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livro tecnologia de alimentos antonio evagelista embalagem de alimentos

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Tecnologia
de Alimentos
JOSÉ EVANGELISTA
Ex- Professor de Tecnologia de Alimentos do Instituto Annes
Dias, Rio de Janeiro. Ex-Professor de Técnica Dietética e
Dietoterapia Infantil no Instituto Municipal de Nutrição, Rio
de Janeiro. Médico Dietólogo pelo Instituto de La Nutricion
de Ia Republica Argentina. Nutrologista pela Associação
Brasileira de Nutrologia e Associação Médica Brasileira . .-
Presidente da Associação Brasileira de Nutrologia
LI R RIA ATHENEU - Rio de Janeiro. São Paulo. 1987
. CROKINHOSr~~~
j
l1.a Parte
Embalagens de Alimentos
1. Introdução.
2. Definição e dl . -ivrsao de emb Ia agens.
3. Origem das matérias-primas.
4. Embalagens espe ... clals.
5. Escolha da embal agem.
6. Tecnologia de embala
Embalagens r(gida gens
Metal. s.
Vidro
Papelão
Madeira·.
Plástico rrqido
EmPOIPa moldada·.
~~I~~ens semi-rrçídas
La s .ICO~emi-r(gido ..
E mmaçao mistos
mbalagens flex (v ..L. eis
arninados .C .
P
elulose regenerada
apel. .
7 Adeq -. uaçao das embala gens aos produtos.
Embalagens de Alimentos
1. INTRODUÇAO
Ao criar o homem, a natureza deu ao mundo a sua primeira aula sobre tecnologia de em-
balagens, pois que o corpo humano é um verdadeiro sistema de acondicionamentos rígidos e fle-
, xíveis, protegendo órgãos, tecidos, vasos e nervos.
Com requintes de perfeição, vários "produtos frágeis" são abrigados por "embalagens rí-
gidas", como no caso do cérebro, defendido pelos ossos da cabeça e dos pulmões e coração, en-
voltos por películas específicas, sob a proteção da "caixa torácica"; "embalagens flexíveis"
existem, como o peritônio, revestindo as vísceras abdominais, as túnicas testiculares, verdadeiro
laminado cobrindo as glândulas; as "embalagens tubulares", representadas por vasos arteriais e
venosos, contendo o precioso líquido da vida, o sangue.
Enorme série de exemplos podemos ainda buscar, se quizermos demonstrar que o corpo
humano é um agrupamento de embalagens, todas com função principalmente protetora, com o
objetivo de assegurar a execução das tarefas orgânicas.
Em maior ou menor grau, a mesma natureza também conferiu aos alimentos meios para a
sua proteção, preservando-os, assim, das agressões ambientais; por isso, concedeu-lhes embala-
gens vivas, destinadas a conservá-los, segundo as suas características, até o momento de poderem
ser consumidos.
Essas embalagens vivas ou naturais são representadas pelos mais variados invólucros, cas-
cas ou películas, desde aqueles envoltórios celulósicos no reino vegetal, cobrindo frutas e outros
vegetais, até aos protídicos, como a pele, que revestem a carne.
Embalagens vegetais existem protegendo e conservando as leguminosas, as frutas frescas
(banana, abacaxi, fruta de conde etc.) e secas (coco, noz, amêndoa, avelã, etc.) as vagens da er-
vilha, a palha do milho, o ouriço das castanhas; embalagens animais, como a casca do ovo, a
bolsa do canguru-fêmea, as conchas dos moluscos, dos mexilhões, os cascos da tartaruga, do
jabuti, do tatu e etc., constituem ainda exemplos de embalagens naturais.
EMBALAGENS VIVAS OU NATURAIS DE ALIMENTOS
A importância das embalagens vivas talvez tenha sido entendida pelo homem, quando obser-
vou a coincidente facilidade de deterioração do alimento, quando este era privado do seu
invólucro original.
Dessa observação e da necessidade da utilização de alimentos, muitas vezes de consumo
.regulado em diferentes horários, partiu, então, o homem para soluções possíveis, dentro dos re-:
cursos disponentes.
Como embalagens para o transporte e a guarda de alimentos foram utilizados bexigas e es-
tômagos de animais, sacos de couro, folhas de plantas, pedaços de bambu e de ôcos de árvores,
chifres, cabaças, vasos de barro cozido, cestos de cipó, de vime, de bambu, palha costurada
etc.
471
EMBALAGENS VIVAS OU NATURAIS
472
As embalagens de barro cozido, -
vam recipientes elaborados com argila
RECIPIENTES PRIMITIVOS
Recipientes da id
Recipientes da idade do bronze
Metais como o ouro e a prata, depois de fundidos em lingotes, eram martelados por anti-
gos chineses, que, das chapas obtidas, fabricavam recipientes de várias formas e tamanhos.
O vidro, dos mais populares materiais empregados em embalagens, na forma de garrafas e
de recipientes sob vários modelos, é mencionado desde épocas milenares.
Recipientes de vidro, artisticamente decorados, foram elaborados há mais de 2 mil anos
A.C., especialidade na qual se tornaram famosos, os egípcios.
Com referência ao papel, para utilização na escrita, foram os egípcios que o conseguiram,
no ano 2.200 A.C., transformando a cana de papirus do Nilo, em folhas de fibras comprimidas;
no ano 123 A.C. os chineses obtiveram o papel, com fibras de seda; o chinês T'sai Lun, no ano
105 de nossos tempos, fabricou papel com a celulose da casca interna da amoreira.
Incrementada sua produção, o papel, de há muito tem sido utilizado como material para
envoltórios.
À medida em que o crescimento industrial foi se expandindo, a substituição das embala-
gens primitivas tem sido feita, por outras de formas e tamanhos mais funcionais e de material
de maior potencialidade protetora.
473
Em 1809, por iniciativa de Nicolas Appert, a folha de flandres foi oficialmente 1:.IWOOll-
zida no mercado, como material para embalagens;
No século XIX, com a fabricação industrial do papel, este passou a ser o material de em-
balagem popularmente mais usado.
A utilização de embalagens confeccionadas com material plástico só foi possível em 1907
graças aos ensaios do americano Léo Bakeland.
A chamada era do plástico, só tomou verdadeiro impulso, quando, em 1942, foi fabricado
o polietileno em escala comercial, apesar de sua descoberta ter ocorrido em 1930.
Sucederam-se, daí em diante, mais apurados processos tecnológicos e, com a implantação
de novas técnicas, foi possível o surgimento de inúmeros materiais plásticos, aplicados segundo
as características dos alimentos e das conveniências nutritivas e mercadológícas,
Em nossos dias, as embalagens, em sua variedade e sofisticação, adquiriram, diante de
todos, intenso prestígio, não só pelos serviços que prestam, como pela estreita intimidade que
com elas mantemos, através de sua presença constante e eficiente.
Desde o momento em que se levantam, homens e mulheres, na respectiva ordem de pre-
ferência e de consumo, recorrem ao dentifrício, às loções e cosméticos, aos alimentos servidos
do dejejum à ceia, todos eles dispostos em funcionais ernbalantes.
O cigarro, o fósforo, os comprimidos e outros numerosos produtos acompanham o indi-
víduo pelo dia afora, todos servidos em suas embalagens.
EMBALAGENS "INUSITADAS"
Embalagem para prematuros Versão da "última embalagem"
Para a transferência de prematuros, de maternidades para clínicas especializadas, já se
conta, hoje, com embalagens apropriadas e, se quizermos exagerar um pouco, podemos lem-
brar que, para o nosso transporte para o outro mundo, recorremos ao típico caixão mortuário,
a inevitável e última embalagem utilizada pelo indivíduo.
Afirmou Enio Mainard: "embalagem é tudo aquilo que envolve o homem, desde a sua
pele, a sua roupa, até as ruas asfaltadas' que atravessa, sua casa, sua sala, sua cama, seu ta-
pete. É tudo aquilo que está em sua volta".
Como se vê, as embalagens representam, na sociedade humana, um pólo estreitamente
à ela ligado, pelo convívio constante que estabelecem e pelos benefícios que proporcionam.
474
DEFINIÇAO E DIVISAO DE EMBALAGE S
De acordo com a filosofia de marketing, a em ê"
protege e protegero que vende" ou "a embalagem é a arre,
nar o produto, para que ele seja transportado, vendido e consumido
Essa definição, apenas mercadológica, não fixa conseqüen e
embalagem, em seus aspectos de atividade, em sua tarefa funcional.
Segundo o decreto-lei 986/1969, embalagem "é qualquer forma pela qual o alimento
tenha sido acondicionado,guardado, empacotado ou envasado".
. De acordo com os dicionários, embalagem "galicisrno" generalizado principalmente em
linguagem comercial, significa "enfardar, empacotar, encaixotar, acobertar um produto", na
presunção de proteger alguma coisa.
Com esse sentido, a designação "embalagem", se adapta â vários tipos de acondicionantes.
idade, "vender o que
técnica de acondicio-
nalidade de cada
São receptáculos com a finalidade de abrigar por período
variável: matéria-prima alimentar, alimentos "in natura",
produtos alimentícios ou produtos intermediários, para fins
industriais ou de distribuição em entidades de alimentação
recipientes
Diferentes Tipos envases
de Acondicio-
nantes
São recipientes destinados a proteger contra qualquer dano
ou fraude, produtos neles contidos, durante o seu armaze-
namento e transporte, até o momento de seu consumo.
São cobertas ou invólucros protetores, que revestem as em-
balagens, recipientes, envases ou o próprio produto.
ISão vasos destinados a abrigar líquidos ou sólidos, com sis-tema de tamponamento ou não.
envoltórios
vasilhas
Como se vê, há uma enorme série de "acondicionantes", que se tornam mais inusitados
ainda, quando não são elaborados em massa e sim para embalar alimentos regionais, que, fora da
órbita industrial, são de reduzida produção.
Muitos desses "acondicionantes", entretanto, por aparentarem outras características além
das de proteção, deixam de ser considerados como "embalagens verdadeiras", recebendo outras
denominações.
O critério da maioria é o de que o nome de embalagem deve ser dado âquela de presença
permanente junto ao produto, desde a elaboração deste, até ao seu consumo; essa mesma cor-
rente, julga que não é embalagem, aquela que desempenha ação temporária ou casual e, por
conseguinte é um acondicionante meramente auxiliar.
