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PRINCÍPIOS TEÓRICOS 
 
PRINCÍPIO DA PROVENIÊNCIA 
Está ligado à origem do documento, ou seja, mesmo com a mesma tipologia, tratando de um mesmo 
assunto, há que se respeitar a origem do documento – princípio intimamente ligado ao organograma da 
instituição. 
De acordo com Marilena Leite Paes este é um princípio básico da arquivologia, segundo o qual devem 
ser mantidos reunidos, num mesmo fundo, todos os documentos provenientes de uma mesma fonte 
geradora de arquivo. O princípio da proveniência corresponde à expressão inglesa provenance e à 
francesa respect des fonds, também muito usada no Brasil. 
Quando o fundo é constituído de documentos de gêneros diversos como filmes, fotografias, desenhos e 
outros estes podem ser fisicamente armazenados em local diverso, desde que sejam feitas referências 
correspondentes no fundo ao qual pertencem. 
PRINCÍPIO DA INTEGRIDADE OU INDIVISIBILIDADE 
É a preservação sem dispersão, mutilação, alienação, destruição não autorizada ou adição indevida de 
arquivo. 
PRINCÍPIO DA UNICIDADE 
Princípio arquivístico segundo o qual a mesma informação contida em mais de uma espécie documental 
determina a preservação de um único exemplar. 
Os documentos de arquivo conservam seu caráter único em função do contexto em que foram 
produzidos. 
UNICIDADE DO DOCUMENTO 
Princípio arquivístico segundo o qual o documento produzido em mais de uma via ou cópia terá apenas 
uma delas preservada - o documento original. 
UNICIDADE DA INFORMAÇÃO 
Princípio arquivístico segundo o qual a mesma informação contida em mais de uma espécie documental 
determina a preservação de um único exemplar, observada a integralidade da informação e do suporte. 
 Em um arquivo, muitas vezes há a necessidade de vias ou cópias e documentos, mas isso 
é a exceção. A regra é sempre que um documento é único. As vias ou cópias existem apenas quando 
necessário e enquanto necessário. 
 PRINCÍPIO DA CUSTÓDIA INTACTA OU SANTIDADE / ORDEM ORIGINAL 
Princípio segundo o qual o arquivo deve conservar o arranjo dado pela entidade coletiva, pessoa ou 
família que o produziu. Este princípio enuncia que, considerando as relações estruturais e funcionais que 
presidem a origem dos arquivos, a sua ordem original deve ser mantida quando o mesmo for recolhido, 
pois garante sua organicidade. 
PRINCÍPIO DA ORGANICIDADE 
Os arquivos produzidos por entidade coletiva, pessoa jurídica ou física refletem a estrutura e as 
atividades da sua entidade mantenedora no contexto da organização dos conjuntos documentais. 
PRINCÍPIO DA CUMULATIVIDADE / NATURALIDADE 
Princípio segundo o qual o arquivo é uma formação orgânica, progressiva e natural. 
PRINCÍPIO DA PERTINÊNCIAPrincípio segundo o qual os documentos deveriam ser reclassificados 
por assunto sem ter em conta a proveniência e a classificação original. Também chamado princípio 
temático. 
 
 
 
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PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE 
Princípio segundo o qual os arquivos devem ser conservados em serviços de arquivo do território em 
que foram produzidos, exceto os documentos elaborados pelas representações diplomáticas ou 
resultantes de operações militares. Também conhecido como Princípio da Proveniência Territorial. 
 
RESUMO 
 
 
 
PRESERVAÇÃO, CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DE DOCUMENTOS 
 
Preservação: Em um sentido geral, trata-se de toda a ação que se destina à salvaguarda dos registros 
documentais. 
 Conservação Preventiva: É um conjunto de medidas e estratégias administrativas, políticas e 
operacionais que contribuem direta ou indiretamente para a conservação da integridade dos acervos e 
dos prédios que os abrigam. São ações para adequar o meio ambiente, os modos de acondicionamento 
e de acesso, visando prevenir e retardar a degradação. 
Conservação reparadora: Trata-se de toda intervenção na estrutura dos materiais que compõem os 
documentos, visando melhorar o seu estado físico. 
 Higienização: Trata da eliminação mecânica de todas as sujidades que se encontram nos documentos 
e dos agentes considerados agressores, tais como: os clipes oxidados ou não, os excrementos de 
insetos, os grampos metálicos, os itens generalizados utilizados como marcadores de páginas, as poeiras 
e, todos os elementos espúrios à estrutura física dos documentos. 
Restauração: Considerada como um conjunto de ações técnicas de caráter intervencionista nos 
suportes dos documentos, a restauração se propõe a executar o trabalho de reversão de danos físicos 
ou químicos que tenham ocorrido nos documentos ao longo do tempo. 
 
 
 
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PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO PAPEL 
 O conhecimento das principais características do papel, independente do seu tipo, ajuda a detectar e 
determinar eventuais problemas e, a escolher em cada caso o procedimento e os materiais mais 
adequados para seu tratamento. 
 
