Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
0UERJ - IFCH – Departamento de História - Curso de Bacharel Disciplina: Cinema e História (eletiva) 2012/2 Professor: Oswaldo Munteal Aluno: Denis Offredi Tema: Análise do documentário – O botinada - sobre o movimento punk. Rio, 15 de fevereiro de 2013 Sumário Introdução Parte 1 - A origem do Punk no Brasil Parte 2 - Onde começou o movimento Punk no Brasil Parte 3 - A chegada do Punk Parte 4 - Antes do Punk Parte 5 - Salões Punk Parte 6 - Punk na rádio Parte 7 - Reação dos familiares ao descobrir que seus filhos eram Punk Parte 8 - Vila Carolina Parte 9 - Primeiras bandas (Olho Seco, AI-5, Restos do nada, Condutores de cadáver, Cólera) Parte 10 - Dezembro de 1970 Parte 11 - São Paulo x ABC Parte 12 - Bomba no "construção" Parte 13 - Pontos de encontro Parte 14 - Surgimento das "gangues" Parte 15 - Grito Suburbano Parte 16 - Compacto Lixomania Parte 17 - SUB Parte 18 - Show no Gallery Parte 19 - Luso Brasileiro Parte 20 - Matéria no jornal ESTADÃO Parte 21 - Salão Beta Puó Parte 22 - 1º festival do SESC – Fábrica da Pompéia, O começo do fi do mundo Parte 23 – Considerações finais Roteiro -Sarah Youhni e Alberto Gieco. (Entrevistas concedidas em julho e Dezembro de 2002). “Se o Punk é o lixo, a miséria e a violência, então não precisamos importá-lo da Europa,pois já somos vanguarda do punk em todo o mundo” ( Chico Buarque). Introdução Essa análise foi feita a partir do documentário, O Botinada – A origem do Punk no Brasil, realizado por Sarah Yakhni e Alberto Gieco. Que foi produzido a partir de entrevistas com diversas indivíduos que fizeram e fazem parte desse dito movimento, ou vivenciaram esse período. Mas antes de partir ao que os realizadores e roteiristas propunham e defenderam, tem-se que ter em mente que o movimento Punk não tem uma única definição, ou um único ponto de vista a ser entendido e observado, porem tem algumas caracteríscas que são quase em comum dentre as distintas visões. Particularmente subentendo o movimento como um "grito" por mudanças, onde se poem em questão e, em vista o senário sociológico, político, musical, dentre outros pontos. Foi uma tentativa de fazer com que a sociedade enchergar-se a vida com um olhar mais amplo e observa-se as injustiças que lhes são feitas a todo o tempo, mas por estarem tao alienados as informações padronizadas da mídia não conseguem perseber, e permanecem inerte frente a um mundo de mudanças que quanto mais o tempo passa, mais prejudica essa camada social que não está engendrada na esquemática política-social. De certa forma o movimento Punk conseguiu o que almejava em alguns aspectos, como por exemplo, o senário musical de hoje, que sofreu forte influência Punk, em suas concepções de visões de letras, Legião Urbana é um exemplo de banda pós Punk com letras mais politizadas. Conseguiu também que alguns indivíduos "abrissem seus olhos" para o que esta acontecendo de supra importancia e relevância em seu mundo, e deixando de lado informações padronizadas da mídia nacional; uma pena que não atingiu uma camada maior da sociedade. Mas, ao contrário, do que muitos pensam ele nunca acabou e sempre resistirá enquanto houver um jovem com uma mente preocupada com o que esta acontecendo de fato em seu mundo, jovens com coragem de rebelar-se frente aos indivíduos e ao sistema que o oprime, sensura e tira toda a sua criatividade. Parte 1 – O que é Punk? Observando a Fala do Zorro do M-19, ”(...) O Punk é o espelho do perverso, o lado ruim do mundo, que te oprime,censura e impede que você seja algo bom”.Segundo, a jornalista Regina Echeverria, Punk seria um elemento anarquista com objetivo de acabar com tudo,ou seja, derrubar para reconstruir.Já,Zorro,discorda do pensamento da jornalista,com o argumento que, “ o Punk quer sim derrubar tudo,mas para reconstruir com dignidade”. Ariel, vocalista do Restos do Nada, por sua vez complementa assim:” Nós estamos mostrando com nossas roupas e atitudes para a sociedade o