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Planejamento Regional e Urbano unidade 4

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Harrysson L. da Silva e João Pedro M. Ribeiro
Planejamento 
regional e urbano
03
Sumário
CAPÍTULO 4 – Tendências Atuais em Planejamento Regional e Urbano ................................05
Introdução ....................................................................................................................05
4.1 Aspectos, impactos, passivos, danos e conflitos ambientais ...........................................06
4.2 Desenvolvimento tecnológico regional e urbano ..........................................................07
4.3 Desenvolvimento territorial endógeno (DTE) ................................................................10
4.3.1 A passagem da democracia participativa para a governança democrática .............11
4.3.2 Tendências sociais orientadas para planejamento regional e urbano .....................12
Síntese ..........................................................................................................................23
Referências Bibliográficas ................................................................................................24
05
Capítulo 4 
Introdução
Geralmente, tem-se a compreensão de que somente o Estado detém as concepções, as teorias 
e as metodologias para o planejamento regional e urbano. Você sabia que existem várias ten-
dências de planejamento que não são oficiais e sequer são discutidas como possibilidades para 
resolução de conflitos urbanos e regionais? 
A estrutura e a dinâmica da rede urbana não se reduzem somente à compreensão oficial. Da 
mesma forma, existem tendências oficiais que não são discutidas, em virtude de os grupos políti-
cos que coordenam as ações de planejamento estarem vinculados a determinados princípios te-
óricos e metodológicos. Em grande parte, quem financia as políticas públicas é quem determina 
as relações sobre o desenvolvimento. Assim, temos tendências oficiais e sociais de planejamento 
que serão discutidas como caminhos para gestão dos conflitos regionais e urbanos. 
Com relação às tendências dessa temática, serão discutidas, introdutoriamente, as perspectivas 
que adotam aspectos, impactos, passivos, danos e conflitos ambientais como variáveis para a 
gestão do planejamento regional e urbano em projetos de empreendimentos imobiliários. Você 
tinha conhecimento desses conceitos? 
Em seguida, será analisada a concepção atual, em que o desenvolvimento regional e urbano deve 
se dar pela via do desenvolvimento cientifico e tecnológico, com o fortalecimento da pesquisa 
aplicada e com a criação de centros tecnológicos e de tecnópolis. Não haverá preocupação sobre 
o detalhamento teórico e metodológico das teorias econômicas que fundamentam essa perspecti-
va; o objetivo é somente situar você no tempo e no espaço com relação à discussão atual.
Depois, será analisada a perspectiva do desenvolvimento territorial endógeno. Essa perspectiva 
assume a dimensão social do planejamento regional e urbano a partir da organização comuni-
tária, e não necessariamente de uma política definida pelo Estado.
Os arranjos produtivos locais e setoriais serão analisados como objeto de política industrial e 
alternativa para desenvolvimento regional de atividades que prescindem de suporte tecnológico. 
Espera-se que, no fim, você tenha compreendido as principais tendências relacionadas ao pla-
nejamento regional e urbano. 
Bom estudo!
Tendências Atuais em 
Planejamento Regional e Urbano
06 Laureate- International Universities
Planejamento regional e urbano
4.1 Aspectos, impactos, passivos, danos e 
conflitos ambientais
Para a maior parte dos agentes que produzem o espaço regional e urbano, os problemas só 
aparecem quando um conflito está instalado. O que se quer dizer com essa afirmação?
Um conflito existe quando duas partes estabelecem uma relação recíproca entre si, portanto, 
bilateral. Nesse caso, há um nexo de causalidade que os uniu em torno de uma causa, com 
objetivos e interesses diferenciados em cada caso.
Na maior parte das vezes, só se vai tomar conhecimento dos aspectos (fatos geradores), dos im-
pactos (fatores resultantes dos aspectos), dos passivos (custos para recuperação dos impactos) e 
dos danos (legislações que foram infringidas a partir dos impactos ambientais) que precisam ser 
reparados, quando ocorre uma denúncia no Ministério Público, ou um movimento popular. Você 
acredita que todo esse processo poderia ser evitado? Para você entender melhor essa relação, 
será apresentado um estudo de caso.
Um empreendedor imobiliário solicitou licença para construção de um empreendimento numa 
área com escritura pública. O setor de licenciamento da prefeitura aprovou o projeto sem nenhu-
ma restrição. Quando as obras começaram, a comunidade se reuniu e fez uma passeata contra 
o empreendimento, alegando que traria problemas de superpopulação e mobilidade, além dos 
serviços que o empreendimento demandaria. Então, os moradores fizeram uma denúncia formal 
ao Ministério Público (MP), que chamou as partes interessadas e promoveu a assinatura de um 
Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta. Assim, a construtora se comprometeu em 
realizar alguma benfeitoria para a comunidade durante a construção da obra. Depois de quatro 
anos, as partes foram convocadas, e o acordo foi finalizado, pois os compromissos assumidos 
foram cumpridos.
Nesse caso, o “aspecto ambiental” identificado foi ausência de audiência pública, apresentando 
o empreendimento e as benfeitorias que seriam franqueadas à comunidade local. O “impacto 
ambiental” foi o resultado concebido pela população de que a obra poderia produzir proble-
mas de mobilidade, serviços e aumento populacional. O “passivo ambiental” foi o custo que a 
construtora teve que absorver para construir alguma benfeitoria para a comunidade durante a 
obra, conforme acordado no Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta. Os “danos”, 
que serão mais detalhados em seguida, dividem-se em duas categorias, patrimoniais e extra-
patrimoniais, que ainda podem ser coletivos ou individuais. O conflito ambiental, por sua vez, 
é o conjunto das etapas que vão desde a identificação dos aspectos ambientais até os danos 
extrapatrimoniais coletivos.
Os “danos patrimoniais individuais” têm relação direta com o patrimônio dos membros da comu-
nidade que poderá sofrer depreciação, como casas, garagens e calçadas; ou seja, são os danos 
físicos ao patrimônio pessoal decorrentes, por exemplo, da circulação de caminhões no local. 
Os “danos patrimoniais coletivos”, por sua vez, referem-se aos bens de uso ou interesse coletivo, 
como estradas, ruas e praças, comprometidos pela obra; inclui-se nesse grupo, principalmente, 
o patrimônio cultural. Os “danos extrapatrimoniais individuais” são relativos aos direitos de per-
sonalidade afetados pelo empreendimento; por exemplo, excesso de barulho, retirada da visão 
da paisagem, sombra e alteração da qualidade de vida. Os “danos extrapatrimoniais coletivos”, 
por fim, relacionam-se aos direitos da personalidade de uma comunidade, que se sentiu coleti-
vamente atingida pela obra em alguma característica preservada pelo grupo, como o patrimônio 
cultural, por exemplo. 
Agora você tem ideia dos aspectos de interação social que envolvem um projeto de um empre-
endimento imobiliário? Existe previsão legal para denúncia, compensação financeira por danos, 
planos de mitigação de impactos ambientais, benfeitorias comunitárias decorrentes dos Termos 
07
de Compromisso de Ajustamento de Conduta. Diante disso, por que, então, os empreendedores 
imobiliários e os operadores do Direito que produzem políticas, planos e programas governa-
mentais desconsideram todas essas questões nos projetos de empreendimentos imobiliários e nas 
políticas públicas de planejamento regional e urbano?
