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Resistência dos Materiais Tensões e Deformações CAPÍTULO 1 – TENSÕES E DEFORMAÇÕES: 1.1. Fundamentos: O estudo da Mecânica abrange a relação entre as diversas forças que atuam em um sólido rígido baseado nas condições de equilíbrio da estática, ou seja, na determinação das reações vinculares externas (equilíbrio externo) e a caracterização das solicitações fundamentais (equilíbrio interno). A Resistência dos Materiais amplia este estudo, procurando determinar a relação entre as solicitações externas e os efeitos provocados no interior dos sólidos por estas e, admite que os corpos sofram deformações, por menores que estas possam ser, podendo estas deformações, quando excessivas, levar o material até a ruptura. Os problemas abrangidos pela Resistência dos Materiais são: projetada a estrutura, verificar a segurança quanto ao carregamento imposto; e, dimensionar a estrutura, a fim de resistir aos esforços com segurança. Para a determinação das solicitações fundamentais, faz-se necessário a análise dos esforços internos, para que nas diversas seções da estrutura, possa-se verificar a existência e a grandeza dos mesmos. 1.2. Método das Seções: Considera-se um corpo rígido em equilíbrio qualquer submetido a forças externas ativas e reativas. F1 F2 m F3 F1 F2 F3 (E) (D) RA n RB RA RB (a) (b) Figura 1.1 A Mecânica, utilizando as equações de equilíbrio externo da estática (FH=0, FV=0, M=0), proporciona a determinação das resultantes das forças aplicadas, o que possibilita a verificação do equilíbrio do corpo. A Resistência dos Materiais estuda a DISTRIBUIÇÃO INTERNA DOS ESFORÇOS provocados pelas forças exteriores ativas e reativas. Para a determinação desta distribuição secciona-se o corpo por um plano m-n, conforme indicado na figura 1.1.b, dividindo-o em duas partes, esquerda (E) e direita (D). Este processo será denominado de MÉTODO DAS SEÇÕES. Para ser possível esta divisão, mantendo o equilíbrio das duas partes, aplica- se na parte (E), um SISTEMA ESTÁTICO EQUIVALENTE aos das forças que atuam na parte (D), e na parte (D), um sistema estático equivalente ao das forças que atuam na parte (E). Este sistema estático é obtido reduzindo-se às forças à esquerda e à direita da seção S em relação a um ponto, sendo este geralmente o centro de gravidade da seção. Assim, a resultante R das forças e o momento resultante M, os quais atuam na parte (E), foram obtidos através das forças que atuam na parte D, e vice-versa. Logo pode-se dizer que a seção S de um corpo em equilíbrio, também esta em equilíbrio submetida a um par de forças R e -R e a um par de momentos M e -M aplicados no seu centro de gravidade e resultante das forças atuantes em (D) e (E), respectivamente. F1 F2 F3 R M (E) (D) M R RA RB Figura 1.2 Para uma melhor compreensão dos efeitos estáticos provocados por R e M na seção S da parte (E), far-se-á a decomposição da força e do momento resultante segundo um triedro escolhido. Para a origem do sistema de eixos do mesmo considera- se o Centro de Gravidade da seção. O triedro será constituído por um eixo normal a seção e ao baricentro (eixo X) e dois eixos tangenciais a seção (eixo Y e eixo Z), coincidindo com os eixos principais de inércia da seção y My F1 F2 Fy=Qy Mx=T (E) Fx=N x RA Fz=Qz Mz z Figura 1.3 Cada uma das seis componentes obtidas, representa um efeito provocado pelas forças aplicadas sobre o sólido em estudo, a seguir descritos: ESFORÇO NORMAL (indicado pela letra N): Representa a soma algébrica das projeções sobre a normal à seção, das forças exteriores situadas à direita ou à esquerda da seção considerada. As forças normais, que atuam em um elemento, tendem a provocar um alongamento (tração) ou encurtamento (compressão) do elemento na direção da força normal. ESFORÇO CORTANTE (indicado pela letra Q): Representa a soma vetorial das projeções sobre o plano da seção das forças exteriores situadas à direita ou à esquerda da seção considerada. As forças cortantes que agem sobre um elemento tendem a provocar um deslizamento de uma