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Trabalho sobre o movimento punk PDF

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0UERJ - IFCH – Departamento de História - Curso de Bacharel
Disciplina: Cinema e História (eletiva) 2012/2
Professor: Oswaldo Munteal
Aluno: Denis Offredi
 
Tema: Análise do documentário – O botinada - sobre o movimento punk.
 
Rio, 15 de fevereiro de 2013
Sumário
Introdução
Parte 1 - A origem do Punk no Brasil
Parte 2 - Onde começou o movimento Punk no Brasil
Parte 3 - A chegada do Punk
Parte 4 - Antes do Punk
Parte 5 - Salões Punk
Parte 6 - Punk na rádio
Parte 7 - Reação dos familiares ao descobrir que seus filhos eram Punk
Parte 8 - Vila Carolina
Parte 9 - Primeiras bandas (Olho Seco, AI-5, Restos do nada, Condutores de cadáver, Cólera)
Parte 10 - Dezembro de 1970
Parte 11 - São Paulo x ABC
Parte 12 - Bomba no "construção"
Parte 13 - Pontos de encontro
Parte 14 - Surgimento das "gangues"
Parte 15 - Grito Suburbano
Parte 16 - Compacto Lixomania
Parte 17 - SUB
Parte 18 - Show no Gallery
Parte 19 - Luso Brasileiro
Parte 20 - Matéria no jornal ESTADÃO
Parte 21 - Salão Beta Puó
Parte 22 - 1º festival do SESC – Fábrica da Pompéia, O começo do fi do mundo
Parte 23 – Considerações finais
Roteiro -Sarah Youhni e Alberto Gieco.
(Entrevistas concedidas em julho e Dezembro de 2002).
“Se o Punk é o lixo, a miséria e a violência, então não precisamos importá-lo da Europa,pois já 
somos vanguarda do punk em todo o mundo” ( Chico Buarque).
Introdução 
Essa análise foi feita a partir do documentário, O Botinada – A origem do Punk no Brasil, 
realizado por Sarah Yakhni e Alberto Gieco. Que foi produzido a partir de entrevistas com diversas 
indivíduos que fizeram e fazem parte desse dito movimento, ou vivenciaram esse período. Mas 
antes de partir ao que os realizadores e roteiristas propunham e defenderam, tem-se que ter em 
mente que o movimento Punk não tem uma única definição, ou um único ponto de vista a ser 
entendido e observado, porem tem algumas caracteríscas que são quase em comum dentre as 
distintas visões.
Particularmente subentendo o movimento como um "grito" por mudanças, onde se poem em 
questão e, em vista o senário sociológico, político, musical, dentre outros pontos. Foi uma tentativa 
de fazer com que a sociedade enchergar-se a vida com um olhar mais amplo e observa-se as 
injustiças que lhes são feitas a todo o tempo, mas por estarem tao alienados as informações 
padronizadas da mídia não conseguem perseber, e permanecem inerte frente a um mundo de 
mudanças que quanto mais o tempo passa, mais prejudica essa camada social que não está 
engendrada na esquemática política-social.
De certa forma o movimento Punk conseguiu o que almejava em alguns aspectos, como por 
exemplo, o senário musical de hoje, que sofreu forte influência Punk, em suas concepções de visões 
de letras, Legião Urbana é um exemplo de banda pós Punk com letras mais politizadas. Conseguiu 
também que alguns indivíduos "abrissem seus olhos" para o que esta acontecendo de supra 
importancia e relevância em seu mundo, e deixando de lado informações padronizadas da mídia 
nacional; uma pena que não atingiu uma camada maior da sociedade.
Mas, ao contrário, do que muitos pensam ele nunca acabou e sempre resistirá enquanto 
houver um jovem com uma mente preocupada com o que esta acontecendo de fato em seu mundo, 
jovens com coragem de rebelar-se frente aos indivíduos e ao sistema que o oprime, sensura e tira 
toda a sua criatividade. 
