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História Da Cidade Benevolo Resumo

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Capítulo 1 
O ambiente construído não passava de uma modificação superficial do ambiente natural, 
imenso e hostil, no qual o homem começou a mover-se, o abrigo era uma cavidade natural ou 
um refúgio de peles sobre uma estrutura simples de madeira. O abrigo das sociedades 
neolíticas não é apenas um abrigo na natureza, mas um fragmento de natureza transformado 
segundo um projeto humano, compreende os terrenos cultivados para produzir, e não apenas 
para apropriar do alimento, os abrigos dos homens e dos animais domésticos, os depósitos de 
alimento produzido para uma estação inteira ou para um período mais longo, os utensílios 
para o cultivo, a criação, a defesa, a ornamentação e o culto. 
 
Cap2 
A aldeia passa a ser cidade no momento que as indústrias e os serviços não são mais 
executados pelas pessoas que cultivam a terra, mas por outras que já não tem essa obrigação. 
Assim nasce o contraste entre dois grupos dominantes. Enquanto as indústrias e os serviços se 
desenvolvem através da especialização a produção agrícola cresce utilizando estes serviços e 
instrumentos. A sociedade se torna capaz de evoluir e planejar a sua evolução. A cidade, centro 
motor da evolução, se transforma numa velocidade muito maior do que a aldeia e mostra 
mudanças muito profundas da composição e das atividades da classe dominante, que influi 
sobre toda a sociedade. 
A revolução urbana começa no crescente e fértil onde é coberto com uma vegetação 
rala e desigual. A planície é fértil, mas só consegue ser cultivada por onde passa ou pode ser 
conduzida a água. Os rios, os mares e o terreno aberto às comunicações favorecem as trocas de 
mercadorias e notícias; os céus, quase sempre serenos, permitem ver, à noite, os movimentos 
regulares dos astros e facilitam a medição do tempo. Foi neste local que algumas sociedades 
neolíticas encontraram um ambiente capaz que produzir recursos muito mais abundantes. Com 
o cultivo de cereais e árvores frutíferas, e parte dos viveres sendo acumulada para trocas 
comerciais, uma nova economia surge: o aumento da produção agrícola, a concentração do 
excedente nas cidades e ainda o aumento de população e de produtos, garantido pelo domínio 
da cidade sobre o campo. 
Na Mesopotâmia, o excedente se concentra nas mãos dos governantes da cidade; que 
nessa qualidade recebem os rendimentos de parte das terras comuns, a maior parte dos 
despojos de guerra e administram essas riquezas acumulando as provisões alimentares para 
toda a população, fabricando ou importando os utensílios de pedra e metal para o trabalho e 
para a guerra, registrando as informações e os números que dirigem a vida da comunidade. Essa 
organização deixa seus sinais no terreno: os canais que distribuem a água e permitem 
transportar para toda a parte os produtos e as matérias primas; os muros circundantes que 
individualizam a área da cidade e a defendem do inimigo; os armazéns, com sua provisão de 
tabuinhas escritas em caracteres cuneiformes; os templos dos deuses, que se erguem sobre o 
nível uniforme da planície com seus terraços e as pirâmides em degraus. Essas obras e casas em 
comum são construídas de tijolos e de argila. O tempo faz com que elas desmoronem e sejam 
incorporadas novamente ao terreno, e dessa forma conserva, camada por camada, os vestígios 
dos artefatos construídos em cada período histórico. 
Até meados do III milênio, as cidades da mesopotâmia formam outros estados 
independentes, que lutam entre si para repartir a planície irrigada pelos dois rios. Estes conflitos 
limitam o desenvolvimento econômico e só terminam quando o chefe de uma cidade adquire tal 
poder que impõe seu domínio sobre toda a região. O primeiro fundador de um império estável é 
Sargão de Acad; mais tarde, sua tentativa é repetida pelos reis sumérios de Ur, por Hamurábi da 
Babilônia, pelos reis assírios e persas. As consequências físicas de seus empreendimentos são: A 
fundação de cidades residências que tem o castelo, em vez do templo, como estrutura 
dominante (a cidade-palácio de Sargão II nos arredores de Nínive e, mais tarde, os palácios-
cidade dos reis persas, Pasárgada e Persépolis) e a ampliação de algumas cidades, que se tornam 
capitais de um império, onde se concentram não só o poder politico, mas também os tráficos 
comerciais e o instrumental de um mundo muito maior (Nínive e Babilônia são as primeiras 
supercidades). 
Babilônia, a capital Hamurábi, planificada por volta de 2000 a.C., é um grande retângulo 
dividido em duas metades pelo Eufrates. A superfície contida pelos muros é de cerca 400 