quanto ela está doente”. O Punk nasceu com o propósito de querer que, desenvolvesse a sociedade tudo o que tinha levado,tendo como base uma forte crítica o governo ditatorial da época. O movimento, teve como ideia crucial, o direito de se expressar muitas das vezes de modo equivocado, revoltado e violento. Antônio Bivar, jornalista, diz que, foi uma identificação geral, com uma insatisfação da época, com a música, comportamento.”O Punk foi um divisor de águas”.Aproveitando, de uma de suas falas,Zorro para encorpar o entendimento, o punk rompeu com muitas das características da época como:A atitude, as tarefas, a música,em suma,ele fez uma transformação comportamental da época,rompendo com quase todo o tradicionalismo. Pierre, integrante da Banda Cólera, o “punk não surge apenas como uma forma de protesto- político-social,mas também da miséria.Para mudar,pois depois do punk rock,a música mudou completamente”. Uma característica do estilo musical do punk rock era uma melodia sem solos de guitarra, poucos acordes e uns “tônicos”,mas com uma letra altamente politizada, como forma de protesto , ”um ritmo nervoso”. Em um jornal da época,veio a seguinte manchete: ”PUNK ROCK, SOM DO LIXO, SOM DA RUA,GRITO.PRIMAL DOS MARGINAIS”. Para muitos dos integrantes de bandas e pessoas que, fizeram parte do movimento punk ,Punk era o conjunto de diversos fatores,sem uma definição específica e simplista,era mais do que um apelo e sim “ Protesto popular ou musical,ou político,ou etc. Parte 2 - Onde começou o Movimento PUNK no Brasil? Segundo, Redson vocalista do Cólera”, começou em São Paulo-SP, mas existe reivindicações de que foi em Brasília, como o pessoa da Bahia”.Marcelo Nova, vocalista do Camisa de Vênus,diz:” Não faço a menor ideia, mas acho que em São Paulo”. Camisso, baixista do Raimundos, cita:“ Sinto muito aos paulistas, mas o Movimento começou em Brasília”. Ariel, do Restos do Nada, contra põe ao argumento do baixista falando:” O Movimento Punk começou na periferia de São Paulo”. Com sua visão, Paulo Marchetti, jornalista, Autor do Livro O diário da turma 1976-1986: A história do Rock de Brasília, diz:” Ao mesmo tempo que, surgiu tanto em Brasília quanto em São Paulo,em Brasília o que contribuiu foram algumas pessoas da turma terem contatos com o exterior,filho de professor,filhos de diplomata”. Ariel, discorda: ”Filhinho de diplomata, mano, fazendo revoltadinho em Brasília, quer falar que começou o Movimento Punk, Ah, dá licença,meu”!. Contudo,Pedro Ribeiro,do Raimundos,diz:” Eu diria que, em 1977 a gente já tinha o NIVER MIND,THE BOLLOCKS do SEX PISTOLS na mão,tinha acabado de ser lançado e já tinha várias outras coisas como:RAMONES, que é de 1976.” Parte 3 - A chegada do Punk. Miranda, produtor musical, indaga: ”A chegada de informações era difícil”. Já, Português, integrante do Garotos Podres, diz: ”O problema do Movimento era a escassez de informações verdadeiras vindas do Movimento inglês,onde teve sua gênese com o SEX PISTOLS”. As revistas, como a POP, foram de uma importância para a divulgação das notícias e também para uma espécie de identidade,” acolhimento”. Para algumas pessoas que integraram e tiveram papéis,tanto de coadjuvantes como de protagonistas, o Movimento teve origens bem antes da sua ilustração nacional, como o Joelho de Porco,que é tida por muito desses indivíduos como a terra das bandas populares.Assim,também como uma banda , a BANDA DO LIXO.Na época de 1976-77. Parte 4 - Antes do Punk. Diz, Clemente, vocalistada Banda Innocentes,”Antes tinha toda uma cena que o Rock já propiciava para o “nascimento do Punk”,através de algumas bandas que tinham ideias parecidas com o Movimento, STUGS, MC5, DUST... Zorro,ainda acrescenta, que o “Rock era uma ruptura de barreiras, mas ainda não era o suficiente”. Genivaldo, integrante do Tropa Suicida, ”Se não fosse o Punk,o Rock tinha morrido:Acho que,o Rock tinha absorvido e sido corrido pela mídia e movido no colo do Elton John e de outras figuras, que mataram o