Parte 1 – O que é Punk?
Observando a Fala do Zorro do M-19, ”(...) O Punk é o espelho do perverso, o lado ruim do 
mundo, que te oprime,censura e impede que você seja algo bom”.Segundo, a jornalista Regina 
Echeverria, Punk seria um elemento anarquista com objetivo de acabar com tudo,ou seja, derrubar 
para reconstruir.Já,Zorro,discorda do pensamento da jornalista,com o argumento que, “ o Punk quer 
sim derrubar tudo,mas para reconstruir com dignidade”.
Ariel, vocalista do Restos do Nada, por sua vez complementa assim:” Nós estamos mostrando com 
nossas roupas e atitudes para a sociedade o quanto ela está doente”. O Punk nasceu com o propósito
de querer que, desenvolvesse a sociedade tudo o que tinha levado,tendo como base uma forte 
crítica o governo ditatorial da época. O movimento, teve como ideia crucial, o direito de se 
expressar muitas das vezes de modo equivocado, revoltado e violento.
Antônio Bivar, jornalista, diz que, foi uma identificação geral, com uma insatisfação da época, com 
a música, comportamento.”O Punk foi um divisor de águas”.Aproveitando, de uma de suas 
falas,Zorro para encorpar o entendimento, o punk rompeu com muitas das características da época 
como:A atitude, as tarefas, a música,em suma,ele fez uma transformação comportamental da 
época,rompendo com quase todo o tradicionalismo.
 Pierre, integrante da Banda Cólera, o “punk não surge apenas como uma forma de protesto-
político-social,mas também da miséria.Para mudar,pois depois do punk rock,a música mudou 
completamente”.
Uma característica do estilo musical do punk rock era uma melodia sem solos de guitarra, 
poucos acordes e uns “tônicos”,mas com uma letra altamente politizada, como forma de protesto , 
”um ritmo nervoso”. Em um jornal da época,veio a seguinte manchete:
”PUNK ROCK, SOM DO LIXO, SOM DA RUA,GRITO.PRIMAL DOS MARGINAIS”.
Para muitos dos integrantes de bandas e pessoas que, fizeram parte do movimento punk 
,Punk era o conjunto de diversos fatores,sem uma definição específica e simplista,era mais do que 
um apelo e sim “ Protesto popular ou musical,ou político,ou etc.
Parte 2 - Onde começou o Movimento PUNK no Brasil?
Segundo, Redson vocalista do Cólera”, começou em São Paulo-SP, mas existe 
reivindicações de que foi em Brasília, como o pessoa da Bahia”.Marcelo Nova, vocalista do Camisa 
de Vênus,diz:” Não faço a menor ideia, mas acho que em São Paulo”. Camisso, baixista do 
Raimundos, cita:“ Sinto muito aos paulistas, mas o Movimento começou em Brasília”. Ariel, do 
Restos do Nada, contra põe ao argumento do baixista falando:” O Movimento Punk começou na 
periferia de São Paulo”.
Com sua visão, Paulo Marchetti, jornalista, Autor do Livro O diário da turma 1976-1986: 
A história do Rock de Brasília, diz:” Ao mesmo tempo que, surgiu tanto em Brasília quanto em 
São Paulo,em Brasília o que contribuiu foram algumas pessoas da turma terem contatos com o 
exterior,filho de professor,filhos de diplomata”. Ariel, discorda: ”Filhinho de diplomata, mano, 
fazendo revoltadinho em Brasília, quer falar que começou o Movimento Punk, Ah, dá 
licença,meu”!.
Contudo,Pedro Ribeiro,do Raimundos,diz:” Eu diria que, em 1977 a gente já tinha o NIVER 
MIND,THE BOLLOCKS do SEX PISTOLS na mão,tinha acabado de ser lançado e já tinha várias 
outras coisas como:RAMONES, que é de 1976.”
Parte 3 - A chegada do Punk.