hectares, e outro muro mais extenso compreende quase o dobro da área. Toda a cidade, e não 
somente os templos e os palácios, parece traçada com regularidade geométrica: as ruas são 
retas de largura constante, os muros se recortam em ângulos retos. Desaparece, assim, a 
distinção entre os monumentos e as zonas habitadas pelas pessoas comuns; a cidade é formada 
por uma serie de recintos, os mais externos abertos a todos, os mais internos reservados aos reis 
e aos sacerdotes. As casas particulares reproduzem em pequena escala a forma dos templos e 
dos palácios, com pátios internos e as muralhas estriadas. 
As cidades sumerianas, no inicio do II milênio a.C., já são muito grandes e abrigam varias 
dezenas de milhares de visitantes e são circundadas por um muro e um foço, que as defendem e 
que, pela primeira vez, excluem o ambiente aberto natural do ambiente fechado da cidade. O 
campo ao redor é transformado pelo homem: em lugar do pântano e do deserto, encontramos 
uma paisagem artificial de campos, pastagens e pomares, percorrida pelos canais de irrigação. 
Na cidade os templos se distinguem das casas comuns pela sua massa maior e mais elevada: 
compreendem de fato, além do santuário e da torre-observatório (zigurat), laboratórios, 
armazéns, lojas ondem vivem e trabalham diversas categorias de especialistas. O terreno das 
cidades já era dividido em propriedades individuais entre os cidadãos, enquanto campo é 
administrado em comum por contas das divindades. Em Lagash, o campo é repartido nas posses 
de umas vinte divindades; uma destas, Bau, possui cerca de 3.250 hectares, que são divididos 
entre famílias singulares, assalariados, arrendatários e camponeses que trabalhavam 
gratuitamente. 
No Egito, o faraó tem o domínio sobre o país inteiro, e recebe um excedente de 
produtos bem maior do que o dos sacerdotes asiáticos. Com estes recursos, ele constrói as 
cidades, os templos dos deuses locais e nacionais, e sua tumba monumental, que simboliza a sua 
sobrevivência além da morte. No III milênio, à medida que a Egito se torna mais populoso e mais 
rico, estas tumbas aumentam de imponência, embora sua forma externa permaneça bastante 
simples, uma pirâmide quadrangular. 
Menés, o primeiro faraó, funda a cidade de Mênfis nas proximidades do vértice do delta, 
e cerca com “branco muro”. Ao redor, no meio do deserto surgem às pirâmides dos reis das 
primeiras quatro dinastias e os templos solares da quinta. No Egito, principalmente no inicio, 
não encontramos uma ligação, mas um contraste entre duas realidades. Os monumentos não 
formam o centro da cidade, mas são dispostos como uma cidade independente, divina e eterna, 
que é construída de pedra, para permanecer imutável no percurso do tempo; é povoada de 
formas geométricas simples: prismas, pirâmides, obeliscos, ou estatuas gigantescas como a 
grande esfinge, que possuem uma proporção diferente da humana, essa cidade é habitada pelos 
mortos e é feita para ser vista de longe, como o fundo sempre presente da cidade dos vivos. 
Esta, ao contrario, é construída de tijolos, inclusive os palácios dos faraós e é apenas uma 
morada temporária, que vai ser abandonada mais cedo ou mais tarde. Uma grande parte da 
população – operários empregados na construção das pirâmides e dos templos, com suas 
famílias – tinham de morar em acampamentos queeram construídos junto aos grandes 
monumentos, e que eram abandonados tão logo quanto terminassem o trabalho. Por outros 
aspectos, a cidade divina é uma copia fiel da cidade humana onde todos os personagens e 
objetos da vida cotidiana são reproduzidos e mantidos imutáveis. Este intento de construir uma 
copia perfeita e estável da vida humana não prosseguiu com a mesma intensidade. Essa 
economia entrou em crise em meados do III milênio; quando ela se reorganizou – sob o médio 
império, no II milênio - o contraste entre os dois mundos parece atenuado, e as duas cidades 
separadas tendem a se fundir numa cidade única, como por exemplo, a capital do médio 
império, Tebas, que ainda esta dividida em dois setores: o povoado na margem direita do Nilo, e 
a necrópole nos vales da margem esquerda; mas agora os edifícios dominantes são os grandes 
templos construídos na cidade dos vivos. 
Do VI ou IV século a.C., todo o Oriente Médio é unificado no Império Persa. Desde o 
Egito até o vale do Indo passa por um longo período de paz e administração uniforme, que 
permite a circulação dos homens, das mercadorias e das ideias de uma extremidade à outra. Na 
residência monumental dos reis persas – conhecida pelo nome grego de Persépolis – os modelos 
arquitetônicos dos vários países do império são combinados entre si. 
 
