ingestão 
uniforme com menor refeições e mais frequentes. 
Menezes et al. (2011) avaliaram o uso do óxido de cálcio a 1% na ensilagem da cana-de-açúcar e 
encontraram que o tratamento não foi capaz de modificar as taxas de ingestão, passagem e digestão de 
matéria seca e FDNi em relação à silagem de cana-de-açúcar sem aditivo. Segundo Pina et al. (2011) o 
nível de inclusão de cal afeta positivamente a digestibilidade dos componentes da dieta, quando se 
permite um tempo de exposição de três dias à mesma, de modo que sua ação hidrolítica possa aumentar 
a disponibilidade dos nutrientes. Alguns autores demonstram que a única vantagem da utilização da cal 
como aditivo à cana-de-açúcar é a possibilidade de armazenamento da mesma já desintegrada, uma vez 
que, ocorrem perdas de matéria seca tanto na cana-de-açúcar in natura quanto na hidrolisada, sendo 
esta perda menor na cana hidrolisada com 1,0 e 1,5% de cal, quando armazenada por até dez dias, já 
desintegrada. 
Zanine et al. (2010) em experimento com níveis de cal (0 à 2%), observou inibição da população 
de fungos e leveduras de 8,95 para 8,04 log UFC/g como consequência do tratamento com cal (2%) em 
adição do feno do capim Tanzânia. Destacando que o uso do óxido de cálcio (CaO), ou cal virgem, 
para tratamento hidrolítico de forragens que tem por base a formação de hidróxido de cálcio 
(Ca(OH)2), é uma base forte, que atua mantendo o pH alcalino, controlando assim o crescimento 
microbiano. 
14 
 
Em trabalho recente Chizzotti et al. (2015) não observaram diferenças nos teores de PB na 
silagem de cana de açúcar acrescida de 5, 10 e 15 gr/kg de CaO na matéria natural (MN), sendo 
observado um efeito linear para a FDNa (tabela 7). 
Tabela 7- Efeitos do óxido de cálcio na silagem de cana de açúcar e ingestão de nutrientes em 
bovinos de corte em crescimento. 
Item CaO em silagem de cana de açúcar (g/kg) Valores P 
Ingestão 0 5 10 15 L Q C 
Matéria seca, kg/dia 3,70 3,70 3,50 3,60 0,459 0,867 0,487 
Matéria seca, g de MS/kg PC 19,5 20,1 18,6 19,1 0,464 0,978 0,291 
Matéria orgânica, kg 3,50 3,53 3,27 3,30 0,211 0,897 0,457 
Proteína bruta, kg 0,47 0,45 0,44 0,44 0,395 0,709 0,937 
Extrato etéreo, kg 0,09 0,09 0,09 0,10 0,612 0,125 0,104 
FDNa, kg 
1
 1,34 1,29 1,15 1,11 0,032 0,961 0,528 
Carboidratos não fibrosos, kg 1,62 1,68 1,56 1,63 0,762 0,885 0,186 
Energia digestivel (MJ) 42,9 43,6 42,1 42,7 0,849 0,979 0,658 
1 Valores expressos em kg 
Fonte: Chizzotti et al. (2015) 
A digestibilidade melhorada dos volumosos com a adição de aditivos alcalinos, relacionada à 
ação da hidrólise alcalina, beneficia o valor nutricional em um eventual sistema de alimentação com 
uso de dietas balanceadas tratadasque podem predispor animais a desempenhos semelhantes ao obtido 
com dietas de alta qualidade (Carvalho et al., 2009). 
A fração indisponível C depende do teor de lignina; portanto, plantas de idade fisiológica mais 
avançada apresentam maiores teores dessa fração. A redução da fração C dos carboidratos em 
volumosos melhora o aproveitamento da fração fibrosa, consequentemente aumenta a disponibilidade 
de energia da cana-de-açúcar para o ruminante (Romão et al., 2013). Pina et al. (2011) trabalhando 
com dois tempos de exposição (0 e 3 dias) não encontrou interação significativa entre o tempo e o nível 
de inclusão de cal (0, 0,5 e 1% de cal na matéria natural) para o ganho em peso de novilhas Nelore com 
24 meses. Contudo o nível de inclusão de cal reduziu linearmente o ganho de peso dos animais. Esse 
efeito da cal sobre o desempenho dos animais pode ser consequência do efeito da mesma sobre os 
consumos de MS e MO, que reduziram linearmente com a inclusão de cal. 
Assim, alternativas para aumentar a fração potencialmente digestível da fibra ou sua taxa de 
digestão podem ter impactos positivos sobre o consumo e o desempenho dos animais. Nesse contexto, 
agentes alcalinizantes, como o óxido de cálcio (CaO), podem ser utilizados para melhorar a 
digestibilidade de resíduos agroindustriais, palhas e cana-de-açúcar in natura (Pina et al., 2011) 
 
