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SINTAXE II -aulas 1,2,3,4,5,6,7,8

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AULA 1
Profª. José Arnaldo Guimarães Filho
Revisitando conceitos de Sintaxe 
Nesta primeira aula, trataremos de conceitos como frase, oração, período. Para que possamos entender a que cada um desses conceitos equivale, vamos começar lendo alguns parágrafos que tratam de variação linguística.
“Que as línguas naturais não são homogêneas todo mundo sabe. Elas variam segundo parâmetros bem conhecidos: variam no tempo (donde o português arcaico, médio, moderno e contemporâneo), no espaço geográfico (donde o português europeu, africano, brasileiro), no espaço social (donde o português padrão, ou culto, e o português vernacular), e até no espaço individual (donde o português espontâneo e o formal, o de idosos e o dos jovens).
A pesquisa tem mostrado que qualquer um desses parâmetros pode ser detalhado. A dimensão geográfica do português brasileiro, por exemplo, compreende o português do Norte, do Nordeste e do Sul. Os pesquisadores ligados ao Projeto do Atlas Linguístico do Brasil têm comprovado isso. Basta consultar o sítio www.alib.ufba.br/.
Curiosamente, persiste entre nós a ideia de que a variedade padrão, a norma culta, escapa a essa heterogeneidade. Não é o que as pesquisas têm demonstrado.”
Fonte: Adaptado de Revista Língua.
Bem, contar verbos é uma forma de sabermos quantas orações temos. Isso porque a existência da oração está obrigatoriamente vinculada à existência de um verbo:
“A oração se caracteriza por ter uma palavra fundamental que é o verbo (ou sintagma verbal) [...]”.
Estruturas como tem mostrado, pode ser detalhado, têm comprovado e têm demonstrado são locuções verbais e, por isso, embora tenhamos 2 ou 3 verbos, contamos uma única vez.  
Observe, no entanto, que, em alguns casos, uma forma semelhante ao particípio, mas que não forma locução verbal. Nesses casos, temos o que se chama de 'adjetivo participial'. 
Esse adjetivo concorda com seu referente em gênero e número. Vejamos os exemplos a seguir:
Um integrante do grupo foi envolvido no escândalo.
Uma integrante do grupo foi envolvida no escândalo.
O que é período?
Já conversamos sobre oração e já sabemos como encontrá-la. Vale lembrar que a oração pode, também, ser chamada de frase verbal.
Simplificando essa definição, podemos dizer que um período é formado por uma ou mais orações.  
Tipos de períodos
Período simples
Formado por uma única oração, chamada de oração absoluta. Desse modo, um período simples só apresenta um verbo. Ex.:
Nós compramos um carro.
Eles saíram cedo da festa.
Período composto
É um período formado por mais de uma oração, que pode ser coordenada ou subordinada.
Independentemente das orações serem ligadas por coordenação ou por subordinação, ao unirmos duas orações temos uma intenção em termos de significado.
Período composto por coordenação 
Também chamado por Bechara (2000:48) de parataxe, reúne orações independentes, isto é, orações que não são função sintática uma da outra.
Ex.: Nós compramos um carro e demos de presente
Segundo a tradição gramatical, as orações coordenadas são independentes sintaticamente, porque possuem, internamente, todos os termos necessários à sua estrutura, uma não sendo função sintática da outra. 
Ex.: Nós compramos um carro.
       Nós demos o carro de presente.
Período composto por subordinação
Segundo a tradição gramatical, resulta em orações dependentes, isto é, em orações em que uma é função sintática da outra. 
 
Quando a oração tem um ou mais de seus termos sob a forma de oração subordinada é chamada de oração complexa. Em um período composto por subordinação, temos uma oração principal e uma oração subordinada a ela relacionada sintaticamente.
Vejamos as palavras de Bechara (idem: 462) sobre o processo de subordinação:
“Uma oração independente do ponto de vista sintático, que sozinha, considerada como unidade material, constitui um texto se este nela se resumir como em
A noite chegou, pode, pelo fenômeno de estruturação das camadas gramaticais conhecido por hipotaxe ou subordinação, passar a uma camada inferior e aí funcionar como pertença, como membro sintático de outra unidade;
O caçador percebeu que a noite chegou. 
[...]
Dizemos, então, que a unidade sintática que a noite chegou é uma oração subordinada. A gramática tradicional chama à unidade o caçador percebeu oração principal.”
Na subordinação, as orações não existem separadamente, porque uma não possui os termos ne­cessários a sua estrutura sintática; a outra não tem nexo isoladamente.
Vejamos o exemplo: Ele sabe que você estuda muito.
a) Ele sabe... (o quê?) é incompleta.
b) que você estuda muito. — só tem sentido como objeto direto da oração anterior.
Castilho cita Rojas Nieto (1970: 18-19) e afirma que “a coordenação é um procedimento combinatório de termos equivalentes, insertos no mesmo nível da estrutura hierárquica, que opera seja por simples justaposição, seja por meio de um elemento conectivo.” 
 Castilho (2010, 346) ainda acrescenta que “Do ponto de vista semântico, um elemento coordenado não modifica o outro, visto que não lhe dá qualquer contribuição de sentido”.  
Período composto por coordenação e subordinação
Período composto por coordenação e subordinação. Combina os dois tipos de período: Desejo que ela compre um carro e não chegue mais atrasada. 
 