Cap3-a fazer 
 
Capítulo 4 
 
4. A Cidade Livre na Grécia 
 
Na Idade do Bronze, a Grécia estava na periferia do mundo civil. Por estar num território 
montanhoso e desigual, não era possível a formação de um grande Estado. Por isso era 
dividida em pequenos principados independentes, cada um dominado por uma família 
guerreira. 
Por causa do intenso comércio marítimo do II milênio, houve grande riqueza, mas o colapso da 
economia do bronze a as invasões bárbaras, no início da Idade do Ferro truncam esta 
civilização. 
Apesar disso, a nova economia do ferro, permite a Grécia um grande desenvolvimento. O 
alfabeto, a moeda cunhada, a posição geográfica favorável ao tráfico marinho, também 
possibilitam um desenvolvimento original: a pequena cidade se transforma na polis 
democrática, a economia hierarquica tradicional em economia monetária. E neste contexto 
nasce uma nova cultura. 
A polis, cidade - Estado, originou-se em uma colina, pois era aonde os habitantes do campo se 
refugiavam contra seus inimigos. Depois se estendia para as planícies vizinhas e era cercada 
por muros. 
Era formada pela acrópole (cidade alta) aonde ficavam os templos e pela astu (cidade baixa) 
onde se desenvolvia o comércio e as relações civis. 
Os órgãos necessários para seu funcionamento eram: O lar comum 
(pritaneu): era o lar do palácio do rei, mas tornou-se um lugar simbólico aonde se oferecia 
sacrifícios ao deus protetor da cidade. Tinha um altar com um fosso em brasas, cujo fogo não 
poderia se apagar, uma cozinha e salas para refeição; O conselho 
(bulé) dos nobres e representantes da assembléia dos cidadãos, que se reuniam numa sala 
coberta, conhecida como buleutérion; 
A assembléia dos cidadãos (ágora) que geralmente acontecia na praça do mercado (local de 
mesmo nome). Nas cidades democráticas esses locais eram próximos uns dos outros. 
Cada cidade capital dominava um certo território do qual obtinha seus meios de vida. Podendo 
existir centros habitados menores, o território era limitado por montanhas ou muros. 
O território de uma cidade poderia aumentar com as conquistas ou acordos, além de 
unificações entre pequenas ilhas. Os tamanhos variavam. Enquanto Esparta tinha 8.400km², 
Corinto tinha apenas 880. 
O número normal de habitantes para uma grande cidade é de 10.000, pois levava-se em 
consideração que a população deveria ser suficientemente numerosa para formar um exército, 
mas não tanto que impedisse os cidadãos de se conhecerem entre si e escolherem seus 
"representantes".Quando se passava desse limite, reduzia-se a população, organizando 
expedições para formar colônias longínquas. 
Importante: 
1. A cidade era um todo: não havia subdivisões, nem mesmo bairros reservados a classes 
específicas. 
2. O espaço da cidade se divide em 3 zonas: áreas privadas - casas de 
moradias áreas sagradas - templos dos deuses 
áreas públicas - destinada às reuniões políticas, jogos desportivos, comércio, teatro 
O Estado intervinha nas duas primeiras e administrava diretamente a terceira. 
3. A cidade é um organismo artificial inserido no ambiente natural: existe um respeito pelas 
