Buscar

10.02. Licitação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

LICITAÇÃO 1/7 
 CONCEITO E FINALIDADE: procedimento de Direito Administrativo a que, em geral, os entes públicos estão sujeitos 
como medida prévia à escolha dos seus contratados, com o objetivo de: 
 evidenciar, de forma objetiva, qual o melhor contratante dentre os concorrentes (proporcionando à AP a 
opção pela proposta mais vantajosa ao patrimônio e ao interesse público); 
“Não se admite a discriminação arbitraria na seleção do contratante, sendo insuprimível o tratamento uniforme para 
situações uniformes, tendo em vista que, nos termos do art. 3o, caput, da Lei no 8.666/1993, a licitação destina-se a 
garantir não só a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração, e também a observância do principio 
constitucional da isonomia” (TCU - acórdão 1631/2007). 
 dar oportunidade a todos de oferecerem seus serviços e produtos ao Estado (ideia de competição justa e 
isonômica), honrando o princípio da igualdade e as exigências de moralidade, basilares no Estado de Direito; e, 
 promover o desenvolvimento nacional sustentável. 
TCU Acórdão 3241/2013 “1.8.1. a não adoção de critérios de sustentatibilidade ambiental na realização de licitações 
contraria o artigo 3º da Lei n 8.666/93 e a Instrução Normativa SLTI n 01/2010 (2ª Câmara –- Proc. 020.919/2011-05). 
CF, art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à 
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações. Lei n° 6.938/81 – instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente: Art. 4º A Política Nacional 
do Meio Ambiente visará: I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade 
do meio ambiente e do equilíbrio ecológico. 
Licitação Sustentável (ou Compra Pública Sustentável) é o processo que deve ser utilizado pelos órgãos e entes 
públicos, em suas licitações e contratações de bens, serviços e obras, compatibilizando a busca de benefícios 
específicos e imediatos à sociedade com o desenvolvimento econômico e social permanente e a preservação do meio 
ambiente. Exemplos da Instrução Normativa SLTI nº 01/2010: I – uso de equipamentos de climatização mecânica, ou de 
novas tecnologias de resfriamento do ar, que utilizem energia elétrica, apenas nos aonde for indispensável; II – 
automação da iluminação do prédio, projeto de iluminação, interruptores, iluminação ambiental, iluminação tarefa, uso de 
sensores de presença; III – uso exclusivo de lâmpadas fluorescentes compactas ou tubulares de alto rendimento e de 
luminárias eficientes; IV – energia solar, ou outra energia limpa para aquecimento de água; 
 
 BASES NORMATIVAS: CF : Art 22, XXVII; art. 37, XXI (ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, 
serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de 
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições 
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica 
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações); art. 173, § 1º; art. 175, “caput. Leis Federais nº 8.666/93, 
com alterações posteriores, e 10.520/02 (instituiu a modalidade “pregão”). 
 
 QUEM ESTÁ OBRIGADO A LICITAR: 
1 – aplicando a legislação supra: 
a) os órgãos da Administração Direta, autarquias e fundações de direito pública; e, 
b) as entidades da Administração Indireta prestadoras de serviços públicos. Contudo, a Lei nº 8.666/93, em seu art. 
119, estabelece: “As sociedades de economia mista, empresas e fundações públicas e demais entidades controladas 
direta ou indiretamente pela União e pelas entidades referidas no artigo anterior editarão regulamentos próprios 
devidamente publicados, ficando sujeitas às disposições desta Lei”. 
2 – aplicando legislação específica: Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista que se ocuparem de 
atividades econômicas (art. 173, § 1
o
, III, CF). 
3 – aplicando seus próprios regulamentos, que deverão se conformar aos princípios regenciais do instituto: toda e 
qualquer entidade privada que, de qualquer forma, vier a receber dinheiro público. 
 
 OBJETO: aquilo que a Administração Pública deseja contratar: obra (toda construção, reforma, fabricação, 
recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta), serviço (toda atividade destinada a obter 
determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, 
operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou 
trabalhos técnico-profissionais), compra (toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou 
parceladamente); alienação (toda transferência de domínio de bens a terceiros; além de locações, concessões e 
permissões. A licitação visará, portanto, a obtenção desse OBJETO nas melhores condições para a Administração 
Pública. Por isso mesmo, o objeto deverá ser minudente e convenientemente definido, de forma a assegurar a obtenção 
de produtos e prestações de qualidade, aptos à satisfação das necessidades coletivas. SÚMULA 177 do TCU - A 
definição precisa e suficiente do objeto licitado constitui regra indispensável da competição, até mesmo como 
pressuposto do postulado de igualdade entre os licitantes, do qual é subsidiário o princípio da publicidade, que envolve o 
conhecimento, pelos concorrentes potenciais das condições básicas da licitação, constituindo, na hipótese particular da 
licitação para compra, a quantidade demandada uma das especificações mínimas e essenciais 
à definição do objeto do pregão. 
 
