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gestao financeira e orcamentaria (unidade 3 do livro)

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UNIDADE 3
ORÇAMENTO DOS CUSTOS 
INDUSTRIAIS E REFLEXOS NOS 
DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS
ObjETIVOS DE ApRENDIzAgEM
 
 Com os estudos desta unidade você irá capacitar-se para:
•	 conhecer como são elaborados os orçamentos;
•	 identificar os processos de elaboração do orçamento operacional, 
do orçamento de vendas, do orçamento de produtos em processo 
e do orçamento de produtos acabados;
•	 conhecer de que forma os impostos sobre vendas influenciam os 
processos orçamentários;
•	 apuração dos encargos sociais da folha de pagamento;
•	 análise do Ponto de Equilíbrio dos produtos da empresa;
•	 formação do markup do preço de venda e a consequente formação 
do preço de venda;
•	 apuração da Demonstração do Resultado do Exercício e do 
Balanço Patrimonial;
•	 conhecer como são elaboradas as projeções orçamentárias e os 
seus efeitos inflacionários;
•	 identificar as estimativas de inflações futuras;
•	 elaborar a demonstração do resultado do exercício projetado, a 
demonstração do balanço patrimonial projetado e a demonstração 
do fluxo de caixa projetado.
TÓPICO 1 – ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO 
CONCEITUAL)
TÓPICO 2 – PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS 
TÓPICO 3 – ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE 
CAIXA
pLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos e ao final de cada 
um deles você encontrará atividades que o ajudarão a consolidar o 
seu aprendizado.
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ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO 
CONCEITUAL)
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 1
Bem-vindo ao Tópico 1 da última unidade deste caderno, onde vamos abordar o processo 
de elaboração do orçamento. 
Para tanto, vamos apresentar modelos conceituais que se referem a orçamentos de 
produção, vendas, custos e gastos gerais e administrativos. 
Vamos à busca desses novos conhecimentos!
UNIDADE 3
2 MODELO CONCEITUAL DE ORÇAMENTO
O modelo conceitual de orçamento faz parte dos processos orçamentários de acordo 
com a sua aplicabilidade no sistema empresa.
Tivemos oportunidade de estudar como cada departamento interage na elaboração de 
um orçamento, e neste tópico estudaremos cada etapa da sua elaboração.
2.1 PROCESSOS DE ELABORAÇÃO
Um amplo estudo deve ser realizado na fase inicial do processo de elaboração 
orçamentária. Para isso, é importante focar três etapas: 
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a) previsão;
b) reprojeção; e
c) controle.
a) Previsão: esta etapa compreende a fase de cálculo. Basicamente, é quando 
colocamos no papel aquilo que se espera, aquilo que é previsto para acontecer no próximo 
período. Assim, podemos dizer que é a etapa de elaboração dos quadros orçamentários. 
Existem muitos questionamentos sobre qual o momento adequado para elaborar a etapa 
de previsão, mas geralmente deve ser iniciada em torno de seis meses antes do exercício social 
a ser orçado. Neste período, normalmente, se verificam as condições atuais da conjuntura 
econômica, das políticas de controle de preços, das estimativas inflacionárias, dentre outras 
situações de mercado.
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Apesar de ser importante estabelecer as Previsões, 
aproximadamente, seis meses antes de iniciar o novo período 
orçamentário ou o novo exercício social (01/01/XXXX até 31/12/
XXXX), muitas empresas realizam efetivamente as projeções 
orçamentárias no mês de setembro.
Conforme Padoveze (1997, p. 355), “informações como tamanho do PIB, tamanho do 
mercado, participação da empresa no mercado, forças concorrenciais, consumo efetivo versus 
consumo teórico etc., devem ser consideradas no processo de previsão”.
b) Reprojeção: os dados orçados devem ser submetidos aos setores responsáveis e, 
após o retorno (feedback) de todas as observações e críticas necessárias à sua elaboração, 
realizados os ajustes e os acertos das previsões iniciais. Deve ser elaborada e estar pronta no 
período de um a dois meses antes do início do exercício social, para que os responsáveis de 
cada área possam fazer a programação do exercício social que está iniciando.
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Geralmente, as Projeções Orçamentárias são realizadas no mês 
de setembro de cada ano, no mês de outubro se processa uma 
“prévia” orçamentária, no mês de novembro são realizados 
os ajustes necessários (Reprojeção) e no mês de dezembro 
é apresentada a versão final para a aprovação dos gestores 
envolvidos, bem como dos diretores e presidência da empresa.
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Pode ocorrer que o diretor ou responsável de determinada área 
“resolva” alterar alguma metodologia de alocação dos centros 
de custos de alguns departamentos da empresa. O que era 
centro de custo industrial passa a ser centro de custo (despesa) 
administrativo ou vice-versa. Caso isso não seja amplamente 
negociado com as áreas envolvidas e, principalmente, com o 
presidente da empresa, o Conselho de Administração ou mesmo 
o proprietário da empresa, corre-se o grave risco de, ao finalizar 
todo o processo orçamentário, o mesmo não ser aprovado no 
“novo” padrão. Neste caso, perder-se-ia um enorme tempo para 
reprocessá-lo no padrão anterior, o que provocaria desgaste 
“político” interno na empresa e desconfiança dos envolvidos no 
processo orçamentário. Além disso, pode acontecer de causar 
uma imagem de que o responsável pela elaboração do processo 
orçamentário (quem está realizando as atividades operacionais 
do mesmo) não foi amplamente capaz de cumprir o novo prazo 
(que passa a ser bem mais apertado).
c) Controle: nesta etapa é verificado se os objetivos previstos foram realmente 
alcançados. É avaliado o desempenho das áreas de responsabilidades por intermédio de 
análises de variações, o que possibilita fazer eventuais correções apontadas.
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Este é basicamente o acompanhamento do Realizado x Orçado 
que as empresas praticam. Esta etapa é praticamente o 
desenvolvimento do exercício social, e aqui se deve acompanhar 
o desempenho das atividades da empresa, se o que foi orçado 
realmente está sendo realizado.
2.2 ORÇAMENTO OPERACIONAL
O orçamento operacional é a parte que geralmente contém a maioria das peças 
orçamentárias, pois praticamente envolve todos os orçamentos específicos, englobando os 
orçamentos da estrutura administrativa, da estrutura de produção e da estrutura de vendas da 
empresa. O orçamento operacional tem como consequência a demonstração de resultados, 
manifestando os reflexos nas áreas de vendas, de custos e de despesas.
Todo o processo orçamentário inicia com o planejamento das vendas dos produtos e 
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serviços da empresa. 
As previsões de vendas podem ser feitas de várias formas: produto, território, canal 
de distribuição, método de venda (visita, venda por internet), tipo de cliente, combinações de 
vendas, unidades (filiais, departamentos) e vendedor (individual ou grupos de atuação). Outro 
fator a ser considerado são os períodos de maior ou menor volume de vendas da empresa. 
Concluído o orçamento de vendas, a próxima etapa é o orçamento de fabricação, para 
atender à demanda de vendas. Contudo, é importante que sejam levados em consideração 
alguns aspectos, tais como: 
a) a disponibilidade de mão de obra necessária;
b) a capacidade de produção dos equipamentos;
c) a política de estoque e capacidade de armazenamento;
d) o prazo deentrega aos clientes. 
Nesta etapa são preparadas as estimativas de materiais para atender à quantidade de 
produção desejada e, em seguida, são apurados os custos de matéria-prima, mão de obra direta 
e os custos indiretos de fabricação. A área de produção planeja a quantidade de materiais e o 
setor de compras encaminha a sua aquisição de acordo com o momento planejado da compra 
e o preço adequado. 
O orçamento específico de mão de obra direta estabelece o número de horas necessárias 
para produzir cada produto (podem ser identificadas as taxas médias de remuneração por 
departamento, por centro de custos ou por operação) e determina a necessidade de pessoal 
contratado. 
Quanto ao orçamento específico de despesas operacionais, que envolve o departamento 
administrativo, de vendas e financeiro, cada departamento elabora o seu. O gerente de vendas 
é responsável pelo orçamento de despesas de vendas, o gerente de administração, pelo 
orçamento de administração e assim sucessivamente. 
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Na área de vendas consideram-se as seguintes despesas: pessoal 
de vendas, comissões, publicidade, impostos e taxas sobre 
faturamento etc. 
Na área administrativa consideram-se as seguintes despesas: pessoal 
administrativo, treinamento, refeições, material de expediente, luz, 
telefone, depreciação de equipamentos, seguros etc.
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Após o preparo de todos os orçamentos específicos, unem-se os dados (receitas, 
custos e despesas) para elaborar o orçamento operacional, que aponta qual será o lucro do 
período desejado. 
2.3 ORÇAMENTO DE VENDAS
Já vimos que o ponto de partida do orçamento operacional é o orçamento de vendas. 
Existe uma opinião lógica para essa afirmação, pois, para uma empresa executar operações 
e gerar resultados, depende das vendas. 
Sobre essa afirmação, Padoveze (2005, p. 67) discorre que “[...] para a maioria das 
empresas, todo o processo de planejamento operacional decorre da percepção da demanda de 
seus produtos para o período a ser orçado. Com isso, o volume de vendas torna-se o fator limitante 
para todo o processo orçamentário”. Desta forma, os gestores da empresa devem elaborar os 
orçamentos de cada departamento a partir da demanda existente no mercado. Os gastos que a 
empresa projeta devem estar relacionados com o crescimento da empresa no mercado.
NOTA
! �
É possível que alguma empresa tenha diversos contratos de 
financiamentos junto às instituições financeiras. Esses contratos 
sofrem atualizações monetárias (juros) que serão reconhecidas 
como despesa financeira do período contratado.