formas da paisagem, dando equilíbrio entre a natureza e arte ( bem acabada e simétrica). 
4. De certo momento em diante, o crescimento da população não pruduziu uma ampliação 
gradativa, mas a adição de um outro organismo equivalente. Tense-se então a paleópole 
(cidade velha) e a neápole (cidade nova). 
Atenas: 
Circundada por uma série de montes, Atenas localizava-se na planície central da Ática. 
Recortada pelos rios Cefiso e Ilissos e pelas colinas Licabeto, Areópago, colina das Ninfas, a 
Pnice, o Museu e pela Acrópole (sede dos primeiros habitantes da cidade e centro organizador 
da grande metrópole subsequente). 
A cidade nasce quando os habitantes dos centros menores da Ática foram obrigados a se 
concentrar em torno da Acrópole. Em seguida formaram-se a ágora, o tribunal, os santuários 
de Dionísio e de Zeus. 
Para cada uma das funções da cidade se construia e se aperfeiçoava o aparelhamento de 
monumentos (exemplo: aqueduto) e a cidade existia para unificar esses diferentes serviços. 
Em 476 a.C. esta cidade é destruida pela invasão persa. Em sua reconstrução há algumas 
mudanças, como por exemplo: ampliam-se a extensão de muros, elevam-se os edifícios da 
Ágora, o Pireu torna-se o novo porto comercial e militar. Na Acrópole, constroem-se o 
Pártenon (447-438 a.C.), os Propileus (437-432 a.C.) e o templo de Atena Niké (430-420 a.C.). 
Para as várias mudanças e correções vividas, existe coerência e responsabilidade por parte dos 
governantes, projetistas e trabalhadores manuais, possibilitando sempre uma unidade. Os 
edifícios antigos e arruinados são conservados e incorporados aos novos, formando um novo 
cenário da cidade. 
Além disso, a arquitetura, escultura, pintura estão totalmente ligadas. Colunas, capitéis, 
cornijas e objetos de decoração eram feitos em laboratório montadas no local, garantindo 
precisão técnica. 
Deste modo, a presença do homem na natureza destaca-se pela qualidade e não pela 
quantidade. 
Em torno da Acrópole e das outras áreas públicas estavam os bairros com as casas de 
habitação, que eram modestas, já que vivia-se mais ao ar livre e em espaços públicos, 
tornando-se a cidade a casa de todos. Nesta área, as ruas eram irregularmente traçadas, 
exceto o dromos, que ligava a Ágora ao Dípilon. 
Antes de sua queda, no fim da idade clássica, Atenas sofre uma significativa expanção, com a 
qual centraliza a Acrópole na paisagem urbana. Apesar de novas mudanças no período 
helenístico e romano, como novos pórticos e a "Cidade de Adriano", essa imagem não é 
modificada. 
Em seu período de ruínas, passa a restringir um pequeno espaço em torno da Acrópole e da 
Ágora romana. Permanecendo assim até o início do século XIX, quando termina o domínio 
turco. 
Em 1834 é escolhida capital da Grécia moderna. 
Juntamente com Atenas, outras cidades foram divididas regularmente. Traçadas por um 
desenho geométrico e seguindo uma regra racional (aplicada da escala do edifícioà escala da 
cidade), tormaram-se sistemático os caracteres das cidades gregas. Como exemplo, as ruas são 
traçadas em ângulos retos, os quarteirões são retangulares e uniformes. 
 