face em relação a outra face vizinha. MOMENTO TORSOR (representado pela letra T): Representa a soma algébrica das projeções sobre um eixo perpendicular ao plano da seção e passando pelo seu centro de gravidade, dos momentos das forças exteriores situadas à esquerda ou à direita da seção. Os momentos torsores tendem a torcer as faces em sentidos opostos em torno da normal baricêntrica. MOMENTO FLETOR (representado pela letra M): Representa a soma vetorial das projeções sobre o plano da seção dos momentos das forças exteriores situadas à direita ou à esquerda da seção. Os momentos fletores tendem a fazer girar em sentidos opostos as faces do elemento em torno de retas localizadas nos planos das faces. Do estudo anterior observa-se que o efeito interno provocado pelo carregamento externo, depende da seção escolhida e de sua orientação. Considerando o plano XY, tem-se que a força resultante R do sistema provoca esforço normal e esforço cortante no plano da seção escolhida, conforme figura 1.4.a. F1 F2 Q F1 F2 R R N RA RA (a)(b) Figura 1.4 Caso o plano da seção apresenta-se outra orientação, figura 1.4.b, perpendicular a resultante R, o efeito cortante desapareceria e o efeito de tração alcançaria o máximo valor. Como o objetivo da Resistência dos Materiais é garantir as estruturas que suportem os máximos esforços internos, para qualquer combinação de carga, nos capítulos posteriores verificar-se-á que nem sempre é possível ou conveniente eleger-se uma seção que seja perpendicular a força resultante. Portanto, iniciar-se-á o estudo pela análise em uma seção qualquer, para após, estudar como combinam-se estes efeitos, produzindo os máximos esforços internos. 1.3. Tensões Internas: Seja um corpo, o qual é constituído de pequenas partículas ou moléculas, as quais estão submetidas a forças intra-moleculares e intermoleculares. Estas forças moleculares opõem-se a modificações na forma, as quais seriam provocadas por forças exteriores. As forças exteriores aplicadas provocariam o deslocamento das partículas, os quais continuariam a se deslocar até que o equilíbrio entre forças externas e internas (moleculares) seja estabelecido. Estas forças internas são de natureza vetorial, sendo importante a determinação da intensidade das mesmas, pois a resistência à deformação e a capacidade de resistência do material depende desta intensidade. Como a sua direção poderá variar de ponto a ponto, na prática considera-se a força aplicada em um elemento de área e faz-se a decomposição da mesma em duas componentes, uma paralela e outra perpendicular à seção, conforme indicado na figura 1.5. F1 F2 Te Te dA RA (a) (b) Figura 1.5 Onde Te é a força por unidade de área sendo denominada de TENSÃO. A componente perpendicular à seção será denominada de TENSÃO NORMAL, sendo indicada pela letra grega sigma () e definida por: = lim FNormal = FN (1.1) A->0 A A E, a componente paralela à seção, será denominada de TENSÃO TANGENCIAL, sendo expressa pela letra grega tau (), e definida por: = lim FTangencial = Ftg (1.2) A->0 A A Observando as equações acima, verifica-se que a tensão é uma grandeza vetorial, sendo calculada dividindo-se a força pela área na qual ela atua. Assim, as unidades de tensão são unidades de força por unidades de área, geralmente sendo mais utilizadas kgf/cm2 , Pa= N/m2 e MPa = 106 N/m2. É importante ao aluno de engenharia, o conhecimento de ambas tensões, diferenciando-as claramente. Ratificando o que foi exposto, tem-se que a TENSÃO NORMAL () é resultante das componente perpendicular da forças à seção considerada e a TENSÃO TANGENCIAL () é resultado das componente paralela da forças à esta seção. Deve-se salientar que assumi-se que todas as partículas contribuam igualmente para resistir às forças aplicadas, sendo este comportamento idealizado, pois o sólido é considerado como um material homogêneo e isótropo. Na realidade, algumas partículas contribuem mais para a resistência, e o diagrama real de distribuição de tensões é altamente irregular. Entretanto, adota-se a média das tensões, o que estatisticamente apresenta-se como um valor correto de cálculo. Como efeito da tensão, tem-se a deformação, o que será estudado no próximo tópico. 