Deve-se tomar cuidado quando a empresa tem seu Lucro Líquido 
comprometido com a alta carga de despesa financeira de juros e, 
em contrapartida, apresenta um claro crescimento de participação 
no mercado. Neste caso, a empresa possui a projeção do aumento 
das receitas de vendas, mas seus gestores adotam a postura de 
“corte de gastos” operacionais para “compensar” o aumento na 
demanda dos encargos financeiros. 
Não há lógica neste tipo de decisão, o que pode acarretar em 
desconfiança nos demais envolvidos nas atividades operacionais 
frente à capacidade e competência de gestão dos gestores. 
Essa desconfiança pode ser traduzida em insegurança e gerar 
uma possível evasão desses profissionais em busca de novas 
oportunidades de trabalho.
O processo orçamentário das vendas pode ser feito a partir de alguns métodos:
•	 Método estatístico: comporta modelos estatísticos de correlação e análise setorial (setores 
da economia) com recursos de informática, ou mesmo métodos estatísticos diretos de análise 
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de tendências. Esse tipo de análise é possível quando dados passados permitem imaginar 
um comportamento futuro de vendas, por isso o método estatístico pode ser utilizado no 
Orçamento de Tendências.
•	 Coleta de dados das fontes de origens das vendas: tem como base as informações advindas 
diretamente dos centros vendedores para serem compilados no setor de coordenação de 
orçamentos. Este método exige alguns cuidados, uma vez que a diversidade das fontes de 
origens e a falta de entendimento dos conceitos orçamentários poderão conduzir a resultados 
finais inconsistentes e até frágeis. Isso pode ocorrer nos casos em que os vendedores 
não possuem conhecimento dos números nos padrões orçamentários, pois em algumas 
empresas não é dada a devida importância ao orçamento, o qual é reduzido a uma simples 
ferramenta auxiliar de acompanhamento. Também há casos em que o orçamento adquire 
uma importância extrema, a ponto de as estimativas de vendas serem subestimadas para 
que sejam facilmente superadas e assim atingir níveis acima das metas. 
•	 Uso final do produto: é quando a empresa conhece o uso final do produto pelos seus clientes. 
Saber o que o cliente irá vender através do conhecimento dos programas de produção desses 
clientes é uma forma interessante de projetar as vendas da empresa como fornecedora certa 
para esses clientes. Se a empresa conhecer o produto final do seu cliente, poderá melhor ajudá-
lo com soluções nos seus produtos e assim projetar suas próprias vendas de forma eficaz.
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O Orçamento de Vendas possibilita a observação de dois dados 
importantes:
- Previsão dos Impostos sobre Vendas, como IPI - Imposto 
sobre Produtos Industrializados, ICMS - Imposto sobre Circulação 
de Mercadorias e Serviços, PIS - Programa de Integração Social 
e COFINS - Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social. 
- Projeção da Carteira dos Clientes (Projeção Balanço 
Patrimonial).
Podem existir segmentos de mercado onde o fator limitante seja a produção. Sobre 
este assunto, Padoveze diz que: 
Convém relembrar que, em alguns casos, o orçamento de vendas é decorrente 
do orçamento de produção. Ou seja, o fator limitante da empresa não é a de-
manda, pois o mercado estaria disposto a comprar todo o volume que a empre-
sa produzisse de seus produtos. Nessa hipótese, o orçamento limitante seria 
o de produção. Exemplos desse tipo de empreendimento são alguns produtos 
naturais, como minérios, alimentos in natura etc. (PADOVEZE, 2005, p. 67).
Mas esses são casos específicos e podem muito bem ser administrados e demonstram 
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de forma clara a importância de adequar cada ferramenta orçamentária aos diversos tipos de 
empreendimentos. E no caso do autor acima citado, empresas como de extração de produtos 
naturais devem atender o mercado de acordo com a demanda proposta.
De um modo geral, o orçamento de vendas envolve alguns pontos importantes, que 
são os seguintes:
a) Previsão de vendas em quantidades para cada produto: essa previsão é realizada de 
acordo com a demanda que cada produto possui no mercado. Se existe um determinado 
tipo de mercado consumidor, este poderá apresentar sinais de interesse para seu consumo. 
Fatores como qualidade e reconhecimento da marca no mercado também são determinantes 
para a previsão de vendas em quantidades. Talvez um fator limitante neste caso seja a 
capacidade máxima de produção, mas a empresa possui suas formas e metodologias para 
suprir essa necessidade.
b) Previsão dos preços para os produtos e seus mercados: se determinada empresa 
apresenta potencial de oferta de produtos e serviços, também deverá observar e identificar 
o perfil do consumidor que ela deve ou quer atingir. Para cada classe social existe um 
determinado tipo de consumidor, sendo que a empresa deverá estar preparada para identificar 
o potencial dessa demanda e potencialfinanceiro que o mercado consumidor deseja pagar 
por seus produtos. Muitos produtos possuem uma marca que os diferencia dos demais 
produtos e os tornam “exclusivos” no mercado. São utilizados apenas para atender a uma 
determinada fatia de mercado consumidor. A previsão de preços é importante para a empresa 
melhorar a sua margem de contribuição e consequentemente seus resultados financeiros, 
não apenas no seu volume de vendas. 
c) Identificação dos impostos sobre as vendas: toda a riqueza produzida pela empresa 
passa pela geração de impostos sobre as vendas, como o IPI - Imposto sobre Produtos 
Industrializados, quando se trata de indústrias; o ICMS - Imposto sobre Circulação de 
Mercadorias e Serviços, para as empresas que comercializam (as indústrias também apuram 
e recolhem o ICMS devido à necessidade da transferência dos produtos da empresa para 
o mercado varejista); o PIS - Programa de Integração Social sobre vendas; a COFINS - 
Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social; e a CSLL – Contribuição Social sobre 
o Lucro Líquido. Esses impostos devem ser considerados nas previsões orçamentárias. 
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Podemos dizer que a geração de riquezas da empresa proporciona 
a geração de impostos para o governo.
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Impostos sobre Vendas
Vendas Líquidas 100,0000%
 - SC -> PIS 0,6500%
 - SC -> COFINS 3,0000%
 - SC -> IRPJ 1,2000%
 - SC -> CSLL 1,0800%
 - SC -> ICMS 17,0000%
Impostos sobre Vendas 22,9300%
d) Orçamento de vendas em moeda corrente do país: o orçamento de vendas deve ser baseado 
na moeda corrente do país de origem. No caso de importação de produtos, as previsões para a 
compra devem ser apresentadas em moeda nacional e, portanto, serem convertidas da moeda 
estrangeira para a moeda nacional. O mesmo acontece com as exportações, por exemplo, se 
a empresa tiver uma previsão de vendas por exportação no valor de US$ 10.000,00 (dez mil 
dólares) e a taxa do dólar for de R$ 3,20, então se faz a conversão, e a previsão da venda em 
exportação deverá ser de R$ 32.000,00 em moeda nacional (R$ = REAL).
Vejamos um exemplo de orçamento de vendas.
Podemos observar, na Tabela 1, os percentuais utilizados em alguns impostos e seus 
efeitos sobre as vendas.
TABELA 1 – EFEITOS DOS IMPOSTOS SOBRE AS VENDAS
FONTE: O autor
Quando falamos de Vendas Líquidas, podemos observar que se trata da “sobra das 
vendas brutas menos impostos das vendas” para a empresa, pois, ao gerar as receitas de 
vendas, o valor correspondente aos impostos sobre produtos e serviços não pertence à empresa 
e sim ao governo.
Para entendermos melhor, as vendas líquidas correspondem a 100% da empresa. O 
percentual do PIS (Programa de Integração Social) é 0,6500% sobre o valor da venda. Ao 
utilizá-lo como fator divisor até a geração do preço final do produto, este percentual deverá 
alcançar a taxa de 0,9935 (1 - 0,0065 = 0,9935).
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Utilizaremos a modalidade de não cumulatividade para o cálculo 
do PIS neste caderno de estudos.
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Fundamentação legal do PIS - Programa de Integração Social
O PIS foi criado pela Lei Complementar 07/1970.
PIS – Contribuintes 
São contribuintes do PIS as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhe são 
equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, inclusive empresas prestadoras de 
serviços, empresas públicas e sociedades de economia mista e suas subsidiárias, excluídas 
as microempresas e as empresas de pequeno porte submetidas ao regime do Simples 
Federal (Lei 9.317/96) e, a partir de 01/07/2007, do Simples Nacional (LC 123/2007).
Base de Cálculo 
A partir de 01/02/1999, com a edição da Lei 9.718/98, a base de cálculo da 
contribuição é a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevante o 
tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas.
Alíquotas
A alíquota do PIS é de 0,65% ou 1,65% (a partir de 01/12/2002 - na modalidade não 
cumulativa - Lei 10.637/2002) sobre a receita bruta ou 1% sobre a folha de salários, nos 
casos de entidades sem fins lucrativos. 
Entretanto, para determinadas operações, a alíquota é diferenciada. 
Prazo de Pagamento 
A partir da competência janeiro/2007, o PIS e a COFINS serão recolhidos até o dia 
20 do mês seguinte ao da competência (o último dia útil do segundo decêndio subsequente 
ao mês de ocorrência do fato gerador).
Antecipa-se o recolhimento se no dia 20 não houver expediente bancário.
Até a competência dezembro/2006 (vencimento janeiro/2007), o recolhimento do PIS 
e da COFINS era feito até o último dia útil da primeira quinzena (dia 15 ou o último dia útil 
anterior, se o dia 15 não fosse útil) do mês seguinte ao mês de ocorrência dos fatos geradores.