O ph 
 O ph é o valor que se usa para indicar o grau de acidez ou alcalinidade de uma substância, que é 
determinado pelo cálculo de íons de hidrogênio presente nela. Mede-se numa escala de 0 a 14, sendo o 
meio, 7, a neutralidade. Os valores de 0 a 6.9 indicam o grau de acidez, a partir dos 7.1 até o 14 o grau 
de alcalinidade. Os valores do ph podem variar com a temperatura. Um tratamento passa pelo processo 
de desacidificação do papel. 
Alguns tipos de deterioração 
 A preservação e a conservação de documentos em papel exigem um conhecimento amplo sobre as 
deteriorações que os atingem. 
Estas em geral são de naturezas diversas e, também costumam apresentar diferentes causas. 
Na maioria das vezes acarretam imperfeições capazes de, em determinados casos, gerarem a destruição 
total do documento ou peça. Assim, o conhecimento destas deteriorações determina diretrizes a serem 
seguidas para a realização de ações corretas quanto a conservação, bem como a adoção de medidas 
ideais de prevenção contra futuros danos. 
 Sujidades 
As sujidades são formadas por partículas e materiais estranhos depositados sobre os documentos, que 
interferem em seu aspecto geral e, por vezes, causam alterações em sua leitura, propiciando uma 
aparência de descuido com o documento. 
 Poeiras 
São os acúmulos de partículas que se depositam sobre a superfície dos papéis, que em decorrência dos 
tipos de elementos e materiais que as compõem, costumam favorecer diversas deteriorações. Como por 
exemplo, o aumento da umidade na superfície dos papéis e nos cortes superiores ou cabeça dos livros, 
possibilitando o desenvolvimento de microorganismos e o aumento dos efeitos de uma contaminação 
atmosférica, propiciando o surgimento de oxidações e acidificações. 
Gorduras 
O manuseio e a limpeza inadequadas geram o surgimento e o acúmulo de substanciais gordurosas sobre 
a superfície dos papéis. 
Estes depósitos de gordura podem oxidar com o passar do tempo e provocar o aparecimento de 
manchas que tentem a escurecer e amarelecer os papéis e, também favorecer um possível ataque 
biológico. 
Manchas 
As manchas têm as mais diversas causas. Afetam diretamente a integridade física e a aparência estética 
dos documentos. Aquelas provocadas por oxidações e por colas são as mais comuns. 
Devem ser tratadas adequadamente, eliminando as causas que as provocampara que não se 
transformem em deteriorações para os documentos. 
 Manchas de ferrugem 
As manchas de ferrugem nos papéis são geralmente provocadas pela oxidação de elementos metálicos 
aderidos e em contato com eles. Estes elementos podem ser grampos, clipes, fechos, etc que em 
determinadas condições de umidade oxidam e geram manchas de ferrugem nos papéis. 
 
 
 
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Manchas de cola 
São ocasionadas pelo uso incorreto de colas e também de fitas adesivas, tipo durex, impróprias aos 
papéis. Com o tempo o papel, que é higroscópico, absorve a cola ácida deste tipo de fita e, esta perde 
seu poder de adesão e se desprende do papel gerando manchas irreversíveis no mesmo. Por outro lado 
as colas não aconselhadas para atividades de conservação, podem provocar ou mesmo acelerar algumas 
reações químicas nos papéis como oxidações e mudanças de cor. 
Deformações 
Num sentido comum, as deformações que afetam os papéis enquanto suporte de documentos são 
provocadas devido a manuseios inadequados, como também em decorrência de intervenções incorretas. 
Um exemplo clássico são as dobras feitas nos cantos superiores de livros e documentos pra marcar a 
página de leitura. O correto é o uso de marcadores de papel de qualidade, criados para esta finalidade. 
Rasgos e rupturas 
Os rasgos são rompimentos em partes do papel e, não implicam necessariamente, em perdas. Podem 
ocorrer a partir de ações de manuseios e armazenamentos inadequados. Quando acontecem deixam a 
vista, suas fibras na margem do rasgo. O que irá viabilizar sua recomposição por meio de ações de 
conservação reparadora. As rupturas acarretam perdas de partes dos papéis e comprometem a 
integridade dos documentos. 
Auréolas 
São conhecidas como auréolas de umidade e, aparecem nos papéis (documentos) a partir da penetração 
de qualquer tipo de líquido, frequentemente, de água. Quando esta penetra no papel arrasta as 
sujidades e as partículas depositadas sobre ele, gerando o aparecimento de manchas e de áreas com 
tonalidades diferentes. Uma das causas é atribuída ao armazenamento de documentos em áreas 
excessivamente úmidas. 
Amarelecimento 
Entre algumas causas que geram o amarelecimento dos papéis (documentos), duas se destacam: 
1º) o grau de acidez do papel que pode gerar escurecimento, amarelecimento e fragilidade; 
2º) a luz que como é um dos principais agentes de degradação dos papéis, facilita o surgimento do 
processo de oxidação, que é acentuado quanto maior for a quantidade de lignina existente no papel. 
 Descoloração 
Trata-se da perda de intensidade da cor original do papel, como consequência imediata das ações dos 
raios UV e IR da luz. Os efeitos da luz (seja natural ou artificial) são cumulativos e tendem a aumentar 
com aumento do tempo de exposição. Assim a prevenção é reduzir ao máximo a exposição dos 
documentos e obras à luz. É sabido e aceito que o parâmetro ideal de intensidade de luz em exposições 
deve ser de 50 lux, valor obtido com o auxílio do equipamento luxímetro. 
 Biodeterioração 
Trata-se das deteriorações e deformações causadas por agentes biológicos, notadamente fungos, 
insetos e roedores. As causas destas deteriorações são decorrentes principalmente de dois fatores: 
 
 1º) a existência de alimentos nos componentes formadores do papel, como celulose, açucares e 
glicose. 
 
 2º) o encontro de ambientes adequados em termos de umidade e temperatura que favorecem a vida, o 
desenvolvimento e a reprodução destes agentes. Deste modo, a prevenção imediata é o controle dos 
parâmetros ambientais de UR e temperatura das áreas de guarda de acervos. 
 
