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AULA PROCESSO E PROCEDIMENTO FEV 2015

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INSTRUMENTALIZAÇÃO DO PROCESSO
Prof. Ms. Claudiney Albino Xavier
USF – Campus Itatiba – Fev - 2016
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Proporcionar ao aluno uma visão completa e objetiva da sistemática processual penal brasileira na sua conceituação legal, doutrinária e jurisprudencial. Fornecer ao aluno condições de distinguir e entender expressões que, ganhando conotações próprias nos diversos ramos do Direito, divergem em seu significado, na área do direito criminal.
OBJETIVO DA DISCIPLINA
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Noções Gerais:
Os procedimentos no processo penal são bem diversificados. O CPP (Código de Processo Penal) não é sistemático como o CPC. Ao lado disso, algumas leis processuais penais trazem previsão de outros procedimentos especiais (dependendo do crime e da instância onde deva ser instaurado o processo).
É preciso destacar que processo se distingue de procedimento.
AULA – PROCESSO E PROCEDIMENTO
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O procedimento é a sucessão de atos realizados nos termos do que preconiza a legislação.
Segundo Capez, o procedimento é entendido como cadeia de atos e fatos coordenados, juridicamente relevantes, vinculados por uma finalidade comum, qual a de preparar o ato final, ou seja, o provimento jurisdicional, que, no processo de conhecimento, é a sentença de mérito. 
PROCESSO X PROCEDIMENTO
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O processo é o conjunto, isto é, a concatenação dos atos procedimentais. O CPP não é preciso nessa distinção. Nele consta, no livro II, a divisão dos “processos em espécie” em “processo comum”, “processos especiais” e “processos de competência do STF e dos tribunais”.
Para facilitar o processo será concebido como “verdadeira relação jurídica”, sendo conceituado “como um conjunto de atos tendentes a fazer valer” a “prestação jurisdicional” penal. O procedimento, a seu turno, é “uma forma de atuar, uma técnica específica”, referindo-se a “uma face formal, extrínseca”.
PROCESSO
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Enquanto o processo é uma sequência de atos, vinculados entre si, tendentes a alcançar a finalidade de propiciar ao juiz a aplicação da lei ao caso concreto, o procedimento é o modo pela qual se desenvolve o processo, no seu aspecto interno. Segundo Greco Filho “não há processo SEM procedimento e NÃO HÁ procedimento que não se refira a um processo”.
Marcato diz que “o procedimento, segundo entendimento generalizado na doutrina, representa o aspecto puramente formal e exterior do processo, ou seja, enquanto este é o instrumento através do qual se opera a jurisdição, aquele significa o meio extrínseco através do qual o processo se instaura, se desenvolve e se extingue (...) 
PROCESSO X PROCEDIMENTO
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Há impropriedade da terminologia no CPP.
O correto seria intitular esta parte do CPP como “Dos procedimentos em espécie”, além de se fazer referência ao “procedimento comum”, no Título I, bem como, em outras seções, referir-se a “procedimentos incidentes” ou “procedimentos especiais”.
IMPROPRIEDADE DA TERMINOLOGIA
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Gilson Delgado Miranda salienta ser inevitável estabelecer a diferença entre processo e procedimento, pois a CF fixa competência para legislar sobre processo, exclusivamente, à União (art. 22, I), mas autoriza aos Estados e ao Distrito Federal legislarem, concorrentemente, com a UNIÃO, a respeito de procedimentos em matéria processual (art. 24, XI).
PROCESSO segundo a sua etimologia: pro = adiante, cedere = ir, marchar
IMPORTÂNCIA DA DISTINÇÃO
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O entendimento adequado do processo e do procedimento possibilita uma aplicação do direito que dê efetividade ao due process of law, em respeito aos direitos dos sujeitos processuais envolvidos.
CONCLUSÃO
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Senhora Little, você foi acusada de dar “petelecos” em seus colegas de classe. Como você se declara?
Inocente.
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Antes da reforma processual penal dada pela Lei 11.719/2008, afirmava-se que o procedimento comum poderia ser bipartido em ordinário ou sumário. Aquele se destinava ao procedimento dos crimes apenados com reclusão, enquanto o procedimento comum sumário aos delitos apenados com detenção. Havia falta de sistematização.
