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Resumo Medicina Legal

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GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
1 RESUMO DE MEDICINA LEGAL 
AULA 01 - 12/08/2016 
História da Medicina Legal 
 Perito: aquele que tem a função de ver e repetir. É aquele que tem a capacidade de 
avaliar uma situação específica. 
 Código de Hamurabi 
o Lei do Talião: Olho por olho, dente por dente. 
 Código de Manu: proibia velhos, crianças, embriagados, débeis, loucos e grávidas a 
serem testemunhas. 
 Código Civil: lei dos interditados. 
 Lei das 12 tábuas: A gravidez só podia ter no máximo 10 meses (viuvez com causa 
suspensiva do matrimônio). 
 Pérsia Antiga: classificava as lesões corporais por ordem de gravidade. A gravidade das 
lesões depende do acometimento. É gravíssima só se tiver aborto, morte ou acometer 
um órgão. Obs.: Para perícia médico legal, a lesão tem que ser vista (lesões em órgãos 
duplos são classificadas como graves). 
 Perito Adoch: Surgiu com o exame necroscópico do corpo de Júlio César. Para aquele 
fim, o juiz nomeia alguém que não era perito. Por exemplo, no interior não tem perito 
médico-legal, o juiz então nomeia o médico do PSF. 
 Justiniano: reconhecem os médicos como testemunhas especiais, mas os juízes não 
são obrigados a ouvi-los. Juiz não fica restrito ao laudo. 
 Prova das Ordálias: duelo para saber quem falava a verdade. 
 Idade Média (1234): substitui o juramento da acusada pelo exame médico da 
virgindade em casos de anulação do casamento. 
 China (1248): primeira obra escrita sobre medicina legal. 
 Felipe “O Audaz”: nomeia médicos, cirurgiões, parteiras e barbeiros como peritos em 
casos de lesões corporais, morte violenta, atentado violento ao pudor. 
 Carlos V (Imperador Alemão): permissão da realização de necropsia forense. 
o A autópsia será feita pelo menos com 6 horas (começam a surgir os sinais 
incompatíveis com a vida, sinais avitais imediatos – Cronotagatognose). 
 Século XVI e XVII: 1º tratado ocidental  relatórios médico-legais se tornaram cada 
vez mais frequentes. 
 Brasil: Portugal foi o país de influência direta (evolução lenta e pouco expressiva). 
 Cirurgião que mexia em morto era Herege. 
 
 Fenômenos avitais imediatos: corpo resfriado, midríase. 
 
 Quem pode solicitar perícias? 
o Juiz, delegado, policial militar desde que presida o inquérito. 
 
Legista: se restringe a perícia em humanos. É limitado ao exame do ser humano, não 
especifica o objeto lesivo, não julga o mérito dos casos, não determina a posição do 
agressor, não emotividade do perito, ser imparcial. 
 
 
 
 
 GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
2 RESUMO DE MEDICINA LEGAL 
AULA 02 - 19/08/2016 
Introdução à Traumatologia Forense 
Traumatologia forense: estudam as lesões corporais resultantes de traumatismos de ordem 
material ou moral, danoso ao corpo ou à saúde física ou mental. 
 
Traumatismo: 
 Conjunto de problemas e lesões de tecido, órgão ou parte do corpo provocado por um 
agente externo. As lesões são os vestígios que o perito registra em laudos. 
 Laudo: coloração, aspecto da lesão e temporalidade (a importância de se descrever a 
coloração e aspecto da lesão é para a definição de tempo). 
o Lesão  “Qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, 
especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo”. 
“Alteração estrutural proveniente de uma agressão ao organismo”. 
 Se não observar a lesão, relatar que o meio está prejudicado. 
Quando a lesão já foi tratada não tem como descrever 
meio/forma/instrumento. 
o Lesão Corporal  É todo e qualquer dano ocasionado à normalidade do corpo 
humano, quer do ponto de vista anatômico, quer do fisiológico ou mental. 
Auto-lesão não é crime. 
 Atuação de uma energia externa sobre o corpo de uma pessoa, com intensidade 
suficiente para provocar desvio da normalidade. 
Essa energia pode ser: 
o Mecânica 
o Física 
o Físico-química: asfixia 
o Bioquímica 
o Biodinâmica: todas as mortes não traumáticas 
o Mista 
 