Rock que agente tinha na veia." Foi quando um estilo novo começou a surgir, a discoteca, que era uma fase onde o rock estava em decadência e desacreditado, para muitos já havia de ter acabado. Em meio a todo esse contraste surgiu o Punk Rock. "Nós estamos aqui para revolucionar a MPB. Pra pintar de negro a asa branca, atrasar o trem das onze, pisar nas flores do Geraldo Vandré e fazer da Amélia uma mulher qualquer." (Clemente) "No princípio era o tédio. Depois criou-se o PUNK!" (Desconhecido) Ramones e Sex Pistols foram as primeiras influências pela maioria a galera que fez-se parte do movimento, não importando qual região do país. Como se essas bandas "pregassem" ensinamentos que dev erião ser seguidos por todos, que foi de supra importância para o que se desenvolveu aqui no Brasil. A revista POP lançou um LP, em 1977, de forma que fosse uma coletânea de bandas punks que faziam "sucesso" no mundo musical, com o seguinte título Punk Rock, que haviam bandas como Sex Pistols, Ramones, The jam, The Clash, Ultravox, London, Stick y toys (uma banda francesa que poucos conheciam) esse LP tem uma grande importância pelo fato de ser o primeiro registro de punk internacional em coletânea no Brasil. O principal meio de propagação dessas musicas, foi através do K-7, onde vários indivíduos após ouvirem nas rádios pegavam com quem conseguiu um LP as musicas gravadas em fita. Esse 'movimento" foi conhecido como "som de fita", pois nessa época quase não se tinham shows intenacionais dessas bandas nas cidades, quisá nas periferias. Parte 5 – Salões Punk " O construção", foi conhecido, em entrevistas e, registrado como o primeiro salão, Clemente acrescenta – não haviam casas/salões punk, mas apartir do momento que os punks comesassem a frequentar o local tornava-se punk. Ele era um salão enorme, isso em meados de 1977-78, que pertenciam a assossiados do bairro de Vila Mazei, em São Paulo. Outro salão importante foi o " Templo do Rock", em 1981-82, que após a invasão dos punks passou a ser chamado de "Templo", que originalmente era uma assossiação de surdo e mudos, Clemente ironiza dizendo que foram os únicos a não prestarem queixas do som alto em excesso. Parte 6 – Punk na rádio Ao falar de som punk e rádio em 1979 temos que falar de um cara que foi o primeiro a dar oportunidade a essa galera com um som nervoso e de fortes atitudes, Kid Vinil. Por muitos ele é tido como o maior divulgador do com punk. Marcelo Nova, vocalista do camisda de Vênus, també tinha um programa de rádio onde divulgava o som punk através de bandas como the clash, Sex Pistols, Ramones, Dust, .... isso já em 1978, em Salvador, o famoso entre a galera, "Rock Special". Nessa época já se havia um preconceito por parte das esposas dos donos de rádio e dos próprios donos pelo som nervoso dos punks. Parte 7 - Família A família e os familiares dos jovens que se tornavam punk sempre iam de encontro a esse "gosto/opção", desde sempre esse foi um problema delicado, nos finais dos anos 70 os pais tinham uma espécie de sentimento de repúdia a seu filho tornar-se um dos punks, era um estigma negativo perante a sociedade ser punk, esse jeito diferente de ver e viver a vida, entender e interpretar, pensar e agir, seu "vestuário", em contra partida era de proposito toda esse revolta dos punks em suas ações e dizeres, tudo era voltado contra essa sociedade que os oprimiam, humilhavam, rejeitavam e excluíam. Esse era o traço marcvante do movimento – sua revolta frente a uma sociedade arraigada ao tradicionalismo sem ao menos se questionar o por que? E objetivo dessas ações perpassadas por séculos. Parte 8 – Vila carolina (S.P.) Nessa cidade da periferia de S.P. Em 1974, já emergia a primeia galera com um pensamento mais politizado e, um visual stylo primeiro disco do Ramones – calças jeans rasgadas, tênis furado, jaqueta de couro, espinhs, spikes, ... Ironicamente Clemente acrescenta " Se o punk não tivesse sido inventado em N.Y. nós o teríamos enventado aqui!" Na