Miranda, produtor musical, indaga: ”A chegada de informações era difícil”. Já, Português, 
integrante do Garotos Podres, diz: ”O problema do Movimento era a escassez de informações 
verdadeiras vindas do Movimento inglês,onde teve sua gênese com o SEX PISTOLS”.
 As revistas, como a POP, foram de uma importância para a divulgação das notícias e também 
para uma espécie de identidade,” acolhimento”. Para algumas pessoas que integraram e tiveram 
papéis,tanto de coadjuvantes como de protagonistas, o Movimento teve origens bem antes da sua 
ilustração nacional, como o Joelho de Porco,que é tida por muito desses indivíduos como a terra 
das bandas populares.Assim,também como uma banda , a BANDA DO LIXO.Na época de 1976-77.
Parte 4 - Antes do Punk.
Diz, Clemente, vocalistada Banda Innocentes,”Antes tinha toda uma cena que o Rock já 
propiciava para o “nascimento do Punk”,através de algumas bandas que tinham ideias parecidas 
com o Movimento, STUGS, MC5, DUST... Zorro,ainda acrescenta, que o “Rock era uma ruptura de 
barreiras, mas ainda não era o suficiente”. Genivaldo, integrante do Tropa Suicida, ”Se não fosse o 
Punk,o Rock tinha morrido:Acho que,o Rock tinha absorvido e sido corrido pela mídia e movido 
no colo do Elton John e de outras figuras, que mataram o Rock que agente tinha na veia."
Foi quando um estilo novo começou a surgir, a discoteca, que era uma fase onde o rock 
estava em decadência e desacreditado, para muitos já havia de ter acabado. Em meio a todo esse 
contraste surgiu o Punk Rock.
"Nós estamos aqui para revolucionar a MPB. Pra pintar de negro a asa branca, atrasar o 
trem das onze, pisar nas flores do Geraldo Vandré e fazer da Amélia uma mulher qualquer." 
(Clemente) 
 
"No princípio era o tédio. Depois criou-se o PUNK!"
(Desconhecido)
Ramones e Sex Pistols foram as primeiras influências pela maioria a galera que fez-se parte 
do movimento, não importando qual região do país. Como se essas bandas "pregassem" 
ensinamentos que dev erião ser seguidos por todos, que foi de supra importância para o que se 
desenvolveu aqui no Brasil.
A revista POP lançou um LP, em 1977, de forma que fosse uma coletânea de bandas punks 
que faziam "sucesso" no mundo musical, com o seguinte título Punk Rock, que haviam bandas 
como Sex Pistols, Ramones, The jam, The Clash, Ultravox, London, Stick y toys (uma banda 
francesa que poucos conheciam) esse LP tem uma grande importância pelo fato de ser o primeiro 
registro de punk internacional em coletânea no Brasil.
O principal meio de propagação dessas musicas, foi através do K-7, onde vários indivíduos 
após ouvirem nas rádios pegavam com quem conseguiu um LP as musicas gravadas em fita. Esse 
'movimento" foi conhecido como "som de fita", pois nessa época quase não se tinham shows 
intenacionais dessas bandas nas cidades, quisá nas periferias.
Parte 5 – Salões Punk 
" O construção", foi conhecido, em entrevistas e, registrado como o primeiro salão, 
Clemente acrescenta – não haviam casas/salões punk, mas apartir do momento que os punks 
comesassem a frequentar o local tornava-se punk. Ele era um salão enorme, isso em meados de 
1977-78, que pertenciam a assossiados do bairro de Vila Mazei, em São Paulo. 
Outro salão importante foi o " Templo do Rock", em 1981-82, que após a invasão dos punks 
passou a ser chamado de "Templo", que originalmente era uma assossiação de surdo e mudos, 
Clemente ironiza dizendo que foram os únicos a não prestarem queixas do som alto em excesso.
Parte 6 – Punk na rádio 
Ao falar de som punk e rádio em 1979 temos que falar de um cara que foi o primeiro a dar 
oportunidade a essa galera com um som nervoso e de fortes atitudes, Kid Vinil. Por muitos ele é tido 
como o maior divulgador do com punk.
