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___________________________________________ Instituto de Ciências Exatas - Departamento de Matemática Cálculo I – Profª Maria Julieta Ventura Carvalho de Araujo Capítulo 4: Derivada 4.1- A Reta Tangente Seja )(xfy = uma curva definida no intervalo ( )ba, e sejam ( ) ( )2211 , e , yxQyxP dois pontos distintos da curva )(xfy = . Seja s a reta secante que passa pelos pontos P e Q. Considerando o triângulo retângulo PMQ, na figura ao lado, temos que a inclinação da reta s, ou coeficiente angular de s, é: x y xx yytg ∆ ∆ = − − = 12 12α . Suponhamos agora que, mantendo P fixo, Q se mova sobre a curva em direção a P. Diante disto, a inclinação da reta secante s variará. A medida que Q vai se aproximando cada vez mais de P, a inclinação da secante varia cada vez menos, tendendo para um valor limite constante. Esse valor limite é chamado inclinação da reta tangente à curva no ponto P, ou também inclinação da curva em P. Definição: Dada uma curva )(xfy = , seja ( ) , 11 yxP um ponto sobre ela. A inclinação da reta tangente à curva no ponto P é dada por ( ) 12 12 1 )()(limlim 12 xx xfxf x yxm xxPQ − − = ∆ ∆ = →→ , quando o limite existe. Fazendo hxxxxx +=∆+= 1212 ou podemos escrever: ( ) h xfhxf x xfxxfxm hx )()(lim)()(lim 11 0 11 01 −+ = ∆ −∆+ = →→∆ . Equação da Reta Tangente Se a função )(xf é contínua em )(1 fDx ∈ , então a reta tangente à curva )(xfy = em ( ))(, 11 xfxP é: a) A reta que passa por P tendo inclinação ( ) h xfhxf x xfxxfxmm hx )()(lim)()(lim 11 0 11 01 −+ = ∆ −∆+ == →→∆ , se este limite existe. Neste caso, temos a equação: )()( 11 xxmxfy −=− . b) A reta 1xx = , se h xfhxf h )()(lim 11 0 −+ → for infinito. Exemplos: 1. Encontre a inclinação da reta tangente à curva 122 +−= xxy no ponto ( )11, yx . 60 2. Encontre a equação da reta tangente à curva 32 2 += xy no ponto cuja abscissa é 2. 3. Encontre a equação da reta tangente à curva xy = , que seja paralela à reta 0148 =+− yx . Lembrete: Duas retas são paralelas se, e somente se, seus coeficientes angulares são iguais. 4- Encontre a equação para a reta normal à curva 2xy = no ponto ( )4,2P . Lembretes: a) Reta normal a uma curva no ponto P é a reta perpendicular à reta tangente à curva no ponto P; b) Duas retas de coeficientes angulares m1 e m2 são perpendiculares se, e somente se, m1 . m2 = – 1. 61 4.2- Velocidade e Aceleração Suponhamos que um corpo se move em linha reta e que )(tss = represente o espaço percorrido pelo móvel até o instante t. Então, no intervalo de tempo entre ttt ∆+ e , o corpo sofre um deslocamento )()( tsttss −∆+=∆ . 1. Velocidade Velocidade média do corpo no intervalo de tempo entre ttt ∆+ e é o quociente do espaço percorrido pelo tempo gasto em percorrê-lo, isto é, t tstts t svm ∆ −∆+ = ∆ ∆ = )()( . Velocidade instantânea do corpo no instante t ou velocidade no instante t é o limite das velocidades médias quando t∆ se aproxima de zero, isto é, t tstts t stv tt ∆ −∆+ = ∆ ∆ = →∆→∆ )()(limlim)( 00 . 