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DISCIPLINA: PROCESSO PENAL PROFESSOR: MARCOS PAULO MATÉRIA: INQUÉRITO POLICIAL TEMA: ATUALIZAÇÃO JURISPRUDENCIAL PROFESSOR: MARCOS PAULO O art. 10, §1º, CPP, prevê que, encerrado o inquérito policial, o mesmo deve ser encaminhado ao juiz. Parte da Doutrina entende que isso seria atentatório ao sistema acusatório, já que é o MP o destinatário do inquérito, a quem deveria ser encaminhado diretamente. Mas essa crítica nunca foi abraçada pelos Tribunais Superiores, que não viam problema no encaminhamento ao juiz; o inquérito seria encaminhado ao juiz, que imediatamente repassaria ao MP, sem qualquer manifestação valorativa. No RJ, a LC 106/03, em seu art. 35, IV, prevê que, em se tratando de indiciado solto, o inquérito deveria sair da delegacia e ir, diretamente, ao MP (central de Inquérito), não passando pelo juízo. Ajuizou-se ADI no STF para questionar a constitucionalidade do dispositivo em comento, ao argumento de que violaria o art. 22, I, CF, já que norma processual federal estaria sendo afastada por norma estadual, quando a competência legislativa é privativa da União. Mas o STF ignorou essa argumentação, entendendo que haveria legislação sobre procedimento (art. 24, XI, CF). Mas nos termos do §1º do art. 24, CF, a União deve traçar normas gerais, permitindo ao Estado esmiuçá-la, sem, contudo, afastá-las. Então, reconheceu-se outro vício, já que regra procedimental estadual estaria preponderando sobre regra geral federal, o que é inconsititucional. Por isso, o STF declarou inconstitucional o art. 35, IV, da LC 106/03/RJ. OBS: Nicollit sempre criticou esse dispositivo. OBS: Embora, de fato, seja forma de garantia do sistema acusatório, o problema de se sustentar a remessa direta ao MP é a dificuldade que isso traz em termos de defesa. Matéria: Processo Penal – Prof: Marcos Paulo
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