Nesse tipo de período, para classificar as orações é preciso que se considere uma oração em relação às outras. Assim, teríamos:
Desejo: oração principal em relação à 2ª e à 3ª oração;
que ela compre uma carro: subordinada à 1ª e coordenada à 3ª oração;
e não chege mais atrasada.: subordinada à 1ª e coordenada à 2ª  oração.
Como devemos proceder para dividir um parágrafo?
Relembrando o que vimos em sintaxe do português I:
1.Observar a pontuação para saber quantos períodos temos: um período se inicia por letra maiúscula e um sinal de pontuação final que pode ser um ponto final, um ponto de exclamação, um ponto de interrogação ou reticências;
2. Separar os verbos para sabermos quantas orações compõem cada período e fazer a separação, observando questões como a presença de conectivos e a manutenção do significado;
3. Observar se há conjunções ou pronomes relativos.
AS CONJUNÇÕES
Segundo Bechara (2000:319), conjunções são unidades que têm por missão reunir orações em um mesmo enunciado.  Esse autor afirma que as conjunções podem ser conectores e transpositores:
Conectores
A conjunção coordenativa é um conector, pois reúne orações que possuem o mesmo nível sintático. 
Orações que possuem o mesmo nível sintático são independentes e podem aparecer separadas. Mais adiante, conversaremos sobre o processo de coordenação e veremos melhor essas conjunções. 
O conector ligam orações coordenadas.
Transpositores
A conjunção subordinativa transpõe um enunciado à função de palavra passando a exercer uma das funções sintáticas próprias do substantivo, do adjetivo ou do advérbio.
 A oração transposta ou degradada ao nível de um substantivo exerce, na oração complexa, uma das funções sintáticas que têm por núcleo um substantivo.
O transpositor ligam orações subordinadas.
“Os alunos sabem sintaxe; por isso, alcançarão ótimas notas nas Avs”
O termo “por isso” é um conector e não um tanspositor porque não provocou nenhuma mudança, as orações continuam sendo independentes, ou seja, coordenadas.
“Os alunos sabem que sintaxe é importante para suas vidas”
O termo “que” é um transpositor 
Orações independentes
A tradição gramatical considera que há dois tipos de orações independentes: as orações coordenadas e as orações intercaladas ou interferentes. Veremos agora as orações intercaladas e, mais adiante, as orações coordenadas.
Oração Intercalada ou interferente Kury (1993), em suas Lições de análise sintática e Bechara (2000) consideram que essas orações são, na verdade, orações independentes, “[...] visto que nenhuma função sintática exercem na frase a que se justapõem. Representam um comentário subjetivo, umaressalva, um desabafo do autor, de valor antes expressivo, estilístico, mais do que sintático, gramatical.” (Kury:70)
Bechara (2000: 480) considera as orações intercaladas ou interferentes um tipo de justaposição, ou seja, um tipo de orações que ocorre sem conectores e sem transpositores. 
Vamos ver alguns exemplos de justaposição fornecidos por Bechara (2000:480):
O autor apresenta ainda a desculpa e a permissão como casos de justaposição.
Fomos à festa – desculpem-me pelo comentário – e odiamos tudo! (desculpa)
Ana – permita-me o exemplo – lembrava uma árvore de Natal. (permissão)
Henriques (2010), acerca da pontuação, comenta que “[...] o uso de vírgulas, travessões, parênteses e colchetes, a critério do autor, é uma característica desse tipo de construção.” (p. 106)
EXERCÍCIO
1. Leia o trecho da reportagem a seguir e depois divida-o em orações e períodos. Com essa divisão feita, faça a classificação em período simples (ou oração absoluta), período composto e oração intercalada ou interferente.
Planos de saúde agora têm prazo para agendar consultas
Os planos de saúde passarão a ser obrigados a cumprir prazos para o agendamento de consultas. A resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) — que é responsável por fiscalizar as operadoras de saúde do país —, foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira. Ela limita a sete dias o prazo para a realização de consultas básicas, como pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia. As regras passam a valer em 90 dias úteis.  
(Retirado de http://veja.abril.com.br/noticia/saude/planos-de-saude-tem-ate-sete-dias-uteis-para-agendar-consultas-basicas, 20/06/2011)
GABARITO
Período composto. [Os planos de saúde serão obrigados] - 
[a cumprir prazos para o agendamento de consultas.] 
(obrigado a + verbo no infinitivo = oração subordinada substantiva completiva nominal, reduzida de infinitivo.)
Período composto. [A resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira] - 
[e limita a sete dias o prazo para a realização de consultas básicas, como pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia.].
[— que é responsável por fiscalizar as operadoras de saúde do país—] Oração intercalada ou interferente.
[As regras passam a valer em 90 dias úteis] Período simples ou oração absoluta.
AULA 2
Aula 2: O processo de coordenação
ORAÇÕES COORDENADAS
As conjunções coordenadas reúnem orações que pertencem ao mesmo nível sintático: dizem-se independentes. São orações JUSTAPOSTAS, ou seja, independentes.
Bechara (2000) apresenta 3 tipos de conjunções coordenativas: aditivas, alternativas e adversativas. Esse autor considera que as orações coordenadas explicativas e conclusivas não são introduzidas por conjunções coordenativas e sim por ‘unidades adverbiais’.  
“Levada pelo aspecto de certa proximidade de equivalência semântica, a tradição gramatical tem incluído entre as conjunções coordenativas, certos advérbios que estabelecem relações inter-oracionais ou intertextuais. 
Assim [...] teríamos as explicativas (pois, porquanto etc.) e conclusivas (pois [posposto], logo, portanto, então, assim, por conseguinte etc.), sem contar contudo, entretanto, todavia que se alinham junto com as adversativas. Não incluir tais palavras entre as conjunções coordenativas já era lição antiga na gramaticografia de língua portuguesa [...].” (p. 322)
Orações justapostas ou assindéticas
As orações podem aparecer em sequência, sem a presença de conectores e transpositores. As orações coordenadas justapostas são também chamadas  assindéticas. 
Veremos agora os casos de justaposição com orações coordenadas e, ao tratarmos das orações subordinadas, veremos a justaposição com esse tipo de orações. As orações coordenadas assindéticas ocorrem, principalmente, nos seguintes casos: 
(a) orações iniciais da coordenação; 
(b) orações com a conjunção subentendida.
Veja os exemplos a seguir: 
a) Orações iniciais da coordenação.
Ela chegou cedo porque o serviço estava atrasado.
b) Orações com a conjunção subentendida:
Acorda, [ e ] almoça, [ e ]  estuda. (de valor aditivo)
Cheguei atrasado; [ mas ] Ana não prestou atenção: estava olhando para a noiva. (de valor adversativo)
Fique longe do cachorro: [ pois ]  ele está adoentado.
Nesses casos, alguns autores consideram que a enumeração de ações é apenas exemplificativa, outras ações poderiam ser citadas.
SLIDES
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DESTA AULA
Definir do ponto de vista tradicional o processo de coordenação;
Classificar as orações coordenadas em assindéticas e sindéticas;
Distinguir as coordenadas sindéticas aditivas, adversativas, alternativas, explicativas e conclusivas;
O PROCESSO DE COORDENAÇÃO
Do ponto de vista tradicional, na coordenação, as oracões são sintaticamente equivalentes e são consideradas independentes: nenhuma oração desempenha função sintática em relação às outras. 
“Todos os automóveis devem virar à direita, e os pedestres seguirão em frente.”
As conjunções coordenadas reúnem orações que pertencem ao mesmo nível sintático: dizem-se independentes umas das outras e, por isso, podem aparecer em enunciados separados.
“Os brasileiros são gentis; os portugueses são hospitaleiros.”
INDEPENDENTES nesse contexto significa que cada uma das orações apresenta sentido próprio. 
José gosta de Sintaxe, mas Maria prefere Morfologia.
Segundo Rocha LIma (1972), em um período composto por coordenação temos "A comunicação de um pensamento em sua integridade, pela sucessão de orações gramaticalmente independentes [...]"(p. 260)
“Comprei bananas, fiz uma vitamina e, com as cascas, construí um tapete.”
AS COORDENADAS SINDÉTICAS
Bechara (2000) apresenta três tipos de conjunções coordenativas: aditivas, alternativas e adversativas. Esse autor considera que as orações coordenadas explicativas e conclusivas não são introduzidas por conjunções coordenativas e sim por ‘unidades adverbiais’. 
A NGB (Nomenclatura Gramtical Brasileira) considera que existem cinco subtipos de conjunções coordenativas. A diferença entre as “conjunções-conjunções” e as “conjunções-advérbios” reside na possibilidade que algumas têm de serem deslocadas na sua oração. É a NGB que eles consideram.
Todos estão surpresos, mas essa é a realidade. 
Mas tem posição fixa: é conjunção.
O “mas” não pode andar pela frase
Sua tia é rica; logo, ela pode viajar para qualquer lugar.
Logo tem posição móvel: não é conjunção. (È adverbio, pode andar por toda a frase. Ex. Choveu hoje em Aracaju. Hoje choveu em Aracaju. Choveu em Aracaju hoje.
Sendo assim, pra Bechara, o termo “hoje” não é conjunção e sim unidade adverbial.
“Levada pelo aspecto de certa proximidade de equivalência semântica, a tradição gramatical tem incluído entre as conjunções coordenativas, certos advérbios que estabelecem relações inter-oracionais ou intertextuais. 
Assim [...] teríamos as explicativas (pois, porquanto, etc.) 
e conclusivas (pois [posposto], logo, portanto, então, assim, por conseguinte etc.).
Sem contar contudo, entretanto, todavia que se alinham junto com as adversativas. 
Não incluir tais palavras entre as conjunções coordenativas já era lição antiga na gramaticografia de língua portuguesa [...].” (p. 322)
A posição acima é a de Bechara, mas a NBG não comunga dessa idiea, portanto, não considere essa.
ORAÇÕES JUSTAPOSTAS OU ASSINDÉTICAS
As orações podem aparecer em sequência, sem a presença de conectores e transpositores. As orações coordenadas justapostas são também chamadas assindéticas que ocorrem, principalmente, nos seguintes casos: 
Orações iniciais da coordenação; 
Ela chegou cedo porque o serviço estava atrasado.
Orações com a conjunção subentendida:
Acorda, almoça, estuda. (de valor aditivo) (oração coord. Assindética)
Cheguei atrasado; Ana não prestou atenção: estava olhando para a noiva. (devalor adversativo) 
Fique longe do cachorro: ele está adoentado. (valor explicativo)
ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS
Orações com ligação clara, isto é, com a conjunção coordenativa explícita. 
1.ADITIVAS. Servem para ligar dois termos ou orações de idêntica função (relacionam pensamentos similares). Somam informações de natureza semelhante e indicam normalmente fatos ou acontecimentos dispostos em sequência, sem lhes acrescentar outro matiz de significação. Garcia (1997) as chama de conjunções de aproximação, já que “[...] sua função precípua é juntar ou aproximar palavras ou orações da mesma natureza e função.” (p. 17) 
A ADITIVA tem papel de juntar, unir, somar.
A mãe chegou do trabalho e foi cuidar das crianças. 
Não canta nem dança. 
Não só canta mas também dança.
Introduzidas por e e nem ou pelas locuções não só ... mas (também), tanto ... como, e análogas. 
Essas locuções são chamadas por Azeredo (2008) em sua Gramática Houaiss da Língua Portuguesa como ‘adjuntos conjuntivos’ e segundo ele
“[...] se empregam assinalando cada um dos sintagmas ou orações coordenados, a fim de dar realce a ambos” (p. 302) 
Segundo Azeredo (2008:301), a conjunção nem tem valor equivalente a e não e, pela característica de adição de ideias, as orações aditivas são tratadas como tendo valores equivalentes, tanto positivos quanto negativos.
“Ele estuda e trabalha”
“Não estuda nem trabalha”
Veja estas frases:
”Nas horas difíceis, os falso amigos não ajudam nem aparecem.”
A conjunção aditiva e tem como forma negativa nem
Quando nem equivale a não, ele é advérbio.
“Nem veio, nem telefonou.”
a 1ª oração é assindética porque “nem” tem sentido de NÃO (advérbio); a 2ª é aditiva: o nem da 1ª oração é advérbio. Na segunda oração o “nem” tem sentido de “e não”.
Valores não-aditivos assumidos pela conjunção “e”
Valor adverstivo
“Todo mundo que ficar rico, e continua trabalhando do mesmo jeito.” 
Quando o e tem valor adversativo, deve vir precedido de vírgula.
Valor consecutivo
“Anda com Deus, e estarás seguro.” O “e” pode ser substituido por: logo, portanto
2.ADVERSATIVAS- as orações coordenadas sindéticas adversativas ligam dois termos ou duas orações de mesma função, acrescentando-lhes, porém, uma ideia de contraste, oposição (pensamentos contrastantes). 
Introduzidas pelas conjunções mas, porém, contudo, todavia, no entanto, não obstante, senão etc. 
“Fui à praia, mas não entrei na água.”
“Todos receberam boas notas, mas a professora não ficou satisfeita.”
“Vive hoje na maior miséria, no entanto, já possuiu uma das maiores fortunas desse país.” 
3.ALTERNATIVAS Ligam dois termos ou orações de sentido distinto, indicando que, ao cumprir-se um fato, o outro não se cumpre (pensamentos que se excluem). Assim, estabelecem uma relação de alternância (uma opção implica a recusa da outra). 
Introduzidas por ou e pelos adjuntos conjuntivos ou ... ou, já.. já, ora ... ora, quer ... quer, seja ... seja etc. 
“Ou você estuda esse conteúdo ou terá dificuldades nos demais assuntos”
“Compre um presente para mim ou nem precisa vir à minha festa” O “nem” dessa frase é adverbio e nao conectivo.
4.CONCLUSIVAS Servem para ligar à anterior uma oração que exprime conclusão, consequência, ou seja, interligam duas ideias, fazendo da segunda uma conclusão da primeira (relacionam pensamentos em que o segundo encerra a conclusão do enunciado do primeiro). Elas estabelecem uma relação em que um ato é conclusão de outro, pressuposto. 
Introduzidas por logo, portanto, por isso, por conseguinte, consequentemente, então, pois (depois do verbo), assim, de modo que, em vista disso etc. 
“As eleições se aproximam; logo, devemos ficar atentos às propostas.”
“Os médicos fizeram todos os exames e nada encontraram; foi só um susto, pois.”
5.EXPLICATIVAS Ligam duas orações, a segunda das quais justifica a ideia contida na primeira, ou seja, estabelecem uma relação de explicação (uma confirmação da oração anterior ou argumentação em relação aos imperativos). Nesse caso, a segunda frase explica a razão de ser da primeira. 
Introduzidas por que, porque, pois (antes do verbo: começando oração), porquanto, em exemplos como:
 
