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IDENTIFICAÇÃO. Local: Instituto Federal de São Paulo – Campus de Presidente Epitácio. Disciplina: Filosofia. Público Beneficiário: Educandos do Ensino Médio, Técnico e Tecnológico. Data: 29 de agosto de 2015. Horário: 17h. Duração da aula: 45 minutos. Docente responsável: Otávio Cândido da Silva Júnior. PLANO DE AULA TEMA: Racionalização e Modernidade na ótica da Escola de Frankfurt. OBJETIVOS EDUCACIONAIS: GERAL: Demonstrar como os conceitos de racionalização e modernidade são operados pelos diversos pensadores da Escola de Frankfurt. ESPECÍFICOS: Distinguir as diferentes visões sobre o processo da racionalização da 1ª e da 2ª geração de pensadores da Escola de Frankfurt; Diferenciar razão instrumental ou técnico-científica da razão cognitiva ou crítica bem como do neorracionalismo habermaseano; Entender o que é razão instrumental e quais as suas consequências para a sociedade contemporânea; Tomar conhecimento dos diferentes expoentes da Escola de Frankfurt; Explicar a diferença de concepção da história entre os frankfurtianos e os seus inspiradores em especial Hegel; Compreender o que se configurou denominar de Escola de Frankfurt ou Escola Crítica apesar da sua enorme diversidade de pensamentos. Fazer com que os educandos percebam as especificidades do pensamento marxista heterodoxo da Escola de Frankfurt. Problematizar a questão da irracionalidade das guerras. CONTEÚDOS: A Escola de Frankfurt: O que foi? Os principais expoentes. As metas básicas A primeira geração de pensadores da Escola de Frankfurt O conceito de racionalização O conceito de Modernidade A crítica da modernidade A segunda geração de pensadores da Escola de Frankfurt O neorracionalismo habermaseano ou a racionalidade não-instrumental. METODOLOGIA DE ENSINO Aula Expositiva [Prova Didática]; Exposição Dialogada sobre a Racionalização e a Modernidade para a Escola de Frankfurt, a partir de uma provocação dos sentidos da visão e da audição, através da exibição de imagens e a leitura e interpretação do poema “Eu, Etiqueta” de Carlos Drummond de Andrade. [Prova Didática e Situação real de ensino-aprendizagem]; Debate em grupos de 4 componentes cada, sobre as questões lançadas pelo professor sobre a música e poema acima citados [Situação real de ensino-aprendizagem]; Audição acompanhada da letra da música “A Canção do Senhor da Guerra” do Legião Urbana [Prova Didática]; Atividades extraclasse: assistir ao documentário “A Guerra contra a Democracia” (Direção: Christopher Martin, John Pilger, Sean Crotty. Roteiro: John Pilger. 94 min. 2007. Austrália, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte) [Situação real de ensino-aprendizagem] fazer a leitura, fichamento e apresentação, na sala de aula, em forma de Painel Integrado com Especialistas – P. I. E. – de obras dos expoentes da Escola de Frankfurt de livre escolha dos educandos. [Situação real de ensino-aprendizagem]. RECURSOS DIDÁTICOS Computador; Datashow; Acesso à Rede Mundial de Computadores; Caixa de som amplificada; Tela branca para projeção de slides do Power Point; Textos xerocopiados [poema e música]; Lousa branca; Caneta hidrográfica para lousa branca nas cores preta, vermelha, azul e verde; Apagador; Livros em formatos digitais e ou físicos [em papel]. AVALIAÇÃO PROPOSTA PARA O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM Produção de texto dissertativo sobre as questões lançadas em relação ao poema “Eu, Etiqueta” de Carlos Drummond de Andrade [Anexo I]; Debate a respeito da letra da música “A Canção do Senhor da Guerra” [Anexo II]; Discussão do Documentário “A Guerra contra a Democracia”: após cada aluno tê-lo assistido como atividade extraclasse; Leitura, fichamento e apresentação através da dinâmica de grupo conhecida como Painel Integrado com Especialista – P. I. E. – de uma obra de um dos filósofos da Escola de Frankfurt que o educando tenha mais se identificado, de sua livre escolha, a ser apresentada ao final do bimestre. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA: ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à Filosofia. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2009. ARÊAS, Joana Pinheiro Gomes. Uma Escola do Mundo: o Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt reuniu alguns dos pensadores mais influentes do século 20. Discutindo Filosofia, São Paulo, SP, ano 2, n. 09, p. 34-42, s/d. BOTOMORE, Tom. Dicionário do Pensamento Marxista. Rio de Janeiro, RJ: Jorge Zahar Ed., 2013, p. 208-216. CABRAL, João Francisco Pereira. "A Escola de Frankfurt: introdução histórica"; Brasil Escola. Disponível em <http://www.brasilescola.com/filosofia/a-escola-frankfurt-introducao-historica.htm>. Acesso em 27 de agosto de 2015. CHAUÍ, Marilena. Iniciação à filosofia: ensino médio. 1. ed. 3. reimp. São Paulo: Ática: 2013, p. 98-99. DANTON, Gian. A Escola e o Mestre: a influência de Marx na formação da Escola de Frankfurt, movimento intelectual que avançou muito além das ideias do seu mestre. Discutindo Filosofia [especial], São Paulo, SP, n. 06, p. 24-31, s/d. GEUSS, Raymond. Teoria Crítica: Habermas e a Escola de Frankfurt. Campinas, SP: Papirus, 1988. JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008. LAWS, Stephen. Guia ilustrado Zahar: filosofia. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009, p. 325, 333 e 343. LÖWY, Michael. A Escola de Frankfurt e a Modernidade: Benjamin e Habermas. Novos Estudos CEBRAP, São Paulo, SP, n. 32, p. 119-127, março, 1992. MOGENDORFF, Janine Regina. A Escola de Frankfurt e seu legado. Verso e Reverso, Porto Alegre, RS, vol. XXVI, n. 63, p. 152-159, setembro-dezembro, 2012 MONDIN, Battista. Introdução à filosofia: problemas, sistemas, autores, obras. São Paulo: Edições Paulinas, 1980. MONDIN, Battista. Curso de Filosofia: os filósofos do ocidente. 2. ed. São Paulo, SP: Edições Paulinas, 1981-1983, p. 235-242, v. 3. MOURA, Matheus. Espírito Crítico (...) e o papel da crítica frankfurtiana nos dias atuais. Conhecimento Prático – Filosofia, São Paulo, SP, n. 30, p. 08-13, s/d. SIM, Stuart; VAN LOON, Borin. Entendendo Teoria Crítica. São Paulo: Leya, 2013. TOURAINE, Alain. Crítica da Modernidade. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009, p. 99-209. KIM, Douglas [trad.]. O livro da Filosofia. São Paulo: Globo, 2011. ANEXO I EU, ETIQUETA [Carlos Drummond de Andrade] Em minha calça está grudado um nome que não é meu de batismo ou de cartório, um nome ... estranho. Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na boca, nesta vida. Em minha camiseta, a marca de cigarro que não fumo, até hoje não fumei. Minhas meias falam de produto que nunca experimentei mas são comunicados aos meus pés. Meu tênis é proclama colorido de alguma coisa não provada por este provador de longa idade. Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, minha gravata e cinto e escova e pente, meu copo, minha xícara, minha toalha de banho e sabonete, meu isso, meu aquilo, desde a cabeça ao bico dos sapatos, são mensagens, letras falantes, gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidência, costume, hábito, premência, indispensabilidade, e fazem de mim homem-anúncio itinerante, escravo da matéria anunciada. Estou, estou na moda. É doce estar na moda, ainda que a moda seja negar minha identidade, trocá-la por mil, açambarcando todas as marcas registradas, todos os logotipos do mercado. Com que inocência demito-me de ser eu que antes era e me sabia tão diverso de outros, tão mim-mesmo, ser pensante, sentinte e solidário com outros seres diversos e conscientes de sua humana, invencível condição Agora sou anúncio, ora vulgar, ora bizarro, em língua nacional ou em qualquer língua (qualquer, principalmente). E nisto me comprazo, tiro glória de minha anulação. Não sou – vê lá – anúncio contratado. Eu é que mimosamente pago para anunciar, para vender em bares festas praias pérgulas piscinas, e bem à vista exibo esta etiqueta global no corpo que desiste de ser veste e sandáliade uma essência tão viva, independente, que moda ou suborno algum a compromete. Onde terei jogado fora meu gosto e capacidade de escolher, minhas idiossincrasias tão pessoais, tão minhas que no rosto se espelhavam, e cada gesto, cada olhar, cada vinco da roupa resumia uma estética? Hoje sou costurado, sou tecido, sou gravado de forma universal, saio da estamparia, não de casa, da vitrine me tiram, recolocam, objeto pulsante mas objeto que se oferece como signo de outros objetos estáticos, tarifados. Por me ostentar assim, tão orgulhoso de ser não eu, mas artigo industrial, peço que meu nome retifiquem. Já não me convém o título de homem, meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente. PROBLEMATIZANDO! 1) – Faça uma discussão sobre o processo de transformação do homem em mercadoria (reificação) pela sociedade de consumo bem como do processo de se “dar vida” às mercadorias (fetichismo), por esta mesma sociedade. 2) – Por que podemos comparar, sem medo de errar, a modernidade com a moda? Justifique sua resposta. 3) – O que podemos fazer, no nosso cotidiano, para que se evite cair na tentação da alienação consumista que tantas frustrações tem causado às pessoas? 4) – O que você entende por alienação de uma maneira geral? Explique? 5) – Por que a humanidade sofre com a alienação no trabalho, no lazer e na política? ANEXO II A Canção do Senhor da Guerra [Legião Urbana - Compositor: Renato Russo] Existe alguém esperando por você Que vai comprar a sua juventude E convencê-lo a vencer Mais uma guerra sem razão Já são tantas as crianças com armas na mão Mas explicam novamente que a guerra gera empregos Aumenta a produção Uma guerra sempre avança a tecnologia Mesmo sendo guerra santa Quente, morna ou fria Pra que exportar comida? Se as armas dão mais lucros na exportação Existe alguém que está contando com você Pra lutar em seu lugar já que nessa guerra Não é ele quem vai morrer E quando longe de casa Ferido e com frio o inimigo você espera Ele estará com outros velhos Inventando novos jogos de guerra Que belíssimas cenas de destruição Não teremos mais problemas Com a superpopulação Veja que uniforme lindo fizemos pra você E lembre-se sempre que Deus está Do lado de quem vai vencer O senhor da guerra Não gosta de crianças O senhor da guerra Não gosta de crianças O senhor da guerra Não gosta de crianças O senhor da guerra Não gosta de crianças O senhor da guerra Não gosta de crianças O senhor da guerra Não gosta de crianças PROBLEMATIZANDO! 1) – A guerra é racional ou irracional? Faça uma discussão a partir do conceito de racionalização trabalhado na aula? 2) – Por que em sua avaliação a guerra é uma constante na modernidade? Quais são as suas causas e as suas consequências para a humanidade e o meio ambiente? 3) – De acordo com que vimos na aula como, em sua visão, os filósofos da Escola de Frankfurt encararam a s guerras, sejam as duas grandes, a guerra fria e as guerras regionais e ou locais?
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