Para os importadores de cigarros, o recolhimento das contribuições do PIS e COFINS, 
tanto em relação à contribuição própria quanto da substituição tributária, deverá ser efetivado 
na data do registro da declaração de importação no SISCOMEX (art. 53 e 54 da Lei 9.532/97).
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FONTE: Disponível em: <http://www.portaltributario.com.br/tributos/pis.htm>. Acesso em: 25 abr. 2015.
DICA
S!
Você pode pesquisar tópicos específicos sobre alíquotas de 
determinados setores no Guia Tributário On-line, disponível em: 
<www.portaltributario.com.br/guia/clientes/pis.htm>.
Também utilizaremos a modalidade de não cumulatividade para o cálculo da COFINS 
neste caderno de estudos. Desta forma, teremos:
PIS  0,6500%
COFINS  3,0000%
IRPJ  1,2000%
CSLL  1,0800% 
ICMS  17,0000%
Total dos impostos sobre vendas  22,9300%
Teremos de considerar também os demais percentuais variáveis que incidirão sobre o 
custo do produto para que possamos apurar o Preço de Venda.
Vamos tomar como exemplo a seguinte tabela:
TABELA 2 – EFEITO DAS DESPESAS VARIÁVEIS DE VENDAS
Demais Percentuais Variáveis a serem considerados no Preço de Venda
Comissões sobre Vendas 5,0000%
Frete sobre Vendas 3,0000%
Margem de Lucro 8,0000%
Demais Percentuais Variáveis 16,0000%
FONTE: O autor
Veja que nesta tabela utilizamos o percentual de 5,0000% sobre Comissões sobre 
Vendas, 3,0000% sobre o Frete sobre Vendas e 8,0000% para a Margem de Lucro desejada 
do negócio. Portanto, o total de percentuais variáveis a serem aplicados será de 16,0000%.
Agora teremos de somar o total dos impostos sobre vendas, que é de 22,9300%, com 
o efeito das despesas variáveis de vendas, que é de 16,0000%. Esse total será de 38,9300%.
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ð	 22,9300% + 16,0000% = 38,9300%
Como fator divisor a ser utilizado, devemos subtrair os 38,9300% de 1,00, mas teremos 
de transformar os 38,9300% em numeral decimal.
 38,9300 / 100 = 0,389300
O fator divisor será calculado subtraindo-se 0,389300 de 1,00. O resultado é o fator 
divisor de 0,610700:
ð	 1,00 - 0,389300 = 0,610700
O valor da Receita Operacional Bruta será de:
ð	 R$ 1.000,00 / 0,610700
Receita Operacional Bruta = R$ 1.637,4652
Então, se a Receita Operacional Líquida (sem impostos e demais efeitos dos percentuais 
variáveis sobre vendas) é de R$ 1.000,00, incluindo-se os impostos, a Receita Operacional 
Bruta será de R$ 1.637,4652.
Vejamos a Prova Real:
Se para cada R$ 1.000,00 de produtos a empresa aplica o preço de venda no valor 
de R$ 1.637,4652, os impostos sobre as vendas seriam aplicados em 22,9300% e os demais 
percentuais variáveis sobre vendas seriam aplicadosem 16,0000%. 
O resultado seria apresentado da seguinte forma:
ð	 Preço de Venda: R$ 1.637,4652.
ð	 Percentual de imposto: 22,9300% (com todos os impostos sobre vendas 
estudados neste tópico).
ð	 Valor do imposto: R$ 375,4708 (valor dos impostos para o governo).
ð	 Percentual do efeito das despesas variáveis de vendas: 16,0000%.
ð	 Valor do efeito das despesas variáveis de vendas: R$ 261,9944.
Se aplicarmos o valor da Receita Bruta de Vendas e os demais descontos, teríamos:
 Receita Bruta de Vendas R$ 1.637,4652
 ( - ) Impostos sobre Vendas R$ 375,4708
 ( - ) Efeitos das Despesas Variáveis de Vendas R$ 261,9944
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 = Valor da Receita Líquida de Vendas R$ 1.000,0000
Valor líquido para a empresa: R$ 1.000,00
Portanto, o percentual dos impostos sobre as vendas para fins de previsão orçamentária 
das vendas está correto.
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O período de seis meses proposto para a previsão orçamentária 
se dá em função da necessidade de possíveis ajustes durante o 
exercício social.
Esses valores de cada produto estão apresentados com valores das Receitas Líquidas. 
Assim, devemos aplicá-los para identificar a incidência dos impostos e demais efeitos dos 
percentuais variáveis na formação das receitas.
2.4 ORÇAMENTO DOS SALÁRIOS E ENCARGOS SOCIAIS
Faremos, neste subtópico, a apuração dos gastos com os salários, 13º salário, férias e 
encargos sociais para a devida projeção dos resultados da empresa. Primeiramente, a apuração 
dos gastos por departamento, que são os seguintes:
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2.4.1 Departamento 900 – Departamento de Talhação
Aqui, faremos a apuração dos salários, 13º salário, férias e encargos sociais para a 
área 900 – Talhação.
31/01 – Provisionar a folha de pagamento dos departamentos da empresa e provisionar 
o 13º salário e férias (com os devidos encargos sociais incidentes).
IMPO
RTAN
TE! �
O INSS Patronal de 20% incide sobre o valor total da Folha de 
Pagamento dos funcionários. Não há limite máximo ou mínimo 
para apurar a %.
Observação: INSS sobre Folha de Pagamento = 20% do empregador.
 FGTS sobre Folha de Pagamento = 8% do empregador.
 Demais Encargos sobre Folha de Pagamento = 7,8% do empregador.
 
ð	 Total dos Salários: 
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ð	 Provisão 13º Salário:
ð	 Provisão das Férias:
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2.4.2 Departamento 901 – Departamento de Costura
Faremos a apuração dos salários, 13º salário, férias e encargos sociais para a área 
901 – Costura.
31/01 – Provisionar a folha de pagamento dos departamentos da empresa e provisionar 
o 13º salário e férias (com os devidos encargos sociais incidentes).
Observação: INSS sobre Folha de Pagamento = 20% do empregador.
 FGTS sobre Folha de Pagamento = 8% do empregador.
 Demais Encargos sobre Folha de Pagamento = 7,8% do empregador.
 
ð	 Total dos Salários:
ð	 Provisão 13º Salário:
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ð	 Provisão das Férias:
2.4.3 Departamento 902 – Departamento de Manutenção
Faremos a apuração dos salários, 13º salário, férias e encargos sociais para a área 
902 – Manutenção.
31/01 – Provisionar a folha de pagamento dos departamentos da empresa e provisionar 
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o 13º salário e férias (com os devidos encargos sociais incidentes).
Observação: INSS sobre Folha de Pagamento = 20% do empregador.
 FGTS sobre Folha de Pagamento = 8% do empregador.
 Demais Encargos sobre Folha de Pagamento = 7,8% do empregador.
 
ð	 Total dos Salários:
ð	 Provisão 13º Salário:
UNIDADE 3TÓPICO 1146
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ð	 Provisão das Férias:
2.4.4 Departamento 903 – Departamento de PCP
Faremos a apuração dos salários, 13º salário, férias e encargos sociais para a área 
903 – PCP.
31/01 – Provisionar a folha de pagamento dos departamentos da empresa e provisionar 
o 13º salário e férias (com os devidos encargos sociais incidentes).
Observação: INSS sobre Folha de Pagamento = 20% do empregador.
 FGTS sobre Folha de Pagamento = 8% do empregador.
 Demais encargos sobre Folha de Pagamento = 7,8% do empregador.
ð	 Total dos Salários:
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ð	 Provisão 13º Salário:
ð	 Provisão das Férias:
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2.4.5 Departamento 906 – Departamento Financeiro
Faremos a apuração dos salários, 13º salário, férias e encargos sociais para a área 
906 – Departamento Financeiro.
31/01 – Provisionar a folha de pagamento dos departamentos da empresa e provisionar 
o 13º salário e férias (com os devidos encargos sociais incidentes).
Observação: INSS sobre Folha de Pagamento = 20% do empregador.
 FGTS sobre Folha de Pagamento = 8% do empregador.
 Demais Encargos sobre Folha de Pagamento = 7,8% do empregador.
 
ð	 Total dos Salários:
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ð	 Provisão 13º Salário:
ð	 Provisão das Férias:
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2.4.6 Departamento 909 – Departamento Comercial
Faremos a apuração dos salários, 13º salário, férias e encargos sociais para a área 
909 – Departamento Comercial.
31/01 – Provisionar a folha de pagamento dos departamentos da empresa e provisionar 
o 13º salário e férias (com os devidos encargos sociais incidentes).
Observação: INSS sobre Folha de Pagamento = 20% do empregador.
 FGTS sobre Folha de Pagamento = 8% do empregador.
 Demais Encargos sobre Folha de Pagamento = 7,8% do empregador.
 
ð	 Total dos Salários:
ð	 Provisão 13º Salário:
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ð	 Provisão das Férias:
Somando todos os gastos orçados de acordo com os salários em cada departamento, 
teremos o gasto total com a folha de pagamento em:
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Caro acadêmico, até aqui vimos os registros das operações com mercadorias (compras 
e vendas) e os registros da apuração da folha de pagamento.
2.5 ORÇAMENTO DE INVESTIMENTOS
As empresas precisam estar atentas às necessidades de investimentos, que muitas 
vezes têm por objetivo atender a novos projetos de produtos ou então investimentos em 
sistemas informatizados para integração das informações entre departamentos, dentre outros. 