2. Aceleração Aceleração média do corpo no intervalo de tempo entre ttt ∆+ e é dada por t tvttv t vam ∆ −∆+ = ∆ ∆ = )()( . Aceleração instantânea do corpo no instante t é o limite das acelerações médias quando t∆ se aproxima de zero, isto é, t tvttvta t ∆ −∆+ = →∆ )()(lim)( 0 . Exemplos: 1. No instante t = 0 um corpo inicia um movimento em linha reta. Sua posição no instante t é dado por 216)( ttts −= . Determine: a) a velocidade média do corpo no intervalo de tempo [ ]4,2 ; b) a velocidade do corpo no instante t = 2; c) a aceleração média no intervalo [ ]4,0 ; d) a aceleração no instante t = 4. 62 2. A equação do movimento de um corpo em queda livre é 2 2 1 gts = , onde 2/8,9 smg ≅ é a aceleração da gravidade. Determine a velocidade e a aceleração do corpo em um instante qualquer t. 4.3- A Derivada de uma Função num Ponto A derivada de uma função )(xf no ponto 1x , denotada por )(' 1xf , é definida pelo limite x xfxxfxf x ∆ −∆+ = →∆ )()(lim)(' 11 01 , quando este limite existe. Neste caso, dizemos que a função )(xf é derivável (ou diferenciável) no ponto 1x . Também podemos escrever: 12 1211 01 )()(lim)()(lim)(' 12 xx xfxf h xfhxfxf xxh − − = −+ = →→ . Observação: Como vimos, este limite nos dá a inclinação da reta tangente à curva )(xfy = no ponto ))(,( 11 xfx . Portanto, geometricamente, a derivada da função )(xfy = no ponto 1x representa a inclinação da curva neste ponto. 4.4- A Derivada de uma Função A derivada de uma função )(xfy = é a função denotada por )(' xf tal que seu valor em qualquer )( fDx ∈ é dado por x xfxxfxf x ∆ −∆+ = →∆ )()(lim)(' 0 , se este limite existir. Dizemos que uma função é derivável (ou diferenciável) quando existe derivada em todos os pontos de seu domínio. Outras notações podem ser usadas no lugar de )(' ' xfy = : a) )(xfDx (lê-se derivada de f(x) em relação a x); b) yDx (lê-se derivada de y em relação a x); c) dx dy (lê-se derivada de y em relação a x). 63 Exemplos: 1. Dada a função 165)( 2 −+= xxxf , encontre )2(' f . 2. Dada a função 3 2)( + − = x xxf , encontre )(' xf . 3. Dada xxf =)( , encontre )4(' f . 4. Dada 3 1 )( xxf = , encontre )(' xf . 64 4.5- Continuidade de Funções Deriváveis Teorema Toda função )(xfy = derivável num ponto )(1 fDx ∈ é contínua nesse ponto. Demonstração: Sendo f derivável em 1x então 1 1 1 )()(lim)(' 1 xx xfxfxf xx − − = → existe. Assim temos: [ ] ( ) ( ) 00).(' lim.)()(lim.)()(lim)()(lim 11 1 1 1 1 1 1 1111 ==− − − = − − − =− →→→→ xfxx xx xfxfxx xx xfxfxfxf xxxxxxxx . Logo, [ ] [ ] )()(0)(lim)()(lim)()()(lim)(lim 111111 1111 xfxfxfxfxfxfxfxfxf xxxxxxxx =+=+−=+−= →→→→ . Portanto, f é contínua em 1x . 4.6- Exercícios Páginas 127 e 128 do livro texto. 