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Departamento de Matemática – ICEx – UFMG – 2a Prova de Cálculo I - Turma TN3 - 18/05/2016 Nome completo legível: (1) (15 pontos) Considere a f : R −→ R dada por f(x) = xe−x2 e suas derivadas f ′(x) = (1−2x2)e−x2 e f ′′(x) = (4x3−6x)e−x2 . a) Identifique os intervalos em que essa função é positiva, negativa e determine os seus zeros (raizes). Determine se ela exibe simetrias. Solução: Como e−x 2 é positivo para todo x ∈ R, temos que o sinal de f coincide com o sinal do fator x. Assim, f é negativa no intervalo (−∞, 0) e positiva no intervalo (0,∞). Além disso o seu único zero é em x = 0. Note que f(−x) = (−x)e−(−x)2 = −xe−x2 = −f(x), logo f é ímpar. b) Determine os intervalos onde a função f é crescente e onde é decrescente. Solução: Vamos estudar o sinal de f ′. Novamente, basta considerar o sinal do fator 1− 2x2 cujo gráfico é uma parábola côncava para baixo com raízes em ±1/√2. Segue daí que f ′ é negativa nos intervalos (−∞,−1/√2) e (1/√2,∞) e, consequentemente, f é decrescente nesses intervalos. Além disso, f ′ é positiva no intervalo (−1/√2, 1/√2) logo, crescente nesse intervalo. c) Determine os intervalos nos quais o gráfico de f é côncavo para cima e onde é côncavo para baixo. Solução: Assim como nos itens anteriores, o sinal de f ′′ coincide com o do fator 4x3 − 6x = 2x(2x2 − 3). Esse fator se anula nos pontos x = 0, x = ±√3/2. Testando valores nos intervalos (−∞,−√3/2), (−√3/2, 0), (0,√3/2) e (√3/2,+∞) concluímos que esse fator é negativo no primeiro, positivo no segunto, negativo no terceiro e positivo no quarto. Conclui-se que f é côncava para baixo no primeiro, para cima no segundo, para baixo no terceiro e para cima no último. d) Obtenha, se houver, as assíntotas de f . Solução: Temos limx→±∞ f(x) = limx→±∞ xe−x 2 = limx→±∞ x/ex 2 = limx→∞ 1/(2xex 2 ) = 0, onde usamos a Regra de L’Hôspital na última igualdade. Assim, y = 0 é a única assíntota horizontal. Essa função não apresenta assíntotas verticais porque está definida para todo número real e é contínua. e) Determine, se houver, os pontos de máximo e de mínimo locais de f . É possível garantir que eles são màximo ou de mínimo globais? Justifique. Solução: Como f é derivável em todo x ∈ R a derivada se anula nos pontos de máximo ou mínimo locais. Como os zeros da derivada são os pontos x = −1/√2 e x = 1/√2, e a derivada segunda é positiva no primeiro e negativa no segundo, temos que o primeiro é um ponto de mínimo local enquanto o segundo é um ponto de máximo local. Eles também são pontos de mínimo e máximo global respectivamente (veja o gráfico de f no próximo item). f) Faça o esboço do gráfico de f , identificando, caso existam, as assíntotas, os pontos de máximo e mínimo e os pontos de inflexão. Solução: (somente o gráfico) −4 −2 2 4 −0.4 −0.2 0.2 0.4 1 2 (2) (10 pontos) A área de um círculo aumenta a uma taxa constante de 2cm2/s. Calcule a taxa de variação da sua circunferência quando o raio é igual a 2cm. Solução: A área A de um círculo como função do seu raio r é dada por A = pir2, enquanto a sua circunferência C é dada por: C = 2pir, o que pode ser escrito como r = C/2pi. Substituindo na expressão para A, encontramos A = pi(C/2pi)2 = C2/4pi. Pensando em A e