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AULAS 9 e 10- SEMINÁRIOS INTEGRD. LING. PORTG.

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AULA 9 – LITERATURA BRASILEIRA
História, literatura, cultura e identidade
	A história como conhecimento é sempre uma representação do passado e toda fonte documental para produzir esse conhecimento também o é.Sejam as narrativas, históricas, literárias ou outras, elas constroem uma representação acerca da realidade.
	Assim, procura-se compreender a produção e a recepção dos textos, entendendo que a escrita, a linguagem e a leitura são indivisíveis e estão contidas no texto, que é uma instância intermediária entre o produtor e o receptor, articuladora da comunicação e da veiculação das representações. Ou seja, há uma tríade a considerar na elaboração do conhecimento histórico, composta pela escrita, o texto e a leitura.
Afinal, o que é o texto?
	O texto, antes de mais nada, é um produto. Nasce do trabalho humano e é dele testemunho material das suas vivências, sejam elas humanas, sociais, históricas ou artísticas. É testemunho do esforço de criação individual, dos condicionamentos sociais, das dimensões culturais, das condições econômicas, dos conflitos éticos e das contradições políticas, que configuram o espaço em que foi gerado e publicado.
	A literatura, enquanto resultado da produção intelectual e artística de um indivíduo histórico, tem que ser entendida como um processo histórico, a um só tempo político e filosófico; semiótico e linguístico; individual e social. Desse modo, não pode estar apenas no texto, como não está no autor, nem no leitor. Ela constitui-se numa dinâmica que a todos envolve e compromete, numa unidade de movimento intensamente dialética.
	O real da literatura é, então, um processo que envolve atores historicamente situados em contextos sociais claramente definidos. 
	O real Dom Quixote é aquele que se instaura a cada ato de leitura. Para cada leitura haverá um Dom Quixote diferente, sem deixar de ser essencialmente o mesmo.
	A cada leitura, na tramada dialética que se estabelece entre leitor, texto e autor, constitui-se uma realidade histórica e social inédita.
	A leitura constitui-se numa experiência em relação a uma realidade histórica distinta, originada em um indivíduo e sua inserção social e cultural.
	Nesse contexto, o propósito dessa comunicação é abrir uma perspectiva para refletir o ensino de literatura aliada à questão do ensino-aprendizagem de leitura.
	O leitor lê através de uma língua que não lhe pertence; entende-a, partindo de uma escala de valores que é social; articula suas significações segundo uma malha ideológica que é obra histórica.
	Mais especificamente ao ensino de leitura como processo discursivo, considerando o aspecto cultural para a aquisição da leitura, num possível entrelaçamento do literário com o social.
	A literatura como arte reflete as representações da cultura de um povo e a língua, obviamente, é uma das formas de manifestar a cultura. A dissociação entre língua e cultura é uma das problemáticas que precisa ser desmistificada.
	A literatura é um dos domínios da língua. Portanto, seu conhecimento se faz necessário à competência global da língua. Como instrumento de comunicação entre os indivíduos, a língua carrega também a representação cultural, no sentido que engloba outros elementos, a expressão literária.
	
	O conhecimento da língua não é suficiente para a leitura se efetivar. Deve-se encarar a ideia de literatura e de leitura como um ato interativo de compreensão do mundo. Desse modo, ler é um trabalho de construção de significado e atribuição de sentidos, mediante a utilização de elementos linguísticos, mas também de reconhecimento de atividades culturais e históricas que englobam, entre outros pontos, a perspectiva de onde se enuncia e a intencionalidade das formas escolhidas.
	