 
 
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Fungos 
São microorganismos que se alimentam das substâncias orgânicas do papel. De modo geral, se 
desenvolvem em condições de umidade e temperatura elevadas. Os fungos possuem uns filamentos que 
podem promover alguns tipos de rasgos nos papéis. Porém, o pior dano são as manchas deixadas como 
resultado de sua atividade de metabolização das substâncias que os alimentam. Esta ação gera a 
ruptura da cadeia molecular da celulose, ocasionando sua fragilidade. Os ataques mais graves podem 
acarretar o apodrecimento e a perda total do papel. A disseminação dos fungos se dá através dos 
esporos (células reprodutoras), que são carregados por meio de diversos veículos, p.ex. correntes 
aéreas, gotas d’água, insetos, vestuários, etc. 
Foxing 
Trata-se de uma deterioração que se caracteriza pelo surgimento de manchas de cor castanha no papel 
(documento). Até hoje sua origem gera controvérsias. Há pesquisadores que pensam tratar-se de um 
microorganismo, porém outros defendem que são manchas originárias do processo de oxidação de 
impurezas metálicas que ficaram nos papéis durante sua formação. Este tipo de deterioração tende a 
aparecer em documentos que tenham ficado em contato direto com papeis ácidos, ou em obras que 
tenham sido emolduradas com cartões e papéis de baixaqualidade arquivística. 
 
Insetos 
Os insetos tal como os fungos alimentam-se de substâncias formadoras dos papéis, fundamentalmente a 
celulose. Desenvolvem-se em condições de umidade e temperatura elevadas e na ausência de luz. 
Roedores 
São geralmente perigosos. Além de atacarem os materiais documentais, tendem a atacar também o 
revestimento isolante dos condutores elétricos, favorecendo a instalação de sinistros. O aparecimento de 
roedores se dá devido a presença de resíduos de alimentos nas áreas de guarda de acervos. O hábito de 
levar e comer qualquer tipo de guloseimas nas áreas de guarda e consulta, deve ser combatido, tanto 
para aos funcionários quanto para os usuários dos acervos. 
 
AGENTES EXTERIORES QUE DANIFICAM OS DOCUMENTOS: 
Físicos (ambientais): 
Os agentes ambientais são exatamente aqueles que existem no ambiente físico do acervo: 
Temperatura, Umidade Relativa do Ar, Radiação da Luz, Qualidade do Ar. 
1. Luminosidade - Toda fonte de luz, seja ela natural ou artificial, emite radiação nociva aos 
materiais de acervos, provocando consideráveis danos através da oxidação. O papel se torna frágil, 
quebradiço, amarelecido, escurecido. As tintas desbotam ou mudam de cor, alterando a legibilidade dos 
documentos textuais, dos iconográficos e das encadernações. 
 
 
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O componente da luz que mais merece atenção é a radiação ultravioleta (UV). Qualquer exposição à luz, 
mesmo que por pouco tempo, é nociva e o dano é cumulativo e irreversível. A luz pode ser de origem 
natural (sol) e artificial, proveniente de lâmpadas incandescentes (tungstênio) e fluorescentes (vapor de 
mercúrio). Deve-se evitar a luz natural e as lâmpadas fluorescentes, que são fontes geradoras de UV. A 
intensidade da luz é medida através de um aparelho denominado luxímetro ou fotômetro. 
Algumas medidas podem ser tomadas para proteção dos acervos: 
• As janelas devem ser protegidas por cortinas ou persianas que bloqueiem totalmente o sol; essa 
medida também ajuda no controle de temperatura, minimizando a geração de calor durante o dia. 
• Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no controle da radiação UV, tantonos vidros de 
janelas quanto em lâmpadas fluorescentes (esses filmes têm prazo de vida limitado). 
 
2. Temperatura e umidade relativa - O calor e a umidade contribuem significativamente para a 
destruição dos documentos, principalmente quando em suporte-papel. O desequilíbrio de um interfere 
no equilíbrio do outro. O calor acelera a deterioração. A velocidade de muitas reações químicas, inclusive 
as de deterioração, é dobrada a cada aumento de 10°C. A umidade relativa alta proporciona as 
condições necessárias para desencadear intensas reações químicas nos materiais. Evidências de 
temperatura e umidade relativa altas são detectadas com a presença de colônias de fungos nos 
documentos, sejam estes em papel, couro, tecido ou outros materiais. 
Umidade relativa do ar e temperatura muito baixas transparecem em documentos distorcidos e 
ressecados. 
As flutuações de temperatura e umidade relativa do ar são muito mais nocivas do que os índices 
superiores aos considerados ideais, desde que estáveis e constantes. Todos os materiais encontrados 
nos acervos são higroscópicos, isto é, absorvem e liberam umidade muito facilmente e, portanto, se 
expandem e se contraem com as variações de temperatura e umidade relativa do ar. 
Essas variações dimensionais aceleram o processo de deterioração e provocam danos visíveis aos 
documentos, ocasionando o craquelamento de tintas, ondulações nos papéis e nos materiais de 
revestimento de livros, danos nas emulsões de fotos etc. 
 
MUITO IMPORTANTE: 
A adoção dos parâmetros recomendados por diferentes autores (de temperatura entre 15° e 22° C e de 
umidade relativa entre 45% e 60%) exige, nos climas quentes e úmidos, o emprego de meios 
mecânicos sofisticados, resultando em altos custos de investimento em equipamentos, manutenção e 
energia. 
A circulação do ar ambiente representa um fator bastante importante para amenizar os efeitos da 
temperatura e umidade relativa elevadas. 
A medição da temperatura se faz com o uso de termômetros, e a de umidade com higrômetros, 
podendo-se utilizar também o termoigrômetro (junção dos dois equipamentos). 
 