 
História da Cidade – Leonardo Benevolo. 
Capitulo 5 – Roma: A Cidade e o Império Mundial 
 
A civilização etrusca surge na Itália durante a idade do Ferro – do século IX a.C. em diante - na 
costa tirrênia entre o Arno e o Tibre; depois se expande até a Campânia, e entra em contato 
com as colonias gregas da Itália Meridional; mas através do comércio marítimo comunica-se 
com as outras civilizações do Mediterrâneo, e absorve sua influência. 
Na Etrúria, como na Grécia, existe um grande numero de cidades-Estado, governadas 
usualmente por regimes aristocráticos e unidas em uma liga religiosa com centro em Bolsena. 
As cidades principais são: Volterra, Arezzo, Cortona, Chiusi, Perugia, Vetulonia, Tarquinia, 
Vulci, Cerveteri e Veio. Estas cidades ocupam uma elevação facilmente defensível, e foram 
profundamente transformadas pelos romanos. Os autores antigos atribuem aos etruscos a 
origem das regras para a planificação das cidades, que os romanos vão usar posteriormente: a 
inauguratio (a consulta da vontade dos deuses antes de fundar uma cidade), a limitatio (a 
demarcação do perímetro externo e dos limites internos da cidade), a consacratio ( o sacrifício 
celebrado na cidade recém-fundada). 
As margens do território etrusco surge Roma: uma pequena potência que cresce até dominar 
todo o mundo mediterrâneo. O enorme alargamento do território faz com que a cidade cresça 
mas não lhe tira o caráter original: é uma aldeia que se torna pouco a pouco uma cidade 
mundial. Quando a unificação politica do Império é definitivamente consumada, a cidadania 
romana é concedida por Caracala (em 212 d.C.) a todos os habitantes do Império. 
 
A origem de Roma: 
Roma surgiu à beira do curso inferior do rio Tibre. O curso do rio, depois de uma curva 
bastante pronunciada, diminui e se divide em dois ramos, deixando uma ilha no meio (a ilha 
Tiberiana), onde o rio pode ser atravessado com mais facilidade, e na margem esquerda uma 
série de colinas chegam perto das bordas com suas paredes íngremes. Os etruscos que 
ocupam a margem direita tem interesse em manter livre a passagem, para alcançar suas 
possessões na Campânia. Assim, nesse ponto, se formam uma feira e um mercado, enquanto 
que nas colinas mais próximas nascem as primeiras aldeias fortificadas dominando a passagem 
do rio. 
O mais antigo centro habitado surge no monte Palatino, o único que tem encostas íngremes e 
facilmente defensáveis e ao mesmo tempo oferece uma plataforma bastante espaçosa para 
construir uma aldeia. 
Mais tarde – por obra de Sérvio Túlio, segundo a lenda – se forma uma cidade que inclui as 
sete colunas tradicionais, e é dividida em quatro regiões: 
 Suburbana, que compreende o Célio; 
 Esquilina, que inclui o Esquilino, o Ópio e o Císpio; 
 Colina, compreendendo o Viminal e o Quirinal; 
 Palatina, que inclui o Palatino. 
 
