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Donald Woods Winnicott Nascimento: 7/04/1896, em Plymouth, na Inglaterra. Filho caçula de John Frederick Winnicott e Elizabeth Martha Woods. Falecimento: 1971, aos 75 anos de idade. Sua casa Sua cidade ficava distante de Londres, na região de Devon. Morava em uma ampla e movimentada casa com campos, jardins e gramados. Havia um pomar, um gramado para jogar críquete, uma quadra de tênis, um açude e árvores altas fechavam o jardim. Winnicott gostava de fazer os deveres de casa nos ramos de uma delas (antes de ir para a escola interna). Família Três crianças na família: Uma irmã seis anos mais velha, outra irmã cinco anos mais velha e ele era o caçula. A mãe era vivaz, gostava de sair e expressava seus sentimentos com facilidade. O pai era delgado e alto e apresentava uma postura e dignidade tranquilas e um profundo senso de humor. • Seu pai era um rico comerciante que ocupou por duas vezes o cargo de prefeito de sua cidade. Família • Seu tio Richard (irmão de seu pai) morava com a esposa e seus cinco filhos (três meninos e duas meninas) na casa do outro lado da estrada. • Os primos foram criados como se fossem de uma só família, portanto a casa estava sempre cheia. • Havia sempre espaço e companheiros para as atividades e havia vitalidade e imaginação das crianças para a criação de façanhas de todos os tipos. Lar suficientemente bom • Eles tinham uma babá e uma governanta que não se importunavam com a energia das crianças. • Desde pequeno, ele não teve dúvidas de que era amado e experenciou uma estabilidade e segurança em seu lar que o acompanhou pela vida afora. • Isso lhe concedeu uma liberdade que o capacitou a sentir-se em casa em qualquer lugar. • Quando foi morar em Londres, ele visitou sua babá para certificar-se de que ela estava vivendo bem. Objeto transicional e concernimento • Winnicott teve um objeto transicional – uma boneca chamada "Lily", que havia pertencido a Kathleen, a mais nova de suas irmãs. • Violet e Kathleen tinham uma boneca, "Rosie“. Aos três anos de idade, Donald quebrou seu nariz com um malho de croquet. Seu pai, usando palitos de fósforos, aqueceu o nariz de cera da boneca e conseguiu remodelar o seu rosto. • Estas passagens vieram a contribuir mais tarde para sua teoria dos objetos e fenômenos transicionais e teoria do concernimento. Adolescência Aos treze anos de idade, Winnicott foi enviado para Cambridge, para ser aluno interno da Leys School. Logo se apaixonou pela biologia darwiniana e influenciado por essa teoria, no futuro foi tentando, ao longo de sua obra, tratar das origens da vida psíquica. A escolha pela Medicina veio quando quebrou a clavícula e percebeu que precisaria consultar um médico por toda sua vida. Daí decidiu tornar-se um deles. Graduação em medicina • Iniciou o curso de Medicina em Cambridge e em 1920 completou seus estudos. • 1923: obtém o cargo de médico no Hospital Paddington Green’s Children, em Londres. • Neste mesmo ano, começou sua análise pessoal com o Dr. James Strachey. • Interesse pela Psicanálise Na verdade, no ano de 1919, quando contava com apenas 23 anos e aspirava ser médico clínico, percebeu sua incapacidade para lembrar-se de seus sonhos. Deparou-se, então, casualmente em uma livraria, com um livro sobre Freud escrito pelo suíço Oskar Pfiste e, paralelamente a isso, um amigo lhe emprestou a Interpretação dos Sonhos, despertando-lhe grandes afinidades. E assim, segundo Clare Winnicott, dois motivos levaram Winnicott à pediatria: a admiração por um pediatra famoso e o desejo de submeter-se à análise, o que só era possível em Londres. Encontro com melanie klein Em1926, Melanie Klein chega à Londres e logo se torna uma referência para os analistas infantis. Os Kleinianos acentuavam a importância do primeiro ano de vida do bebê, o que era compartilhado por Winnicott. Nesta época, Winnicott começou um extenso tratamento analítico com uma das principais seguidoras de Melanie Klein: Joan Riviére. Formação analítica 1927: Winnicott foi aceito para começar sua formação analítica na Sociedade Psicanalítica Britânica. 