Com a nova redação do art. 394, CPP, procurou-se um critério mais preciso para se definir o rito processual penal, com o objetivo de reduzir as incertezas e as alegações de nulidade nesse campo. 
PROCEDIMENTO COMUM
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O procedimento comum é a REGRA, aplicando-se a todos os processos, salvo disposições em contrário no CPP ou em lei especial. No tocante aos procedimentos especiais, comum sumário e comum sumaríssimo, o § 5º, do art. 394, estatui que a eles serão aplicadas, subsidiariamente, a disciplina do procedimento comum ordinário.
LEI 11.719/08
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Na esfera do procedimento comum há três categorias de procedimentos.
§ 1º (1) procedimento comum ordinário;
 (2) procedimento comum sumário; e
 (3) procedimento comum sumaríssimo.
Já no âmbito do procedimento ESPECIAL, estarão inseridos todos os ritos que tenham regramento próprio, peculiar, diverso das três categorias apontadas (§ 2º, art. 394, CPP).
PROCEDIMENTO COMUM
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A definição da categoria do rito comum terá como parâmetro a pena MÁXIMA cominada ao crime (art. 394, § 1º, CPP). O procedimento comum será: 
(1) “ORDINÁRIO, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade” (inciso I);
(2) “SUMÁRIO, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja INFERIOR a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade” (inciso II); 
(3) “SUMARÍSSIMO, para as infrações penais de menor potencial ofensivo (aquelas que não excede a dois anos).
COMO IDENTIFICAR O RITO?
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Havendo concurso de crimes, a tendência natural é que as penas sejam SOMADAS como indicativo do procedimento a ser seguido. Devem também ser levadas em conta as qualificadoras e as causas de aumento, estas tomadas como a exasperação da fração máxima.
CUIDADO
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O rito comum ordinário não será o adequado a depender do crime ou da competência do órgão julgador, não obstante tenham suas disposições aplicação subsidiária aos demais procedimentos. O texto constitucional será o indicativo principal. Assim, os crimes de competência do Tribunal do Júri – crimes contra a vida segundo a CF/88 – não seguirão completamente o procedimento comum ordinário. Os crimes eleitorais, ainda que apenados com reclusão, têm rito do Código Eleitoral e nas leis eleitorais.
ATENÇÃO
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Com efeito, não se deve perder de vista que as disposições pertinentes ao procedimento comum, dispostas nos artigos 395 a 398, CPP, SÃO aplicáveis aos procedimentos penais de PRIMEIRO GRAU, haja vista que legislação especial rege o procedimento criminal nos tribunais.
Por fim, anote-se que o rito para os processos de competência do Tribunal do Júri é ESPECIAL e BIFÁSICO, não obstante a semelhança de sua primeira fase com o procedimento comum ordinário (vide arts. 406 a 497 do CPP).
ALERTA
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Quando a lei fixa um determinado procedimento para a instrução criminal, torna-se IMPRESCINDÍVEL que o magistrado o respeite, ainda que haja concordância das partes para sua inversão ou para sua supressão. Ensina Scarance Fernandes haver duas garantias vinculadas ao devido processo legal, nele realizando-se plenamente: a garantia ao procedimento integral e a garantia ao procedimento tipificado. Assim, não se admite a inversão da ordem processual ou a adoção de um procedimento por outro.
ADVERTÊNCIA
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Em regra, ocorrida uma infração, a autoridade policial instaura inquérito policial. Cuida-se da fase investigativa, inquisitiva, que tem o objetivo de coligir elementos que confiram suporte probatório para o desencadeamento da ação penal. 
Com a conclusão do IP, os autos são encaminhados ao MP – ainda que por intermédio do juiz – para que forme sua opinião sobre o delito.
 O IP não é indispensável, podendo ser a ação penal proposta com base em peças
de informação.
PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO 
(ARTIGOS 394 a 405, CPP)
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Oferecida a denúncia ou a queixa, ela, naturalmente, poderá ser RECEBIDA ou REJEITADA. A rejeição da denúncia desafia recurso em sentido estrito. Do seu recebimento, de regra, não cabe recurso, havendo, todavia, possibilidade de manejo do habeas corpus para o fim de trancar a ação penal em hipóteses como a de falta de justa causa para a demanda penal.
O início do procedimento comum ORDINÁRIO ocorre com o recebimento da denúncia ou queixa quando se estiver diante de crime cuja sanção máxima cominada abstratamente seja IGUAL ou SUPERIOR a quatro anos de pena privativa de liberdade.