A definição contida no decreto-lei 986/69 consigna mais amplo sentido de especificação
do que é embalagem, pois afirma categoricamente, que embalagem é aquilo que "acondiciona"
"guarda", "empacota" ou envasa" o produto alimentício. .
Ela exalta a função de proteção do "acondicionantê" e não faz restrição alguma sobre a
sua prestação de serviços, permanente ou temporariamente; na sua essência, o decreto-lei
986/69 considera, pois, embalagem, também aquelas que protegem o alimento, durante o
useio da matéria-prima, operações de transporte e de armazenamento do produto, as que
se nduzem como embalagens auxiliares e ainda aquelas que atuam como verdadeiras
balagens das embalagens".
A discrepância sobre a denominação de "embalagem" não se justifica, pois esta se refere
ao modo e ao tempo em que o acondicionante exerce sua atividade e não â sua caracte-
proteção, que em todos os casos se mantém incólume.
o fica, então, que são embalagens todos os acondicionantes, todas as matérias primas
e - com função de proteção do produto alimentício, contra os danos ambientais e os
oques, até o momento de sua venda.
475
Acolhida como plenamente válida a conceituação expressa no decreto-lei 96 __
tido etimológico da palavra embalagem, podemos generalizar o seu significado, -- - - -=-
"embalagem é todo o acondicionante que exerça funções de proteção do alimento .
da matéria-prima alimentar ou do produto alimentício, temporária ou permanentemen
correr de suas fases de obtenção, elaboração e armazenamento".
TIPOS DE EMBALAGENS DE PRODUTOS ALlMENTICIOS
-!
IMPORTANCIA E FUNÇOES DAS EMBALAGENS
As embalagens, no setor do alimento industrializado, criadas com o objetivo de prese
e proteger o produto, não mais ostenta somente esse sentido de "prestação física", adquirin '
novas funções, possíveis pela especialização e evolução de sua tecnologia e pelo vigoramen
de novos métodos mercadológicos.
A importância das embalagens já está conscientizada entre a maioria dos produtores e
consumidores; elas atendem aos interesses do consumidor, cumprindo suas metas técnicas e, do
produtor, como veículo de comunicação, de distribuição e difusão do produto, dentro do
planos operacionais mercadológicos, relacionados com os lucros, perdas e vendas da organiza-
ção.
Para os produtores, na execução da técnica agressiva que hoje predomina em todo o
marketing, a embalagem é a ponta de lança que abre para a empresa, o caminho de suas finalida-
des lucrativas.
A embalagem perfeita é o elo de comunicação que exprime a mensagem do fabricante ao
cliente, informando-o das virtudes possuídas pelo produto.
O recado expedido pela má ou boa embalagem, por analogia, se assemelha àquele transmi-
tido por pessoas que merecem ou não o crédito devido; a embalagem, sem falar, parece "dizer"
o que de verdade existe em seu interior.
Axioma freqüente e quase sempre verdadeiro, é o que afirma: "dentro da boa embalagem
só cabe o bom produto".
Dentro dessa concepção, duas realidades existem: o freguês exige, na embalagem perfeita,
o produto correspondente em excelência; o produtor, diante da embalagem apresentada, opina
sobre o valor do produto e através dela, demonstra a consideração que dispensa ao cliente.
A importância das embalagens, é avaliada:
a) Pelas funções que desempenham
Avaliação da importân-
cia das embalagens b) Pela sua adequação aos produtos
476
FUNÇOES
A função fundamental das embalagens é
nais à elas se incorporaram, como contingência
crescente e das novas modalidades introduzidas pelo
As principais funções das embalagens são:
a) Proteger o conteúdo do produto poI ela ser atacado
b) Resguardar o produto, contra os a: es ientais
c) Favorecer ou assegurar os resultados os meios de conservação
d) Evitar contatos inconvenientes do ----,
e) Melhorar a apresentação do ------i
f) Possibilitar melhor observação do ----I
g) Favorecer o acesso ao - produto
h) Facilitar o transporte dO-------I
i) Educar o consumidor do
_ reger o produto, porém, funções adicio-
aprimoramento tecnológico sempre
Funções das emba-
lagehs
a) Proteger o conteúdo do produto, sem por ela ser atacado
Esta é a principal função da embalagem e que tem o sentido de proteção global do produ-
to alimentício.
b) Resguardar o produto contra ataques ambiéntais
Essa função se relaciona não só com a proteção dada contra a penetração de microrganis-
mos no interior do alimento, como também com a sua particularidade de impedir a ação indese-
jável de agentes físicos, químicos e enzimáticos.
A função protetora da embalagem não é somente a de reforçar o envoltório natural do
alimento, mas ainda o de substitui-I o quando este desaparece.
A proteção se faz contra ataques ambientais, riscos e choques à que estão sujeitos os pro-
dutos, dando-lhes melhores condições para resistirem aos danos causados durante o transporte.
Essa proteção ao produto, se verifica:
1 - após a sua elaboração;
2 - no período de sua estocagem, no recinto da fábrica, ou junto ao transformador, reta-
lhista e lojista;
3 - durante os estágios de transporte;
4 - por ocasião do tempo de uso do produto, quando a embalagem permite sua utiliza-
ção, por maior número de vezes.
Em sua finalidade de proteção contra os ataques ambientais, as embalagens preservam os
produtos alimentícios, contra:
1 - as alterações microrgânicas, enzimáticas, físicas, Químicas ou de agentes predadores;
2 - a depreciação do produto, por agregação de sujeira, substâncias tóxicas e impregna-
ções de odores e de sabores indesejáveis;
3 - os choques, vibrações impróprias, esmagamento, roubo e outras perdas de conteúdo
do produto.
c) Favorecer ou assegurar em proçessos de conservação, melhores resultados
Alguns tipos de embalagens como, por exemplo, as de folhas de Flandres, têm dupla parti-
cipação como acondicionante de produtos.
Depois dos processos de esterilização, de irradiação etc., as embalagens, seguem sua fun-
tão de proteção do alimento.
d) Evitar contatos inconvenientes
Os contatos inconvenientes se referem aos que são produzidosentre um produto e outro e
aquele que ocorre entre o consumidor e o produto (contato manual dueto).
No primeiro caso, certas embalagens, de utilização provisória, têm a função de não perrni-
tir promiscuidade ou atritos danosos entre produtos, diferentes ou da mesma espécie.
Assim, para evitar modificações inconvenientes de superfície, pode ser citado co o
plo, no congelamento da carne bovina, de lombo de porco etc., o emprego de sacos prole
de aniagem, de pano ou plástico.
No segundo caso, a funçac da embalagem é a de suprimir a anti-higiênica prática do fre-
guês no ato da compra, escolher o produto, por seleção manual direta e, com isso, criar pOSSl .
lidades desfavoráveis, inclusive a da contaminação do alimento.
e) Melhorar a apresentação
A melhoria da apresentação da embalagem visa a duas conveniências: a do consumidor
que, em sua opção de compra, defronta-se com um produto mais atraente e a do produtor, "que
tem nessa maior atração, mais efetiva promoção de vendas.
Com o surgimento de novas modalidades de comércio, corno a instituição de supermerca-
dos, lojas de auto-serviço etc., a embalagem se investiu de nova faceta, acrescentada àquelas de
dar proteção ao produto e de conservá-lo: a de valorizar o produto, por seu aspecto, motivando
a preferência do consumidor.
Atualmente, pois, a embalagem adquiriu nova personalidade, beleza e sofisticação.
Nos mini e supermercados, onde as mercadorias deixam de ser apregoadas diretamente
pela inexistência de balconistas, a embalagem é o vendedor oculto junto ao comprador, que se
deixa impressionar, muitas vezes, mais pelo encanto do acondicionamento, do que mesmo pelo
valor do produto.
Muitos produtos alimentícios, mesmo de preços elevados, são comprados pela sofisticação
de suas embalagens.
f) Possibilitar melhor observação
A identificação do alimento, através das qualidades que o particularizam e que determi-
nam a sua preferência, é muito importante para quem adquire o produto.
As embalagens de vidro e as de plásticos transparentes, ensejam a contemplação visual do
produto, que melhor é avaliado em suas diversas facetas.
Muitas embalagens de papelão e de polietileno, possuem visores ou janelas que permitem
o reconhecimento imediato, das condições organoléticas e do estado sanitário do produto.
g) Favorecer o acesso ao produto
A facilidade de acesso ao produto é considerada, sempre, como uma boa qualidade da en;
balagem.
A chegada acessível ao produto não se relaciona somente com a facilidade de abertura .
embalagem; também são importantes as manobras de contato com o produto e sua conserva-
ção, quando não retirado de vez do envase.
É o que sucede com o café e o mate solúveis, com o leite etc.
h) Facilitar o transporte
Para facilitar o seu transporte, segundo os tipos de produtos, estes devem encontrar
embalagens que lhes correspondem, qualidades efetivas para evitar riscos, inclusive os ',.
choque.
De modo geral, a embalagem dá maior proteção ao produto, para que ele possa ser corre-
tamente transportado.
Muitos produtos, que exigem maiores cuidados para a sua locomoção, são despachados
em embalagens "coletivas", visando à unidade da espécie ou do peso em que se apresen
j) Educar o consumidor
Através das indicações impressas nas embalagens, os consumidores podem ser orien
sobre o conteúdo, valor, composição e demais características do produto.
478
Iheaptidão para julgar a conveniência ouEssas informações educam o coI1SUI1:ri
_ o uso do produto.
Procurando observar os dados contidos
de fabricação do produto, dos elemen os
.=, . ivos etc.
o caso de produtos dietéticos, a educação do ar pela observação das anotações
resentes nas embalagens, o tomará apto a avaliar as vírm o alimento principalmente no
e diz respeito à origem (animal ou vegetal) de prótides e ferro- de demais nutrientes e seus
respectivos valores percentuais.
ecioalagens, o cliente se inteirará da origem,
- que contém. da presença e qualidade
REQUISITOS DE USO
A embalagem designada para produtos alimentícios, terá de possuir requisitos imprescin-
díveis, para exercer suas funções.
