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FISIOLOGIA DA GESTAÇÃO Prof. Fábio H. B. Ximenes A Obstetrícia veterinária é dividida em : Estudo Clínico da gestação Diagnóstico da Gestação Patologia da Gestação Parto Patologia do Parto Operações Obstétricas Puerpério Patologia do puerpério Neonatologia Conceitos Básicos Obstetrícia – Obs = adiante; stare = manter-se Tocologia – Tokos = parto, logos = estudo Parto Eutócico: Eutocia – eu = bom tokos= parto Parto Distócico: Distocia – Dis = dificuldade Gestação Gestação = Intervalo compreendido entre a fecundação do óvulo e a expulsão do(s) feto(s). Gestação Aumento de volume do útero Alterações circulatórias, endócrinas, excretoras e do trato gastro-intestinal Hormônios da mãe e placenta Reconhecimento da presença do feto. Reconhecimento materno da gestação Blastocisto sinal do feto ausência de PG e manutenção do CL Ruminantes = produção de interferons pelo trofoblasto e Proteína B pela placenta. Suínos= estrógenos e interferons. Espécie Reconheci- mento daprenhez Começo da união Dias após ovulação União completa (dias após ovulação) Extensão da união Localização da 1ª associaçãomater-no-embrionária Tipo de placenta Bovino 16 - 17 28-32 40-45 extensa carúnculas uterinas (convexas) cotiledonária Ovino 12 - 13 14-16 28-35 10-12cm carúnculas uterinas (côncavas) cotiledonária Suínos 10 - 12 12-13 25 – 26 até 1 m pregas profundas na parede uterina difusa Eqüinos 14 - 16 35-40 95 – 105 6 a 7 cm faixa coriônica difusa (microcotiledonaria) FRAGILIDADE!!! Eqüinos = migração até 16 dias 3 proteínas Uteroferrina estrógenos ??? Prof. Rafael Gianella Mondadori UPIS – Faculdades Integradas Regulação hormonal da gestação Hormônios maternos Produção de hormônios maternos CL regride lentamente, menos em cadelas Éguas =desenvolvimento folicular = CL acessórios. Pode ovular ou não Hormônios da gestação ESTRÓGENOS ( feto e placenta) PROGESTERONA RELAXINA ( CL / Placenta) Importante próximo ao parto Estrógenos Estrógeno produzido pelo folículo (não prenhe) Estro= estrógenos diminuem ( de acordo com a onda folicular) Durante a gestação =↑ secreção Pico entre a metade e o final (égua e cadela) ou no final da gestação (outras espécies). Produzido principalmente pela placenta (desenvolvimento da mesma) Equinos ECG Bovinos Ação dos Estrógenos Hipertrofia das células da musculatura lisa uterina. Síntese de proteínas relacionadas com a contração (actina e miosina). Deposição de glicogênio nas células da musculatura lisa uterina (permitem a contração da musculatura junto com Ca). Produção de receptores para outros hormônios (Ocitocina necessita estrógeno) Preparo do endométrio para ação da progesterona. Preparo da Glândula mamária para ação da progesterona e prolactina. Preparo da sínfise púbica para a ação da relaxina. Progesterona Pico antes da metade da gestação na cabra, ovelha e cadela. Ações (depende de sensibilização pelo estrógeno): Alteração das glândulas endometriais favorecendo nutrição do embrião Bloqueio progestacional: queiscência uterina (bloqueio dos canais de Ca, impedindo as contrações uterinas). Ação na Glândula mamária (ácinos e ductos) Bovinos Cães Equinos Equinos Regreção cálices endometriais Relaxina CL e Placenta na maioria das espécies. Picos variáveis Ações no aparelho reprodutivo: Tornar maleável o ligamento da sínfise púbica, ampliando o canal do parto. Atua na cérvix – facilitando sua abertura. Atua no útero – inibindo a contração (inibe ocitocina). Atua na glândula mamária – inibindo a lactação. Hormônios produzidos pela hipófise anterior na gestação Hipófise anterior FSH – (Hormônio folículo estimulante): atuação ainda desconhecida nesta fase. LH - (Hormônio Luteinizante): constante mantendo o CL. Na espécie equina o ECG tb tem ação luteinizante. PROLACTINA: luteinizante, tem importância maior que o LH da metade para o fim da gestação e atua na lactação. Bovinos Cães Equinos Hormônio produzido pela hipófise posterior na gestação Ocitocina Produzida no hipotálamo e armazenada na hipófise. Ação na contração uterina e alvéolos mamários. Apresenta meia vida curta (até 24 horas durante o parto), depende de receptores produzidos pelos estrógenos. Alterações nos orgãos reprodutivos Vulva e vagina Durante a metade final da gestação – vulva torna-se altamente edemaciada e vascularizada. Durante a gestação – mucosa vaginal é pálida e seca, no