“Não se preocupe, porque tudo dará certo no fim.”
“Fale baixo, que a turma está estudando.”
OBS.: O POIS antes do verbo é EXPLICAÇÃO.
 O POIS depois do verbo é CONCLUSÃO.
EXERCÍCIO
Leia as frases abaixo com atenção e, em seguida, assinale :
A – ADITIVA; B – ADVERSATIVA; C – ALTERNATIVA ; D – EXPLICATIVA; E – CONCLUSIVA;
A prova está muito fácil; logo, tirarei dez. ( E )
Os reservatórios estão vazios, não haverá racionamento, porém. ( B )
Estes resumos não foram bem feitos, ou estão incompletos. ( C )
Não se preocupe porque tudo no fim acaba bem. ( B )
Os senadores não votaram o projeto nem marcaram a nova data da sessão. ( A )
Complete as frases com a conjunção adequada à ideia semântica que os períodos apresentam mesmo sem elas
MAS; PORQUE; LOGO; OU; E; 
Deve ter chovido PORQUE a rua está molhada
O governo precisa reprimir as manifestações OU perderá o controle sobre as massas.
O professor corrigiu a prova E lançou as notas no SIA.
O céu está nublado; LOGO, deve chover. 
O céu estava nublado, MAS não choveu.
Às vezes, em frases como “Minha filha está viajando e me mandou carta” é a conjunção que empresta sentido ao período. Substitua o E por conjunções que transformem a segunda oração em:
a) Coordenada sindética explicativa:
Minha filha está viajando porque me mandou carta.
b) Coordenada sindética conclusiva:
Minha filha está viajando logo me mandou carta.
c) Coordenada sindética adversativa.
Minha filha está viajando mas me mandou.
AULA 3
Aula 3: Orações subordinadas substantivas – parte 1
Profª. José Arnaldo Guimarães Filho
Conteúdo Programático desta aula
Identificar uma oração subordinada substantiva;
Classificar as orações subordinadas substantivas subjetivas e objetivas diretas;
Definir transpositor;
Reconhecer as funções das palavras QUE e SE;
A NOÇÃO DE SUBORDINAÇÃO
Segundo Bechara (2000:462), uma oração pode passar de independente a dependente de outra, ou seja, pode atuar como membro sintático de outra unidade. A esse processo, ele denomina subordinação ou hipotaxe (hipo-/sub-), ‘abaixo de’ e isso acontece porque, na subordinação, a parte da oração subordinada adquire uma função sintática em relação à oração principal. 
“É necessário que todos se esforcem.
Oração principal + oração subordinada
A NOÇÃO DE TRANSPOSITORES
Azeredo (op.cit.) afirma que os conectivos de subordinação, a que ele chama de subordinantes, apresentam duas características básicas:
1. Pertencem às unidades que introduzem;
2. Servem de marca formal da classe dessas unidades.
“O muro de pedra que meu vizinho construiu balança quando o vento sopra muito forte.”
Transpositor é a palavra que ao se juntar a outra palavra ou expressão modifica a sua função. Exemplo: a palavra “ouro” é um substantivo, mas quando eu digo “anel de ouro” a preposição “de” modificou a função da palavra ouro que, nesse caso, passa a ser adjetivo.
ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
Orações que desempenham funções sintáticas características dos sintagmas nominais: sujeito; objeto direto ; objeto indireto (complemento relativo); predicativo; aposto e complemento nominal .
Substituir a oração pela palavra ISTO é o meio de identificar se a oração é substantiva.
Exemplo 1: É preciso que vocês entendam a matéria.
O que é preciso? que vocês entendam a matéria. Posso substituir “que vocês entendam a matéria” por ISTO. Então a frase ficaria assim: É preciso isto. Isto, então é o sujeito. Nesse caso, temos uma ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA SUBJETIVA. A função sintática de isto marca a oração. Se sujeito, será subjetiva, como é o caso acima.
OBS.: Toda frase que começa com É PRECISO, É NECESSÁRIO, SABE-SE será substantiva subjetiva
Exemplo 2 - Quero que vocês entendama matéria.
(Eu) Quero / que vocês entendam a matéria. Nesse caso, temos 2 orações subordinadas. O sujeito “eu” está implícito. Posso substituir “que vocês entendam a matéria” por ISTO. A frase ficaria: “Quero isto.” Sendo assim, isto assume a função sintática de OBJETO DIRETO. Então temos uma ORAÇAO SUBORDINADA SUBSTANTIVA OBJETIVA DIRETA.
Exemplo 3 - Só desejo uma coisa: que vocês entendam a matéria.
Ao substituir a oração “que vocês entendam a matéria” por ISTO, identifiquei que é uma ora. Subor. Substant. Só que nesse caso a função sintática que ele exerce é de APOSTO, portanto, temos uma ORAÇAO SUBORDINADA SUBSTANTIVA APOSITIVA.
Exemplo 4 - O meu desejo é que vocês entendam a matéria.
Observe que temos um VERBO DE LIGAÇÃO. Então, quando se tem verbo de ligação, tem-se um PREDICATIVO DO SUJEITO. Posso substituir “que vocês entendam a matéria” por ISTO, então é SUBSTANTIVA. Temos uma ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA PREDICATIVA.
Exemplo 5 - Tenho o objetivo / de que vocês entendam a matéria
Observe que “DE QUE” indica complemento nominal. Ao substituir a oração “que vocês entendam a matéria” por DISTO, identifiquei que é uma ora. Subor. Substant. Como temos complemento nominal, então ORAÇAO SUBORDINADA SUBSTANTIVA COMPLETIVA NOMINAL.
Exemplo 6 - Necessito de que vocês entendam a matéria
Observe que “DE QUE”, nesse caso, é OBJETO INDIRETO. Ao substituir a oração “que vocês entendam a matéria” por DISTO, identifiquei que é uma ora. Subor. Substant. ORAÇAO SUBORDINADA SUBSTANTIVA OBJETIVA INDIRETA.
OBS.: A oração subordinada é o que a oração principal fizer dela, o que ela quiser que seja.
É preciso (isso) que vocês entendam a matéria. (Sujeito)
Quero (isso) que vocês entendam a matéria. (objeto direto)
Só desejo uma coisa: (isso) que vocês entendam a matéria. (aposto)
O meu desejo é (isto) que vocês entendam a matéria. (predicativo)
Tenho o objetivo de (isto) que vocês entendam a matéria (complemento nominal)
Necessito de (isto) que vocês entendam a matéria. (objeto indireto / complemento relativo)
Segundo Castilho (2010:355), “O subjuntivo é o modo de vários tipos de subordinadas”. Ele afirma ainda que “As subordinadas dispõem de três processos de marcação gramatical: 
1) por operadores, que são as conjunções subordinativas; 
Os professores só DESEJAM que seu alunos aprendam.
2) por morfemas do modo subjuntivo e das formas nominais do verbo; 
Os professores só desejam que seus alunos APRENDAM.
3) pela gramaticalização de verbos evidenciais seguidos de conjunção que.”
Os professores só desejam QUE seus alunos aprendam.
ORAÇÃO PRINCIPAL
É um tipo de oração que no período não exerce nenhuma função sintática e tem associada a si uma oração subordinada. 
A oração principal não possui o conectivo QUE ou SE;
A oração principal é aquela a que falta algum termo sintático a ser provido pela oração subordinada;
Os professores só desejam / que seu alunos aprendam.
OBS.: Abaixo estão postos os elementos formais da classificação das oraç. Subordinadas, mas pode-se usar a dica de substituir por ISTO ou DISTO para saber se são substantivas e ver a função sintática delas para classificálas.
ORAÇÃO SUBORDINADA
Quando desenvolvida, será a oração que possui o conectivo QUE ou SE, chamados conjunção integrante, e por pronomes indefinidos e interrogativos ou advérbios que a introduz
Todos no Brasil desejam que a corrupção acabe.
Ninguém sabe se ela aceitará o cargo.
O governo não sabe quando construirá a ponte.
A plateia vaiava quem aparecesse na frente.
O guarda não disse onde essa rua vai dar.
CONJUNÇÕES INTEGRANTES
Segundo Azeredo (2002:212), as conjunções integrantes podem ser consideradas nominalizadores, uma vez que são usadas para formar sintagmas nominais – as orações substantivas. 
Todos no Brasil desejam que a corrupção acabe.
 
Nessa mesma perspectiva, Bechara (2000: 464) declara que essas conjunções não possuem função de conectivo, mas de marcar a transposição de uma unidade superior (oração independente) a uma unidade inferior (oração dependente).
Ninguém sabe se ela aceitará o cargo.
ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS SUBJETIVAS
Exercem função de sujeito do verbo da oração principal e aparecem com certas estruturas como: 
1) Verbo de ligação + predicativo: é bom..., é conveniente ..., é claro ..., está comprovado ..., parece certo ... etc.
Ex.: É bom que todos venham. / Parece certo que eles fecharão o negócio.
2) Verbo na voz passiva sintética ou analítica: sabe-se ..., soube-se..., foi anunciado ... etc. 
Ex.: Sabe-se que ele foi promovido. / Foi anunciado que ele seria promovido.
DICAS: SE na oração principal você tem um VERBO DE LIGAÇAO + PREDICATIVO DO SUJEITO, certamente a oração será SUBST. SUBJETIVA. 
3) Verbos unipessoais (só se conjugam na 3ª pessoa) como convir, bastar, cumprir, constar, parecer, urgir, etc.
Ex.: Convém que nos preparemos para as provas. / Parece que ele não virá.
4) Segundo Azeredo (2002:214), temos outro tipo de estrutura para a oração substantiva subjetiva, a saber: “desenvolvidas, introduzidas por pronomes indefinidos ou advérbios interrogativos”, vejamos exemplos dados pelo professor:
Quem gosta de cinema não pode perder esse filme.
Já está decidido quando serão as próximas eleições para prefeito.
ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS OBJETIVAS DIRETAS
São aquelas que funcionam como objeto direto do verbo da oração principal. 
Na maior parte das vezes, as objetivas diretas são introduzidas por conjunção integrante QUE ou SE:
Todos sabiam que ela era culpada.
Ninguém respondeu se ela virá. 
Pronomes que, quem, qual, quanto (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas.
 