Uma coisa é certa, as empresas que querem permanecer competitivas necessariamente terão 
que investir em seus ativos. 
A gestão dos investimentos é fundamental para atingir as metas orçamentárias. O 
orçamento de investimento deve ser elaborado com muito critério. “Já que suas decisões 
geralmente são irreversíveis, requerem o comprometimento de consideráveis recursos financeiros 
e condicionam o desempenho da empresa durante longo tempo”. (SOBANSKI, 2000, p. 57) 
Os investimentos devem reduzircustos e melhorar a eficiência operacional e 
administrativa em seu conjunto. 
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3 ORÇAMENTO DOS CUSTOS DA PRODUÇÃO
A partir de agora vamos apurar os custos da produção reconhecidos para quatro produtos 
produzidos pela empresa.
Então, vamos lá! Você recorda que estamos lidando com a Receita de Vendas de quatro 
produtos distintos da empresa.
LINHA RECEITAS DE VENDAS - LINHAS DE PRODUTOS
100 Vendas de Mercadorias - Linha de Produto A
200 Vendas de Mercadorias - Linha de Produto B
300 Vendas de Mercadorias - Linha de Produto C
400 Vendas de Mercadorias - Linha de Produto D
Vamos apurar a produção de cada linha de produtos de acordo com o tamanho do 
produto produzido.
Estamos trabalhando com a produção de tecidos e cada produto possui metragens 
distintas, conforme visto acima.
Precisamos também identificar quantas horas semanais estão sendo trabalhadas, e se, 
porventura, ocorrerem feriados durante algum mês também deverá ser previsto. Mas vamos 
permanecer com a proposta de quatro domingos no mês, e a empresa não possui turnos aos 
sábados.
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Neste caso, a empresa possui 7,3333 horas médias diárias de trabalho (44 horas 
semanais / 6 dias da semana de segunda-feira até sábado), que totalizam 26 dias trabalhados 
no mês = 30 dias ( - ) quatro domingos.
Precisamos também identificar o número total de funcionários diretos, os quais no Centro 
de Custo 900 e 901 totalizam 104.
Para apurarmos o número total de horas disponíveis para a produção, basta fazer a 
seguinte operação:
ð	 104 funcionários x 26 dias trabalhados x 7,3333 horas média diária = 19.829 horas.
Agora necessitamos identificar a distribuição destas 19.829 horas de produção aos 
quatro produtos da empresa.
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De acordo com os dados acima, temos:
Produto A = 2.360 peças produzidas x 1,0072034 horas = 2.377 horas produção.
Produto B = 3.278 peças produzidas x 1,5000000 horas = 4.917 horas produção.
Produto C = 2.980 peças produzidas x 2,0000000 horas = 5.960 horas produção.
Produto D = 2.630 peças produzidas x 2,5000000 horas = 6.575 horas produção.
Você pode verificar os apontamentos do consumo da matéria-prima, onde as baixas 
do controle do estoque são respectivamente 1.800 kg ao Produto A, 3.420 kg ao Produto B e 
4.630 kg ao Produto C.
Os totais dos Custos Diretos encontram-se na ordem de R$ 6.508.532,20, e os Custos 
Indiretos estão na ordem de R$ 74.553,75.
Vamos proceder à distribuição dos custos diretos e indiretos aos Produtos A, B, C e D.
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3.1 MENSURAÇÃO DOS CUSTOS
Nesta etapa o objetivo é identificar os custos alocados (mensurados) a cada produto A, B, C 
e D. Vamos, de certa forma, distribuir os custos de acordo com determinados critérios de alocação.
Como estão distribuídos esses custos diretos?
ð	 Matéria-prima A
A Matéria-prima A possui o total de R$ 780.385,50 / 1.800 kg de matéria-prima = R$ 
433,5475 que, multiplicado ao volume de matéria-prima do Produto A (320 kg), resulta em R$ 
138.735,20.
Para o Produto B deve-se multiplicar o custo unitário médio do kg da matéria-prima de 
R$ 433,5475 por 406 kg consumidos ao produto B, que resultará em R$ 176.020,29.
Para o Produto C deve-se multiplicar o custo unitário médio do kg da matéria-prima de 
R$ 433,5475 por 490 kg consumidos ao produto C, que resultará em R$ 212.438,28.
Para o Produto C deve-se multiplicar o custo unitário médio do kg da matéria-prima de 
R$ 433,5475 por 584 kg consumidos ao produto D, que resultará em R$ 253.191,74.
ð	 Matéria-prima B
A Matéria-prima B possui o total de R$ 2.052.925,20 / 3.420 kg de matéria-prima = R$ 
600,270526 que, multiplicado ao volume de matéria-prima do Produto A (760 kg), resulta em 
R$ 456.205,60.
Para o Produto B deve-se multiplicar o custo unitário médio do kg da matéria-prima de 
R$ 600,270526 por 850 kg consumidos ao produto B, que resultará em R$ 510.229,95.
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Para o Produto C deve-se multiplicar o custo unitário médio do kg da matéria-prima de 
R$ 600,270526 por 880 kg consumidos ao produto C, que resultará em R$ 528.238,06.
Para o Produto C deve-se multiplicar o custo unitário médio do kg da matéria-prima de 
R$ 600,270526 por 930 kg consumidos ao produto D, que resultará em R$ 558.251,59.
ð	 Matéria-prima C
A Matéria-prima C possui o total de R$ 3.395.812,80 / 4.630 kg de matéria-prima = R$ 
733,436889 que, multiplicado ao volume de matéria-prima do Produto A (1.090 kg), resulta em 
R$ 799.446,21.
Para o Produto B deve-se multiplicar o custo unitário médio do kg da matéria-prima 
de R$ 733,436889 por 1.240 kg consumidos ao produto B, que resultará em R$ 909.461,74.
Para o Produto C deve-se multiplicar o custo unitário médio do kg da matéria-prima 
de R$ 733,436889 por 1.270 kg consumidos ao produto C, que resultará em R$ 931.464,85.
Para o Produto C deve-se multiplicar o custo unitário médio do kg da matéria-prima 
de R$ 733,436889 por 1.030 kg consumidos ao produto D, que resultará em R$ 755.440,00.
ð	 Mão de Obra Direta
Devemos pegar o valor total de R$ 279.408,80 de mão de obra e dividir pelo total de 
horas trabalhadas que são de 19.829 horas, o que irá perfazer o valor médio de hora trabalhada 
em R$ 14,090917.
Para apurar o valor gasto da mão de obra na produção do Produto A devemos pegar o 
valor de R$ 14,090917 e multiplicar por 2.377 horas de produção, que irá perfazer o valor de 
R$ 33.494,11 de gastos de horas de mão de obra para o produto A.
Para apurar o valor gasto da mão de obra na produção do Produto B devemos pegar o 
valor de R$ 14,090917 e multiplicar por 4.917 horas de produção, que irá perfazer o valor de 
R$ 69.285,04 de gastos de horas de mão de obra para o produto B.
Para apurar o valor gasto da mão de obra na produção do Produto C devemos pegar o 
valor de R$ 14,090917 e multiplicar por 5.960 horas de produção, que irá perfazer o valor de 
R$ 83.981,87 de gastos de horas de mão de obra para o produto C.
Para apurar o valor gasto da mão de obra na produção do Produto D devemos pegar o 
valor de R$ 14,090917 e multiplicar por 6.575 horas de produção, que irá perfazer o valor de 
R$ 92.647,78 de gastos de horas de mão de obra para o produto D.
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Com isso terminamos a mensuração dos Custos Diretos.
Para os Custos Indiretos utilizaremos praticamente o mesmo raciocínio, com a 
distribuição dos gastos de acordo com o tempo de produção de cada produto.
Então, para o Produto A, toma-se o valor de R$ 29.678,75 e divide-se por 19.829 
horas, que irá perfazer um valor unitário de R$ 1,4967345. Esse valor médio unitário deverá 
ser multiplicado por 2.377 horas da produção do produto A, que irá perfazer um montante de 
R$ 3.557,74 de gastos de mão de obra indireta ao produto A.
Para o Produto B, toma-se o valor de R$ 29.678,75 e divide-se por 19.829 horas, que irá 
perfazer um valor unitário de R$ 1,4967345. Esse valor médio unitário deverá ser multiplicado 
por 4.917 horas da produção do produto B, que irá perfazer um montante de R$ 7.359,44 de 
gastos de mão de obra indireta ao produto B.
Para o Produto C, toma-se o valor de R$ 29.678,75 e divide-se por 19.829 horas, que irá 
perfazer umvalor unitário de R$ 1,4967345. Esse valor médio unitário deverá ser multiplicado 
por 5.960 horas da produção do produto C, que irá perfazer um montante de R$ 8.920,54 de 
gastos de mão de obra indireta ao produto C.
Para o Produto D, toma-se o valor de R$ 29.678,75 e divide-se por 19.829 horas, que irá 
perfazer um valor unitário de R$ 1,4967345. Esse valor médio unitário deverá ser multiplicado 
por 6.575 horas da produção do produto D, que irá perfazer um montante de R$ 9.841,03 de 
gastos de mão de obra indireta ao produto D.
Por sua vez, a conta de Seguros e Depreciação segue o mesmo raciocínio de cálculo.
Agora é só somar os gastos diretos e indiretos de cada produto, e o valor final de cada 
custo do produto será de:
Tivemos a seguinte composição da produção:
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Devemos dividir o valor de cada Custo Total da Produção por cada unidade produzida, 
assim teremos:
ð	 Produto A = R$ 1.436.818,25 / 2.360 peças = R$ 608,82 custo por peça produzida.