Químicos: 
1. Poluição atmosférica: representada pela poeira e fumaça. 
2. Tintas: a própria tinta utilizada para escrever nos documentos contribui para sua deterioração. 
3. Gordura e oleosidade: o manuseio dos documentos acaba por danificá-los. 
4. Objetos metálicos: devem-se evitar grampos, clipes etc, pois os mesmos tendem a enferrujar 
e danificar os documentos. A melhor opção é utilizar clipes de plástico. 
 
 
 
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Biológicos: 
1. Insetos: baratas, traças, brocas, cupins. 
O ideal é buscar auxílio com um profissional especializado na área de conservação de acervos para 
cuidar dos documentos atacados e outro profissional capacitado para cuidar do extermínio dos insetos. 
 
2. Microorganismos: fungos. 
Os fungos representam um grupo grande de organismos. São conhecidos mais de 100.000 tipos que 
atuam em diferentes ambientes, atacando diversos substratos. No caso dos acervos de bibliotecas e 
arquivos, são mais comuns aqueles que vivem dos nutrientes encontrados nos documentos. 
As medidas a serem adotadas para manter os acervos sob controle de infestação de fungos são: 
• estabelecer política de controle ambiental, principalmente temperatura, umidade relativa e ar 
circulante, mantendo os índices o mais próximo possível do ideal e evitando oscilações acentuadas; 
• praticar a higienização tanto do local quanto dos documentos, com metodologia e técnicas 
adequadas; 
• instruir o usuário e os funcionários com relação ao manuseio dos documentos e regras de higiene 
do local; 
• manter vigilância constante dos documentos contra acidentes com água, secando-os 
imediatamente caso ocorram. 
 
Observações importantes: 
• O uso de fungicidas não é recomendado; os danos causados superam em muito a eficiência dos 
produtos sobre os documentos. 
• Caso se detecte situação de infestação, chamar profissionais especializados em conservação de 
acervos. 
• Não limpar o ambiente com água, pois esta, ao secar, eleva a umidade relativa do ar, 
favorecendo a proliferação de colônias de fungos. 
• Na higienização do ambiente, é recomendado o uso de aspirador. 
Alguns conselhos para limpeza de material com fungos: 
• Usar proteção pessoal: luvas de látex, máscaras, aventais, toucas e óculos de proteção (nos 
casos de sensibilidade alérgica). 
• Luvas, toucas e máscaras devem ser descartáveis. 
 
3. Roedores: ratos. 
A presença de roedores em recintos de bibliotecas e arquivos ocorre pelos mesmos motivos citados 
acima. Tentar obstruir as possíveis entradas para os ambientes dos acervos é um começo. As iscas são 
válidas, mas para que surtam efeito devem ser definidas por especialistas em zoonose. O produto deve 
ser eficiente, desde que não provoque a morte dos roedores no recinto. A profilaxia se faz nos mesmos 
moldes citados acima: temperatura e umidade relativa controladas, além de higiene periódica. 
 
4. Homem: por utilizá-los constantemente e nem sempre observar a melhor forma de conservá-
los. 
 
 
 
 
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RESUMO 
 
 
 
PRESERVAÇÃO, CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DE DOCUMENTOS 
 
Cuidados gerais na conservação dos documentos: 
 
 
 
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Os livros de grandes dimensões devem ser guardados na posição horizontal, em estantes, evitando o 
empilhamento. 
 
Documentos em papel: 
 
1. As estantes e arquivos devem ser de metal pintado (para evitar ferrugem); 
2. Devem-se manter as mãos limpas ao manusear os documentos; 
3. Evitar qualquer tipo de comida junto aos documentos; 
4. Não utilizar fitas adesivas tipo durex e fitas crepes, cola branca (PVA) para evitar a perda de um 
fragmento de um volume em degradação. Esses materiais possuem alta acidez, provocam manchas 
irreversíveis onde aplicado; 
5. Não escrever nos documentos; 
6. Não dobrar as páginas; 
7. Não apoiar os cotovelos ou braços ao ler ou consultar; 
8. Não umedecer os dedos com saliva ou qualquer outro líquido; 
9. Para a remoção do pó das lombadas e partes externas dos livros, pode-se usar o aspirador com a 
escova circular especial para livros, adaptada com tecido de filó ou gaze, para maior proteção do 
documento; 
10. Para a limpeza das folhas, utilizam-se trinchas, escovas macias e flanelas de algodão; 
11. Durante a limpeza, removem-se grampos metálicos, etiquetas, fitas adesivas, papéis e cartões 
ácidos; 
12. Quando houver necessidade de observações nos documentos, utilizar lápis, que não agridem 
tanto o papel quanto as canetas, e ainda permitem eventuais correções, se necessário. 
 
 
 
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Fotografias: 
1. Devem receber proteção individual de boa qualidade; 
2. Devem ser manuseadas com as luvas de algodão e arquivadas em mobiliário de aço;3. Não forçar a separação de uma fotografia da outra; 
4. Escrever o necessário somente no verso, com lápis macio. 
 
Microfilmes: 
1. Devem ser armazenados em cofres, arquivos ou armários à prova de fogo e colocados em latas 
vedadas à umidade; 
2. Devem ser feitas duplicatas. 
 