final da gestação torna-se edemaciada e friável. Cérvix Durante a gestação – orifício externo ocluído Presença de muco altamente viscoso no canal cervical. Final da gestação liquefação e descarga do muco imediatamente antes do parto. Útero Durante a gestação – CL persistente – suspensão do estro Algumas vacas podem demonstrar cio durante o início da gestação. (estrógeno) Em éguas – desenvolvimento de folículos (10-15) entre 35 e 150 dias de gestação. Tanto o CL principal quanto os acessórios regridem por volta do 7º mês. (égua???) Ligamentos pélvicos Relaxamento ocorre durante a gestação, sendo mais acentuado próximo ao parto. É mais notado em vacas e ovelhas do que em éguas. Ação da relaxina e de altos níveis de estrógeno no fim da gestação. Secreções uterinas O útero sob ação de estrógeno e progesterona estimula secreções glandulares para a nutrição do embrião (glândulas endometriais) “leite uterino” é rico em proteínas e gordura (importante p/ égua e porca). Glândulas mamárias Estrógeno – desenvolvimento do tecido mamário. Progesterona – desenvolvimento de ductos e ácinos. Prolactina – inicia a lactação. Prática Trocar de roupa 10 minutos Placenta ou unidade feto placentária e membranas fetais LANDIM-ALVARENGA, 2006. Desenvolvimento placentário Cada espécie animal apresenta um tipo de ligação de seus anexos com o endométrio uterino . O tipo de placenta e a passagem imunológica que ela permite varia conforme a espécie animal. Carúnculas: epitélio diferenciado e as glândulas se abrem na região intercaruncular. A superfície do cório (embrião) tem também um epitélio superficial diferenciado (trofoblasto) que destrói o útero materno (fixação). Placenta Alongamento da vesícula: passagem dos anexos de um corno para o outro. Comum em animais não multíparos. Obs.3 : A placenta pode apresentar presença de placas glucogênicas de calcio (pequenas formações esbranquiçadas) Não são patogênicas. Obs.4 :Placentite: hemorragia, descolamento e expulsão do feto, geralmente por causa infecciosa. As 3 camadas persistem (epitélio uterino, tecido conjuntivo e endotélio do vaso materno) mais seletiva entre o fluxo sanguíneo e fetal; EX: égua, vaca e porca Ausência de epitélio uterino e tecido conjuntivo ( somente o endotélio separa sangue materno do tecido fetal) ; EX: cadela e gata 3 camadas ausentes trofoblasto livremente exposto ao sangue materno; EX: primatas e roedores. Espécie Padrão das vilosida des coriônicas Barreira materno fetal Perda de tecido materno no parto Porca difusa epiteliocorial Nenhuma (não deciduada) Égua difusa microcotiledonar epitélio corial Nenhuma (não deciduada) Ruminantes cotiledonar Sindesmo corial nenhuma (semi deciduada) Cadela/gata zonária endoteliocorial moderada (deciduada) Primatas discoide hemocorial extensa (deciduada) Espécie Padrão dasvilosidadescoriônicas Barreira materno fetal Perda de tecido materno no parto Porca Difusa incompleta epitelio corial Nenhuma(nãodeciduada) Égua difusa completa epitélio corial Nenhuma(nãodeciduada) Ruminantes Zonária - cotiledonar Sinepitélio corial Nenhuma(semi deciduada) Cadela/gata Zonária – circular Endoteliocorial moderada (deciduada) Primatas Zonária - Discoidal Hemocorial extensa (deciduada) Ruminantes Nos ruminantes a destruição é muito pequena, une-se epitélio do trofoblasto com epitélio materno sobre as carúnculas (cotilédones) . Em bovinos a carúncula é convexa, em ovelha ela é côncava. Os cotilédones se encaixam sobre as carúnculas formando o placentoma (ou placentônio). Ruminantes O número de carúnculas é maior principalmente em fêmeas de primeira cria. Quantidades de placentomas nas diferentes espécies: Bos taurus 88 placentomas Bos indicus 56 placentomas Bubalus bubalis 102 placentomas Pequenos ruminantes 120 placentomas *** Clones Ruminantes Placenta zonária cotiledonar. Presença de cotilédones (pertencentes aos anexos embrionários) e de carúnculas (parte do endométrio) que se ligam firmemente, fundindo-se através das vilosidades do corion. Após o parto há a eliminação dos lóquios (mistura de células uterinas e sangue), demonstrando presença de lesão tecidual. Cotiledonária Cotiledonária Eqüinos Placenta difusa completa Epiteliocorial. Suínos Placenta difusa incompleta (pontos difusos que se ligam ao endométrio) Cadela e gata Placenta zonária circular Endoteliocorial, destrói o epitélio materno Pequena chance de passagem