E.E.T.A.L. ( Escola Estadual Tarcísio Álvares Lobo) foi onde "tudo começou" (Clemente). Pois a maioria da galera que levaria a emergencia do movimento punk paulista estudou lá, mais ou menos nos mesmos anos. Parte 9 – Primeiras Bandas Segundo Clemente, "as primeiras bandas surgiram na necessidade "voce" ouvir ou falar sobre o som do Sex Pistols em Anarchy in the U.K. Com a música Street os London, algo que falasse do que acontecia a sua volta, sua realidade, não apenas do que estava rolando la fora". Ou seja da necessidade de mostrar nossos problemas e criar nossa identidade punk. Fábio, dono de uma das primeiras lojas punk – A Punk Rock – diz, " já haviam algumas bandas como o Condutores de Cadáver, AI-5, Restos do Nada que faziam um rock mais agressivo". Ariel acrescenta – Na minha opnião, as primeiras bandas, tanto tratando-se de ensaios quanto de shows pela periféria de São Paulo, foram Restos do Nada, AI-5, Cólera e, Condutores de Cadáver! AI-5 – Durou de 1978-79, a banda continha quatro integrantes, entre eles três eram músicos profissionais, o que era algo raro no senário do som punk. Restos do Nada – A banda já vinha ensaiando desde 1977, mas apenas em 1978 começou a apresentar-se. Passaram por diversos problemas, como ensaios não realizados, ou mal realizados, e ora por um motivo ora por outro sempre "pintava" a polícia, por esse problema a banda não podia manter um local e muito menos constância em seus ensaios, o que atrapalhava muito o som da banda. Primeira banda do Clemente. Após um tempo Ariel assumiu o vocal da banda. Condutores de Cadáver – Foi uma banda que teve inicio após uma outra banda ter acabado; Resa a história que o NAI (banda antiga) foi fazer um show, mas foi tao ruim, e foram muito vaiados, com isso resolveram mudar o nome da banda, isso em 1977-78. Para muitos foi a banda que deu a imagem que o movimento tinha/ ou precisava, "detonou" o movimento punk, principalmente por ela organizar diversos festivais e seus integrantes conhecerem bastante pessoas do senário punk. Cólera – Em 26 de outro de 1979, uma das bandas de maior respeito e prestígio do movimento punk surgia, Cólera. O primeiro ensaio oficial foi com o condutores de cadáver e também com seu equipamento, pois a própria banda e seus integrantes não tinham. Olho Seco – Desde 1973, nome proposto por Fábio que se tornou o vocalista da banda, A ideia do nome veio porque, de tanto ver as desgraças que estavam acontecendo, na nação e, no mundo todo, teu olho ficou seco. Foi a primeira banda do movimento punk nacional a ser reconhecida internacionalmente, pois Fábio era um dos responsáveis em buscar materiais no exterior, logo tinha muito conhecimento e, conhecidos na europa. Parte 10 – Dezembro de 1970 Data do primeiro show de punk rock do Brasil. Kid Vinil juntou as bandas que já existiam e realizavam alguns ensaios lotados, e os reuniiu perto de sua casa na zona leste de São Paulo, no Jardim Colorado. Pegou todo o material das bandas, pelo menos os que tinham um materialcomo o Condutores de Cadáver, em seu fusca, enquanto a galera ia de ônibus para a zona leste; era o porão de uma padaria velha, que não tinha uma iluminação adequada, e o chão era coberto de cimento e de tijolos quebrados, aconteceu que quando a galera começou a se exaltar no show uma poeira vermelha subiu e ninguem enchegava mais nada e a única lâmpada que havia no local foi quebrada, logo o breu tomou conta do local. Mais foi algo que marcou a história do movimento. Parte 11 – S.P. X ABC "A galera do ABC tinha um som mais rápido, barulhento e, violento, conhecido como "podre". Porem eles eram muito mais unidos, tinham poucas richas entre si, andavam sempre juntos, diferente de nós de S.P. que temos muitas brigas e conflitos de "gangues". No ABC havia um forte movimento político, devido a união com a classe operariada, tinham fortes laços com os movimentos sindicais, no mesmo tempo que o futuro presidente Luis Inácio da Silva (Lula) surgia no ABC com suas propostas um