Disquetes e CD-ROM: 
1. Usar os disquetes de boa qualidade; 
2. Manter os disquetes em local fresco, seco e longe do computador; 
3. Usar programas antivírus; 
4. Proteger o CD contra arranhões e poeira. 
 
Caixas de arquivo: 
1. Utilizar caixas de papelão ao invés das de plástico, pois estas últimas tendem a transpirar quando 
submetidas a altas temperaturas, observando que as mesmas deverão ser maiores do que os 
documentos que nelas estejam inseridos e utilizando, quando necessário, calços, evitando que os 
mesmos se dobrem dentro delas; 
2. Na identificação das caixas deve-se utilizar etiquetas autoadesivas impressas eletronicamente ou, 
na impossibilidade desta impressão, utilizando canetas hidrográficas ou esferográficas. 
 
Os documentos devem ser acondicionados em caixas–arquivo, produzidas em material inerte ou alcalino. 
A maioria das caixas e pastas disponíveis no mercado é feita de papéis e papelões ácidos. A acidez 
migra através do contato, ou seja, uma embalagem confeccionada com material ácido fatalmente irá 
passar a acidez para os documentos nela acondicionados. As caixas comerciais poderão ser usadas 
desde que as mesmas sejam revestidas com papel alcalino. 
 
Finalmente, cabe enfatizar que vistorias no acervo devem ser feitas periodicamente para revisá-lo e 
manter a limpeza, pois limpeza é um dos fatores prioritários de preservação e deve ser realizada em 
todas as fases do arquivamento. 
 
 
 
 
 
 
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IMPORTANTE! 
 
Todos os documentos deverão estar protegidos por um envelope de papel alcalino na cor branca, com 
identificação a lápis na parte superior à direita; o uso de lápis macio (6b) é recomendado para fazer 
anotações em documentos, sendo que o grafite é um material estável que não danifica o papel. 
 
Substituir os barbantes e elásticos por cadarços de algodão cru. Os barbantes e elásticos cortam e 
danificam a embalagem e os documentos acondicionados. Não superlotar as caixas arquivos, isto pode 
causar danos aos documentos quando forem retirados. Para preencher os espaços das caixas que não 
estiverem completamente cheias, deve-se utilizar cartões de espaçamento, confeccionados em materiais 
alcalinos. Somente no caso de sobra de espaço dentro das caixas, para evitar a deformação dos 
documentos. 
 
 
Lembre-se 
 
Acondicionamentos 
Os acondicionamentos são os itens de proteção mais próximos aos documentos, formando uma barreira 
contra os poluentes, a luz, a temperatura, a umidade relativa, o ataque biológico, e o manuseio. 
Cada situação requer uma análise e depende diretamente das condições em que se apresenta o 
documento. 
 
 
 
Natureza do 
DOcumento 
Tipo de 
Suporte 
Manuseio Guarda 
Estado de 
COnservação 
 
 
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Um bom acondicionamento depende de um bom projeto de design, deve utilizar materiais de qualidade 
arquivística (papel permanente/durável livre de qualquer impureza, quimicamente estável e resistente) e 
formar uma proteção contra o manuseio inadequado; deve, também, ser uma embalagem funcional e 
conter a identificação do conteúdo. 
 
Não Esqueça!!! 
Os materiais especiais como: discos, CDs, fitas cassete, fotografias, negativos, diapositivos, filmes 
(película), fitas VHS, umatik ou similar, discos ópticos, CD-Rom, disquetes, fitas magnéticas, etc devem 
ser recolhidos em depósitos climatizados, acondicionados e identificados por remissivas devidamente 
preenchidas em duas vias (uma fica no processo ou dossiê) e outra acompanha o documento original no 
depósito climatizado. 
 
Exemplo: remissiva de arquivamento de documentos especiais 
 
 
 
 
 
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Notação: Indicar a notação padrão da NOBRADE. Ex.: BR AN,BSB N8.38.1,p.304/545. 
Características: Descrever, sucintamente, o suporte (papel, metal, filme, fita magnética, tecido, etc.) e o 
tipo (mapa, planta, etc.). Ex: mapa de grande dimensão, em papel. 
Conteúdo: Indicar o teor do material. Ex: obra de engenharia; vista aérea de Brasília. 
Localização: Indicar o local de guarda do material não convencional, preenchendo o campo com o 
código de endereçamento constante no topográfico p. ex. depósito X, mapoteca 12, gaveta 2. 
Observação: Qualquer detalhe relevante relacionado à caixa. 
 
Rotina de limpeza nos depósitos de guarda 
 A limpeza deve ser feita em intervalos regulares, cuja frequência é determinada pela velocidade com 
que a poeira se acumula nos espaços de armazenagem. 
As prateleiras de metal, as mapotecas e todos os demais tipos de móveis de metal destinados ao 
armazenamento de documentos devem ser limpos com o auxílio de um pano limpo e com álcool. 
Deve-se evitar o uso de água como agente para estas limpezas. 
O piso das áreas de guarda de acervos deve ser limpo com produtos biodegradáveis não agressivos aos 
documentos e às pessoas que trabalhem na área. 
Usar sempre aspirador de pó, para não levantar poeira, e flanela seca para limpeza do mobiliário. 
Observar, durante a limpeza, se há excrementos de cupim, asas de insetos, túneis (galerias externas) e 
pequenos orifícios próximos às obras ou no piso no ambiente de guarda. 
 
Limpeza do assoalho: 
1. Para se evitar a umidade, é recomendável que não haja a entrada de água no arquivo, devendo-
se optar, para a limpeza do mesmo, panos úmidos e aspiradores, evitando-se inclusive a limpeza do piso 
com água. 
 
