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FACULDADE ANHANGUERA DE SÃO CAETANO DO SUL
CURSO DIREITO
ATPS
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Prof. Moises Silvia 
Turma – 6 NA
 Cristiane da Silva 7297598709
Maria A. S. Rodrigues – 7419621352
Maria Betânia Zaiser - 7626711046 
São Caetano do Sul, 2016.
ATPS DIREITO PROCESSUAL PENAL II
ETAPA 3: PRISAO 
CONCEITO
Prisão é a privação da liberdade de locomoção que pode ocorrer em virtude de flagrante delito
ou por determinação do Juiz competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva . Além das hipóteses de flagrante delito e ordem escrita e fundamentada do juiz, consubstanciada em um documento denominado mandado (CF, art. 5º, LXI), a Constituição Federal permite a constrição da liberdade nos seguintes casos: 
- crime militar próprio: assim definido em lei, ou infração disciplinar Militar (CF, art. 5º, LXI); 
- em período de exceção, ou seja, durante o estado de sítio (CF, art. 139, II). Além disso, “a recaptura do réu evadido não depende de prévia ordem judicial e poderá ser efetuada por qualquer pessoa” (CPP, art. 684). 
A partir da nova Lei, a decretação da prisão provisória exige mais do que mera necessidade. Exige a imprescindibilidade da medida para a garantia do processo e ordem publica. A custódia cautelar tornou-se medida excepcional. Mesmo verificada sua urgência e necessidade, só será imposta se não houver nenhuma outra alternativa menos drástica capaz de tutelar a eficácia da persecução penal.
Espécies de prisão
Auto de prisão em flagrante 
Segundo a doutrina, o auto de prisão em flagrante é o documento que formaliza a prisão em flagrante delito. O auto de prisão e flagrante deve ser lavrado pelo Delegado de Policia logo após a apresentação do preso na delegacia. Para sua lavratura é necessário que haja certeza acerca da materialidade delitiva e também que estejam presentes os indícios mínimos de autoria. Em regra, a autoridade policial que tem atribuição para lavratura do auto de prisão em flagrante é a do local onde foi realizada a prisão, ainda que seja outro o lugar do crime. Todavia, caso o auto de prisão em flagrante seja lavrado por outra autoridade que não aquela com atribuição no local da prisão, segundo tem entendido a jurisprudência, não há que se falar em nulidade. Uma vez lavrado o auto de prisão em flagrante pela autoridade do local da prisão, deverá ser remetido à autoridade do local onde o crime foi praticado a quem caberá prosseguir com as investigações. Se não houver autoridade policial no lugar em que tiver sido efetuada a prisão, o preso será apresentado à autoridade do lugar mais próximo. Nesse sentido, é a previsão que consta do art. 308 do Código de Processo Penal. No caso de crime militar, a autoridade que lavra o auto de prisão em flagrante é o oficial militar designado que também presidirá o respectivo inquérito policial militar. 
Prisão Preventiva
A prisão preventiva é medida extrema decretada apenas quando realmente necessária e através de despacho devidamente fundamentado por Juiz de Direito. Para tanto é necessário que preencha os requisitos básicos como prova de materialidade e indícios suficientes de autoria.
Prisão Temporária
Prisão temporária é a prisão cautelar decretada em casos específicos, com a duração máxima de cinco dias, ou de trinta dias, quando se tratar de crime hediondo, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. Somente o juiz, mediante representação da autoridade policial ou a requerimento do Ministério Público, poderá decretá-la. 
