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Aplicações em Títulos Públicos: O Tesouro Direto Os títulos públicos são ativos de renda fixa, ou seja, seu rendimento pode ser dimensionado no momento do investimento, ao contrário dos ativos de renda variável (como ações), cujo retorno não pode ser estimado no instante da aplicação. Dada a menor volatilidade dos ativos de renda fixa frente aos ativos de renda variável, este tipo de investimento é considerado mais conservador, ou seja, de menor risco. O investidor deve escolher, entre os títulos ofertados, aqueles cujas características sejam compatíveis com o seu perfil e com o objetivo de seu investimento. Existem títulos prefixados, cuja taxa de rentabilidade é determinada no momento da compra. Há também títulos pós- fixados, cujo valor do título é corrigido por um indexador definido, como os títulos remunerados por índices de preços e indexados à taxa de juros básica da economia, a Selic. Os títulos podem ser ainda de curto, médio ou longo prazo, e realizar ou não pagamento de cupom semestrais de juros. Títulos públicos são considerados os ativos de menor risco da economia de um País, e são 100% garantidos pelo Tesouro Nacional. O Brasil possui excelente reputação de emissor, sendo que seus títulos são considerados Grau de Investimento pelas três maiores agências de classificação de risco. Entenda o mercado de Títulos Públicos O investimento no Tesouro Direto é um investimento em renda fixa, mas isso não quer dizer que os preços e taxas dos títulos públicos do Tesouro Direto não apresentem variação ao longo do tempo. Entre a data de compra e de vencimento, o preço do título flutua em função das condições do mercado e das expectativas quanto ao comportamento das taxas de juros futuras. Uma redução nas taxas de juros de mercado em relação à taxa de compra do título provocará aumento no valor do título. Já um aumento nas taxas de juros proporciona o efeito contrário. O valor do título na carteira do investidor é atualizado considerando essas variações. O título é atualizado de acordo com o valor que ele é negociado no mercado secundário no momento, procedimento conhecido como marcação a mercado. Desta forma, havendo queda nos preços negociados no mercado, o saldo do investidor cairá. Por outro lado, se houver valorização do título, o saldo do investidor irá se elevar. Essa é a mesma mecânica dos fundos de investimento, que fazem a marcação a mercado de seus ativos, com base em recomendação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão regulador do mercado de valores mobiliários. Se o investidor permanecer com os títulos até a sua data de vencimento, receberá o valor correspondente à rentabilidade pactuada no momento da compra, independente das variações de preço do título ao longo da aplicação. Entretanto, no caso da venda antecipada, o Tesouro Nacional recompra o título com base em seu valor de mercado. Logo, na venda antes do vencimento, o retorno da aplicação poderá ser diferente da acordada no momento da compra, dependendo do preço do título no momento em que o investidor decidir vender o título. Para ilustrar a situação, observe o seguinte exemplo. Um investidor compra uma LTN com vencimento em 1° de janeiro de 2009 no dia 19 de dezembro de 2006, a um preço de R$ 788,11 e a uma taxa de R$ 12,46%. Suponha que ele decida vender esse título antecipadamente, no dia 18 de feveiro de 2008. Nesta data, o preço do título é de R$ 906, 05. Sob essas condições, a rentabilidade obtida pelo investidor com a venda antecipada seria equivalente a uma taxa de 12,93% a.a., pouco superior, portanto, àquela contratada no momento da compra. Logo, na venda antes do vencimento, o retorno da aplicação poderá ser diferente da acordada no momento da compra, dependendo do preço do título no momento em que o investidor decidir vender o título. No exemplo apresentado, o investidor obteve uma taxa bruta de rentabilidade (12,93% a.a.) maior que a contratada no momento da compra (12,46% a.a.), mas ela também poderá ser menor que a contratada, a depender das condições do mercado no momento da venda. Outra maneira de visualizar a diferença da rentabilidade obtida com o título no caso de venda antecipada ou na data de vencimento nos exemplos acima é graficamente: A linha azul apresenta o comportamento do preço do papel supondo que a taxa contratada no momento da compra, 12,46% a.a., se mantenha inalterada até o vencimento do papel. Em termos técnicos, ela representa a evolução do preço do título na curva, ou seja, a apropriação natural de juros até a data de vencimento. A linha vermelha, por sua vez, mostra o preço de mercado do título. Nos momentos