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Relatório experimental Práticas de Química – QUI0446AB 1 Corrosão eletroquímica e métodos de prevenção Victória Rafaela Ritzel Marcon Universidade de Caxias do Sul Discente de Engenharia Química Introdução As reações de oxirredução estão entre as reações químicas mais importantes e conhecidas, pois elas envolvem uma vasta gama de processos importantes, como: formação de ferrugem no ferro, fabricação e ação de alvejantes, respiração dos animais, etc. A oxidação é referente à perda de elétrons e a redução é a reação oposta, então, refere-se ao ganho de elétrons. Logo, a reação oxirredução é uma reação de transferência de elétrons do átomo oxidado para o átomo reduzido, elas nunca ocorrem separadamente. [1] Não é de se surpreender que seja possível transformar energia química em energia elétrica, desde que a matéria é composta por partículas eletricamente carregadas. O estudo da eletroquímica é o estudo da relação entre a química e a eletricidade, esse estudo pode ser dividido em dois grupos: eletrólise e células voltaicas. [2] [3] A eletrólise é a divisão dos compostos pela passagem de eletricidade nas soluções onde estão dissolvidos e a células galvânicas é a formação de eletricidade, ou fluxo de elétrons, em uma reação química. Qualquer pilha (célula) pode ser convertida em célula eletrolítica ao aplicar uma tensão externa oponente superior à tensão produzida pela pilha; em princípio. Nas células voltaicas, no passado conhecidas como células galvânicas, a eletroquímica prevê que uma célula eletroquímica é um dispositivo que auxilia nas reações de oxirredução para converter a energia química em energia elétrica. [2] [3] Como a reação de oxirredução causa corrosão de um dos metais, para a utilização desses metais em conjunto, em aplicações industriais, etc, é interessante que saibamos como evitar que essa corrosão ocorra ou que minimizemos essa reação. Algumas formas de tardar a corrosão e minimizar os efeitos dela são: recobrir o material metálico com vários tipos de filmes de outros metais nobres aplicando-nos por eletrodeposição, e outros métodos, ou cobrir com tinta; adição de inibidores de corrosão ao meio eletrolítico; e passivação. [4] O recobrimento das peças metálicas por um filme não-metálico (resinas poliméricas, ou, tinta) tem por finalidade desfavorecer a formação de células voltaicas que são responsáveis pelo processo corrosivo. A resina polimérica faz com que a superfície da peça fique impermeável, assim, tornando o processo corrosivo extremamente mais lento. Já o recobrimento de uma peça metálica por um filme metálico de um metal mais nobre (metal com potencial padrão de redução superior ao metal de base), impede que o contato direto do ambiente com o metal de base, como se a reação primeiro precisasse “vencer” a primeira camada da peça para depois chegar na estrutura. [4] Inibidores de corrosão são consideradas substâncias orgânicas ou Relatório experimental Práticas de Química – QUI0446AB 2 inorgânicas que ao serem adicionadas provocam uma diminuição consideravelmente alta nos processos de corrosão. Normalmente essas substâncias contém nitrogênio ou enxofre em sua estrutura e possuem capacidade de adsorver-se fortemente na superfície metálica, causando um bloqueio parcial da superfície. [4] A passivação é um fenômeno de bloqueio dos processos de corrosão que ocorrem como consequência de alterações na superfície dos metais, como quando o aço é posto em contato com ácido nítrico concentrado, inicialmente iremos observar uma alta taxa de formação de hidrogênio, mas, após um tempo, essa taxa sofrerá um decaimento até parar completamente. Se essa peça for inserida em outro tipo de ácido, como ácido clorídrico, ela permanecerá estável. Chamamos esse processo de apassivação. Entretanto, a apassivação também pode ser induzida eletroquimicamente. [4] Procedimento experimental Para