Segundo o artigo 1º, da Lei nº 7.960/89, caberá prisão temporária: 
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; 
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade; 
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: 
homicídio doloso; 
sequestro ou cárcere privado; 
roubo; 
exto 
No presente trabalho o caso em analise tem como prova uma denuncia anônima, após a qual investigadores de policia passaram a investigar o acusado JOÃO DA SILVA, que fora localizado com uma arma de fogo de mesmo calibre dos projeteis retirados do corpo da vitima. Para que haja a decretação da prisão preventiva, deve haver sinal da ocorrência de um crime, no caso em tela o óbito da vitima após ser encontrada por investigadores de policia e também probabilidade de que o réu o tenha cometido, sendo no caso analisado o réu encontrado portando arma de calibre idêntico aos projeteis que levaram a vitima a óbito. Materialidade comprovada e indícios fortes de autoria. Assim, satisfeitos os requisitos básicos necessários para a decretação da prisão preventiva. Também poderia ter sido pedida a prisão temporária, visto tratar-se de crime hediondo e estarem presentes os requisitos necessários, mas entende o grupo que nesse caso o ideal é exatamente o que ocorreu. A prisão preventiva fez-se necessária uma vez que, estando o acusado em liberdade, poderia dificultar as investigações, resguardando a conveniência da instrução criminal , a garantia da ordem publica,, a garantia da aplicação da lei penal bem como a garantia da ordem econômica, tudo a impedir que o acusado, estando solto, venha a cometer novos delitos, diante da ficha criminal apresentada, embora ainda em menor idade penal. A prisão preventiva permite que o processo possa seguir com celeridade, sem possibilidade de intercorrências durante sua instrução. 
ETAPA 4 – DO PROCESSO DOS CRIMES DE COMPETENCIA DO JURI 
TRIBUNAL DO JÚRI 
 
O rito do Tribunal do Júri, dentre todos os existentes no processo penal, é o mais solene. É o rito utilizado nos processos dos crimes dolosos contra a vida. O Tribunal do Júri é a instituição que se encontra prevista no art. 5º, inciso XXXVIII da Constituição Federal. Referido artigo estabeleceu quais são os seus princípios básicos. São eles: a plenitude de defesa, o sigilo das votações, a soberania dos veredictos e a competência mínima para competência do julgamento dos crimes dolosos contra a vida. O Tribunal do Juri possui as seguintes características:
- trata-se de um órgão colegiado, formado por mais de uma pessoa;
- é órgão heterogêneo, pois é composto por um juiz togado e mais 25 juizes leigos, os jurados, dos quais sete são sorteados para formação do conselho de sentença, conforme previsto no artigo 447 do CPP;
- horizontalidade: uma vez que juiz e jurados encontram-se no mesmo grau de jurisdição;
- temporariedade: não tem caráter permanente, a cada sessão plenária são sorteados novos jurados para composição do conselho de sentença.
A decisão do Juri é tomada por maioria de votos. O o rito do Tribunal do Júri é bifásico, é escalonado, pois se desenvolve em duas fases: 
- primeira fase: inicia-se com a denuncia (art. 406 a 421 CPP) e termina com o transito em julgado da pronuncia. Esta primeira fase tem por objetivo verificar se a acusação é admissível, ou seja, se reúne os elementos mínimos exigidos para que o réu seja julgado pelo tribunal do Júri.
- segunda fase: Essa fase se inicia com a manifestação das partes, nos termos do art. 422, para que indiquem quais são as diligências ou provas que pretendem produzir em plenário. É nesta fase que ocorre o julgamento de mérito em plenário. O objetivo, portanto, dessa segunda fase, é verificar se o réu é culpado ou inocente.
ACÓRDÃOS DE IMPRONUNCIA
				1º acórdão: 
Ementa Oficial: APELAÇÃO CRIMINAL - HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO - SENTENÇA DE IMPRONÚNCIA - IRRESIGNAÇÃO MINISTERIAL - PRONÚNCIA DO APELADO - IMPOSSIBILIDADE - INDÍCIOS INSUFICIENTES PARA A PRONÚNCIA - AUSÊNCIA DO ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO - RECURSODESPROVIDO. 1. Mantém-se a impronúncia quando não há indícios suficientes, estando ainda ausente o elemento subjetivo do tipo. 2. Recurso desprovido.  APELAÇÃO CRIMINAL Nº 1.0024.11.084194-7/001 COMARCA DE BELO HORIZONTE - APELANTE (S): MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS - APELADO (A)(S): RICARDO DOS SANTOS - VÍTIMA: JORDANA CAROLINE MARTINS MIRANDA  - A C Ó R D Ã O Vistos etc., acorda, em Turma, a 5ª CÂMARA CRIMINAL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, à unanimidade, em NEGAR PROVIMENTO.  DES. PEDRO COELHO VERGARA  RELATOR.