 PRINCÍPIOS: Tratam-se das diretrizes fundamentais que devem presidir todo o procedimento licitatório, balizando os 
comportamentos das partes. Prevê expressamente a Lei nº 8.666/93 os seguintes princípios: 
 legalidade: aplicável a qualquer ato da AP. Vide art. 4º e o princípio do procedimento formal, abaixo. 
 impessoalidade: consoante art. 37, “caput”, da CF, e art. 3º e incisos I e II de seu § 1º, da Lei. Ausência de distinção 
(pessoalidades, favoritismos) entre concorrentes; 
LICITAÇÃO 2/7 
 moralidade: diz do respeito aos padrões éticos que se impõe tanto para a AP quanto para licitantes, com 
comportamento liso e honesto, de parte a parte (CABM); 
 probidade administrativa: dever de todo administrador público, previsto no art. 37, § 4º da CF, podendo conduzir a 
uma série de sanções. HLM explica este princípio como uma advertência aos administradores. Reiteração do princípio 
da moralidade segundo CABM. 
 igualdade: princípio impeditivo da discriminação e de favoritismos entre os participantes de uma licitação. Ver art. 3º, 
§ 1º : proibições de condições que comprometam ou restrinjam o caráter competitivo, que estabeleçam tratamentos 
diferenciados e de privilégios, especialmente no que tange à oportunidade de participação de todos os candidatos 
detentores de justa e correspondentes habilitação. As exceções, conforme Lei 8.666/93, art. 3º, § 2º: Em igualdade de 
condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: II -
 produzidos no País; III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. IV - produzidos ou prestados por empresas 
que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. § 5
o
 Nos processos de licitação previstos 
no caput, poderá ser estabelecido margem de preferência para produtos manufaturados e para serviços nacionais que 
atendam a normas técnicas brasileiras. O descumprimento desse princípio configura desvio de poder. Todavia, cabe 
sempre à AP fixar requisitos mínimos departicipação já no edital ou convite, assim buscando a segurança ou perfeição 
da obra ou serviço, a regularidade do fornecimento e o atendimento dos demais interesses públicos. 
 publicidade : verificar que o art. 4º permite que qualquer cidadão acompanhe o procedimento licitatório, desde que 
não interfira ou perturbe a realização dos trabalhos. A publicidade, ademais, abrange desde a abertura do procedimento, 
o conhecimento do edital, o exame de documentos e propostas (abertura sempre em audiência pública), e a publicação 
na imprensa oficial dos órgãos julgadores e do respectivo contrato (transparência). Vide arts. 3º, § 3º (a licitação não 
será sigilosa), 43, § 1º (abertura de envelopes sempre em público) e 63 (permissão para qualquer licitante conhecer dos 
termos do processo, obtendo cópia autenticada). Os julgamentos das propostas, entretanto, poderão ser realizados em 
recinto fechado e reservadamente. Já a divulgação dos resultados deverá ser objeto de ampla publicidade., de modo a 
propiciar aos interessados os recursos cabíveis, quer administrativos ou judiciais. De se recordar ainda a imperiosidade 
de motivação das decisões. 
 vinculação ao instrumento convocatório: edital ou carta-convite (normas regenciais). Trata-se da LEI INTERNA DA 
LICITAÇÃO. Como tal vincula tanto o licitante como a AP que o expediu. Uma vez estabelecidas, suas normas tornam-
se inalteráveis ao longo do procedimento. Verificada a inviabilidade do certame deflagrado, deverá a AP torná-lo 
insubsistente, reabrindo-o em outros moldes. Todavia, se apenas falho ou inadequado, o edital poderá ser aditado ou 
substituído por um novo, sempre com republicação e abertura de prazo aos licitantes. 
 julgamento objetivo: é o que se baseia no critério indicado no edital e nos termos específicos da proposta. Decorrerá 
do confronto dos fatores concretos pedidos pela AP e o atendimento dispensado pelos concorrentes através de suas 
propostas. Sem nenhum subjetivismo ou discricionarismo. Vide arts. 44 (proíbe, inclusive, elementos ou critérios 
sigilosos, secretos e subjetivos) e 45 (explicita o princípio, os tipos de licitação - menor preço, melhor técnica, preço e 
técnica, melhor lance ou oferta -, e casos de sorteio para desempate). CABM reflete que este princípio, que repele o 
subjetivismo, apenas pode se realizar em sua plenitude nos certames unicamente decididos pelo preço. Nos demais 
(técnica, qualidade, rendimento) esse ideal demandará, por vezes, uma incursão no plano das opiniões pessoais. 
HLM e outros autores ainda informam alguns outros princípios, doutrinariamente vislumbrados correlatos àqueles 
encimados. Merecem destaque: 
→ PROCEDIMENTO FORMAL : Exige-se procedimento escrito, com determinadas formas solenes; há de se deixar tudo 
registrado para controle e fiscalização, interna e externa. Alude às normas regenciais, posto que impõe a vinculação de 
todo o procedimento licitatório às prescrições legais, regulamentares, do caderno de obrigações e do edital ou convite. 
Este princípio não alude ao formalismo, que se caracteriza por exigências inúteis e desnecessárias. Vide art. 4º (... 
direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido na lei ... ). Dessa forma, meras 
omissões ou irregularidades formais que não causem prejuízos à AP ou aos licitantes não devem conduzir à anulação do 
procedimento (HLM) – “pas de nullité sans grief” . “Procedimentos” : vide arts. 38 e 43. 
→ SIGILO NA APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS : mero consectário do princípio da igualdade dos licitantes, eis que 
visa assegurá-lo. O sigilo vale para que ninguém, conhecendo proposta alheia, possa adquirir qualquer espécie de 
posição vantajosa. Por isso exige-se propostas em envelopes ou invólucros indevassáveis (art. 3º, § 3º, 43, § 1º, I e II). A 
quebra dessa regra constituiu crime : Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou 
proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa. 
→ ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA AO VENCEDOR : vide arts. 50 e 64. Em face da desistência do vencedor 
(expressamente ou não firmar o contrato no prazo fixado) a AP deverá contratar com o segundo classificado. A AP, 
entretanto, não tem a obrigação de contratar, eis que pode licitamente anular ou revogar o procedimento, ou ainda adiar 
o contrato, desde que existam justos motivos para tanto. Porém, se resolver contratar, deverá fazê-lo com o vencedor da 
licitação, que detém o direito à adjudicação (atribuição a ele do objeto do contrato ). 
→ COMPETITIVIDADE: Veda ajustes e conluios entre os concorrentes (arts. 3º, § 1º, I; 90 e 95) – Vide CABM (“da 
essência da licitação”). Burl : Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o 
caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da 
adjudicação do objeto da licitação: Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa; e, Art. 95. Afastar ou procura 
afastar licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo: Pena -
 detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência. Parágrafo único. Incorre na 
mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida. 
 