de imunoglobulinas Zonária Mulher e macaco Placenta zonária discoidal Hemocorial: cório destrói o endotélio Discóide Funções da placenta A placenta desempenha múltiplas funções, substituindo o TGI, pulmão, fígado, rins e glândulas endócrinas. Separa o organismo materno do fetal, assegurando: desenvolvimento, respiração, nutrição, eliminação de metabólitos, filtração, secreção de hormônios, imunidade parcial em carnívoros. Hormônios produzidos pela placenta Estrógenos e Progesterona hCG( Gonadotrofina Coriônica Humana): Ação luteotrófica (semelhante ao LH), mantém o CL em primatas eCG/PMSG (Gonadotrofima Coriônica Equina/Gonadotrofina Sérica de Égua Prenhe): Ação semelhante ao FSH, estimula a formação de CL acessórios em égua, é produzido nas células do cálice endometrial por volta dos 40 dias de gestação. Hormônios produzidos pela placenta LP (Lactogênio Placentário):Regula o transporte de nutrientes da fêmea para o feto. Relaxina: Parece possuir ação luteotrófica (semelhante LH) Proteína B da gestação: Reconhecimento materno da gestação. Anexos fetais O saco vitelínico é ligado ao embrião pelo ducto vitelo-intestinal. O embrião engole água do saco aminiótico; e urina dentro do saco alantóide com isso esse saco vai crescendo e envolvendo o feto. Anexos fetais A cavidade uterina limita o crescimento das membranas. Nos bovinos a extensão placentária permite o nascimento de gêmeos, nos eqüinos não, os fetos morrem por falta de extensão placentária. O cório e o alantóide são vascularizados, o amnio não tem vascularização. Líquidos fetais Amniótico Origem: urina fetal , secreções do trato respiratório, secreções de cavidade oral Composição: solução de particulas suspensas, baixos níveis de K+, Mg++, creatinina, glicose, uréia, altos níveis de Na, Cl, P2 e frutose, enzimas, ferro, placas amnióticas, células Funções: proteção contra choques externos, impede aderências entre o feto e membranas, auxilia na dilatação da cervix e lubrifica a passagem no parto. Líquidos fetais Alantóide Origem: urina fetal , atividade secretora da membrana alantóide Composição: baixos níveis de Na+, Cl-,P+++, glicose, altos níveis de K+, Mg++, Ca++, frutose, creatinina, ácido úrico e uréia. Funções: depósito de excretas fetais que não podem ser rapidamente transferidos para a mãe, manutenção da pressão osmótica do plasma fetal. Circulação fetal Os pulmões são inativos. Sangue oxigenado chega ao endométrio atingindo a veia umbilical. Passa pelo ducto venoso, chega ao átrio E e D, aorta e sai pela artéria umbilical. O ducto venoso, a crista divergens, o forame oval e o ducto arterioso desviam sangue oxigenado do fígado, ventrículo direito e pulmões. Duração da gestação Fatores que influenciam a duração da gestação: Raça: as puras apresentam tempo maior de gestação 2. Sexo do Feto: Machos apresentam tempo maior de gestação (nas espécies monotócicas) 3. Gemelaridade: menor tempo de gestação nas grandes espécies (distensão do útero e produção de corticóides). 4. Idade da mãe: fêmeas mais velhas apresentam maior tempo de gestação ( talvez por diferenças metabólicas e hormonais). 5. Tamanho e número de fetos: quanto maior o número de fetos menor o tempo de gestação 6. Estação do ano: maior quantidade de alimento, menor tempo de gestação Fatores que podem abreviar a gestação: Gestação gemelar (fêmeas monotócicas). Estresse ( Liberação de cortisol que inicia o trabalho de parto). Regressão precoce do CL Medicamentos como corticosteróides, prostaglandinas e estrógenos ou desequilíbrio nas proporções entre hormônios estrogênicos e progestacionais. Traumatismos Fatores que podem prolongar a gestação: Deficiências nutricionais Fatores genéticos Medicamentos como: Progestágenos, Andrógenos, Inibidores de Prostaglandina (AI). Alterações fetais: Hipófise (anencefalia e hipoplasia de hipófise) e Adrenal ( aplasia e hipoplasia) Formas especiais de gestação SUPERFECUNDAÇÃO. Fêmeas com estro prolongado que são cobertas por um ou vários machos (ninhadas maiores do que o previsto para a raça) SUPERFETAÇÃO. Animal com estro e cobertura durante a gestação. Pode ocorrer em eqüinos, suínos e felinos. GESTAÇÃO MÚLTIPLA PATOLÓGICA. GESTAÇÃO EXTRA UTERINA OU ECTÓPICA Pode ser ovárica, tubárica(comum em humanos), abdominal (peritonial). Geralmente é inviável e extremamente rara em animais.
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