DES. PEDRO COELHO VERGARA V O T O  RELATÓRIO - Cuida-se de AÇÃO PENAL PÚBLICA promovida pelo MINISTÉRIO PÚBLICO contra RICARDO DOS SANTOS como incurso nas sanções do artigo 121 ̕2º, incisoI  c/c o artigo 14 inciso II do Codigo Penal. Narra a denúncia que no dia 16 de Março de 2011 por volta das 20:30 horas no local denominado por Rua Cecília Pinto nº 95 Bairro São Bernardo na Comarca de Belo Horizonte o apelado agindo com animus necandi agrediu com uma faca a vítima Jordana Caroline Martins Miranda não se consumando o delito por circunstâncias alheias a vontade do agente tudo conforme consta do anexo inquérito policial [f. 02-04].  Recebida a denúncia o apelado foi citado, apresentando a defesa preliminar de f. 51-55 [f.37-38 e 46].  As testemunhas arroladas foram ouvidas, interrogando-se o apelado, nada requerendo as partes em diligência [f.121-125, 136 e 137].  O Órgão Ministerial pede nas alegações finais a pronúncia, rogando a defesa a impronúncia [f.138-143 e 146-148].  Proferida a sentença o apelado foi impronunciado nos termos do artigo 414 do código de processo penal [f.150-153]. Inconformado com a decisão recorreu o Parquet, pretendendo a pronúncia do apelado nos termos da exordial, rogando a defesa o desprovimento do pleito, mantendo o juiz a quo a sentença fustigada, manifestando-se a Procuradoria-Geral de Justiça pelo desprovimento do recurso [f.157-167, 170-175, 177 e 183-187].  É o breve relato. VOTO DO DES. RELATOR:  I - Da admissibilidade - Conheço do recurso já que presentes estão os pressupostos para sua admissão. II - Das preliminares - Inexiste na espécie qualquer nulidade tampouco causa de extinção da punibilidade. III – Do mérito - Cuida-se de delito de homicídio qualificado tentado cuja norma penal incriminadora se encontra insculpida nos artigos121 § 2º inciso I c/c o artigo 14, inciso II do Codigo de Processo Penal. Resume-se a questão à análise da possibilidade de pronúncia do apelado nos termos da exordial.  Do pedido de reforma da decisão que impronunciou o apelado - O Parquet pede a reforma da decisão que impronunciou o apelado nos termos do artigo414 do código de processo penal. Razão contudo não lhe assiste.  Para a decisão de pronúncia basta o convencimento do juiz acerca da existência do crime e de indícios da autoria conforme dispõe o artigo413 DO CPP. A impronúncia lado outro está prevista no artigo 414 do referido diploma legal que assim determina:  "Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado".  Os indícios presentes nos presentes autos por sua vez não conduzem a pronúncia do apelado, sendo os elementos probatórios colhidos insuficientes para a reforma da decisão fustigada. O apelado negou a conduta lhe imputada na inicial, alegando que discutiu com sua enteada porque não queria que seu namorado frequentasse sua residência [f.12 e 137].  A vítima foi ouvida somente na fase inquisitiva, narrando que discutiu com o apelado, tendo esta se ferido na lâmina da faca que este segurava como se lê à f.29. Os policiais envolvidos na prisão ao apelado afirmaram ademais apenas o que a vítima os relatou, presenciando estes ainda uma discussão entre os envolvidos, nada que evidencie a tentativa de homicídio [f.06-07, 08-09, 121 e 122]. A genitora da vítima Maria Isabel Martins Miranda na fase inquisitiva confirmou a discussão ocorrida entre os evolvidos, asseverando ainda que o apelado sempre lhe ameaça [f.12].  Já em juízo referida testemunha altera sua versão, confirmando a discussão, negando todavia qualquer ameaça sofrida pelo apelado como se observa à f.123-124. O Parquet alegou que a retratação da mencionada testemunha não merece prosperar pois evidente sua intenção de beneficiar o apelado, não afastando ainda sua nova versão os elementos probatórios colhidos em desfavor do apelado.  Razão contudo não lhe socorre pois mesmo que considerássemos apenas a primeira versão da genitora da vítima, nesta não se evidenciou a intenção homicida do apelado, restando comprovada apenas uma discussão entre os envolvidos.  A irmã da vítima Tânia Maria Martins Miranda salientou ainda o comportamento difícil da mesma, ressaltando que esta já imputou falsamente a prática de crime a parentes, afastando assim a credibilidade de suas alegações a saber: "[...] que ela sempre arrumava confusão e acaba não ficando em lugar nenhum; que a vítima já acusou pessoas de tê-la estuprado;[...]" [f.136].  