LICITAÇÃO 3/7 
 OBRIGATORIEDADE DA LICITAÇÃO: trata-se da regra constitucionalmente estabelecida, restando à lei definir as 
hipóteses do seu descabimento. Dessa forma, a licitação somente poderá ser AFASTADA QUANDO A LEI 
EXPRESSAMENTE PREVER essa possibilidade, declarando-a: DISPENSÁVEL (art. 24 da Lei nº 8.666/93) ou 
INEXIGÍVEL (art. 25 da Lei nº 8.666/93). 
Portanto, são situações que levam à CONTRATAÇÃO DIRETA, SEM LICITAÇÃO: 
 
 DISPENSA DA LICITAÇÃO: Há possibilidade de escolha e de competição, mas sua realização não atende ao 
interesse público. São 33 hipóteses taxativamente elencadas no art. 24 da Lei 8.666/93, vinculadas, basicamente, a 
quatro categorias, a saber: 
 do PEQUENO VALOR: assim considerado se não ultrapassar 10% do limite previsto para a modalidade convite: 
a) Serviços de engenharia: R$ 15.000,00; e, b) Demais contratações: R$ 8.000,00. 
• de SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS: guerras, calamidades, licitação deserta, intervenção no domínio econômico, 
obra remanescente etc. 
• do objeto: compra de gêneros alimentícios perecíveis, compras de materiais padronizados para as forças 
armadas etc. 
• da pessoa: contratação de instituição brasileira de pesquisa, serviços prestados por associações de portadores 
de deficiência física sem fins lucrativos, cooperativas de “catadores” de lixo etc. 
Vide alguns exemplos: “Art. 24. É dispensável a licitação: 
IV - nos casos de EMERGÊNCIA ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação 
que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, 
públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e 
para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias 
consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos 
respectivos contratos; 
V - quando NÃO ACUDIREM INTERESSADOS À LICITAÇÃO ANTERIOR e esta, justificadamente, não puder ser 
repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;” (hipótese 
doutrinariamente definida como “licitação deserta”. Importante: não confundir com a denominada “licitação “fracassada”, 
que é aquela que, mesmo acorrendo interessados e havendo competição, não chega a um vencedor, quer por conta da 
impossibilidade de aceitação das correspondentespropostas, quer em face da desqualificação dos concorrentes). 
 