1.4. Deformações: Como foi visto no tópico anterior, os corpos são constituídos de partículas, ligadas entre si por forças de atração. Com a aplicação de esforços externos (ativos ou reativos), as partículas que constituem o corpo, se deslocam até que ocorra novamente a situação de equilíbrio entre forças externas e os esforços internos resistentes, o que denomina-se de ESTADO DE DEFORMAÇÃO. 1.4.1. Deformação Elástica e Deformação Plástica: Seja a barra da figura abaixo: m n m n x P P (a) (b) Figura 1.6 Sob a ação da carga, a barra alonga-se, o que produzirá Trabalho (W=P.x), conforme figura 1.6.b. Quando há alívio no carregamento, o alongamento da barra também diminui, e a energia potencial de deformação, transforma-se novamente em trabalho. No caso de, com a retirada gradual da carga, o corpo retornar a condição inicial, diz-se que o trabalho externo foi armazenado pelo corpo sob a forma de energia interna de deformação. Estas deformações reversíveis e proporcionais às cargas são denominadas de DEFORMAÇÕES ELÁSTICAS. No entanto, poderá ocorrer que com a retirada do carregamento externo, o corpo não retorne a sua forma e dimensões iniciais, apresentando uma deformação residual ou permanente. O trabalho externo não se converte integralmente em energia interna armazenada pelo corpo, tendo uma parcela deste transformada em calor. A este tipo de deformações, onde não há proporções entre estas e as cargas, e sendo as mesmas irreversíveis, denomina-se de DEFORMAÇÕES PLÁSTICAS. Na Resistência dos Materiais, os problemas elementares serão tratados na fase elástica enquanto que os casos mais complexos e mais avançados serão tratados na fase plástica, os quais não serão abordados nesta disciplina. 1.4.2. Deformação Específica : 1.4.2.1.Deformação Específica Longitudinal: Seja a barra da figura 1.7 de comprimento L e seção transversal constante A, suspensa pelo ponto B. B B L LF L N N (a) (b) Figura 1.7 Aplicando a carga P, a barra sofre uma deformação, alongando-se de L, onde L= LF-L. Defini-se DEFORMAÇÃO ESPECÍFICA LONGITUDINAL como a razão entre a deformação total (alongamento ou encurtamento)sofrido pela barra e o comprimento inicial da mesma, o qual é medido na direção da deformação. Assim pela definição: L = LF - L (1.3) L L que é a expressão da deformação específica longitudinal. Como as deformações totais (L) e os comprimentos (L) são indicados com a mesma unidade, a deformação específica () será uma grandeza adimensional, porém muitas vezes indicada percentualmente ou em m/m. 1.4.2.2. Deformação Tangencial ou Distorção Específica: Do mesmo que forças axiais produzem deformações longitudinais, forças tangenciais produzem distorções ou deformações tangenciais. Num elemento submetido a tensões tangenciais, não há uma variação no comprimento, mas variação na forma, conforme indicado na figura 1.8. Seja o retângulo ABCD, sujeito a tensões tangenciais. Considerando o lado AC como fixo, após a aplicação destas tensões o elemento ficará distorcido, conforme indicado na figura 1.8.b: a a a (a) (b) Figura 1.8 Assim, DISTORÇÃO ESPECÍFICA ou ESCORREGAMENTO ESPECÍFICO, é a razão entre o deslocamento produzido e o comprimento respectivo, medido na direção normal a este deslocamento. Logo, de acordo com a definição acima e com o retângulo representado, obtém-se o valor da distorção através da relação: tg a (1.4) a Ou seja a distorção define a variação que sofreu o ângulo reto entre duas faces perpendiculares de um elemento devido a atuação das tensões tangenciais. Como ocorre na deformação específica, a distorção específica() é adimensional, podendo muitas vezes ser expressa percentualmente, em taxa milesimal ou em rad. 1.5. Lei de Hooke: Por intermédio de análises experimentais sobre a distensão de barras, estabeleceu-se que o alongamento sofrido por barras de diferentes materiais, até certos limites, é proporcional a força de tração. Esta relação linear foi enunciada em 