DENÚNCIA
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Reza o artigo 396 do CPP, “no procedimento ordinário ou sumário, oferecida a denúncia ou a queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de dez dias”. Sendo o caso de citação editalícia, o prazo começa a correr a partir do comparecimento pessoal do réu ou de seu defensor constituído (parágrafo único).
ARTIGO 396 DO CPP
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A denúncia ou a queixa poderá ser rejeitada se INEPTA, isto é, havendo defeito formal grave, a exemplo da deficiência ou ausência da narrativa fática, se faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal ou, ainda, se faltar justa causa para o exercício da demanda, que é a necessidade do lastro probatório mínimo (art. 395, CPP). Não sendo o caso de rejeição, por verificar o juiz o atendimento a todas as exigências legais, deve ser recebida a inicial acusatória, deflagrando-se assim o processo.
DENÚNCIA
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Com a reforma processual penal, o rito ordinário foi INVERTIDO. O despacho de recebimento da petição acusatória (causa interruptiva da prescrição) importará no começo de uma fase preliminar de defesa, que se inicia com a citação do acusado para apresentar resposta, no bojo da qual poderá “arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas (art. 396-A, CPP).
ATENÇÃO
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Se o réu excepcionar (exceção de incompetência, de suspeição etc), deve o incidente ser processado em apartado na forma dos artigos 95 a 112 do CPP.
O que é exceção? É a defesa indireta apresentada por qualquer das partes, com o intuito de prolongar o trâmite processual, até que uma questão processual relevante seja resolvida, ou com a finalidade de estancar, definitivamente, o seu curso, porque processualmente incabível o prosseguimento da ação.
	ADVERTÊNCIA
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A resposta à inicial acusatória é peça OBRIGATÓRIA. Não tem similitude com a defesa prévia antes regrada pelo CPP, que não tinha outra utilidade senão a de apresentar rol de testemunhas. Agora, o juiz tem autorizativo legal expresso para julgar antecipadamente a lide penal quando estiver comprovada situação fática ou jurídica que autorize provimento que afaste o pedido condenatório (art. 397, CPP).
RESPOSTA À INICIAL ACUSATÓRIA
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Preceitua o referido artigo que “não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias”. A apresentação da defesa preliminar é obrigatória, contudo, a profundidade do seu conteúdo será definida estrategicamente pelo defensor, e nada impede, a depender da conveniência do caso concreto, que ele opte por apresentar uma peça evasiva, superficial, não havendo de se falar em prejuízo para a defesa.
ARTIGO 396-A - CPP
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Não obstante os artigos que regulamentam o procedimento ordinário não digam, para dar cumprimento ao contraditório, o juiz deve abrir vista da parte contrária (querelante ou MP) para se manifestar sobre preliminares e documentos acostados, no prazo de cinco dias, em analogia ao que ocorre no procedimento do júri (art. 409, CPP).
Com a resposta à acusação e devidamente cumpridas as providências exigidas pelo art. 396-A, abre-se a oportunidade para que o juiz absolva sumariamente o acusado.
CONTRADITÓRIO
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Antes da reforma, mesmo havendo juízo de certeza a viabilizar a absolvição, o magistrado tinha que instruir o feito, para ao final absolver o réu. O processo funcionava como verdadeiro fator de estigmatização, sem falar no custo financeiro e humano de ter que levar o processo até o seu final, quando já se sabia que a absolvição era pertinente ao caso. Temos, portanto, a admissibilidade do julgamento antecipado quando presente uma excludente de tipicidade, de ilicitude (art. 23, CP).
Reforma processual
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Não sendo o caso de rejeição da denúncia ou da queixa ou de julgamento antecipado da lide penal, o juiz designará audiência de instrução e julgamento. A reforma processual penal estabeleceu audiência única, sufragando o princípio da concentração dos atos processuais. Em que pese a audiência ser uma, já se tem admitido o seu desmembramento, sob o fundamento que o excessivo número de atos pode inviabilizar o seu atendimento em um mesmo dia.
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
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Como regra, deve o poder público providenciar a apresentação do acusado em juízo para exercer o seu direito de audiência, ou seja, de acompanhar a instrução do processo. Entretanto, se, estando preso e querendo participar, não for apresentado pelo Estado, a audiência precisa ser adiada para outra data. Conforme o caso, se a prisão cautelar estender-se em demasia, cabe a soltura do réu, afinal, o motivo do adiamento não lhe pode ser debitado.