4.7- Derivadas Laterais Definições: Seja )(xfy = uma função definida no intervalo ( )ba, e ( )bax ,1 ∈ . a) A derivada à direita de 1 em xf , denotada por )(' xf+ , é definida por 1 111 0 1 )()(lim)()(lim)(' 1 xx xfxf h xfhxfxf xxh − − = −+ = ++ →→ + , caso este limite exista. b) A derivada à esquerda de 1 em xf , denotada por )(' xf− , é definida por 1 111 0 1 )()(lim)()(lim)(' 1 xx xfxf h xfhxfxf xxh − − = −+ = −− →→ − , caso este limite exista. c) Uma função é derivável em um ponto 1x se, e somente se, as derivadas à direita e à esquerda nesse ponto existem e são iguais. d) Quando as derivadas laterais (direita e esquerda) existem e são diferentes em um ponto 1x , dizemos que o ponto ( ))(, 11 xfx é um ponto anguloso do gráfico de f. e) Uma função f definida no intervalo [ ]ba, é derivável em [ ]ba, se é derivável no intervalo aberto ( )ba, e se existem a derivada à direita e a derivada à esquerda da função f em a e b, respectivamente. Observação: Para fazer uma análise gráfica da existência da derivada em um ponto, podemos traçar retas secantes que passam pelo ponto dado e por outro na sua vizinhança e observar a sua posição limite (posição de tangência). Quando as secantes não têm uma única posição limite ou se tornam verticais, a derivada não existe. No primeiro caso, estamos diante da situação em que as derivadas laterais existem, mas são diferentes (ponto anguloso) e não há reta tangenteà curva neste ponto; no segundo caso, as retas 65 secantes convergem para a posição vertical e, se − ∞=+ ∞= −+ →→ )(' lim e )(' lim 11 xfxf xxxx ou + ∞=− ∞= −+ →→ )(' lim e )(' lim 11 xfxf xxxx , dizemos que estamos diante de um ponto cuspidal do gráfico de f , sendo 1xx = a reta tangente neste caso. Exemplos: 1. Seja f a função definida por ≥− <− = 2 se , 7 2 se , 13 )( xx xx xf . a) Esboce o gráfico de f. b) Mostre que f é contínua em 2. c) Encontre )2('+f e )2('−f . d) A função f é derivável em 2? Justifique sua resposta. 2. Seja a função ( ) xxxf . 2)( −= . a) Encontre )0('+f e )0('−f . b) A função f é derivável em x = 0? Justifique sua resposta. 4.8- Exercícios Páginas 132 e 133 do livro texto. 66 4.9- Regras de Derivação As regras de derivação permitem determinar as derivadas das funções sem o uso da definição. R1 – Derivada de uma Constante Se c é uma constante e cxf =)( , para todo Rx ∈ , então 0)(' =xf . Demonstração: 00limlim)()(lim)(' 000 == − = −+ = →→→ hhh h cc h xfhxfxf . R2 – Regra da Potência (expoente positivo) Se n é um número inteiro positivo e nxxf =)( , então 1 )(' −= nxnxf . Demonstração: ( ) = −+ − ++ + + = −+ = −+ = −−− →→→ h xhxh n n hx n hx n x h xhx h xfhxfxf nnnnnn h nn hh 1221 000 1 ... 21 limlim)()(lim)(' = + − ++ + = + − ++ + = −−−− → −−−− → 1221 0 1221 0 1 ... 21 lim 1 ... 21 lim nnnn h nnnn h hxh n n hx n x n h hxh n n hx n x n h 1111 )!1( 1 )!1( )!1( !1 ! 1 −−−− = − − = − = = nnnn xnx n nnx n nx n . Exemplos: a) Se 5)( xxf = então 45)(' xxf = . b) Se xxg =)( então 1)(' =xg . c) Se 10)( xxh = então 910)(' xxh = . R3 – Derivada do produto de uma constante por uma função Sejam f uma função, c uma constante e g a função definida por )()( xcfxg = . Se )(' xf existe, então )(' )(' xcfxg = . Demonstração: )(' )()(lim)()(lim)()(lim)()(lim)(' 0000 xcf h xfhxfc h xfhxfc h xcfhxcf h xghxgxg hhhh = −+ = −+ = −+ = −+ = →→→→ Exemplos: a) Se 28)( xxf = então xxxf 16)2(8)(' == . b) Se 72)( ttg −= então 66 14)7(2)(' tttg −=−= . 