Esses requisitos, valorizam as embalagens, dando-lhes um sentido de ordenação, uma per-
sonalidade definida, uma identidade padrão; de modo geral, são os seguintes:
REQUISI-
TOS ES-
SENCIAIS
DASEMBA-
LAGENS
I
microrgânicos e enzimáticos
físicos e químicos
ambientais. .
Manter condições de segurança
contra agentes:
Ser isenta de toxicidade
Não causar incompatibilidade com o produto
Ser adequada à forma, tamanho e peso do produto
Por sua aparência e poder visual propiciar a venda do produto
fácil transporte e armaze-
namento do produto.
Possuir qualidades funcionais desembaraço em seus sistemas
de fechamento e abertura
dispositivos de observação de
seu conteúdo.
Fora dos casos excepcionais, ser de baixo custo.
Educar o consumidor para a compra e uso do produto.
Indicar a origem do produto, seu fabricante e seu padrão de qualidade.
Contribuir o menos possível, para o agravamento do problema da poluição.
ORIGEM DAS MATJ:RIAS-PRIMAS
Os recursos usufruidos pela tecnologia de embalagens, em sua maior parte são possíveis,
. ersidade da matéria-prima, de várias origens, posta à sua disposição; essa variedade, facíli-
rdinariamente a indicação do material adequado.
ontes de matéria-prima empregada nas embalagens, são de origem animal, vegetal e
Animal Bexiga
Cera animal
Estômago
.Pele de porco
Tripa 479
Orí das maté-
- primas
das embalagens
Vegetal
Mineral
Sintética
Bambu
Borracha
Cera vegetal
Cipó
Fibras prensadas (eucatex)
Folhas verdes
Madeira
Papel e derivados
Palha
Barro cozido
Certos metais
Folha de Flandres
Folha de alumínio
Louça
Materiais de revestimento
Mármore
Parafina
Plásticos
Vidro
Plásticos
Muitas' das matérias primas acima relacionadas têm hoje uso restrito e a menção de algu-
mas delas, é feita apenas por seu caracter precurssor, como acondicionante; as demais matérias
primas são utilizadas separadamente ou associadas entre si, como acontece com os laminados.
EMBALAGENS ESPECIAIS
A natureza dos materiais empregados nas embalagens e 8 função destas, sua finalidade,
adequação ao produto, objetivo de venda etc., fazem com que elas se enquadrem em diferentes
classes, ostentando características especiais.
Existem embalagens de produtos alimentícios que, além de seu caráter predominante-
mente protetor, apresentam outras particularidades a mais, das quais se vale o produtor para de-
las tirar partido técnico e mercadológico.
Entre as embalagens especiais ou típicas se destacam as que se distinguem:
a) por sua impermeabilidade à umidade, aos gases e raios ultravioleta;
b) pela proteção que conferem aos produtos submetidos a tratamento por frio;
c) por suas propriedades de termo encolhimento;
d) pela duração de seu tempo de utilização;
e) por sua característica de embalar produtos destinados ao uso individual ou coletivo;
f) por seu sentido de "cortesia" para com o consumidor;
g) por seus atributos visando à originalidade, utilidade, eficiência do acondicionamento
e exaltação do produto.
EMBALAGENS IMPERMEÁVEIS
Em certos casos, os valores nutritivos t. v;ganoléticos dos produtos alimentícios podem
ser. modificados, principalmente sob a ação 'de agentes do meio ambiente, tais como os gases, a
umidade, os raios ultravioletas etc. .,.
Nem todos os materiais utilizados em embalagens conseguem evitar o intercâmbio desses
agentes ambientais com os produtos; alguns, porém, têma particularidade de não permitir esse
trânsito, mantendo, cada um deles, seletividade própria.
Embalagens do tipo "Pure-pak", "Tetrabrix" etc., silo características, por
apresentarem permeabilidade a diversos agentes, em conseqüência de- serem constituídas de fil-
mes, dos quais são componentes o polietileno, o papel, o alumínio, o polipropileno,o nylon
etc.
480
Bas icularidade, vários produtos são protegidos em seus valores organoléti-
o acontece com o leite "longa vida", alimentos sujeitos a frituras, carnescos e nu
curadas e-
B
lados e
cação.
Carnes curadas, nas quais foram aplicados nitritos e nitratos de Na e de K, são acondicio-
nadas em embalagens que assegurem barreiras contra os raios ultravioleta; com a exposição a
estes raios, o produto adquire coloração parda, através do seguinte mecanismo:
nitrito + mioglobina = nitrosomioglobina,
nitrosomioglobina + calor = nítrosohemocrornogénio
nitrosohemocromogênio + raios ultravioleta ; coloração parda
As embalagens de permeabilidade controlada, são ainda largamente utilizadas para sopas,
saladas, sucos de frutas, iogurte, xaropes etc.
Outro benefício, ainda, trazido pelas embalagens mencionadas é o de que estas, ao fun-
cionarem como "one way", como sucede com o leite, asseguram mais alto rendimento comer-
cial, pela economia do espaço antes destinado à manipulação de garrafas.
, pele de porco, biscoitinhos Snacks e çutros produtos gordurosos, são emba-
plásticos de PVdC e celulose, para que sejam impedidos processos de rancifi-
EMBALAGENS DE PROTEÇÃO CONTRA O FRIO
Determinados alimentos, principalmente carnes e produtos semi-conservados, devem ser
congelados adequadamente, para que não sofram alterações químicas (processos oxidativos),
físico (queimaduras por desidratação), estruturais (por agentes agressivos) e por microrganis-
mos (contaminação microrgânica).
Para que essas alterações não ocorram durante a aplicação de frio, é preciso que as maté-
rias primas empregadas nas embalagens sejam aptas para defesa do produto.
Com essa finalidade, são elaborados envoltórios e recipientes que possam impedir proble-
mas, durante e depois do tratamento de frio.
As embalagens dotadas dessa capacidade de proteção, são utilizadas em produtos destina-
dos ao comércio varejista, especialmente para supermercados; com esse objetivo, são congeladas
em embalagens pequenas peças de carne bovina, de porco e de aves, de siri e de carangueijo,
coco ralado e outros e alimento semi-preparados.
Os materiais mais utilizados para a proteção de produtos alimentícios congelados são o
papel, o papelão, certos tecidos, cartolina, o celofane de várias espessuras, o alumínio e deter-
minados plásticos.
As embalagens de poliéster são excelentes para o envasamento de carnes congeladas, apre-
sentando, ainda, a vantagem de resistir ao calor, se o produto for descongelado por água quente.
O celofane e o poliestireno transparente são bastante empregados para envolver pedaços
de carnes.
As embalagens de poliolefinas, por serem bastante impermeáveis à umidade, impedem o
fenômeno de queimadura da carne; por sua permeabilidade ao oxigênio favorece, ainda, a con-
servação de sua cor vermelha.
EMBALAGENS AUTOCLAVAVEIS
As embalagens constituídas por laminados plásticos representam grande conquista da tec-
nologia de alimentos, por tomarem possível a apertização de produtos envoltos por plásticos ...
Como na apertização de enlatados, as embalagens de larninados plásticos resistem perfei-
tamente aos tratamentos térmicos, em temperatura de 121 oC, durante 30 minutos.
As combinações de laminados autoclaváveis mais comuns são:
ylon + polietileno (Milprint Incorporate)
polietileno - (Reynolds Metals Co.)
Poliéster + alumínio + ~ polietileno de alta densidade (Continental Can Company)
polipropileno - (American Can Co.)
EMBALAGENS ENCOLHIVEIS
Alimentos como carnes, embutidos, frutas, .queijos, hortaliças, recebem embalagens
ciais que, por aquecimento, se tomam encolhidas e rígidas.
A matéria prima empregada para a feitura destas embalagens é constituída de pelí
plásticas como o cloreto de polivinilo, poliéster, poliestireno, polietileno de baixa densida ""
propileno, copolimero de cloreto de polivinilideno e produtos esticáveis, dotados das mesmas
qualidades de encolhimento.
As propriedades termo-encolhíveis dos citados filmes são adquiridas através de processo
de esticamento, de temperaturas e tensões orientadas, para estabelecer uma sistematização
molecular; por resfriamento, o filme se mantém neste estado, apto para envolver o alimento
e ser posteriormente aquecido.
EMBALAGENS ENCOLHIVÉIS
Alguns laminados, como o Cryovac e o Barrie Bag Bk-l., também são utilizados como
envoltórios encolhíveis.
As películas, depois de encolhidas, perdem algumas de suas características:
proporcionalmente à sua área de encolhimento, a película se \pma mais grossa;
ocorrem perdas: de sua transparência, flexibilidade, elasticidade, resistência à tensão e
ao choque;
fica reduzida a propriedade de retensão e de tensão, produzida pelo encolhimento;
há aumento de sua rigidez, resistência a abrasão e ao dilaceramento.
Grande vantagem da embalagem encolhível é a de ser amoldada ao produto, impedindo
com isso a proliferação de mofos e o aparecimento de queimadura da carne, durante o seu
congelamento.
Para o processo de encolhimento destas embalagens, os produtos são introduzidos em tú-
neis, constituídos por fomos de ar quente.
482
EMBALAGENS"Q
Como o nome indica uma só viagem"
o que é importante para o fabricante do prod
só vez,
EMBALAGENS"Q E "
Para o fabricante, a exclusão das etapas de conservação e de esterilização da garrafas, os
espaços reservados para o depósito de vasilhames vazios e o seu transporte de retomo, represen-
tou grande economia de tempo e de custo.
Também para o distribuidor, as embalagens "one way", fizeram baixar os gastos opera-
cionais; para o consumidor, o aparecimento das "one way", possibilitou a utilização de emba-
lagens mais práticas, sem o ônus da mal recebida prática do "depósito" do casco.
As "one way" são elaboradas com os materiais tradicionais: plásticos, latas e vidros.
A~ embalagens de plástico (pVC ou combinações com polietileno), em geral, aparecem
em formato de garrafínhas; várias marcas de refrigerantes e de sucos as empregam corrente-
mente.
As embalagens cilindradas de metal laminado, do tipo "one way", tiveram a imediata
aprovação dos consumidores, pelo seu manuseio funcional: fácil abertura, pequeno peso e rela-
tiva resistência.