Marcelo Nova, vocalista do camisda de Vênus, també tinha um programa de rádio onde 
divulgava o som punk através de bandas como the clash, Sex Pistols, Ramones, Dust, .... isso já em 
1978, em Salvador, o famoso entre a galera, "Rock Special". Nessa época já se havia um 
preconceito por parte das esposas dos donos de rádio e dos próprios donos pelo som nervoso dos 
punks.
Parte 7 - Família
A família e os familiares dos jovens que se tornavam punk sempre iam de encontro a esse 
"gosto/opção", desde sempre esse foi um problema delicado, nos finais dos anos 70 os pais tinham 
uma espécie de sentimento de repúdia a seu filho tornar-se um dos punks, era um estigma negativo 
perante a sociedade ser punk, esse jeito diferente de ver e viver a vida, entender e interpretar, pensar 
e agir, seu "vestuário", em contra partida era de proposito toda esse revolta dos punks em suas ações 
e dizeres, tudo era voltado contra essa sociedade que os oprimiam, humilhavam, rejeitavam e 
excluíam. Esse era o traço marcvante do movimento – sua revolta frente a uma sociedade arraigada 
ao tradicionalismo sem ao menos se questionar o por que? E objetivo dessas ações perpassadas por 
séculos.
Parte 8 – Vila carolina (S.P.)
Nessa cidade da periferia de S.P. Em 1974, já emergia a primeia galera com um pensamento 
mais politizado e, um visual stylo primeiro disco do Ramones – calças jeans rasgadas, tênis furado, 
jaqueta de couro, espinhs, spikes, ... Ironicamente Clemente acrescenta " Se o punk não tivesse sido 
inventado em N.Y. nós o teríamos enventado aqui!"
Na E.E.T.A.L. ( Escola Estadual Tarcísio Álvares Lobo) foi onde "tudo começou" 
(Clemente). Pois a maioria da galera que levaria a emergencia do movimento punk paulista estudou 
lá, mais ou menos nos mesmos anos.
Parte 9 – Primeiras Bandas 
Segundo Clemente, "as primeiras bandas surgiram na necessidade "voce" ouvir ou falar 
sobre o som do Sex Pistols em Anarchy in the U.K. Com a música Street os London, algo que 
falasse do que acontecia a sua volta, sua realidade, não apenas do que estava rolando la fora". Ou 
seja da necessidade de mostrar nossos problemas e criar nossa identidade punk.
Fábio, dono de uma das primeiras lojas punk – A Punk Rock – diz, " já haviam algumas 
bandas como o Condutores de Cadáver, AI-5, Restos do Nada que faziam um rock mais agressivo".
Ariel acrescenta – Na minha opnião, as primeiras bandas, tanto tratando-se de ensaios 
quanto de shows pela periféria de São Paulo, foram Restos do Nada, AI-5, Cólera e, Condutores de 
Cadáver! 
AI-5 – Durou de 1978-79, a banda continha quatro integrantes, entre eles três eram músicos 
profissionais, o que era algo raro no senário do som punk.
Restos do Nada – A banda já vinha ensaiando desde 1977, mas apenas em 1978 começou a 
apresentar-se. Passaram por diversos problemas, como ensaios não realizados, ou mal realizados, e 
ora por um motivo ora por outro sempre "pintava" a polícia, por esse problema a banda não podia 
manter um local e muito menos constância em seus ensaios, o que atrapalhava muito o som da 
banda. Primeira banda do Clemente. Após um tempo Ariel assumiu o vocal da banda.
Condutores de Cadáver – Foi uma banda que teve inicio após uma outra banda ter 
acabado; Resa a história que o NAI (banda antiga) foi fazer um show, mas foi tao ruim, e foram 
muito vaiados, com isso resolveram mudar o nome da banda, isso em 1977-78.