RÉU PRESO
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A reforma contemplou o princípio da identidade física do juiz no direito processual penal brasileiro. Este princípio tinha aplicação no direito processual civil, porém não no direto processual penal, consistindo na imposição de que o juiz que venha a proferir a sentença seja o mesmo que presidiu a instrução.
Então, o magistrado que presidir a instrução (colheita das provas, em especial, a audiência) torna-se vinculado ao feito, devendo proferir a decisão. (vide artigo 132 do CPC).
IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ
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Somente se dará aos casos ocorridos após o início da vigência da Lei 11.719/08. Trata-se de norma puramente processual, de modo que não opera retroativamente à data do fato criminoso. Somente produz efeitos futuros.
O art. 400 do CPP, aviva que a audiência de instrução e julgamento deve ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contados, do recebimento da denúncia, sendo indiferente se o réu está preso ou solto. 
É prazo impróprio. Deve ser analisado caso a caso, a fim de se verificar o constrangimento ilegal.
APLICABILIDADE
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 Na Lei de Drogas há a previsão de uma defesa preliminar que antecede o recebimento da denúncia ou queixa. Assim, prevê esse diploma legal a notificação do denunciado para o oferecimento da resposta preliminar; no entanto, havendo o recebimento da denúncia ou queixa, o juiz ordenará a citação pessoal do acusado. Somente após o recebimento da inicial acusatória é que a Lei se refere à citação pessoal.
LEI DE DROGAS
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É na audiência (única) de instrução e julgamento que serão as provas serão produzidas ( § 1º), vale dizer:
Tomadas as declarações do ofendido pelo juiz, sendo que o MP e o defensor também poderão reperguntar, e o farão diretamente, em analogia ao que ocorre com as testemunhas (art. 212, CPP). Se não comparecer poderá ser conduzido coercitivamente. 
Tratando-se de ação privada – o não comparecimento – implica a perempção (art. 60, III, CPP). Resulta perempção de perimir, que significa colocar um termo ou extinguir.
AUDIÊNCIA ÚNICA
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- ouvidas as testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem. As testemunhas são em número de 8 (oito), para cada réu e para cada infração imputada (não se compreendendo nesse número as que não prestem compromisso e as referidas). 
Após as perguntas do magistrado, a acusação e o defensor
poderão reperguntar, diretamente, abandonando-se o sistema presidencialista de inquirição. O juiz poderá indeferir uma repergunta.
Audiência
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-Na sequência, serão procedidos os esclarecimentos dos peritos (que dependerão de prévio requerimento das partes), às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas. Os peritos poderão apresentar os esclarecimentos em laudo complementar.
- Por derradeiro, o acusado será interrogado. Com a reforma o interrogatório foi deslocado para o final da instrução, e o réu irá prestar suas declarações após ter contato com todo o manancial probatório produzido em audiência.
Audiência
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Sobre o interrogatório, depoimentos de testemunhas, declarações do ofendido e participação de pessoas em atos processuais, é relevante chamar a atenção para a possibilidade de sua realização por videoconferência ou por tecnologia similar em todos os procedimentos (comuns e especiais), de acordo com o texto da lei nº 11.900/09.
Se o juiz determinar a realização de interrogatório por videoconferência, as partes devem ser intimadas com 10 (dez) dias de antecedência.
VIDEOCONFERÊNCIA
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O acusado terá direito a ser entrevistado RESERVADA e PREVIAMENTE com o seu defensor. 
A nova redação do § 5º, do art. 185, estatui que sejam garantidos canais telefônicos reservados para comunicação do réu com seu defensor quando do interrogatório por videoconferência, haja vista que o réu estará em sala apropriada do presídio e seu defensor no Fórum, perante o juiz.
Entrevista reservada
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Encerrada a produção probatória, ao final da audiência de instrução e julgamento, “O MP, o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução” (art. 402, CPP).
Caso não haja pedido de diligências, ou sendo indeferido pelo juiz, serão abertos os debates, com o oferecimento de “alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais dez” (art. 403, CPP). 
Esse tempo será individual para cada acusado na hipótese de mais de um réu (coautoria ou participação).