As "one way" de lata revolucionaram principalmente o mercado de cervejas, de sucos e de
refrigerantes, pois além das vantagens mencionadas, ressalta ainda, a da facilidade de resfriamen-
to do produto, por melhor transmissão do frio e arrumação nos refrigeradores.
As embalagens sem retomo, feitas em vidro especial, apesar de suas paredes pouco espes-
sas, apresentam boa resistência; isso é possível, pelo tratamento â que é submetida a sua superfí-
cie.
Inúmeros produtos já se vendem no comercio em embalagens "one way" de vidro.
EMBALAGENS MINI-PORÇÕES
As "mini-porções", como o nome indica, são embalagens acondicionando quantidades mí-
nimas de produtos alimentícios, que, por essa razão, têm tido ampla aceitação pelo consumidor.
'Os produtos embalados em "miní-porções", ao invés de se apresentarem como antigamen-
te, em potes ou tigelinhas (manteiga, doces, geléias etc.), pela sua atual característica, atendem
483
a duas faixas consideráveis de consumidores: a dos de hotéis, restaurantes, cantinas. ....u."-=:,-..-=..
empresas de viagem, de hospitais etc. e a das pequenas famílias ou de pessoas que
As condições de rápido consumo, porporcionadas pelas "mini-porções" ,superaram o ~
blema da aquisição de vários produtos, que por sua quantidade excessiva em relação ao
mo imediato, geralmente se deterioravam.
As embalagens "mini-porções" envasam inúmeros produtos alimentícios, de natureza i
qui da, cremosa ou pastosa.
Entre nós, os fabricantes do queijo "Polenghi" foram os precurssores das embalagens
"mini-porções" .
EMBALAGENS DO TIPO "FAMrUA"
Ao contrário das "rnini-porções", a embalagem "Família",' é destinada à grupos maiores
de pessoas e a coletividades.Entre os produtos alimentícios, oferecidos em nosso mercado, em embalagens "Família"
se contam: refrigerantes, leite em pó, maionese, doces em pasta, azeitonas, cebolinha, tremoço,
molhos etc.
EMBALAGENS "TIPO FAMfUA"
EMBALAGENS DO TIPO "KENTlNHA"
A comumente chamada "Kentinha" pode ser considerada uma variação das embalagens
"mini-porções", pois se destina a acondicionar refeições individuais.
Elaboradas com alumínio, as embalagens "Kentinha", são intensamente utilizadas para
proteger preparações quentes, vendidas em restaurantes, cantinas, bares etc.
Após seu enchimento, essas embalagens são fechadas por prensa, o que ajuda, por certo
tempo, a conservação da temperatura do produto, graças à presença do alumínio.
EMBALAGENS "CORTESIA"
Muitos fabricantes lançaram no mercado embalagens que, após o esvaziamento de seu con-
teúdo, são de utilidade doméstica, pelo uso posterior que lhes dão as donas de casa,
Essas embalagens, geralmente, são preferidas pelas famílias de nível econômico médio,
pois, findo o produto alimentício, fica o recipiente, que se incorporará ao equipamento domés-
tico.
Várias donas de casa muitas vezes deixam de comprar uma lata de doce, para adquirir
um similardesta, que se apresenta em copo de vidro; é o que sucede com os doces, molhos e
geléias embalados em copos, procedentes da "Colombo", da "Etti", da "Cica" etc.
Os envases das margarinas Doriana, Becel e os vidros de boca larga de produtos da
484
"Nestlé", da "Ritter" e de outros, são u-~.:"--"''-'-''-
guardar doces, geléias, primenta, temperos =
Vários fabricantes como os de leite "'Q-
vetes ''Kibon'' e outros, embalam produtos e
casa, transformadas em biscoiteiras etc; também e; =~.:.
em linda lata esmaltada, que tem o mesmo aproveir "':-:-",-,,'"',
Inúmeros exemplos poderiam ser dados de em ~-
rística "cortesia" e que revelam o carácter de reconh - =-
retribuir" ao consumidor o gesto amável de sua preferência.
EMBALAGENS "CORTESIA"
EMBALAGENS "BRINDES"
Determinadas embalagens usam inusitados recursos de atração, que constituem verdadei-
ros apelos visando à maior venda do produto.
Os fabricantes oferecem, através dessas embalagens, prêmios, bonificações, inscrição em
concursos, livros de receita e os brindes mais diversos, sempre no afã de conquistarem mais con-
sumidores.
No mercado, existem vários tipos de balas, trazendo, em seus envoltórios, retratos de ar-
tistas, de esportistas, de cientistas ou de pessoas importantes, que, colocados em álbuns, dão ao
cliente possibilidades para a conquista de prêmios.
O café "Caboclo" em troca de cupões de sua embalagem, oferta ao consumidor livros de
receitas culinárias; o açúcar "União" e produtos "Royal" também inserem receitas em suas
embalagens.
EMBALAGENS AUXI LlARES
Dentro desse grupo, para efeito de sua caracterização de prestação de serviços com função
de acondicionantes, podem ser incluídas as embalagens classificadas realmente como auxiliares
e aquelas consideradas como pré ou sobre-embalagens e que são empregadas temporária ou
eventualmente.
São embalagens auxiliares aquelas que se destinam a transportar, guardar ou proteger,
temporariamente, produtos já embalados.
Essas embalagens podem prestar serviços num sistema coletivo ou apenas individual.
As caixas de madeira, transportadoras de garrafas, as de polietileno de baixa densidade,
utilizadas para conter sacos de leite, as de papelão, para produtos já embalados em plásticos,
cartão etc., constituem exemplos do primeiro caso; no segundo, se enquadram as embalagens
485
que completam outras, como acontece com o envase de plástico usado durante a abe ra
saquinho de leite, do suporte para os envases destinados à servir café, a sacola etc.
A sacola pertence aos tipos de sobre-embalagens, empregadas para acondicionar as merca-
dorias de uma só ou de várias procedências.
A sua utilidade foi aproveitada por fabricantes, varejistas e negociantes, como inteligente
veículo de publicidade; usada pelo comprador, várias vezes, na rua ou em outras dependências,
o cliente se torna propagandista eficaz, divulgando o anúncio impresso na sacola.
Este tipo de embalagem já é bastante popular entre nós, e lindas sacolas, de variado mate-
rial, já são fartamente distribuídas pelo comércio.
Na área comercial, o aparecimento da sacola, como sobre-embalagem e sacola-reclame,
pelas suas arrojadas formas, desenhos sugestivos e harmonioso colorido, foi motivo de indiscutí-
vel sucesso.
OUTROS TIPOS DE EMBALAGENS
A escalada vertiginosa facultada pela tecnologia das embalagens, faz com que novos acon-
dicionamentos surjam a cada momento, sempre com a sua tônica original e útil.
A citação da maioria das mais recentes embalagens em seu cunho de novidade, seria im-
possível, pois muitas delas ainda não se incorporaram ao "marketing" nacional e seu conheci-
mento é apenas informativo.
É o caso da embalagem comestível, que Bonis chamou "garrafa ecológica", por não con-
tribuir para o lixo das embalagens plásticas.
Layo S. Bonis, com outro colega, criou uma garrafa composta de três camadas, em forma
de sanduíche.
Quando a garrafa fica vazia, puxando-se uma "orelha" situada na parte exterior, esta se
desloca, deixando à mostra, o miolo da embalagem, que pode ser comido.
Caso não seja ingerida, a garrafa poderá ser destruída por queima, sem exalar substâncias
tóxicas, ou derretida por água.
Constitui curiosidade e esperança de sua crescente difusão o emprego de embalagens de
amilose e biodegradáveis.
Entre as embalagens que têm despertado curiosidade, existe a "boil-in-bag" cuja caracte-
rística é a de que pode ser colocada, com o produto, emâgua fervendo, com a finalidade do aque-
cimento deste.
O surgimento de novas matérias primas, é fato importante para a criação de novas embala-
gens típicas.
Neste caso, se incluem a polpa moldável (K.labin), para produtos alimentícios, as folhas
"poly-bolha" da ITAP (polietileno com a superfície saliente, em bolhas,como substituto do
papelão ondulado), o "estensible paper" (Cia. Celulose e Papel do Paraná); este material, por
sua capacidade de esticar, pode ser empregado em substituição aos sacos de aniagem e, em al-
guns casos, aos envases plásticos.
No enlatamento de conservas, a tecnologia criou as latas com abridores individuais.
Essas latas, com tampas de aço, trazem um abridor embutido, tipo alavanca; o tampona-
mento em aço evita as reações químicas indesejáveis, fenômenos correntes em acondiciona-
mentos compostos de dois metais, contendo alimentos de alto teor ácido ou salino.
Como se depreende, do que foi abordado sobre embalagens especiais, existem produtos
cujas embalagens seguem, realmente, uma linha definida, visando sempre a carrear a preferência
do consumidor.
ESCOLHA DA EMBALAGEM
Dentro do desenvolvimento e progresso tecnológico da indústria contemporânea, a emba-
lagem de alimento constitui o seu ponto fraco, apesar de ser um dos elementos fundamentais
do marketing.
A pouca atenção dada pela maioria do empresariado às embalagens e a existência de não
486
muitos especialistas nesta categoria, são O-S.IeS?o;;:~~
embalagens não se revelem atraentes, infonnzrirzs, ~d:l!5..
Para que a embalagem reflita, realmente,
to, é imprescindível que ela não seja executada
normas técnicas, que exigem o conhecimento de 'i' --
fissionais especializados (designers, pesquisadores, engenaeros, o::'::;-::'!~=::::~~'=:.!:-J..
Assim sendo, é mister que a escolha da embalag
atitude formal e sim uma resolução consciente, resultante -~ i:O"':::~E
Para que a embalagem possa cumprir todas as funções
vel que a sua escolha se faça por rígido planejamento, do qual
em todos os seus aspectos e a viabilidade de sua utilização.
E quem fará esse planejamento e, conseqüentemente, quem estu
produto, a sua embalagem ideal?
Naturalmente, essa é missão exclusiva de profissionais especializados no c=~•.•.••;e:~;;::.
mente entrosados em equipe, aptos a oferecer ao produtor a embalagem perfe'
mercado consumidor, ela sirva, para o produto lançado, de verdadeira senha livre. __
aceitação.