Em sua grande maioria, os Termos de Compromisso de Ajustamento de Conduta não são cum-
pridospor falta de fiscalização. Dessa forma, muitos promotores de justiça acabam por enviar as 
denúncias para o poder judiciário, já que as sentenças judiciais são executivas, ou seja, não são 
discutíveis, devem ser cumpridas. Sabendo disso, o que você pensaria se seu empreendimento 
imobiliário gerasse conflitos ambientais e tivesse sua legitimidade discutida no poder judiciário? 
Pensando nisso, as empresas devem pensar nas suas equipes de projetos os operadores do Di-
reito nos impactos das políticas públicas, para que todo trabalho anterior de mobilização social, 
organização de propostas e de projetos não seja inviabilizado num segundo momento.
Espera-se que esta discussão inicial tenha feito você imergir no que fundamenta, mas não apare-
ce, e é desconsiderado em todos os processos de realização da política, do plano, do programa 
ou do projeto de um empreendimento qualquer. Torna-se necessário, portanto, identificar essas 
diferenças, pois elas são fundamentais para que políticas, planos, programas e projetos sejam 
consequentes e não apresentem impedimentos legais, nem custos não previstos num segundo 
momento.
Você conseguiu identificar a diferença entre aspectos, impactos, passivos, danos e 
conflitos ambientais?
NÓS QUEREMOS SABER!
4.2 Desenvolvimento tecnológico regional e 
urbano
Você já deve ter ouvido falar de parques tecnológicos, Vale do Silício, incubadoras tecnológicas, 
tecnópolis, cidades inteligentes e empreendimentos com alto grau de inversão tecnológica em 
estrutura para seus usuários. Todos esses conceitos estão relacionados à tendência de planeja-
mento regional e urbano, que vê a saída para a redução das desigualdades regionais, sociais, de 
geração de emprego e renda na perspectiva do desenvolvimento científico e tecnológico.
Você deve estar se perguntando: qual a relação entre parques tecnológicos e planejamento re-
gional e urbano? Um parque tecnológico se caracteriza pela localização numa área com certas 
facilidades de deslocamento, tanto de chegada, quanto de saída, perto de aeroportos e com 
infraestrutura direcionada à ciência, à tecnologia e à inovação. Pelo grau de relações a serem 
estabelecidas e pelo nível de exigência tecnológica, os parques congregam empresas de alta 
tecnologia, instituições de pesquisas, universidades, investidores e agências de fomento para 
projetos. Todas essas instituições e empresas desenvolvem atividades complementares em prol do 
desenvolvimento científico e tecnológico.
Esse espaço de relações polariza um conjunto de atividades, que acaba estabelecendo, na re-
gião, um conjunto de demandas e necessidades, que deverão ser desenvolvidas por meio da 
criação de novo ambiente para desenvolvimento urbano com implicações regionais. 
08 Laureate- International Universities
Planejamento regional e urbano
Os parques tecnológicos surgiram na década de 1990. No Brasil, existem vários, entre eles: Por-
to Digital de Recife; Parque Tecnológico de São José dos Campos; Parque Científico e Tecnoló-
gico da PUCRS; Parque Tecnológico do Vale do Rio dos Sinos; Fundação Parque Tecnológico da 
Paraíba; Parque Tecnológico de Belo Horizonte; Centro Empresarial e Tecnológico (CET); Parque 
Tecnológico de Ribeirão Preto; Parque Tecnológico da Bahia; Parque Tecnológico de São Carlos; 
Parque Tecnológico de Sorocaba; e SAPIENS Parque, em Florianópolis.
Analisar o planejamento regional e urbano a partir do desenvolvimento cientifico e tecnológico é 
uma perspectiva que partiu do impacto direto do processo de globalização comercial e financei-
ra entre os diferentes países na sociedade do conhecimento. O conhecimento, ao ser assumido 
como ativo tecnológico, integra-se como agente motor do desenvolvimento regional e urbano. 
Em todos os seus processos, a inovação modela os locais onde projetos dessa natureza são 
implantados. Por fim, acaba-se criando um novo padrão de urbanização, com funcionalidades 
diferenciadas, para atender um público com demandas qualificadas. Nesse contexto, o domínio 
do conhecimento é rápido, ao mesmo tempo em que a inovação mantém o padrão de compe-
titividade, perdido rapidamente com o seu compartilhamento. Previa-se que rapidamente a ino-
vação criaria um padrão de acumulação financeira que definiria o produto interno bruto (PIB) de 
muitas cidades. Hoje, isso já é realidade, assim como um modelo urbano baseado em relações 
de aprendizagem e de produção de conhecimento, com características de sustentabilidade.
Nessa perspectiva, a importância do investimento em ciência e tecnologia vai depender da es-
trutura de onde os respectivos empreendimentos serão implantados. Por sua vez, a implantação 
de empreendimentos desse tipo causa um impacto direto na valorização do seu entorno, com 
a possibilidade de, num segundo momento, agrupar serviços especializados decorrentes das 
demandas das atividades que estão em processo de desenvolvimento. Desse modo, a melhor 
localização dos investimentos de natureza tecnológica seria nas áreas urbanas, em função dos 
aproveitamentos decorrentes da economia de escala. Em condições diferentes dessa, a iniciativa 
se tornaria pouco atraente e economicamente inviável.
Nos países desenvolvidos, esse tipo de empreendimento tem servido como instrumento de po-
lítica industrial, com reflexos no desenvolvimento regional urbano e está sempre conjugado à 
infraestrutura que favorece seu desenvolvimento. 
No Brasil, para que esses investimentos avancem rapidamente, é necessária uma potente infra-
estrutura física e de conhecimento, preparada e capacitada para se tornar um agente de de-
senvolvimento local que dê amparo a essas iniciativas. O apelo do desenvolvimento científico e 
tecnológico soma-se à lógica atual da sustentabilidade, que considera as tecnologias da era do 
conhecimento, como não geradoras de aspectos e de impactos ambientais significativos. 
Para o Ministério da Integração Nacional (BRASIL, 2004), para que se possa avançar na pers-
pectiva de investimentos em ciência, tecnologia e inovação, deverão ser observadas as seguintes 
características atuais locais:
•	 As capacitações inovativas são via de regra, inferiores às dos países desenvolvidos. As 
características do processo de industrialização retardatária fizeram com que a periferia não 
se tornasse um espaço localizado gerador de inovação, incapaz de alcançar a “fronteira 
tecnológica”. A estratégia prevalecente, nesse caso, seria de “frontier following”, ou seja, 
os países se dedicariam ao uso eficiente de tecnologias de fronteira, sem, contudo, serem 
capazes de construir, no longo prazo, as capacitações que desafiariam os países líderes 
da fronteira tecnológica; 
•	 O ambiente organizacional é aberto e passivo, onde as funções estratégicas primordiais 
são realizadas externamente ao sistema, prevalecendo uma mentalidade quase 
exclusivamente produtiva. Neste tipo de sistema, as estratégias competitivas das empresas 
não dependem, fundamentalmente, dos agentes locais, e sim de agentes externos, já que 
as regras internas, necessárias para a tomada de decisões estratégicas, relativas à sua 
competitividade, estão ainda por ser criadas; 
09
•	 O ambiente institucional é mais volátil e permeado por constrangimentos estruturais. 
