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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Avaliação Presencial – AP1 Período - 2016/2 Disciplina: Introdução ao Agronegócio Coordenador: Luiz Carlos de Oliveira Lima Aluno (a): GABARITO Só serão aceitas resposta feitas a caneta esferográfica azul ou preta; Não será feita revisão da questão quando respondida a lápis. Boa sorte! 1. INDUSTRIALIZAÇÃO E MODERNIZAÇÃO DA AGROPECUÁRIA Como vimos na aula 6: Evolução da agropecuária e do agronegócio, um fator que explica o estímulo dado à industrialização a partir da segunda grande guerra é o processo de SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES, que motivou a produção interna de bens de consumo e bens intermediários (energia, aço, cimento e outros), como também a expansão da produção de produtos da agropecuária. Questão 1: Descreva, analise e discuta a relação entre industrialização por substituição de importações e a modernização da agropecuária no Brasil, no após segunda guerra mundial. Para isso, você deve organizar a resposta em três etapas: (a) Processo de substituição de importações; (b) Processo de industrialização da agropecuária; (c) Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) (4,0 pontos). (a) PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES RESPOSTA: Consiste em um processo que leva ao aumento da produção interna de um país e à diminuição das suas importações. Essa política permitiria a acumulação de capitais internos que poderiam gerar um processo de desenvolvimento sustentável e duradouro. No Brasil, após a Segunda Guerra Mundial, a política de substituição de importações foi implantada com o objetivo de desenvolver o setor manufatureiro. Nesse sentido, o Brasil evoluiu de uma economia agrário-exportadora para uma economia industrial-urbana diversificada. O processo de industrialização avançou no Brasil em meados da década de 1940, com a expansão de fábricas do segmento têxtil, seguido da produção de gêneros alimentícios e de vestuário. Interessante notar que tais indústrias têm na agropecuária a principal fonte de matéria- prima: a indústria têxtil, por exemplo, demanda o algodão do setor agropecuário, bem como a indústria alimentícia demanda diversos produtos agrícolas tais como leite, legumes, carnes e verduras para o processamento de derivados (queijos, iogurte, pastas), massas, enlatados, congelados, entre outros produtos. (b) A INDUSTRIALIZAÇÃO DA AGROPECUÁRIA RESPOSTA: Esse processo de industrialização por substituição de importações teve impactos na agropecuária, que também acompanhou modernizando-se, o que implicou profundas modificações tecnológicas e sociais na estrutura agrária brasileira desde a década de 1960. A industrialização da agropecuária gerou ganhos de produtividade a partir da introdução de todo tipo de maquinário, de implementos e insumos modernos no campo. Surgiram indústrias de processamento de produtos agropecuários, como também indústrias fornecedoras de arados, de máquinas de semear, que induziram a adaptação dos processos produtivos da agropecuária aos processos produtivos da indústria, acentuando-se a conexão entre a agricultura e a indústria. A expansão da agropecuária e sua modernização criaram mercado para produtos industriais (aumento da demanda do setor agropecuário por equipamentos e insumos), os quais foram crescentemente produzidos no Brasil. Inicialmente, a transformação dos meios de produção agrícolas estava condicionada à capacidade de importar insumos e equipamentos agrícolas, tendo em vista que a industrialização da agropecuária começou nos segmentos de processamento e de comercialização da produção. (c) PLANO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO (II PND) RESPOSTA: Com a institucionalização do segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND), a partir de 1967, ocorreu o redirecionamento do investimento, o que permitiu o estreitamento das relações entre a agricultura e indústria. Esse plano contemplava o programa de substituição de importações para insumos modernos, de investimentos na infraestrutura rural, de reorganização dos serviços de extensão e pesquisa e principalmente de crédito subsidiado para promover a industrialização da agricultura, isto é, promover a implantação e o crescimento da indústria fornecedora de insumos para o setor agrícola. Romperam-se, portanto, os limites da forma tradicional de produzir no campo e impôs-se a dinâmica da economia industrial, com a agricultura comprando insumos da indústria e vendendo matérias-primas para as agroindústrias, aprofundando as relações intersetoriais do complexo agroindustrial brasileiro. 