tanto revolucionárias, com promessas de mudanças socias, reforma agrária em um futuro breve." Clemente, " A galera do ABC se sentia muito excluída porque as entrevistas, notícias, chegadas de materias internacionais, disputa de "gangues", o foco midiático do movimento estava voltado para a periferia de São Paulo, e não tanto para eles, se é que alguém lembrava deles além de algúem de lá, ao mesmo tempo que estavam perto estavam tao longe!" Essa richa impossibilitou que houvessem muitos shows, festivais, dentre outras coisas, porque se esses grupos se encontrassem o caos estaria estaurado no local. Poucas foram as bandas de um dos locais que tocou na região do outro, como o Ulster que era do ABC e tocou em grande festivais na Vila Carolina. Parte 12 – Bomba no "construção" Foi a história de vida do integrante de uma banda do ABC, o Pádua, que tentou jogar um coquetel Molotov na polícia, mas não havia polícia nesse local na hora, foi apenas uma brincadeira que os amigos dele fizeram, ele se "desligou" e não teve tempo de lançar a bomba, ela estorou próximo de sua mão, que teve de ser amputada. Tudo isso por bringas e richas de gangues. Fazendo uma comparação com nosso tempo mais presente e apontando um problema evidênciado em nosso dia a dia que é capa de noticiários quase que diários são as brigas entre torcidas organizadas de clubes de futebol, onde muitos são mortos e feridos a cada encontro de torcidas rivais, antes, durante e após os jogos. Parte 13 – Pontos de Encontro O local era São Bento, centro de São Paulo, os punks que trabalhavam na grande cidade marcava nesse local para se encontrarem, trocarem informações, se divertirem e partirem para a Punk Rock – loja do Fábio – para procurarem mais informações de novos encontros, festivais, confraternizarem, ou como era conhecido, PUNKEAR. Parte 14 – Surgimento das "Guangues" "Cuidado se voce estiver só e esbarrar com um de nós!" (Clemente). Mas isso era mais que apenas uma brincadeira e tao irônico, realmente em certos locais era necessário ter esse medo e pavor. Mau, Vocalista do Garotos Podres, Drº e profº do curso de história da USP, diz " O surgimento das guangues esta relacionado a um filme que passou na época, e causou um faiscínio, o "The Warriors". O filme inteiro era uma briga de gangues e muita gente começou a achar que aquilo era o punk, segundo a visão de Mau. Ariel complementa afirmando, " a galera queria ser igual os caras!" Clemente diz – No começo o movimento não era bem, MOVIMENTO, eram gangues que iam contra o sistema e também contra o cara do outro bairro." Surgiram diversas gangues nesse meio, de diferentes bairros, ideais, pretenções e locais também. Mas como sempre, não eram todos que pensavam dessa maneira, como disse João Gordo, Vocalista do Ratos de Porão, "Tinham uns caras "cabeças" dentro do movimento como o Ariel, Clemente, Redson, Mau, ... Que não viam as questões como sendo resolvidos através da violência, mas com uma mudança de paragmas para uma transformação social. Parte 15 - Grito Suburbano Datado em Abril de 1982, foi a 1ª reunião da galera das bandas punks paa a criação de um vinil. Teoricamente o primeiro vinil lançado reunindo algumas bandas do movimento punk de São Paulo como Olho Seco, Cólera, Innocentes, ... A gravação foi realizada em um estúdio "furreca" e, também por ninguém ter muita ideia do que estava fazendo, a gravação ficou horrível. Seja pelo fato do estúdio não ter um grande porte para que fosse feita uma gravação privilegiada, Seja por parte das bandas que não tinham musicos profissionais e que também não sabiam mecher em todos os equipamentos perfeitamente. Houve uma regravação, dessa vez o Fábio alugou melhores equepamentos, mas foi regravado por cima da gravação antiga o que deixou péssimo a qualidade do som. Redson, "não era o que queriamos, mas foi o que conseguimos e conquistamos na época, em meio a toda as dificuldades e, ta ae o Grito suburbano como o maior registro do início do punk em vinil na