Em particular, a instabilidade macroeconômica, característica da inserção internacional 
periférica do país, vem acompanhada de mudanças frequentes, e na maioria das vezes 
arbitrárias, nas regras que governam o ambiente de negócios e o mercado de fatores (no 
que se refere à taxação, regulação dos mercados de câmbio e financeiros, aos ajustes 
de preços, ao nível das taxas de juros real e dos salários nominais/reais etc.). Neste tipo 
de ambiente, os fundamentos necessários à criação de confiança em relacionamentos 
inter-firmas de longo-prazo é abalado, nutrindo uma atitude de negócios essencialmente 
não cooperativa não somente entre os diversos atores, mas entre estese as instituições 
governamentais e não governamentais; e,
•	 O entorno destes sistemas é basicamente de subsistência, apresenta densidade 
urbana limitada, baixo nível de renda per capita, baixos níveis educacionais; reduzida 
complementaridade produtiva e de serviços com o polo urbano e frágil imersão social 
(BRASIL, 2004, p. 4).
Assim, pode-se verificar que existem muitos desafios para implantação de parques tecnológicos 
no Brasil. Para que o efeito indutor de desenvolvimento local apareça de forma definitiva e altere 
significativamente as desigualdades regionais, é preciso a redefinição do perfil de profissionaliza-
ção. Nessa perspectiva, pode-se pensar, num futuro próximo, que a inovação seja uma constante 
nos centros de pesquisa e inovação tecnológica e nos modelos de relacionamento intersetorial 
para desenvolvimento de produtos e serviços com alto valor agregado tecnológico, em ambientes 
de excelência tecnológica.
Figura 1 – Espaços de excelência para inovação.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Nessa perspectiva, mesmo com os esforços realizados até o presente momento, as universi-
dades brasileiras e seus respectivos centros de pesquisas ainda precisam mudar seu perfil. As 
universidades públicas devem trabalhar com inovação tecnológica e se dedicar não apenas ao 
desenvolvimento de projetos de cunho social, na medida em que os recursos públicos são uma 
composição dos impostos pagos pelos cidadãos e pela iniciativa empresarial.
Não se deve aguardar que a inovação chegue, ou reclamar que se está no fim da fila mundial 
dos países que fazem registros de patentes de tecnologia. Enquanto esse tipo de compreensão 
estiver presente, haverá dificuldade de avançar em direção à sustentabilidade, já que ela é o 
resultado de todas as perspectivas dos diferentes agentes que estruturam a sociedade. 
10 Laureate- International Universities
Planejamento regional e urbano
4.3 Desenvolvimento territorial endógeno (DTE)
O desenvolvimento territorial endógeno (DTE) é uma perspectiva adotada para fortalecimento 
das capacidades empreendedoras de vários segmentos da sociedade, que precisam de suporte 
para se inserir no mercado de trabalho, a partir da geração de emprego, renda e desenvolvimen-
to cientifico e tecnológico.
O termo “desenvolvimento” significa uma concepção de planejamento orientada para a elevação 
de níveis dos indicadores sociais, culturais, econômicos, de participação e de compartilhamento 
de ideias e experiências. O “territorial” remete à escala espacial de identificação de uma poten-
cialidade a partir de um grupo de pessoas que dispõem de competências e habilidades, mas não 
têm conhecimentos que as façam fundamentar suas práticas; o objetivo é criar um diferencial em 
termos de produção de conhecimento para ganhar o mercado de alta competitividade. O termo 
“endógeno” representa a condição das tomadas de iniciativa, que devem partir dos grupos e de 
seus desejos e projetos de transformar conhecimentos em produtos e serviços.
Assim, o desenvolvimento territorial endógeno se configura como uma perspectiva oficial, portan-
to, governamental, que recria a identificação das demandas, a fim de priorizar políticas públicas 
para planejamento regional e urbano, com impactos localizados, ou seja, nos territórios onde 
grupos organizados criaram seus diferenciais de competitividade para alavancar seus produtos e 
serviços. Para tanto, é necessário conhecimento das etapas do projeto de DTE, o que vai garantir 
o controle do seu impacto regional e urbano e, principalmente, a criação de novas possibilidades 
de geração de emprego e renda.
Num primeiro momento, é necessário identificar a rede de desenvolvimento comunitário existente 
e seu estágio de organização inicial, criando imediatamente um fórum de desenvolvimento lo-
cal, que será responsável pela gestão do projeto. Depois de consolidadas as partes envolvidas, 
devem ser definidos a visão do passado (onde estamos?), a visão do futuro (onde queremos 
chegar?) e os processos que deverão ser desenvolvidos para se atingir os objetivos pretendidos 
(como chegar lá?). Também será preciso desenvolver um diagnóstico participativo local, iden-
tificando indicadores de desenvolvimento relacionados aos diferentes critérios e atividades de 
interesse do fórum local, bem como mapear as necessidade imediatas e estabelecer um plano de 
desenvolvimento relacionado às demandas dos diferentes públicos-alvo.
Com base nessas definições, dá-se início ao processo de financiamento das iniciativas, a partir 
da criação de instrumentos operacionais para desenvolver os investimentos que serão realizados. 
Em alguns casos, para viabilizar os financiamentos, será necessária a criação de associações, ou 
outra modalidade jurídica, para dar andamento e segurança aos projetos. Essa pode ser consi-
derada a fase inicial de um projeto de DTE, chamada de fase de sistematização das demandas 
e necessidades sociais.
O segundo estágio do projeto de DTE enquadra as dinâmicas sociais das partes interessadas: na 
dimensão socioeconômica, em termos de cooperação, buscando, até mesmo, alternativas rela-
cionadas a práticas produtivas solidárias, e não de competitividade, como ocorreria com micro 
e pequenas empresas.
De acordo com o nível de exigência das partes envolvidas, haverá necessidade de avançar para 
a capacitação gerencial, considerando a natureza dos processos operacionais, numa relação di-
reta com o poder público, e criando, inclusive, os instrumentos para avaliação e monitoramento 
das atividades. Depois de uma primeira avaliação dos resultados atingidos, programa-se uma 
nova etapa de compromissos e de desenvolvimento para as partes interessadas.
A seguir, serão discutidos os fundamentos que dão base para o processo operacional de um 
projeto de DTE. 
11
4.3.1 A passagem da democracia participativa para a governança 
democrática
Para que um projeto de DTE tenha resultado, é preciso mudar a concepção tradicional de gestão 
de projetos: uma coordenação dando diretrizes e todos, dentro de suas respectivas competên-
cias, desenvolvendo seus objetivos, para atingir os resultados esperados. 