67 R4 – Derivada de uma soma Sejam f e g duas funções e s a função definida por )()())(()( xgxfxgfxs +=+= . Se )(' xf e )(' xg existem, então )(' )(' )(' xgxfxs += . Demonstração: [ ] [ ] = +−+++ = −+ = →→ h xgxfhxghxf h xshxsxs hh )()()()(lim)()(lim)(' 00 [ ] [ ] )(' )(' )()(lim)()(lim)()()()(lim 000 xgxf h xghxg h xfhxf h xghxgxfhxf hhh += −+ + −+ = −++−+ = →→→ . Exemplos: a) Se 583)( 4 ++= xxxf então 81201.8)4(3)(' 33 +=++= xxxf . b) Se 7249)( 25 ++−= ttttg então 2845)(' 4 +−= tttg . R5 – Derivada de um produto Sejam f e g duas funções e p a função definida por )().())(.()( xgxfxgfxp == . Se )(' xf e )(' xg existem, então )().(' )(').()(' xgxfxgxfxp += . Demonstração: [ ] [ ] = −++ = −+ = →→ h xgxfhxghxf h xphxpxp hh )().()().(lim)()(lim)(' 00 [ ] [ ] ).(' ).()(' ).( )()().(lim)()().(lim)()().()()().(lim )().()().()().()().(lim 000 0 xfxgxgxf h xfhxfxg h xghxghxf h xfhxfxgxghxghxf h xgxfxghxfxghxfhxghxf hhh h += = −+ + −+ += −++−++ = = −+++−++ = →→→ → Exemplos: a) Se )).(12()( 243 xxxxf +−= então )).(6()24).(12()(' 24233 xxxxxxxf +++−= . b) Se )4).(5( 2 1)( 62 ttttg ++= então )4).(2( 2 1)46).(5( 2 1)(' 652 ttttttg ++++= . R6 – Derivada de um quociente Sejam f e g duas funções e q a função definida por )( )()()( xg xfx g fxq = = , onde 0)( ≠xg . Se )(' xf e )(' xg existem, então [ ]2)( )(' ).()(' ).()(' xg xgxfxfxgxq −= . Demonstração: = + +−+ = − + + = −+ = →→→ )().( )().()().(.1lim)( )( )( )( lim)()(lim)(' 000 xghxg hxgxfxghxf hh xg xf hxg hxf h xqhxqxq hhh 68 [ ] .)( )(' ).()().(' )(lim).(lim )()(lim).(lim)(lim.)()(lim )().( )()()()(.)()( lim )().( )().()().()().()().(.1lim 2 00 0000 00 xg xgxfxgxf xghxg h xghxgxfxg h xfhxf xghxg h xghxgxfxg h xfhxf xghxg hxgxfxgxfxgxfxghxf h hh hhhh hh − = + −+ − −+ = = + −+ − −+ = + +−+−+ = →→ →→→→ →→ Exemplos: a) Se 35 32)( 2 4 +− − = xx xxf então 22 432 )35( )52).(32()8).(35()(' +− −−−+− = xx xxxxxxf . b) Se x xg 1)( = então 22 11.10.)(' xx xxg −=−= . R7 – Regra da Potência (expoente negativo) Se nxxf −=)( , onde n é um número inteiro positivo e 0≠x , então 1 )(' −−−= nxnxf . Demonstração: Como n n x xxf 1)( == − então 12 1 2 1 )( .10.)(' −− −− −= − = − = n n n n nn xn x xn x xnxxf . 4.10- Exercícios Páginas 138 e 139 do livro texto. 4.11- Derivada da Função Composta (Regra da Cadeia) Teorema Sejam )( e )( xfuugy == funções deriváveis, com Im(f) ⊂ D(g). Então a composta ))(( xfgy = é derivável e vale a regra da cadeia: dx du du dy dx dyxfxfgxfugxy . seja,ou ),(' )).((' )(' ).(' )(' === . Exemplos: 1. Dada a função 72 )25( ++= xxy , determinar dx dy . 2. Dada a função 5 12 23 + + = x xy , encontrar ' y . 69 3. Dada a função 2232 ).()13( xxxy −+= , determinar ' y . Proposição (Regra da Potência para Funções Quaisquer) Se )(xgu = é uma função derivável e n é um número inteiro não nulo, então [ ] [ ] )(' .)()( 1 xgxgnxg dx d nn − = . Demonstração: Fazendo )( onde , xguuy n == , e aplicando a Regra da Cadeia, temos: [ ] [ ] )(' .)( )(' . . )( 11 xgxgnxgun dx du du dy dx dyxg dx d nnn −− ==== . Observação: A Regra da Potência pode ser generalizada como segue e será demonstrada mais adiante: Se )(xgu = é uma função derivável e r é um número racional não nulo qualquer, então [ ] [ ] ( ) ' . ' seja,ou , )(' .)