Higienização de documentos 
Corresponde à limpeza de superfície, ou seja, retirada de poeira e outros resíduos estranhos aos 
documentos. 
A higienização trata da eliminação mecânica de todas as sujidades que se encontram nos documentos e 
dos agentes considerados agressores, tais como os clipes oxidados ou não, os excrementos de insetos, 
os grampos metálicos, os elementos generalizados utilizados como marcadores de folhas, as poeiras, as 
partículas sólidas, e todos os elementos espúrios à estrutura física dos documentos. A consolidação do 
suporte consiste na recomposição das partes faltantes e na união dos rasgos e cortes, e a planificação 
consiste na correção de dobras e amassados. 
 
Materiais usados para limpeza de superfície 
A remoção da sujidade superficial (que está solta sobre o documento) é feita através de pincéis, flanela 
macia, aspirador e inúmeras outras ferramentas que se adaptam à técnica. 
• Pincéis: são muitos os tipos de pincéis utilizados na limpeza mecânica, de diferentes formas, 
tamanhos, qualidade e tipos de cerdas (podem ser usados com carga estática atritando as cerdas contra 
o nylon, material sintético ou lã); 
• Flanela: serve para remover sujidade de encadernações, por exemplo; 
• Aspirador de pó: sempre com proteção de bocal e com potência de sucção controlada; 
• Outros materiais usados paraa limpeza: bisturi, pinça, espátula, agulha, cotonete. 
 
 
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Materiais de apoio necessários para limpeza mecânica: 
• raladores de plástico ou aço inox; borrachas de vinil; 
• fita-crepe; 
• lápis de borracha; 
• luvas de látex ou algodão; 
• máscaras; 
• papel mata-borrão (papel muito absorvente); 
• pesos; 
• poliéster (mylar); 
• folhas de papel siliconado; 
• microscópios; 
• cola metilcelulose 
• lápis HB etc. 
 
 
 
Mesa de Higienização 
 
 
 
 
Já foi questão de prova: 
Com a utilização de pó de borracha, resultante da ação de ralar borracha plástica branca em um ralador 
de aço inox. Esta ação será efetivamente mais usada nos documentos impressos. Deve ser executada 
com o máximo de cuidado e sobre mesas de grande formato. Coloca-se um punhado desse pó de 
borracha sobre o documento e, com movimentos leves e circulares, partindo do centro para as bordas, 
executa-se a limpeza com o auxílio de uma boneca (espécie de chumaço feito com algodão e gaze). Este 
procedimento pode ser repetido tantas vezes quantas forem necessárias até a limpeza total do 
documento. Ao final este pó de borracha deve ser bem retirado com um pincel de pelos macios. 
 
 
 
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Retirada de grampos 
 
Principais operações de Conservação: 
 
1. Desinfestação: método de combate mais eficiente contra os insetos: fumigação. São utilizados 
produtos como Timol, DDT, fluoreto de sódio etc. 
 
2. Limpeza: fase posterior à fumigação. 
 
3. Alisamento: consiste em colocar os documentos em bandejas de aço inoxidável, expondo-os à 
ação do ar com forte porcentagem de umidade (90 a 95%), durante 1 hora, em uma câmera de 
umidificação. Em seguida, são passadas a ferro, folha por folha, em máquinas elétricas. Na falta 
desse equipamento usa-se o ferro caseiro. 
 
4. Encadernação e reencadernação: No documento que apresentar folhas soltas ou a 
encadernação estiver fragilizada, deverá ser feito o reforço. No caso de material mais recente, e 
tratando-se de encadernação de época, a obra deverá ser apenas acondicionada. 
 
Principais operações de Restauração: 
1. Banho de Gelatina: consiste em mergulhar o documento em banho de gelatina ou cola, o que 
aumenta a resistência, sem prejudicar a visibilidade e passagem dos raios ultravioletas e 
infravermelhos. 
 
2. Tecido: processo de reparação em que são usadas folhas de tecido muito fino, aplicadas com 
pasta de amido. 
 
3. Silking: utiliza tecido (crepeline ou musseline de seda) de grande durabilidade e o processo é 
semelhante ao do Tecido. 
 
 
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4. Laminação Mecanizada: processo em que envolve o documento, nas duas faces, com uma 
folha de papel seda e outra de acetato de celulose, colocando numa prensa hidráulica, sob 
pressão média de 7 a 8 kg/cm a uma temperatura entre 145 a 155º C. 
 
5. Laminação Manual: Igual a Laminação Mecanizada, porém não utiliza calor nem pressão, 
utiliza acetona que em contato com o acetato, transforma-se em camada semiplástica que, ao 
secar, adere ao documento, juntamente com o papel seda. 
 
6. Encapsulação: utiliza películas de poliéster e fita adesiva de duplo revestimento. É considerada 
um dos mais modernos processos de restauração de documentos. 
 
7. Planificação: é a prensagem do documento. 
 
 
Os documentos que apresentarem deformações devem ser planificados. 
 
 
 
 
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8. Montagem: compreende a reorganização das folhas conforme a sequência do original 
sobrepondo as folhas, obedecendo a ordem de numeração do original. 
 
9. Reintegração ou Reenfibragem: processo pelo qual partes perdidas da folha são 
reconstruídas com celulose nova. 
 
10. Reintegração cromática: é a cobertura com pigmento de cor e tom, próximos do original, em 
áreas de remendo ou reforço. Ela é feita com lápis-aquarela importado diretamente nas áreas em 
que é necessária uma homogeneidade entre o antigo e o novo, para compor a estética do 
documento. 
 