Para muitos foi a banda que deu a imagem que o movimento tinha/ ou precisava, "detonou" 
o movimento punk, principalmente por ela organizar diversos festivais e seus integrantes 
conhecerem bastante pessoas do senário punk.
Cólera – Em 26 de outro de 1979, uma das bandas de maior respeito e prestígio do 
movimento punk surgia, Cólera.
O primeiro ensaio oficial foi com o condutores de cadáver e também com seu equipamento, 
pois a própria banda e seus integrantes não tinham.
Olho Seco – Desde 1973, nome proposto por Fábio que se tornou o vocalista da banda, A 
ideia do nome veio porque, de tanto ver as desgraças que estavam acontecendo, na nação e, no 
mundo todo, teu olho ficou seco.
Foi a primeira banda do movimento punk nacional a ser reconhecida internacionalmente, 
pois Fábio era um dos responsáveis em buscar materiais no exterior, logo tinha muito conhecimento 
e, conhecidos na europa. 
Parte 10 – Dezembro de 1970
Data do primeiro show de punk rock do Brasil. Kid Vinil juntou as bandas que já existiam e 
realizavam alguns ensaios lotados, e os reuniiu perto de sua casa na zona leste de São Paulo, no 
Jardim Colorado.
Pegou todo o material das bandas, pelo menos os que tinham um materialcomo o 
Condutores de Cadáver, em seu fusca, enquanto a galera ia de ônibus para a zona leste; era o porão 
de uma padaria velha, que não tinha uma iluminação adequada, e o chão era coberto de cimento e 
de tijolos quebrados, aconteceu que quando a galera começou a se exaltar no show uma poeira 
vermelha subiu e ninguem enchegava mais nada e a única lâmpada que havia no local foi quebrada, 
logo o breu tomou conta do local. Mais foi algo que marcou a história do movimento.
Parte 11 – S.P. X ABC 
"A galera do ABC tinha um som mais rápido, barulhento e, violento, conhecido como 
"podre". Porem eles eram muito mais unidos, tinham poucas richas entre si, andavam sempre 
juntos, diferente de nós de S.P. que temos muitas brigas e conflitos de "gangues". No ABC havia um 
forte movimento político, devido a união com a classe operariada, tinham fortes laços com os 
movimentos sindicais, no mesmo tempo que o futuro presidente Luis Inácio da Silva (Lula) surgia 
no ABC com suas propostas um tanto revolucionárias, com promessas de mudanças socias, reforma 
agrária em um futuro breve."
Clemente, " A galera do ABC se sentia muito excluída porque as entrevistas, notícias, 
chegadas de materias internacionais, disputa de "gangues", o foco midiático do movimento estava 
voltado para a periferia de São Paulo, e não tanto para eles, se é que alguém lembrava deles além de 
algúem de lá, ao mesmo tempo que estavam perto estavam tao longe!"
Essa richa impossibilitou que houvessem muitos shows, festivais, dentre outras coisas, 
porque se esses grupos se encontrassem o caos estaria estaurado no local. Poucas foram as bandas 
de um dos locais que tocou na região do outro, como o Ulster que era do ABC e tocou em grande 
festivais na Vila Carolina.
Parte 12 – Bomba no "construção"
Foi a história de vida do integrante de uma banda do ABC, o Pádua, que tentou jogar um 
coquetel Molotov na polícia, mas não havia polícia nesse local na hora, foi apenas uma brincadeira 
que os amigos dele fizeram, ele se "desligou" e não teve tempo de lançar a bomba, ela estorou 
próximo de sua mão, que teve de ser amputada. Tudo isso por bringas e richas de gangues. Fazendo 
uma comparação com nosso tempo mais presente e apontando um problema evidênciado em nosso 
dia a dia que é capa de noticiários quase que diários são as brigas entre torcidas organizadas de 
clubes de futebol, onde muitos são mortos e feridos a cada encontro de torcidas rivais, antes, 
durante e após os jogos.
