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A gramática do design visual e a multimodalidade

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A gramática do design visual e a multimodalidade
Regina Brito
introdução
Códigos que serão usados
GDV (gramática do design visual)
LSF (linguística sistêmico-funcional)
GSF (gramática sistêmico-funcional)
PR (participante representado)
introdução
Base teórica: LSF de Halliday
GDV e a Multimodalidade como uma expansão da Gramática Sistêmico-Funcional 
a base na lsf
Base teórica: a lsf
partindo do princípio da Teoria Sistêmica, Halliday a coloca como sendo uma teoria do significado como escolha, através da qual uma linguagem, ou qualquer outro sistema semiótico é interpretado como redes de opções interligadas (1994)
Base teórica: a lsf
Embora o foco de análise de Halliday seja a linguagem verbal, suas teorias podem ser estendidas a outros modos semióticos:
Base teórica: a lsf
“ (...) existem muitos outros modos de significado, em qualquer cultura, os quais estão fora do campo da linguagem. (...) Isso inclui tanto formas de arte como a pintura, a escultura, a música, a dança, e assim por diante, e outros modos de comportamento cultural que não estejam classificados como formas de arte, tais como formas de troca, modos de se vestir, estruturas da família, etc. Estas são algumas das formas de significado na cultura. De fato, nós podemos definir uma cultura como um conjunto de sistemas semióticos, um conjunto de sistemas de significado, estando assim, todos eles inter-relacionados” (HALLIDAY, 1989, p.4).
Base teórica: a lsf
É a partir dessas colocações teóricas que Kress e Van Leeuwen (2001, 2006) aplicam as teorias de Halliday, no âmbito da linguagem não-verbal, que resultaram na GDV.
Base teórica: a lsf
Da mesma forma que a linguagem verbal pode ser analisada à luz das teorias sistêmico-funcionais de Halliday, a visual também segue propósitos comunicativos (assim como outros modos semióticos). 
Base teórica: a lsf
Kress e van Leeuwen (2006) defendem que as teorias de Michael Halliday não são específicas de um único modo semiótico, mas que as metafunções podem também ser aplicadas em outros modos semióticos, como o visual, o que acaba por quebrar as barreiras disciplinares existentes entre o estudo da imagem e o estudo do texto.
Base teórica: a lsf
Os textos, portanto, na visão da Semiótica Social, passam a ser multifuncionais e multimodais, já que, na cultura ocidental contemporânea, os textos acabam tendo mais de um código semiótico (Kress, 1996, p.183).
Base teórica: a lsf
 Nessa visão multimodal, as três metafunções de Halliday são utilizadas como base para as análises de imagens dentro da GDV.
A imagem como representação
Metafunção ideacional
Assim como Halliday (2004) coloca a metafunção ideacional considerando a oração como representação, da mesma forma a GDV apresenta análises de imagens sob esse mesmo aspecto. 
Representações narrativas
Da mesma forma que, na linguagem verbal, a ação é realizada pelo grupo verbal e os participantes pelo grupo nominal, no campo das imagens os vetores se encarregam do processo de ação e interação entre os participantes.
Representações narrativas
	Dessa forma, Kress e van Leeuwen dividem as estruturas de representação em dois processos: 
os narrativos
os conceituais 
Processos narrativos
Se subdividem em:
De ação:
Não-transacional
Transacional
Bidirecional
Processos narrativos
Reacional
Transacional
Não-transacional
Verbal e Mental
Conversão
Simbolismo Geométrico
Representações conceituais
Nestas representações temos uma imagem não com uma narrativa, mas sim uma relação de taxonomia entre seus participantes;
Processos conceituais
Se dividem em:
Classificacional
Analítico
O poder da imagem
Metafunção interpessoal
Função interpessoal
A Função Interpessoal lida com a relação de interação entre falantes e as modalizações existentes em um evento comunicativo. 
Sob o ponto de vista da função interpessoal a oração é vista como uma representação, uma construção do mundo. 
Função interpessoal
Do ponto de vista da função interpessoal, Kress e van Leeuwen (2006) classificam as imagens em três dimensões interativas:
O olhar (ato de imagem)
Imagem de demanda
Imagem de oferta
Atos de imagem: o olhar
FIG 13 – PR em posição de demanda
FIG. 15 – PR em posição de oferta
Função interpessoal
Enquadramento (formalidade ou informalidade)
> distanciamento > formalidade
>aproximação > interação com o PR
enquadramento
FIG. 16 – PRs em posição de médio distanciamento 
FIG. 17 – PR em posição de maior aproximação 
Função interpessoal
Perspectiva (relações de poder)
Ângulo vertical (> ou < poder em relação ao leitor)
Ângulo horizontal (> ou < empatia)
Perspectiva: poder e empatia
FIG. 18 – Ângulo Vertical = > poder sobre o leitor
FIG. 19 – PR em um ângulo horizontal quase frontal = > empatia
Função interpessoal: modalidade
Modalidade (representações sociais do real)
Refere-se à forma como uma oração pode ter maior ou menor grau de verdade ou credibilidade em uma determinada situação. 
modalidade
Colocando-se dentro do conceito de Mood, estabelecido por Halliday, está presente em cada ato semiótico. 
a modalidade é um indicador de relações de poder (diferenças) e de solidariedade entre o falante e o ouvinte.
modalidade
Classificada como de alta ou baixa afinidade (em relação ao sistema na qual ela se insere), Concordância e afinidade estão ligadas, assim, às relações de poder. 
modalidade
Um alto grau de afinidade indica uma maior solidariedade entre os participantes e, portanto, uma menor modalidade. 