Só se encontra comprovado portanto que a vítima e o apelado discutiram em razão do namorado desta, havendo contato físico entre os mesmos, inexistindo contudo indícios que possam embasar uma sentença de pronúncia. Destaco as ponderações do magistrado primevo ao sentenciar:"[...] E, em assim sendo, nada justifica mesmo que seja o réu submetido a julgamento perante o Tribunal Popular, onde pode a vir a ser condenado a pesadas sanções, com fulcro em um caderno probatório inconclusivo e sobremodo inconsistente para demonstrar, ainda que por indícios, o que teria realmente acontecido quando do evento ora objeto de apreciação judicial. [...]" [f.152].  Não se evidencia assim nos depoimentos colhidos indícios que demonstram que o apelado tentou matar a vítima por motivo torpe, tipificando sua conduta nas sanções do artigo 121, ̕ 2º c/c artigo 14 II do CP. Estando assim ausente indícios suficientes para a sentença de pronúncia, a decisão objurgada deve ser mantida, como bem manifestou a Procuradoria Geral de Justiça a saber:  "[...] neste contexto, tenho, salvo melhor juízo, que não existem elementos indiciários suficientes para impor uma decisão de pronúncia quanto ao crime de tentativa de homicídio, máxima porque a vítima, única informação trazida em prejuízo do apelado foi obtida na fase administrativa, sem o crivo do contraditório.  Ressalte-se que, embora não seja necessária prova plena de autoria, o juízo de pronúncia, embora precário e provisório, deve pressupor condições probatórias mínimas para submeter o cidadão ao processo criminal perante o Tribunal do Júri, em face das garantias constitucionais da ampla defesa e do contraditório. Assim, ausentes elementos concretos que permitam agasalhar a pretensão da acusação quanto à pronúncia, é de se manter a decisão de impronúncia proferida pelo Magistrado de primeiro grau. [...]" [f.186-187]. A comprovação ainda de que o apelado não agiu dolosamente autoriza a impronúncia vez que ausente o elemento subjetivo do tipo. Observa-se ao analisar a prova colhida que a intenção homicida do apelado, o dolo de ceifar a vida da vítima não restou comprovado pois os envolvidos apenas discutiram, ocorrendo certo contato físico que não se transforma em conduta típica descrita no artigo121 do código penal. 
O Exame de Corpo de Delito acostado à f.130 atestou ademais que a vítima estava com algumas lesões, não concluindo contudo o objeto que a feriu, lesões estas que não acarretaram ainda perigo de vida, evidenciando assim ausência de animus necandi do apelado. Ante tais considerações, não há que se falar portanto em tentativa de homicídio diante da insuficiência de indícios e da ausência de comprovação do elemento subjetivo do tipo, qual seja a intenção do apelado de matar a vítima. Eugenio Pacelli de Oliveira leciona sobre o tema: "[...] Quando o juiz, após a instrução, não vê ali demonstrada sequer a existência do fato alegado na denúncia, ou, ainda,não demonstrada a existência de elementos indicativos da autoria do aludido fato, a decisão haverá de ser de impronúncia ou de improcedência da peça acusatória (denúncia ou queixa) [...]" [in Curso de Processo Penal, Belo Horizonte: Del Rey, 2005, p.546].  A prova colhida não comprovou assim de forma firme e coerente a prática delitiva pelo apelado, deixando dúvida em relação ao elemento subjetivo do tipo, o que impõe a impronúncia.  Este Tribunal já se manifestou neste sentido: 
EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO. IMPRONÚNCIA. AUSÊNCIA DE INDÍCIOS SUFICIENTES DE AUTORIA DELITIVA QUANTO AOS APELADOS. MANUTENÇÃO DA DECISÃO. NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO. 1. Provada a existência do crime, os agentes somente podem ser pronunciados e submetidos a julgamento popular, quando presentes indícios suficientes das autorias delitivas. 2. A insuficiência e a extrema precariedade dos indícios recomendam a despronúncia dos agentes. 3. Negado provimento ao recurso. [Apelação Criminal nº 1.0188.10.000754-4/002, Rel. Des. Marcílio Eustáquio Santos - TJMG -, data da publicação 26/10/12].  Mantenho assim a impronúncia do apelado nos termos do artigo414 do código de processo penal. Conforme a decisão fustigada.  Ante o exposto NEGO PROVIMENTO. Custas ex - lege. É como voto.  DES. ADILSON LAMOUNIER (REVISOR) - De acordo com o (a) Relator (a). DES. EDUARDO MACHADO - De acordo com o (a) Relator (a).