 INEXIGIBILIDADE : IMPOSSIBILIDADE DE ESCOLHA e consequentemente de competição, EM FACE DE OBJETO 
ÚNICO OU SINGULAR. Nos casos de inviabilidade jurídica do procedimento competitivo, quer pela natureza específica 
do negócio, quer pelos objetivos sociais visados pela Administração Pública . Bens e serviços singulares: como um 
selo do qual se emitiu um único exemplar; uma espada utilizada en acontecimento histórico relevante; obra de arte ou 
realização técnica ou científica correspondente, ou produção intelectual com característica pessoal única, exclusiva ao 
preenchimento da correspondente necessidade administrativa. Ex. ciclo de conferências efetuados por determinados 
especialistas; a exibição de uma orquestra sinfônica. Obs.: Trata-se de singularidade relevante, não valendo, com 
efeito, para serviços corriqueiros. Na área jurídica, por exemplo, simples execuções fiscais não dariam margem à tal 
contratação, assim por não requerer maior engenhosidade ou habilidade, nenhuma contribuição intelectual 
especialíssima. 
O art. 25 da Lei 8.666/93 alude à “inviabilidade de competição”, enumerando, em face dessa expressão, rol não 
exaustivo (CABM), exemplificando: aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que somente são fornecidos por 
produtor, empresa ou representante comercial exclusivo. Idem quanto à contratação de serviços técnicos profissionais 
elencados no art. 13 da lei, como a contratação de profissional de qualquer setor artístico, consagrado pela crítica 
especializada ou pela opinião pública. Também os casos de “notória especialização”, focalizados no art. 25, II, e logo e 
expressamente definidos no § 1º subsequente, também aludem a um ofertante exclusivo, não havendo outro mais 
adequado a satisfazer os interesses da AP. Seu trabalho especializado deve representar uma nítida e inequívoca 
vantagem para a AP em relação a outros profissionais também notórios e especializados, mas cujas características não 
podem ser suplantadas para o atendimento da necessidade administrativa. Ver exemplo dado: arquiteto Oscar Niemayer 
em relação a Brasília. Serviço de publicidade: inexigibilidade expressamente vedada (art. 25, II, “in fine”, e no art. 2º). 
 
> CAUTELAS A SEREM ADOTADAS EM CASOS DE DISPENSA OU INEXIGIBILIDADE (art. 26): a dispensa e a 
inexigibilidade de licitação devem ser sempre e necessariamente justificadas, carreando aos respectivos processos 
instrução comprovadora da hipótese invocada, motivando-se ainda a escolha do contratante e do preço (que deve ser 
compatível ao de mercado) Também nesses casos a decisão deverá ser submetida ao superior hierárquico para 
RATIFICAÇÃO, no prazo de 3 dias, e publicação em 5 dias, como condição de eficácia do ato (art. 26 e § único). Burla: 
Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades 
pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade: Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa. Parágrafo único. Na 
mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se 
da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público. 
 
 MODALIDADES DE LICITAÇÃO : em número de seis, que podem ser definidas segundo dois critérios : 
 
* Quanto ao valor do objeto licitado (quanto maior o preço do objeto 
licitado maiores também serão as formalidades exigíveis) 
- Convite (art. 22 da Lei nº 8.666/93) 
- Tomada de Preços (art. 22 da Lei nº 8.666/93) 
LICITAÇÃO 4/7 
 
- Concorrência (art. 22 da Lei nº 8.666/93) 
 
* Quanto às peculiaridades do objeto licitado (não leva em conta o 
valor do objeto, mas as suas características)
 
- Concurso (art. 22 da Lei nº 8.666/93) 
- Leilão (art. 22 da Lei nº 8.666/93) 
- Pregão (Lei nº 10.520/02) 
 
PREÇO OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA COMPRAS E SERVIÇOS 
CONVITE (art. 23, I, “a” e “b”) até R$ 150.000,00 até R$ 80.000,00 
TOMADA DE PREÇOS até R$ 1.500.000,00 até R$ 650.000,00 
CONCORRÊNCIA acima de R$ 1.500.000,00 acima de R$ 650.000,00 
Art. 24. É dispensável a licitação: 
 I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I 
do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços 
da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; 
 II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do 
artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo 
serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; 
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para 
compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por 
autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. 
 
 CONCORRÊNCIA (art. 22, § 1º): forma licitatória prevista geralmente para as licitações de maior valor (porém sempre 
obrigatória quando da alienação de imóveis e concessões de serviço público e de direito real de uso de bem público ). 
Requisitos: UNIVERSALIDADE : (principal característica) pois aberta a todos os interessados, desde que dela 
tenham condições de tomar parte (conforme qualificação exigida pelo edital à sua habilitação). Enseja a AMPLA 
PUBLICIDADE: a lei exige que a abertura da concorrência seja objeto da maior divulgação possível, tendo em vista o 
vulto e a complexidade do seu objeto. Visando contratação vantajosa para a AP colima-se o maior número de 
concorrentes possíveis. 
 