Descobrimento – A carta de Pero Vaz de Caminha
	As primeiras manifestações literárias sobre a América estão delimitadas pelo seu caráter informativo. Expressam, sem maiores intenções artísticas, os contatos do europeu com o novo mundo.
	São documentos a respeito das condições gerais da terra conquistada. Neles se descrevem os problemas, as prováveis riquezas, as lutas de dominação, a paisagem física e humana etc. Dentro da tradição utópica do Renascimento, a América surge como o paraíso perdido, local de maravilhas e abundâncias.
	Considerada a primeiríssima obra da literatura brasileira e um dos principais documentos históricos que explicam a origem deste país chamado Brasil, a carta de Pero Vaz de Caminha é um texto que deve ser lido e relido por todas as gerações de brasileiros.
	Verdadeiro homem do Renascimento, o escrivão da frota lusa transforma a carta num monumento de curiosidade antropológica e de abertura intelectual à diversidade.
	O crítico Sílvio Castro aponta alguns dos aspectos mais significativos do texto:
A atenção objetiva pelos detalhes;
A simplicidade no narrar os acontecimentos;
A disposição humanista de tentar entender os nativos;
A capacidade de maravilhar-se;
	O quinhentismo, século XVI
Representa a fase inicial da literatura brasileira, pois ocorreu no começo da colonização. Representante da Literatura Jesuíta ou de Catequese, destaca-se Padre José de Anchieta com seus poemas, autos, sermões cartas e hinos.
O objetivo principal deste padre jesuíta, com sua produção literária, era catequizar os índios brasileiros. Nesta época, destaca-se ainda Pero Vaz de Caminha, o escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral.
Através de suas cartas e seu diário, elaborou uma literatura de informação (de viagem) sobre o Brasil. O objetivo de Caminha era informar o rei de Portugal sobre as características geográficas, vegetais e sociais da nova terra.
Barroco, século XVII
	Essa época foi marcada pelas oposições e pelos conflitos espirituais. Esse contexto histórico acabou influenciando na produção literária, gerando o fenômeno do barroco. As obras são marcadas pela angústia e pela oposição entre o mundo material e o espiritual.  Metáforas, antíteses e hipérboles são as figuras de linguagem mais usadas neste período.
Podemos citar como principais representantes da época:	
Bento Teixeira, autor de Prosopopéia
Gregório de Matos Guerra (“Boca do Inferno”), autor de várias poesias críticas e satíricas
Padre Antônio Vieira, autor de Sermão de Santo Antônio aos Peixes
Neoclassicismo ou Arcadismo (século XVIII)
	O século XVIII é marcado pela ascensão da burguesia e de seus valores. Esse fato influenciou na produção das obras desta época. Enquanto as preocupações e conflitos do barroco são deixados de lado, entra em cena o objetivismo e a razão. A linguagem complexa é trocada por uma linguagem mais fácil.
	Os ideais de vida no campo são retomados (fugere urbem = fuga das cidades) e a vida bucólica passa a ser valorizada, assim como a idealização da natureza e da mulher amada.
	As principais obras desta época são:
Obra Poética, de Cláudio Manoel da Costa
O Uraguai, de Basílio da Gama
Cartas Chilenas e Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga
Caramuru, de Frei José de Santa Rita Durão
Romantismo (século XIX)
	A modernização ocorrida no Brasil, com a chegada da família real portuguesa em 1808, e a Independência do Brasil em 1822 são dois fatos históricos que influenciaram na literatura do período. 
	Como características principais do romantismo, podemos citar: individualismo, nacionalismo, retomada dos fatos históricos importantes, idealização da mulher, espírito criativo e sonhador, valorização da liberdade e o uso de metáforas.
	As principais obras românticas que podemos citar:
O Guarani, de José de Alencar
Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães
Espumas Flutuantes, de Castro Alves
Primeiros Cantos, de Gonçalves Dias
Realismo ou Naturalismo (segunda metade do século XIX)
Na segunda metade do século XIX, a literatura romântica entrou em declínio, juntos com seus ideais. Os escritores e poetas realistas começam a falar da realidade social e dos principais problemas e conflitos do ser humano.
	Como características desta fase, podemos citar: objetivismo, linguagempopular, trama psicológica, valorização de personagens inspirados na realidade, uso de cenas cotidianas, crítica social, visão irônica da realidade.
	O principal representante desta fase foi Machado de Assis, com as obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro e O Alienista. Podemos citar ainda como escritores realistas Aluisio de Azedo, autor de O Mulato e O Cortiço, e Raul Pompéia, autor de O Ateneu.
	O Romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, publicado em 1881, marca sua transição para o Realismo, mostrando mais maturidade no estilo de análise do psicológico.
Parnasianismo (final do século XIX e início do século XX)
	O Parnasianismo buscou os temas clássicos, valorizando o rigor formal e a poesia descritiva. Os autores parnasianos usavam uma linguagem rebuscada, vocabulário culto, temas mitológicos e descrições detalhadas. Diziam que faziam a arte pela arte.