Em DTE, essa forma de gestão é conhecida como democracia participativa, ou seja, alguém co-
munica às partes interessadas os resultados dos referidos processos, sem que elas possam discutir 
ou alterar o que foi proposto nos projetos. A via de participação é unilateral, ou de cima para 
baixo. Você já participou de algum projeto, cujo processo se deu nessa perspectiva? Saiba que 
esse tipo de abordagem para desenvolvimento de projetos de DTE não dá certo.
Na governança democrática, o processo é diferente, pois sua base é a construção do projeto, 
seguindo uma linha construtivista, conforme ensinado na pedagogia de projetos. Nessa concep-
ção de gestão, que é a base para os projetos de DTE, todos participam, discutem; chega-se a 
resultados a partir de consensos entre os diferentes grupos, ligados a diferentes instâncias da 
sociedade, com objetivos diferentes no mesmo projeto. O processo de governança democrática, 
nessa perspectiva, acaba consistindo num fórum de gestão de conflitos, em que todas as partes 
envolvidas nos processos de um projeto de DTE conhecem e reconhecem particularmente os 
projetos, os desejos e os objetivos umas das outras.
A governança democrática deve trazer uma cultura de “discussão e formação de consenso” e, 
paralelamente, eliminar a possibilidade da cultura do “dever fazer”, que é a “obediência aos 
processos e cumprimentos de atividades”. Em outras palavras, é preciso construir a cultura da 
viabilização das partes envolvidas.
Assim, assegura-se que a organização comunitária tenha poder de organização, com auxílio de 
agentes externos funcionando como catalisadores; ou seja, promove-se a relação entre as par-
tes, sem que os agentes externos, no entanto, comandem a discussão e os resultados. Apenas se 
encaminhao processo para que os resultados sejam alcançados de forma organizada.
Nessa perspectiva é que se pode verificar a existência de propostas sociais de desenvolvimento 
territorial endógeno. É ela que rompe com a lógica de que planejamento regional e urbano, políti-
cas, planos, programas e projetos governamentais são as únicas possibilidades de desenvolvimen-
to. Rompe também com a ideia de que, territorialmente, devem prevalecer as diretrizes estatais, 
e nãos os projetos e os desejos comunitários territorializados nas diferentes regiões brasileiras.
É com base nessa possibilidade, estabelecida pela nova perspectiva de DTE adotada pelo estado 
brasileiro, que serão discutidas a seguir propostas sociais que, se integradas, podem promover 
um novo estágio de desenvolvimento dos territórios, numa perspectiva de planejamento regional 
e urbano centrada no desenvolvimento produtivo do território. 
Esse tema relaciona-se às estruturas sociais que, por meio de suas potencialidades, suas com-
petências e habilidades sociais e culturais, desenvolveram a capacidade de autogestão de seus 
empreendimentos, numa lógica diferente do crescimento econômico em escala, como ocorre 
nos arranjos produtivos locais e setoriais que estão orientados para micro e pequenas empresas. 
12 Laureate- International Universities
Planejamento regional e urbano
SEN, Amartya. Desenvolvimento como Liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 
2000. Tradução de: Laura Teixeira Motta.
Esse livro discute uma nova perspectiva de planejamento regional e urbano, partindo 
da concepção de que a miséria e a pobreza resultam da “falta de oportunidades” de-
corrente das políticas públicas de cada país.
NÃO DEIXE DE LER...
4.3.2 Tendências sociais orientadas para planejamento regional e urbano
Toda tendência social não é oficial. O que isso significa? Em linhas gerais, as tendências sociais 
que poderiam ser objeto de um projeto de planejamento regional e urbano não nascem de polí-
ticas públicas de Estado ou de governo. Elas são construções sociais decorrentes de ações rela-
tivas à ausência do Estado, na priorização de algumas demandas e necessidades dos diferentes 
grupos sociais, bem como de seus processos operacionais.
Nunca você deve subestimar ninguém, pois sempre se acredita que somente aqueles que têm co-
nhecimento é que são capazes de encontrar soluções. Felizmente, isso não acontece na prática. 
A sociedade encontra seus próprios caminhos, assim como a água contorna os obstáculos para 
atingir a meta de chegar ao mar.
A demonstração disso, veremos a seguir, a partir das diferentes formas que a sociedade desenvol-
veu para vencer determinadas ausências do Estado, no que diz respeito às demandas de alguns 
de seus segmentos. Entre essas estratégias, ou tendências, serão discutidas: a tendência finan-
ceira dos bancos comunitários de desenvolvimento, cujo investimento em infraestrutura é terri-
torializado, a partir de lastro com moeda não oficial; a ausência de professores (doutores) nas 
universidades, em que o conhecimento é repassado sem preocupação teórica e metodológica; o 
desenvolvimento de sistemas econômicos de trocas baseados em solidariedade; a transferência 
de tecnologia sem garantia de propriedade intelectual; e os sistemas de planejamento baseados 
em oportunidades, e não em investimentos.
Não se discutirá profundamente cada uma das tendências que serão descritas. Pretende-se ape-
nas lançar as bases do que já existe, mas não é comentado nem discutido, e poderia ser apro-
priado e utilizado para a resolução de muitos conflitos decorrentes da falta de oportunidades e 
do descaso histórico com o alto poder de intervenção de cada ser humano neste planeta. Veja 
o quanto você pode ser um agente de transformação no âmbito do planejamento regional e 
urbano. Na maior parte das vezes, as pessoas não mudam porque estão centradas numa com-
preensão absoluta de que não existem outras saídas; então, se afundam em crises pessoais, 
econômicas, políticas. O mesmo ocorre no planejamento regional e urbano. Muitas vezes, são 
adotados modelos de planejamento que não deram certo em alguns contextos, para verificar se 
darão certo em outros, sem, no entanto, uma avaliação apurada das especificidades relaciona-
das à conjuntura de sua aplicação.
A perspectiva que resolverá seus problemas pode ser a negação daquela que você acredita ser 
absoluta. Pense a esse respeito quando precisar tomar uma nova decisão de investimento.
Tendência 1 – Financeira: bancos comunitários de desenvolvimento
Você já deve ter conhecido alguém que não conseguiu empréstimo num banco porque não tinha 
fiador nem um “bem” para deixar como garantia. Os bancos e as agências de fomento são um 
grupo seleto, que empresta dinheiro para todo tipo de público-alvo – governamental, pessoal 
13
ou empresarial –; mas, em cada caso, existem regras diferenciadas que variam em função da 
relação estabelecida com essas instituições.
Nessa perspectiva, se não há garantia de crédito (bens e fiadores) para empréstimos voltados 
para o desenvolvimento de projetos e, além disso, há juros, em sua grande maioria, abusivos; 
como se pode falar em redução das desigualdades sociais e regionais? Se uma parte da popula-
ção está fora dos sistemas oficiais de crédito, não consegue tomar empréstimos, nem abrir contas 
bancárias. Ao habitarem num assentamento urbano subnormal (favelas), essas pessoas não dis-
põem da escritura pública de suas casas, logo, não têm registro imobiliário nem endereço. Você 
parou para pensar como essas questões estruturais afetam toda a dinâmica do planejamento 
regional e urbano e apontam para a necessidade de revisão das políticas públicas?