 
 
15 
 
5- Conservação de volumosos 
 
A adição de óxidos e hidróxidos podem modificar a temperatura dos volumosos sendo relatados 
por alguns autores como possivel fator responsável pela redução no consumo da cana de açúcar tratada 
com CaO, nos trabalhos de Carvalho et al. (2010a) e Carvalho et al. (2010b) avaliaram a temperatura 
da cana de açúcar tratada com óxido de cálcio e concluíram que os níveis deste fator não foi o 
responsável pela redução ou ausência de efeito positivo na digestibilidade dos nutrientes ou consumo 
concluindo que o pH abaixo dos 39 a 42º não seria capazes de prejudicar o consumo tendo em vista 
que esta faixa está dentro da temperatura encontrada no ambiente ruminal dos animais (figura 3). 
Figura 3 - Temperatura média (ºC) da cana-de-açúcar tratada com óxido de cálcio (CaO, % na MN) 
durante 24 horas 
 
 
Fonte: Carvalho et al. (2010a) Fonte: Carvalho et al. (2010b) 
 
Nunez et al. (2014) incluiu CaO na proporção de 0.8, 1.6 e 2.4% na MS em grãos de destilaria na 
proporção de 60% da dieta, avaliando pH ruminal, produção de Ácidos Graxos Voláteis (AGV), 
digestibilidade aparente, balanço de nitrogênio e características de desempenho e de carcaça de 
novilhos confinados meio sangue Angus x Simental, os resultados demonstraram que os animais do 
tratamento de CaO de 2,4% tinham relativamente um pH ruminal estável ao longo do período de 24 h, 
indicando que esta concentração de CaO foi grande o suficiente para tamponar o pH ruminal ou 
diminuir a palatabilidade da dieta causando uma mudança no padrão de produção de admissão dos 
AGV (figura 4). Apesar das diferenças entre os tratamentos o pH ruminal manteve-se relativamente 
alto para todas as concentrações dietéticas de CaO, como animais de todos os tratamentos exibiram pH 
ruminal acima 5,97 em todos os pontos de tempo observados. A inclusão de 1,6 e 2,4% de CaO na 
dieta impediu um declínio no pH ruminal pós alimentação, enquanto que a inclusão de 0,8 e 1,6% de 
CaO na dieta causou uma redução no pH ruminal com tendência para permanecer baixa durante um 
longo período de tempo, em comparação com 0 e 2,4 % de inclusão CaO. A área sob a curva para o pH 
ruminal menor que 6,2 e a quantidade de tempo foi maior para os 0,8 e 1,6% de CaO no tratamento. O 
16 
 
declínio pós alimentação foi rápido no pH ruminal para o tratamento CaO 0% indicando que a acidez 
no rúmen foi mais provavelmente causada pelo ácido sulfúrico a partir tratamento do grão de milho 
seco do que pela produção de AGV durante a fermentação ruminal. 
 Figura 4- Efeito do aumento das concentrações de CaO sobre o pH ruminal em novilhos confinados 
alimentados com 60% de grãos de destilaria secos. Novilhos foram alimentados com dietas contendo 0; 
0,8; 1,6 e 2;4% CaO na matéria seca. 
 