 TOMADA DE PREÇO (art. 22, § 2º): voltada para objetos de menor valor (art. 23). Não conta com a fase de 
habilitação, substituída pelo cadastramento, feito de forma genérica a credenciar interessados para todas as tomadas de 
preço futuras. Tal cadastro pressupõe o exame da satisfação dos requisitos próprios para a apresentação de propostas. 
A não satisfação impede o cadastramento. Todavia, poder-se-á, quando de dado certame, criar-se novas exigências, se 
pertinentes, criando-se uma oportunidade de qualificação entre as empresas já cadastradas. Bem se vê, pois, que trata-
se de licitação entre interessados previamente registrados, convocados de acordo com a lei (antecedência mínima, 
publicação no Diário Oficial e em jornal particular, dizendo das informações essenciais do certame e local de retirado do 
edital). É permitido o cadastramento até o terceiro dia anterior ao recebimento das propostas. O procedimento da tomada 
de preços é o mesmo da concorrência, inclusive quanto ao julgamento das propostas. O que diferencia essas duas 
modalidades é que na tomada de preços a habilitação prévia dos concorrentes se faz através do registro cadastral. 
REGISTROS CADASTRAIS : conforme HLM são assentamentos feitos nas repartições administrativas que realizam 
licitações, para fins de qualificação dos interessados em contratar com a AP (arts. 34 a 37 e 51). O CERTIFICADO DE 
REGISTRO CADASTRAL - CRC, consoante prevê a Lei nº 9.648/98, substitui todos os documentos enumerados nos 
arts. 21 a 38 da Lei nº 8.666/93, desde que essas informações estejam disponibilizadas em sistema informativo de 
consulta direta indicado no edital. Em regra o CRC está apto a fornecer os dados necessários à chamada habilitação 
genérica (capacidade jurídica e regularidade fiscal), mas não da habilitação específica, referente à capacidade técnica e 
qualificação econômico-financeira. Os documentos alusivos a esses pontos devem ser apresentados no momento 
oportuno. 
O CERTIFICADO DE REGISTRO CADASTRAL deveconter : dados identificadores do profissional ou empresa; prazo de 
validade do registro; categoria ou grupo a que pertence; quantidade e qualidade do aparelhamento técnico; nível da 
equipe técnica e administrativa; montante do capital realizado; faturamento do exercício anterior e o lucro líquido; 
indicação do desempenho em contratos anteriores, e demais elementos reveladores do pretendente. 
O CRC tem validade de “até um ano” (art. 34), cabendo à unidade responsável, no mínimo uma vez por ano, tanto pela 
imprensa oficial quanto por jornais diários, convocar os já cadastrados para a atualização de seus registros, assim como 
o ingresso de novos interessados (§ 1º). Os pedidos de inscrição serão julgados por Comissão composta de “pelo 
menos” três membros, dois deles servidores qualificados permanentes do órgão responsável pelo certame (art. 51). Do 
indeferimento, da suspensão e cancelamento da inscrição cabe recurso administrativo no prazo de cinco dias úteis, 
contados da intimação (art. 109, I, “d”). Vide crime correlato previsto no art. 98. 
 
 CONVITE (art. 22, § 3º): é a modalidade de licitação mais simples, destinada à contratações de pequeno valor, 
consistindo na solicitação escrita a pelo menos três interessados do ramo, registrados ou não, para apresentarem suas 
propostas no prazo mínimo de cinco dias úteis (art. 21, § 2º, IV ). Não é publicado, mas sim feito diretamente através de 
carta-convite. Cópia desse documento, que é o instrumento convocatório, deverá ficar afixada em local próprio. Esse 
certame fica aberto a todos os demais cadastrados da mesma categoria, desde que manifestem seu interesse até 24 
horas antes da apresentação das propostas ( art. 22, § 3º ). Regra bastante interessante é a do art. 22, § 6º, que 
determina que a cada novo convite deverá ser convidado outro fornecedor que não tenha participado do certame 
LICITAÇÃO 5/7 
anterior, assim enquanto existirem cadastrados não convidados. Outra peculiaridade do convite : embora deva ser 
julgado também por Comissão, esta poderá ser substituída, nos termos do art. 51, § 1º, por servidor formalmente 
designado. 
 
 CONCURSO (art. 22, § 4º) : Modalidade de licitação destinada à escolha do trabalho técnico ou artístico, 
predominantemente de criação intelectual. Faz-se a seleção do objeto licitado, escolhido o melhor trabalho técnico, 
científico ou artístico apresentado, mediante a outorga de um prêmio ou remuneração ao vencedor (art. 22, § 4º). Não há 
propostas mas sim a apresentação de trabalhos. Dispensa as formalidades especiais da concorrência. O edital fixará o 
regulamento do concurso, estabelecendo suas diversas diretrizes: forma de apresentação do trabalho; designará a 
Comissão Julgadora; critérios de julgamento; prêmios a serem concedidos etc. O concurso exaure-se com a 
classificação dos trabalhos e o pagamento dos prêmios, não conferindo nenhum direito à contratação com a AP. A 
eventual execução do projeto escolhido (vide caso de obras urbanizadoras por exemplo) será objeto de outra licitação, 
sob a cabível modalidade. Previsões ainda dos arts. 51, § 5º, e 52. 
 
 LEILÃO (art. 22, § 5º): Venda pública onde participam os interessados na aquisição. Especialmente usado para a 
venda de bens móveis inservíveis (aqueles cuja utilização não mais convenham à AP, embora em bom estado e 
servindo ao uso de quem adquiri-los), de produtos apreendidos e penhorados àquele que oferecer melhor lance ou 
preço, sempre igual ou inferior ao da avaliação. Somente autorização especial é que permitirá que bens imóveis sejam 
leiloados. Por indicação do Conselho Nacional de Desestatização passou o leilão a ser utilizado para a alienação de 
ações de empresas estatais, inclusive de controle acionário, a dissolução de sociedades com a alienação de seus ativos 
etc. . 
 