ð	 Produto B = R$ 1.683.484,12 / 3.278 peças = R$ 513,57 custo por peça produzida.
ð	 Produto C = R$ 1.778.531,67 / 2.980 peças = R$ 596,82 custo por peça produzida.
ð	 Produto D = R$ 1.684.252,02 / 2.630 peças = R$ 640,40 custo por peça produzida.
Com o valor do total do custo da produção, vamos contabilizar a transferência dos 
Produtos em Processo, para Produtos Acabados em R$ 6.583.086,05.
4 ORÇAMENTO DA FICHA TÉCNICA DOS PRODUTOS 
E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA
Feita a apuração dos custos da produção, iremos elaborar a Ficha Técnica dos Produtos 
e juntamente a formação do Preço de Venda de cada produto que foi elaborado e colocado à 
disposição da venda.
Vamos primeiramente tomar o Produto A para elaborarmos a Ficha Técnica da 
composição dos gastos da produção.
ð	 Produto A:
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Como faremos para apurar o preço de venda do Produto A?
Vamos separar os cálculos por etapas. Foram consumidos em Matéria-prima A 0,13559 
kg deste para o Produto A ao custo médio unitário do kg em R$ 433,5475, que perfaz o valor 
total de R$ 58,79 de matéria-prima A.
Foram consumidos em Matéria-prima B 0,32203 kg deste para o Produto A ao custo 
médio unitário do kg em R$ 600,2705, que perfaz o valor total de R$ 193,31 de matéria-prima B.
Foram consumidos em Matéria-prima C 0,46186 kg deste para o Produto A ao custo 
médio unitário do kg em R$ 733,4369, que perfaz o valor total de R$ 338,75 de matéria-prima C.
Houve também o gasto da mão de obra em 1,0072034 horas ao custo hora de R$ 
14,090917, o que levou ao total de R$ 14,19 em mão de obra.
Os Custos Fixos já foram apurados em:
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E a quantidade da produção foi apurada em:
Assim, os Custos Fixos alocados para o produto A foram de R$ 8.937,13 / 2.360 peças 
= R$ 3,79 por peça aproximadamente.
O Total do Custo do Produto A é de R$ 608,82, pois temos:
ð	Matéria-prima = R$ 590,84 + Mão de Obra = R$ 14,19 + Custos Fixos Alocados = R$ 3,79.
O total das Despesas Gerais na DRE - Demonstração do Resultado do Exercício será 
de R$ 666.697,01, em função da soma das despesas do Centro de Custo 905 no valor de R$ 
958,33, do Centro de Custo 906 no valor de R$ 141.351,05 e do Centro de Custo 909 no valor 
de R$ 524.387,63.
A produção total foi de 11.248 peças.
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Tomando o valor de R$ 666.697,01 e dividindo por 11.248 unidades de produção total 
podemos apurar o valor de R$ 59,27 por peça, aproximadamente.
O valor total dos Custos e das Despesas para o produto A foi de R$ 668,09 (R$ 608,82 
+ R$ 59,27).
A empresa deseja atingir um lucro de 12% referente esta venda e o Imposto de Renda 
e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido estão em 34% (IRPJ = 15% + Adicional IRPJ = 
10% + CSLL = 9%).
Desta forma, o lucro tributável deste produto A será de 18,1818%, que se apura da 
seguinte forma: 0,12 / 0,66 onde 0,66 é = 1 ( – ) 0,34. Assim 0,12 / 0,66 = 0,181818 x 100 = 
18,1818% multiplica-se o numeral decimal por 100 para apurar o valor em percentual. 
Vamos apurar a composição dos Impostos sobre as Vendas de mercadorias.
ð	 ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) = 17,00%
ð	 PIS (Programação de Integração Social) = 1,65%
ð	 COFINS (Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social) = 7,60%
O total dos Impostos sobre as Vendas é de 26,25%.
Para a apuração do mark-up do Preço de Venda devemos somar 18,1818% + 26,2500% 
= 44,4318%, em seguida, elaborar o mark-up divisor com a seguinte operação: 1,0000 ( – ) 
0,444318 = 0,555682.
ð	 MARK-UP DIVISOR = 0,555682.
Preço de Venda = Custo / mark-up Divisor.
Preço de Venda = R$ 668,09 / 0,555682 
Preço de Venda = R$ 1.202,30 (Sem IPI)
Verifique a seguir a prova real da formação do preço de venda do produto A.
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Veja a seguinte figura que irá ilustrar a formação do preço de venda.
FIGURA 15 – FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA
FONTE: Bruni e Famá (2006)
Vamos elaborar a Ficha Técnica do Produto B e a composição dos gastos da produção.
ð	 Produto B:
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Como faremos para apurar o preço de venda do Produto B?
Vamos separar os cálculos por etapas. Foram consumidos em Matéria-prima A 0,12386 
kg deste para o Produto B ao custo médio unitário do kg em R$ 433,5475, que perfaz o valor 
total de R$ 53,70 de matéria-prima A.
Foram consumidos em Matéria-prima B 0,25930 kg deste para o Produto B ao custo 
médio unitário do kg em R$ 600,2705, que perfaz o valor total de R$ 155,65 de matéria-prima B.
Foram consumidos em Matéria-prima C 0,37828 kg deste para o Produto B ao custo 
médio unitário do kg em R$ 733,4369, que perfaz o valor total de R$ 277,44 de matéria-prima C.
Houve também o gasto da mão de obra em 1,5000000 horas ao custo hora de R$ 
14,090917, o que levou ao total de R$ 21,14 em mão de obra.
Os Custos Fixos já foram apurados em:
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E a quantidade da produção foi apurada em:
Os Custos Fixos alocados para o produto B foram de R$ 18.487,10 / 3.278 peças = R$ 
5,64 por peça, aproximadamente.
Assim, o Total do Custo do Produto B é de R$ 513,57, pois temos:
ð	 Matéria-prima = R$ 486,79 + Mão de Obra = R$ 21,14 + Custos Fixos Alocados 
= R$ 5,64.
O total das Despesas Gerais na Demonstração do Resultado do Exercício será de R$ 
666.697,01, em função da soma das despesas do Centro de Custo 905 no valor de R$ 958,33, do 
Centro de Custo 906 no valor de R$ 141.351,05 e do Centro de Custo 909 no valor de R$ 524.387,63.
A produção total foi de 11.248 peças.
Tomando o valor de R$ 666.697,01 e dividindo por 11.248 unidades de produção total 
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podemos apurar o valor de R$ 59,27 por peça, aproximadamente.
O valor total dos Custos e das Despesas para o produto B foi de R$ 572,84 (R$ 513,57 
+ R$ 59,27).
A empresa deseja atingir um lucro de 14% referente a esta venda e o Imposto de Renda e 
a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido perfazem 34% (IRPJ = 15% + Adicional IRPJ = 10% 
+ CSLL = 9%). Desta forma, o lucro tributável deste produto B será de: 21,2121% (apuramosda seguinte forma: 0,14 / 0,66 onde 0,66 é = 1 ( – ) 0,34. Assim 0,14 / 0,66 = 0,212121 x 100 
= 21,2121%, multiplica-se o numeral decimal por 100 para apurar o valor em percentual). 
IMPO
RTAN
TE! �
Todo o assunto deste caderno de estudos, que se refere aos 34% 
do IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica e CSLL – Contribuição 
Social sobre o Lucro Líquido, está relacionado à INDÚSTRIA. 
Tributação com base no Lucro Real.
Vamos apurar a composição dos Impostos sobre as Vendas de mercadorias.
ð	 ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) = 17,00%
ð	 PIS (Programação de Integração Social) = 1,65%
ð	 COFINS (Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social) = 7,60%
O total dos Impostos sobre as Vendas é de 26,25%.
Para a apuração do mark-up do Preço de Venda devemos somar: 21,2121% + 26,2500% 
= 47,4621%, em seguida, elaborar o mark-up divisor com a seguinte operação: 1,0000 ( – ) 
0,474621 = 0,525379.
ð	 MARK-UP DIVISOR = 0,525379.
Preço de Venda = Custo / Mark-up Divisor.
Preço de Venda = R$ 572,84 / 0,525379 
Preço de Venda = R$ 1.090,34 (Sem IPI)
Verifique a seguir a prova real da formação do preço de venda do produto B.
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Vamos elaborar a Ficha Técnica do Produto C e a composição dos gastos da produção.
ð	 Produto C:
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Como faremos para apurar o preço de venda do Produto C?
Vamos separar os cálculos por etapas. Foram consumidos em Matéria-prima A 0,16443 
kg deste para o Produto C ao custo médio unitário do kg em R$ 433,5475, que perfaz o valor 
total de R$ 71,29 de matéria-prima A.
Foram consumidos em Matéria-prima B 0,29530 kg deste para o Produto C ao custo 
médio unitário do kg em R$ 600,2705, que perfaz o valor total de R$ 177,26 de matéria-prima B.
Foram consumidos em Matéria-prima C 0,42617 kg deste para o Produto C ao custo 
médio unitário do kg em R$ 733,4369, que perfaz o valor total de R$ 312,57 de matéria-prima C.
Houve também o gasto da mão de obra em 2,0000000 horas ao custo hora de R$ 
14,090917, o que levou ao total de R$ 28,18 em mão de obra.
Os Custos Fixos já foram apurados em:
E a quantidade da produção foi apurada em:
Os Custos Fixos alocados para o produto C foram de R$ 22.408,61 / 2.980 peças = R$ 
7,52 por peça, aproximadamente.