 
 
O símbolo (*) indica uma resposta linear ( P ≤ 0,05) do pH ruminal para inclusão CaO num dado 
tempo de amostragem. O símbolo (†) indica um efeito quadrático ( P ≤ 0,05) do pH ruminal com a 
inclusão CaO em um determinado momento da amostragem (adaptado de Nunez et al., 2014). 
 
Segundo Carvalho et al. (2010a) o pH pode ter potencializado os efeitos negativos observados 
avaliando a cana tratada com óxido de cálcio apresentou pH de 7,7; 9,9 e 11,8, respectivamente, para 
as doses 0,75; 1,5 e 2,25% e esses valores de pH em alimentos para ruminantes são elevados diante da 
faixa de pH ruminal de 6,4 a 7,0 como sendo a faixa boa para atuação das bactérias fermentadoras de 
carboidratos estruturais. 
 
6- Desempenho animal 
 
Chizzotti et al. (2015) avaliaram o ganho de peso dos animais utilizando uma dieta na proporção 
50 de volumoso e 50 concentrado demonstrou que a silagem de cana tratada com 5 gr/kg (0,5%) foi 
superior para a comparada com 10 e 15g/kg e menor que a silagem de milho 1,34gr/dia demonstrando 
uma eficiência de 20% maior que o controle e 14% a menos que a silagem de milho, sendo o ponto de 
máxima de CaO obtida a 5,6 g / kg, com um máximo esperado de GPD 1,05 kg / dia (tabela 8). Apenas 
a dieta contendo silagem de cana-de-açúcar com 5 g / kg (0,5%) mostrou consumo semelhante de MS e 
PB em comparação com a dieta de referência. 
p
H
 r
u
m
in
al
 
Horas pós alimentação 
17 
 
Tabela 8- Desempenho animal com silagem de cana de açúcar tratada com óxido de cálcio comparando 
entre níveis e a silagem de milho não tratada. 
Item Silagem de cana de açúcar (gr/kg) 
 
Valores P
b
 
Ingestão
a
 0 5 10 15 Silagem milho L Q 
Materia seca, kg 8,8* 9,5 8,4* 7,7* 9,92 0,01 0,032 
gr/MS/kg do PC 20,4 21,9 20,3 18,7* 21,9 0,027 0,013 
Proteína bruta, kg 1,10* 1,17 1,04* 0,97* 1,23 0,007 0,066 
Energia digestível, MJ 101* 107* 99,0* 92,7* 134 0,104 0,165 
Desempenho animal 
 
GMD kg/d 0,89* 1,13 0,89* 0,71* 1,34 0,017 0,005 
Eficiência de ganho g/kg 101* 120 106* 90,0* 134 0,123 0,019 
Rend. carcaça gr/kg 532* 543 532* 523* 556 0,173 0,086 
bProbabilidade de uma linear (L), quadrática (Q) no efeito de 0; 0,5 1,0 e 1,5% de CaO em silagem de cana-de-
açúcar 
aMatéria seca 
Fonte Chizzotti et al. (2015) 
 