Ex.: Não sei quem veio à aula ontem.
 Quero saber que barulho é esse.
 Ela disse qual seriam as consequências de nossa atitude.
 Ele revelou quantas vezes foi à cena do crime.
 
Advérbios como, quando, onde, por que, quão (acompanhados ou não por preposição), nas interrogações indiretas:
 
Ex.: Eu não sei quando ela virá.
 Nós não sabemos por onde começar o serviço.
 Ela perguntou por que não chegamos no horário.
 Minha mulher sabe quão apaixonado eu sou por ela.
 
EXERCÍCIOS
Assinale OSSS para as orações subjetivas e OSSOD para as objetivas diretas.
Todos sabiam quem seria o vencedor.
Ninguém percebeu que a água escasseava.
O reitor assegurou que o curso será mantido.
Foi necessário que a polícia interviesse.
Convém que todos participem dos debates.
Fala-se que o prefeito não se reelegerá.
Ele jurou peremptoriamente que é inocente.
Parecia que ela desmaiaria.
Acontece que meu coração ficou frio.
Contam que no bar estavam dois suspeitos.
Conta-se que os suspeitos estavam no bar.
GABARITO
Todos sabiam quem seria o vencedor. OSSOD
Ninguém percebeu que a água escasseava. OSSOD
O reitor assegurou que o curso será mantido. OSSOD
Foi necessário que a polícia interviesse. OSSS
Convém que todos participem dos debates. OSSS
Fala-se que o prefeito não se reelegerá. OSSS
Ele jurou peremptoriamente que é inocente. OSSOD
Parecia que ela desmaiaria. OSSS
Acontece que meu coração ficou frio. OSSS
Contam que no bar estavam dois suspeitos. OSSOD
Conta-se que os suspeitos estavam no bar. 
AULA 4 – ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS – PARTE II
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Identificar as orações subordinadas substantivas objetivas indiretas, completivas nominais, predicativas e apositivas.
2. Classificar orações subordinadas substantivas não apontadas pela NGB.
Além do que já citamos, nessa aula vamos discutir a existência da oração subordinada agente da passiva, que aparece em Bechara (2000), mas não na NGB. Além dessa oração, outra classificação polêmica é a da oração subordinada completiva relativa citada por Azeredo (2002), Rocha Lima (1998) e Bechara (2000), entre outros.
O curioso é que Azeredo (idem) e Rocha Lima (idem) utilizam essa classificaçãoe omitem a objetiva indireta, enquanto Bechara apresenta tanto a completiva relativa, quanto a objetiva indireta.
Objetivas indiretas
Aparecem acompanhadas por preposição e completam o sentido de um verbo transitivo indireto da oração principal. Por isso, funcionam como objeto indireto do verbo transitivo indireto da oração principal.
Bechara (2000) não nos fornece particularidade alguma a respeito desse tipo de oração, mas Azeredo (2002, p. 215) advoga outra nomenclatura, a das orações completivas relativas. 
Segundo Azeredo, as orações chamadas completivas relativas servem de complemento a verbos que necessariamente são seguidos de preposição. Vamos aos exemplos?
 
• Não me oponho a que você fique em minha casa.
• Daremos a nota a quem merecer.
• Lembre-se de que você precisa de uma boa nota.
Objetivas indiretas
Azeredo (2002, p. 215) acrescenta observação relevante a respeito das objetivas indiretas (completivas relativas). Segundo o autor, se este complemento for uma oração precedida do nominalizador que, podem ocorrer três situações distintas:
1ª As preposições de e em são opcionais no registro formal, e não ocorrem no uso coloquial. Vejamos alguns exemplos:
 
• Duvido (de) que ele faça as tarefas.
• Os professores insistem (em) que os alunos façam suas tarefas em dia.
 
Entretanto, Azeredo afirma que a preposição em será obrigatória em verbos cujo complemento significa algo como atributo de um sujeito, o que a gramática tradicional vai tratar como predicativo do sujeito, quando este verbo for de ligação.
Quanto às demais preposições, ele afirma que desaparecem diante do que. 
O verbo sonhar nos serve de exemplo:
 
Ela sonhou que seu príncipe encantado chegaria. (sonhar com).
Completivas nominais
Assim como as objetivas indiretas, as completivas nominais são acompanhadas por preposição. No entanto, completam o sentido de um nome transitivo da oração principal. 
Mais uma vez, ressaltamos a importância de se dominar as funções sintáticas no período simples, a fim de que se consiga estabelecer classificações como esta no período composto.
Azeredo (2002, p. 216) sustenta ainda que “A preposição mantém-se no registro formal, mas é omitida no uso coloquial”, no que tange às orações completivas nominais.
Vamos aos exemplos:
 
• Tenho certeza (de) que ela largou o  marido.
• Estamos desconfiados (de) que sua atitude fora grosseira.
• Sabemos da necessidade (de) que todos estudem.
Ainda de acordo com Azeredo, há substantivos que servem para modalizar o conteúdo das orações completivas nominais, tais como ideia, fato, hipótese, boato: 
 
Trabalhamos com a hipótese de que a prova não seja adiada.
Corre um boato de que Maria está de namorado novo.
Fique atento!
 
Outra observação importante a se fazer, no que concerne às orações completivas nominais, é de que elas não devem ser confundidas com as objetivas indiretas. Vale salientar que as completivas nominais servem de complemento a um nome da oração principal, enquanto as objetivas indiretas complementam o verbo transitivo indireto da oração principal. Isso parece óbvio, mas muitos confundem. Vejamos:
 
Temos necessidade de que todos colaborem. necessidade = nome
Necessitamos de que todos colaborem. necessitamos = verbo transitivo indireto
 
Apesar de ambas as orações grifadas serem idênticas, exercem funções sintáticas diferentes nos dois exemplos.
Predicativas
Funcionam como predicativo do sujeito da oração principal. Dessa forma, é preciso observar que a oração principal terá a estrutura sujeito + verbo de ligação, quando o sujeito não for oculto ou indeterminado. Vamos aos exemplos:
Azeredo (2002, p. 217) aponta-nos que há casos em que a preposição pode ser usada opcionalmente entre o verbo ser e a oração predicativa:
 
• Minha impressão era (de) que as pessoas estavam satisfeitas.
• Nossa conclusão é (de) que ela não mais virá.
 
Por ser opcional, acreditamos que essa preposição ocorra por uma razão de estilo, e não de erro ou acerto.
Apositivas
As orações apositivas funcionam como o aposto de um termo da oração principal. 
As orações subordinadas substantivas apositivas são sempre justapostas e vêm, normalmente, separadas por dois-pontos, travessão ou ponto e vírgula, assim como ocorre com o aposto no período simples.
Vejamos alguns exemplos:
Só sei de uma coisa: eu a amo intensamente. (a oração em destaque serve como aposto do substantivo coisa).
A turma só me pediu isto: que as provas sejam corrigidas a tempo. (a oração em destaque serve como aposto do pronome substantivo isto).
Fique atento!  As orações apositivas podem ou não vir introduzidas por conectivo, como se vê nos exemplos anteriores.
Agente da passiva
É uma oração substantiva que a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) não contemplou, mas cuja classificação aparece nas gramáticas normativas, já que são frequentes na língua culta. 
Aparecem justapostas, iniciadas por preposição de ou por, seguidas por pronome indefinido. Vejamos os exemplos:
 