O Total do Custo do Produto C é de R$ 596,82, pois temos:
ð	 Matéria-prima = R$ 561,12 + Mão de Obra = R$ 28,18 + Custos Fixos Alocados 
= R$ 7,52.
O total das Despesas Gerais na Demonstração do Resultado do Exercício será de R$ 
666.697,01, em função da soma das despesas do Centro de Custo 905 no valor de R$ 958,33, do 
Centro de Custo 906 no valor de R$ 141.351,05 e do Centro de Custo 909 no valor de R$ 524.387,63.
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A produção total foi de 11.248 peças.
Tomando o valor de R$ 666.697,01 e dividindo-se por 11.248 unidades de produção 
total podemos apurar o valor de R$ 59,27 por peça, aproximadamente.
O valor total dos Custos e das Despesas para o produto C foi de R$ 656,10 (R$ 596,82 
+ R$ 59,27).
A empresa deseja atingir um lucro de 17% referente a esta venda, e o Imposto de 
Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido estão em 34% (IRPJ = 15% + Adicional 
IRPJ = 10% + CSLL = 9%).
Desta forma, o lucro tributável deste produto C será de 25,7576%, que se apura da 
seguinte forma: 0,17 / 0,66 onde 0,66 é = 1 ( – ) 0,34. Assim, 0,17 / 0,66 = 0,257576 x 100 = 
25,7576%, multiplica-se o numeral decimal por 100 para apurar o valor em percentual. 
 Agora vamos apurar a composição dos Impostos sobre as Vendas de mercadorias.
ð	 ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) = 17,00%
ð	 PIS (Programação de Integração Social) = 1,65%
ð	 COFINS (Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social) = 7,60%
O total dos Impostos sobre as Vendas é de 26,25%.
Para a apuração do mark-up do Preço de Venda devemos somar 25,7576% + 26,2500% 
= 52,0076%, em seguida, elaborar o mark-up divisor com a seguinte operação: 1,0000 ( – ) 
0,520076 = 0,479924. 
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ð	 MARK-UP DIVISOR = 0,479924.
Preço de Venda = Custo / Mark-up Divisor.
Preço de Venda = R$ 656,10 / 0,479924 
Preço de Venda = R$ 1.367,08 (Sem IPI)
Verifique, a seguir, a prova real da formação do preço de venda do produto C.
Vamos elaborar a Ficha Técnica do Produto D e a composição dos gastos da produção.
ð	 Produto D:
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Como faremos para apurar o preço de venda do Produto D?
Vamos separar os cálculos por etapas. Foram consumidos em Matéria-prima A 0,22205 
kg deste para o Produto D ao custo médio unitário do kg em R$ 433,5475, que perfaz o valor 
total de R$ 96,27 de matéria-prima A.
Foram consumidos em Matéria-prima B 0,35361 kg deste para o Produto D ao custo 
médio unitário do kg em R$ 600,2705, que perfaz o valor total de R$ 212,26 de matéria-prima B.
Foram consumidos em Matéria-prima C 0,39163 kg deste para o Produto D ao custo 
médio unitário do kg em R$ 733,4369, que perfaz o valor total de R$ 287,24 de matéria-prima C.
Houve também o gasto da mão de obra em 2,5000000 horas ao custo hora de R$ 
14,090917, o que levou ao total de R$ 35,23 em mão de obra.
Os Custos Fixos foram apurados em:
E a quantidade da produção foi apurada em:
Os Custos Fixos alocados para o produto D foram de R$ 24.720,91 / 2.630 peças = R$ 
9,40 por peça, aproximadamente.
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O Total do Custo do Produto D é de R$ 640,40, pois temos:
ð	 Matéria-prima = R$ 595,77 + Mão de Obra = R$ 35,23 + Custos Fixos Alocados 
= R$ 9,40.
O total das Despesas Gerais na Demonstração do Resultado do Exercício será de R$ 
666.697,01, em função da soma das despesas do Centro de Custo 905 no valor de R$ 958,33, do 
Centro de Custo 906 no valor de R$ 141.351,05 e do Centro de Custo 909 no valor de R$ 524.387,63.
A produção total foi de 11.248 peças.
Tomando o valor de R$ 666.697,01 e dividindo por 11.248 unidades de produção total 
podemos apurar o valor de R$ 59,27 por peça, aproximadamente.
O valor total dos Custos e das Despesas para o produto D foi de R$ 699,67 (R$ 640,40 
+ R$ 59,28).
A empresa deseja atingir um lucro de 11% referente a esta venda, e o Imposto de Renda 
e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido estão em 34% (IRPJ = 15% + Adicional IRPJ = 
10% + CSLL = 9%).
Desta forma, o lucro tributável deste produto D será de 16,6667%, que se apura da 
seguinte forma: 0,11 / 0,66 onde 0,66 é = 1 ( – ) 0,34. Assim, 0,11 / 0,66 = 0,166667 x 100 = 
16,6667%, multiplica-se o numeral decimal por 100 para apurar o valor em percentual. 
Vamos apurar a composição dos Impostos sobre as Vendas de mercadorias.
ð	 ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) = 17,00%
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ð	 PIS (Programação de Integração Social) = 1,65%
ð	 COFINS (Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social) = 7,60%
O total dos Impostos sobre as Vendas é de 26,25%.
Para a apuração do mark-up do Preço de Venda devemos somar 16,6667% + 26,2500% 
= 42,9167%, em seguida, elaborar o mark-up divisor com a seguinte operação: 1,0000 ( – ) 
0,429167 = 0,570833.
ð	 MARK-UP DIVISOR = 0,570833.
Preço de Venda = Custo / Mark-upDivisor.
Preço de Venda = R$ 699,67 / 0,570833 
Preço de Venda = R$ 1.225,70 (Sem IPI)
Verifique, a seguir, a prova real da formação do preço de venda do produto D.
Caro acadêmico, encerramos a etapa da formação do preço de venda juntamente com 
a ficha técnica.
No próximo item estudaremos a análise do Ponto de Equilíbrio, finalizando com a 
apresentação do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício.
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico vimos:
•	 As etapas do processo de elaboração orçamentária consistem em: previsão, reprojeção e 
controle.
•	 O orçamento operacional é a parte que geralmente contém a maioria das peças orçamentárias, 
pois praticamente envolve todos os orçamentos específicos, englobando os orçamentos da 
estrutura administrativa, da estrutura de produção e da estrutura de vendas da empresa. O 
orçamento operacional tem como consequência a demonstração de resultados, manifestando 
os reflexos nas áreas de vendas, de custos e de despesas.
•	 Quando falamos de Vendas Líquidas, podemos observar que se trata da “sobra” para a 
empresa, pois, ao gerar as receitas de vendas, o valor correspondente aos impostos sobre 
produtos e serviços não pertence à empresa, pertence ao governo.
•	 É importante estabelecer a previsão orçamentária em períodos semestrais, prevendo a 
demanda de produtos para o segundo período anual da empresa, considerando a influência 
de alguns aspectos, como a inflação do período, que incide sobre os preços de vendas, 
e a sazonalidade ou identificação da demanda de acordo com a época do ano em que a 
empresa melhor atua.
•	 O item que aborda o orçamento de produtos em processo e orçamento de produtos acabados 
serve para identificar e prever a quantidade de matéria-prima e insumos, bem como os 
recursos financeiros necessários para a sua aquisição. Em outras palavras, é o orçamento 
de estoques. 
•	 Elaboração da ficha técnica e apuração do preço de venda.
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AUTO
ATIVI
DADE �
1 Em “processos de elaboração” das ferramentas orçamentárias, o que significa Previsão?
2 Em “processos de elaboração” das ferramentas orçamentárias, o que significa Reprojeção? 
3 Em “processos de elaboração” das ferramentas orçamentárias, o que significa Controle? 
4 O que significa “orçamento operacional”?
5 Qual é o “ponto de partida” do orçamento operacional?
6 Apure o Preço de Venda com os seguintes dados:
ICMS = 17% 
Lucro = 8% 
Custo = R$ 100,00
7 Apure o Preço de Venda com os seguintes dados:
ICMS = 17%
Lucro = 12%
Custo = R$ 300,00
8 Apure o Preço de Venda com os seguintes dados:
ICMS = 17%
Lucro = 11%
Custo = R$ 318,00
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PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 2
Neste tópico estudaremos os conceitos de projeções orçamentárias no que tange aos 
efeitos inflacionários. 
Também estudaremos de que forma podemos estimar as inflações futuras, os custos 
e as despesas projetados.
Identificaremos uma demonstração do resultado projetado e também um balanço 
patrimonial projetado, permitindo, dessa forma, visualizar os comportamentos futuros da 
empresa em relação aos seus aspectos econômicos e financeiros.
UNIDADE 3
2 OS EFEITOS INFLACIONÁRIOS NAS PROJEÇÕES 
ORÇAMENTÁRIAS
Quando tratamos de projeções orçamentárias, devemos tomar o cuidado de identificar 
o comportamento do mercado e sua demanda, suas perspectivas de consumo, produção e 
venda. Mas não é só isso, temos que nos preocupar também com os efeitos nocivos ao poder 
aquisitivo da moeda, ou seja, a inflação.
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NOTA
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A inflação é o aumento persistente e generalizado no valor dos preços. Quando a 
inflação chega a zero, dizemos que houve uma estabilidade nos preços.
A inflação pode ser dividida em:
Inflação de Demanda
É quando há excesso de demanda agregada em relação à produção disponível. As 
chances de a inflação de demanda acontecer aumentam quando a economia produz 
próximo do emprego de recursos.
Para a inflação de demanda ser combatida é necessário que a política econômica se 
baseie em instrumentos que provoquem a redução da procura agregada.