Pelas vias sociais, uma saída para resolver o problema da inserção econômica e financeira de 
camadas da população que estão à margem do processo de planejamento regional e urbano são 
os bancos comunitários de desenvolvimento, que serão descritos a seguir.
O processo operacional do banco comunitário de desenvolvimento se dá na seguinte perspectiva:
•	 uma comunidade cria uma associação sem fins lucrativos, com o objeto social de 
transações de crédito;
•	 o conjunto de lideranças dos diferentes segmentos delibera sobre o território de 
abrangência da associação, com o objetivo de territorialização do crédito;
•	 a manutenção da associação se dá a partir da geração de excedentes obtidos de taxas 
dos associados para desenvolvimento de infraestruturas de interesse comunitário;
•	 uma moeda não oficial (moeda social) é criada com lastro oficial (em real), e é trocada 
na associação para ser utilizada no território;
•	 uma taxa menor que a dos bancos oficiais é cobrada na troca da moeda oficial pela 
moeda social, com o objetivo de que, no fim do exercício fiscal, em assembleia, se decida 
sobre o destino dos recursos em infraestrutura de interesse comunitário.
Muhammad Yunus (2006), o economista de Bangladesh, autor do livro O Banqueiro dos 
Pobres, criou o “sistema de garantia sem crédito” como prática do sistema financeiro. 
Ao romper com a lógica oficial dos sistemas de crédito, mudou a concepção de que o 
sistema financeiro funciona somente a partir da garantia de crédito para financiamento.
VOCÊ O CONHECE?
Esse é o procedimento geral de um banco comunitário de desenvolvimento que, em linhas gerais, 
recria a demanda comunitária e de seus interesses imediatos para a implantação de infraestru-
turas de interesses comunitários, desonerando o Estado. Esse tipo de associação não é consi-
derada, até o presente momento, instituição financeira, por isso, não precisa de autorização do 
Banco Central para funcionar.
Estrutura similar foi desenvolvida, em Bangladesh, pelo professor Muhammad Yunus ao criar o 
Grameen Bank, que tem uma peculiaridade: ele só empresta dinheiro para mulheres. Por que 
será? As mulheres não abandonam os filhos em momentos de dificuldades, o quenão ocorre 
com os homens. Da mesma forma, elas se habilitam, nesses momentos, a desenvolver atividades 
que supram as demandas da família, mesmo em condições desfavoráveis.
14 Laureate- International Universities
Planejamento regional e urbano
Assim, tanto o banco comunitário de desenvolvimento quanto o Grameen Bank não precisam de 
fiadores nem de bens como garantia de crédito. Você já pensou num banco assim? Tudo ocorre 
por meio de relações de solidariedade e confiança; e, para surpresa dos bancos internacionais, 
inclusive do Banco Mundial, o nível de inadimplência é, muitas vezes, menor do que o dos ban-
cos oficiais, fica em torno de 1% do total de empréstimos concedidos.
Para se abrir uma conta num banco comunitário de desenvolvimento, basta ser sócio e não acio-
nista. Para obter um empréstimo no Banco Grameen, a mulher requisitante precisa ter os filhos 
na escola, um banheiro em casa, uma vaca para dar leite e uma horta doméstica. Essas condi-
ções existem em função do contexto de modos de vida e de condição econômica de Bangladesh. 
Ainda assim, se essas condições mínimas inexistem, elas são criadas pelo banco para que as 
famílias tenham independência e não fiquem presas a sistemas de crédito com juros abusivos ou 
a exigências de ingresso que se constituem como mecanismos de exclusão social.
Tratam-se de duas realidades distintas e extremas, já que Bangladesh, em termos de desigualda-
de social, está muito melhor do que o Brasil. Entretanto, as soluções, independente dos contex-
tos, se recriam e apontam saídas que podem ser colocadas em prática. Nesse tipo de proposta 
de planejamento, existe uma mensagem que deve ser compreendida: antes de julgar, ouça o que 
os outros têm a lhe dizer. 
Você já parou para avaliar as demandas de grupos de interesse a partir deles mesmos, 
como sujeitos envolvidos numa perspectiva de implantação de um projeto de empreen-
dimento imobiliário, ou de planejamento regional e urbano?
NÓS QUEREMOS SABER!
Tendência 2 – Científica: universidades sem doutores
É muito comum ouvir dizer que algo não é científico, que não pode ser provado, portanto, não tem 
validade. Também se ouve corriqueiramente que “na teoria, é uma coisa e, na prática, é outra”.
Nessa perspectiva, a ciência é colocada como a mãe de todos os tipos de conhecimento, subs-
tituindo a igreja e o absolutismo nas crenças divinas. Assim, passa-se de um “fundamentalismo 
religioso” para o “fundamentalismo científico”, baseado na seguinte premissa: o que não for 
cientificamente comprovado não tem validação científica e, muito menos, social. Assim, a contri-
buição e o conhecimento comunitário que não fossem validados cientificamente não teriam valor 
científico e, muito menos, social. Quais as implicações desse contexto para o desenvolvimento 
de políticas, planos, programas e projetos? Você já parou para pensar nisso?
O resultado é que os planejadores ignoram que as pessoas da comunidade fazem parte, dia-
riamente, da realidade objetiva. Elas mantêm relações com os outros, as coisas, o mundo e os 
objetos; nesse processo, se estabelecem relações cognitivas que definem como cada um elabora 
suas atividades diárias e se apropria delas. Ao ignorar isso, nunca se estabelece uma comunica-
ção efetiva, pois ninguém compreende o que outro está falando, em linguagens com conteúdos 
diferentes, com os mesmos objetivos, e muito menos com os projetos e desejos comunitários. 
Esse é um problema sério em planejamento regional e urbano.
Assim, quando muitos doutores das universidades, centrados em suas teorias e modelos científi-
cos, parecem não poder compreender alguns fenômenos, que fogem ao seu estrito senso teórico 
ou metodológico, são reduzidas as chances de diálogo, inviabilizando a possibilidade de recorrer 
às soluções já definidas, porém não identificadas, não reconhecidas.
15
Com isso, queremos reafirmar são dois lados de uma mesma equação: em um, as populações 
objeto de planejamento regional e urbano, com conhecimento de suas necessidades diárias, 
imersas em sua realidade; no outro, os planejadores e pesquisadores, numa outra instância de 
decisão, orientados pelos sistemas formais, dos quais fazem parte e por meio dos quais exercem 
suas atividades, premidos pelos seus modelos teóricos e metodológicos espaço-temporais data-
dos. Fica difícil uma comunhão, porque os princípios que norteiam as duas perspectivas descritas 
se inviabilizam mutuamente no plano prático. Você saberia dizer qual a saída para esse impasse 
e quais suas implicações para o planejamento regional e urbano?
Você já ouviu falar da “Universidade dos Pés Descalços”? Essa universidade foi criada numa re-
gião da Índia muito pobre, chamada Bihar, por um homem da mais alta casta indiana, chamado 
Bunker Roy. Tudo começou quando ele resolveu sair de seu contexto pessoal, procurou conhecer 
o seu entorno, e começou a se dar conta das desigualdades entre ele e seus pares.