SÚMULA: "NEGARAM PROVIMENTO" 
2º Acórdão:
Número do 1.0290.09.074260-9/001 Númeração 0742609- Relator: Des.(a) Corrêa Camargo Relator do Acordão: Des.(a) Corrêa Camargo - Data do Julgamento: 07/05/2014 Data da Publicação: 14/05/2014 - EMENTA: PENAL E PROCESSUAL PENAL - TENTATIVA DE HOMICÍDIO QUALIFICADO - SENTENÇA DE PRONÚNCIA - MATERIALIDADE
DELITIVA DEVIDAMENTE EVIDENCIADA NOS AUTOS - INDÍCIOS DE AUTORIA INEXISTENTES - ELEMENTOS DE PROVA INSUFICIENTES PARA O DECRETO DE PRONÚNCIA -- RECURSO NÃO PROVIDO. - Justifica-se a impronúncia dos recorridos se não há indícios suficientes que apontem no sentido da autoria pelo cometimento do crime, mas tão-somente conjecturas que não encontram suporte mínimo para submetê-los ao julgamento pelo Tribunal do Juri. Recurso ministerial não provido. REC EM SENTIDO ESTRITO Nº 1.0290.09.074260-9/001 - COMARCA DE VESPASIANO - RECORRENTE(S): MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS - RECORRIDO(A)(S): MAGNO PEREIRA PAIXÃO, PABLO MIGUEL DIAS DOS SANTOS - VÍTIMA: DELVANIR ALVES PESSOA. - A C Ó R D Ã O - Vistos etc., acorda, em Turma, a 4ª CÂMARA CRIMINAL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, em NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO. DES. CORRÊA CAMARGO RELATOR. DES. CORRÊA CAMARGO (RELATOR) – V O T O - Trata-se de recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais, já que irresignado com a r. sentença de ff. 230-231, que impronunciou os recorridos da imputação de crime descrito no artigo 121, §2º, incisos I e IV, c.c. o artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal. O Ministério Público pretendeu a pronúncia dos recorridos, ao argumento de estarem presentes indícios suficientes de materialidade e autoria, estando demonstradas as qualificadoras do motivo torpe e utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima. Assim, pretendeu, fossem os recorridos submetidos a julgamento perante o Eg. Tribunal do Juri. Contrarrazões oferecidas às ff. 279-282 e 302-309. Em juízo de retratação, a decisão foi mantida pelo d. Magistrado de primeiro grau, à f. 291. Instada a se manifestar, a douta Procuradoria de Justiça assim o fez às ff. 315-322. É o relatório. Passa-se à decisão: 2- O recurso é próprio e tempestivo, motivo pelo qual dele conheço. Segundo a denúncia em 01/03/2009, por volta das 22h00min, na Avenida Coletora 1, nº. 992, Bairro Morro Alto, na cidade de Vespasiano, os denunciados, com evidente animus necandi e em concurso de agentes, por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, teriam ido ao encontro de Delvanir Alves Pessoa no intuito de ceifar a sua vida, uma vez que este os teria denunciado à Polícia Militar, por porte ilegal de arma de fogo. Informam os autos que os recorridos teriam ido ao local dos fatos, tendo Magno Pereira Paixão, encapuzado, entrado em um estabelecimento, conhecido como Bar da Geralda, onde se encontrava a vítima, enquanto o corréu Pablo Miguel Dias dos Santos o esperava do lado de fora, na condução de uma motocicleta. Noticia a exordial acusatória, que ao entrar no local, o recorrido Magno, mediante emboscada, teria desferido diversos golpes de faca contra a vítima, somente não ocorrendo o óbito por circunstâncias alheias à vontade dos agentes. Por derradeiro, teria o recorrido Magno subido na motocicleta onde se encontrava o comparsa Pablo, momento em que empreendida fuga do local. A d. Magistrada Sumariante impronunciou os recorridos, como já relatado, por considerar ausentes quaisquer indícios suficientes de autoria, o que culminou na interposição do presente recurso. Sendo tempestivo o inconformismo aviado, dele conheço. DA PRONÚNCIA: Como cediço, para a sentença de pronúncia basta que se