Mesmo para indústrias localizadas em pequenos centros, a escolha de suas ernb
deve ser confiada aos que delas entendem: aos departamentos especializados dos grandes cen
às consultorias ou técnicos de embalagens.
Em vários países, inclusive no nosso, o número de organizações técnicas destinadas à cria-
ção de modelos de embalagens é ainda insuficiente; porém já contamos com excelentes escritó-
rios com essa atividade e diversos profissionais qualificados, que prestam seus serviços a diversas
empresas.
O valor dessa assessoria é o da substituição da opinião geralmente inadequada que tem o
produtor, ou alguém à ele ligado, sobre a concepção da embalagem, pela opinião do técnico,
obtida após esgotados os argumentos contrários e favoráveis.
Nessa escolha da embalagem, o produtor é informado de todos os problemas técnicos,
econômicos, promocionais e jurídicos, capazes de ser, a maioria deles, prejudiciais aos interesses
empresariais e públicos.
Colocada, pois, a tarefa de obtenção da embalagem ideal na órbita técnica, poderemos
chegar, então, à etapa final de sua escolha, que é aquela em que é por todos aceita.
O planejamento para a escolha da embalagem compreende diferentes fases, a saber:
Estudo
Criação do modelo -=====~~fda~cl;;~g;~
Viabilidade da utilização da embalagem
Aceitação do modelo
Fases do Planejamento
para a obtenção da
embalagem
ESTUDO DA EMBALAGEM
O estudo da embalagem abrange a análise e a crítica de todas as suas caracterísu com a
finalidade de promover a sua completa adequação ao produto e servir aos interesses mereadolô-
gicos.
Significa, pois, esse estudo, a abordagem dos múltiplos ângulos da embalagem, através de
investigações essencialmente básicas.
Para o estudo da embalagem, é necessário conhecer tudo que à ela se refere, desde a maté-
ria prima empregada, até os atributos que lhes serao conferidos, e que decidirão, muitas vezes, a
venda do produto.
Seguindo esse critério, para esse estudo, é preciso: selecionar a matéria prima e criar o
modelo da embalagem.
487
1. SELEÇÃO DE MAT~RIA-PRIMA
É óbvio que, no estudo para a fabsicação da embalagem, a seleção da matéria prima é
constante.
Existem certas condições referentes à matéria prima que necessitam ser enfocadas, para
que a seleção seja bem sucedida.
Relacionadas com ofas):
Tipo do produto
Influências ambientais
Interações entre a embalagem e o produto
Condições da matéria
prima, que influem na
seleção da embalagem
A apreciação do tipo do produto a ser lançado é o primeiro passo para o
estudo da embalagem.
É importante o conhecimento prévio de certas características do produ-
to, para que a embalagem atenda às particularidades típicas do alimento
industrializado.
Estado físico do produto
A embalagem terá de ser adequada à condição física do alimento, que se
comportará diferentemente, conforme esteja em estado sólido, líquido,
cremoso ou em pó.
A adequação do material de embalagem prevê, então, a adaptação do
continente ao conteúdo, para que os alimentos, em seus vários estados
físicos, tenham, no acondicionamento a proteção necessária para resis-
tir aos choques a que estão sujeitos, principalmente em seu transporte
e armazenamento.
Assim sendo, se chegará à conclusão de qual o material mais convenien-
te: se o vidro, a folha de flandres, o plástico, etc.
Sem afetar as demais qualidades, a embalagem deve ser "forte", em cor-
respondência ao produto que envolve - e atender às condições de segu-
rança em relação à preservação e conservação do produto e manutenção
dos seus valores organoléticos e nutritivos.
Tipo do produto
Influências
ambientais
Causas de modificações nutritivas e organoléticas: a escolha da embala-
gem obstará as possibilidades de modificações ou alterações dos valores
nutritivos e organoléticos do produto.
Nos casos previstos, por exemplo, nos alimentos ácidos, as latas deverão
ser competentemente revestidas, para evitar corrosões.
o produto, na escolha de sua embalagem, necessita ser intensamente le-
vado em conta, gara que mantenha, até o seu consumo, todas as suas
qualidades.
Para isso, devemos considerar as causas que possam, através de embala-
gens impróprias, quebrar a unidade nutritiva, organolética e de sanidade
do produto.
Entre as causas capazes de provocar interferências na qualidade do ali-
mento estão as seguintes:
Penetração de umidade, de gases e de luz: a penetração destes agentes
no produto poderá torná-lo impróprio ao consumo.
Em determinados casos e segundo as características do produto,a emba-
lagem deverá constituir barreira segura contra a umidade, gases e a luz.
Nos produtos sensíveis à luz, a embalagem conterá requisitos indispen-
sáveis de proteção. ,
488
No estudo das embalagens, terá e ser eA"'--,--""",-_
de interações entre materiais de embalagem e
do a cor, o sabor, ou a estrutura do alimento.
Os tipos de interações, capazes de aparecer,
ocorrem: por dissolução do estanho (influência
duto ou de processamento) por presença de N03 e
Interações entre
embalagem e produ to
2. CUSTO DA EMBALAGEM
O custo da embalagem é dos assuntos mais debatidos das técnicas de marb:':!:::;.~
Se a embalagem é a imagem do produto, o elo de comunicação entre que
compra, é lógico que ela deva ter, em todos os sentidos, as virtudes para isso.
A embalagem comumentevende o produto por si mesma, pelo fascínio que por ~ -=-~
o freguês.
Sabendo disso, muitos empresários investem grandes somas na fabricação de suas e
lagens, como, por exemplo, nas de refrigerantes, que custam cerca de 50% do preço to
produto.
Gasto e economia são dois conceitos que caminham paralelamente; para o equilíbrio do
custo, se elimina o gasto supérfluo.
Esta regra, entretanto, não é norma geral em se tratando de embalagem, pois corrente-
mente o acondicionamento mais caro é o preferido, por transmitir, ao produto, categoria mais
elevada.
Prevalece, então, um conceito de custo, que não é absoluto e sim relativo.
Isso porque:
a) uma embalagem barata, sem credenciais satisfatórias, não deve substituir outra mais
cara e que tenha nítidas virtudes mercadológicas;
b) a economia se faz (exceto a do exemplo anterior) â custa da supressão parcial ou
total dos atributos da embalagem, isto é, até o ponto em que não são prejudicados os
seus outros interesses, também importantes.
As despesas relativas ao custo da embalagem podem ser diretas ou indiretas, influindo
ambas no lucro do produto.
Pertencem âs primeiras, aquelas despendidas com a matéria prima, com o material acessó-
rio, com a implantação de inovações etc.
As despesas indiretas se relacionam com a diminuição de lucro do produto, ocasionadas
pela utilização de embalagem deficiente.
A redução de despesas diretas do custo da embalagem, será calculada, em relação:
a) ao preço do material básico;
b) ao custo do material acessório (revestimentos, fechos etc.);
c) à despesa de compra e manutenção da maquinaria e do processamento da embalagem;
d) ã faixa de operação, proporcionada pela matéria prima.
As despesas indiretas, interferentes no lucro do produto, são provocadas pela adoção
de embalagem desorientada.
Para que tal não suceda, no cálculo de custo da embalagem se contabilizará, também,
qualquer gasto, para que ela detenha sempre, entre as suas funções de acondicionamento,
aquela primordial de proteção ao produto.
As despesas indiretas, concementes ã embalagem, têm referência:
a) com a capacidade de proteção (tempo de vida útil, dada pelo acondicionamento);
b) com as perdas sofridas e atribuídas, direta ou indiretamente, ã embalagem;
c) com os gastos provocados pelos armazenamentos especiais obrigatórios.
Tentaremos exemplificar como poderão ocorrer evasões de dinheiropor razões diretas
ou indiretas, todas elas incompatíveis com os objetivos da empresa.
489
Existem matérias-primas substituíveis entre si, passíveis de serem empregadas em i
de de condições, sem quebra do seu uso.
Esta particularidade permite diferentes opções de escolha, fato que faculta o barateamen-
to da embalagem.
A preferência por outras matérias-primas, por exemplo, em lugar do metal ou do vidro,
é uma providência de poupança.
Também as falhas por má orientação do material de embalagem pesam no custo desta,
como acontece com filmes plásticos, quando, inadvertidamente, apresentam maior espessura
do que necessita o produto.
Verifica-se, ainda, extravio de dinheiro, em embalagem de papelão, quando este é utiliza-
do com maior peso do que devia.
Em matéria de espessura demasiada, será oportuno lembrar o emprego indevido da folha
de flandres mais grossa e portanto mais cara, quando mais fina e com a aplicação de revestimen-
to, se tomaria de custo mais acessível.
Determinados produtos, que antigamente exigiam acondicionamento de vidro ou de
metal, hoje poderão ser vendidos em embalagens mais baratas, sem que se afetem os objetivos
de sua segurança.
É o que acontece com várias embalagens, inclusive aquelas à vácuo e nas que se introdu-
zem substâncias químicas ou gasosas, todas visando a melhor garantia da vida útil do alimento;
esses artifícios dispensam o uso de embalagens mais caras, sujeitas também a processos de prote-
ção do alimento, em grau porém mais enérgico, geralmente sob a ação de alta caloria.
Para o cálculo de custo da embalagem, devemos, finalmente, quando for o caso, debitar
como despesa de elaboração, o que for gasto com a finalidade de evitar futuros prejuízos ligados
à baixa de padrão do produto.
Alguns tipos de embalagens, onde essa previsão não é suscitada, poderão baixar o tempo
de vida de prateleira do alimento, facilitar o aparecimento de outras inconveniências, capazes de
provocar a devolução do produto.
O problema das aparas do material de confecção da embalagem, também é uma razão
indireta de despesa, que merece ser computada.
3. EXIGÊNCIAS DO MARKETING
Naturalmente que o desempenho cabal de todas as funções da embalagem corresponde às
conveniências do marketing.
Algumas virtudes, entretanto, que distinguem as embalagens, são de íntimo caracter rner-
cadológico.
Examinar essas qualidades, dar-Ihes dimensões mais amplas, é o objetivo do estudo da em-
balagem .
.As qualidades que mais de perto valorizam e. exaltam a embalagem são as que revelam a
sua originalidade, domínio .atrativo e utilização funcional.