Em 1965, o estado indiano de Bihar passou por uma crise terrível e muitas pessoas morreram 
de fome. Preocupado com o que via, Roy buscou e propôs soluções para resolver os problemas 
da população, entre elas, cavar poços para disponibilizar água. Nesse contato com as pessoas 
mais pobres, viu que elas tinham conhecimentos apreciáveis e consistentes e que, para resolver 
os problemas delas, bastava ouvi-las e criar condições para que se desenvolvessem.
Foi a partir dessa experiência que Bunker Roy criou, em 1972, a Universidade dos Pés Descal-
ços, uma organização não governamental (ONG). Trata-se de um espaço de experimentação, 
no qual os papéis de professor e aluno se confundem num processo de cocriação, em que todos 
ensinam e todos aprendem sem autoridade e hierarquia, nem demarcações do método científico.
As ideias, as ações e os projetos desenvolvidos pela universidade impactam diretamente em áre-
as desconsideradas pelo Estado, no âmbito do planejamento regional e urbano. Entre as áreas 
e as ações desenvolvidas, estão: energia solar, água, educação, tratamentos de saúde, artesa-
natos rurais, motivação pessoal, comunicação, respeito às mulheres e cuidado com resíduos. O 
importante é repassar conhecimentos, melhorar a qualidade de vida das pessoas a partir de sua 
própria estrutura cognitiva.
Você sabe por que Roy buscou essa saída? Exatamente porque ele percebeu, diante de tanta 
miséria e tantas teorias científicas, que não havia correspondência entre elas e que era preciso 
mudar essa situação. De que forma? A partir do conhecimento das pessoas, rompendo, inclusive, 
a estrutura de castas e os níveis de compreensão da realidade decorrentes dessa estrutura.
Ainda há quem defenda que as comunidades beneficiárias dos projetos de empreendimentos imo-
biliários não têm contribuições para oferecer aos projetos. O mesmo pensamento ocorre em rela-
ção às políticas públicas: que os beneficiários não têm o que opinar sobre os destinos das ações e, 
consequentemente, do país. No entanto, a Universidade dos Pés Descalços demonstra claramente 
que as experiências pessoais, e não só os experimentos controlados, devem ser utilizadas como 
recursos para proposição de projetos e de instrumentos de orientação para políticas públicas.
Espera-se que as perspectivas sociais de planejamento estejam contribuindo para que você passe 
de uma atitude meramente perceptiva da realidade objeto do planejamento regional e urbano, 
para uma perspectiva dialógica, que busque novas soluções com prazos e responsabilidades 
diferenciados e baixo custo.
Tendência 3- Econômica: economia solidária
Você pensou como seria o planejamento regional e urbano se seguisse uma perspectiva econô-
mica regulada por princípios solidários?
A economia solidária difere dos processos e das relações econômicas habituais, por um lado, por 
considerar a solidariedade e não o lucro como motor da atividade econômica, sempre desenvol-
vida numa perspectiva comunitáriade autogestão, bem como a cultura e os hábitos de cada gru-
16 Laureate- International Universities
Planejamento regional e urbano
po na produção dos produtos e serviços; e, por outro lado, por constituir-se politicamente num 
movimento que prega um novo modelo de qualidade de vida, de planejamento e de organização.
No Brasil, as ações da economia solidária já se institucionalizaram no Ministério do Trabalho 
e Emprego (MTE), que vem desenvolvendo políticas, planos e programas nessa área, a fim de 
atender às demandas sociais da camada mais desfavorecida da população brasileira. O referido 
Ministério desenvolveu, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), um 
curso de capacitação à distância, coordenado por Tânia Zapata, Mônica Amorim e Paulo César 
Arns (2007), com objetivo de capacitar agentes públicos em desenvolvimento regional.
As diferentes formas de organização das atividades da economia solidária podem ser classifica-
das em projetos coletivos de: materiais recicláveis; consumo de produtos; instituições de crédito, 
como os bancos comunitários de desenvolvimento; agricultura familiar; agroecologia; e pres-
tação de serviços, como logística solidária. Pode-se constatar, com isso, que as atividades de-
senvolvidas no âmbito da economia solidária cobrem todas as etapas dos processos produtivos 
tradicionais: extração de matérias-primas, produção, distribuição, circulação, troca, consumo e 
disposição final.
A estrutura da economia solidária consiste, portanto, num sistema econômico que deveria ser 
incentivado para fins de desenvolvimento regional e urbano, bem como de redução de muitas 
tensões sociais, decorrentes da falta de emprego, profissionalização e geração de renda.
Nessa perspectiva, em que medida os projetos dos empreendimentos imobiliários consideram a 
dinâmica da economia solidária e sua inserção nas dinâmicas regionais e urbanas? A partir da 
descrição realizada anteriormente, se as etapas do ciclo de produção de associação de econo-
mia solidária forem identificadas, seus produtos e serviços podem ser agregados aos projetos de 
planejamento regional e urbano.
Como há uma dimensão política no processo da economia solidária, há necessidade de que se 
estabeleçam novos limites para sua integração ao sistema vigente, sem que, com isso, seja des-
caracterizada. O movimento já começou e precisa ser reconhecido como uma possibilidade de 
organização que, num futuro próximo, poderá se tornar significativa no contexto da economia e 
do planejamento regional e urbano no Brasil.
As perspectivas citadas e outras vigentes, mas que não serão objeto de discussão neste momento, 
podem ser fundamentadas na perspectiva de Amartya Sen (2000). O autor indiano declara que 
a falta de desenvolvimento resulta na ausência de oportunidades que propiciem o desenvolvi-
mento das liberdades fundamentais. Os Estados, por sua vez, deveriam criar condições para a 
liberdade, já que elas são um pressuposto para o desenvolvimento econômico. O planejamento 
regional e urbano também deveria garantir, por meio de políticas, planos, programas e proje-
tos, a liberdade necessária para os grupos que estruturam a sociedade, no sentido de viabilizar 
projetos e desejos.
O Estado, o mercado, o sistema jurídico, os partidos políticos, os meios de comunicação, os 
grupos de pressão e os fóruns de debates devem aumentar e garantir as liberdades fundamen-
tais dos indivíduos concebidos como receptores passivos das determinações estatais. Assim, o 
movimento de instituições, políticas, planos, programas e projetos governamentais indica ou não 
desenvolvimento, se o processo de concessão de liberdades individuais está avançando ou retro-
cedendo, bem como possibilitando que novas liberdades se manifestem por meio dos diferentes 
acessos aos espaços e bens de uso da coletividade.
17
NÃO DEIXE DE VER...
Para conhecer um pouco sobre o desenvolvimento territorial endógeno, veja o vídeo 
Desenvolvimento Local e Territorial (SEBRAE), disponibilizado pelo Serviço Brasileiro 
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Acesse: <http://tv.sebrae.com.br/
media/3Wu1W>.
Os arranjos produtivos locais e setoriais (APLS)
Em linhas gerais, os arranjos produtivos locais e setoriais (APLS) consistem numa ação de política 
industrial, desenvolvida para reduzir as desigualdades setoriais nas diversas regiões brasileiras. 