O vale central entre as quatro regiões é secado escavando-se a Cloaca Máxima, e aqui se 
forma a nova área comercial, o Foro Romano. Ficam fora da cidade o Capitólio, que funciona 
como Acrópole, e o Aventino, que em 456 a.C., é destinado aos plebeus durante as lutas com 
os patrícios. A superfície interna de Roma, com essas quatro regiões mede cerca de 286 
hectares, e já é a maior cidade da Itália continental. 
Em 378 a.C., toda a cidade foi ocupada e incendiada pelos gauleses, com exceção do Capitólio. 
Logo depois foi reconstruída, mantendo seu traçado irregular, e defendida por novos muros de 
pedras esquadradas. 
Passando da república para o império, as intervenções na construção se tornam cada vez mais 
grandiosas, e entram em conflito com a anterior organização da cidade. Para dar espaço aos 
novos arranjos é preciso destruir aquilo que existia antes. 
Júlio César amplia o Foro Romano com a basílica Júlia e com a construção do novo Foro de 
César mais ao norte, demolindo um bairro aos pés do Capitólio. Augusto ocupa o Campo de 
Marte com uma série de edifícios, o Teatro de Marcelo, as Termas de Agripa, o Panteão, o 
Mausoléu do imperador, a Ara Pacis; constrói, ao lado do Foro de César, o Foro de Augusto; 
edifica um grande número de templos, organiza os aquedutos, as margens do rio, e estabelece 
uma nova divisão da cidade em 14 regiões. Também se desenvolve a construção privada, que 
aproveita o pouco espaço concedido com casas de muitos andares, as insulae, destinadas à 
população mais pobre. Por volta de 5a.C. Roma contava com cerca de 5 milhões de habitantes. 
Após o incêndio de 64 d.C., Nero transforma a cidade mais radicalmente: constrói para si uma 
nova residência extraordinária, a Domus Aurea; organiza a reconstrução dos bairros destruídos 
com métodos racionais. Foi medida a estrutura dos bairros, deu-se largura às ruas, limitou-se 
a altura dos edifícios, abriram-se as praças, adicionaram-se pórticos para a proteção das 
fachadas das insulae. Os imperadores Flávios continuaram a renovação iniciada por Nero. 
Vespasiano manda demolir a Domus Aurea e na zona quase plana do parque, onde existia o 
lago artificial, começa a construir o grande anfiteatro da cidade, o Coliseu. 
Neste momento, enquanto o império atinge o seu apogeu, Roma alcança o desenvolvimento 
máximo, e uma organização física que parece coerente e definitiva. O equilíbrio entre 
estruturas arquitetônicas e os acabamentos esculpidos ou pintados, como nos modelos 
gregos, é respeitado nos grandes edifícios públicos. 
Mas todo arranjo é uma cena fechada e independente, com um equilíbrio finito em si próprio: 
a cidade é um conjunto destes ambientes destacados, e para seu próprio benefício não é 
fechada nem equilibrada: cobre um trecho de território, desfigurando a forma natural do 