1934: concluía sua formação como analista de adultos. Psicanálise 1935: analista de crianças, sendo considerado, por três décadas, um fenômeno isolado, pois nenhum outro analista era pediatra. A partir do tratamento de crianças psiquicamente perturbadas e de suas mães, surge sua experiência clínica-teórica e a construção de suas teorias. É da prática clínica que ele desenvolve sua teorização e as "consultas terapêuticas“, que se constituirão importantes aportes nas inovações clínicas em psicanálise. Winnicott e a segunda guerra Teve a possibilidade de tratar crianças profundamente perturbadas, vítimas de separação familiar (evacuação de crianças durante a segunda guerra). Assumiu o cargo de Consultor Psiquiátrico na área do "Esquema de Evasão Governamental" proporcionou-lhe novas sobre a importância da mãe na constituição psíquica da criança. Quando terminou a guerra, Winnicott foi nomeado Diretor do Departamento Infantil do Instituto Psicanalítico da Sociedade Britânica, no qual se manteve por 25 anos. Vida afetiva Casou-se duas vezes: • Em 1923, casou-se com Alice e separou-se em 1949. • Winnicott enviava livros a Alice após sua separação. • Alice Winnicott faleceu em 19/11/1969, no de broncopneumonia, hipotermia e disfunção renal. Vida afetiva Winnicott casou-se pela segunda vez em 1951, com Clare Britton, Assistente Social psiquiátrica. Trabalharam muito para dar conta dos abrigos psiquiátricos, tornando-se especialistas reconhecidos no manejo e tratamento de jovens "difíceis“ transferidos de Londres, sendo convidados pelo Comitê Curtis a fornecer relatórios orais e escritos sobre suas experiências, o que constituiu, em parte, a base para o Estatuto da Criança de 1948. (CLARE WINNICOTT, 1984). Winnicott não teve filhos. Obra • Foi um grande contribuidor para jornais médicos, psiquiátricos e psicanalíticos. • 1947: palestras para estudantes de assistência social, estendendo sua influência aos diversos ramos da saúde mental.(CLARE WINNICOTT, 1988) • Escreveu também para revistas destinadas ao público em geral. • Além dos livros, deixou mais de 100 artigos publicados e não publicados. Palestras Winnicott, em suas palestras, sempre atraía um grande público. Certa vez a Srta. Wills (1965) lhe comunicou que "Sua presença, como sabe, sempre atrai uma multidão considerável, e alguém murmurou para mim: a presença do Dr. Winnicott é tão boa quanto à dos Beatles!". A partir de 1936, ele passou a dar um curso regular sobre crescimento e desenvolvimento humano para professores do Instituto de Educação de Londres, a convite de sua amiga pessoal e colega, a Dra. Susan Isaacs (WINNICOTT, 1953f, 1967c; CLARE WINNICOTT, 1988). Vida pessoal plena • Winnicott desfrutou de uma rica e plena vida pessoal e seus hobbies favoritos incluíam a pintura e a música. • Quando pequeno, participou de recitais de piano em sua Escola de Cambridge, no ColégioLeys. • Na idade adulta, apreciava desde os Quartetos de Cordas, de Ludwig Van Beethoven aos êxitos do pop The Beatles. Referências bibliográficas • WINNICOTT, Donald Woods. “D.W.W: Uma reflexão por Clare Winnicott”. In: Explorações psicanalíticas. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul, 1994. • __________ “Introdução”. In: Da pediatria à psicanálise: obras escolhidas. Rio de Janeiro: Imago Editora, 2000.
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