realizar este procedimento experimental, foi aquecido 100mL de água destilada em um copo de Becker de 150mL e depois de aquecida água, adicionamos 1,5g de ágar-ágar em pó e agitamos até formas suspensão coloidal. Acrescentamos 5 gotas de ferricianeto de potássio para indicar quando corroeu (azul escuro) e 3 gotas de fenolftaleína para indicar onde não corroeu (rosa). Homogeneizamos e deixamos a suspensão resfriar. Pegamos quatro pregos limpos, secos e polidos, e enrolamos um fio de cobre em um dos pregos e em outro uma tira de zinco e os colocamos distantes um do outro em uma placa de Petry. Colocamos também na placa de Petry outros dois pregos limpos, porém, um estava reto e o outro levemente dobrado. Quando a suspensão ficou morna, derramamos-na com cuidado na placa até que os pregos estivessem cobertos. Deixamos em repouso por cerca de uma semana e observamos o que aconteceu com cada prego. Discussão e resultados Observamos que a proteção do zinco foi mais eficiente que a proteção do fio de cobre, pois ouve maior corrosão no prego enrolado no fio de cobre, pois a mancha azul em volta do prego com fio de cobre foi maior do que a mancha branca formada em volta do prego enrolado em uma fita de zinco. Nos pregos sem nenhuma proteção a oxidação foi maior no prego que estava levemente dobrado do que no prego reto, pois houve um aumento na superfície de contato. Observou-se também que as pontas de todos os pregos ficaram rosas e que apenas o corpo (meio dos pregos) ficaram azuis. Fato dado à um dos fatores que influenciam na corrosão, a área de contato. Conclusões A maior área de contato provocou uma corrosão acelerada, pois o metal pode ser “atacado” com mais eficiência. E entre a proteção de cobre, zinco ou nenhuma, é preferível a proteção de zinco, já que foi a que menos apontou processo redução e pelo seu prego ter permanecido sem mancha azul, apenas uma leve mancha rosa em cada ponta. Relatório experimental Práticas de Química – QUI0446AB 3 Questionário 1. Em cada uma das situações a seguir, explicar: (A) mecanismo de corrosão; (B) princípio de prevenção. Situação 1: O casco de um navio é protegido da ação corrosiva da água do mar, juntando-se ao mesmo placas de zinco ou magnésio. Situação 2: Tubulações enterradas no subsolo (oleodutos, aquedutos) são protegidos da corrosão ligando- se a elas umas barra de magnésio. Situação 3: Numa instalação hidráulica, cuja tubulação é de ferro instala-se um joelho de bronze (liga contendo cobre e estanho). Passando certo tempo observou-se intensa corrosão, próximo ao joelho. Respostas Situação 1 e 2: (A) Mecanismo de proteção eletrolítica, mecanismo de proteção eletrolítica envolve uma solução que permita o movimento dos íons para que ocorra o fluxo de elétrons de uma área metálica para a outra. (B) Utilização de ânodo de sacrifício, consiste na utilização de um metal menos nobre que é chamado de ânodo de sacrifício e a reação do ânodo de sacrifício é mais favorecida do que a do metal base. A introdução de um ânodo de sacrifício altera o potencial decorrosão do sistema, causando um deslocamento na direção anódica. [4] Situação 3: (A) Mecanismo eletroquímico com efeito de forças mecânicas, devido à angulação do joelho de cobre. (B) Também foi utilizado metal de sacrifício. [4] Bibliografia [1] BROWN, Theodore Lawrence. Química: a ciência central. 9.ed. São Paulo: Pearson, 2005. xviii, 972 p. ISBN 9788587918420. [2] RUSSELL, John Blair; BROTTO, Maria Elizabeth (Coord.). Química geral. 2. ed. São Paulo: 1994. Makron Books, 2 v. [3] ROSENBERG, Jerome Laib; EPSTEIN, Lawrence M.; KRIEGER, Peter J. Química geral. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. xi, 377 p. (Coleção Schaum) ISBN 9788565837026. [4] TICIANELLI, Edson Antonio; GONZALEZ, Ernesto Rafael. Eletroquímica: princípios e aplicações. São Paulo: EDUSP, 1998. 224 p. ISBN 853140424X.
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