 Energia  trabalho. 
 Lesões produzidas por agentes lesivos exógenos  Nexo causal (Lesão vital ou pós-
morte). 
“A traumatologia forense compreende o estudo sistemático das lesões produzidas por 
agentes lesivos exógenos, de modo a oferecer à justiça subsídios, como diagnóstico, 
classificação jurídica, nexo causal, se a lesão é vital ou pós-mortal, enquadramento legal e 
gravidade do dano causado.” 
Lesões corporais: 
 Leve 
 Grave 
 Gravíssima 
 
 Lesão leve: Possível de negação ou afirmação  Pouca repercussão e fácil 
recuperação, geralmente por exclusão. Não se enquadram no crime de lesão 
corporal. Ex: escoriações, hematoma, sufusão hemorrágica, petéquias, feridas incisas 
 
 GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
3 RESUMO DE MEDICINA LEGAL 
superficiais.  Acometem pele, subcutâneo, músculos superficiais, veias e artérias de 
pequeno calibre. 
 
 Lesão grave: Incapacidade por mais de 30 dias para ocupações habituais. Perigo de 
vida. Debilidade permanente para membro, sentido ou função. Aceleração do parto. 
Qualquer das consequências previstas no inciso 1º do artigo 129. 
o Incapacidade por 30 dias 
 Toda incapacidade deve ser real e absoluta. 
 Ocupação é toda e qualquer atividade. 
 Diferenciar cura médico–legal de cura médica: 
 Médico-legal: capacidade de reintegrar-se mesmo não tendo 
cicatrizado (curado). 
 Médica: alta definitiva, sem necessidade de cuidados 
assistências. 
 O prognóstico do primeiro exame não caracteriza uma lesão como 
grave, por isso faz-se exame complementar a partir do 31º dia após o 
fato. 
 Exame realizado após o 30º dia exclui exame complementar. 
o Debilidade 
 Enfraquecimento, fraqueza, embotamento, diminuição das forças. 
 Não necessariamente perpétua. 
 A debilidade pode ser consequência de um dano anatômico 
(amputação de dedo) ou funcional (paralisia). 
 Relacionado ao caráter funcional. 
 Perda de dentes: debilidade (função mastigatória). 
 Claudicação: (por encurtamento do MMII): debilidade (função da 
marcha). 
 Distúrbio da elocução moderado à grave: debilidade. 
o Aceleração do parto 
 Antecipar ou induzir, antes do término convencional, através de uma 
agressão física ou psíquica. 
 Considerações: 
 Nascido vivo e continuando a viver devido à maturação viável: 
grave. 
 Expulsão de natimorto (morte antes da ofensa a gestante): 
grave. 
 Se vivia, nasceu morto ou sem viabilidade: gravíssima (aborto). 
 
 Lesão gravíssima: Incapacidade permanente para o trabalho (não ocupação habitual). 
Enfermidade incurável; perda ou inutilização (não só amputamento) do membro, 
sentido ou função, deformidade permanente (dando estético irreparável, por ser 
vexatório e influenciar na vida social – ex: mutilação), abortamento (sem relação com 
a idade gestacional). 
o Obs: A Inutilização é suficiente para caracterização. A lei não exige 
amputações !!! 
o Incapacidade permanente para o trabalho 
 Perda de duração incalculável, mas não perpétua. 
 Invalidez total e permanente para o exercício da atividade laborativa. 
 Não se considera ocupações habituais, mas sim trabalho. 
 A incapacidade deve ser genérica (qualquer trabalho) e não específico. 
 
 GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
4 RESUMO DE MEDICINA LEGAL 
o Enfermidade incurável 
 Doença/Enfermidade 
 Déficit funcional ou orgânico de natureza congênita ou adquirida, de 
evolução crônica ou permanente, que não chegou à cura total. 
 Caráter incurável. 
 Sem obrigatoriedade de tratamentos arriscados e excepcionais para 
beneficiar o agressor. 
o Deformidade permanente 
 É o dano estético irreparável (adquirido). 
 Não há lei que define deformidade. 
 Critérios envolvidos 
 Aparência 
 Permanênciaou irreparabilidade (por meios comuns) 
 Dano psíquico (vexatória) 
 Influência negativa na vida social ou econômica 
o OBS: Danos estéticos que se corrigem após correção autorizada pelo 
ofendido, desclassificam a lesão de gravíssima, tornando-a lesão leve. 
o Abortamento 
 Sem relação com a idade gestacional 
 Fato: 
 Interrupção seguida de morte (embrião ou feto). 
 A morte poderá ser tanto no útero quanto na expulsão 
violenta. 
 É indispensável o conhecimento da gestação. 
 