	Graças a esta postura, foram chamados de criadores de uma literatura alienada, pois não retratavam os problemas sociais que ocorriam naquela época. Os principais autores parnasianos são: Olavo Bilac, Raimundo Correa, Alberto de Oliveira e Vicente de Carvalho.
Simbolismo (fins do século XIX)
	Esta fase literária inicia-se com a publicação de Missal e Broquéis de João da Cruz e Souza. Os poetas simbolistas usavam uma linguagem abstrata e sugestiva, enchendo suas obras de misticismo e religiosidade.
	Valorizavam muito os mistérios da morte e dos sonhos, carregando os textos de subjetivismo. Os principais representantes do simbolismo foram: Cruz e Souza e Alphonsus de Guimaraens.
Pré-Modernismo (1902 até 1922)
Este período é marcado pela transição, pois o modernismo só começou em 1922 com a Semana de Arte Moderna.
A época é marcada pelo regionalismo, positivismo, busca dos valores tradicionais, linguagem coloquial e valorização dos problemas sociais.
Os principais autores deste período são: Euclides da Cunha (autor de Os Sertões), Monteiro Lobato, Lima Barreto, autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma, e Augusto dos Anjos.
Modernismo (1922 a 1930)
	Este período começa com a Semana de Arte Moderna de 1922. As principais características da literatura modernista são: nacionalismo, temas do cotidiano (urbanos), linguagem com humor, liberdade no uso de palavras e textos diretos.
	Principais escritores modernistas: Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Cassiano Ricardo, Alcântara Machado e Manuel Bandeira.
Fonte: http://www.suapesquisa.com/literaturabrasil/
Neo-Realismo (1930 a 1945)
Fase da literatura brasileira na qual os escritores retomam as críticas e as denúncias aos grandes problemas sociais do Brasil. Os assuntos místicos, religiosos e urbanos também são retomados.
Destacam-se as seguintes obras: Vidas Secas, de Graciliano Ramos; Fogo Morto, de José Lins do Rego; 
O Quinze, de Raquel de Queiróz; e O País do Carnaval, de Jorge Amado.
Os principais poetas dessa época são: Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade e Cecilia Meireles.
AULA 10 - TEORIAS DA LINGUIAGEM - REVISÃO TEÓRICA
Ao final desta aula, você será capaz de:
1 - Reconhecer a importância de algumas teorias linguísticas para o ENADE de Letras;
2 - Refletir sobre a importância de se entender esses processos;
3 - Relacionar teorias diferentes a respeito do tema;
4 - Verificar questões metodológicas para o ensino a partir dessas teorias.
A noção de ciência e a linguística como ciência interdisciplinar
RESUMO
Em outras palavras, precisamos construir para nós um saber caracterizado por ser um conhecimento produzido por outros e que nós de algum modo adquirimos, constituindo uma espécie de arquivo do conhecimento científico, do discurso da ciência.
Conforme Guimarães e Orlandi (2006, p. 143), dois termos devem nortear, num primeiro plano, o processo do conhecimento via ciência: tradição e inovação.
A distinção entre ambos deve ser clara e consciente, a fim de saber o que já foi produzido dentro de determinado domínio científico e, consequentemente, identificar o que pode ser um dado novo para a reflexão.
Faz-se relevante conhecer e reconhecer quais teorias estão em voga, as que já estiveram, quais os possíveis pontos de contato entre elas, seus procedimentos, métodos, abordagens etc.
A noção de ciência e a linguística como ciência interdisciplinar
Considerando a linguística como ciência, deve-se distinguir a história da linguística da linguística histórica.
1. A primeira, segundo Faraco (1991), facilita a percepção mais ampla da construção da disciplina dentro da história.
2. A segunda deve ser “compreendida como a reflexão sobre as mudanças das línguas no eixo do tempo” desde o fim do século XVIII.
Desde então, o linguista vê dois grandes períodos da linguística histórica:
De 1786 até a publicação do movimento dos neogramáticos em 1878 – método comparativo.
De 1878 até os dias de hoje – período de tensão entre uma linha imanentista, continuadora do pensamento neogramático que deságua no estruturalismo e, depois, no gerativismo;
	Outra linha, fundada na sociolinguística e na dialetologia, que vê a mudança como articulada no contexto social em que os falantes estão inseridos. Hodiernamente, tende-se a considerar que os estudos linguísticos devem levar em conta várias teorias, pois há diversos pontos de contato.
	Um exemplo disso é que diversas teorias consideradas modernas, como o funcionalismo, só emergiram em vista de considerações a partir do estruturalismo de Saussure ou das concepções daqueles que tratavam da mudança linguística, entre outros. Assim, torna-se convincente o argumento de que é deveras importante conhecer várias teorias linguísticas – senão todas –, mesmo que incipientemente, a fim de que a pesquisa seja feita de maneira mais consciente e consistente.
O profissional
	O pesquisador/ professor precisa conhecer os diversos estudos sobre o tema, baseado nas diversas teorias linguísticas. Além de formar o estudioso crítico, desenvolve-se o que se chama de cultura linguística.
	Posteriormente, poder-se-á, além de escolher as teorias linguísticas com que se deve trabalhar, lidar com mais segurança e competência, pois se conhecem as raízes dos estudos daquele tema e seus problemas através da história.
	