11. Costura: é feita em linha de algodão, em substituição aos grampos metálicos; 
 
12. Velatura: é um novo suporte em papel ou tecido, agregado ao original. Um reforço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESUMO 
 
 
O banho de gelatina, um componente da restauração de documentos, é um processo 
de reparação em que se utilizam folhas de tecido muito fino, aplicadas com pasta de 
amido. 
Gabarito: Errado 
 
 
Recomendações para a produção e o armazenamento de documentos de arquivo, elaborado 
pelo Conselho Nacional De Arquivos (CONARQ) 
As recomendações a seguir têm como objetivo possibilitar o planejamento de estratégias de guarda e de 
preservação de documentos de arquivo, de acordo com sua temporalidade e destinação. 
Estrutura 
A estrutura contempla seis princípios que devem ser observados para assegurar a preservação dos 
documentos de arquivo: 
• Produção e acesso 
• Áreas de Armazenamento 
• Condições Ambientais 
• Acondicionamento 
• Manuseio e transporte 
• Segurança 
 
 
 
 
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Produção e Acesso 
Nos processos de produção, tramitação, organização e acesso aos documentos, deverão ser observados 
procedimentos específicos, de acordo com os diferentes gêneros documentais, com vistas a assegurar 
sua preservação durante o prazo de guarda estabelecido na tabela de temporalidade e destinação. 
Alguns documentos, conforme as normas vigentes, deverão ser produzidos em formatos padronizados. 
Os documentos identificados nas tabelas de temporalidade e destinação como de valor permanente 
deverão ser produzidos em papéis alcalinos. 
Cabe acrescentar que: 
• Os papéis das capas de processos devem ser alcalinos; 
• As presilhas devem ser em plástico ou metal não oxidável; 
• As práticas de grampear e de colar documentos devem ser evitadas; 
• Os dossiês, processos e volumes devem ser arquivados em pastas suspensas ou em caixas, de 
acordo com suas dimensões. 
A informação deve estar adequadamente identificada, classificada e controlada, para que a localização e 
a devolução ao local de depósito sejam realizadas de forma ágil e sem riscos de danos ou extravios. 
Para que esses procedimentos sejam efetivos e possam assegurar a manutenção das condições de 
acesso, eles devem ser regularmente revistos. 
Áreasde Armazenamento 
Todos os documentos devem ser armazenados em locais que apresentem condições ambientais 
apropriadas às suas necessidades de preservação, pelo prazo de guarda estabelecido em tabela de 
temporalidade e destinação. 
Áreas Externas 
A localização de um depósito de arquivo deve prever facilidades de acesso e de segurança contra 
perigos iminentes, evitando-se, por exemplo: 
• áreas de risco de vendavais e outras intempéries, e de inundações, como margens de rios e 
subsolos; 
• áreas de risco de incêndios, próximas a postos de combustíveis, depósitos e distribuidoras de 
gases, e construções irregulares; 
• áreas próximas a indústrias pesadas com altos índices de poluição atmosférica, como refinarias 
de petróleo; 
• áreas próximas a instalações estratégicas, como indústrias e depósitos de munições, de material 
bélico e aeroportos. 
Áreas Internas 
O terreno destinado à construção de um edifício para arquivo deve ser seco, livre de risco de inundação, 
deslizamentos e infestações de térmitas. Assim, devem ser evitadas áreas propensas a perigos para a 
segurança e a preservação dos acervos, tais como: 
• proximidade com o mar, zonas pantanosas, rios ou locais sujeitos a inundações; 
• terrenos e subsolos úmidos; 
• regiões de fortes ventos e tempestades; 
• regiões de ventos salinos e com resíduos arenosos; 
• proximidade com indústrias que liberam poluentes; 
• proximidade com usinas químicas, elétricas e nucleares; 
• proximidade com linhas de alta tensão; 
 
 
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• proximidade com entrepostos de materiais inflamáveis e explosivos; 
• terminais de tráfego aéreo e terrestre; e 
• áreas de intenso tráfego sujeitas à trepidação, ruído e poluição. 
 
Áreas de Depósito 
Nas áreas de depósito, os cuidados devem ser dirigidos a: 
• evitar, principalmente, os subsolos e porões, em razão do grande risco de inundações, dando 
preferência a terrenos mais elevados, distanciados do lençol freático. No caso de depósitos em andares 
térreos, prever pisos mais elevados em relação ao solo e com boas condições de drenagem deste, pelas 
mesmas razões; 
• prever condições estruturais de resistência a cargas, de acordo com as Recomendações para a 
construção de arquivos, do CONARQ; 
• a área dos depósitos não deve exceder a 200 m2. Se necessário, os depósitos deverão ser 
compartimentados. Os compartimentos devem ser independentes entre si, separados por corredores, 
com acessos equipados com portas corta-fogo e, de preferência, também com sistemas independentes 
de energia elétrica, de aeração ou de climatização; 
• evitar tubulações hidráulicas, caixas d’água e quadros de energia elétrica sobre as áreas de 
depósito; 
• evitar todo tipo de material que possa promover risco de propagação de fogo ou formação de 
gases, como madeiras, pinturas e revestimentos; 
• aumentar a resistência térmica ou a estanqueidade das paredes externas, em especial daquelas 
sujeitas à ação direta de raios solares, por meio de isolamento. 
• térmico e/ou pintura de cor clara, de efeito reflexivo. Além dos recursos construtivos utilizados 
para amenizar as temperaturas internas, sempre que for possível, posicionar os depósitos nos prismas 
de menor insolação; 
 
IMPORTANTE: 
Nas áreas de depósito, os documentos devem ser armazenados separadamente, de acordo com o seu 
suporte e suas especificidades, a saber: 
• documentos textuais, como manuscritos e impressos; 
• documentos encadernados; 
• documentos textuais de grande formato; 
• documentos cartográficos, como mapas e plantas arquitetônicas; 
• documentos iconográficos, como desenhos, gravuras e cartazes; 
• documentos em meio micrográfico; 
• documentos fotográficos; 
• documentos sonoros; 
• documentos cinematográficos; 
• documentos em meios magnéticos e ópticos. 
• Os filmes em bases de nitrato e de acetato de celulose devem ser armazenados separadamente, 
de acordo com sua base e condição de preservação. 
 