Observações: 
 Na bolsa escrotal e na esclera são os únicos locais do corpo em que a equimose não 
respeita a escala de Legran Doussac. 
 Lesão por assinatura: é aquela que deixa sua marca, sua forma. Ex: ferro em barra, 
cassetete  Víbice: lesão provocada por instrumento contundente de massa e evento 
expansivo. Descrição desse tipo de lesão: eritema retilíneo em duas faixas, com um 
espaço em “branco” por toda a pele. 
 NÃO caracteriza lesão leve: crise nervosa, síncope, desmaio histérico, choque 
nervoso, somatização, dor, rubefação, eritema simples (sinal de christinson), 
primeiro grau das queimaduras. 
 Art.168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido 
incompleto, proceder-se-á exame complementar por determinação da autoridade 
policial ou judiciária, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido 
ou do acusado, ou de seu defensor. 
 
 Perigo de vida: possibilidade de iminência de morte, decorrente de uma agressão 
vultuosa. Probabilidade concreta e objetiva de êxito letal; fato presente ou passado e 
jamais futuro Ex: coma, choque, asfixia, ferida penetrante em grande gravidade, mais 
de 50% do corpo queimado. Fato efetivo e atual. 
 
 Risco de vida: situação que poderia levar à morte. 
 
 Órgãos Duplos: Apenas um órgão acometido  lesão grave. Os dois órgãos se tornam 
inutilizados  lesão gravíssima. 
 
 GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
5 RESUMO DE MEDICINA LEGAL 
 Órgãos ímpares: Eliminação total, mas com funções compensadas por outros órgãos 
 lesão grave. 
AULA 03 - 26/08/2016 
Traumatologia Forense 
Energia  Uma das formas de matéria. Capacidade de realizar trabalho. 
 Meios capazes de produzir danos: 
o Mecânico 
o Físico 
o Químico 
o Físico – químico 
o Bioquímico 
o Biodinâmico 
o Misto 
 Instrumento: capaz de transmitir a energia cinética para o corpo (energia mecânica). 
 Meios: situações que transferem outra forma de energia diferente da cinética. 
Energias de ordem mecânica 
 São aquelas que atuam sobre um corpo e modificam completa ou parcialmente seu 
estado de repouso ou movimento 
 Variam de acordo com a natureza dos agentes que a veiculam 
 Ação: por pressão, percussão, tração, compressão, torção, secção, explosão, 
contrachoque, deslizamento e distensão 
 Meios: 
o Transferência de um meio ativo: corpo parado e objeto em movimento 
 Ex: atropelamento 
o Meio passivo: os dois têm que estar “parados”, tem que ser do mesmo objeto 
 Ex: luxação do pé 
o Meio misto: os dois estão em movimento 
 Ex: duas motos se chocando 
 Imaginar o objeto e saber da forma que esta transferência foi feita 
 Classificação dos meios mecânicos: 
o Ação simples: perfurante, cortante e contundente 
o Ação mista: perfucortante, perfocontundente, cortocontundente 
 
 GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
6 RESUMO DE MEDICINA LEGAL 
 
 
Ação Perfurante: 
 Energia: Ordem mecânica. 
 Instrumento: Perfurante. Ex: prego, estilete (sem gume), chucho, punhal (sem gume), 
sovela, agulha de tricô, agulha, florete, furador de gelo, compasso, espinho vegetal. 
 Ação: Age por percussão ou pressão, afastando as fibras (raramente seccionando-as). 
 Lesões: punctórias ou punctiformes. 
 
 GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
7 RESUMO DE MEDICINA LEGAL 
 Características das lesões: 
o Pouco sangramento externo. 
o Pouca nocividade na superfície e potencialmente grave na profundidade. 
 Antracose no pulmão, perfuração por garfo no saco pericárdico 
(tamponamento cardíaco), ferida punctória na aorta (causa mortis: 
tamponamento cardíaco consequente a ferida puctória na artéria 
aorta ascendente). 
o Trajeto retilíneo  ex: agulha de tricô. 
o Com ou sem lesão de saída. 
o Espectoecmocrito de Legran Doussac. 
 Instrumentos de médio calibre (ação perfurante) 
o Lei de Filós e Langer 
 1ª lei de Filós: a solução de continuidade dessas feridas assemelha-se 
as produzidas por instrumentos de dois gumes ou tornam a forma de 
“casa de botoeira”. 
 2ª lei de Filós: quando estas lesões encontram-se numa mesma região 
onde as linhas de força tendem em um só sentido, seu maior eixo tem 
sempre a mesma direção (lesões em um mesmo local terão o mesmo 
sentido). 
 Lei de Langer: as lesões nas regiões onde as linhas de força são 
diferentes, as lesões tomam aspecto de sete, triângulo ou 
quadrilátero. 
 Estas leis só se aplicam em vivos. 
 Órgãos de várias túnicas (ex: estômago) – sentidos diversos. 
 Objetivo é conhecer as linhas de força do corpo. 
Ação Cortante 
 Ordem: Mecânica. 
 Ação: Cortante ou incisa* 
 Ferida: Cortante, ferida incisa (parece com a lesão de aspecto casa de botoeira). 
 Ação cortante: Agem por um gume +/- afiado, por um mecanismo de deslizamento. 
 Instrumentos: Navalha, bisturi, lâmina de barbear e faca. 
 
 Cauda de escoriação: cauda de saída. 
 Superficial  profunda  superficial e no final acaba provocando um arranhão. 
 
 GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
8 RESUMO DE MEDICINA LEGAL 
 Afastamento de toda lateral da ferida por incisão (fibras se afastam), não há ponte de 
tecido íntegro entre as fases cortantes. Bordos e subcutâneos se afastam. 
 Sangramento externo abundante. 
 
 
 Características das lesões: 
o Linear 
o Regularidade do bordo 
o Ausência de vestígios traumáticos 
o Comprimento maior do que profundidade 
o Hemorragia abundante 
o Afastamento dos bordos 
o Cauda de escoriação 
o Centro mais profundo que a extremidade 
o Paredes lisas e regulares 
 Ferida incisa  intencionalmente provocada: Ex.: Bisturi. 
o Livor: parada da circulação e o indivíduo começa a sofrer ação da gravidade, 
sangue é empurrado do vaso e fica fora do tecido. 
 Lesões específicas: esquartejamento (separar o corpo em partes – 4, por amputação 
ou desarticulação), esgorjamento (ferida por deslizamento de material cortante no 
pescoço anterior), decapitação (separar a cabeça do corpo), degola (ferida cortante no 
pescoço posterior). 
 Esquartejamento e Decapitação também podem ser provenientes de ação 
cortocontusas. 
 Nos esquartejamentos as articulações são mais comuns. 
o Esgorjamento: Longa ferida transversal anterior no pescoço lesando além dos 
planos cutâneos (vasos, nervos, músculos, esôfago, laringe e traquéia). Direção 
transversal ou oblíqua constitui importante elemento na determinação da 
causa jurídica. A orientação descendente para esquerda ou de verticalidade na 
lateral fala a favor de homicídio. 
o Degola: hemorragia importante. No pescoço posterior. Quando esta ferida 
cortante atinge a medula a ação é mais expressiva e associada a homicídio, 
eventualmente instrumentos cortocontundente. Morte: Hemorragias 
fulminantes (grandes vasos). 
 Considerações de lesões incisivas: 
o Animus deformandi: ferimentos incisos com perda de substância geram lesões 
deformantes, indicativa da intenção do agressor em estigmatizar (lesão 
definitiva). 
 
 GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
9 RESUMO DE MEDICINA LEGAL 
o Lesões de defesa: feridas incisas em bordo cubital de antebraço, mão (face 
palmar) e dorso do pé. 
Instrumentospérfurocortante 
 Instrumento: ponta e gume. 
 Ação: mecanismo misto. 
 Penetram/perfuram com a ponta e cortam com a borda afiada 
 Agem por pressão e secção. 
 Apenas um gume  ferimentos triangulares. 
 Dois gumes  feridas de bordos iguais e ângulos agudos em forma de botoeira. 
 Três gumes  feridas em forma estrelada. 
 Há um predomínio da profundidade sobre a dimensão. 
 Ferida em “acordeon” 
o Quando a profundidade é maior que o instrumento, devido à pressão exercida 
durante o ato. 
 