1678 pelo cientista inglês Robert Hooke, sendo denominada de Lei de Hooke: " As tensões e as deformações específicas são proporcionais, enquanto não se ultrapassar o limite elástico." No ano de 1807, Thomas Young introduziu a expressão matemática da Lei de Hooke, com uma constante de proporcionalidade que denominou de MÓDULO DE YOUNG, sendo esta denominação alterada, posteriormente, para MÓDULO DE ELASTICIDADE (E), valor este que indica a rigidez ou capacidade de resistir à deformações do material. Assim a Lei de Hooke poderá ser escrita segundo a seguinte expressão: E = (1.5) O valor do módulo representa uma propriedade definida do material. Para os aços encontra- se entre 200 e 210 GPa e, para o concreto varia, principalmente, com o agregado graúdo utilizado, e encontra-se entre 20 e 40 GPa. A Lei de Hooke é aplicada até o limite de proporcionalidade, para os materiais dúcteis e, para os frágeis, até o limite de resistência. Assim, as fórmulas que se seguem, utilizadas nos diferentes tópicos a serem abordados, estão embasadas nesta relação. Logo, o emprego destas formulações estão limitadas a atuação de tensões muito baixas no material. Exemplo 1.1: Em um ensaio de tração, realizado com um corpo de prova de alumínio, a barra esta submetida a uma tensão normal de 164,3 MPa. Sabendo-se que o módulo de elasticidade do alumínio é de 70,0 GPa, determine a deformação da barra neste instante. Solução: Aplicando a equação 1.8, que representa a Lei de Hooke, tem-se : = = 64,3 x 106 Pa = 0,000918 E 70,0 x 109 Pa ou seja, para cada metro de barra ensaiada esta apresenta um alongamento de 0,918 mm. 1.6. Lei de Poisson: Seja a peça representada na figura: P P y y z A z P P x x (a) (b) Figura 1.9 Conforme o que foi visto na seção anterior, até o limite de elasticidade do material, as tensões e deformações obedecem a Lei de Hooke. Assim, a deformação na direção x será dada por: x = x E No entanto, não havendo carregamento atuante nas direções y e z, as tensões nestas direções serão nulas (y = z = 0). Este fato, poderá levar a assumir que as deformações nestas direções, y e z, também são nulas, o que de fato não acontece. Nos materiais o alongamento produzido por uma força "P", na mesma direção desta força, acarreta numa contração na direção transversal. Poisson, em 1811, após observações experimentais, verificou a deformação transversal que ocorria em peças submetida a esforços normais, e concluiu que a relação entre as deformações unitárias entre duas direções é constante, dentro do limite de proporcionalidade, o que denominou de COEFICIENTE DE POISSON, sendo este coeficiente indicado pela letra grega ni (). Logo: = - deformação transversal = - t (1.6) deformação axial sendo que: t = a (1.7) a onde a deformação transversal indica a relação entre a variação sofrida pela aresta devido ao alongamento e a aresta inicial. Outras conclusões sobre os experimentos são que as de deformações longitudinal e transversal são semprede sinais contrários (fato este representado na fórmula anterior pelo sinal negativo) e, que numa mesma seção transversal, a deformação específica transversal é constante. O coeficiente de Poisson "", bem como o módulo de elasticidade "E", é um valor constante e característico de cada material. Neste trabalho, o coeficiente de Poisson será utilizado apenas na fase elástica dos materiais. Convém relembrar, que este efeito apresentado pelos materiais, não acrescenta tensões adicionais aos mesmos, exceto no caso de ter-se as deformações restringidas, o que também ocorre nas expansões e contrações térmicas, o que será posteriormente analisado. . Exemplo 1.2: Considerando, ainda, a barra do exemplo 1.1, determinar a variação do diâmetro, para a deformação calculada, sabendo-se que o coeficiente de Poisson para o alumínio é de 0,35 e o diâmetro inicial da barra era de 0,06 m. Solução: Inicialmente, o cálculo da deformação transversal será realizado utilizando a equação 1.6 e relembrando que o valor da deformação específica longitudinal é de 9,18 x 10-2: = - t t = - tx tx O cálculo da variação do diâmetro será realizado empregando a equação 1.10: d = t . d d = - 3,21 x 10-4 . 