em que a linha vermelha está acima da linha azul, o investidor obteria rentabilidade maior à contratada caso vendesse antecipadamente. Nas datas onde a linha azul está acima da vermelha, a rentabilidade do investidor seria menor que a contratada no caso de venda antecipada. Outro fator que a afeta o preço é o prazo. Quanto maior o prazo para o vencimento, mais sensível é o preço do título às alterações nas taxas de juros ou prêmios. Como o preço do título é o valor presente do fluxo descontado a uma taxa, para títulos do mesmo tipo, quanto maior o prazo até o vencimento, mais o preço (valor presente do fluxo) varia quando há alteração nas taxas de juros. Para aumentos iguais nas taxas de juros, o título com maior prazo até o vencimento tem alterações no preço de forma mais intensa. Assim, papéis curtos têm menor volatilidade de preço, mas têm maior risco de reinvestimento. Por exemplo, suponha-se que existam dois títulos, sendo o primeiro a 1 ano do seu vencimento e o segundo a 2 anos, ambos com a mesma taxa de juros. Se o investidor preferisse comprar o título com 1 ano e no seu vencimento comprar outro de 1 ano, ele pode não encontrar o título com as mesmas taxas. Este é um trade-off que o investidor deve assumir: fazer a sua melhor escolha entre volatilidade versus risco de reinvestimento. Considerando o que foi explicado, não é possível ao Tesouro Nacional afirmar se o investidor obterá ganho ou perda financeira no caso de venda antecipada, pois isso dependerá das condições de mercado na referida data de venda. Vale ressaltar, entretanto, que se o investidor permanecer com os títulos até a sua data de vencimento, receberá o valor correspondente à rentabilidade pactuada no momento da compra, independente das variações de preço do título ao longo da aplicação. Você pode acompanhar o preço do seu título de acordo com o praticado no mercado secundário no seu extrato, na Tabela de Rentabilidade dos Títulos Públicos ou na página de Preços e Taxas dos títulos. Para mais detalhes sobre o assunto, sugerimos a consulta da Metodologia de Cálculo dos títulos públicos e da apresentação sobre a Precificação de títulos públicos. (clique nos links para ter acesso aos documentos) CARACTERÍSTICAS DOS TÍTULOS PÚBLICOS No Tesouro Direto você pode optar por adquirir títulos públicos prefixados e pós-fixados. Os títulos prefixados possuem rentabilidade definida no momento da compra, ou seja, o investidor sabe exatamente o valor que irá receber se ficar com o título até a data de seu vencimento. Para cada unidade de título, o valor bruto a ser recebido é de R$ 1.000,00. São as LTN (Letras do Tesouro Nacional) e as NTN-F (Notas do Tesouro Nacional – Série F). Esses títulos são indicados para o investidor que acredita que a taxa prefixada será maior que a taxa de juros básica da economia. Além disso, por terem a rentabilidade predefinida, seu rendimento é nominal. Já os títulos pós-fixados possuem seu valor corrigido por um indexador. Assim, a rentabilidade da aplicação depende do desempenhodo indexadores e da taxa contratada no momento da compra. Os títulos pós-fixados ofertados no Tesouro Direto são: NTN-B Principal (NTN-B (Notas do Tesouro Nacional – Série B Principal), NTN-B (Notas do Tesouro Nacional – Série B), LFT (Letras Financeiras do Tesouro) e NTN-C (Notas do Tesouro Nacional – Série C). A seguir você encontra as características de todos os títulos ofertados no Tesouro Direto: 1 - LTN (Letras do Tesouro Nacional) Conforme dito anteriormente, a LTN é um título prefixado, o que significa que possui rentabilidade definida no momento da compra. Esse título possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor faz a aplicação e recebe o valor de face (valor investido somado à rentabilidade), na data de vencimento do título. Fluxo de Pagamentos da LTN 2 - NTN-F (Notas do Tesouro Nacional – Série F) A NTN-F também é um título prefixado, com rentabilidade definida no momento da compra. Porém, diferentemente da LTN, seu rendimento é recebido pelo investidor ao longo do investimento, por meio de cupons semestrais de juros, e na data de vencimento do título, quando do resgate do valor de face (valor investido somado à rentabilidade) e pagamento do último cupom de juros. O fluxo de cupons semestrais de juros aumenta a liquidez, possibilitando reinvestimentos. Fluxo de Pagamentos da NTN-F 3 - NTN-B Principal (Notas do Tesouro Nacional – Série B – Principal) A NTN-B Principal é um título com rentabilidade vinculada à variação do IPCA¹, acrescida dos juros definidos no momento da compra. Esse título permite ao investidor obter rentabilidade em termos reais, mantendo seu poder de compra ao se proteger de