Também a capacidade de segurança da embalagem, quanto à proteção ao produto, recebe
o devido apreço; nesse ponto, é importante lembrar a possibilidade de, através da embalagem,
surgirem no alimento contaminações microorgânicas e danos por choques.
Qualquer dessas duas ocorrências, se verificadas, proporcionarão ao produtor saldos nega-
tivos.
4. CRIAÇÃO DO MODELO DA EMBALAGEM
A criação do modelo da embalagem constitui importante etapa para o lançamento desta.
É a "etapa da inspiração", na qual prevalece a inteligência, o bom gosto e o apurado senso
de rendimento do "designer".
Cabe a este especialista a paternidade das virtudes nascidas de sua técnica e de seu espírito
de criatividade
490
A tarefa do "designer" é transbordante - - ri'--=.-.,o< ~:-_P':-:;~nc;-.-.;;. :_-..,. -.n-:-r-,.-'~",-"
gulos; a ele compete a responsabilidade da fo
disposição de todos os figurantes da embalagem.
A exposição dessas características fazem
IMPORTÂNCIA DAS CARACTERISTICAS DEAPAR~
Podem variar, nunca porém deixando de co:~~:x::::~
cas que regem a relação embalagem-produto.
A forma constitui o "porte" a "estatura" da em
e marca a sua presença.
Principalmente quando produzidas em vidro, dispõem -~ ~- =-:::Z~'~=;;:;05.,
que as fazem apresentar-se nas mais diversas e sofisticadas - -::-
Forma e volume
A cor é elemento que deve projetar a imagem do produto a onm-( :!-,~~3,
gundo a expressão que é peculiar à cada tonalidade.
As diferentes classes de produtos obrigam, em suas embalagens, disposíções
coloridas, condizentes com as suas marcas e o seu conteúdo.
A policromia tem sua língua especial.
As cores branca e azul claro, por exemplo, transmitem sensação de preserva-
ção higiênica.
A reprodução de cores, nas embalagens de alimentos, não só exige a sua com-
binação harmônica, mas também a escolha de tonalidades, que, em determi-
nados mercados, causam ao consumidor o impacto desejado.
A influência da cor deve ser considerada, ainda, em produtos alimentícios de
exportação, pois freqüentemente a mensagem colorida de certas embalagens
não se torna sensível e, por isso, nada comunica ao consumidor estrangeiro ..
.Cor
Pela força de convicção que desperta, o retratado pela foto, tem imediata
identificação com o comprador que a contempla.
Por essa razão, em muitas embalagens, o anúncio do produto, se faz melhor,
quando este é mostrado em montagens fotográficas.
É o que ocorre em embalagens de alimentos, que não são preparados sozinhos
(macarrão, salsicha, massa de tomate ett); nas embalagens de macarrão, este
aparece como participante de macarronadas e, nas salsichas, estas são repro-
duzidas ao lado de saladas, como parte de "cachorro quente" etc.
A capacidade descritiva da fotografia mostra detalhes positivos, determina
veracidade e, de longe, supera a propaganda ditada pelos gráficos e símbolos.
Foto
Letras
Os tipos de letras, de caixa alta e baixa, grandes ou pequenos, finos ou gros-
sos, são importantes na rotulagem das embalagens, por seu carácter informa-
tivo.
A colocação das letras, entretanto, deverá acompanhar o estilo da embalagem
compondo sempre um texto incisivo, nunca perdido em prolixidades; seguin-
do a linha da embalagem, geralmente as letras de caracteres an: igo encimam
a rotulagem tradicional, enquanto que as de tipo moderno agressivas e
chamativas, aparecem nos envoltórios mais avançados.
Símbolos
Nas embalagens, os símbolos permitem uma distinção de origem, que lhes é
beneficiosa, por sugerir idéia de idoneidade. do produto e de seu fabricante.
Os símbolos presentes, em suas diversas expressões; terão de funcionar corno
a forma, a cor, a foto e as letras das embalagens, como eficiente elemento
de fixação.
491
Viabilidade da utilização da embalagem'
Terminada a fase de estudo da embalagem, se estabelece a viabilidade de sua utilização.
Tudo o que foi visto e analisado durante o seu estudo, visando ao encontro das melhores
soluções, será novamente revisto, â guisa de exame, de aprovação [mal da embalagem planejada.
As vantagens e desvantagens de todas as características 'das embalagens, após o seu re-estu-
do, são finalmente mensuradas quanto â sua aparência, por testes e determinações especiais.
Entre as diversas determinações e testes [mais para a aceitação da embalagem, se des-
tacam:
Determinações Determinações
e testes para a
viabilidade da
embalagem
Do ângulo de visibilidade
De dimensão relativa
De facilidade de abertura e de fechamento
Testes De vitrine
Psicológicos
Determinações
O "ângulo de visibilidade" é conseguido através do visiômetro ou de aparelhos similares,
destinados â apreciação da forma da embalagem, das cores empregadas no rótulo e da impressão
deste.
A "dimensão relativa", é obtida por projeção sobre a tela ou de modo comparativo entre
diversas embalagens.
A "facilidade de abertura ou de fechamento" das embalagens, é característica importante,
pois da parte do consumidor, há sempre preferência para aquelas que se mostram engenhosas
e práticas' e que prescindam de artifícios estranhos e complexos para abri-Ias ou fechá-Ias.
Testes
Os "testes de vitrina" respondem ao grau de agrado ou não dos compradores para com a
embalagem, que é mostrada juntamente com competidores seus.
Os "testes psicológicos" poderão informar,ou não, sobre a a~eitação da embalagem em
exame; estes testes são desenvolvidos por meio de questionários, de simples opiniões, de entre-
vistas em grupos, de breves concursos etc.
Esgotadas todas as providências requeridas, conclui-se pela viabilidade ou não da emba-
lagem; em caso favorável, teremos alcançado a última fase do planejamento da embalagem:
a de sua aceitação.
Aceitação do modelo da embalagem
À fase de aceitação podemos denominá-Ia de "fase da responsabilidade", pois é nela que
realmente fica decidida qual a embalagem escolhida para acondicionar o produto.
Apontados, analisados e discutidos todos os "prós e contras", surge, afinal, o modelo da
embalagem, que deverá dar ao produto, segurança, condições práticas e beleza de apresentação.
Terá, então, o consumidor, espontânea inclinação para adquirir o produto e o industrial,
arma valiosa para a competição mercadológica.
TECNOLOGIA DE EMBALAGENS
A criação da indústria de embalagens só foi tomada possível, graças â implantação de uma
tecnologia própria, expandida intensamente nos últimos tempos.
Dentro dessa indústria, outras pequenas indústrias a ela se associaram, formando poderosa
infra-estrutura na qual se apóiam, hoje, as empresas operantes.
Para a fabricação de embalagens são necessárias matérias primas básicas, maquinaria
quada para o desenvolvimento dos processos, materiais complementares específicos e acessóri
indispensáveis.
492
Os setores principais destas indústrias se concentram dentro das seguintes atividades:
Atividades para a IproduÇão da matéria prima indispensável (vidro, folha de flandres, plás-
obtenção de matérias- ticos, papel, alumínio), etc ..
primas
Atividades para a
fabricação de elemen-
tos químicos
auxiliares !
ProduÇão de substâncias químicas, para utilização nas embalagens e nos
produtos alimentícios (revestimentos, vernizes, aditivos etc.)
Atividades para a
construção de
máquinas
Produção de máquinas empregadas nas etapas de transformação (com-
pressoras, acopladoras, extrusoras, estampadoras, etc.) e de confeccio-
namento (dosadoras, termossoldadoras, enchedoras etiquetadoras etc.)
Atividades para a
elaboração de !ProduÇão de rótulos, etiquetas, estampados etc.
elementos de identifica-
ção comercial
Atividades para a fabri-IProduÇão de tampas, fitas adesivas, cintos, materiais de alcochoamento
cação de acessórios etc.
Outras atividades se intensificam em torno da produção de embalagens, principalmente
aquelas em que estão envolvidos especialistas ligados à área.
O "Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL)" de Campinas, através dos trabalhos de
seus técnicos, já tem contribuído bastante para a divulgação de conhecimentos sobre a tecnolo-
gia de embalagens.
O "ITAL", inaugurou o "Centro de Tecnologia de Embalagens", do qual se espera, como
todas as iniciativas daquele órgão, inestimável apoio para o rendimento técnico do setor.
Segundo a sua consistência e matéria-prima utilizada, as embalagens se dividem:
Divisão das
embalagens
EMBALAGENS SEGUNDO A SUA CONSISTENCIA
Metal
Vidro
Papelão
Madeira
Plásticos rígidos
Rígidas
Semi-rígidas Garrafas e recipientes plásticos
Laminados mistos
Flexíveis
Plásticos
Celulose regenerada (celofane)
Alumínio (folha)
Papel
EMBALAGENS RrGlDAS
As embalagens rígidas se caracterizam por sua dureza, qualidade que assegura aos produ-
tos ampla proteção contra impactos ou choques.
493
Considerando as peculiaridades de vários produtos, as embalagens rígidas ain
ridas, mesmo como aparecimento de novos acondícionantes.
Os materiais empregados nas embalagens rígidas são os seguintes:
Metal I açoalumínio
Vidro
Madeira
Papelão 'I li
o~~ulado
Plásticos rígidos
Cerâmica
. Material básico
Materiais empre-
gados na indús-
tria de embala-
gens rígidas
Revestimento de estanho
Revestimentos óleo-resinosos e sintéticos
Outros revestimentos
Tintas. óleos e colas
Material acessório
EMBALAGENS DE METAL
As embalagens rígidas de metal, utilizadas para envasar produtos alimentícios, são fabrica-
das com folhas de aço e de alumínio, em diferentes formas e tamanhos.
As latas usadas para envasar produtos alimentícios não são simples recipientes.
Elas representam um complexo sistema, para garantir a sua função de proteger o produto.
Constitui um sistema, porque se põem em jogo e se somam diversos elementos seus e
fatores; as latas, além do metal básico que contêm, requerem material acessório (diferente se-
gundo os casos); necessitam de manobras operacionais para cortes e moldagens de revestimen-
tos específicos, de fechamentos especiais, de substâncias vedantes e de processos de soldagem.