 Perícia 
o Identificação do mecanismo 
o Gravidade do instrumento 
o Tempo de lesão 
o Vida ou morte 
o Ordem de lesões 
o Número de agressores 
Ação Contundente 
 Ordem: mecânica. 
 Instrumento: contuso. 
 Ação: age por pressão, explosão, deslizamento, compressão, descompressão, 
distensão, torção, contra-golpe e mista. 
 Lesões: rubefação, escoriação, equimose, hematoma, bossa, luxação, entorse, 
fraturas, roturas viscerais, feridas contusas, empalamento, encravamento, 
arrancamento, achatamento, atropelamento e precipitação. 
o Rubefação 
 Congestão repentina e momentânea. 
 Mancha vermelha, efêmera e fugaz. 
 A mais humilde das lesões por ações contundentes (não apresenta 
significativas modificações). 
 
 GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
10 RESUMO DE MEDICINA LEGAL 
o Escoriação 
 Ação contundente tangencial. 
 Arrancamento da epiderme e desnudamento da derme. 
 Associado ou isolada. 
 Não cicatriza (reepiteliza). 
 Secreção serosa (epiderme). 
 Sero-hemáticas (papilas dérmicas). 
 Crosta e a coloração auxiliam no tempo. 
 
o O deslocamento: periferia ao centro (mais profunda no centro). 
o Escoriação post mortem: Cadáver 
 Seco (aspecto coriáceo). 
 Apergaminhado (aspecto pardo). 
 Descorado. 
 Não surgem secreções (serosidade e sangue). 
 
AULA 04 - 02/09/2016 (Aula Prof. Yara) 
Antropologia Forense 
É uma parte do IML que trata dos casos onde não são possíveis de identificar o corpo – corpo 
normalmente em elevado grau de putrefação, carbonização. 
Objetivo do exame: 
 Diagnóstico da espécie. 
 Estimativa do sexo: determinar quando possível as genitálias externa e interna, 
fundamentando sempre no que foi encaminhado. Ás vezes por um único osso é 
possível estimar algumas características, não sendo apenas um osso o ideal para 
estimar todos estes parâmetros. 
 Estimativa da idade. 
 Estimativa da estatura. 
 Estimativa da raça: miscigenação grande faz-se medida craniométrica. 
 Causa da morte. 
 
 GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
11 RESUMO DE MEDICINA LEGAL 
 Reconhecimento. 
 
 Em casos de carbonização onde se encontra fuligem no trato respiratório, significa que 
ele estava morto no momento da carbonização. Se houver carbonização é preservado. 
 As inserções musculares nos ossos são mais proeminentes no sexo masculino do que 
no sexo feminino. 
 A clavícula é muito utilizada para estimar a idade de um caso. 
Para determinação de sexo 
 Em ossadas, na pelve, o ângulo subpúbico é mais alargado na mulher. O ângulo da 
articulação fronto nasal na mulher é arredondado, no homem é mais anguloso e mais 
proeminente. Esse segundo não é o melhor para avaliar. O melhor é avaliar a pelve. 
 Pata de caranguejo: forma de ossificação da articulação costocondral no homem. Na 
mulher o padrão é central arredondado. 
Idade 
 Adulto 
 Subadulto: esqueleto axial, cintura escapular e pélvica. 
o Serrinhas nos ossos  indivíduos jovens. 
o Forame esternal: variação anatômica que pode ser confundido com bala. Além 
de ajudar na identificação do indivíduo caso ele possua uma radiografia de 
tórax. 
o Menos de 25 anos não existe fusão das epífises. 
o Ossos longos são importantes para estimar a estatura do indivíduo. 
o Cabeça do fêmur maior que 45 mm provavelmente será do sexo masculino. 
o Avaliam-se os corpos vertebrais, que apresentam “estrias/ranhuras” nos 
pontos de articulações com as cartilagens vertebrais. 
o Avalia-se também o esterno e o manúbrio, quanto mais novo, mais em partes 
e com mais ranhuras. Além disso, fêmur e úmero são ossos em que deve-se 
observar se estão fundidos ou não. 
o Superfície da sínfise púbica. 
o A crista ilíaca se funde em torno de 16/17 anos. 
o A fusão do acetábulo ocorre normalmente em torno dos 14 anos. 
o O processo odontoide se funde em torno de 12 anos. 
 Feto: mais fácil de determinar a idade 
o Quanto mais jovem maior a precisão de idade. 
o Bebês atermos tem um ponto de ossificação (núcleo  ponto de blecard). 
Para medicina legal, nascer é respirar. Para determinar uma criança, por exemplo, na epífise 
distal do fêmur tem que ter o aparecimento do centro de ossificação  ponto de blecard  
uma vez presente você sabe que tratava de um bebê a termo. 
 Determinar a idade através de ossificação de núcleos do carpo. 
 Em crianças olha-se o pulso por meio de radiografia e consegue-se estimar a idade. 
 