Inflação de Custos
É associada à inflação de oferta. O nível da demanda permanece e os custos 
aumentam. Com o aumento dos custos ocorre uma retração da produção, fazendo 
com que os preços de mercado também sofram aumento. As causas mais comuns 
da inflação de custos são: os aumentos salariais que fazem com que o custo unitário 
de um bem ou serviço aumente; o aumento do custo de matéria-prima, que provoca 
um superaumento nos custos da produção, fazendo com que o custo final do bem 
ou serviço aumente; e, por fim, a estrutura de mercado, em que algumas empresas 
aumentam seus lucros acima da elevação dos custos de produção.
Índices de Inflação
A inflação possui vários índices, entre eles o IGP (Índice Geral de Preços), IPA (Índice 
de Preços no Atacado), INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), IPCA (Índice 
de Preços ao Consumidor Amplo), INCC (Índice Nacional do Custo da Construção), 
CUB (Custo Unitário Básico).
FONTE: Disponível em: <http://www.brasilescola.com/economia/inflacao.htm>. Acesso em: 25 
abr. 2015.
A inflação pode ser apurada a partir dos índices oficiais divulgados pelo governo, assim 
como também podem ser medidos internamente na empresa. Esses índices referem-se à 
economia em geral e aos mercados ligados aos negócios da empresa de forma específica. 
Dentre os indicadores econômicos relativos à inflação, os que mais se destacam são: taxa de 
juros, política salarial, crescimento dos mercados, investimentos dos governos, política cambial 
(principalmente para setores exportadores), entre outros.
Para apurar a taxa de inflação interna da empresa, conforme o quadro a seguir, é 
importante coletar todos os gastos que a empresa possui e avaliar a variação percentual 
referente à majoração desses valores durante o período avaliado. Também se faz necessário 
identificar o peso relativo de cada gasto sobre o componente principal avaliado, que pode ser 
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o produto ou serviço. Desta forma, pode-se apurar a variação percentual interna da inflação 
da empresa, que muitas vezes é a real inflação da empresa, pois a inflação divulgada pelo 
governo pode não contemplar itens que a empresa contempla. 
QUADRO 2 − APURAÇÃO DA INFLAÇÃO INTERNA DA EMPRESA
Produto Valor Aquisição
Valor 
Aquisição Variação
Peso 
Relativo %
em: Mês 1 em: Mês 2 Preço no Período no Produto Inflação 
Produto A R$ 56,00 R$ 58,00 3,5714% 12,00 0,4286%
Produto B R$ 453,00 R$ 487,00 7,5055% 20,00 1,5011%
Produto C R$ 45,00 R$ 46,00 2,2222% 25,00 0,5556%
Produto D R$ 34,00 R$ 35,00 2,9412% 1,00 0,0294%
Produto E R$ 34,00 R$ 37,00 8,8235% 1,20 0,1059%
Produto F R$ 54,00 R$ 59,00 9,2593% 0,10 0,0093%
Produto G R$ 32,00 R$ 33,00 3,1250% 0,60 0,0188%
Produto H R$ 67,00 R$ 69,00 2,9851% 0,10 0,0030%
Produto I R$ 4,00 R$ 4,50 12,5000% 12,00 1,5000%
Produto J R$ 53,00 R$ 55,00 3,7736% 8,00 0,3019%
Produto K R$ 65,00 R$ 67,00 3,0769% 7,00 0,2154%
Produto L R$ 34,00 R$ 35,00 2,9412% 13,00 0,3824%
Peso Total 100,00 5,0511%
FONTE: O autor
Observeo Produto A. O seu valor de aquisição de R$ 56,00 no mês 1 teve uma 
majoração de preços de R$ 58,00 para o mês 2. Sua variação de preços foi de 3,5714%. Feita 
essa comparação, é necessário identificar o peso relativo do produto na composição do cálculo, 
que significa “quanto compõe o produto A” para o produto final. O produto A contribui em 12% 
na composição do produto final, e desta forma, a variação do preço de aquisição de 3,5714% 
terá um impacto de 0,4286% na avaliação final da inflação.
Percebe-se no quadro anterior que o percentual final apurado é de 5,0511%.
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NOTA
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INFLAÇÃO
Inflação é um conceito econômico que representa o aumento de preços dos produtos 
num determinado país ou região, durante um período. Num processo inflacionário o 
poder de compra da moeda cai. 
Exemplo: num país com inflação de 10% ao mês, um trabalhador compra cinco 
quilos de arroz num mês e paga R$ 10,00. No mês seguinte, para comprar a mesma 
quantidade de arroz, ele necessitará de R$ 11,00. Como o salário deste trabalhador 
não é reajustado mensalmente, o poder de compra vai diminuindo. Após um ano, o 
salário deste trabalhador perdeu 120% do valor de compra. 
A inflação é muito ruim para a economia de um país. Quem geralmente perde mais são 
os trabalhadores mais pobres, que não conseguem investir o dinheiro em aplicações 
que lhes garantam a correção inflacionária. 
Podemos citar as seguintes causas da inflação: 
- Emissão exagerada e descontrolada de dinheiro por parte do governo. 
- Demanda por produtos (aumento no consumo) maior do que a capacidade de 
produção do país. 
- Aumento nos custos de produção (máquinas, matéria-prima, mão de obra) dos 
produtos. 
No Brasil existem vários índices que medem a inflação. Os principais são: IGP - Índice 
Geral de Preços (calculado pela Fundação Getúlio Vargas), IPC - Índice de Preços 
ao Consumidor (medido pela FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), 
INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor (medido pelo IBGE) e IPCA - Índice 
de Preços ao Consumidor Amplo (também calculado pelo IBGE). 
Você sabia? 
No ano de 2011 a inflação brasileira foi de 6,5% (IPCA - Índice Nacional de Preços 
ao Consumidor Amplo). 
FONTE: Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/o_que_e/inflacao.htm>. Acesso em: 25 
abr. 2015.
Como pode ser realizado esse tipo de levantamento? Com base em Padoveze (1997, 
p. 315), “as alterações nos custos e despesas da empresa também podem ser obtidas através 
do levantamento periódico dos custos dos produtos”. Esse tipo de levantamento, portanto, 
pode contribuir para que a empresa faça análises comparativas com os diversos indicadores 
inflacionários do mercado. Observe o exemplo da Tabela 3.
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TABELA 3 – APURAÇÃO DA INFLAÇÃO TRIMESTRAL
PRODUTO A
Mês 1 Mês 2 Mês 3 Variação Mês 3 -> Mês 1
R$ 2.000,00 R$ 2.010,00 R$ 2.028,09 R$ 28,09 
Variação em R$ R$ 28,09 
Variação em % 1,404%
Na Tabela 3 tomamos como exemplo um determinado produto X que a empresa esteja 
adquirindo ou comercializando. Ao levantarmos o histórico dos seus valores, identificamos 
que o mesmo produto teve uma variação de R$ 28,09 ao trimestre, ou seja, uma inflação de 
aproximadamente 1,404%.
Neste caso, ocorreu a perda aquisitiva da moeda, pois as perdas monetárias “corroeram” 
o ganho de compra do mesmo produto do período 1 até o período “n”.
Mesmo em economias estáveis, com inflação controlada, é necessário utilizar 
determinadas taxas inflacionárias, pois, mesmo com percentuais inflacionários reduzidos, 
existe a perda monetária.
FONTE: O autor
2.1 ESTIMATIVAS DE INFLAÇÕES FUTURAS
Para diversos tipos de economias, inflacionárias ou não, uma ferramenta que pode 
contribuir para melhor projetar os resultados econômicos e financeiros da empresa pode ser 
a criação de uma tabela de estimativas de inflações futuras.
Desta forma, podemos estimar alguns principais indexadores que influenciam os 
componentes de um balanço patrimonial e da demonstração de resultados. Buscamos em 
Padoveze (1997) alguns tipos de exemplos de indicadores, que são os seguintes:
•	 Inflação aplicada para a atualização dos excedentes de caixa (que podem ser determinados 
pelo indicador de rentabilidade futura, pois os recursos financeiros excedentes de caixa 
deverão ser aplicados em algum tipo de ativos com liquidez garantida).
•	 Inflação aplicada para a correção dos débitos fiscais (esse tipo de correção faz jus aos 
débitos fiscais em atraso, que podem gerar perdas monetárias).
•	 Inflação aplicada para a correção de salários (esse tipo de inflação é importante observar, 
pois cada variação terá impacto nos custos dos produtos. A matéria de Custos é estudada 
em disciplina específica).
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•	 Inflação aplicada para as demais despesas (aqui as despesas têm impacto na formação 
do mark-up para a formação dos preços de vendas. Esse item é importante ser analisado, 
pois a variação nos preços pode gerar perdas monetárias pela não reposição das perdas 
inflacionárias, tendo como consequência a falta na geração de riqueza da empresa).
•	 Inflação que será aplicada para outros itens patrimoniais ou de resultados, que tenham 
relevância para demais gastos a serem orçados.
Você observou neste item que a inflação tem aspecto relevante para a elaboração dos 
orçamentos, pois os orçamentos elaborados para um determinado exercício social (ano 1 ou 
ano 2) sofrerão perdas de valores monetários ao longo dos seus 12 meses projetados.
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A inflação tem aspecto relevante para a elaboração dos 
orçamentos, pois os orçamentos elaborados para um determinado 
exercício social sofrerão perdas de valores monetários ao longo 
dos seus 12 meses projetados.
2.2 ORÇAMENTO DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS
As despesas administrativas são, em geral, todos os gastos fixos na prestação de 
serviços a todos os setores operacionais da empresa, e não estão relacionados com o 
desempenho de uma única função.