 PREGÃO (Lei nº 10.520, de 17.7.2002) : A licitação, por meio da modalidade pregão, poderá ser utilizada para a 
aquisição de bens e serviços comuns, que são aqueles, segundo especifica o parágrafo único do artigo 1º da Lei, 
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser definidos objetivamente pelo edital, por meio de 
especificações usuais no mercado. No âmbito Federal esses bens e serviços são discriminados pelo Decreto nº 
3555/00 – o regulamento do pregão -, em seu anexo II (depois alterado pelo Decreto nº 3693/00).. Trata-se de 
classificação taxativa. Posteriormente o Decreto nº 3784/01 acresceu outros bens de consumo e serviços comuns nessa 
classificação. O Decreto Federal nº 3.697/00 disciplinou o pregão eletrônico, realizado mediante a 
 
utilização de recursos 
de tecnologia de informação. Caberá aos Estados e Municípios expedir seus próprios regulamentos, ainda que apenas 
para reproduzir as fórmulas federais. Inexiste limite de valores para a realização do pregão. 
O critério de julgamento (tipo de licitação) será sempre o menor preço. Porém, recordemos que menor preço não 
significa desprezo à qualidade, devendo o pregoeiro verificar os prazos máximos para fornecimento, as especificações 
técnicas, os parâmetros mínimos de desempenho de qualidade e as demais especificações do edital. Leon Frejda 
Szklarowsky define como princípios básicos a que se submete o pregão : legalidade, impessoalidade, moralidade, 
eficiência (desempenho), igualdade, publicidade, probidade administrativa, vinculação ao instrumento convocatório, 
julgamento objetivo, celeridade, finalidade, razoabilidade, competitividade, justo preço, seletividade e comparação 
objetiva das propostas. Ou seja, tratam-se dos princípios gerais da licitação somados às diretrizes maiores do Direito 
Administrativo. 
 
 PROCEDIMENTO LICITATÓRIO: a licitação é levada a efeito através de procedimento previsto em lei (art. 4º). 
Consiste numa sucessão encadeada de atos jurídicos encetados com vistas à produção de um efeito final, consistente 
na adjudicação do objeto ao vencedor da licitação (aquele que apresentou proposta mais vantajosa). Tais atos 
procedimentais processam-se autônomos no que tange à respectiva impugnação, iniciando-se sempre na repartição 
interessada, qual se tem das fases a seguir discriminadas. Audiência pública : Vide art. 39, “caput”. Apenas no caso de 
grandes obras e serviços (art. 23, I) . 
 
 INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO (arts. 40 a 42): EDITAL é o ato pelo que a AP geralmente dá início ao 
procedimento licitatório (não há edital na modalidade convite, eis que nessa o edital é substituído pela carta-convite, que 
faz as vezes de instrumento convocatório e esclarecedor aos interessados) . 
Consiste na fixação das condições para a participação dos interessados, discriminando: descrição do objeto, data de 
abertura e encerramento da entrega das propostas etc. Procura-se desse modo, com isenção e lisura, tornar 
compreensível a todos os interessados a existência e as regras do procedimento. Por outro lado presta-se à convocação 
de interessados a apresentação de suas propostas. A omissão de pontos essenciais (ou ainda que contenham 
disposições preferenciais ou discriminatórias) no edital leva à sua anulação. Idem se suas disposições não atenderem 
aos princípios da licitação ou gerais do direito administrativo. Não é necessária a publicação de todo o edital, mas de 
extrato onde constantes os principais pontos acima destacados. Os demais elementos concernentes ao certame ficarão 
à disposição dos interessados na repartição competente. A AP estará sempre vinculada às condições estabelecidas no 
edital, bem como os respectivos concorrentes (princípio da vinculação ao instrumento convocatório). O próprio contrato 
administrativo que será futuramente celebrado deverá estar predeterminado no edital. O edital não deve conter 
especificações exageradas que possam produzir seu direcionamento ou qualquer outra forma de favoritismo. A 
divulgação do edital é obrigatória tanto pela imprensa oficial quantopela particular. A lei estabelece sempre os prazos 
MÍNIMOS para a convocação dos licitantes. 
 