2. O PAPEL DA AGROPECUÁRIA E DO AGRONEGÓCIO NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO Na aula 7: A importância da agropecuária e do agronegócio na economia brasileira: desempenho e crescimento estudamos que os principais estudos econômicos da economia brasileira destacam a importância da agropecuária no processo de desenvolvimento econômico nacional. Estes estudos apontam, basicamente, a sua contribuição em cinco principais funções: 1) atender à demanda por alimentos da população total; 2) transferir capital para a expansão do setor não agrícola; 3) liberar mão de obra para ser utilizada em outros setores produtivos; 4) ampliar o volume de divisas (moeda estrangeira), a partir da exportação do excedente de produção agropecuária, para aumentar a importação de insumos e bens de capitais necessários ao desenvolvimento de outras atividades econômicas; 5) constituir-se em mercado consumidor dos setores secundário e terciário. QUESTÃO 2: Explique a participação (Como?) e a importância (Por que?) de cada uma das cinco funções no processo de desenvolvimento econômico. (2,0 pontos). RESPOSTAS: 1) atender à demanda por alimentos da população total; 2) transferir capital para a expansão do setor não agrícola; 3) liberar mão de obra para ser utilizada em outros setores produtivos; 4) ampliar o volume de divisas (moeda estrangeira), a partir da exportação do excedente de produção agropecuária, para aumentar a importação de insumos e bens de capitais necessários ao desenvolvimento de outras atividades econômicas; 5) constituir-se em mercado consumidor dos setores secundário e terciário. A primeira função é bem clara, principalmente por causa do crescimento populacional e melhoria na distribuição de renda, que são fatores de expansão da demanda de alimentos. A capacidade de transferir capital para outros setores pode ocorrer de forma direta ou indireta. Nesse caso, a agropecuária pode transferir recursos investindo diretamente em outros segmentos ou utilizando a intermediação bancária para emprestar recursos a outros setores. De forma indireta, o governo atua transferindo capital da agropecuária para atividades não agrícolas a partir de políticas fiscais, ao cobrar tributos da agropecuária e garantir reduções de impostos ou até mesmo isenções fiscais para outros setores. Já a liberação de mão de obra decorrente do processo de mecanização do campo permite garantir o aumento do número de trabalhadores nos setores industriais e de serviços. Com relação à geração de divisas, estas são fundamentais para a importação de insumos e bens de capitais (máquinas, equipamentos) necessários ao desenvolvimento de outras atividades econômicas. Por fim, considerando o avanço da modernização da agropecuária, cria-se um mercado para produtos industrializados mediante o crescimento da demanda por máquinas, suprimentos e diversos tipos de insumos. 3. INSTRUMENTOS DE POLÍTICASPÚBLICAS ESPECÍFICOS PARA A AGROPECUÁRIA Estudamos na aula 8: Políticas Públicas e os efeitos sobre o agronegócio, que diante do risco e da incerteza existentes na agropecuária o governo políticas específicas para apoiar este setor. Os produtores enfrentam incertezas de preço no mercado, como do volume da safra devido às condições climáticas. QUESTÃO 3: Analisar os Instrumentos de Políticas Públicas específicos para a agropecuária, descrevendo e analisando sua importância no setor agropecuário e no sistema do agronegócio, assim como na economia brasileira. Para isso, você deve responder para cada instrumento: (a) Política de crédito rural; (b) Política de garantia de preços mínimos; (c) Política de seguro rural. (4,0 pontos). (a) Política de crédito rural. RESPOSTAS: Ver páginas 189 a 191. A política de crédito rural consiste em concessão de créditos a taxas de juros e condições de pagamentos diferenciados, com o intuito de aumentar a produção agropecuária e ao mesmo tempo subsidiar algumas categorias de produtores, tais como os beneficiados pelo Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf). O crédito rural foi instituído com as finalidades de custeio, quando atende às despesas do ciclo produtivo; de investimento, quando é destinado a inversões em bens e serviços que gerem benefícios por mais de um ciclo de produção; de comercialização, quando atende às despesas de pós- produção. (b) Política de garantia de preços mínimos. RESPOSTAS: Ver páginas 191 a 194. Essa política visa dar uma garantia de renda aos agricultores. Sua execução é feita por meio de dois mecanismos: Aquisição do Governo Federal (AGF) e Empréstimo do Governo Federal (EGF). (c) Política de seguro rural. RESPOSTAS: Ver página 195. Um mecanismo para minimizar o risco de perdas provocadas por adversidades climáticas, como a política de seguro da safra agrícola. O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) procura isentar o produtor rural do cumprimento de obrigações financeiras com dívida bancária, caso ocorram perdas de safra. Atualmente existem subsídios para que o produtor faça seguro agrícola.
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