O quadro foi comprado por quem o pintou. (= pelo pintor)
A obra foi apreciada por quantos a viram.
Orações reduzidas
Diferentemente das orações desenvolvidas que vimos até agora, por fim, podemos perceber que as orações subordinadas podem aparecer com verbos em suas formas nominais, a saber: infinitivo, particípio ou gerúndio. Quando isso acontece, dizemos que a oração subordinada é reduzida.
Bechara (2000) afirma que as chamadas orações reduzidas se apresentam sem o conectivo e com o verbo em uma das formas nominais. E, além disso, podem, em geral, ser desenvolvidas.
Abrir depois de formas nominais a caixa a seguir:
Essas formas se chamam nominais porque podem exercer funções que são típicas de adjetivos.
Vamos aos exemplos para entendermos melhor?
Penso estar pronto.        x      Penso que estou pronto.
Você consegue reconhecer 2 orações? 
Penso + estar pronto, no primeiro exemplo.
Penso + que estou pronto, no segundo exemplo.
Analisando o primeiro exemplo, veremos que Penso seria a oração principal com sujeito oculto e estar pronto seria o objeto direto desse verbo Penso da oração principal. Dessa forma, teríamos uma oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo.
Por que oração? Porque é formada em torno de um verbo.
Por que subordinada? Porque efetua relação de dependência sintático-semântica em relação à outra oração.
Por que substantiva? Porque a função sintática exercida pela subordinada é de natureza substantiva.
Por que objetiva direta? Porque a função sintática exercida pela subordinada é de objeto direto.
Por que reduzida de infinitivo? Porque o verbo está na forma nominal infinitivo.
O segundo exemplo nos mostra a mesma oração, mas desenvolvida, ou seja, com o verbo em sua forma flexionada estou, por isso sua classificação para em oração subordinada substantiva objetiva direta, tão somente!
No caso das orações substantivas, quando reduzidas, são, de modo geral, reduzidas de infinitivo. 
Não fica difícil entendermos isso, uma vez que o infinitivo é a forma substantivada do verbo, pois é responsável pelo “nome” do verbo.
 Aula 5: Orações subordinadas adjetivas
Conteúdo programático
Reconhecer e classificar as orações adjetivas.
Distinguir a oração subordinada adjetiva restritiva da oração subordinada adjetiva explicativa.
Classificar as diferentes funções sintáticas dos pronomes relativos. 
O adjetivo da oração subordinada vai se relacionar com o substantivo da oração principal para restringi-lo ou para intensificá-lo ainda mais.
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que exerce a função de adjunto adnominal do antecedente, ou seja, possui valor e função de adjetivo. As orações subordinadas adjetivas aparecem com um pronome relativo como antecedente.
Em outras palavras, as sentenças ou orações subordinadas adjetivas se relacionam a um nome (substantivo ou pronome) presentena sentença principal, por intermédio do pronome relativo. Vale destacar que as referidas orações desempenham a função de “adjunto adnominal”,
“Felipão é um treinador que se dedica aos atletas” (Eu poderia trocar toda a 2ª oração pelo adjetivo COMPETENTE)
“A vizinha que não colocou o lixo está fora do país.” (o pedaço oracional “que não colocou o lixo” poderia ser substituído polo adjetivo DESLEIXADA)
O pronome relativo exerce um duplo papel de conector e de termo sintático da oração a que pertence. Poderíamos acrescentar um terceiro papel, o de termo anafórico, ou seja, que retoma outro termo antecedente. 
Orações restritivas: restringem a significação do nome a que se referem (especificando-o) e, por isso, são indispensáveis à compreensão dos enunciados:
Ex.: O ser humano que não pratica atividade física vive menos
Especifica-se: Não são todos os seres humanos que viverão menos, mas somente aqueles que não praticam atividade física.
ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA RESTRITIVA
Individualiza o sentido do termo a que se refere, não havendo marcação por vírgula. É aquela que RESTRINGE o sentido do termo a que se refere, ou seja, com uma informação ao interlocutor que ele desconhece. 
(a) O prédio que desabou estava condenado. (“que desabou” poderia ser substituído por VELHO)
(b) O filme que ganhou o prêmio é francês. (“que ganhou o prêmio” pode ser substituído por PREMIADO)
A oração subordinada substantiva restritiva restringe a informação anterior. 
ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA EXPLICATIVA.
Amplia o valor de um substantivo da oração principal, umas vez que o interlocutor já identificou no discurso a referência do substantivo a que a oração adjetiva se refere.
(a) Minha vizinha, que adora cantar no chuveiro, está rouca. 
(b) O futebol, cujos jogadores ganham rios de dinheiro, passa por problemas estruturais.
OBS.: Para saber se a oração é adjetiva é só tentar trocar o pedaço oracional que fica entre a oração principal e a subordinada por um adjetivo. Posso trocar “que adora cantar no chuveiro” por um adjetivo qualquer como BONITA? Posso. Então é adjetiva. Agora é só ver se é restritiva ou explicativa. No caso, explicativa, pois amplia o valor do substantivo “vizinha”. Além disso, está entre vírgulas.
Os alunos que são muito inteligentes tirarão boas notas – restritiva
Os alunos, que são muito inteligentes, tirarão boas notas. – explicativa.
As vírgulas na escrita ou a entonação da voz na fala determina se a oração é explicativa ou restritiva.
A oração explicativa é assinalada entre vírgulas na língua escrita, posição tradicionalmente defendida nas gramáticas de modo geral. 
Vamos ver a diferença que as vírgulas impõem:
Os alunos da Estácio que são inteligentes saíram-se bem no ENADE.
Os alunos da Estácio, que são inteligentes, saíram-se bem no ENADE.
Orações explicativas: agregam uma característica acessória ao nome a que se referem e, por isso, são dispensáveis à compreensão do significado essencial do enunciado:
O ser humano, que se diz racional, é capaz de cometar atrocidades.
Note que a inserção da oração adjetiva, sinalizada pela vírgula, tem por propósito explicar o termo anterior “seres humanos”, conferindo-lhes uma característica que é indistintivamente inerente a eles. Nesse sentido, a oração adjetiva explicativa tem valor acessório, já que se poderia dizer “O ser humano é capaz de cometer atrocidades”. Porém, ao ser empregada, nesse caso, cumpre com o objetivo de questionar de forma irônica algo que é fato: a racionalidade humana.
AS FUNÇÕES SINTÁTICAS DOS PRONOMES RELATIVOS
1.Pronome Relativo QUE.
Pode funcionar como sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito, agente da passiva, adjunto adverbial.
“O servente pegou o pano que estava no chão”
“O filme que vi ontem dava medo”
“Os brinquedos de que gostas são caros”
“O documento de que tinha urgência está em falta”
“Ninguém esquece do craque que foi Pelé”
“O carro por que fui atropelado corria muito”
“A estante em que estava o livro caiu”.
2. Pronome Relativo QUEM. 
Refere-se sempre a pessoas ou a coisas personificadas. Além disso, será sempre precedido de preposição. Pode funcionar como objeto direto preposicionado, objeto indireto, complemento nominal, agente da passiva, adjunto adverbial.
Essa é a garota a quem hospedei em minha casa. 
Este é o médico a quem me referi há pouco.
O atendente com quem fiz contato já se foi. 
O vendedor por quem fomos enganados já foi demitido. 
As pessoas com quem você divide o apartamento são, ao menos, mesquinhas. 
3. Pronome Relativo CUJO (s), CUJA (s). 
Estabelece relação de posse e funciona, na maior parte das vezes, como adjunto adnominal, embora apareça também como complemento nominal. Entretanto, de acordo com Bechara (2000:487), “O sintagma a que cujo pertence exercerá a função que determinar sua relação com o núcleo verbal.”. 
Os alunos cujos pais vieram à reunião estão felizes.
A casa cuja dona é minha amiga está à venda.
A expressão “cuja dona é minha amiga” pode ser substituído por um adjetivo como “velha”? pode.
O meu tio em cujo sítio passava férias está doente.
A expressão “cujo sítio passava férias” pode ser substituída por querido.
O pronome cujo indica posse. Na maioria das vezes, o pronome CUJO é adjunto adnominal.
4. Pronome Relativo O QUAL, OS QUAIS, A QUAL, AS QUAIS. 
Usados com referência a pessoa ou coisa desempenham as mesmas funções que o pronome "que". Seu uso, entretanto, é bem menos frequente e tem se limitado aos casos em que é necessário para evitar ambiguidade.  Por serem pronomes variáveis, concordam em gênero e em número com o termo a que se referem. 
Comprei dois livros sem os quais não consigo fazer o trabalho de Sintaxe.
Ela recebeu duas tarefas com as quais poderá manter seu emprego.
5. Pronome Relativo ONDE. 
Em lugar de em que, de que, a que, nas referências a lugar, empregam-se, respectivamente, onde, donde, aonde (que funcionam como adjunto adverbial ou complemento relativo)”.
A casa onde moro é muito velha.
A escola donde ela vem é muito conhecida.
O lugar aonde vou é extremamente ermo 
EXERCÍCIOS
Identificar as orações adjetivas, classificá-las e estabelecer a função do pronome relativo:
A documentação de que preciso não chegou.
Os atletas que vão às Olimpíadas são os melhores.
Completar as frases com o pronome relativo QUAL e a preposição devida:
A rua ................ moro fica no Centro.
2. A professora ................. me refiro é ótima.
3. Os ideais .............. lutei estão fora de moda.
Aula 06: Orações subordinadas adverbiais desenvolvidas – Parte 1
Ao final esta aula, o aluno deverá ser capaz de:
Distinguir uma oração adverbial de uma subordinada substantiva ou de uma adjetiva.
Identificou as orações subordinadas adverbiais desenvolvidas em causais, consecutivas, condicionais e concessivas.
Já vimos que há orações subordinadas de dois tipos: substantivas e adjetivas. Além dessas, temos, também, outro tipo de oração subordinada: a adverbial, ou seja, uma oração que exerce função de adjunto adverbial em relação à oração principal. A ação virá expressa na oração principal e o advérbio vai indicar a circunstância em que ocorreu a ação.
A oração subordinada adverbial vai indicar uma circunstância em que a ação da oração principal ocorreu. Isso ajuda a não confundir com a subordinada substantiva.
Ana estudou nesse colégio na adolescência.
Meus pais vão ao médico por prazer; meus avós, por necessidade.
Em (a), temos um adjunto adverbial de tempo e em (b) temos um adjunto adverbial de causa. Vamos transformar esses advérbios em orações? (orações adverbiais)
(a1) Ana estudou nesse colégio quando era adolescente.
(b1) Meus pais vão ao médio porque sentem prazer; meus avós, porque sentem necessidade.
Uma oração subordinada adverbial pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim,causa, condição, hipótese etc. Quando desenvolvida, vem introduzida por uma das conjunções subordinativas (com exclusão das integrantes). 
“Chama-se circunstância (do lat. Circum, em redor, stare, estar; o que está em redor ou em torno) a condição particular que acompanha um fato, o acidente que o atenua ou agrava.” (p.53)
GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 17ª ed. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1997.
Causais 
As orações subordinadas adverbais causais exprimem a causa, o motivo do pensamento expresso na oração principal. Então, não dá para confundir: na oração causal a consequência estará na oração principal e a causa na oração subordinada.
Geralmente, são introduzidas por Conjunções - Porque, que (quando significa ‘porque’), pois, como (quando significa ‘porque’), já que, visto que, visto como, uma vez que, dado que, porquanto etc:
a) ‘porque’ e ‘pois’ introduzem a oração causal que vem após a principal.
b) “porque’ pode vir precedido de um vocábulo de realce (só, até, mesmo, justamente etc.);
c) ‘como’ vem sempre introduzido na oração anteposta à oração principal.
EXEMPLOS:
O bebê sorriu porque a mãe chegou.
Sorriu- é a consequência.
porque a mãe chegou – é a consequência.
A consequência sempre estará na oração principal e a causa na oração subordinada
Como a mãe chegou, o bebê sorriu. (Quando a oração começar com a conjunção COMO, a oração subordinada virá antes da principal.)
A oração está invertida. 
O bebê sorriu, já que a mãe chegou.
Em uma oração subordinada adverbial causal, temos a relação de causa e consequência expressa da seguinte maneira: a causa está na oração subordinada adverbial e a consequência na oração principal.
IMPORTANTE!
O período pode começar tanto pela oração principal quanto pela oração subordinada adverbial. O que determina a posição é o efeito que se quer transmitir, aquilo que se quer que seja colocado em relevância. Observe:
O bebê sorriu, já que a mãe chegou.
Já que a mãe chegou, o bebê sorriu.
É uma escolha estilística do autor colocar a oração principal no início ou no fim. Entretanto, quando a oração começar com a conjunção COMO, a oração subordinada virá antes da principal.
Consecutivas 
A oração subordinada adverbial consecutiva é introduzida pelo transpositor que e indica na oração principal, uma expressão de natureza intensiva como tal, tanto, tão, tamanho (termos que podem ser subentendidos).
Ele comeu tanto que não conseguiu dormir.
“Ele comeu tanto”- oração principal- nela está a CAUSA
“que não conseguiu dormir” – oração subordinada – nela está a CONSEQUÊNCIA. 
Ela era tão chata / que ninguém a aturava.
Enquanto na oração CAUSAL a consequência está na oração principal e a causa na subordinada; na CONSECUTIVA a CONSEQUÊNCIA está na oração subordinada e a CAUSA na oração principal.
Outra diferenciação é que a consecutiva sempre trará na oração principal elementos de realce tal, tanto, tão, tamanho (termos que podem ser subentendidos).
	Diferentemente da oração subordinada adverbial causal, na oração subordinada adverbial consecutiva temos a relação de causa e consequência expressa da seguinte maneira: a causa está na oração principal e a consequência na oração subordinada adverbial.
A oração consecutiva indica que a consequência expressa pela oração principal se deve à forma como a ação foi praticada pela oração principal e “[...] servimo-nos, na oração principal, das unidades complexas de tal maneira, de tal sorte, de tal forma, de tal modo.” 
Exemplos:
Ele falou de tal maneira que aborreceu os pais.
Tamanha era sua vontade de casar que fez várias promessas a Santo Antônio.
(tamanha – elemento de realce)
Condicionais 
As orações subordinadas adverbiais condicionais introduzem uma oração que pode expressar a condição necessária para que se realize ou se deixe de realizar o que se declara na oração principal.
Conjunções se, caso, sem que, uma vez que (com o verbo no subjuntivo), desde que (com o verbo no subjuntivo), dado que, contanto que etc.
Se ele chegar cedo, fará o lanche para todos nós.
Caso haja boa organização, o congresso será um sucesso.
Concessivas 
Segundo Bechara (2000:498-99), as orações subordinadas adverbiais concessivas introduzem oração que exprime que um obstáculo – real ou suposto – não impedirá ou modificará a declaração da oração principal.
 Algumas conjunções concessivas - ainda que, embora, posto que, se bem que, conquanto.
EXEMPLOS:
Vamos permitir que eles saiam, embora sejamos contra o namoro.
 Oraç. Princip. Oração subord.
A maior parte dos funcionários ganhou aumento, ainda que a empresa tenha perdido o contrato.
QUESTÃO 1. Classifique as orações a seguir em: 
(1) subordinada adverbial causal. Saí cedo / porque choverá
(2) oração subordinada adverbial consecutiva. O menino chorou tanto / que ficou rouco.
(3) oração subordinada adverbial concessiva. Embora chovesse, foi à praia. (foi à praia é o impedimento)
(4) oração subordinada adverbial condicional. Se chover /não irei ao clube. (“se chover” é a oração condicional. “não irei ao clube” é a principal)
QUESTÃO 2. Leia o período a seguir:
 