reconheça provada a materialidade do fato e ainda a presença de indícios suficientes de autoria de um crime doloso contra a vida. In casu, a materialidade delitiva encontra suporte no Boletim de Ocorrência de ff. 03-04 e no Exame de Corpo de Delito de ff. 35-39, que atesta ter a vítima sofrido ferimentos compatíveis com golpes de faca. Quanto à autoria, destaca-se inicialmente que durante as investigações para a elucidação de um crime, surgem três figuras distintas, as quais não se pode confundir: presunção, indício e prova. A presunção é decorrente de um raciocínio lógico, partindo de um fato para se chegar a outro, não provado. Sendo assim, trata-se de mera conjectura, não se constituindo meio de prova, pois é subjetiva, abstrata, genérica. Já o indício é algo objetivo, concreto, específico e, embora não represente a comprovação do fato, é o que basta para a sentença de pronúncia, ou, ainda, nos termos do art. 239, do Código de Processo Penal, "considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias". Por fim, a prova destina-se a formar o convencimento do juiz, possuindo função legitimadora das decisões judiciais ao fixar os fatos no
processo, de tal forma que a sua valoração está intimamente vinculada ao livre convencimento do magistrado acerca da exatidão do que foi apurado. Pois bem, feitas estas considerações e após atenta análise dos autos, verifica-se que destes sequer se extraem indícios da participação dos recorridos no cometimento do crime narrado na exordial. Há, quando muito, apenas a presunção de que os réus pudessem supostamente ser os executores do delito, por terem, em tese, a intenção de retaliar suposta denúncia realizada pela vítima contra os mesmos, o que, saliente-se, também não restou provado nos autos.Há notícias de que uma denúncia realizada pela vítima à Polícia Militar, em desfavor dos recorridos, por porte ilegal de arma de fogo, teria ocasionado a prisão de ambos. Em virtude desta suposta denúncia, é que a vítima informou estarem os recorridos lhe ameaçando caso não os retirasse da prisão. Infere-se ainda que os recorridos ao saírem da prisão, teriam ido ao
encontro da vítima para ceifar-lhe a vida. Entretanto, deve-se convir que a motivação apresentada pelo Ministério Público para o homicídio tratado nestes autos, apesar de possível, não passa de mera conjectura ou presunção, como já observado. A ausência de indícios da prática do delito imputado aos apelados deve-se à total ausência de elementos na fase do contraditório. Pretende o Parquet a pronúncia dos recorridos, baseando-se exclusivamente nas informações prestadas pela vítima. No entanto, deve-se ressaltar que não foi ela encontrada para prestar declarações em juízo. Em sede policial, no entanto,prestou declarações às ff. 05, 07 e 24, se contradizendo em vários momentos. Leiam-se: "Que, no dia 01/03/09, por volta das 22:00 hs da noite, o reclamante estava chegando em sua residência e foi abordado pelo representado Guila, o qual tentou matar o reclamante com várias facadas (sic), porém, apenas duas veio a atingir o reclamante, sendo uma facada no braço esquerdo e olho esquerdo, deixando graves seqüelas" (Declarações da