Teorias funcionalistas
	Então, com a leitura do material em PDF, pudemos chegar a duas conclusões:
A teoria funcionalista é recente e por isso ainda ocupa lugar de potencial destaque nos estudos linguísticos, por dialogar com teorias discursivas que consideram a língua um instrumento comunicativo e de interação;
	É outra teoria que oriunda de divergências e comparações com o estruturalismo de Saussure, uma vez que defende certas divergências com a escola saussuriana, principalmente no que concerne à língua, à arbitrariedade do signo (teorias da mudança), entre outros diversos aspectos.
	
As linguísticas enunciativas e discursivas – a concretização dos estudos da parole
	As linguísticas enunciativas possuem o fundamento comum de existirem em oposição à linguística da língua, com o desejo de estudar, principalmente, os fatos de “fala”. Por sua vez, as chamadas linguísticas discursivas pretendem realizar uma análise além dos limites da frase. As principais representações dessas teorias residem na análise da conversação, na análise do discurso e na linguística textual.
	Entende-se, canonicamente, por enunciação “este colocar em funcionamento a língua por um ato individual de utilização”, conforme Benveniste (1989, p. 82). Já Maingueneau (1998, p.53) afirma ser o “pivô da relação entre a língua e o mundo”.
	Todavia, as origens dos estudos enunciativos reportam às primeiras décadas do século XX com Charles Bally e Mikhail Bakhtin, mas foram calados pela emergência da teoria estruturalista de Saussure, que passou a dominar os estudos linguísticos na mesma época.
	No que tange à análise da conversação, o texto de Grice (1975, apud Dascal, 1982, p. 81-103) inova os estudos linguísticos com a teoria das máximas conversacionais, tão relevantes paratrabalhos posteriores de análise da conversação.
	Vale salientar que autores como Kato (1986), por exemplo, ainda o citam quase que quarenta anos depois de sua primeira publicação.
	Já os autores de Sistemática elementar para a organização da tomada de turnos para a conversa (p. 11-73) tratam, seminalmente, da tomada de turnos na conversação: propõem, através de exemplos de gravações da fala espontânea, um modelo de regras corrente na conversação. O que há em comum entre ambos os textos é o fato de tomarem o texto falado como instrumento de análise e não darem conta do escrito.
	
Discurso de linha francesa
	Já a análise do discurso de linha francesa, além de analisar a língua em sua situação de uso, engloba outros fatores extralinguísticos tais como ideologia, cultura, política, o sujeito etc. A esse respeito, posicionam-se Paveau e Sarfati (2006, p. 202): O termo análise do discurso tem origem na tradução de discourse analysis, expressão construída por Harris (1952), que lhe dá o sentido de estudo da dimensão transfrástica, aproximadamente no sentido de linguística textual.
	De maneira geral, para os anglo-saxões, a análise do discurso corresponde à análise conversacional [...] [a escola francesa é] a disciplina que estuda as produções verbais no interior de suas condições sociais de produção. Essas são consideradas partes integrantes da significação e do modo de formação dos discursos.
	A análise do discurso distingue-se da linguística textual, cujo objeto é o funcionamento interno do texto, e da análise literária que, mesmo considerando o contexto, não repousa sobre o postulado da articulação entre o linguageiro e o social.
	Todavia, como doravante apresentado, a Linguística Textual (LT) hodierna não se preocupa tão somente com o funcionamento interno do texto, uma vez que o conteúdo interno de um texto depende daquilo que ocupa o ambiente extralinguístico. A LT, em dado momento, propõe-se a investigar a constituição, o funcionamento, a produção e a compreensão dos textos em uso.
	Em relação à chamada escola francesa de análise do discurso, entende-se que nasceu do já relatado esforço de se criar uma linguística dos usos, da parole.
	Contudo, definir ou construir um histórico para tal linha de pesquisa constitui tarefa complexa, haja vista a variedade de aparato teórico e de contextos epistemológicos.
	Nessa perspectiva, a análise do discurso, bem como outras linhas de pesquisa, consolidou o diálogo da linguística com outras disciplinas, uma vez que envolveu o contexto, a situação de produção e, principalmente, o sujeito em sua análise.
As já citadas Paveau e Sarfati, adeptas dessa escola, afirmam:
	Acrescenta-se às características da análise do discurso um posicionamento teórico particular: ela se apoia em disciplinas conexas no campo das ciências humanas (história, filosofia, sociologia, psicanálise, literatura etc.) disciplinas sobre cuja rejeição Saussure fundamenta sua concepção da ciência da linguagem. Isso explica uma das características fundamentais da análise do discurso: sua perspectiva transdisciplinar, que não descarta, entretanto, as exigências de rigor teórico e de competência linguística.

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