“Nunca chegará ao fim, por mais depressa que ande.”
 
A oração destacada é:
subordinada adverbial causal 
subordinada adverbial concessiva 
subordinada adverbial condicional
subordinada adverbial consecutiva
subordinada adverbial comparativa
 
Letra (b).  Por que a oração destacada é concessiva?  Porque a ideia expressa é de contradição: de nada adiantará que ele ande depressa, pois a ação presente na oração principal não irá acontecer, ou seja, ele não conseguirá chegar ao fim.
Questão 3. Leia os parágrafos a seguir extraído de uma reportagem do G1.
 
Embora comemore a felicidade do filho, ele não deixa de afirmar que o coração está apertado por deixá-lo sair de casa tão jovem. “ É complicado. Os três estão indo embora e o ninho ficou totalmente vazio.
[...]
Segundo os pais, apesar da confiança, eles só autorizaram a mudança do adolescente devido ao cuidado que receberá das irmãs. “Se fosse em outro local, ele não iria. Apesar de acreditarmos na maturidade dele, o Júnior é muito novo. Com as irmãs, sabemos que ele estará em boas mãos”, comenta o pai. 
Nos dois parágrafos acima, temos orações subordinadas adverbiais. Destaque-as e classifique-as.
“Embora comemore a felicidade do filho” – oraç. Subor. Adverb. Concessiva.
“Se fosse em outro local, ele não iria.” Se fosse em outro local – oração adverb. condicional
 ele não iria – oração principal
Aula 07: Orações subordinadas adverbiais desenvolvidas (Parte 2)
Ao final esta aula, o aluno deverá ser capaz de:
Distinguir as orações subordinadas adverbiais desenvolvidas em conformativas, finais, proporcionais, temporais, comparativas.
Compreender a classificação das orações adverbiais não previstas pela NGB em locativas e modais.
Conformativas 
As orações subordinadas adverbiais conformativas introduzem oração que exprime um fato em conformidade com outro expresso na oração principal, ou seja, o valor assimilativo da conjunção permite estabelecer uma comparação entre dois fatos, indicando que o conteúdo de uma das orações confirma o conteúdo da outra.
 Exprime a conformidade de um pensamento com o outro, existente na oração principal.
Conjunções: Conforme, como, segundo, consoante (As três últimas com valor de ‘conforme’).
Nossa filha não tem estudado conforme havia prometido.
 Como se costuma proceder, a aluna foi suspensa por 10 dias.
Finais 
As orações subordinadas introduzem oração que exprime a intenção, o objetivo, a finalidade da declaração expressa na oração principal.
 
Algumas conjunções finais : Para que, a fim de que, que (= para que), porque (= para que).
Você fez de tudo para que ele não chegasse a tempo.A fim de que chegasse rápido, pegou um táxi.
Proporcionais 
As orações subordinadas proporcionais introduzem oração que exprime um fato que ocorre, aumenta ou diminui na mesma proporção daquilo que se declara na oração principal. As conjunções proporcionais apresentam dois fatos que ocorrem paralelamente havendo uma relação de causa e efeito entre eles.
Algumas conjunções proporcionais : À medida que, na medida em que à proporção que, ao passo que. Também são usadas as estruturas correlativas: quanto mais/menos ... mais/menos,... tanto mais/menos ...
Ao passo que envelhece, fica cada vez mais bonita.
Quanto mais estudamos, mais aprendemos.
Temporais 
As orações subordinadas temporais introduzem oração que exprime o tempo da realização do fato expresso na oração principal, ou seja, definimos a posição, no tempo, do que está expresso na oração principal. 
 
Algumas conjunções e locuções temporais: Antes que, primeiro que, depois que, quando, enquanto, logo que, tanto que, assim que, desde que, apenas, mal, eis que, senão, todas as vezes que, (de) cada vez que, sempre que, enquanto, até que.
Quando ouço esta música, penso em você.
Mal entrei no banho, o telefone tocou.
A primeira vez que isso aconteceu foi em 1987.
Comparação intensiva 
Construção sintática utilizada para quantificar uma propriedade comum a dois ou mais objetos. Nesse caso, tanto se pode destacar a igualdade da quantificação expressa por meio de tanto/tão ... quanto – como a diferença – expressa por meio de mais/menos ... do que. Por isso, a comparação pode ser:
De igualdade – O menino é tão esperto quanto o menina.
De superioridade – O menino é mais esperto do que a menina.
De inferioridade – O menino é menos esperto do que a menina.
As brasileiras dançam mais do que as europeias. 
A coragem dele é tão grande quanto a inteligência dele (é). [Nesse caso, a comparação está implícita.]
Comparação assimilativa 
Ocorre quando a comparação se refere à semelhança existente nos conteúdos comparados. Essa forma de comparação é construída geralmente com a conjunção como, precedida ou não do advérbio assim, e expressa uma relação semântica e sintática muito próxima da coordenação aditiva. Pode ocorrer também essa relação com as conjunções da mesma forma que e tanto quanto.
O menino corre como um leão.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS QUE NÃO FIGURAM NA NGB
Locativas 
 As orações subordinadas adverbiais locativas aparecem sempre sob a forma desenvolvida, sem conjunção e introduzidas por onde. Indica circunstância de localização.
Ela mora onde meu pai morava.
Nós gostaríamos de viajar para onde nossos irmãos foram.
Modais 
As orações subordinadas adverbiais modais introduzem uma oração que exprime o modo, a maneira pela qual se executou o fato expresso na oração principal.
Rocha Lima (1998: 283) afirma que “O modo (juntamente com o tempo e o lugar) é a mais fundamental das circunstâncias. Mas, em português, assim como não existem conjunções locativas, assim também não existem conjunções modais.” Esse autor afirma que não há orações subordinadas adverbiais modais desenvolvidas, fato debatido por outros autores, conforme os exemplos a seguir.
 
Algumas conjunções modais: Sem que, como.
 
Chegou atrasado sem que ninguém percebesse. As duas frases expressam ‘modo’.
Quero viajar nas férias sem que nada me aborreça.
EXERCICIO
Questão 1. Classifique as orações a seguir em:
(1) Oração subordinada adverbial conformativa.
(2) Oração subordinada adverbial final.
(3) Oração subordinada adverbial proporcional.
(4) Oração subordinada adverbial temporal.
(5) Oração subordinada adverbial comparativa.
(6) Oração subordinada adverbial locativa.
(7) Oração subordinada adverbial modal.
a) ( ) Nossa fome aumentava à medida que o dia passava.
b) ( ) Ele ficou envergonhado quando viu sua foto.
c) ( ) No exterior, ele ficará feliz sem que o aborreçam.
d) ( ) Onde quer que vá, há problemas.
e) ( ) A festa correu, conforme tínhamos planejado.
f) ( ) Correu muito para que chegasse a tempo.
g) ( ) Ela ficou tão feliz quanto uma criança.
 