Sendo, pois, as latas um sistema e não uma conseqüência de simples modelagem mecânica
da folha-de-flandres, elas precisam ser conhecidas detalhadamente, através de seus elementos
formadores, de sua elaboração, de seu comportamento em relação ao produto envasado e tudo
o que à elas se refere, capazes de influir no maior tempo de "vida útil" do produto.
Trataremos, então, primeiramente, dos componentes da matéria-prima das latas e, em se-
guida, do que à estas se referem, dentro de suas características mais marcantes e que, por isso
mesmo, devem ser mencionadas; também serão vistos os materiais acessórios para a fabricação
das latas.
Materiais para embalagens rígidas de metal
O aço laminado e a folha de alumínio constituem o'material empregado pela indústria de
latas.
A folha de alumínio é material de uso pouco difundido entre nós, apesar do magnífico
alcance de suas possibilidades.
Em razão de suas múltiplas vantagens técnicas e econômicas, a folha de flandres concen-
tra absoluta preferência de emprego, perfazendo, como material acondicionante, quase a tota-
lidade dos alimentos enlatados.
Para a fabricação de latas são empregadas diferentes chapas de metal, sendo que a maioria
delas não é usada pela nossa indústria.
Folha de flandres
Tipos de chapas pro-
duzidas para a indús-
tria de latas
I
Constitui a matéria prima para a fabricação das Ia- .
tas nacionais.
Utilizada nos Estados Unidos, como 'material
corrente do alumínio.
Em sua especifícação, tem 55 a 60 Ib[cb.
Folha-de- flan dres
reduzida
494
Chapa preta
Tipos de chapas pro-
duzidas para a indús-
tria de latas
É o "-~1""";"-'5~ c;-=- ::
nesa.
Chapa cromada
EMBALAGENS DE LATAS (FOLHA DE FLANDR'ES)
A folha-de-flandres é um produto làminado do aço, contendo es;leC'Q;2;i~
responder às exigências de seu emprego.
As folhas-de-flandres são resultantes da laminação de lingote de aço, e
o carbono comparece com reduzida fração (0,06 a 0,15%).
O baixo teor de carbono do aço utilizado para a obtenção de folhas-de-flan
finalidade dar a esta ductilidade suficiente para que a lata possa se deformar durante a C"_ill!::=:::Ji~
gem, sem sofrer rompimentos.
Os lingotes, por processos térmicos de laminação, produzem folhas de diferentes espesso-
ras e têmperas, que são enroladas em bobinas.
O aço utilizado nas folhas-de-flandres, de acordo com a sua constituição química, se apre-
sentam em diversos tipos.
,-
"L" Se caracteriza por possuir pequeno conteúdo de fósforo e de me-
tais residuais.
Produz folhas aplicadas em embalagens para produtos sujeitos a
elevada corrosão (ameixas secas em xarope, picles, cerejas etc.).
"MS" Apresenta semelhança com o aço "L", contendo, porém, maior
valor de cobre.
As folhas que apresentam esse aço se prestam para acondicionar
chucrutes.
"MR" Contém maior quantidade de fósforo do que o aço "L".
As folhas desse aço são preferidas como material de embalagem
para abacaxi, sucos cítricos, pêssego, pêra etc.
"MC" É submetido à refosforização, com o objetivo de dar às latas
maior qualidade de rigidez.
Por sua constituição química e pelos tratamentos necessários à sua elaboração, as folhas-
de-flandres devem adquirir propriedades, para que seja possívela sua aplicação adequada.
Entre essas propriedades se destaca a de "têmpera" da folha, que representa um conjunto
de qualidades, que permite sua maior ou menor maleabilidade ou dureza.
A obtenção da "têmpera" da folha-de-flandres, na C.N.S., é obtida pela composição da
liga de aço, do recozimento das bobinas e da laminação de encroamento.
No caso de sua utilização como material para embalagem de alimentos, a folha-de-flandres
deve ter as seguintes condições:
Receber revestimentos protetores
Ser resistente
Conduzir calor
Ter maleabilidade
Permitir soldagem segura
Condições essenciais
da folha-de- tlandres
como material de
embalagem
495
As três primeiras propriedades têm características de proteção doproduto; a de maleabili-
dade visa a possibilitar as manobras de formação do recipiente, as de envasamento e as de fe-
chamento (por dobragem dos bordos, sem rompimento da folha); a capacidade de soldagem se-
gura representa uma das condições precisas para o fechamento hermético da lata.
REVESTIMENTOS
O tempo de "vida útil" do produto é assegurado por um sistema total, isto é, por uma
série de fatores englobados e individuais; qualquer falha de um deles poderá produzir a perda
do alimento.
Esses fatores se referem à lata, no que diz respeito à qualidade de seu material, aos reves-
timentos de que necessita e à sua elaboração; ao produto, correspondem as suas características,
seu processamento, comportamento dentro do envase e armazenamento.
A normalidade desses fatores garante, pois, a harmonia da relação "recipiente-produto'
e, com isso, o tempo de "vida útil" do produto alimentício.
Os revestimentos, na parte que lhes cabe nesse sistema total de proteção à lata e conse-
qüentemente ao produto, deve desempenhar, com segurança e técnica, o seu papel.
Para isso, a sua aplicação é regulada em termos de qualidade e de oportunidade, segundo
o material a ser recoberto e o produto a ser enlatado.
Há várias classes de revestimentos e, dentro delas, grande diversidade de tipos.
Revestimento de estanho
Revestimentos óleo-resinosos
Revestimentos sintéticos
Outros revestimentos (fosfatização, cromagem etc.)
Tipos de Revestimen-
tos
REVESTIMENTO DE ESTANHO
A folha-de-flandres, apesar de todas as suas vantagens, não é a sonhada matéria prima
ideal, pois a lata, mesmo deixada vazia, ao relento, (principalmente em local úmido), ou fechada
hermeticamente com seu conteúdo, pode apresentar problemas, gerados especialmente por oxi-
dação de suas superfícies.
O estanhamento da folha de aço visa a impedir o contacto direto do interior da lata com o
produto, evitando a sua corrosão e o isolamento da sua face externa com a atmosfera, impossi-
bilitando seu enferrujamento. '
Ademais, o enlatamento favorece a soldagem do corpo da lata; em suas costuras longitudi-
nais (agrafagem).
O estanhamento se faz, imergindo as folhas-de-flandres em banho de estanho fundido.
Dois são os processos objetivando o estanhamento: de imersão e eletrolítico.
O processo de estanhamento por imersão consta do mergulhamento de
folhas de aço cortadas, em banho de estanho fundido e em óleo.
Embora controlada, a camada de estanho apresenta oscilação de peso e,
na superfície da folha, aparecem diferenças de espessura.
Este processo se tornou, então, obsoleto, pela deficiência de controle
em seu processamento e pela maior quantidade de material gasto, de
alto custo.
Estanhamento por
imersão
Estanhamento ele-
trolítico
O processo de estanhamento eletrolítico se realiza colocando-se as
folhas preparadas em tanques e unidades dispostas em seqüência; ao fi-
nal da linha, o material é cortado.
O processo eletrolítico apresenta várias vantagens sobre o de imersão,
tais como;
- Camada mais uniforme do que no processo de imersão.
- Possibilidade de revestimento mais fino e por isso, mais barato
- Aplicação controlada de diferentes camadas de estanho, nas duas
faces da chapa.
496
Para a execução do estanhamento ~~ •
métodos:
Banho de ácido Ferrostan,
Banho em ácido halogênico; o =--=------"'-....:::.-e
com ion de estanho bivalente.
Banho alcalino de estanhato de 0_
As folhas-de-flandres estanhadas eletraliticamente são i".,,"-u~-":"'-"-"-
nhia Siderúrgica Nacional, pelo processo Ferrostan, sob licenç
"United States Steel".
Este processo se desenvolve na seguinte seqüência:
Desbobinamento do material
Desenrolamento da bobina e soldagem da ponta da fo
outra bobina.
Principais métodos de
estanhamento eletro-
lítico
8
I
Limpeza eletrolítica da bobina desenrolada
A bobina é submetida a processo de limpeza eletrolítica; é imersa
solução alcalina; ela fica negativa ou positivamente eletrizada, facilitan-
do, assim, a limpeza da superfície.
Remoção de resíduos alcalinos
A bobina é lavada, para a limpeza da solução alcalina do banho anterior.
Decapagem eletrol ítica
É feita em solução sulfúrica diluída, com a finalidade de varrer da su-
perfície do material os óxidos superficiais existentes, facilitando, assim,
a aplicação do estanho.
Remoção dos resíduos ácidos
A bobina é lavada, para que fique limpa da solução ácida aplicada na
etapa anterior.
Eletrodeposição
Esta operação é realizada em tanques em série contendo o eletrolito.
Enquanto o estanho é eletrizado positivamente (ánodo), a bobina o é
negativamente (cátodo); dissolvendo-se os ánodos, o estanho fica em es-
tado de solução e se deposita na face da bobina
A velocidade da bobina, quando da deposição do estanho, e a densida-
de da corrente, são os fatores que regulam a maior ou menor espessura
do revestimento.
Fusão do revestimento
Imediatamente após a sua deposição, o estanho é fundido, para que a
chapa se torne de aspecto brilhante.
Tratamento eletroquímico superficial
O material é imerso em dois tanques, com solução de ácido crômico e
bicromato de sódio.
As películas de óxido superficial, resultantes da fusão, são transferidas e
tracadas por outras mais complexas; essa substituição confere ao mate-
rial maior resistência à corrosão e melhor capacidade para aceitar aplica-
ções de vernizes, esmaltes e tintas.
497
Oleamento superficial
Eletroliticamente, o ,,1aterial é submetido a tratamento com óleo ~ JJ-
goJão.
O~craç:5es de acao ame nto
~
São operações finais, que consistem em: corte em tamanhos; inspeção;
separação de chapas com orifícios (por célula fotoelétrica); afastamento
10~ etapa elas folhas com espessuras impróprias (através de micrôrnetro automáti-
co). Após essas manobras, por processo eletrônico, as folhas são ernpi-
lhadas c contadas.