()( 11 uuruxgxgrxg dx d rrrr −− == . Exemplos: 1- Dada a função 55)( 2 += xxf , determinar )(' xf . 2- Dada a função 3 3 2 1 )( + = t ttg , determinar )(' tg . 3- Determinar a derivada das seguintes funções: a) ( ) xxxy +++= 38 42 b) 3 1 2 − + = x xy c) 3 2 276 ++= xxy 70 4.12- Derivada da Função Inversa Teorema Seja )(xfy = uma função definida em um intervalo aberto ( )ba, . Suponhamos que )(xf admita uma função inversa )(ygx = contínua. Se )(' xf existe e é diferente de zero para qualquer ( )bax ,∈ , então ( ))(' 1 )(' 1)(' valee derivável é 1 ygfxf ygfg === − . Demonstração: Sejam )()( e )( xfxxfyxfy −∆+=∆= . Observamos que, como f possui uma inversa, se 0≠∆ x temos que )()( xfxxf ≠∆+ e, portanto, 0≠∆ y . Como f é contínua, quando 0→∆ x temos que 0→∆ y . Da mesma forma, quando 0→∆ y , então )()( ygyygx −∆+=∆ também tende a zero. Por outro lado, para qualquer )(xfy = vale a identidade: x xfxxfxfxxf x xfxxf xxx y ygyyg ∆ −∆+= −∆+ ∆ = −∆+ −∆+ = ∆ −∆+ )()( 1 )()()()( )()()( . Como )(' xf existe e é diferente de zero para qualquer ( )bax ,∈ obtemos )(' 1 )()(lim 1)()(lim 0 0 xf x xfxxfy ygyyg x y = ∆ −∆+=∆ −∆+ →∆ →∆ . Concluímos que )(' 1)(' valee existe)(' xf ygyg = . Exemplos: 1- Seja 34)( −== xxfy . A sua inversa é dada por )3( 4 1)( +== yygx . Temos 4 1)(' e 4)(' == ygxf . 2- Seja 38xy = . Sua inversa é 3 2 1 yx = . Como 224' xy = é maior que zero para todo x ≠ 0 temos 3 22 3 2 6 1 2 124 1 24 1 yy xdy dx = == . Para x = 0 temos y = 0 e 0' =y . Logo, não podemos aplicar o teorema para x = 0. 4.13- Derivadas das Funções Elementares 4.13.1 – Derivada da Função Exponencial Se xay = , sendo 1 e 0 ≠> aa , então aay x ln.' = . Em particular, se xey = , então xx eeey == ln.' . Demonstração: Seja xaxfy == )( . Temos: aa h aa h aa h aa h xfhxfxf x h h x h hx h xhx hh ln.1lim . lim)1(limlim)()(lim)(' 00000 = − = − = − = −+ = →→→ + →→ . 71 4.13.2 – Derivada da Função Logarítmica Se xy alog= , sendo 1 e 0 ≠> aa , então ex y alog 1' = . Em particular, se xy ln= , então x e x y 1ln1' == . Demonstração: Seja xxfy alog)( == . Temos: = += + = + = −+ = −+ = →→→→→ x h hx hx hh x hx h xhx h xfhxfxf ahah a h aa hh 1log1limlog1lim log limlog)(loglim)()(lim)(' 00000 = += += += += += →→→→→ x x h ha h ha h ha h ha h ah h x h x h x h h x h x h . 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 11limlog11limlog1limlog1limlog1loglim e x e h x a x a x h x ha log.1log11limlog 1 1 0 == += → . 4.13.3 – Derivada da Função Exponencial Composta Se vuy = , onde )( e )( xvvxuu == são funções de x, deriváveis num intervalo aberto I e 0)( >xu , Ix ∈∀ , então ' . ln. ' ..' 1 vuuuuvy vv += − . Demonstração: Usando as propriedades de logaritmos, podemos escrever uvuv eeuy v ln.ln === . Assim, ))(( xgofy = , onde ln.)( e )( uvxfwewg w === . Como existem as derivadas ' . ln' . . 1.)(' e )(' vuu u vxfewg w +== , pela regra da cadeia temos: ' . ln.' ..' . ln.' ..' . ln' .' . ln' ..)