Dentre as características do orçamento na área administrativa, podemos citar:
a) Ser flexível quanto ao crescimento que porventura a empresa possa ter.
b) Ter as suas atividades expostas para possíveis reduções das metas da empresa.
c) O setor deve ter bem claro a descrição dos seus objetivos.
d) Possuir os relatórios básicos de custos por centro de custo dos setores.
2.3 ORÇAMENTO DE DESPESAS COM VENDAS
Neste orçamento se incluem todas as despesas para colocar o produto no mercado. 
Neste raciocínio, Sanvicente e Santos (1983, p. 117) afirmam que “as despesas de vendas 
compreendem todos os gastos efetuados com a venda e a distribuição dos produtos”.
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Vejamos algumas despesas de vendas:
a) despesas com marketing;
b) despesas administrativas, como: salários, encargos, telefones, internet, comissão;
c) despesas com fretes, comissões, vendedores, estadas, visitas a clientes etc.
Estas despesas de vendas ocorrem devido à necessidade de a empresa acompanhar seu 
produto no mercado e também verificar o grau de inovações dos concorrentes para possíveis 
reestruturações dos seus produtos.
2.4 ORÇAMENTO DE DESPESAS FINANCEIRAS
De acordo com Zdanowicz (1989, p. 108), “no orçamento de despesas financeiras 
serão incluídos os juros, o desconto e a correção monetária, além de outros tipos de gastos 
financeiros, como oriundos de aplicações temporárias em títulos e as taxas de aberturade 
crédito pela empresa”.
Para a elaboração das projeções orçamentárias utilizaremos dois períodos, o Período 
1 (1º semestre do exercício social avaliado) e o Período 2 (2º semestre do exercício social 
avaliado). Primeiramente, vamos apurar os dados históricos da empresa, fazer uma simulação 
com esses dados, e, em seguida, elaborar a projeção dos resultados.
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Esse tipo de procedimento é interessante aplicar, pois, com o 
Orçamento FLEXÍVEL, é possível adequar as metas orçamentárias 
de acordo com a realidade da empresa no mercado, não a 
deixando “engessada” em um orçamento que talvez não seja 
possível alcançar.
3 ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO
A partir de agora vamos estudar o Ponto de Equilíbrio dos produtos da empresa e o 
impacto dos gastos variáveis e gastos fixos no volume da produção.
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3.1 PONTO DE EQUILÍBRIO
Vamos verificar a seguinte disposição dos valores para a apuração do PE = Ponto de 
Equilíbrio dos produtos da empresa.
Para analisarmos o Ponto de Equilíbrio conforme os valores acima, temos de inicialmente 
desenvolver os procedimentos de cálculo.
Para os Rolos de Tecido – Produto A, buscaremos o preço de venda sem IPI, pois o IPI é 
um imposto reconhecido de acordo com a produção e não compõe a FORMAÇÃO DO PREÇO 
DE VENDA do produto. O IPI é adicionado ao valor do produto quando da venda do mesmo.
O Preço de Venda sem IPI é de R$ 1.202,30, e o custo de R$ 608,82 deve ser 
descontado, assim como o valor do imposto (R$ 1.125,57 x 26,25%) de R$ 315,60.
O resultado encontrado após a sentença de R$ 1.202,30 ( - ) R$ 608,82 ( - ) 315,60 
será de R$ 277,87 de Margem de Contribuição (MC ).
A margem de contribuição deverá ser o suficiente para cobrir o valor dos gastos fixos 
da empresa.
A despesa proporcional encontrada em R$ 139.883,09 foi apurada da seguinte forma:
ð	 O total das Despesas Gerais na Demonstração do Resultado do Exercício é de 
R$ 666.697,01 divididos pela produção total de 11.248 peças = R$ 59,272493.
ð	 O valor de R$ 59,272493 referentes às despesas proporcionais de cada unidade 
produzida X a quantidade da produção do produto A de 2.360 unidades = R$ 139.883,09.
A quantidade de peças do Ponto de Equilíbrio é apurada em R$ 139.883,09 / R$ 277,87 
= 503,411921 peças (ou 503,41 peças com duas casas decimais). 
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Utilizamos nesse cálculo maior quantidade de casas decimais 
para efetivar a maior aproximação do valor entre a apuração 
em planilha EXCEL e a apuração manualmente em calculadora.
Para os Rolos de Tecido – Produto B, buscaremos o preço de venda sem IPI, pois o 
IPI é um imposto reconhecido de acordo com a produção e não compõe o preço de venda do 
produto. O IPI é adicionado ao valor do produto quando da venda do mesmo.
O Preço de Venda sem IPI é de R$ 1.090,34, e o custo de R$ 513,57 deve ser 
descontado, assim como o valor do imposto (R$ 1.090,34 x 26,25% ) de R$ 286,21.
O resultado encontrado após a sentença de R$ 1.090,34 ( - ) R$ 513,57 ( - ) 286,21 
será de R$ 290,56 de Margem de Contribuição (MC).
A margem de contribuição deverá ser o suficiente para cobrir o valor dos gastos fixos 
da empresa, que neste momento está representado pelo valor de R$ 290,56.
A despesa proporcional encontrada em R$ 194.295,24 foi apurada da seguinte forma:
ð	 O total das Despesas Gerais na Demonstração do Resultado do Exercício é de 
R$ 666.697,01 divididos pela produção total de 11.248 peças = R$ 59,272493.
ð	 O valor de R$ 59,272493 referentes às despesas proporcionais de cada unidade 
produzida X a quantidade da produção do produto B de 3.278 unidades = R$ 194.295,24.
A quantidade de peças do Ponto de Equilíbrio é apurada em R$ 194.295,24 / R$ 290,56 
= 668,692318 peças (ou 668,70 peças com duas casas decimais). 
Para os Rolos de Tecido – Produto C, buscaremos o preço de venda sem IPI, pois o 
IPI é um imposto reconhecido de acordo com a produção e não compõe o preço de venda do 
produto. O IPI é adicionado ao valor do produto quando da venda do mesmo.
O Preço de Venda sem IPI é de R$ 1.367,08, e o custo de R$ 596,82 deve ser 
descontado, assim como o valor do imposto (R$ 1.367,08 x 26,25% ) de R$ 358,86.
O resultado encontrado após a sentença de R$ 1.367,08 ( - ) R$ 596,82 ( - ) 358,86 
será de R$ 411,40 de Margem de Contribuição (MC).
A margem de contribuição deverá ser o suficiente para cobrir o valor dos gastos fixos 
da empresa, que neste momento está representado pelo valor de R$ 411,40.
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A despesa proporcional encontrada em R$ 176.632,03 foi apurada da seguinte forma:
ð	 Total das Despesas Gerais na Demonstração do Resultado do Exercício é de 
R$ 666.697,01 divididos pela produção total de 11.248 peças = R$ 59,272493.
ð	 O valor de R$ 59,272493 referentes às despesas proporcionais de cada unidade 
produzida x a quantidade da produção do produto C de 2.980 unidades = R$ 176.632,03.
A quantidade de peças do Ponto de Equilíbrio é apurada em = R$ 176.632,03 / R$ 
411,40 = 429,343778 peças (ou 429,34 peças com duas casas decimais). 
Agora para os Rolos de Tecido – Produto D, buscaremos o preço de venda sem IPI, pois 
o IPI é um imposto reconhecido de acordo com a produção e não compõe o preço de venda 
do produto. O IPI é adicionado ao valor do produto quando da venda do mesmo.
O Preço de Venda sem IPI é de R$ 1.225,70, e o custo de R$ 640,40 deve ser 
descontado, assim como o valor do imposto (R$ 1.225,70 x 26,25% ) de R$ 321,75.
O resultado encontrado após a sentença de R$ 1.225,70 ( - ) R$ 640,40 ( - ) 321,75 
será de R$ 263,56 de Margem de Contribuição (MC).
A margem de contribuição deverá ser o suficiente para cobrir o valor dos gastos fixos 
da empresa, que neste momento está representado pelo valor de R$ 263,56.
A despesa proporcional encontrada em R$ 155.886,66 foi apurada da seguinte forma:
ð	 Total das Despesas Gerais na Demonstração do Resultado do Exercício é de 
R$ 666.697,01 divididos pela produção total de 11.248 peças = R$ 59,272493.
ð	 O valor de R$ 59,272493 referentes às despesas proporcionais de cada unidade 
produzida x a quantidade da produção do produto D de 2.630 unidades = R$ 155.886,66.
A quantidade de peças do Ponto de Equilíbrio é apurada em R$ 155.886,66 / R$ 263,56 
= 591,465549 peças (ou 591,47 peças com duas casas decimais). 
É importante também realizarmos o cálculo do PE - Ponto de Equilíbrio em valores para 
conferirmos se a quantidade do PE apurado anteriormente está correta, conforme a seguir.
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Este foi o cálculo do PE - Ponto de Equilíbrio em valores dos produtos A, B, C e D.
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4 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Nesta etapa vamos apresentar a DRE – Demonstração do Resultado do Exercício e as 
operações finais para a apuração e contabilização do CMV (Custo de Mercadoria Vendida), 
PIS sobre vendas (Programa de Integração Social), COFINS sobre vendas (Contribuição ao 
Financiamento da Seguridade Social), IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica) e CSLL 
(Contribuição Social sobre Lucro Líquido).
Vamos, primeiramente, apresentar a base de cálculo do PIS – Programa de Integração 
Social dos produtos A, B, C e D e, feito isso, faremos a sua devida contabilização.
Continuando, vamos apresentar a base de cálculo da COFINS – Contribuição ao

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