 
 GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
12 RESUMO DE MEDICINA LEGAL 
Reconhecimento: 
 Comparação de exames de imagem. Pode ser feito com o uso de radiografias que o 
indivíduo já possuía. 
 
ANOTAÇÕES QUESTÕES PARA PROVA: 
Quais os principais objetivos do exame antropológico? (Cite 3) 
 Determinação da espécie 
 Estimativa do sexo 
 Estimativa da idade 
 Estimativa da estatura 
 Estimativa da raça 
 Determinação da Causa da morte 
 Reconhecimento antropológico 
Quais as principais formas para o reconhecimento/identificação do corpo? 
 Papiloscópico (Identificação por digitais) 
 Exame de DNA 
 Exame odonto-legal 
 Exame antropológico forense 
Em quais situações o aborto é permitido legalmente no Brasil? 
 Gestação decorrente de estupro com menos de 22 semanas de idade gestacional. 
 Anencéfalo. 
 Risco de vida para a mãe. 
Qual o prazo ideal para início das profilaxias cabíveis em caso de violência sexual? 
 O mais rápido possível 
Cadeia de custódia 
 Saber o que é 
o A Cadeia de Custódia é um processo de documentar a história cronológica da 
evidência, esse processo visa a garantir o rastreamento das evidências 
utilizadas em processos judiciais, registrar quem teve acesso ou realizou o 
manuseio desta evidência. 
o Na área forense, todas as amostras são recebidas como evidências. São 
analisadas e o seu resultado é apresentado na forma de laudo para ser 
utilizado na persecução penal. As amostras devem ser manuseadas de forma 
cautelosa, para tentar evitar futuras alegações de adulteração ou má conduta 
que possam comprometer as decisões relacionadas ao caso em questão. O 
detalhamento dos procedimentos deve ser minucioso, para tornar o 
procedimento robusto e confiável, deixando o laudo técnico produzido, com 
teor irrefutável. A sequência dos fatos é essencial: quem manuseou, como 
manuseou, onde o vestígio foi obtido, como armazenou-se, por que 
manuseou-se. 
 
 GABRIELA ABREU E ISADORA ESTEVAM 
 
13 RESUMO DE MEDICINA LEGAL 
o O fato de assegurar a memória de todas as fases do processo constitui um 
protocolo legal que possibilita garantir a idoneidade do caminho que a 
amostra percorreu. 
o A cadeia de custódia se divide em externa e interna: a fase externa seria o 
transporte do local de coleta até a chegada ao laboratório. A fase interna 
refere-se ao procedimento interno no laboratório, até o descarte das 
amostras. 
o Processo pelo qual as provas estão sempre sob o cuidado de um indivíduo 
conhecido e acompanhado de um documento assinado pelo seu responsável, 
naquele momento. 
Caso clínico de sexologia 
 Prazo para profilaxia de HIV  72h 
 Prazo para profilaxia de gravidez  5 dias 
 Prazo pararealização de aborto por aspiração à vácuo  12 semanas 
Concessão da autorização para exame 
 Criança se tiver condições assina junto com o responsável 
 Adulto assina a autorização 
o OBS: Se a criança não quiser ser examinada, mesmo que o responsável assine, 
o perito não pode realizar o exame. 
Denúncia compulsória de abuso no caso de criança. Já em mulheres adultas, quem decide é a 
periciada.

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