(' ).(' ' 1ln. vuuuuvvuu u uvuvu u uvevu u uvexfwgy vvvvuvw +=+= += +== − . Observação: Usando a regra da cadeia obtemos as fórmulas gerais das derivadas das funções exponencial e logarítmica: ' . ln.' )1 e 0( uaayaaay uu =⇒≠>= ' .' ueyey uu =⇒= e u uyaauy aa log ' ' )1 e 0( log =⇒≠>= u uyuy ' ' ln =⇒= Exemplos: Determinar a derivada das seguintes funções: a) 132 23 −+= xxy 72 b) x y = 2 1 c) 1 1 − + = x x ey d) xxey ln.= e) )173(log 22 −+= xxy f) + = 1 ln x ey x g) ( ) 122 1 −+= xxy 4.13.4 – Derivadas das Funções Trigonométricas a) Derivada da Função Seno Se senxy = , então xy cos' = . Demonstração: = + = + = ++−+ = −+ = →→→→→ 2 2coslim. 2 .2 2 2 lim2 2cos. 2 2 lim2 cos. 2 2 lim)(lim' 00000 hx h hsen h hxhsen h xhxxhxsen h senxhxseny hhhhh xx coscos.1 == . b) Derivada da Função Cosseno Se xy cos= , então senxy −=' . Demonstração: = + −= + − = −+++ − = −+ = →→→→→ 2 .2 2lim. 2 2lim22 . 2 22 lim2 . 2 2 limcos)cos(lim' 00000 h hsenhxsen h hsenhxsen h xhxsenxhxsen h xhxy hhhhh senxsenx −=−= 1. 2 1.2 . 73 c) Derivadas das demais Funções Trigonométricas Como as demais funções Trigonométricas são definidas a partir do seno ou cosseno, podemos usar as regras de derivação para encontrar suas derivadas. Por exemplo, se x senxtgxy cos == então x xx xsenx x senxsenxxxy 222 22 2 seccos 1 cos cos )(cos )(cos.cos' ==+=−−= . Analogamente, encontramos: xygxy 2seccos' cot −=⇒= tgxxyxy .sec' sec =⇒= gxxyxy cot.seccos' seccos −=⇒= Observação: Usando a regra da cadeia obtemos as fórmulas gerais das derivadas das funções trigonométricas: ' . cos' uuysenuy =⇒= ' . ' cos usenuyuy −=⇒= ' . sec' 2 uuytguy =⇒= ' . seccos' cot 2 uuyguy −=⇒= ' . . sec' sec utguuyuy =⇒= ' . co . seccos' seccos utguuyuy −=⇒= Exemplos: Determinar a derivada das seguintes funções: a) )( 2xseny = b) = x y 1cos c) xgxtgy 3cot3 += d) gx xy cot1 cos + = e) )73sec( 2 ++= xxy f) − + = 1 1seccos x xy 74 4.13.5 – Derivadas das Funções Trigonométricas Inversas a) Derivada da Função Arco Seno Seja [ ] −→− 2 , 2 1,1: pipif definida por senxarcxf )( = . Então )(xfy = é derivável em ( )1,1− e 21 1' x y − = . Demonstração: Sabemos que: −∈=⇔= 2 , 2 , pipiysenyxarcsenxy . Como ' )(seny existe e é diferente de zero para todo −∈ 2 , 2 pipiy , aplicando o teorema da função inversa obtemos: ( )1,1 para , 1 1 1 1 cos 1 ' )( 1' 22 −∈ − = − === x xysenyseny y . b) Derivada da Função Arco Cosseno Seja [ ] [ ]pi,01,1: →−f definida por xarcxf cos )( = . Então )(xfy = é derivável em ( )1,1− e 21 1' x y − − = . Demonstração: Usando a relação senxarcxarc 2 cos −= pi obtemos: ( ) ( )1,1 para , 1 1' 2 ' cos ' 2 −∈ − − = −== x x senxarcxarcy pi . c) Derivada da Função Arco Tangente Seja −→ 2 , 2 : pipiRf definida por tgxarcxf )( = . Então )(xfy = é derivável e 21 1' x y + = . Demonstração: Sabemos que: −∈=⇔= 2 , 2 , pipiytgyxarctgxy . Como ' )(tgy existe e é diferente de zero para todo −∈ 2 , 2 pipiy , aplicando o teorema da função inversa obtemos: 222 1 1 1 1 sec 1 ' )( 1' xytgytgy y + = + === . 