0,06 m d = - 1,93 x 10-5 m observando o resultado, verifica-se que este apresenta um sinal negativo, o qual indica a estricção sofrida pela barra de alumínio durante a realização do ensaio de tração, ou seja, o diâmetro de 6 cm, sofre uma redução aproximada de 0,02 mm. 1.7. Lei de Hooke Generalizada: No item anterior, definiu-se o coeficiente de Poisson como a relação entre a deformação transversal e a deformação axial num elemento submetido a uma força normal. Esta relação somente poderá ser empregada para um estado simples de tensão, ou seja, para tensão atuante numa única direção. Neste tópico, será, desenvolvida as equações envolvendo tensão e deformação para um estado de tensão mais generalizado. Seja o bloco da figura abaixo: y y z x x z x z y Figura 1.10 Este elemento estrutural está submetido à ação de cargas que atuam nas três direções, produzindo tensões normais x, ye z, sendo todas diferentes de zero. Denomina-se este estado de ESTADO MÚLTIPLO DE TENSÕES. Deseja-se determinar as expressões dos componentes da deformação x, y e z em função das tensões x, y e z. Logo, considera-se separadamente os efeitos das tensões x, y e z conforme figura abaixo: y y y y z x x x x x z z z y z (a) (b) (c) Figura 1.11 Considerando, inicialmente, as componentes das deformações provocados apenas por x, tem-se: xx = x - alongamento específico longitudinal, na direção x, devido a x; E yx = - x - encurtamento específico transversal na direção y, devido a x; E zx = - x -encurtamento específico transversal na direção z, devido a x; E Para a tensão y, tem-se: xy = - y - encurtamento específico transversal na direção x, devido a y; E yy = y -alongamento específico longitudinal na direção y, devido a y; E zy = - y -encurtamento específico transversal na direção z, devido a y; E Do mesmo modo para z, tem-se: xz = - z - encurtamento específico transversal na direção x, devido a z; E yz = - z -encurtamento específico transversal na direção y, devido a z; E zz = z -alongamento específico longitudinal na direção z, devido a z. E Combinando as correspondentes componentes da deformação: x = xx + xy + xz (1.8) y = yx + yy + yz (1.9) z = zx + zy + zz (1.10) x = x - y - z (1.11) E E E y = - x + y - z (1.12) E E E z = - x - y + z (1.13) E E E ou: x = 1 [x - (y + z)] (1.14) E y = 1 [y - (x + z)] (1.15) E z = 1 [z - (x + y)] (1.16) E O conjunto destas expressões (1.14, 1.15, 1.16) é conhecido como "Lei de Hooke Generalizada", fornecendo as deformações por unidade de comprimento em um elemento submetido a um estado múltiplo de tensões. A deformação total em cada direção será dada por: x = x.Lx (1.17) y = y.Ly (1.18)z = z.Lz (1.19) Observe, ainda que, um estado plano de tensões, não implica em um estado plano de deformações, ou seja, se x ╪ 0 y ╪ 0 e z = 0, tem-se x ╪ 0, y ╪ 0 e z ╪ 0. Além disso, na dedução realizada as tensões foram consideradas de tração, sendo portanto positivas. Caso fossem de compressão, o sinal negativo seria considerado nas equações. Quanto as deformações, resultados positivos indicam alongamentos, enquanto resultados negativos indicam encurtamentos. Exemplo 1.3: Um cubo foi concretado em uma forma de madeira de 0,25 m de lado, devendo este estar submetido a uma força de 240 KN. Determine a pressão atuante nas paredes da forma. P P Solução: A tensão atuante no topo do cubo será dada pela equação 1.1: y = F y = - 240000 N = - 3,84 MPa A (0,25 m )2 o sinal negativo aparece por ter-se uma força de compressão. As deformações nas direções x e z, estão impedidas pelas paredes da forma, logo x = 0 e z = 0, utilizando as equações 1.14 e 1.15: x = 0 = 1[ x - 0,18 (-3,84 + z)] E z = 0 = 1[z - 0,18 (x - 3,84)] Resolvendo o sistema com duas equações e duas incógnitas, obtém-se os valores x e z: x + 0,69 - 0,18 z = 0 z - 0,18 x + 0,69 = 0 x = z = - 0,843 MPa o valor calculado indica que a forma de madeira esta submetida a uma compressão em todas as paredes de 0,843 MPa.
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