Em corte transversal, a chapa estanhada tem a seguinte apresentação:
CÓRTE TRANSVERSAL DA CHAPA ESTANHADA
~
~~~~~~~~ _Camada de óleo~Hidr\ó](idO ou sais de Sn
~6xjdo de estanho
_---Eslanho
...----Uga de"eSn'
.__---Chapa de aço
REVESTIMENTO ÓLEO-RESINOSOS E SINTtTICOS
A proteção dada à lata, pela camada de estanho, não é absoluta, pois há casos em que,
por imposição de características do produto, essa barreira não é suficiente.
O aparecimento dos revestimentos óleo-resinosos e sintéticos vieram complementar
a ação protetora do estanho e, em certos casos substituí-Io totalmente.
A CANCO já formulou cerca de 350 revestimentos para emprego interno e externo
de latas.
A aplicação dos revestimentos óleo-resinosos e sintéticos abrange, hoje, enorme campo,
dentro da tecnologia de embalagem.
Estes revestimentos, às vezes chamados "vernizes dourados" são aplicados antes ou depois
da elaboração das latas, em uma ou nas duas de suas faces, conforme seja »reciso.
Eles conseguem .luas finalidades importantes: protetora e econômica,
Protetora Impede o aparecimento de manchas negras na superfície
interna da lata (produzidas por enxofre do produto);
Finalidades dos reves-
timentos óleo-resinosos
e sintéticos
Econõn.ica IFaculta a redução da camada de estanho, sem problemas
de corrosão por alimentosácidos.
Impossibilita (em latas sem estanharnento) a ação do
hidrogênio do recipiente sobre as antocianinas modifican-
do a cor do produto.
Utilização dos revestimentos óleo resinosos e sintéticos
Os revestimentos óleo resinosos e sintéticos, para sua correta utilização, necessitam
possuir os seguintes requisitos:
a) Ausência de substâncias nocivas ou tóxicas, como, por exemplo, o chumbo e o
arsênico;
b) Não propagar, ao produto, odor, sabor e cor inconvenientes;
498
c) Consistência n te aplicados, distribuídos e aderidos à
lata;
d) Elastícidade suficiente elaboração da lata (estampagem,
formação dos bordos, agrafagera -
e) Resistência às temperaturas, pri - - :.: - ~ ••-~""c..!l.j""';"<1U,
f) -Resistência a arranhões e à ação de
g) Indiferença ao contacto prolongado
Essas virtudes, evidentemente, não existem nos casos
previstos, terão de ser adaptados, na lata, ao produto acc);:l(5z:i:::C.c:l..
Não havendo, pois, um revestimento universal, sua do-se
das condições que contraindicam ou aprovam a sua aplicação.
e necessário conhecer:
a) o pH do alimento enlatado;
b) se o produto contém ou não enxofre;
c) o processo térmico a ser empregado
d) o tipo ele estampagem escolhida para a peça revestida.
Tipos de revestimeJitOsbleo-resinosos e sjntéticos
Os revestimentos' óleo-resinosos e sintéticos são de vários tipos, dos quais veremos suas
principais características.
REVESTIMENTOS ÓLEO-RESINOSOS
Os óleo-resinosos são constituídos de uma solução de resina, mais um óleo secativo.
Entre os principais revestimentos pertencentes a este grupo, se destacam os seguintes:
Esmaltes sanitários
Lata C-esmaltada
Vários revestimentos brancos e vernizes externos contendo óleo-resino-
sós
Revestimentos
ôleo-resinosos
REVESTIMENTOS SINTÉTICOS
Revestimentos de
Polibutadieno
ISimplesFenólico vinilo
Simples
Epoxy-fenólicos
Epoxy+ vinilo
ISimplesPolibutadieno + vinilo
Revestimentos
Fenólicos
Revestimentos de
Epoxy
Revestimentos
Sintéticos
Revestimentos vinílicos
Resinas acrílicas
CARACTERrSTICAS PRINCIPAIS E UTILlZAÇAO DOS REVESTIMENTOS
OLEO-RESINOSOS E SINTETICOS
REVESTIMENTOS ÓLEO-RESINOSOS
Tipos de revestimentos Características
Lata-C-esmaltada O revestimento contém pigmentos com compostos de zinco
A lata-C-esmaltada foi criação da "American Company", em 1924.
499
Esmaltes sanitátios
Revestimentos
fenólicos
Revestimentos
de epoxy
Revestimentos de
políbutadieno
Revestimentos
vinílicos
500
Similares à C-esmaltada, porém.sem a presença de zinco
Utilizados em latas para embalar produtos cítricos e imersos em sal-
moura.
Caracterizam-se por sua ótima resistência física, porém pouca resistên-
cia relativa; por causa desta particularidade, utilizam-se camadas finas.
Essa circunstância e a de ter preço alto, equilibram a aplicação destas
delgadas películas.
Os revestimentos fenólicos, dos quais existem diversos tipos, são empre-
gados para cobrir ambasas faces de latas destinadas ao acondicionamen-
to de pescado, carnes e determinados vegetais.
São utilizados em formas simples ou misturados com outros revestimen-
tos (epoxy-esteres, epoxy-fenólicos, epoxy-vinílicos).
Este tipo de revestimento apresenta várias qualidades positivas, entre as
quais, as de flexibilidade, de adesividade e a de resistência química; a
par dessas propriedades, uma particularidade negativa: os revestimentos
de epoxy, são débeis aos tratamentos à vapor.
Internamente, são aplicados em latas a pressão e como revestimento bá-
sico (envases de bebidas carbonatadas).
Epoxy-fenólicos: entre inúmeras e excelentes características, se desta-
cam a sua flexibilidade, capacidade adesiva e qualidades de resistência
física, ao ressecamento e ao processamento.
Usados em latas para embalar carne.
Epoxy + vinilo: empregados em embalagens para cervejas
Usados em latas para envasar cerveja (em camada dupla), bebidas car-
bonatadas ou não e frutas e hortaliças (camada única).
Com óxido de zinco, podem, ainda, ser utilizados em latas contendo
produtos com enxofre.
A desvantagem destes revestimenots, é a do seu alto preço, maior do
que o dos óleo-resinosos. .
No que diz respeito às suas propriedades, estas são excelentes; latas com
cervejas e refrigerantes não transmitem nenhum sabor desagradável, pois
o revestimento forma, no interior do recipiente, fina camada, bastante
resistente, mecânica e quimicamente.
Como ponto fraco, osrevestimentosvinílicosapresentam: pequena adesi-
vida de para a folha-de-flandres simples, mesmo recobrindo revestimento
básico: os vinílicos ficam vermelhos e se soltam das latas, se estas são
tratadas por vapor, em calor elevado.
Organossol: é um revestimento especial de vinilo, desenvolvido pela
CANCO.
Nos revestimentos comuns de vinilo, as resinas são dissolvidas em sol-
ventes; nos organossóis, porém, resinas de alto peso molecular e de gran-
de resistência química, são dispersadas do mesmo modo em que os pig-
mentos são dissociados nas tintas para pintura de automóveis.
Pelo coamento dos organossóis, as frações dispersas de resina se
fundem, com o auxílio de plastificantes, formando um fllme.
Por sua particular flexibilidade, os organossóls oferecem a vantagem de
permitir coberturas mais espessas.
Resinas acrílicas Utilizadas, de. "'=--=:;_ ~=-~",,-.;=_..:::::=:;;:==~===
Sua propriedade _~~---,.-
Denotam ainda, b02. 7""'<::==--,.-,""" ;;-- .•...•----~
PROPRIEDADES GER
TIPOS DE
Acr í- Epoxy Epoxy t:- -lico amino cster F -VERNIZES 'i...o
SABOR 1 1 2 1 2
I
I
FLEXIBI LIDADE 1 1 1 1 1
ADEIlliNCIA 1 1 1 1 1
I ~1
COR 1 1 2 3 2 3 2
CUSTO 3 2 2 2 1 1 1 3
RESISTÊNCIA 1 1 2 1 2 1 1 3ASOLDAGEM
RESISTÊNCIA ÁCIDA - 1 1 1 1 1 1 1 1
1 1 2 2 3 3 1 1
ESCALA = 1 BOM 2 REGULAR 3 RUIM
LATAS E SUAS PRINCIPAIS CARACTERISTICAS
A folha de metal apareceu, pela primeira vez, em 1820, na Boemia, tendo sido, um século
após, introduzida na Inglaterra.
Em 1808, na França, Nicolas Appert despertou a atenção da Europa, com sua extraordi-
nária descoberta, pioneira da "appertização" de nossa época.
A descoberta de Appert, talvez não tivesse a repercussão suscitada, não fora Pierre Durand
que, em 1810, patenteou, na Inglaterra, seu método de conservação através de recipiente de
lata.
A princípio, na fabricação de lata, empregou-se ferro polido; porém, em meados do século
XIX, o material utilizado foi o aço doce.
Os antigos recipientes de folha de metal eram feitos à mão e eram soldados o seu corpo e
os extremos.
Em 1847, a indústria obteve grande impulso, com a obtenção por Taylor, da patente para
fabricação de latas estampadas, que, com pequenas diferenças, se assemelhavam às que hoje são
elaboradas.
Quanto ao sistema de vedação, ainda imperfeito, foi melhorado quando da instituição dos
anéis de borracha e, mais tarde, em 1893, Ams propôs a substituição destes por uma emulsão
à base de borracha, mais prática pela sua rápida aplicação.
Estes fatos históricos, perdidos no tempo, pela importância que tiveram, tornaram possí-
vel a criação da atual indústria de embalagem de metal e, mais ainda, abriram perspectivas ex-
traordinárias dentro do campo de conservação de alimentos.
Nos dias atuais, as latas, em suas diversas formas geométricas, são o envase mais utilizado
na indústria de conservas.
O advento de novas embalagens, muitas delas feitas de material mais prático e econômico,
afetou de certo modo o emprego de latas para acondicionar alimentos.
501
Esta intromissão, porém, só foi levada a efeito, em determinadas linhas de produtos,
continuando as latas como embalagens ideais para envasar leite em pó ou concentrado, carnes,
doces em pasta ou em calda e numerosos vegetais.
PRINCIPAIS QUALIDADES DAS LATAS E CONDiÇÕES PARA SUA UTILIZAÇÃO
As latas constituem um ótimo acondicionante para alimentos, em razão das inúmeras e
excelentes qualidades que apresentam.
Principais

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