75 d) Derivada da Função Arco Cotangente Seja ( )pi,0: →Rf definida por xarcxf cotg )( = . Então )(xfy = é derivável e 21 1' x y + − = . Demonstração: Usando a relação tgxarcgxarc 2 cot −= pi obtemos: ( ) 21 1' 2 ' cot ' x tgxarcgxarcy + − = −== pi . e) Derivada da Função Arco Secante Seja ( ] [ ) ∪ →+ ∞∪−∞− pi pipi , 22 ,0,11,:f definida por xarcxf sec )( = . Então )(xfy = é derivável em ( ) ( )+ ∞∪−∞− ,11, e 1 1' 2 − = xx y . Demonstração: Usando a relação = x arcxarc 1cos sec e a regra da cadeia obtemos: ( ) = − = − = − − − = − − = == x xx x xxx x x x arcxarcy 1. 1 1. 11. 1 1' x 1. 11 1' x 1cos ' sec ' 22 2 222 2 22 1 onde , 1. 1 1. 222 > − = − = x xxxx x . f) Derivada da Função Arco Cossecante Seja ( ] [ ) ∪ −→+ ∞∪−∞− 2 ,00, 2 ,11,: pipif definida por xarcxf cossec )( = . Então )(xfy = é derivável em ( ) ( )+ ∞∪−∞− ,11, e 1 1' 2 − − = xx y . Demonstração: Usando a relação = x senarcxarc 1 cossec e a regra da cadeia obtemos: ( ) = − − = − − = − − = − = == x xx x xxx x x x senarcxarcy 1.1 1. 11. 1 1' x 1. 11 1' x 1 ' cossec ' 22 2 222 2 22 1 onde , 1. 1 1. 222 > − − = − − = x xxxx x . 76 Observação: Usando a regra da cadeia obtemos as fórmulas gerais das derivadas das funções trigonométricas inversas: 21 ' ' u uysenuarcy − =⇒= 21 ' ' cos u uyuarcy − − =⇒= 21 ' ' u uytguarcy + =⇒= 21 ' ' cot u uyguarcy + − =⇒= 1. ' ' sec 2 − =⇒= uu uyuarcy 1. ' ' seccos 2 − − =⇒= uu uyuarcy Exemplos: Determinar a derivada das seguintes funções: a) )1( += xsenarcy b) + − = 2 2 1 1 x xtgarcy 4.13.6 – Derivadas das Funções Hiperbólicas Como as Funções Hiperbólicas são definidas em termos da função exponencial, podemos determinar suas derivadas usando as regras de derivação já estabelecidas. Por exemplo, se ( ) ( ) xeeeeyeesenhxy xxxxxx cosh 2 1)1( 2 1' então 2 =+=−−= − == −− − . Analogamente, obtemos as derivadas das demais funções hiperbólicas. Observação: Usando a regra da cadeia obtemos as fórmulas gerais das derivadas das funções hiperbólicas: ' . cosh' uuysenhuy =⇒= ' . ' cosh usenhuyuy =⇒= ' . sec' 2 uuhytghuy =⇒= ' . seccos' cot 2 uuhyghuy −=⇒= ' . . sec' sec utghuhuyhuy −=⇒= ' . co . seccos' seccos utghuhuyhuy −=⇒= 77 Exemplos: Determinar a derivada das seguintes funções: a) )3( 3 += xsenhy b) )2(sec xhy = c) [ ])3(ln xtghy = d) )1(cot 3xghy −= 4.13.7 – Derivadas das Funções Hiperbólicas Inversas Vimos que senhxy arg= pode ser expresso na forma ( )1ln 2 ++= xxy . Assim, ( ) ( ) 1 1 1 1. 1 1 1 1 1 1 2.1 2 11 1 ' 1' 222 2 2 2 2 2 1 2 2 2 + = +++ ++ = ++ + + = ++ ++ = ++ ++ = − xxxx xx xx x x xx xx xx xxy . Analogamente obtemos as derivadas das demais funções hiperbólicas inversas. Observação: Usando a regra da cadeia obtemos as fórmulas gerais das derivadas das funções hiperbólicas inversas: 1 ' ' arg 2 + =⇒= u uysenhuy 1 , 1 ' ' cosharg 2 > − =⇒= u u uyuy 1 , 1 ' ' arg 2 < − =⇒= u u uytghuy 1 , 1 ' ' cotarg 2 > − =⇒= u u uyghuy 10 , 1 ' ' secarg 2 << − − =⇒= u uu uyhuy 0 , 1 ' ' seccosarg 2 ≠ + − =⇒= u uu uyhuy Exemplos: Determinar a derivada das seguintes funções: a) 22 cosharg. xxy = b) )3(arg xsentghy = c) 1arg. 2 +−= xsenhxxy 78 4.14- Tabela Geral de Derivadas Sejam u e v funções deriváveis de x e c, α e a constantes. 