 
 
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Condições Ambientais 
Quanto às condições climáticas, as áreas de pesquisa e de trabalho devem receber tratamento 
diferenciado das áreas dos depósitos, as quais, por sua vez, também devem se diferenciar entre si, 
considerando-se as necessidades específicas de preservação para cada tipo de suporte. 
A adoção dos parâmetros recomendados por diferentes autores (de temperatura e de umidade relativa) 
exige, nos climas quentes e úmidos, o emprego de meios mecânicos sofisticados, resultando em altos 
custos de investimento em equipamentos, manutenção e energia. 
Os índices muito elevados de temperatura e umidade relativa do ar, as variações bruscas e a falta de 
ventilação promovem a ocorrência de infestações de insetos e o desenvolvimento de microorganismos, 
que aumentam as proporções dos danos. 
Acondicionamento 
Os documentos devem ser acondicionados em mobiliário e invólucros apropriados, que assegurem sua 
preservação. A escolha deverá ser feita observando-se as características físicas e a natureza de cada 
suporte. A confecção e a disposição do mobiliário deverão acatar as normas existentes sobre qualidade 
e resistência e sobre segurança no trabalho. 
Os documentos de valor permanente que apresentam grandes formatos como mapas, plantas e 
cartazes, devem ser armazenados horizontalmente, em mapotecas adequadas às suas medidas, ou 
enrolados sobre tubos confeccionados em cartão alcalino e acondicionados em armários ou gavetas. 
Nenhum documento deve ser armazenado diretamente sobre o chão. 
As mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de computador, devem ser armazenadas longe de 
campos magnéticos que possam causar a distorção ou a perda de dados. O armazenamento será 
preferencialmente em mobiliário de aço tratado com pintura sintética, de efeito antiestático. 
Manuseio e Transporte 
O manuseio requer cuidados especiais, tanto pelos técnicos, durante o tratamento dos documentos, 
quanto pelos usuários, merecendo recomendações afixadas nas salas de trabalho e de consulta, a saber: 
• manusear os documentos originais com mãos limpas, de preferência fazendo uso de luvas. Além 
de luvas, os técnicos devem também utilizar guardapós, e máscaras para o manuseio de documentos. 
• utilizar também luvas e máscaras ao manusear fotografias, filmes, microfilmes, discos e suportes 
magnéticos e ópticos, considerando-se a fragilidade desses materiais e a necessidade de proteção dos 
usuários; 
• manusear documentos de grandes formatos em mesas de grandes dimensões; 
• utilizar escadas seguras, especialmente desenhadas para a retirada de documentos das estantes, 
bem como carrinhos, para o seu transporte entre o depósito e a sala de consulta, visando à segurança 
no trabalho e à integridade dos documentos; 
• transportar documentos entre seções, para exposições ou para empréstimos externos ou serviços 
de terceiros, como microfilmagem e conservação, seguindo procedimentos padronizados de embalagem, 
transporte e manuseio, visando à preservação e segurança dos documentos. 
Segurança 
Toda instituição arquivística deve contar com um Plano de Emergência escrito, direcionado para a 
prevenção contra riscos potenciais e para o salvamento de acervos em situações de calamidade com 
fogo, água, insetos, roubo e vandalismo. 
 
Este plano deve incluir: 
Um programa de manutenção do edifício, partindo de um diagnósticoprévio do prédio e de 
sua localização, para identificar: 
 
 
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Arquivologia 
 
• riscos geográficos e climáticos que possam ameaçar o prédio e o acervo; 
• vulnerabilidades do edifício, quanto à sua função de proteger os acervos; 
• níveis de vulnerabilidade dos materiais que compõem o acervo; 
• vulnerabilidades administrativas (ex.: seguro, segurança). 
 
Um plano de metas concretas e cronograma de prioridades para a eliminação do maior 
número possível de riscos: 
• inspecionar regularmente o prédio; 
Um plano de salvamento e de segurança humanos: 
• efetuar treinamentos e simulações periódicas de emergência. 
 
Um plano de salvamento de acervos (plano de emergência): 
• As instituições depositárias de acervos deverão ter um plano de emergência escrito para 
salvamento do acervo em casos de calamidade, atendendo às especificidades de seu acervo e às 
condições de localização do mesmo em suas dependências. 
 
 
 
 
Referências 
Este curso foi elaborado através de pesquisas na Legislação citada no mesmo; 
CONARQ - http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm 
Manual Técnico de Preservação e Conservação 
http://folivm.files.wordpress.com/2011/04/manual-an-bn-cnj-2011-c3baltima-versc3a3o-2p-folha.pdf 
Marilena Leite Paes: ARQUIVO – Teoria e Prática 
Galba Di Mambro: Sinalética em microfilmagem de documentos de arquivo

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