 HABILITAÇÃO ou QUALIFICAÇÃO (art. 43, I e II): À aferição das seguintes CAPACIDADES dos licitantes: 
LICITAÇÃO 6/7 
 jurídica (art. 28) : decorre da personalidade jurídica, que é a qualidade para exercer direitos e contrair obrigações. 
 fiscal (art. 29) : Regularidade fiscal alude ao correto atendimento das exigências do FISCO; 
 técnica (art. 30) : diz dos requisitos profissionais que qualificam o licitante como apto a execução do objeto do 
certame. Comprova-se essa capacidade das seguintes formas : 
 GENÉRICA : pelo registro profissional; 
 ESPECÍFICA : pelo atestado de desempenho anterior e pela existência de aparelhagem e pessoal adequados para a 
respectiva execução; 
 OPERATIVA : pela demonstração da disponibilidade desses recursos indispensáveis à execução. Consoante o 
disposto no art. 30, II, à comprovação da CAPACIDADE OPERATIVA REAL basta que se apresente relação explícita 
dos recursos exigidos e declaração formal acerca de sua disponibilidade ( a fraude levará à declaração de inidoneidade). 
 econômica-financeira (art. 31) : capacidade para suportar as exigências econômicas decorrentes do contrato. 
Comprova-se por balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício, certidão negativa de falência ou 
concordata e por prestação de garantia. 
Todas essas capacidades haverão de ser comprovadas pela documentação apresentada. Nas concorrências públicas 
esta fase é isolada, devendo cada concorrente apresentar dois envelopes lacrados, um com os documentos habilitatórios 
e o outro com a proposta, que somente após a possível qualificação é que o último será descerrado. Já na modalidade 
tomada de preços o registro cadastral supre essa fase, malgrado torne-se possível àqueles concorrentes que se 
habilitarem antes da data do recebimento das propostas. 
 
 CLASSIFICAÇÃO OU JULGAMENTO: fase de julgamento das propostas, que será realizada de acordo com os 
critérios fixados no edital ou no convite (princípio da vinculação ao ato convocatório). A Lei 8666/93 estabelece padrões 
de julgamento, assim como critérios de desempate. Ao vencedor é gerado o direito subjetivo à adjudicação. As propostas 
ofertadas em desconformidade (forma e conteúdo) ao edital serão desclassificadas. Idem se as propostas se revelarem 
inexeqüíveis (preços excessivamente baixos, prazos impraticáveis, condições irrealizáveis etc. – vide, em especial, art. 
48). Será vitoriosa a proposta mais vantajosa, que é aquela que melhor atende os interesses da AP, conforme 
preestabelecido no edital. O julgamento será sempre objetivo. 
TIPOS DE LICITAÇÃO (art. 45 – exceto para a modalidade concurso): 
 menor preço : a mais comum. Usual para a contratação de obras, serviços e compras de maior simplicidade ou que 
não reclame sofisticação qualquer. 
 melhor técnica : visa-se o melhor, mais adequado, mais rentável, mais eficiente. Três são os envelopes utilizados para 
essa espécie de licitação, sendo um para a documentação; um para a proposta técnica; e um para a proposta de preço e 
condições de pagamento. Examinadas as propostas técnicas, passa-se então ao exame dos preços daqueles 
classificados. Daí inicia-se a negociação com o melhor classificado, tendo em vista o menor preço oferecido. Havendo 
acordo, adjudica-se. Não havendo, discute-se com o segundo classificado e assim sucessivamente (art. 46, §§ 1º e 3º). 
 técnica e preço : na esteira do de melhor técnica. Vide art. 46, §§ 2º e 3º. 
 maior lance ou oferta ( casos de alienação de bens ou concessões). 
COMISSÃO DE JULGAMENTO : poderá ser especial ou permanente. O julgamento será, nas concorrências e tomadas 
de preço, privativo de uma comissão composta de, pelo menos, três membros (art. 51), implicando a anulação da fase a 
inobservância desse preceito. Pelo menos dois desses membros deverão ser servidores qualificados e permanentes do 
órgão licitante. No concurso a comissão será constituída por renomados especialistas, servidores ou não (§ 5º). Já no 
convite o julgamento poderá ser feito por um único servidor, quando realizado nas unidades administrativas pequenas e 
que contem com pessoal escasso (§ 1º). Como ÓRGÃO JULGADOR não pode ser substituída por nenhuma outra 
autoridade. A Comissão é geralmente encarregada tanto de julgar as propostas como de proceder à habilitação 
preliminar dos concorrentes. Poderá ser sempre assessorada por técnicos e especialistas em assuntos jurídicos, 
financeiros, técnicos, científicos etc. . Essa função específica também poderá recair sobre a Comissão de Registro 
Cadastral. EMPATE DE PROPOSTAS : dará ensejo à decisão por SORTEIO, proibido qualquer outro expediente à 
solução do impasse. Haverá sempre preferência a bens e serviços produzidos no País (art. 45, § 2º). 
 