história do punk nacional!" Parte 16 – Compacto Lixomania Foi o primeiro disco de punk rock de uma banda independente brasileira. A banda foi a primeira a gravar uma compacto e também de fazer uma turnê fora de São Paulo. E é importante destacar que foram eles os primeiros a deixarem bem claro que os punks também amam; Os Punks também amam: L.M. Perambulando numa tarde Pela entrada eu cruzei Uma garota e uma olhada Me deu vontade e eu parei E aquela mesma olhada Mãos e braços eu cruzei sentimentos me cauzaram Em amassos eu gozei. Eles tocaram no Circo Voador, em 1983 e também na Europa. Parte 17 – SUB Foi uma iniciativa do Redson em fazer um disco do Cólera, que chamaria-se sub ratos. Mas ele mudou de ideia e teve o brilhante plano em fazer como no Grito Suburbano, juntando uma galera onde cada um da uma grana para produção de uma coletânea. O som e a gravação não foi muito diferente dos problemas que ocorreram na gravação do Grito Suburbano, não melhorou muito, as bandas convidadas foram: Ratos de Porão, Fogo Cruzado, Psykóse e, o Cólera. Parte 18 – Show no Gallery datado de Agosto de 1982, era um club fechado de pessoas da classe média, burgueses, com costumes, requistes que a galera do movimento punk ia contra anarquicamente. Esse convite ocorreu então por uma matéria na revista POP e todos os que saíram nessa capa foram convidados a fazerem um show nesse local. O mal entendido trouxe a tona algo inimaginável, por de frente tuas classes extremamente antagônicas, dentre as quais, uma delas queria loucamente destruir a outra. Conclusão do fato, houve uma "invasão punk" no local, onde tudo que era de classe tornou-se de rebeldia e revolta. Parte 19 – Luso Brasileiro Ratos de Porão, Fogo Cruzado, Ulster, Lixomania, Estado de Coma. Rua da Graça, dia 17 de Outubro de 1982. Antes de começar o evento já teve confusão e a polícia "baixou", eis que surge a frase de dentro do local do evento, de cima do palco – "A polícia está invadindo, vamos resistir HÉ!" Parte 20 – Matéria no Estadão O jornalista Luiz Fernando Emidiato, fez uma repostagem intitulada "a geração abandonada", onde a partir de sua própria visão e partindo do puro senso comum, sem quaisquer carácter investigativo, ele justifica o pensamento dos jovens Punks da época, mas de forma julgatória, autoritária, negativa, excludente, pejorativa, e essa visão fo movimento punk foi a que se tornou um artigo no jornal Estadão. Bivar acrescenta ainda com o que ele interpretou da notícia, " ele mostrava a visão do punk como agressoresde idosos, ladrões, ..." Eis alguns trechos do artigo Estadão realizado por Luiz Fernando Emidiato: "(...) Disípulos de Satã, o ídolo que veneram, eles não veêm muita diferença entre Deus e Diabo." "(...)Eles gostam de bater, só isso. Alguns, mais cruéis, roubam e espancam velhinhas – e acham muita graça nisso." "(...) Preferem beber leite com limão – e muitas vezes, depois que bebem esta mistura, provocam vomitos em si mesmos e vomitam o leite coagulado na cara de suas vítimas." Clemente faz uma carta resposta: Sr. Os meios de comunicação que até hoje divulgam o movimento punk rock no Brasil, em vez de se encontarem com banda punk e procurarem saber qual é a proposta ideológica do movimento, se preocupam apenas em fantasiar e sensacionalizar pequenos atos de vandalismo que, feitos pór uma pequena miséria, acabam por comprometer todo o movimento punk no Brasil. O Punk é um movimento socio-cultural,ele é a revolta dos jovens de uma classe menos privilegiada,transportada por meio da músca.Estes jovens já organizaram vários shows pela periferia de SP,coom bandass como:Inocentes,Desequilíbrio,Fogo Cruzado,Lixomania,Juízo Final,Guerrilha urbana,Suburbanos,olho Seco,Cólera,Setembro negro,Mack,Estado de Coma,... Dentre essas uma reunião para gravação de uma coletânea denominada Crito Suburbano. Portanto,os Punks não são "gangues" de blusões de couro que,viv em a assaltar velhinhos em estação de metrô,e ruim,um movimento social que realmente nã