3-4-7-6-1-2-5
Questão 2. Vamos agora analisar as orações em um texto? Leia o trecho a seguir retirado do texto A carreira nas alturas, da Revista Língua Portuguesa.
“_ Embora algumas atuações exijam uma produção oral ou escrita mais frequente, como docência e advocacia, muitos profissionais precisam escrever relatório, carta, comunicado, circular. Na linguagem oral, todos têm de expressar-se de forma convincente nas reuniões, para ganhar respeito e credibilidade. Isso vale para todos os cargos da hierarquia profissional - explica Maria Helena Nóbrega, professora de língua portuguesa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da USP.
Oração subordinada adverbial concessiva.
Oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo- para ganhar respeito e credibilidade
(o verbo ganhar está reduzido à sua forma nominal. Se tivesse o “que”, seria apenas final, pois, como TRANSPOSITOR, mudaria o verbo)
Questão 3. Divida os períodos a seguir e depois classifique as orações subordinadas adverbiais encontradas.
 
Vamos nos divertir tanto juntos / que sairemos outras vezes. 
Consecutiva 
Falei com ele / porque precisava de sua opinião. 
Causal 
Falei com ele / como tenho falado sempre. 
Conformidade 
Falei com ele / ainda que não precisasse. 
Concessiva 
Falarei com ele / se for necessário. 
Condicional 
6) Falei com tanta raiva / que fique rouco. 
Consecutiva 
7) Falei com ele / para que me ajudasse. 
Final 
8) Falei com ele / quando recebi o livro. 
Temporal
9) O professor voltou à sala / quando a aula já tinha acabado. 
Temporal 
 A aula ia melhorando à proporção / que o tempo passava. 
Proporcional 
Aula 08: As orações subordinadas adverbiais reduzidas 
Profª. José Arnaldo Guimarães Filho
Ao final esta aula, o aluno deverá ser capaz de:
Objetivo 1 - Diferenciar a oração coordenada explicativa da oração subordinada adverbial causal;
Objetivo 02 - Distinguir entre oração coordenada adversativa e a oração subordinada adverbial concessiva;
Objetivo 3 - Identificar e classificar as orações subordinadas adverbiais reduzidas; 
ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL CAUSAL E ORAÇÃO COORDENADA SINDÉTICA EXPLICATIVA
1.Em uma oração causal, a oração adverbial tem anterioridade temporal, ou seja, o fato nela expresso aconteceu antes do que o fato que temos na oração principal.
Exemplo: O técnico ficou contente porque seu time jogou bem a partida decisiva.
2. Se você puder “ [...] substituir a oração desenvolvida iniciada com que, pois, porque por outra equivalente, reduzida de infinito, iniciada pela preposição por [...]” (Kury: 1993, 90) a oração é subordinada adverbial causal.
O estudante está esgotado porque estudou até tarde para a prova. 
O estudante está esgotado por ter estudado até tarde para a prova.
Choveu porque a rua está molhada.
Como a substituição não é possível, a oração é coordenada explicativa e não se percebe a anterioridade da ação expressa na oração subordinada. Em outras palavras, não posso dizer que está molhada é a causa de ter chovido.
3. Entre as orações coordenadas assindéticas e as orações coordenadas sindéticas explicativas pode existir uma vírgula, dois-pontos e ponto e vírgula: isso não ocorre nas orações adverbiais causais. 
4.Quando temos uma oração coordenada explicativa podemos retirar a conjunção e usar dois-pontos sem que haja perda de significado.
Não há ninguém em casa porque a luz está apagada.
Não há ninguém em casa: a luz está apagada.
As orações iniciadas por “que” ou “porque” sempre serão explicativas se o verbo da oração anterior estiver no modo imperativo.
Não chore, que será pior. Acalme-se, porque o pior já passou.
5. as orações causais com que, pois, porque podem, na maior parte dos casos, “[...]substituir-se por equivalentes como os conectivos como (no início doperíodo), uma vez que e análogos, que não é possível com as explicativas.” (p. 90)
Como estava cansado, deitou-se no sofá.
 Substituindo ficaria: Por estar cansado, deitou-se no sofá. Substitui pela preposição POR e reduzir o verbo de infinitivo.
Nas explicativas, a causa está na oração inicial e a consequência na oração seguinte.
O carro bateu porque está amassado. 
Estude porque haverá prova.
Estude- causa
porque haverá prova.- consequência.
Nas causais, a causa está na subordinada e a consequência na principal.
O carro está amassado porque bateu. 
Como o carro bateu está amassado.
ORAÇÃO COORDENADA ADVERSATIVA X ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL CONCESSIVA
Há duas possibilidades de articulação de oposição: uma por coordenação e outra por subordinação.
Veja:
Embora o time tenha jogado bem, perdeu a partida.
O time jogou bem, mas perdeu a partida.
A conjunção EMBORA já prepara o espirito do interlocutor, de modo que não frusta, pois já imagina que algo deu errado. Já na segunda frase, a conjunção MAS frusta, pois o interlocutor espera um resultado positivo, já que “o time jogou bem”.
Quando se faz uso da coordenação adversativa tem-se um encaminhamento argumentativo contrário à oração anterior, frustrando a expectativa do destinatário. 
Estudei muito para a prova, mas não tirei uma boa nota.
	A articulação sintática de oposição utilizando a oração subordinada adverbial concessiva tem um efeito modalizador do discurso, uma vez que prepara o destinatário para uma conclusão contrária ao inicialmente esperado.
Embora tivesse estudado para a prova, não tirei uma boa nota.
ORAÇÕES REDUZIDAS
Orações Reduzidas de Infinitivo. 
Quando uma oração reduzida de infinitivo é adverbial ela pode ser classificada como causal, concessiva, consecutiva, condicional, final e temporal. Quando temos uma oração reduzida de infinitivo, o verbo pode ou não ser acompanhado de preposição. 
A reduzida não tem a conjunção e o verbo fica na forma nominal.
O professor foi recompensado [por sua dedicação ao trabalho.]
 = porque se dedicou ao trabalho.
Oração subordinada adverbial causal, reduzida de infinitivo
Ele não irá à festa [sem cortar o cabelo.]
 = sem que corte o cabelo
Oração subordinada adverbial condicional, reduzida de infinitivo
[Apesar de estar resfriado], irei à festa.
= Ainda que esteja resfriado
Oração subordinada adverbial concessiva, reduzida de infinitivo
Ele resolveu se calar [a fim de evitar uma briga.]
 = a fim de que uma briga fosse evitada
 
Oração subordinada adverbial final, reduzida de infinitivo. 
A oração adverbial final só aparece reduzida de verbo no infinitivo.
Orações reduzidas de particípio. 
Três tipos de orações subordinadas adverbiais que podem aparecer reduzidas de particípio: as causais, as condicionais e as temporais.
[Encontrado o cachorro], a família ficou alivida.
= Porque o cachorro foi encontrado
Oração subordinada adverbial causal, reduzida de particípio.
[Arrumado seu quarto], você poderá sair com os amigos, 
=Caso arrume seu quarto
Oração subordinada adverbial condicional, reduzida de particípio
[Terminada a partida], os torcedores saíram comemorando.
[Quando a partida terminou]
Oração subordinada adverbial temporal
Eis um exemplo de oração subordinada adverbial concessiva, reduzida de particípio, conforme exemplo fornecido pelo autor: “A casa está preservada, mesmo construída às pressas”
Orações reduzidas de gerúndio. 
Podem ser orações subordinadas adverbiais temporal, causal, consecutiva, concessiva, condicional. 
Preparou o café, [vendo televisão.]
 = enquanto via televisão ( o “enquanto” desenvolveu a oração. E desenvolver é colocara a conjunção que não aprecia na oração original.)
Oração Subordinada Adverbial Temporal, reduzida de gerúndio
Chegou atrasado, [mesmo correndo muito].
 = mesmo que corresse muito
Oração Subordinada Adverbial Concessiva, reduzida de gerúndio.
Correndo do cachorro, tropecei na pedra.
= Porque corria do cachorro
Oração Subordinada Adverbial Causal, reduzida de gerúndio
[Comprando um presente para ela], serei perdoado pelo que fiz.
= Se eu comprar um presente para ela
Oração Subordinada Adverbial Condicional, reduzida de gerúndio
	EXERCÍCIO
Questão 1 – Classifique sintaticamente as orações sublinhadas
 
Chovendo, não irei à praia. 		 Oraç. Subord. adv. condicional reduzida de gerúndio.
Indo para o Centro, vou de metrô. 	Ora. Subord.. adv. Temporal reduzida de gerúndio 
Encerrada a reunião, fomos jantar. 	Temporal reduzida de particípio 
Mesmo com o zagueiro marcando em cima, fiz o gol.		Concessiva reduzida de gerúndio 	
Chegando tarde, perderei a prova.		Condicional red. De gerúndio 
Ele decidiu ir embora para descansar. 		Final reduzida de infinitivo
Questão 2.
 