Já um baixo grau de afinidade indica uma menor solidariedade e um maior grau de poder na relação de um participante com o outro. 
modalidade
Da mesma forma como a realidade é demarcada por um grupo social, assim também essas demarcações aparecerão na colocação do que seja considerado mais ou menos realista, no que se refere ao campo das imagens.
modalidade
Portanto, no estudo das imagens, critérios como a Cor (intensidade, diferenciação e saturação), Iluminação, Detalhamento, etc., são considerados componentes desta avaliação, que se articulará em diferentes graus.
Modalidade: articulação
Graus de articulação:
Representação (detalhamento): do abstrato ao realístico
Contextualização (background)
Saturação de cor (da ausência ao exagero)
Modalidade: articulação
Modulação de cores: uso somente de cores primárias até a nuances diversos de uma mesma cor
Diferenciação de cores: do monocromático ao colorido
Profundidade
Modalidade: articulação
Iluminação: jogo de luz e sombras
Brilho
Modalidade: contextualizações
“Coding Orientations”, ou Contextualizações, são conjuntos de princípios abstratos que informam o modo no qual os textos são codificados por grupos sociais específicos ou entre contextos institucionais específicos. 
Modalidade: contextualizações
Se dividem em:
Modalidade naturalística:é a que predomina. Nela tem-se como base a ideia de que uma imagem deve ser tão próxima quanto a visão que teríamos dela ao vivo. Quanto mais “real” mais alta será a modalidade.
Modalidade naturalística
FIG. 21 – exemplo de modalidade naturalística em preto e branco
Casablanca, de 1943
FIG. 22 – exemplo de modalidade naturalística em cores
Viktoria Petrova
Modalidade: contextualizações
Modalidade abstrata: traz apenas o que seja essencial para a representação de uma imagem. Detalhes como a iluminação e nuances de cor, por exemplo, são considerados irrelevantes (de modalidade baixa). O critério representação (detalhamento) terá modalidade alta na medida em que a imagem se distancie do concreto para apresentar o que se considera como essencial para a informação do leitor;
Modalidade: contextualizações
Modalidade tecnológica: a verdade visual está no uso prático e explicativo de uma imagem. Quanto maior for a efetividade da imagem mais alta será a sua modalidade. Seu uso mais comum está em mapas, manuais de instrução, ou plantas baixas, por exemplo. 
modalizações
FIG. 23: modalidade abstrata
FIG. 24 – modalização Tecnológica
Modalidade: contextualizações
Modalidade sensorial: a realidade visual está baseada no efeito de prazer ou desprazer que a imagem causa no leitor. Critérios como luz, cor, profundidade são vistos de forma mais acentuada. O que seria considerado “mais que real” e, portanto, de baixa modalidade na naturalística, é visto como a real representação de uma emoção, de um sentimento, na modalidade sensorial, sendo classificado como de alta modalidade. 
Modalidade sensorial
Flora by gucci
weatfield with cypresses – 
Van Gogh 1889
Os códigos espaciais e as relações sociais
Metafunção textual
Função textual
Arranjos composicionais que permitem a concretização de diferentes significados textuais. 
A disposição espacial dos componentes de uma determinada situação contribui para o estabelecimento de uma relação específica entre os mesmos. 
Função textual
Se essa composição espacial é mudada, obtém-se uma mudança nessa relação.
Função textual
Essa composição se apresenta através de três sistemas relacionados entre si:
O valor da informação
Dado/novo (demarcação horizontal)
Ideal/real (demarcação vertical)
Centro/margem
Saliência
Moldura
Função textual: valor da informação
FIG. 28 – As dimensões do espaço visual, baseado em kress e van Leeuwen (2001)
Dimensões do espaço visual
Função textual: saliência e moldura
FIG. 34 – PR central em saliência
FIG. 35 – imagem com molduras
Tipografia como um sistema multimodal
tipografia
O uso de diferentes Fontes para expressar um ou outro significado chamou a atenção de estudiosos da Multimodalidade. 
Machin (2007) coloca que a tipografia, assim como outros modos semióticos, pode ser analisada sob a ótica das três metafunções de Halliday.
tipografia
tipografia
Obrigada!
brito.regina@yahoo.com.br
Processos narrativos
Se subdividem em:
DE AÇÃO:
	descreve ou apresenta acontecimentos do mundo material, podendo ser divido em:
Processos narrativos
Não-transacional: tem-se somente a presença do participante que será também o ator, pois a meta não está presente na imagem. Este tipo de processo equivale, no texto verbal, a orações com verbos intransitivos (FIG. 02); 
Processos narrativos
Processos narrativos
Ação transacional: é caracterizada pela presença de pelo menos dois participantes, sendo um o ator e o outro a meta, que é a quem ou a que se dirige o objetivo (FIG. 03);
Processos narrativos
Processos narrativos
Bidirecional: os dois participantes são ao mesmo tempo ator e meta (fig. 04)
Processos narrativos

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