terreno, e rechaça o campo para longe. 
Posteriormente este equilíbrio clássico entre a forma geral da construção e os detalhes; os 
ambientes em arco são construídos com uma técnica cada vez mais segura e avançada, mas as 
ordens arquitetônicas são executadas de maneira sumária. Pinturas e esculturas se 
contrapõem a arquitetura, como peças de decoração independentes: a continuidade das 
formas plásticas fixada pelos gregos se perdeu definitivamente. 
Depois de Constantino, que transferiu a capital para Bizâncio, não se fazem em Roma outras 
grandes obras públicas. 
Até o século II d.C. Roma é uma “cidade aberta”, que cresce e ocupa uma superfície cada vez 
maior, sem ter necessidade de se defender com um cinturão de muros. 
Até o século III d.C. viveram de 700000 a 1000000 de habitantes em Roma. Os Catálogos 
Regionais fornecem, no fim do século III d.C., os seguintes dados: 1790 domus, e 44300 
insulae. As domus são as casas individuais típicas das cidades mediterrâneas, e são reservadas 
para as famílias mais ricas. As insulae são as construções coletivas de muitos andares voltadas 
para a população mais pobre. 
Os abastecimentos chegam por mar até a foz do Tibre, onde foi necessário construir uma 
cidade portuária, Óstia. Eram dalí que os mantimentos eram transportados em navios menores 
até Roma, onde existe na Ilha Tiberina, um grandioso sistema de desembarcadouros e 
depósitos. 
Para os espetáculos constroem-se os circos (sendo o mais importante deles o Circo Máximo, e 
pode conter cerca de 250000 pessoas), os teatros (de Balbo, de Marcelo e de Pompeu), os 
anfiteatros para os jogos dos gladiadores (o Coliseu). Estes grandes edifícios demonstram a 
enormidade dos meios à disposição da autoridade pública: mão de obra, dinheiro e materiais 
de todos os cantos do império. A hegemonia política traz a Roma uma concentração cada vez 
maior de homens, e fornece instrumentos para fazê-la funcionar. Mas também traz uma série 
de problemas de alojamento, circulação de pessoas e veículos, escoamentode refugos, 
abastecimento de água e diversão coletiva. É nesse ponto que a cidade atinge o seu limite de 
tamanho e um grau de organização. 
E o funcionamento da cidade depende diretamente da estabilidade política do império. A 
partir do momento que esta estabilidade é abalada e os abastecimentos navais são 
interrompidos em Roma, isso obriga grande parte da população a sair da cidade. O 
desmoronamento dos aquedutos torna a zona montanhosa da cidade inabitável, e faz com que 
os habitantes migrem para as margens do Tibre. 
Esse é o início da cidade antiga para a cidade moderna. O centro monumental antigo fica à 
margem do desenvolvimento da nova cidade. 
Desde a alta idade média até 1870 Roma se transforma, mas permanece uma cidade menor 
em relação as outras. 
 