Produção probatória
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Então, o juiz proferirá sentença, em audiência. Entrementes, o magistrado “poderá considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais”, caso em que não proferirá sentença em audiência, mas dentro do prazo de dez dias (art. 403, § 3º, CPP).
Toda audiência deve ser registrada, com lavratura de ata ou termo. É a documentação do ato.
SENTENÇA
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Natureza jurídica e efeitos do recebimento da petição inicial (art. 396, CPP).
O recebimento da denúncia ou da queixa não só deflagra o processo, mas também transforma até então quem era mero suspeito em acusado, interrompe o prazo prescricional e fixa a prevenção. É uma verdadeira decisão judicial que deverá ser argumentada.
Verificar o artigo 75 do CPP (distribuição de IP).
Questões complementares
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O acusado, além do seu direito de SILENCIAR, tem a faculdade de não comparecer ao ato de interrogatório, realizado ao final da audiência de instrução. É de duvidosa constitucionalidade a condução coercitiva, apesar da comum aceitação de tal medida no âmbito doutrinário e jurisprudencial.
Direito ao silêncio
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A citação é o ato que completa a formação processual (art. 363, CPP), furtando-se a defesa preliminar em apresentar a preliminar, deve o magistrado assim proceder:
- citação pessoal: nesta hipótese, cabe ao juiz decretar a REVELIA do réu, nomeando-lhe defensor para apresentar a defesa preliminar, com a devolução do prazo;
- citação por hora certa: da mesma forma, o magistrado irá decretar a revelia, nomeando defensor para suprir a omissão.
CITAÇÃO
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Citação por edital: Deve o magistrado, caso o réu não compareça e nem constitua advogado, suspender o processo e o prazo prescricional (art. 366, CPP). 
A prescrição deve ficar suspensa tomando-se como base o tempo abstratamente fixado para a infração (art. 109, CP). 
Superado o lapso e mantida a ausência do réu, o processo continuará suspenso, mas o prazo prescricional volta a tramitar regularmente. 
Se o réu comparece, o processo seguirá o curso regular (art. 363, § 4º, CPP).
CITAÇÃO
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1) Remessa e distribuição do IP ao Judiciário. Na capital paulista é feita à Central de Inquérito (DIPO);
2) Oferecimento da inicial acusatória;
3) recebimento ou rejeição da denúncia ou da queixa-crime;
4) recebida a inicial será determinada a citação do acusado para responder a demanda em 10 dias;
5) resposta à acusação: em 10 dias. Ver os demais casos de citação.
RESUMINDO
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6) Possibilidade de absolvição sumária (julgamento antecipado da lide), em razão da certeza quanto ao fato não constituir crime; presença de excludente de ilicitude, culpabilidade (salvo a inimputabilidade), e causa de extinção da punibilidade;
7) audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, quando devem estar concluídas as diligências requeridas pelas partes.
RESUMINDO
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8) Diligências (necessidade surgida na audiência, se deferidas, quando então os debates orais serão substituídos por memoriais);
9) em situação de complexidade, ou pluralidade de réus, serão apresentados memoriais em cinco dias, a deferimento do juiz;
10) sendo apresentados memoriais, a sentença será prolatada em 10 (dez) dias, prorrogáveis por mais 10.
RESUMINDO
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O rito será comum sumário toda vez que não houver previsão de procedimento especial e o processo “tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja INFERIOR a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade” (art. 394, § 1º, III, CPP).
Atenção!!! (art. 538, CPP) Infrações de menor potencial ofensivo (pena até 2 anos- TC). Ocorre o encaminhamento de peças do JECRIM, por ex, quando a complexidade da causa assim determinar ou quando o acusado não for encontrado para ser citado PESSOALMENTE, eis que a citação editalícia não é compatível com aquele juízo.
PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO
(artigos 531 a 536, CPP)
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É descrita no art. 531 do CPP, que reza que “na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem”, ressalvada a oitiva por carta precatória (art. 222, CPP).
Para a audiência “poderão ser inquiridas até 5 (cinco) testemunhas arroladas pela acusação e cinco pela defesa (art. 532, CPP).
PROCEDIMENTO SUMÁRIO
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Na audiência de instrução e julgamento, após a colheita das provas, serão oferecidas alegações finais orais, “concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença”. 
Encerrados os debates, deve ser prolatada a sentença.