flutuações do IPCA ao longo do investimento. Esse título é indicado para o investidor que deseja fazer poupança de médio/longo prazos, inclusive para aposentadoria, compra de casa própria e outros. Além, disso, normalmente são títulos que possuem prazo para aplicação bem longo: atualmente contam com investimentos até 2035. A NTN-B Principal possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor faz a aplicação e resgata o valor de face (valor investido somado à rentabilidade) na data de vencimento do título. Fluxo de Pagamentos da NTN-B Principal 4 - NTN-B (Notas do Tesouro Nacional – Série B) Assim como a NTN-B Principal, a NTN-B é um título com rentabilidade vinculada à variação do IPCA², acrescida dos juros definidos no momento da compra. Esse título permite ao investidor obter rentabilidade em termos reais, mantendo seu poder de compra ao se proteger de flutuações do IPCA durante a aplicação. Apesar de ser o título que possui o maior prazo para aplicação (atualmente conta com investimentos até 2045), seu rendimento é recebido pelo investidor ao longo do investimento, por meio de cupons semestrais de juros, e na data de vencimento do título, quando do resgate do valor de face (valor investido somado à rentabilidade) e pagamento do último cupom de juros. Fluxo de Pagamentos da NTN-B 5 - LFT (Letras Financeiras do Tesouro) A LFT é um título pós-fixado cuja rentabilidade segue a variação da taxa Selic³ , a taxa de juros básica da economia. Sua remuneração é dada pela variação da taxa Selic diária registrada entre a data de liquidação da compra e a data de vencimento do título, acrescida, se houver, de ágio ou deságio no momento da compra. A LFT é indicada para o investidor que deseja uma rentabilidade pós-fixada indexada à taxa de juros da economia (Selic). Além disso, o valor de mercado da LFT apresenta baixa volatilidade, evitando perdas no caso de venda antecipada. Mas também por isso sua rentabilidade tende a ser mais baixa que a dos demais títulos. A LFT possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor faz a aplicação e recebe o valor de face (valor investido somado à rentabilidade) na data de vencimento do título. Fluxo de Pagamentos da LFT 6 - NTN-C (Nota do Tesouro Nacional - Série C) A NTN-C é um título com rentabilidade vinculada à variação do IGP-M4, acrescida de juros definidos no momento da compra. O rendimento da aplicação é recebido pelo investidor ao longo do investimento, por meio de cupons semestrais de juros, e na data de vencimento do título, quando do resgate do valor de face (valor investido somado à rentabilidade) e pagamento do último cupom de juros. As NTN-C não são ofertadas para compra no Tesouro Direto desde 2006. Atualmente o Tesouro Nacional atua apenas na recompra deste título às quartas-feiras. Fluxo de Pagamentos da NTN-C Fonte: Tesouro Nacional Material Complementar Vídeo: Especialista explica como investir no Tesouro Direto Caro Dinheiro, por Samy Dana Tesouro Direto desvaloriza até 14% em 30 dias; veja por quê - InfoMoney Rentabilidade do Tesouro Direto - Posição em 27-11-2013 Títulos Vencimento Rentabilidade Bruta Taxa do Dia (ao ano) Últ. 30 dias Mês Anterior No Ano 12 Meses Compra Venda Prefixados LTN 01-01-2014 0,78% 0,78% 6,25% 7,14% - 9,94% LTN 01-01-2015 0,48% 0,48% 3,68% 4,78% - 10,98% LTN 01-01-2016 -0,51% 0,85% 0,21% 1,55% 11,91% 11,97% LTN 01-01-2017 -1,44% 1,14% - - 12,25% 12,31% NTN-F 01-01-2014 0,78% 0,78% 6,29% 7,18% - 9,95% NTN-F 01-01-2017 -1,23% 0,83% -1,49% 0,51% - 12,25% NTN-F 01-01-2021 -3,49% 1,65% -6,84% -4,31% - 12,50% NTN-F 01-01-2023 -4,59% 1,55% -8,79% -6,18% 12,60% 12,66% Indexados à Taxa Selic LFT 07-03-2014 0,78% 0,81% 7,28% 7,96% - -0,01% LFT 07-03-2015 0,76% 0,78% 7,27% 7,95% - 0,00% LFT 07-03-2017 0,65% 0,64% 7,18% 7,86% -0,02% 0,02% Indexados ao IGP-M NTN-C 01-07-2017 -0,97% 0,84% -2,62% 0,09% - 5,77% NTN-C 01-04-2021 -2,56% 0,47% -8,45% -5,99% - 6,18% NTN-C 01-01-2031 -4,72% 0,10% -14,22% -11,51% - 6,37% Indexados ao IPCA NTN-B 15-05-2015 0,31% 0,47% 3,18% 5,20% - 4,51% NTN-B 15-05-2017 -0,70% 0,49% -2,17% 0,37% - 5,74% NTN-B 15-08-2020 -2,01% 0,17% -7,41% -4,89% 6,08% 6,14% NTN-B 15-08-2024 -3,66% -0,16% -11,67% -9,14% - 6,30% NTN-B 15-05-2035 -6,37% -0,50% -18,68% -16,96% 6,35% 6,45% NTN-B 15-05-2045 -7,84% 1,57% -23,25% -21,19% - 6,48% NTN-B 15-08-2050 -7,98% 2,05% -24,40% -22,03% 6,39% 6,49% NTN-B Principal 15-05-2015 0,27% 0,45% 2,91% 4,98% - 4,52% NTN-B Principal 15-05-2019 -1,95% 0,19% - - 6,05% 6,11% NTN-B Principal 15-08-2024 -5,32% -0,43% -17,67% -15,11% 6,30% 6,38% NTN-B Principal 15-05-2035 -12,03% -1,02% -32,46% -31,65% 6,44% 6,54%
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