Os romanos selecionaram métodos construtivos e difundiram-nos por todo o império. Os 
principais são: 
 Estradas e pontes com traçados retilíneos; 
 Aquedutos; 
 Linhas fortificadas 
 
Desde o fim do século III d.C., Roma perde o caráter de capital única. No século IV Constantino 
transfere a capital do império de Roma para Bizâncio, que passa a se chamar Constantinopla. 
No fim do mesmo século Teodósio divide o império em duas partes, com as capitais em 
Ravena e Constantinopla (atualmente chamada de Istambul, e capital da Turquia). 
 
CAP 6- FALTA 
 
Cap.VII – História da cidade – BENEVOLO, Leonardo 
As cidades europeias da Idade Média 
“A cidade na Idade Média é um espaço fechado. A muralha a define. Penetra-se nela por portas 
e nela se encaminha por ruas infernais que, felizmente, desembocam em praças paradisíacas. 
Ela é guarnecida de torres, torres de igrejas, das casas dos ricos e da muralha que a cerca”. 
A frase acima é uma breve narrativa do que seria a cidade da Idade Média. É possível enxergar 
que as circunstancias históricas e geográficas fizeram com que essas cidades medievais 
possuíssem todas as formas possíveis. 
Entre o período de interrupção das cidades norte - ocidentais do Império Romano (séc.VII), 
criou-se uma fratura no desenvolvimento citadino, pois somente nos anos 1000 houve o 
retorno da vida urbana. 
Surge então, a cidade contemporânea sobre o traçado da antiga, sem interrupções. Algumas 
dessas permanecem as tradições originais, como Siena. Outras se transformam em grandes 
metrópoles modernas, como Paris e Londres. 
As novas instalações se conformam dentro do ambiente natural e nas ruínas das construções 
antigas. Parece não haver diferença entre natureza e geometria, pois irregularizam a precisão 
das linhas da estrada, dos monumentos e simplificam a forma imprecisa da paisagem. 
No final do século X a população quase triplica o que resultou na: estabilização dos povos 
invasores (árabes, vikings e húngaros), inovação de técnicas agrícolas, no comércio marítimo e 
na construção de novos cinturões. O crescimento das cidades permitiu uma mudança para o 
campo com o intuito de aumentar a produção agrícola e para isso foi necessário colonizar 
novas terras. Assim, a configuração de cidade mais campo possuem um caráter do urbanismo 
que vem da urgência de sobreviver. 
Enfim, podemos dizer que a cidade medieval não estabelece modelos formais, o que dificulta a 
descrição de sua forma de cidade. Entretanto, nos seus aspectos gerais, temos: as ruas não 
menos irregulares do que as cidades muçulmanas, organizadas para formar um espaço único; 
as praças não independentes que configuram largos convergindo em ruas; as casas possuem 
muitos andares abrindo para o espaço público, formam na fachada o ambiente da rua ou da 
praça, ademais se desenvolvem em altura devido ao espaço apertado gerado dos cinturões; os 
espaços públicos e privados não se separam, nos espaços públicos existem os edifícios 
privados, além disso, dão lugar a ordens religiosas, políticas e comerciais. 
Para uma melhor compreensão da vida urbana medieval é indispensável descrever exemplos 
de grandes cidades medievais, fundadas na Antiguidade ou na Alta Idade Média e 
transformadas na Baixa Idade Média. São elas: 
Veneza: Possui um canal natural onde permite a sua comunicação com o mar. A comunidade 
que se formou neste território fugia das invasões bárbaras. Assim, pode se tornar um centro 
comercial intermediário entre o Ocidente e o Oriente. No século XI já está formada. No século 
XII, o organismo político e físico está estabelecido. No século XX deixa de ser soberana e cão 
sob o domínio dos franceses, austríacos e gauleses. 
Bruges: Se desenvolve em volta de um castelo e se torna a maior cidade mercante da Europa. 
Isso se deve a desembocadura do rio em terra firme. No século XI a população cresce e por 
esse motivo acaba se libertando do feudalismo. No século XIII se torna o porto principal entre 
a Europa e o Mar Norte. Neste mesmo século se reconstrói as Igrejas góticas. Possuem uma 
das praças mais amplas da Idade Média. Ponto de chegada mais importante do comércio 
europeu. Hoje é um centro tranquilo e isolado. 
Bolonha: Foi escolhida pelos romanos. As famílias se estabelecem no campo. Torna-se mais 
tarde uma das maiores cidades da Itália Setentrional. Após a queda do Império entra em 
ruínas. É um tabuleiro de cidade medieval, pode crescer sem encontrar obstáculos naturais. 
Nuremberg: Fundada em 1040 pelo imperador Henrique III. Surge as habitações concentradas 
ao redor do mercado, centro principal da vida da cidade. O Palácio Comunal se torna um dos 
centros mais ricos da Alemanha. Prosperam a arte e a vida cultural. Sua boa posição a torna o 
centro de uma aglomeração. A guerra a desfigura. Tentam reconstituir o seu organismo 
tradicional, mas as casas tornam- se edifícios modernos, somente os monumentos são 
reconstituídos com fidelidade. 
Florença: Colônia romana, menor e menos importante que Bolonha, fundada em 59 a.c. 
Pequeno quadrado, sua porta ocidental coincide com o umbilocus. Cresce e adquire uma 
forma retangular. O Batistério de São João é prova das origens antigas, pois é considerado em 
templo romano. As Igrejas seguem uma rigorosa disciplina estilística (modelos romanos e 
cristãos). No século XII , com o rápido desenvolvimento, transformou-se no centro econômico 
mais importante da Europa (produção de lã), como também no centro econômico mais 
importante da cultura italiana. A Abóbada de Bruneleschi se torna o centro ideal, uma 
contribuição universal, propõe um novo sistema cultural que transformará a prática artística.

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