C como funções do tempo temos que: A(t) = ( C(t)2 4pi ) . Derivando ambos os lados com respeito à variável t, obtemos: A′(t) = 2C(t)C ′(t) 4pi = C(t)C ′(t) 2pi . Resolvendo para C ′(t) encontramos: C ′(t) = 2piA′(t) C(t) = A′(t) r(t) . Usando o fato de que A′(t) = 2cm2/s, o exato instante de tempo em que r(t) = 2cm, obtemos: C ′(t) = 2cm2/s 2cm = 1cm/s. (3) (10 pontos) Um rio com margens retas e paralelas, distantes 4km ente si, corre na direção leste-oeste. Uma refinaria de petróleo encontra-se localizada em um ponto A na margem norte que fica em frente a um ponto B na margem sul. A 20km a leste do ponto B, encontra-se o ponto C onde há um reservatório que deve ser ligado a A por meio de um oleoduto. O custo de construção do oleoduto sob o leito do rio do ponto A a um ponto P entre B e C é de 50.000, 00R$/km. Já o custo de construção entre P e C sob a margem do rio é de 30.000, 00R$/km. Determine onde deve estar localizado o ponto P para que o custo seja o mínimo possível. Solução: Seja x a distância do ponto P ao ponto B medida em quilômetros e denote C1 = 50.000, 00R$/km e C2 = 30.000, 00R$/km. Note que a distância do ponto A ao ponto P , medida em quilômetros, é dada, como função de x, por√ x2 + 16. Então o custo total de construção do oleoduto, em reais, é dado, por: 0 ≤ x ≤ 20. Precisamos minimizar o valor de f no intervalo dado. Para isso, notando que f é derivável em todos os pontos, procuramos os pontos críticos de f nesse intervalo, que correspondem aos pontos em que a sua derivada f ′(x) = C1x√ x2 + 16 − C2 se anula. Derivando f e igualando a 0 e notando que estamos interessados apenas em valores de x positivos, obtemos: C1x√ x2 + 16 − C2 = 0 ⇐⇒ C1x√ x2 + 16 = C2 ⇐⇒ C 2 1x 2 x2 + 16 = C22 ⇐⇒ C21 C22 x2 = x2 + 16. Substituindo agora os valores de C1 e C2 dados e, novamente notando que que estamos interessados somente em valores de x positivos, obtemos: 25 9 x2 = x2 + 16 ⇐⇒ x2 = 1625 9 − 1 ⇐⇒ x = 4√ 25 9 − 1 ⇐⇒ x = 3. Logo, x = 3 é o único ponto crítico para f . Temos que o custo total, em reais, quando o ponto P se encontra a 3km do ponto B é dado f(3) = 50.000, 00 √ 32 + 16 + 30.000, 00(20− 3) = 250.000, 00 + 510.000, 00 = 780.000, 00. Vamos agora calcular o valor de f nos extremos dos intervalos, isto é, f(0) e f(20). Note que esses custos correspondem, respectivamente, às situações nas quais o oleoduto atravessa o rio do ponto A ao ponto B ou então diretamente do ponto A ao ponto P . No primeiro caso, temos f(0) = 50.000 √ 02 + 16 + 30.000 (20− 0) = 200.000 + 600.00 = 800.000. No segundo caso, temos: f(20) = 50.000 √ 202 + 16 > 50.000 · 20 = 1.000.000, 00. Assim, o custo total será mínimo quando o ponto P estiver localizado a 3km do ponto B. 3 (4) (Extra) Calcule o valor aproximado de ln(e3 + 1/10). (Use e3 = 20, 085537 ou deixe sua resposta em termos de e3) Solução: Faremos uma aproximação linear de f em torno do ponto a = e3. Para h suficientemente pequeno, podemos aproximar o valor de f(a+h) pelo valor assumido pela reta tangente ao gráfico de f em a, obtendo f(a+h) ≈ f(a)+f ′(a)·h. Fazendo assim, h = 1/10, obtemos que f(e3 + 1/10) ≈ f(e3) + f ′(e3) · 1 10 = ln(e3) + 1 e3 · 1 10 = 3 · ln(e) + 1 10e3 = 3 + 1 10e3 .
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