 Não há previsão legal de oferecimento de memoriais escrito no rito comum sumário, nem de conclusão dos autos para a sentença.
AUDIÊNCIA
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1) Remessa e distribuição do IP ao judiciário;
2) oferecimento da inicial acusatória;
3) recebimento ou rejeição da denúncia ou da queixa-crime;
4) recebida a inicial será determinada a citação do acusado para responder a demanda em 10 dias;
5) resposta à acusação: em 10 dias. No caso de acusado citado por edital, esse prazo começa a fluir do seu comparecimento pessoal ou de seu defensor constituído.
RESUMINDO
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6) possibilidade de absolvição sumária (julgamento antecipado da lide), em razão da certeza quanto ao fato NÃO constituir crime; presença de excludente de ilicitude, culpabilidade (salvo a inimputabilidade), e causa de extinção da punibilidade;
7) audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no
prazo máximo de 30 dias, quando devem ser concluídas as diligências requeridas pelas partes. Na audiência serão realizados os seguintes atos processuais, nesta ordem: declarações do ofendido; inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa; esclarecimentos dos peritos; acareações; reconhecimento de pessoas e coisas; interrogatório do acusado; alegações finais orais (debates); sentença.
RESUMINDO
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A CF/88, em seu art. 98, trouxe previsão da instituição dos juizados especiais criminais. A regulamentação do dispositivo adveio com a promulgação da Lei 9.099/95, instituindo um discurso de despenalização e de descarcerização. É a justiça criminal consensual.
Os princípios preconizado pela referida lei são (art. 62) – a oralidade, a informalidade, a economia processual e a celeridade.
PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO (JECRIM)
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A princípio atingia pena até UM ANO, para depois, com a Lei 10.259/01 (juizado no âmbito federal), ampliando para DOIS ANOS. Veja o artigo 61 da Lei 9099/95 (alterado pela Lei 11.316/06).
Na prática, a lei dos juizados especiais inaugurou uma ideologia de controle das camadas menos abastadas da população. 
O acusado aqui recebe o nome de AUTOR DO FATO, para a investigação policial (termo circunstanciado de ocorrência – TCO), para o processo (procedimento), para a ação penal (transação) e para a pena (medida).
LEI 9.099/95
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A fase preliminar se dá no âmbito da polícia judiciária, nas delegacias de polícia. Constatado o cometimento de delito de menor potencial ofensivo (pena até dois anos), a autoridade policial deverá proceder à lavratura de TCO.
Não há que se falar de IP. 
O TC consiste em uma investigação simplificada, com o resumo das declarações das pessoas envolvidas e das testemunhas, e eventualmente com a juntada de exame de corpo de delito para os crimes que deixam vestígios. 
Nos autos do TCO, o delegado tomará o compromisso do autuado de comparecer ao JECRIM em dia e horário designados previamente. 
Depois o TCO é encaminhado ao JECRIM.
FASE PRELIMINAR
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A audiência preliminar pode ter desfechos distintos a depender da iniciativa da ação penal do delito de menor potencial ofensivo. 
Na audiência preliminar, presentes o autuado, vítima, respectivos advogados, responsável civil e o órgão do MP, o juiz estimulará a composição dos danos civis, isto é, sugerirá que as partes se conciliem, mediante indenização ou retratação formulada pelo autor do fato. 
Uma vez obtida a composição, será lavrado o acordo e homologado por sentença, de natureza IRRECORRÍVEL (art. 74, Lei nº 9.099/95).
	Audiência Preliminar
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Se o crime for de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, a composição dos danos civis equivale à renúncia ao direito de queixa ou de representação, com a conseguinte extinção da punibilidade. 
Se for obtida composição dos danos civis em crime de ação penal pública incondicionada, prossegue-se com os demais termos do procedimento.
Iniciativa privada x representação
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Se o crime for contra o ambiente, a composição dos danos civis – e também a transação penal – visará (ão) à reparação do dano ambiental, com destinação das prestações eventualmente ajustadas às instituições de proteção ao meio ambiente (Lei 9.605/97). 
O cuidado no estabelecimento do ajuste da composição dos danos civis é essencial para a resolução do problema causado pela prática do crime de menor potencial ofensivo.
CRIME AMBIENTAL
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Superada a fase da composição civil do dano, segue-se a da transação penal. 