A metodologia dos APLS foi desenvolvida e implantada no Brasil pelo Sebrae. A ideia de “locais” 
refere-se à municipalidade onde o arranjo estará localizado, e a de “setoriais”, à atividade eco-
nômica que será objeto do projeto de arranjo produtivo. Assim, os APLS se organizam em três 
eixos: dinâmica do distrito; desenvolvimento empresarial e organização da produção; e eixo de 
informação e acesso aos mercados.
O sucesso de um projeto de APLS depende da integração da equipe de projeto e da equipe de 
governança local, que deverão investigar quais dos três eixos precisam ser melhorados e priori-
zados em termos de: dinâmica territorial local e regional, processos, produtos, serviços, infraes-
trutura e integração empresarial intersetorial. 
Esse tipo de divisão é importante, pois os agentes envolvidos nos processos produtivos não têm 
relação direta e tempo necessário para dedicar ao desenvolvimentos dos projetos e sua avalia-
ção. A metodologia para desenvolvimento de APLS pode ser assim organizada: definição dos 
eixos estruturantes e das ações e dos vetores de atuação.
•	 Definição dos eixos estruturantes:
 » o eixo 1, dinâmica de distrito, deverá verificar os setores econômicos que precisam 
ser dinamizados em termos sociais e institucionais, por meio da criação de mecanismos 
de governança democrática; 
 » o eixo 2, desenvolvimento empresarial e organização da produção, deverá 
voltar-se para as questões relativas à produção e à produtividade, produtos e serviços; 
 » o eixo 3, informação e acesso a mercados, inclui a parte relativa à comercialização 
da venda de mercadorias, produtos e serviços. 
Em todos os três eixos, serão necessários integrar os vetores de atuação definidos como: ações, 
atitudes e metas. A seguir, será definido o que significa cada um desses vetores no contexto dos 
APLS (SEBRAE, 2002, p. 46-47).
•	 Definição dos vetores de atuação:
 » Ações: são as modificações e os movimentos necessários para a efetiva implementação 
de um objetivo dos APLS. No eixo 1, as ações são de participação para formação 
da governança; no eixo 2, de gerência financeira e de produção das atividades 
dos projetos a serem implantados; no eixo 3, de análise e prospecção de mercado 
orientado para comercialização dos produtos certificados;
18 Laureate- International Universities
Planejamento regional e urbano
 » Atitudes: são comportamentos, procedimentos, processos e rotinas que os agentes 
envolvidos nos APLS devem incorporar, de modo recorrente e sistemático, ao cotidiano 
de suas atividades e relações, para garantir que as ações realizadas sejam mantidas 
e produzam os resultados esperados, tornando-se parte do movimento geral dos 
agentes da governança democrática do projeto;
 » Metas: são planos, programas e projetos decorrentes das ações, sustentadas pelas 
novas atitudes e elaboradas pelos atores, objetivando consolidar os processos e a 
sustentabilidade do programa.
Eixos
Vetor
Dinâmica do 
distrito
Desenvolvimento empresarial e 
organização da produção
Informação e acesso 
a mercados
Ações Participação Gerência financeira e da produção
Análise e prospecção 
de mercado
Atitudes Inclusão Qualidade e certificação Competitividade
Metas Lucidez Produtividade Internacionalização
Quadro 1 – Matriz de eixos × vetores dos APLS.
Fonte: Sebrae, 2004, p. 45.
Os resultados esperados para cada eixo devem ser objeto das ações dos membros da governan-
ça democrática, com o objetivo de estabelecer as ações emfunção dos resultados esperados ou 
projetados.
•	 Resultados esperados:
Eixo 1: no eixo “dinâmica de distrito”, são tratadas todas as atividades que dizem respeito 
aos agentes e projetos dos APLS, tais como a governança local, o relacionamento entre 
os projetos e a oferta de serviços para o setor em questão, a fim de que os resultados 
econômicos e financeiros sejam realísticos e tenham impacto direto sobre todos os setores 
envolvidos. Em termos de deliberação conjunta da governança democrática em três 
perspectivas:
Resultado 1: desenvolvimento do fórum distrital
O fórum municipal ou distrital deve se constituir num instrumento permanente de 
mobilização, divulgação, deliberação, consulta e democratização das atividades 
(problemas, ações e atividades) a serem desenvolvidas entre as partes interessadas.
Resultado 2: fortalecimento da cultura associativa
O fortalecimento da cultura associativa compreende todas as atividades que visam à 
integração das partes envolvidas, para produzir, comprar ou vender processos, produtos 
e serviços e articular ações.
Resultado 3: criação do centro de serviços
Assim que as partes envolvidas começam a se organizar melhor, a demanda por serviços 
especializados e focados no setor cresce. É próprio da dinâmica distrital ter uma ampla 
oferta de serviços conectados às demandas empresariais, e é necessário fomentar isso no 
programa.
19
Eixo 2: esse eixo de atuação trata das atividades e dos objetivos ligados ao desenvolvimento 
de processos, produtos ou serviços dos empreendimentos a serem desenvolvidos e dos 
já existentes. O eixo “desenvolvimento empresarial e organização da produção” deve 
trabalhar na parte interna da empresa. Enquanto o eixo 1 foca, primordialmente, no 
ambiente onde a empresa atua e no relacionamento entre empresários e instituições, o 
eixo 2 tem como objetivo trabalhar dentro de cada empresa para a melhoria de produtos, 
processos e gestão. Os resultados que devem ser atingidos neste eixo são:
Resultado 1: melhoria da gestão empresarial
Devem ser desenvolvidos projetos de gestão empresarial, com todos os integrantes dos 
APLS, a fim de adequar a administração dos empreendimentos aos padrões de qualidade, 
controle e monitoramento dos processos operacionais. Nessa perspectiva, a atenção deve 
se voltar para todas as necessidades dos integrantes dos APLS, ampliando sua visão do 
negócio e suas habilidades gerenciais. 
Resultado 2: melhoria da qualidade dos produtos e serviços
Além de trabalhar as habilidades específicas dos empresários, é preciso melhorar ou 
adequar os produtos das empresas e instituições integrantes dos APLS. Os produtos e 
serviços devem ser trabalhados em sintonia fina com o mercado que se pretende atingir.
Resultado 3: aumento da produtividade
A última perspectiva a ser é a produtividade. Na verdade, ela é praticamente um resultado 
da melhoria da gestão e do produto.
As atividades ou os produtos utilizados para atingir esses objetivos nem sempre fazem parte da 
carteira de produtos do Sebrae, sendo necessário nesses casos que equipes técnicas específicas 
sejam contratadas para o desenvolvimento dessas atividades de forma orientada, a partir das 
determinações e exigências dos membros do APLS. É essencial que o gestor do APLS tenha aces-
so a parceiros estratégicos que possam fornecer os serviços necessários à viabilização de cada 
objetivo. Assim, o objetivo de fortalecer a oferta de serviços para o APL possibilitará o desenvol-
vimento das empresas por ele abrangidas.
Eixo 3: no eixo “informação e acesso a mercados”, os APLS devem ter uma estrutura de 
pesquisa de mercado permanente, não somente na perspectiva técnica e científica, como 
também na comercial, para garantir escoamento da produção dos produtos, e atração de 
potenciais investidores e turistas para seus serviços, visando a uma taxa permanente de 
geração de emprego e renda. 