Além disso, a dieta da silagem de cana-de-açúcar, com 15g/kg CaO apresentou teor de energia 
digestível, semelhante com uma dieta com silagem de milho, não sendo suficiente para compensar a 
diminuição observada na ingestão de silagem de cana-de-açúcar, o que resultou em menos ganho de 
peso em animais alimentados com silagens com alta concentração de CaO. 
A redução no consumo pode estar associado a um aumento das partículas dissolvidas no fluido 
ruminal com a adição de CaO, que provoca um aumento da osmolaridade do conteúdo do rúmen 
inibindo o consumo de ração. Além disso, a palatabilidade da ensilagem pode ter sido reduzida por 
meio da adição de elevado nível de 15g/kg de CaO. 
Shreck et al.(2015) realizaram um estudo para identificar métodos para tratar resíduos de culturas 
(espigas de milho, palha de trigo, e palha de milho) para melhorar a digestibilidade e o valor nutritivo 
fornecendo a 336 novilhos de sobreano com peso médio inicial de 356 ± 11,5 kg alimentados (20% 
dieta MS) na sua forma natural (in natura) ou alcalino tratada com 5% de CaO (base da MS) e 
hidratado a 50% da MS antes do armazenamento anaeróbio. A dieta constituía de 46% no controle de 
milho seco laminado contra 36% nos tratamentos, 40% de grãos de destilaria úmidos 20%De 
volumosos e 4% de minerais. (tabela 9). 
Murta et al. (2011) estudaram os efeitos da adição de 0,0; 0,75; 1,5 e 2,25% de óxido de cálcio no 
bagaço de cana de açúcar (com base na matéria natural) com o objetivo de avaliar o desempenho de 
ovinos mestiços da raça Santa Inês e raças nativas. Os animais receberam dietas, com base na matéria 
seca (MS), contendo 50% de bagaço de cana-de-açúcar e 50% de concentrado, com a mesma formulação 
para todos os tratamentos. A dieta total apresentou a seguinte composição: bagaço (50%), milho (24%), 
farelo de soja (24%) e ureia (2%) (tabela 9). 
 
18 
 
Tabela 9- Desempenho de ovinos alimentados com dietas contendo bagaço de cana-de-açúcar 
hidrolisado com óxido de cálcio. 
 Dose de óxido de cálcio (%MN) 
Variável 0 0,75 1,5 2,25 Regressão P r2 CV (%) 
PC inicial kg 16,4 16,1 16,6 16,5 - - - - 
PC final kg 28,7 29,6 31,1 30,9 - - - - 
Ganho de peso período kg 12,3 13,5 14,5 14,4 Ŷ = 12,58 + 0,973CaO 0,018 0,85 11,3 
Ganho de peso diário kg 195 214,5 229,9 228 Ŷ = 199,6 + 15,25CaO 0,019 0,84 11,3 
Conversão alimentar 4,2 3,9 3,8 4 Y=Ŷ= 4,0 
P= nível de probabilidade; r²= coeficiente de determinação, CV = coeficiente de variação 
Fonte: Murta et al. (2011) 
No estudo de Murta et al. (2011) avaliando os resultados da regressão, foi observado um efeito 
linear crescente das doses de óxido de cálcio aplicadas na hidrólise do bagaço de cana sobre o ganho de 
peso no período a cada 1% de inclusão de óxido de cálcio na hidrólise do bagaço, o ganho de peso no 
período aumentou 0,973 kg. 
Em estudo realizado por Magalhães et al (2013) avaliando o desempenho em ovinos 
suplementados com cana ensilada com quatro níveis de óxido de cálcio (0,0, 0,8, 1,6 e 2,4%) e uréia 
(1,5%), com base na matéria natural, encontraram diferença para ganho de peso diário (g / dia) na dose de 
0,8% CaO em relação à silagem com uréia 84,7 e 43,9 respectivamente, para o desempenho.de ganho de 
peso diário apresentou aumento com efeito quadrático com máxima de 73,26 g / dia para 1,15% CaO. A 
eficiência alimentar foi 8,8 g / kg e conversão alimentar foi 10,87 kg de MS / kg produzido, no trabalho 
de Murta et al. (2011) a conversão alimentar não foi influenciada pelo tratamento do bagaço com óxido 
de cálcio. Apesar do efeito sobre o ganho de peso diário, não ser suficiente para influenciar a conversão 
alimentar, cujos valores variaram de 3,8 a 4,2 kg de MS para 1 kg de ganho de peso corporal esta 
conversão alimentar é consequência do bom ganho de peso diário apresentado pelos animais. 
Tabela 10- Desempenho e características de carcaça de novilhos alimentados com resíduos tratados ou 
não de culturas como parcial substituições. 
 Espigas de milho Palha de trigo Palha de milho 
Performance Controle 
5% de 
CaO1 
In 
natura 
5% de 
CaO1 
In 
natura 
5% de 
CaO1 
In 
natura SEM F test F 2 T 3 F × T 4 
PC inicial kg 357 356 355 359 355 360 355 12 0,34 0,86 0,19 0,73 
PC final kg 597b,c 593b,c 593b,c 614a 581c,d 602a,b 576d 11 <0,01 0,27 <0,01 <0,01 
Rend.Carcaça kg 625ª,b 630a 642a 642a 586b 634a 623ª,b 0,04 <0,01 0,3 <0,01 0,01 
GMD kg/d 1,72ª,b,c 1,70b,c,d 1,70b,c 1,82a 1,61c,d 1,74ª,b 1,59d 0,1 0,3 0,97 0,11 0,12 
IMS % PC 2,47 2,44 2,47 2,43 2,46 2,48 2,46 0,05 0,93 0,78 0,57 0.66 
Letras minúsculas na linha distintas diferem entre si pelo teste F (P<0,05) 
1Resíduos de cultura adicionadas de 5% de CaO e 50% de MS 
2 Principal efeito da fração forrageira 
3 Principal efeito do tratamento químico 
4Fração de forragem × interação tratamento químico. 
Adaptado de Shreck et al.(2015) 
 