vítima em sede policial, à f. 05) "Que Fabinho falou para o declarante pagar Advogado, para o mesmo sair da cadeia; Que, com medo de Fabinho, o declarante pagou um Advogado, que o tirou da cadeia; Que, após a saída de Fabinho da cadeia, este passou a extorquir o declarante, exigindo dinheiro, para recuperar as armas perdidas; Que, no dia 01/03/2009, o declarante estava no bar de Dona Geralda e Leandro; Que, chegou uma pessoa encapuzada e desferiu vários golpes de faca contra o declarante; Que, o autor das "facadas", montou em uma moto que alguém o esperava do outro lado da rua, e foi embora; Que, o declarante foi encaminhado ao hospital Risoleta Tolentino Neves; Que, "CACA", filho de dona Geralda, informou ao declarante que foi Guila que desferiu as facadas contra o mesmo e Fabinho o esperou em uma moto do outro lado da rua" (Declarações da vítima em sede policial, à f. 24) (Grifo nosso) "Que o representado é vizinho do reclamante; Que, na data de ontem após a prisão, a irmã do representado conhecida como "Neca", foi até a residência do reclamante à pedido do representado, pois o mesmo havia mandado Neca enviar um recado para o reclamante; que, Neca havia dito ao reclamante que assim que o representado sair da cadeia, "o caixão do reclamante estará armado, disse ainda que era para o reclamante arrumar o dinheiro para pagar fiança de liberação do representado" (Declarações da vítima em sede policial, à f. 07) Assim, verificam-se diversas contradições, bem como informações que não foram confirmadas pelas demais testemunhas. A vítima, à f. 05, informou que os fatos teriam ocorrido quando chegava à sua residência, e que teria sido abordada pelo recorrido Magno na rua. No entanto, à f. 24, trouxe informação diversa da anterior, noticiando que fora abordada pelo apelado Magno no interior do Bar da Geralda. Vale observar que a vítima, ainda em sede policial, teria declarado
haver sido informada pelo filho da proprietária do bar, a testemunha Hamilton Paulo da Silva, que as facadas teriam sido desferidas pelo recorrido Magno Ferreira Paixão. Contudo, Hamilton, tanto em sede policial, à f. 30, como em juízo, à f. 158, negou as informações da vítima, informando não haver presenciado os fatos narrados na exordial e, portanto, não avistara a pessoa que desferira as facadas na vítima. Nesta senda, além das informações contraditórias trazidas pela vítima em sede policial, não há nos autos quaisquer outras provas, principalmente sob o crivo do contraditório, suficientes a embasar a pronúncia dos recorridos. A verdade é que a hipótese dos autos revela a existência de apenas uma suposta motivação para o crime, nada mais do que isso! Não há sequer uma testemunha que tivesse visto os réus em situação que se pudesse presumir serem eles os executores do crime. Nada consta dos autos, além dos relatos da vítima, quanto a ameaças feitas pelo recorrido Pablo. Vale enfatizar que a pronúncia somente deverá ocorrer se existirem ao menos indícios de autoria. Sobre o assunto: "EMENTA: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO – HOMICÍDIO QUALIFICADO - AUSÊNCIA DE PROVA SUFICIENTE DE AUTORIA - IMPRONÚNCIA - MANUTENÇÃO. I - O juízo de pronúncia, embora precário e provisório, deve perquirir sob condições probatórias mínimas para submeter o cidadão ao processo criminal perante o Tribunal do Júri, em face das garantias constitucionais da ampla defesa e do contraditório. II – Na ausência de provas idôneas da autoria do delito narrado na exordial, a impronúncia é a medida que se impõe." (Apelação Criminal 1.0480.10.014776-2/001, Relator(a): Des.(a) Alexandre Victor de Carvalho , 5ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 26/11/2013, publicação da súmula em 02/12/2013). Por esse motivo, razão não assiste ao Parquet no que concerne ao pedido de pronúncia dos réus, não havendo óbice para, em caso de surgirem novos elementos, serem os recorrentes então pronunciados e submetidos a Júri popular. DA CONCLUSÃO: Pelo exposto, NEGO PROVIMENTO RECURSO. Custas ex lege. É como voto. DES. AMAURI PINTO FERREIRA (JD CONVOCADO) - De acordo com o(a) Relator(a). DES. EDUARDO BRUM - De acordo com o(a) Relator(a). SÚMULA: "NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO.