Consiste ela em um acordo celebrado entre o representante do MP e o autor do delito, pelo qual o primeiro propõe ao segundo uma pena alternativa (não privativa de liberdade), dispensando-se a instauração de processo.
Pressupostos: O MP não tem discricionariedade absoluta, mas limitada, uma vez que a proposta de pena alternativa somente poderá ser formulada se satisfeitas as exigências legais.
TRANSAÇÃO PENAL
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Por essa razão, tal faculdade do órgão ministerial é denominada “discricionariedade regrada ou limitada”. 
Os pressupostos são:
Tratar-se de crime de ação penal pública incondicionada ou condicionada à representação do ofendido;
Não ter sido o agente beneficiado anteriormente no prazo de cinco anos pela transação;
Não ter sido o autor da infração condenado por sentença definitiva a pena privativa de liberdade (reclusão, detenção e prisão simples).
TRANSAÇÃO PENAL
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- Não ser caso de arquivamento do TCO;
- Não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida;
- e aceitação da proposta por parte do autor da infração e de seu defensor (constituído, dativo e público).
. A aceitação da proposta não implica reconhecimento da culpabilidade. Em sentido contrário temos Luiz Flávio Gomes.
TRANSAÇÃO PENAL
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O juiz somente pode deixar de homologar o acordo que estiver em desacordo com as exigências legais (aspectos formais); se discordar do conteúdo ou da falta de proposta, deverá aplicar o art. 28 do CPP.
NÃO se admite transação penal extrajudicial.
RECURSO: Da decisão homologatória caberá apelação no prazo de dez dias. (a decisão é considerada interlocutória mista não terminativa, também chamada de sentença com força de definitiva, da qual cabe apelação (art. 592, II, CPP).
HOMOLOGAÇÃO DA 
TRANSAÇÃO PENAL
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A natureza jurídica da sentença homologatória é condenatória, fazendo coisa julgada formal e material. Trata-se, no entanto, de condenação imprópria.
Descumprimento da proposta: Não cabe falar em conversação em pena privativa de liberdade, pois haveria ofensa ao princípio de que ninguém será privado de sua liberdade sem o devido processo legal (art. 5º, LIV, CF). 
No lugar da conversação, deve o juiz dar vista ao MP para oferecimento da denúncia e instauração do processo-crime.
NATUREZA JURÍDICA
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1) ao acusado será entregue cópia da denúncia ou da queixa, ficando com ela citado e ciente da designação de audiência de instrução e julgamento. Não comparecendo o autor do fato à audiência preliminar, terá que ser citado pessoalmente. 
Não sendo encontrado, os autos serão remetidos ao juízo comum, já que não tem cabimento a citação por edital.
2) na audiência de instrução e julgamento, o defensor do acusado poderá apresentar resposta à acusação, objetivando convencer o juiz de que a inicial deve ser rejeitada.
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
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Rejeitada a denúncia, caberá APELAÇÃO em dez dias, julgada pela Turma Recursal. Uma vez recebida, se tiver sido oferecida suspensão condicional do processo, o acusado poderá aceitá-la ou recusá-la. Se aceita a suspensão, com o estabelecimento das condições legais e extralegais, o processo ficará suspenso pelo período de prova (de dois a quatro anos), findo o qual, sem revogação, será declarada extinta a punibilidade.
continuação
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Recebida a denúncia, sendo a defesa preliminar exitosa, é possível, em tese, por força do § 4º do art. 394 do CPP, que o magistrado absolva sumariamente o réu (art. 397, CPP). Não havendo absolvição sumária, será ouvida a vítima. Na sequência, serão ouvidas as testemunhas, a começar pelas arroladas pela acusação.
Após a oitiva das testemunhas será o acusado interrogado. 
Em seguida são iniciados os debates orais, com a sustentação do MP ou querelante e do defensor, pelo prazo que o juiz fixar. 
A sentença será proferida na própria audiência.
continuação
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Da sentença, caberá apelação, no prazo decenal, contados da ciência do MP ou da ciência do réu e do seu defensor, sendo o recorrido intimado para apresentar contra-razões em dez dias.
Da sessão de julgamento do apelo, as partes serão intimadas pela imprensa, ressalvados o MP e a Defensoria Pública que têm prerrogativa de intimação pessoal.
continuação
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Prof. Ms. Claudiney Albino Xavier

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