79 4.15- Exercícios Páginas 159, 160, 161, 162 e 163 do livro texto. 4.16- Derivadas Sucessivas Definição Seja f uma função derivável. Se ' f também for derivável, então a sua derivada é chamada derivada segunda de f e é representada por '' f (lê-se f duas linhas) ou 2 2 dx fd (lê-se derivada segunda de f em relação a x). Se '' f é uma função derivável, sua derivada, representada por ''' f , é chamada derivada terceira de f. A derivada de ordem n ou n-ésima derivada de f , representada por (n) f , é obtida derivando-se a derivada de ordem (n – 1) de f. Exemplos: 1- Se 183)( 2 ++= xxxf , então 6)('' e 86)(' =+= xfxxf . 2- Se tgxxf =)( , então tgxxtgxxxxfxxf .sec2.sec.sec2)('' e sec)(' 22 === . 3- Se 1)( 2 += xxf , então ( ) ( ) ( ) ( ) ( )32 2 2 2 1 22 3 22 1 22 1 2 11 11.12.1. 2 1.)('' e 12.1 2 1)(' + − + =+++ −=+=+= −−−− x x x xxxxxfxxxxxf . 4- Se 25 83)( xxxf += , então 6 ,0)( e 360)( , 360)( , 180)(''' , 1660)('' , 1615)(' )()5()4(234 ≥====+=+= nxfxfxxfxxfxxfxxxf n . 5- 2)( x exf = , então 2 )(222 2 1 , 8 1)(''' , 4 1)('' , 2 1)(' x n n xxx efexfexfexf ==== . 6- Se senxxf =)( , então senxfxxfsenxxfxxf =−=−== )4( , cos)(''' , )('' , cos)(' , ou seja, = =− =− = = ,...12,8,4 para , ,...11,7,3 para , cos ,...10,6,2 para , ,...9,5,1 para , cos )()( nsenx nx nsenx nx xf n . 80 4.17- Derivação Implícita Definição – Função na forma implícita Consideremos a equação 0),( =yxF . Dizemos que a função )(xfy = é definida implicitamente pela equação 0),( =yxF , se substituirmos y por )(xf em 0),( =yxF , esta equação se transforma em uma identidade. Exemplos: 1- A equação 01 2 12 =−+ yx define implicitamente a função )1(2 2xy −= . De fato, substituindo )1(2 2xy −= na equação 01 2 12 =−+ yx , obtemos a identidade 01)1(2. 2 1 22 =−−+ xx . 2- A equação 422 =+ yx define implicitamente uma infinidade de funções. Por exemplo, 22 , onde , 2 se , 4 2 se , 4 )( , 4 , 4 2 2 22 <<−∈ <≤−−− ≤≤− =−−=−= cRc cxx xcx xhxyxy c . 3- Nem sempre é possível encontrar a forma explícita de uma função definida implicitamente, como por exemplo )(xfy = definida implicitamente pela equação 0ln234 =++ yxyy . A Derivada de uma Função na Forma Implícita Suponhamos que 0),( =yxF define implicitamente uma função derivável )(xfy = . Os exemplos que seguem mostram que, usando a regra da cadeia, podemos determinar ' y sem explicitar y. 1- Sabendo que )(xfy = é uma função derivável definida implicitamente pela equação 422 =+ yx , determinar ' y . 81 2- Sabendo que )(xfy = é definida pela equação yxyxy 22 32 −=+ , determinar ' y . 3- Se )(xfy = é definida por 0.22 =+ senyxyx , determinar ' y . 4- Determinar a equação da reta tangente à curva 01 2 12 =−+ yx no ponto ( )0,1− . 5- Determinar as equações da reta tangente e da reta normal à circunferência de centro ( )0,2 e raio 2, nos pontos de abscissa 1. 4.18- Exercícios Páginas 176 e 177 do livro texto (números 1 ao 22). 82
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