Elaboração de sentença do caso descrito no desafio:
				JOAO DA SILVA, qualificado nos autos fora denunciado pelo Ministério Publico como incurso no artigo 121, §2º, incisos I e IV do Código Penal porque, segundo consta dos autos, em 21 de novembro de 2011, teria efetuado doze (12) disparos de arma de fogo contra a vitima ANTONIO DE SOUZA, conhecido como “marmota”, ocasionando-lhe a morte, conforme laudo necroscópico juntado aos autos. Ainda, segundo a denuncia, a motivação do crime se deu em razão de discussão oriunda do repartimento do produto de um roubo, pois ambos eram parceiros de crimes, sendo que o acusado já possuía uma serie de antecedentes antes de completar os dezoito anos de idade. Consta ainda do Inquérito Policial que, após denuncia anônima, policiais se deslocaram ate um canavial , onde encontraram a vitima com inúmeros ferimentos produzidos por arma de fogo calibre 380. Foi requisitado apoio medico, contudo a vitima não resistiu aos ferimentos e veio a falecer antes da chegada do resgate. Com a denuncia anônima passaram os investigadores a investigar o acusado JOAO DA SILVA, que fora localizado com uma arma do mesmo calibre dos projeteis retirados do corpo da vitima o que ensejou a decretação de sua prisão preventiva em 11 de junho de 2013. Em seu depoimento na fase de Inquérito confessou o crime. Laudo de confrontação balística juntado aos autos com resultado inconclusivo. Em fase de contraditório alegou o acusado inocência, retratando-se da confissão anterior, tendo ainda alegado que a mesma ocorrera através da força e tortura perpetrada pelos agentes policiais. Recebida a denuncia, (fls.), foi apresentada defesa (fls.) alegando o acusado inocência. Designada audiência de instrução, debates e julgamento, procedeu-se as oitivas de testemunhas. Fora juntado aos autos laudo necroscópico, laudo de confrontação de balística. Em alegações finais, pugna o Ministério Publico pela pronuncia do réu, afirmando presentes os requisitos legais para tanto. A defesa por sua vez, pugna pela impronuncia do acusado, alegando inocência diante da insuficiência de provas. É O RELATORIO. FUNDAMENTO E DECIDO. Depreende-se do presente feito que acusado e vitima eram parceiros de crimes, sendo a causa do crime eventual discussão ocorrida durante repartimento de res furtiva. Em oitivas, policiais informaram que o réu fora encontrado em posse de arma de calibre 380, calibre esse semelhante a dos projeteis encontrados no corpo da vitima. Laudo balístico inconclusivo. Em fase probatória não apresentou o acusado provas cabais de sua inocência. Embora o laudo de balística seja inconclusivo, não se pode afirmar que a arma encontrada em posse do réu não seja a mesma que efetuou os disparos contra a vitima. Neste caso vigora o principio do “in dubio pro societate”. Encontra-se nas provas colhidas indícios de autoria, embora não comprovada através da balística. O supremo Tribunal Federal e o superior Tribunal de Justiça recentemente reafirmaram a validade desse brocardio quando presente a materialidade do crime doloso contra vida, e se há indícios de autoria, em caso de duvidas, usa-se o in dubio pro societate, norteador dessa fase preliminar em que parece haver mera suspeita. Havendo duvidas, deve o acusado ser pronunciado ficando a cargo do Conselho de Sentença decisão final. No caso em tela, comprovada a materialidade (laudo necroscópico), entendo suficientesos indícios de autoria, e com base no principio “in dubio pro societate”, acolho o pedido do Ministério Publico para PRONUNCIAR JOSE DA SILVA, como incurso no artigo 121, ̕§2º, incisos I e IV do Código Penal, devendo os autos serem encaminhados ao Tribunal do Juri para prosseguimento nos termos da lei. PRIC.

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