 HOMOLOGAÇÃO e ADJUDICAÇÃO: estas fases são abordadas de forma bastante dissonante pelos autores, 
mercê das imprecisas e até mesmo contraditórias menções que lhe são feitas pela lei, a saber : Art. 38, VII – atos de 
adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação (ensejando a crença que esta será precedida daquela); Art. 
43, VI – deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto da licitação (sentido 
inverso). Posto isso, vale esclarecer que: 
 HOMOLOGAÇÃO é o ato da autoridade competente, estranha à comissão, que confere a correção jurídica de todos os 
atos do procedimento licitatório (inclusive, conforme o entendimento último esposado, da própria adjudicação). Se 
conforme às exigências normativas, homologa-o; caso contrário, anula-o total ou parcialmente (vício sanável). Com a 
homologação encerra-se o procedimento licitatório. É ato de controle, servindo à confirmação da legalidade do certame 
e a correção da classificação das propostas. 
 ADJUDICAÇÃO, ao seu turno, corresponde à atribuição do objeto da licitação ao licitante vencedor do certame. 
Oferece a AP, na verdade, o direito de preferência de contratação ao autor da proposta vencedora, colocando-o como o 
único que pode contratar. Caso se recuse a contratar (assim incidindo nas penalidades previstas no edital e normas 
legais pertinentes – art. 81), esse direito passará ao segundo classificado, que não poderá ser obrigado a contratar nas 
mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário, malgrado a estas deva se submeter caso deseje a adjudicação 
do objeto da licitação (art. 81, p.u., c/c art 64, § 2º). A AP somente poderá não adjudicar se revogar a licitação por 
LICITAÇÃO 7/7 
motivo de interesse público decorrente de fato superveniente, devidamente comprovado, pertinente e suficiente para 
justificar tal conduta (art. 49, “caput”), ouvido o interessado (§ 3). O despacho revogatória deverá ser satisfatoriamente 
motivado. Somente poderá ser feita pela AP interessada e não pelo julgador das propostas. Exigência de contraditório e 
ampla defesa (art. 49, § 3º). 
 
 O PROCEDIMENTO DO PREGÃO: previsto no art. 3
o
 da Lei nº 10.250/02, merecendo destaque, em primeiro lugar, a 
figura do pregoeiro, que substitui a Comissão de Licitação. Deverá ser designado dentre os funcionários do órgão, assim 
como se procederá em relação aos integrantes da sua equipe de apoio. Seguir-se o edital, com a publicação do 
correspondente aviso. Na data e horário designados, em audiência pública, serão recebidas as propostas, devendo cada 
interessado, após a necessária e suficiente identificação, apresentar declaração afirmando que cumprem plenamente os 
requisitos de habilitação. Recebidos nesse momento, os envelopes serão descerrados, procedendo-se ao julgamento 
dos PREÇOS oferecidos. Serão classificados para prosseguir no certame apenas os autores da melhor proposta 
(sempre a de menor preço)e daquelas que não a excederem em mais de 10% (em todo e qualquer caso, no mínimo 
três proponentes passarão para a fase seguinte). Então serão dadas aos licitantes oportunidades para fazerem novos 
lances verbais e sucessivos, até chegar-se ao vencedor. Encerrada a fase competitiva e classificadas as propostas, o 
pregoeiro abrirá o invólucro contendo os documentos de habilitação do primeiro classificado, verificando se preenchidas 
as exigências legais, sendo que em caso negativo lançar-se-á a examinar as demais propostas, respeitada a 
classificação, até encontrar uma que atenda ao edital. Durante todo o procedimento caberá ao pregoeiro negociar com o 
proponente no intuito da obtenção de um preço melhor. Segue-se a fase recursal. 
 
Documentos relativos à licitação: serão apresentados em envelopes lacrados e rubricados, um contendo os 
documentos necessários à habilitação e o outro - ou outros, como no caso de melhor preço e melhor técnica – a(s) 
proposta(s). Recebidos, os envelopes serão também rubricados por todos os membros da comissão. Devem permanecer 
invioláveis até a sessão de abertura (a violação é vide crime previsto no art. 94 ).Em sessão pública serão abertos os 
envelopes-documentação, sendo rubricados os documentos pela comissão e por todos os licitantes presentes. Ata 
deverá registrar circunstanciadamente todos os fatos havidos na sessão. Após o exame dos documentos abre-se prazo 
para recurso. Vencida essa fase, devolve-se os envelopes fechados (com as propostas) as licitantes não habilitados. Em 
nova sessão pública são descerrados os envelopes-propostas. Procedimento idêntico. Rejeitam-se as propostas que 
desatenderem ao edital, classificando-se as demais. 
 
RECURSO ADMINISTRATIVOS: Vide art. 109 da lei. Todos os recursos interpostos serão comunicados aos demais 
licitantes, que também poderão impugná-los. Recebimento e julgamento dos recursos pela autoridade superior. 
 
SANÇÕES PENAIS: inovação da lei 8.666/93, que instituiu crimes e respectivas penas (sempre detenção e multa) 
relacionadas especificamente com licitação e contrato administrativo (arts. 89 a 98). Tais infrações sujeitam os autores, 
quando servidores públicos, à perda do cargo, emprego ou mandato eletivo (art. 83). 
 
LICITAÇÕES INTERNACIONAIS: em regra deverão ser realizadas na modalidade concorrência, conforme dispõe o § 3
o
 
do art. 23, cabendo igualmente a tomada de preço, quando existente cadastro internacional de fornecedores, ou ainda 
convite, quando inexistir fornecedor do bem ou serviço no País. Vide ainda § 4
o
 do art. 32.

Outros materiais