19 
 
Maior peso corporal final foi observado para os bois alimentados com a palha de trigo tratada 
(614kg), em comparação com os novilhos alimentados com palha de milho in natura e a palha de trigo 
não tratada. Novilhos alimentados com palha de trigo in natura iniciaram com menor peso inicial 
355kg e foi terminado com peso superior a palha de milho não tratada 581kg comparado a 576kg. A 
palha de trigo tratada apresentou maior ganho de peso diário 1,82kg/dia e a palha de milho não tratada 
a que demonstrou menor resultado 1,59kg (tabela 10). 
Nunes et al. (2014) desenvolveram um estudo com quatro tratamentos contendo 60% de grãos de 
destilaria úmido, 20% de silagem de milho, 13,5 a 14,4% milho moído,4% suplemento e 0 a 2,5% de 
calcário na MS para determinar os efeitos do CaO sobre as características de desempenho de 120 
 novilhos mestiços Angus x Simental onde os tratamentos consistiram de 0, 0,8, 1,6, ou 2,4% CaO 
inclusão na dieta (base da MS) (tabela 10). Os animais foram abatidos quando atingiam um peso 
corporal alvo de 641kg. 
Tabela 11- Efeito de concentrações crescentes de óxido de cálcio sobre o desempenho dos bois 
confinados a 60% de grãos de destilaria com solúveis 
 
 Inclusão de óxido de cálcio, % MS P -valor 
Item 0 0,8 1,6 2,4 SEM Linear Quadrático 
PC, kg 
 d 0 354,4 354,4 353,5 356,2 7,93 0,9 0,86 
 d 82 498,4 511,7 511 506,1 7,93 0,53 0,26 
 Final 644.0 639,8 635,9 643,8 7,93 0,9 0,45 
Dias para abate 79 70 69 79 
 GMD, kg / d 
 0 – 82 dias 1,76 1,92 1,92 1,83 0,066 0,47 0,07 
 82 - abate 1,83 1,82 1,79 1,74 0,058 0,27 0,68 
 No geral 1,79 1,88 1,86 1,78 0,038 0.80 0,03 
IMS, kg / d 
 período 1 9,03 9.01 8,85 8,65 0,262 0,28 0,74 
 período 2 11,02 10,59 10,77 9,71 0,262 0,01 0,23 
 No geral 10,00 9,73 9,71 9,16 0,262 0,04 0,62 
Ganho: eficiência 
 período 1 0,195 0,213 0,217 0,212 0,0043 0,01 0,01 
 período 2 0,166 0,172 0,167 0,179 0,0043 0,08 0,49 
 No geral 0,179 0,193 0,193 0,195 0,0043 0,02 0,16 
Fonte: Adaptado de Nunes et al. (2014) 
Os novilhos alimentados com dietas contendo 60% de grãos de destilaria do milho seco obtiveram 
uma resposta com efeito quadrático na ingestão de matéria seca com adição do CaO até 2,4% da MS na 
dieta no segundo período e um efeito linear decrescente no primeiro, o mesmo resultado foi observado 
para o ganho de peso sendo o nível de 1,6% o que apresentou o melhor resultado, mostrando que o 
nível de 2,4% não diferiu do controle em ganho de peso animal (Nunez et al. 2014). 
20 
 