sabe a dferença entre Deus e Diabo,porque nunca foram a igreja,mas que sabem muito bem a diferença entre Marx,Kennedy,Hitler e que acham que,quem tem o costume de beber leite com limão realm ente tem um gosto muito requintado,para poder dispensar uma cerveja bem gelada. E aproveita o movimento propício para lhes dizer que,não estamos atrasados e que surgimos quase no mesmo tempo em que surgiu o movimento Punk na Inglaterra, e que este ainda não morreu e sim cresceu,tanto que mantemos correspondência,não é com os Punks da Inglaterra,como também de muitos outros lugares da Europa.E o que morreu,realmente foi a tentativa de transformar o Punk em mais uma moda passageira. E,como todo bom amigo,deixo um conselho,antes de falar sobre alguma coisa séria melhor se aprofundar mais,conhecer mais sobre o assunto,parou que este país não continue atrasado como sempre,Punks de SP. A carta reviveu também para ue,o movimento se tornasse conhecido no cenário nacional,para encontrar mais adeptos da ideologia do mov imento. Após a pesquisa dela e o estudo impírico através de relatos,conversando com Punks de SP,ela resolveu realizar este documentário. Parte 21 - Salão Beta Piró- 28/08/1982 Foi o local alugado por uma galera das bandas para promulgaer uma "festa",chamada O fim do mundo, onde reuniria várias bandas de SP, ABC em união aos estudantes que,vivenciavam um período de combate a ditadura. Ao fim do show iniciou-se um foco de incêndio, posteriormente descobriu-se que,foi a própria polícia que pôs fogo,para muitos um ato planejado pela ditadura militar. E mais que óbvio a união de um DCE anarquista da PUC,com os Punks foi o motivo mais que suspeito para o fao ocorrido. Parte 22 - 1º Festival do SESC fábrica da Pompéia -27/11/1982 e o Começo do Fim do Mundo). Foi a ideia de juntar novamente a galera de SP com a do ABC e mais ainda, fazer um disco que era algo bem difícil na época. E ,ou pode ser, considerado como maior festival de Punk de todos os tempos. Pois, teve uma cobeertura da imprensa internacional. " O festival colocou o m ovimento paulistano no mapa múndi!". Terminou em uma enorme pancadaria, pois encontraram-se no local inúmros integrantes de diversas "gangues",fora a richa que já havia entre os Punks de SP e os do ABC . A polícia invadiu e "fechou" todos os locais de saída como, ruas, pontos de ônibus, estações de trem, etc. Mas isso não abalou o verdadeiro feito, por trás do acontecido, uma inédita reunião de vários grupos e " gangues" punks em um local. O festival vendo por esse prisma foi grandioso. Parte 23 - Considerações Finais: Dispersão Redison,diz " A rede globo como uma fruta sensacionalista, aproveitou e filmou tudo, ganhou o ibope da noite com a reportagem sensacionalista, tanto a polícia quanto a sociedade " caiu de pau " nos punks. A mídia conseguiu detonar com a imagem do Punk, deturpando suasa ações, atitudes e principalmente ideologia. Após isso muitos punks perderm seus empregos, filhos e pais foram abandonados. Legado Punk Ariel cita o "grito de guerra" dos Zapatistas: Para mim nada, mas, Para Nós, tudo!" Foi um cenário mudado, onde bandas como Paralamas,Barão Vermelho,Ira,Titãs,Gritando HC,Blind Pigs,Mukeka de Rato,Calibre 12, vieram no embalo do que aconteceu antes na geração de 82. O crédito a esse cenário mais estável para as bandas deve ao sofrimento que muitos Punks passaram. O que seria do mundo musical nacional hoje em dia se o punk não tivesse dado uma guinada antes? Essa não é uma pergunta para ser respondida, ou rapidamente respondida, mas sim analisada e refletida. Está ae o maior objetivo de meu trabalho, e desafio do meu futuro profissional, fazer "cabeças pensantes", por meio de uma visão que a sociedade naturalmente os priva. A partir dessa visão – crítica, revoltosa - foi realizado a análise do documentário e produção desse trabalho. Bibliografia • YAKHNI, Sarah e GRIECO, Alberto, Documentário, O botinada – A origem do punk no Brasil, Toro Production Company, 2002.
Compartilhar