Resultado 1: informação e acesso a mercados
A inserção no mercado é a única maneira de trazer resultados concretos para as partes 
envolvidas e é fundamental para que a mobilização entre elas ocorra e continue como 
fator de adesão. 
Para que você tenha uma ideia do impacto em termos de planejamento regional e urbano na 
implantação de APLS, a Figura 2 estrutura o resultado da articulação do distrito na sua região 
de influência.
20 Laureate- International Universities
Planejamento regional e urbano
Eixo 3
Ei
xo
 2
Ações
Analise e
prospecção
de mercados
Atitudes
Competitividade
Resultados esperados no Eixo 3
Re
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do
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 2
Inform
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Acesso a novos
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Internacionalização do
Arranjo Produtivo Local
Metas
Internacionalização
Atitudes
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Ações
Particição
Ações
Gerência
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de produção
Atitudes
Qualidade e
certi�cação
Metas
Produtividade
Metas
Lucidez
Desenvolvimento
do Fórum Distrital
Fortalecimento da
Cultura Associativa
Criação de
centro de serviços
Resultados esperados no Eixo 1
Eixo 1
Dinâmica de Distrito
De
se
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 Em
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or
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ão
Figura 2 – Estrutura completa de um projeto de APLS.
Fonte: Sebrae, 2004, p. 55.
Veja na Figura 3 que o capital material, o capital social, os fornecedores, os clientes, os serviços 
coletivos e os privados resultantes de um projeto de APLS são alguns dos fatores de políticas de 
planejamento regional e urbano, e agentes indutores de localização de empreendimentos imo-
biliários.
SERVIÇOS PRIVADOS
BANCOS
TRANSPORTES
AGENTES
DESIGNERS
ATITUDE
CARACTERÍSTICA
CLIENTES
MERCADOS
CAPITAL SOCIAL
MERCADO DE TRABALHO
VALOR
ATITUDE
CONFIANÇA
SERVIÇOS COLETIVOS
ESCOLAS
ASSISTÊNCIA DE CATEGORIA
CENTROS DE SERVIÇOS
CONSÓRCIOS
FORNECEDORES
MATÉRIAS-PRIMAS
SEMI-ACABADOS
MÁQUINAS
ACESSIBILIDADE
TRANSPORTES
ÁREAS EDIFICÁVEIS
DEPURAÇÃO ÁGUAS
Subfornecedores Pesquisa
Produção
Marketing
Subfornecedores
Subfornecedores
CAPITAL MATERIAL
Ar t iculação de um distr i to
Figura 3 – Estrutura do processo de articulação regional de distrito bbjeto de APLS.
Fonte: Sebrae, 2004, p. 258.
21
No âmbito do capital material, projetos de acessibilidade e de transportes, áreas edificáveis e 
sistemas de controle e abastecimento de água induzem ao desenvolvimento do setor de em-
preendimentos imobiliários. No âmbito dos serviços coletivos, são necessários ambientes para 
desenvolvimento de inovação e de processos, produtos e serviços orientados para os APLS. Nota-
-se, assim, que uma verdadeira cadeia de atividades, processos, produtos, serviços, orientações 
de investimento e empreendimentos são necessários para o desenvolvimento local e regional, a 
partir dos APLS, conforme a Figura 4.
Figura 4 – Processo integrado de planejamento regional e urbano
Fonte: Shutterstock, 2015.
Nessa perspectiva, dá-se mais importância ao APLS, em função de ser o instrumento de desen-
volvimento regional que mais extensivamente se aplica como mecanismo de política industrial, e 
com melhor impacto regional em termos de difusão de inovações.
SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Metodologia de 
desenvolvimento de arranjos produtivos locais. Brasília: Sebrae, 2004. Projeto Pro-
mos/Sebrae/BID.
Essa publicação é referência nacional da metodologia de arranjo produtivo local e 
setorial.
NÃO DEIXE DE LER...
22 Laureate- International Universities
Planejamento regional e urbano
Espera-se que você tenha obtido uma boa compreensão das principais tendências relativas aoplanejamento regional e urbano, bem como que o conteúdo tratado tenha feito você refletir 
sobre o desenvolvimento de novas perspectivas para tomada de decisão na localização e no 
impacto dos empreendimentos imobiliários.
23
Síntese
•	 Neste capítulo, tratou-se das principais tendências atuais em discussão e que estão sendo 
utilizadas como políticas públicas, e da reação à ausência do Estado em algumas áreas 
consideradas não atendidas pela sociedade civil organizada, a partir das políticas públicas 
de planejamento regional e urbano no Brasil.
•	 No tópico 1, foi abordada a relação entre aspectos, impactos, passivos, danos e 
conflitos ambientais e seus impactos sobre os empreendimentos imobiliários. Na mesma 
perspectiva de avaliação ambiental estratégica dos impactos de políticas, as previsões 
legais relativas às variáveis devem servir de instrumento de planejamento e como critério 
de regionalização. 
•	 No tópico 2, discutiu-se a perspectiva do desenvolvimento científico tecnológico como 
uma das saídas para as desigualdades regionais e para a geração de emprego e renda. 
•	 No tópico 3, avançou-se na compreensão do desenvolvimento territorial endógeno 
como uma perspectiva neoliberal do Estado, a estabelecer um novo pacto de gestão de 
projetos, a partir da governança democrática. Paralelamente, foram discutidos alguns 
modelos alternativos que podem uma alternativa para organizar setores da sociedade não 
atendidos pelas políticas de planejamento regional e urbano do Estado.
•	 No tópico 4, se demarcaram as ações de planejamento regional e urbano, a partir de 
um dos instrumentos de política industrial, os arranjos produtivos locais e setoriais. Viu-
se que os arranjos produtivos têm um caráter sinérgico de desenvolvimento local com 
impactos regionais. A lógica dos arranjos produtivos segue, em parte, a metodologia do 
desenvolvimento territorial endógeno, entretanto os APLS estão orientados para micro 
e pequenas empresas em processo de integração intersetorial, e o DTE para iniciativas 
ainda em processo de reconhecimento de suas competências e habilidades para fins de 
associação ou cooperação.
Síntese
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Referências
BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Curso de capacitação à distância em desenvolvimen-
to territorial endógeno.
SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Metodologia de desen-
volvimento de arranjos produtivos locais. Brasília: Sebrae, 2004. Projeto Promos/Sebrae/
BID.
______. Desenvolvimento Local e Territorial. Disponível em: <http://tv.sebrae.com.br/
media/3Wu1W>. Acesso em: 26 jun. 2015.
SEN, Amartya. Desenvolvimento como Liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. 
Tradução de: Laura Teixeira Motta.
YUNUS, Muhammad. O Banqueiro dos Pobres. São Paulo: Ática, 2006. Tradução de: Maria 
Cristina Cupertino. 
ZAPATA, Tânia, AMORIM, Mônica, ARNS, Paulo César. Desenvolvimento territorial à dis-
tância. Florianópolis: SEaD/UFSC, 2007. 153 p., il.
Bibliográficas

Outros materiais