Diferencie as duas orações sublinhadas:
 
Eles devem estar em casa, porque o carro está no portão. 
Oração coordenada sindética explicativa
Ele não conseguiu sair de casa porque o carro está no portão. (Por o carro estar no portão, não conseguiu sair de casa)
Oração subordinada adverbial causal
Aula 09: Colocação Pronominal
A colocação pronominal não é uma questão de análise sintática, isto é, a posição do pronome não determina sua função na frase. Além disso, sabemos que a variação, seja em termos de fala, seja em termos de escrita, não é exclusiva de falantes não escolarizados.
O que acontece na maior parte das vezes é que o falante escolarizado utiliza estruturas que variam, mas que não o marcam socialmente. Avalie: tem o mesmo peso dizer “Me fala sobre a festa” e “Os pessoal já saiu”? Certamente não!
Pensando no exemplo “Me fala sobre a festa”, temos que refletir sobre prescrição e uso: por que temos em nossa fala, com tanta frequência, frases começando por pronome quando a Gramática Normativa afirma ser esse uso incorreto? 
Português europeu x português brasileiro
Sabemos que nossa Gramática apresenta regras pautadas no português europeu, o que tem nos trazido alguns problemas quando confrontamos pesquisas linguísticas pautadas nos usos do falante culto e essa prescrição. O que se sabe é que nós mantivemos traços do português arcaico, ou seja, a língua usada em Portugal “avançou”, enquanto a nossa, por questões geográficas, econômicas e sociais, manteve-se semelhante à usada no século XV.
O tipo de língua portuguesa trazida para o Brasil, os contatos linguísticos com os índios, africanos e as línguas de migração, a intensa urbanização do país e o avanço da fronteira agrícola, misturando os falares sulistas aos nordestinos, tiveram como resultado muito provavelmente a manutenção do português arcaico do século XV, com pequenas contribuições trazidas pelos não falantes do português (Castilho, 2010).
Entre muitos outros itens, a ordem dos pronomes átonos, tema de nossa aula, tem sido alvo de muitas pesquisas que apontam fortes diferenças entre o português brasileiro e o europeu.
Assim, segundo a Gramática que herdamos de Portugal, a colocação normal do pronome é a ênclise. No entanto, no português escrito e falado no Brasil hoje, nota-se uma preferência marcante pela próclise.
Por que fazemos isso? Porque entre um uso que consideramos estigmatizado e um uso prestigiado, há usos que vão aos poucos sendo “aceitos” na fala dos indivíduos cultos.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL - A VISÃO NORMATIVA
Os pronomes átonos ( = ME, TE, SE, O, A, LHE, NOS, VOS, OS, AS, LHES) podem ocupar três posições:
antes do verbo = PRÓCLISE;
depois do verbo = ÊNCLISE;
meio do verbo = MESÓCLISE.
Vejamos algumas regras gerais de colocação. 
Próclise. 
A próclise é aplicada quando o verbo é antecedido por:
advérbio. Ele sempre me falou a verdade.
pronome relativo. Ele sabe que me ajuda quando limpa a garagem.
pronome indefinido. Alguém me falou sobre você.pronome interrogativo. Quem te contou essa história?
palavra exclamativa. Como me chateiam esses programas de TV!
conjunção subordinativa. Confesso que me pareceu obscuro o plano do governo.
com o gerúndio precedido da preposição em: "Em se tratando de polêmica não há ninguém melhor do que o Maradona.
nas orações exclamativas e optativas, com o verbo no subjuntivo e sujeito anteposto ao verbo: Bons ventos o levem. Deus te ajude.
Ênclise
Ênclise. É considerada a colocação básica de pronome, já que obedece à sequência verbo-complemento. A norma culta não aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos átonos.
A ênclise vai acontecer quando:
o verbo iniciar a oração: Senti-me sozinho.
o verbo estiver no infinitivo. Nós queremos lhe dizer tudo.
Mesóclise. 
A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no futuro do presente ou no futuro do pretérito.
 
Dar-te-ei um beijo de agradecimento. (darei)
Se a frase acima começasse com o termo “hoje”, não poderia usar a mesóclise e sim a próclise. Então seria “Hoje te darei um beijo...”
Entregar-te-emos as caixas em mão. (entregaremos)
COLOCAÇÃO PRONOMINAL COM LOCUÇÃO VERBAL
Auxiliar + infinitivo ou gerúndio.
Proclítico ao verbo auxiliar. 
Ele lhe quer falar sobre a aula.
Eu lhe estou contando sobre a aula.
Enclítico ao auxiliar. 
Ele quer-lhe falar sobre a aula.
Eu estou-lhe contando sobre a aula.
Enclítico ao verbo principal. 
Ele quer falar-lhe sobre a aula.
Eu estou contando-lhe sobre a aula.
As três formas acima estão corretas, a segunda opção é a mais usada.
2 - Auxiliar + particípio.
Proclítico ao auxiliar.
Eu lhe tenho contado sobre a aula.
Enclítico ao auxiliar (ligado por hífen).
Eu tenho-lhe contado sobre a aula.
As duas formas estão corretas.
EXERCICIOS
Preencha as lacunas com a forma verbal adequada segundo a norma culta.
"..............................................,se................,......mas não ................."
 
AJUDAR-TE-IA ou TE AJUDARIA. ME PEDISSES ou PEDISSES-ME ME PEDES ou PEDES-ME
(O “SE” é uma conjunção subordinativa condicional)
................................................. mal caso não ....... ...........................a mim com respeito. 
EU LHE RESPONDEREI ou EU RESPONDER-LHE-EI / SE DIRIJA OU DIRIJA-SE 
Assinale a alternativa correta:
a) A decisão alegrou-o. 
b) Eles diziam-se injustiçados. 
c) Ninguém conhece-te tão bem quanto eu.
d) Farei-te o que me pedes.
e) Quem falou-lhe sobre esse assunto?
 
 Na letra “d” o vrbo está no futuro do presente, por isso, usa-se a mesóclise.
Aula 10: O Padrão Oracional do Português Brasileiro
Chegamos à última aula da nossa disciplina.Nela, estudaremos alguns aspectos do padrão oracional do português brasileiro, como a existência do tópico na língua portuguesa, o uso do pronome “ele” como objeto direto, a questão do quadro pronominal, entre outros aspectos.
Objetivo 1: O uso do pronome ELE como objeto direto entre outros aspectos.
Objetivo 2: O tópico na Língua Portuguesa.
Objetivo 3: Alguns aspectos do padrão oracional do Português Brasileiro.
USO DO PRONOME ELE COMO ACUSATIVO
De acordo com a prescrição gramatical, o objeto direto só pode ser representado pelos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, nos, vos, os, as). No entanto, a presença do pronome 'ele' em função de objeto é antiga no Português Brasileiro. 
Exemplo: O carteiro entregou-me o livro que comprei pela internet.
Bechara (2000) afirma que "O pronome ele, no português moderno, só aparece como objeto direto, quando precedido de todo ou só (adjetivo) ou se dotado de acentuação enfática em prosa ou verso."
“A encomenda, entreguei toda ela ao cliente”
Joaquim Mattoso Camara Junior, importante linguista brasileiro, nos diz em seu Dispersos (2004, p. 96): “[...] um dos traços mais característicos do português do Brasil é o uso de ele (e suas variantes de feminino e plural), como um acusativo; ex: vejo ele, em lugar de vejo-o”. Esse uso é tão comum que pronomes oblíquos de terceira pessoa na fala dos brasileiros parecem ser utilizados apenas em contextos formais. 
VOCÊ E A GENTE: PRONOMES PESSOAIS?
Vamos analisar o quadro pronominal do Português Brasileiro? As gramáticas apontam que temos seis pronomes pessoais do caso reto: 
	
	1a pessoa
	2a pessoa
	3a pessoa
	SINGULAR
	EU
	TU
	ELE/ELA
	PLURAL 
	NÓS
	VÓS
	ELES/ELAS
Onde foram parar TU E VÓS?
Sabemos que é uma tendência do Português Brasileiro, o uso de VOCÊ/VOCÊS , em substituição aos pronomes tu/vós e de A GENTE em substituição a pronome nós. Se TU é pronome de 2a pessoa do singular, teria em VOCÊ um pronome pessoal correspondente, também da 2a pessoa? Afinal de contas, VOCÊ é pronome pessoal ou pronome de tratamento? 
Bechara (2000) nos diz que 'você' é um pronome de tratamento: "Você, hoje usado familiarmente, é a redução da forma de reverência Vossa Mercê. Caindo o pronome vós em desuso, só usado nas orações e estilo solene, emprega-se vocês como plural de tu." (p. 166)
 
 	Enquanto o uso de você/vocês é amplamente aceito, em relação ao uso de 'a gente', ainda temos especificidades. O falante culto da língua, resiste em usá-lo se o ambiente é mais formal, seja na modalidade falada, seja na modalidade escrita. Bechara (2000: 166) nos diz que "O substantivo gente, precedido do artigo a e usado em referência a um grupo de pessoas em que se inclui a que fala, ou a está sozinha, passa a pronome e se emprega fora da linguagem cerimoniosa. Em ambos os casos o verbo fica na 3a pessoa do singular."
	
 ESTRATÉGIAS DE RELATIVIZAÇÃO
 
Ao observamos, no Português Brasileiro, as estratégias de relativização, 
Norma prescrita. Oração relativa padrão.
O livro DE que gosto vendeu milhões de cópias.
(O verbo 'gostar' é regido pela preposição DE e, portanto, essa preposição deve acompanhar o pronome relativo.)
2. Uso da oração copiadora ou relativa com pronome lembrete. 
Considerada a mais antiga das três estratégias de relativização, sabe-se que muito antes da formação das línguas românicas, o latim vulgar já tinha orações relativas com pronome-cópia.
 
O livro que eu gosto DELE vendeu milhões de exemplares.
3. Uso da relativa cortadora. O livro Ø que eu gosto vendeu milhões de cópias. 
Percebemos que no português brasileiro as relativas cortadoras estão mais presentes do que as copiadoras. Pesquisas apontam que os falantes cultos optam pelo uso das orações relativas cortadoras na modalidade falada da língua para evitar o uso das relativas copiadoras, altamente estigmatizadas e numa tentativa de não soarem pedantes com o uso da relativa padrão.
TOPICALIZAÇÃO
O prefeito, ele hoje está inaugurando umas obras.
A comida da pensão tá muito fraca, a comida da pensão.
A GN diria que temos anacolutos, ou seja, a quebra na estrutura sintática da oração. Isso porque nossa Língua Portuguesa é uma língua do tipo SVO (sujeito-verbo-objeto). Do ponto de vista dos estudos linguísticos, temos um recurso expressivo, uma ênfase especial.
 
Para muitos, é sujeito duplo. Para outros estudiosos, trata-se de uma outra estrutura sintática.
VERBO TER X HAVER
A norma não abona o uso de TER por HAVER, ainda que esse uso seja frequente na fala. No poema de Drummond, “No meio do caminho”, há esse uso.
 
Veja esses casos:
Tinha dois suspeitos no portão (em vez de havia)
Só teve cem inscritos no concurso. (em vez de houve)

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