Schroeder et al. (2014) não encontrou efeito do tratamento CaO no ganho de peso diário ou peso 
corporal final, no entanto, novilhos alimentados com o grão de milho de destilaria tratados com CaO 
tinha diminuído a ingestão de matéria seca independente do tipo tratamento em comparação com 
novilhos alimentados com a dieta não tratada. Magalhães et al. (2013) encontraram melhor ganho de 
peso em ovinos consumindo silagem de cana de açúcar com adição de 0,8% do CaO, 84 gramas contra 
45 gramas de ganho dia quando comparada, más nos níveis seguintes 1,6 e 2,4% de inclusão houve um 
efeito linear decrescente de 0,056 e 0,049 respectivamente. 
 
 
 
7- Considerações finais 
 
Entre os produtos químicos mais utilizados no tratamento químico de volumosos, constam os 
hidróxidos de sódio, de potássio, de cálcio e de amônio, a amônia anidra e a ureia e, desses 
tratamentos, os que utilizam amônia anidra, ureia e hidróxido de sódio são os mais empregados, no 
entanto vários trabalhos tem sido apresentado em relação a utilização dos NaOH e CaO. 
A utilização de tratamentos químicos, promovem aumento no consumo da maioria dos 
nutrientes, com acréscimo podendo chegar a 25% no consumo de matéria seca e de 16% no de fibra em 
detergente neutro. A maior ou menor ação do óxido de cálcio é dependente da quantidade do aditivo a 
ser utilizado no processo de hidrolise pois se adicionado em quantidades diminutas o óxido de cálcio 
pode apresentar pouco ou nenhum efeito sobre as características nutricionais do bagaço, o tratamento 
químico de volumososcom o CaO ou o NaOH reduz a digestibilidade de matéria seca e fibra em 
detergente neutro e o teor de nutrientes digestíveis totais, com elevado consumo de nutrientes 
justificando a utilização desse aditivo no tratamento da cana-de-açúcar para caprinos em crescimento e 
bovinos em engorda. 
As silagens com 15 g / kg do óxido de cálcio foram apresentados como resultados em maior 
população de bactérias do ácido láctico e mais redução acentual de efluentes. No entanto, as adições 
acima de 10 g / kg de cálcio os níveis de óxido nos resultados de cana tem se mostrado como uma 
maior recuperação de matéria seca da massa armazenada e uma população de bactérias do ácido láctico 
positivo, bem como uma quantidade menor de levedura, reduzindo as perdas por gases e efluentes, 
indicando uma boa fermentação resultando em maior digestibilidade in vitro da matéria seca, bem 
como uma menor fração não degradável, favorecendo o potencial de degradabilidade ruminal da 
matéria seca e fibra em detergente neutro em silagens. 
De acordo com os resultados obtidos, o fator que pode influenciar o processo de hidrolise é o 
tempo de tratamento, uma vez que a composição nutricional do material hidrolisado sofre influência 
direta do período em que este material fica exposto ao respectivo tratamento. 
21 
 
8- Referências bibliográficas 
 
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