Parte 13 – Pontos de Encontro
O local era São Bento, centro de São Paulo, os punks que trabalhavam na grande cidade 
marcava nesse local para se encontrarem, trocarem informações, se divertirem e partirem para a 
Punk Rock – loja do Fábio – para procurarem mais informações de novos encontros, festivais, 
confraternizarem, ou como era conhecido, PUNKEAR.
Parte 14 – Surgimento das "Guangues"
"Cuidado se voce estiver só e esbarrar com um de nós!" (Clemente). Mas isso era mais que 
apenas uma brincadeira e tao irônico, realmente em certos locais era necessário ter esse medo e 
pavor.
Mau, Vocalista do Garotos Podres, Drº e profº do curso de história da USP, diz " O 
surgimento das guangues esta relacionado a um filme que passou na época, e causou um faiscínio, o 
"The Warriors". O filme inteiro era uma briga de gangues e muita gente começou a achar que aquilo 
era o punk, segundo a visão de Mau. Ariel complementa afirmando, " a galera queria ser igual os 
caras!"
Clemente diz – No começo o movimento não era bem, MOVIMENTO, eram gangues que 
iam contra o sistema e também contra o cara do outro bairro."
Surgiram diversas gangues nesse meio, de diferentes bairros, ideais, pretenções e locais 
também.
Mas como sempre, não eram todos que pensavam dessa maneira, como disse João Gordo, 
Vocalista do Ratos de Porão, "Tinham uns caras "cabeças" dentro do movimento como o Ariel, 
Clemente, Redson, Mau, ... Que não viam as questões como sendo resolvidos através da violência, 
mas com uma mudança de paragmas para uma transformação social. 
Parte 15 - Grito Suburbano
Datado em Abril de 1982, foi a 1ª reunião da galera das bandas punks paa a criação de um 
vinil. Teoricamente o primeiro vinil lançado reunindo algumas bandas do movimento punk de São 
Paulo como Olho Seco, Cólera, Innocentes, ...
A gravação foi realizada em um estúdio "furreca" e, também por ninguém ter muita ideia do 
que estava fazendo, a gravação ficou horrível. Seja pelo fato do estúdio não ter um grande porte 
para que fosse feita uma gravação privilegiada, Seja por parte das bandas que não tinham musicos 
profissionais e que também não sabiam mecher em todos os equipamentos perfeitamente. Houve 
uma regravação, dessa vez o Fábio alugou melhores equepamentos, mas foi regravado por cima da 
gravação antiga o que deixou péssimo a qualidade do som.
Redson, "não era o que queriamos, mas foi o que conseguimos e conquistamos na época, em 
meio a toda as dificuldades e, ta ae o Grito suburbano como o maior registro do início do punk em 
vinil na história do punk nacional!"
Parte 16 – Compacto Lixomania
Foi o primeiro disco de punk rock de uma banda independente brasileira. A banda foi a 
primeira a gravar uma compacto e também de fazer uma turnê fora de São Paulo. E é importante 
destacar que foram eles os primeiros a deixarem bem claro que os punks também amam; 
Os Punks também amam: L.M.
Perambulando numa tarde
Pela entrada eu cruzei
Uma garota e uma olhada
Me deu vontade e eu parei
E aquela mesma olhada
Mãos e braços eu cruzei
sentimentos me cauzaram
Em amassos eu gozei.
Eles tocaram no Circo Voador, em 1983 e também na Europa.
Parte 17 – SUB
Foi uma iniciativa do Redson em fazer um disco do Cólera, que chamaria-se sub ratos. Mas 
ele mudou de ideia e teve o brilhante plano em fazer como no Grito Suburbano, juntando uma 
galera onde cada um da uma grana para produção de uma coletânea.
O som e a gravação não foi muito diferente dos problemas que ocorreram na gravação do 
Grito Suburbano, não melhorou muito, as bandas convidadas foram: Ratos de Porão, Fogo 
Cruzado, Psykóse e, o Cólera. 
Parte 18 – Show no Gallery
datado de Agosto de 1982, era um club fechado de pessoas da classe média, burgueses, com 
costumes, requistes que a galera do movimento punk ia contra anarquicamente.
Esse convite ocorreu então por uma matéria na revista POP e todos os que saíram nessa capa 
foram convidados a fazerem um show nesse local. O mal entendido trouxe a tona algo 
inimaginável, por de frente tuas classes extremamente antagônicas, dentre as quais, uma delas 
queria loucamente destruir a outra. Conclusão do fato, houve uma "invasão punk" no local, onde 
tudo que era de classe tornou-se de rebeldia e revolta.
Parte 19 – Luso Brasileiro
Ratos de Porão, Fogo Cruzado, Ulster, Lixomania, Estado de Coma. Rua da Graça, dia 17 
de Outubro de 1982. Antes de começar o evento já teve confusão e a polícia "baixou", eis que surge 
a frase de dentro do local do evento, de cima do palco – "A polícia está invadindo, vamos resistir 
HÉ!"
Parte 20 – Matéria no Estadão
O jornalista Luiz Fernando Emidiato, fez uma repostagem intitulada "a geração 
abandonada", onde a partir de sua própria visão e partindo do puro senso comum, sem quaisquer 
carácter investigativo, ele justifica o pensamento dos jovens Punks da época, mas de forma 
julgatória, autoritária, negativa, excludente, pejorativa, e essa visão fo movimento punk foi a que se 
tornou um artigo no jornal Estadão.
 Bivar acrescenta ainda com o que ele interpretou da notícia, " ele mostrava a visão do punk 
como agressoresde idosos, ladrões, ..."
Eis alguns trechos do artigo Estadão realizado por Luiz Fernando Emidiato:
"(...) Disípulos de Satã, o ídolo que veneram, eles não veêm muita diferença entre Deus e Diabo."
"(...)Eles gostam de bater, só isso. Alguns, mais cruéis, roubam e espancam velhinhas – e acham 
muita graça nisso."
"(...) Preferem beber leite com limão – e muitas vezes, depois que bebem esta mistura, provocam 
vomitos em si mesmos e vomitam o leite coagulado na cara de suas vítimas."
Clemente faz uma carta resposta:
Sr. Os meios de comunicação que até hoje divulgam o movimento punk rock no Brasil, em 
vez de se encontarem com banda punk e procurarem saber qual é a proposta ideológica do 
movimento, se preocupam apenas em fantasiar e sensacionalizar pequenos atos de vandalismo que, 
feitos pór uma pequena miséria, acabam por comprometer todo o movimento punk no Brasil.
 O Punk é um movimento socio-cultural,ele é a revolta dos jovens de uma classe menos 
privilegiada,transportada por meio da músca.Estes jovens já organizaram vários shows pela 
periferia de SP,coom bandass como:Inocentes,Desequilíbrio,Fogo Cruzado,Lixomania,Juízo 
Final,Guerrilha urbana,Suburbanos,olho Seco,Cólera,Setembro negro,Mack,Estado de Coma,... 
Dentre essas uma reunião para gravação de uma coletânea denominada Crito Suburbano.
 Portanto,os Punks não são "gangues" de blusões de couro que,viv em a assaltar velhinhos em 
estação de metrô,e ruim,um movimento social que realmente nã sabe a dferença entre Deus e 
Diabo,porque nunca foram a igreja,mas que sabem muito bem a diferença entre 
Marx,Kennedy,Hitler e que acham que,quem tem o costume de beber leite com limão realm ente 
tem um gosto muito requintado,para poder dispensar uma cerveja bem gelada.
 E aproveita o movimento propício para lhes dizer que,não estamos atrasados e que surgimos 
quase no mesmo tempo em que surgiu o movimento Punk na Inglaterra, e que este ainda não 
morreu e sim cresceu,tanto que mantemos correspondência,não é com os Punks da Inglaterra,como 
também de muitos outros lugares da Europa.E o que morreu,realmente foi a tentativa de 
transformar o Punk em mais uma moda passageira.
 E,como todo bom amigo,deixo um conselho,antes de falar sobre alguma coisa séria melhor se 
aprofundar mais,conhecer mais sobre o assunto,parou que este país não continue atrasado como 
sempre,Punks de SP.
 A carta reviveu também para ue,o movimento se tornasse conhecido no cenário nacional,para 
encontrar mais adeptos da ideologia do mov imento.
 Após a pesquisa dela e o estudo impírico através de relatos,conversando com Punks de SP,ela 
resolveu realizar este documentário.
 Parte 21 - Salão Beta Piró- 28/08/1982
 Foi o local alugado por uma galera das bandas para promulgaer uma "festa",chamada O fim do 
mundo, onde reuniria várias bandas de SP, ABC em união aos estudantes que,vivenciavam um 
período de combate a ditadura.
 Ao fim do show iniciou-se um foco de incêndio, posteriormente descobriu-se que,foi a própria 
polícia que pôs fogo,para muitos um ato planejado pela ditadura militar.
 E mais que óbvio a união de um DCE anarquista da PUC,com os Punks foi o motivo mais que 
suspeito para o fao ocorrido.
 
 Parte 22 - 1º Festival do SESC fábrica da Pompéia -27/11/1982 e o Começo do Fim do 
Mundo).
Foi a ideia de juntar novamente a galera de SP com a do ABC e mais ainda, fazer um disco 
que era algo bem difícil na época.
E ,ou pode ser, considerado como maior festival de Punk de todos os tempos. Pois, teve 
uma cobeertura da imprensa internacional.
 " O festival colocou o m ovimento paulistano no mapa múndi!".
Terminou em uma enorme pancadaria, pois encontraram-se no local inúmros integrantes de 
diversas "gangues",fora a richa que já havia entre os Punks de SP e os do ABC . A polícia invadiu e 
"fechou" todos os locais de saída como, ruas, pontos de ônibus, estações de trem, etc.
Mas isso não abalou o verdadeiro feito, por trás do acontecido, uma inédita reunião de vários 
grupos e " gangues" punks em um local. O festival vendo por esse prisma foi grandioso.
 Parte 23 - Considerações Finais: 
Dispersão
Redison,diz " A rede globo como uma fruta sensacionalista, aproveitou e filmou tudo, 
ganhou o ibope da noite com a reportagem sensacionalista, tanto a polícia quanto a sociedade " 
caiu de pau " nos punks.
 A mídia conseguiu detonar com a imagem do Punk, deturpando suasa ações, atitudes e 
principalmente ideologia. Após isso muitos punks perderm seus empregos, filhos e pais foram 
abandonados.
 Legado Punk
Ariel cita o "grito de guerra" dos Zapatistas: Para mim nada, mas, Para Nós, tudo!"
 Foi um cenário mudado, onde bandas como Paralamas,Barão Vermelho,Ira,Titãs,Gritando 
HC,Blind Pigs,Mukeka de Rato,Calibre 12, vieram no embalo do que aconteceu antes na geração de 
82. O crédito a esse cenário mais estável para as bandas deve ao sofrimento que muitos Punks 
passaram.
O que seria do mundo musical nacional hoje em dia se o punk não tivesse dado uma guinada 
antes? Essa não é uma pergunta para ser respondida, ou rapidamente respondida, mas sim analisada 
e refletida.
Está ae o maior objetivo de meu trabalho, e desafio do meu futuro profissional, fazer 
"cabeças pensantes", por meio de uma visão que a sociedade naturalmente os priva. A partir dessa 
visão – crítica, revoltosa - foi realizado a análise do documentário e produção desse trabalho.
Bibliografia
• YAKHNI, Sarah e GRIECO, Alberto, Documentário, O botinada – A origem do punk no 
Brasil, Toro Production Company, 2002.

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